Professora de Ciências Sociais aponta a polarização intensificada como motivo da última eleição brasileira ter sido a mais acirrada da história
por
Pedro Rossetti
Gabriel Ferro
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18/09/2023 - 12h

As eleições no Brasil são, muitas vezes, um espetáculo de intensidade política e competição acirrada. Em 2022, a disputa entre Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Messias Bolsonaro pela Presidência da República se tornou a mais parelha e toda história democrática brasileira, com menos de dois pontos percentuais de votos, onde o candidato do PT foi eleito com 50,90% contra 49,10% do então presidente, com 99,96% das urnas apuradas em todo o país.

Desde a redemocratização em 1988, apenas 6 eleições haviam chegado ao segundo turno, sendo a primeira de 1989 e as últimas cinco que vão de 2002 até 2018. Analisando a diferença entre os percentuais dos candidatos é possível ver que não há muita discrepância entre eles, porém, cada vez mais, o país passou a se dividir e formar disputas muito acirradas pelo cargo de poder mais alto do país.

Lula e Bolsonaro em debate durante as eleições de 2022. Foto: Mauro Pimentel/AFP

Lula e Bolsonaro em debate durante as eleições de 2022. Foto: Mauro Pimentel/AFP

Para entendermos como o Brasil passou a separar se em partidos políticos, Rose Segurado, Professora de Ciências Sociais da PUC-SP, compartilhou em entrevista com a Agemt, alguns insights valiosos sobre os fatores que alimentam essa disputa eleitoral apaixonante, destacando o peso do poder econômico, a influência das elites políticas e os desafios inerentes a um sistema político diversificado.

Conforme Segurado afirma, “A influência das eleições depende do contexto e da conjuntura política do momento, variando ao longo do período eleitoral. No entanto, um fator crucial que sempre se destaca é o poder econômico. Os interesses do capital e das elites políticas estão constantemente presentes e influenciam os resultados à medida que financiam e investem em candidatos alinhados com seus projetos políticos.”. É inegável que o poder econômico desempenha um papel significativo nas eleições, conferindo vantagens consideráveis a candidatos apoiados financeiramente pelas elites. Esta influência não apenas molda a agenda política, mas também exerce impacto nas escolhas dos eleitores.

Outro ponto de destaque feito pela especialista é a complexa paisagem partidária do Brasil: “Atualmente, contamos com uma miríade de partidos políticos, chegando a cerca de 35. Muitos destes partidos têm abordagens fisiológicas, priorizando a manutenção de determinados grupos no poder ou servindo como apoio, especialmente os chamados ‘partidos nanicos’,” A fragmentação do sistema político brasileiro pode tornar a escolha dos eleitores uma tarefa desafiadora, já que muitos partidos têm agendas pouco claras e frequentemente buscam alianças com as principais forças políticas em busca de poder e recursos. O resultado é uma falta de clareza sobre as opções disponíveis.

A professora enfatiza que embora haja evoluções ao longo do tempo, as raízes dos desafios eleitorais persistem. Ela destaca, com urgência, a necessidade de uma reforma política abrangente no Brasil para abordar essas questões estruturais, porém existe um empecilho: “Claro que nós temos mudanças ao longo do tempo, mas não muda substancialmente, a raiz das questões continua as mesmas. É muito difícil fazer uma reforma política radical, porque quem vota por essa reforma são os próprios parlamentares, então, evidentemente, como eles querem a perpetuação de um dado jogo político, eles não têm interesses em mudanças que sejam mais substanciais.”

            Por fim, uma questão que tem sido pauta em diversas áreas na atualidade é o avanço tecnológico e principalmente, as redes sociais. Não é apenas no Brasil que as eleições passaram a ter uma divisão muito grande de opinião popular, Estados Unidos, Angola e Israel, por exemplo, tiveram suas últimas eleições marcadas pelos detalhes nos números de votos, que se tornaram as mais acirradas de suas histórias democráticas.

Rose buscou destacar essa influência da internet na última eleição, especialmente destacando a propagação de Fake News, “Pela influência das redes sociais, as campanhas se tornam mais pulverizadas e com usos tecnológicos, algorítmicos e muito dinheiro, financiam algumas candidaturas ou distribuem fake news e desinformação pelas redes para afetar adversários políticos dessa tal candidatura. Isso vem contaminando muito o processo eleitoral, sobretudo nos últimos anos e as pessoas acabam escolhendo muitas vezes um candidato ou partido com base em um conjunto de mentiras e informações que não tem base nos fatos, então, esse é um problema muito grande para a democracia representativa na atualidade”. Além disso, completa com a questão da falsa sensação de ligação entre o candidato e seus eleitores, “A gente pensa que as redes podem garantir uma comunicação direta com o candidato, e essa é uma sensação falsa obviamente, candidatos têm uma equipe para promover essa interação e fazer com que o eleitor sinta que o candidato está falando diretamente com ele, sem nenhum tipo de mediação”.

Em resumo, as eleições no Brasil são constantemente disputadas devido a uma série de fatores complexos. A influência do poder econômico, a fragmentação do sistema político, a necessidade de reforma política e a crescente influência das redes sociais e da tecnologia são elementos que contribuem para a intensidade desse processo democrático. A compreensão desses desafios é essencial para fortalecer a democracia e buscar soluções que promovam eleições mais transparentes e representativas.

 

Esta reportagem foi produzida como atividade extensionista do curso de Jornalismo da PUC-SP.

 

Em seu próximo governo, "centrão" será peça fundamental
por
Antônio Bandeira de Melo
Gustavo Manfio
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18/11/2022 - 12h

No dia 30 de outubro de 2022, Luiz Inácio Lula da Silva, Partido dos Trabalhadores (PT), foi, pela terceira vez, eleito presidente do Brasil. Com 50,9% dos votos válidos, Lula derrotou Jair Bolsonaro, Partido Liberal (PL), no 2° turno mais apertado da história. Pouco mais de 2,1 milhões de votos separaram os dois candidatos. Lula já havia ocupado o cargo duas vezes, sendo a autoridade máxima do Poder Executivo entre 2003 e 2011. Mas, este seu terceiro mandato tem uma grande diferença para os anteriores: a base de apoio ao presidente parece enfraquecida. Nos últimos anos, com a polaridade da política brasileira o antipetismo se fez forte, o que levou ao crescimento da extrema direita no Brasil. Dessa vez Lula enfrentará maiores desafios para sua governabilidade.

Oswaldo Amaral, cientista político e professor da UNICAMP, explica que a pouca diferença entre os candidatos ocorreu por dois fatores. O primeiro é uma corrida eleitoral injusta. “Muitas das regras eleitorais foram violadas ou burladas, especialmente no que se toca a gastos. Foram mais de 50 bilhões de reais gastos em poucos meses, com clara finalidade eleitoral. Então isso fez com que, mesmo com a mal avaliação do governo Bolsonaro na maior parte do tempo, as eleições fossem equilibradas. A quantidade de recursos despejadas na economia fez o atual presidente ser mais competitivo.” O segundo era o antipetismo, e o fato de serem dois concorrentes com grande rejeição.

O Congresso Nacional é órgão constitucional que exerce as funções do poder legislativo. Ele é bicameral, então, é composto por duas casas: o Senado Federal, câmara alta, e a Câmara dos Deputados, câmara baixa. O Senado é integrado por 81 senadores que representam as 27 unidades federativas. Os mandatos são de 8 anos, então a cada 4 anos se renova um ou dois terços do Senado. Para exemplificar: em 2022, foram 27 senadores eleitos, um de cada unidade federativa, ou seja, um terço do Senado foi renovado. Nas próximas eleições serão dois terços. Ao todo, cada estado é representado por 3 senadores. Para 2023, os partidos políticos com mais eleitos são: PL (13), União (12), PSD (11), MDB (10) e PT (9).

Já na Câmara dos Deputados são 513 deputados federais que representam o povo. O número de deputados federais eleitos por estado leva em consideração o tamanho de sua população. Desse modo, o limite máximo por unidade federativa é de 70 deputados, caso de São Paulo, e o mínimo é 8, caso do Acre. Seus mandatos são de 4 anos, e em cada eleição se renova toda a Câmara Baixa. Se somarmos os partidos considerados de esquerda, que tendem a apoiar Lula, são 126 eleitos, sendo 68 do PT. Em contrapartida, o partido com maior número de representantes é o PL, de seu opositor, e atual presidente, Jair Bolsonaro, com 99 representantes. União Brasil (59), PP (47), PSD (42), MDB (42) e Republicanos (41) são os outros partidos com mais representantes. Os números mostram uma governabilidade difícil para o futuro chefe de poder.

Amaral cita algumas diferenças entre o futuro mandato de Luís Inácio e seu primeiro, em 2002. “A presidência da República está mais enfraquecida na sua relação com o Parlamento. Então, antes, o presidente tinha o poder de agenda maior, o que facilitava para ele a construção das coalisões para governar. Agora, com as mudanças que aconteceram durante o governo Bolsonaro, mudanças no regimento interno da Câmara, com alterações na forma de distribuição das emendas dos parlamentares, isso deu mais poder para o presidente da casa e os parlamentares. A construção das alianças e da coalisão pós-eleitoral, que torna possível a administração do governo fica mais difícil do que quando Lula assumiu pela primeira vez.”

Andréa Freitas, cientista política e professora da UNICAMP, aponta que os atores políticos mudaram significativamente do seu primeiro mandato para agora.  “Mudaram os partidos com as maiores bancadas, na época em que foi presidente pela primeira vez, as maiores bancadas eram do PT, PSDB, PFL e PMDB. E, agora vemos o surgimento de dois atores muito fortes o PL, mais a direita, e o União Brasil, antigo PFL, repaginado em uma fusão com o PSL. Tem também o PSD, do Kassab. Do ponto de vista dos partidos políticos a variável constante é o PT, à esquerda. Embora, o União Brasil venha do antigo PFL ele passou por muitas mudanças ao longo do tempo. Não dá para dizer que é a mesma coisa de 2003.”

Ela também explica que o Congresso não é muito diferente do qual o Lula governou pela primeira vez, quando se divide entre esquerda, direita e centro. “O PT tinha grande bancada, mas os partidos de esquerda não. Vale lembrar que em seu primeiro governo, o PSOL se separa do PT, então mesmo na esquerda tinha uma oposição. De forma geral, a divisão da casa se mantém, um quarto a direita, um quarto a esquerda e dois quartos para o centro.” A professora analisa que “a direita, o PL, e talvez outros pouco pequenos partidos fiquem a oposição. O resto dos partidos de centro, nessa ideia que se convencionou de ‘centrão’, já tem declarado apoio ao Lula e a intenção de fazer parte da coalisão. No primeiro governo ele tinha oposição muito forte no PSDB e no PFL que tinham duas grandes bancadas e faziam a oposição de forma sistemática. Hoje, o União Brasil, novo PFL, com as mudanças das características, já declarou a intensão de formar coalisão com o governo. E, o PSDB declarou que pode votar favoravelmente as medidas de Lula se isso se alinhar com as preferências do partido. Então existe uma coalisão pré-montada em termos de intenções, que, claro, vai depender das negociações da composição dos gabinetes dos ministérios. Como o Lula vai distribuir os ministérios entre esses partidos vai decidir se eles vão ‘jogar juntos’ ao longo do governo.”

Em termos de formação da coalisão Freitas explica que Lula deve negociar com o mesmo número de partidos. “Além dos partidos de esquerda e da federação que ele faz parte, alguma coisa entre 7 ou 8 partidos para formar a coalisão de governo”.

Diante do cenário conturbado e da grande polarização política, Lula deu início às estratégias muito antes de seu mandato começar. Participando das eleições desde 1989 e de volta à concorrência presidencial, o candidato do PT formou a maior coligação de sua carreira política e das eleições de 2022. A aliança juntou 9 partidos políticos: PT, PV, PCdoB, PSOL, REDE, Solidariedade, Avante, Agir e PSB, partido do vice Geraldo Alckimin, o adversário principal de Lula na eleição de 2006. Além disso, para o 2º turno teve o apoio oficial dos dois principais concorrentes que ficaram pelo caminho, Simone Tebet (MDB), terceiro lugar em votos, que participou de sua campanha, e Ciro Gomes (PDT), quarto lugar em votos, que acompanhou a decisão do seu partido.

Nas eleições do segundo turno, as 27 unidades federativas se dividiram em 13 vitorias para o candidato do PT, e 14 para Bolsonaro, mesmo Lula tendo ganhado em votos absolutos, sendo que o único local onde teve alteração no resultado do primeiro para o segundo turno foi o Amapá, onde na primeira disputa Lula venceu, mas na segunda Bolsonaro saiu vencedor. Dentro dos locais onde o eleito presidente ganhou, fica muito claro sua soberania no nordeste, mas também fica a insatisfação do centro-oeste, sul e sudeste, que mostraram a preferência pelo atual presidente. Algo já tradicional, segundo a professora.

Entretanto, para Freitas, o fato de ele não ter ido bem nessas regiões não implica em menos apoio no legislativo federal. Para ela, “a preocupação é com os governadores. Mas, como estados e municípios são muito dependentes do governo federal em recursos financeiros, não deve haver uma oposição muito forte. Não no sentido que eles vão se alinhar, ou defender as propostas encabeçadas pelo presidente, mas no sentido que eles não devem ser uma oposição quando o assunto não implicar em temas caros para os próprios estados. Os governos estaduais não devem implicar na redução nas taxas de sucesso ou na capacidade de governar do Lula, pensando na relação entre executivo e legislativo. A coalisão entre os líderes partidários é mais importante.”

“A luta pelas mudanças climáticas é indissociável da luta contra a pobreza”.
por
Francisco Barreto
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17/11/2022 - 12h

 

futuro presidente discursando
Lula faz pronunciamento na COP 27 (imagem reprodução)

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silvia, nesta quarta-feira, (16) discursou na 27.ª conferência do clima da Organização das Nações Unidas (COP 27) em Sharm El Sheikh, Egito. As declarações do próximo líder brasileiro expressaram as intenções do futuro governo: em relação às mudanças climáticas; ao modelo de produção agropecuário do país; e ao desejo de mudança das posições diplomáticas brasileiras.

A conferência ocorrida na parte da tarde com Lula foi marcada por um enorme entusiasmo das alas favoráveis ao político, como por boa parcela dos estrangeiros aqui presentes e pela imprensa. Entrar na conferência foi um esforço homérico visto a enorme multidão que se aglomerava na entrada do pavilhão. O clima esquentou quando a maioria do público, não jornalista foi barrado de entrar. A organização precária dos dirigentes da conferência decidira realizar o evento em um salão pequeno com apenas uma entrada; desta maneira, jornalistas e curiosos disputaram palmo a palmo o estreito acesso ao salão.

Lula abriu seu discurso com agradecimentos ao convite do governo egípcio e, em seguida prometeu o retorno da participação efetiva do Brasil aos assuntos de preservação ecológica e controle climático. Teceu críticas a guerra na Ucrânia e afirmou que a fortuna investida no conflito seria melhor empregada a favor do combate ao aquecimento global.

tumulto entre a imprensa e curiosos na entrada do pavilhão onde Lula discursou
Insatisfação generalizada entre o publico impedido de entrar no saguão onde o pronunciamento ocorria (imagem autoral)

O ex-presidente salientou a situação alarmante de fome no mundo e pressionou os líderes presentes de países desenvolvidos a cumprirem suas promessas feitas no passado para que as nações menos favorecidas possam enfrentar as consequências das mudanças climáticas provocadas por suas ações.

O político também aproveitou os holofotes para alfinetar o governo atual taxando-os de negacionistas climáticos. E se comprometeu a abandonar a postura diplomática isolacionista adotada pelo o atual chefe de Estado.

“Entre 2004 e 2012 reduzimos a taxa de devastação amazônica em 83%, ao mesmo tempo, o PIB agropecuário cresceu 75%”, reforçando a disposição do estadista em apaziguar os setores do agronegócio.

Em seguida foi prometido reforçar os laços com países latino-americanos e caribenhos através da realização da cúpula dos países membros do Tratado de Integração e Desenvolvimento da América Latina e Caribe (CALC), respeitando a soberania dos membros signatários. Também firmou que irá retomar o compartilhamento de tecnologia e de desenvolvimento com os países africanos aliados e combaterá a fome ao nível nacional e internacional.

“Ninguém está a salvo” disse o ex-presidente, explicitando a seca recorde no território nacional e os ciclones nos EUA. “Segundo projeções da Organização Mundial da Saúde, entre 2030 e 2050 o aquecimento global poderá matar 250 mil pessoas por ano”.

Prosseguindo o discurso, Lula reafirmou a desigualdade climática que existe no planeta: “O 1% mais rico do mundo emite 70 mil toneladas per capita de CO₂ por ano, enquanto os 50% mais pobres emitem cerca de uma tonelada, segundo dados disponibilizados na COP 26.” Continuando no mesmo tema, Luís Inácio alega que: “A luta pelas mudanças climáticas é indissociável da luta contra a pobreza”.

Lula reafirma a importância da Amazônia e se compromete a lutar contra o desmatamento em seu governo: “A população Amazonense e os povos originários possuirão papel chave nesta empreitada”. O político demonstrou seu interesse em reativar o Fundo Amazônia sem abrir mão da soberania nacional. Fez questão de expressar seu desejo de que a COP 30, que ocorrerá em 2025, seja realizada em solo Amazonense.

O líder petista prometeu expandir as matrizes energéticas verdes. Além de afirmar que, em seu governo, pretende ampliar a produção agropecuária sustentável com sequestro de carbono, reafirmando que o setor do agronegócio é um importante aliado estratégico.

Foi endossada a continuidade do Acordo das Florestas entre os governos do Brasil, Indonésia e Congo firmados na primeira semana da COP 27.

Lula criticou, também, o atual funcionamento das Nações Unidas (ONU); e que a enfatizando que a organização reflete, de forma antiquada, o cenário político da Segunda Guerra Mundial, em que poucos Estados possuem relevância. Prosseguindo, redirecionou as críticas ao modo de funcionamento da Cúpula de segurança da ONU, especificamente para a política de veto, exigindo uma participação democrática e igualitária de todos os continentes nas Nações Unidas.

A manifestação foi convocada por grupos de extrema direita nas redes sociais, pede intervenção e nega resultado das urnas
por
Artur dos Santos
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02/11/2022 - 12h

Apoiadores do atual presidente Jair Bolsonaro (PL), que perdeu as eleições no último domingo (30), convocaram manifestações em diversos quartéis militares no país para pedir intervenção militar, intervenção federal e a aplicação do artigo 142 da Constituição Federal nesta quarta-feira (2). Em São Paulo, a maior concentração foi no região do Monumento dos Bandeirantes e do Quartel General do Exército.

Desde segunda-feira (31) mensagens circulavam em grupos do Telegram convocando a presença de apoiadores na frente dos quartéis de todos os estados para que pedissem Intervenção Militar. As manifestações ocorrem em cidades de São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rio de Janeiro, entre outros estados. 

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Foto encaminhada em grupos do Telegram

As manifestações conversam diretamente com os bloqueios a estradas de diferentes estados do país - que nos últimos dias foram dispersados pela Polícia Federal e por torcidas organizadas - que também discordam dos resultados das eleições.

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"Eu, particularmente, peço Intervenção Federal", diz manifestante à AGEMT
Foto: Artur dos Santos

Em entrevista à AGEMT, um manifestante afirmou que “a grande maioria não concorda com o resultado das urnas”. Segundo ele, haveria urnas que apenas computaram 200 votos durante todo o período de votação, além de cidades com 30 mil habitantes que registraram 70 mil votos. Ambas as afirmações foram desmentidas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

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Placa com os dizeres:"Houve fraude nas urnas, queremos o exército art. 142 (sic)"
Foto: Artur dos Santos
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Foto: Artur dos Santos

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Para outro manifestante, esse vestido com roupas camufladas, o Brasil teria chegado em um limite: “chegamos em um limite do Brasil virar um país comunista”. Ainda diz, em meio a estouros de fogos de artifício, que “ninguém aceita um ladrão no poder, então a gente quer todo mundo na cadeia. Todo mundo que tem culpa no cartório que fosse preso”. 

Quanto ao pronunciamento de Jair Bolsonaro feito na terça-feira (1), disse ter sido perfeito: “ele falou o que tinha que falar, quem quiser entender que entendeu. Ele tem as cartas na manga”. Durante a manifestação, a reportagem presenciou uma manifestante perguntando para um policial militar se ele estaria “do nosso lado”; a isso, o policial em questão respondeu que sim. 

 

Presidente diz que manifestações pacíficas são bem vindas e que últimas movimentações são fruto de indignação e sentimento de injustiça
por
Artur dos Santos
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01/11/2022 - 12h

Jair Messias Bolsonaro (PL) realizou nesta terça feira (1) em Brasília seu primeiro pronunciamento após derrota no segundo turno para o candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em seu breve discurso, o atual presidente menciona “manifestações populares” e as associa com “sentimento de indignação e injustiça de como se deu o processo eleitoral”.

Também defendeu que os métodos dessas manifestações, que desde domingo (30) bloqueiam as estradas de 25 estados do país impedindo a circulação de remédios, alimentos e pessoas e questionam os resultados das eleições, “não podem ser os métodos da esquerda”. Segundo Bolsonaro, esses métodos “sempre prejudicaram a população”. O atual presidente também mencionou o surgimento da direita no país com os resultados das eleições para o senado e para a câmara, além de afirmar que nunca foi antidemocrático durante seu mandato. 

 

Candidato à presidência realizou comício no Grajaú, zona sul de São Paulo, acompanhado por lideranças de sua coligação
por
Laura Mafra Boechat
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26/09/2022 - 12h

Em comício no Grajaú ocorrido no sábado (24), o candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez apelo pela não abstenção nas urnas e alertou eleitores sobre a intensificação da campanha de seu maior oponente na corrida eleitoral, Jair Bolsonaro (PL), na próxima semana. O petista citou ainda a possibilidade de maior propagação de fake news durante o período.

 

“Eu soube pelas pesquisas que houve um tempo em que o povo de Grajaú esteve um pouco chateado com o PT. E que muita gente, na última eleição, não foi votar, que houve uma ausência muito grande. Deixa eu fazer um apelo pra vocês. Tudo que o nosso principal adversário quer é que o povo não compareça para votar", disse Lula sobre o alto índice de abstenção de votos nas eleições de 2018.

 

"Qual é o problema da gente não votar? Se a gente não votar, a gente perde a autoridade moral de cobrar. A gente não pode ter 20% de abstenção, 10% de votos nulos. É importante a gente convencer nesses próximos 9 dias cada pessoa a ir votar. Compareça e vote […] para depois você ter o direito de cobrar”, pediu o ex-presidente.

 

Lula comício Grajaú 24/09 eleições 2022
Lula em comício no Grajaú. Foto: Laura Boechat

 

Em tom bem-humorado, Lula brincou sobre seu crescimento nas pesquisas eleitorais dizendo que seu nome provocava enxaquecas em Bolsonaro: “Ele hoje acordou muito nervoso. Cada dia que sai uma pesquisa, que eu cresço um ponto e ele cai um ponto, ele fica doido. Ele tem crise de enxaqueca todo dia. Ele tem uma dor que parece se chamar Lula”.

 

Na última pesquisa divulgada pelo Datafolha, Lula ampliou sua vantagem na disputa eleitoral ao subir 2 pontos, alcançando 47%, enquanto o atual presidente permaneceu com 33%.  

 

O petista ainda alertou eleitores sobre a possível intensificação de fake news na próxima semana. “Se preparem porque o nível da campanha [de Bolsonaro] vai abaixar, então vocês precisam começar a ficar espertos. Primeiro no Zap. Não acreditem nas mentiras que vocês vão receber”, pediu.

 

Lula mencionou ainda a volta do programa Minha Casa, Minha Vida, uma das marcas de seu governo, além de defender a geração de emprego, o salário mínimo e o combate à evasão escolar.

 

O ex-presidente também afirmou que, caso eleito, não facilitará a compra de armas. Segundo ele, "a compra de arma como o Bolsonaro está fazendo é pra quem sabe dar facilidade ao narcotráfico. Uma família séria não precisa de arma dentro de casa".

 

Antes de Lula, outras lideranças discursaram no palanque: seu candidato à vice, Geraldo Alckmin (PSB), o candidato ao governo de São Paulo Fernando Haddad, os candidatos à Câmara dos Deputados Guilherme Boulos (PSOL) e Marina Silva (Rede) e o candidato ao Senado Márcio França (PSB).

 

Fernando Haddad em comício no Grajaú 24/09 São Paulo candidato ao governo capital paulista
Fernando Haddad, candidato ao governo da capital paulista, discursou para eleitores do Grajaú. Foto: Laura Boechat

 

Haddad convocou eleitores a aderirem ao movimento de vira-voto. “Nós temos toda condição de ir pro segundo turno e toda condição de eleger o Lula no primeiro turno. É só fazer um esforcinho. Ligar pra parente, falar com colega de trabalho, falar com o vizinho, falar na igreja, falar na padaria. É assim que a gente vai restaurar essa democracia e colocar o Brasil no rumo certo", disse o ex-ministro da educação. Em seguida, ele relembrou feitos das 3 gestões que já passaram pela Prefeitura de São Paulo, como os hospitais dia. 

 

Guilherme Boulos PSOL em Comício Lula campanha Grajaú
O psolista Guilherme Boulos durante comício no Grajaú no sábado (24). Fotos: Laura Boechat

 

Em fala antes de Lula, Boulos levantou o caso dos R$51 milhões em imóveis comprados em dinheiro vivo pelo clã Bolsonaro. Marina Silva também dirigiu críticas ao atual Presidente da República. "O Brasil não suporta mais ver 33 milhões de brasileiros e brasileiras vivendo com R$1,30. O que se faz com R$1,30? [...]. O Bolsonaro só se incomoda com a família dele. Mas nós estamos aqui para dizer que nos importamos com todas as famílias do Brasil", disse a candidata à deputada federal. 

 

Pela tarde, Lula seguiu para comício em Itaquera, zona leste de São Paulo. O petista não compareceu ao debate presidencial promovido pelo SBT no mesmo dia. Segundo ele, houveram incompatibilidades na agenda que o impossibilitaram de comparecer. Além disso, Lula citou o também candidato à presidência Padre Kelmon para justificar sua ausência: "Tem gente nova que eu não conheço. Faz uma semana que entrou um candidato que eu não sei nem quem é. Então, eu precisava estudar essa biografia desse cidadão, o histórico político dele, o que ele já fez". 

Funcionário do instituto é agredido por apoiadores do atual presidente com chutes e socos no interior de São Paulo, em pleito eleitoral a desconfiança e as ameaças sobre as pesquisas crescem no país
por
Malu Araújo
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26/09/2022 - 12h

Pesquisador do Datafolha foi agredido na última terça-feira (20), em Ariranha, interior de São Paulo, quando terminava sua última entrevista do dia. Dois homens o abordaram de forma truculenta querendo dar entrevistas, após ter se recusado foi alvo de chutes e socos, sendo levado ao hospital por um dos moradores do bairro onde estava.

Em relato o pesquisador contou ao Portal de Notícias G1 que os dois homens eram pai e filho. “Um senhor se aproximou e começou a me hostilizar, dizendo que queria responder a qualquer custo, dizendo que o pessoal estava pegando de um candidato específico, no caso citou o Lula”, conta o entrevistador. 

O pesquisador ainda tentou explicar que as abordagens são feitas de forma aleatórias, uma vez que há um “método para fazer a pesquisa, que quem se oferece não pode”, explica. Antes de partir para a violência física, o senhor o xingou de vagabundo e insinuou que o instituto “só pega [eleitores] do Lula” para a pesquisa de opinião.

Ao se virar para ir embora, o senhor começou a desferir chutes e socos e ao tentar revidar, o filho do senhor também foi para cima do pesquisador. Os vizinhos pararam a briga. Após isso, o senhor voltou em casa e pegou uma peixeira, ao sair foi impedido por seu filho. Um dos vizinhos levou o entrevistador de carro para o pronto-socorro e a delegacia da região. 

De acordo com o G1, o caso foi registrado como lesão corporal e será investigado pela Polícia Civil, ainda sim, ninguém foi preso.

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Fachada da Delegacia de Ariranha, em São Paulo- Fonte: Reprodução

 

 Em matéria sobre o ocorrido, o Jornal “Folha de S.Paulo" afirma que esse é mais um dos casos na escalada de hostilidade contra profissionais do instituto de pesquisas em período eleitoral.

 

Existe uma metodologia por trás das pesquisas

O profissional não aceitou a entrevista pois segundo a Folha “os pesquisadores do instituto recebem um treinamento padronizado, que determina que pessoas que se oferecem para serem entrevistadas devem ser obrigatoriamente evitadas, para que a amostra seja aleatória". 

De acordo com o instituto, nos levantamentos nacionais ou estaduais, eles sorteiam primeiro os municípios onde irão fazer parte do levantamento e depois, os bairros e pontos onde serão aplicadas as entrevistas. Dentro da metodologia também são usadas cotas porporcionais de idade e sexo de acordo com dados obtidos junto ao IBGE e ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral). 

O Datafolha é um instituto independente de opinião, que pertence ao Grupo Folha e trabalha com pesquisas eleitorais e levantamento estatístico para o mercado. O instituto não atua para políticos ou governos.

 

Ariranha não é o primeiro caso

Entre os casos recentes que vêm sendo registrados pelo o instituto, a maioria deles parte de eleitores bolsonaristas. Em Belo Horizonte, houve a perseguição de uma entrevistadora por quatro homens, que a chamavam de comunista e esquerdista. Após sair correndo, ela caiu no chão e machucou seu joelho. Os homens tentavam pegar à força o tablet que registrava as respostas.

Um outro profissional foi empurrado em Goiânia, por um homem que se identificou bolsonarista e afirmava não querer o pesquisador do Datafolha na região.

Outro caso ocorreu no Rio Grande do Sul, um entrevistador foi levado à delegacia por um policial que se identificou como eleitor de Bolsonaro. Antes que chegassem a delegacia, o policial teria parado o carro e feito perguntas ao pesquisador, que foi solto em sequência e voltou a trabalhar, em outra região.


 

A nova pesquisa mantém a chance de Lula vencer o pleito no 1° turno; Ciro Gomes tem 7% e Simone Tebet 5%
por
Henrique Alexandre
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22/09/2022 - 12h

A nova rodada da pesquisa Datafolha, contratada pela TV Globo, divulgada nesta quinta-feira (22), mostra que o ex-presidente Lula (PT) se mantém na liderança isolada na disputa do Palácio do Planalto. O petista aparece com 47% das intenções de voto, ante 33% do atual presidente Jair Bolsonaro (PL). Uma diferença de 14%.

O candidato do PT subiu dois pontos em comparação à pesquisa de 15 de setembro. Lula vem lutando para conquistar o chamado voto útil de eleitores de Simone Tebet e Ciro Gomes. Há 10 dias das eleições, o cenário para Lula é extremamente favorável, pois o petista pode vencer o pleito já no primeiro turno, já que tem 50% dos votos úteis - aqueles que excluem votos brancos e nulos.

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Se por um lado, a pesquisa foi boa para Lula, para Bolsonaro foi péssima. O candidato do PL se manteve com 33% das intenções de votos e viu sua distancia para Lula aumentar para 14%, faltando um pouco mais de uma semana para o pleito. Bolsonaro usou sua visita ao velório da Rainha Elizabeth e seu discurso na ONU para tentar atrair mais votos, entretanto, segundo o que aponta o Datafolha, o atual presidente não conseguiu aumentar sua porcentagem. Ao que tudo indica, a margem de crescimento de Bolsonaro acabou. 

 

• Lula (PT): 47% (45% na pesquisa anterior, em 15 de setembro)

• Jair Bolsonaro (PL): 33% (33% na pesquisa anterior)

• Ciro Gomes (PDT): 7% (8% na pesquisa anterior)

• Simone Tebet (MDB): 5% (5% na pesquisa anterior)

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TERCEIRA VIA

Os candidatos Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) mantiveram seus dados eleitorais estáveis. Sem nenhum crescimento relevante, a candidatura dos dois candidatos pode ser presa fácil para Lula atrair o voto útil para vencer no primeiro. 

Ciro Gomes vem sendo extremamente criticado nas últimas semana pelos posicionamentos mais à direita. Críticas fortes ao PT e a participação no programa do Youtuber Monark foram duas das reclamações que o eleitorado fizeram ao ex-ministro. 

Simone Tebet, ao que tudo indica, bateu o seu teto de intenções de votos. A expectativa é de que a candidata do MDB consiga passar Ciro Gomes, o que seria um fato histórico para o partido da Senadora, que nunca esteve em 3° lugar em uma disputa para presidente.

 

2º TURNO
 

Em um cenário de 2° turno, Luiz Inácio Lula da Silva segue na dianteira com 54% das intenções de votos contra 35% de Jair Bolsonaro. Em relação à pesquisa anterior, Lula oscilou um ponto para cima, enquanto Jair Bolsonaro diminuiu um ponto.

• Lula (PT): 54% (54% na pesquisa anterior, de 15 de setembro)

• Bolsonaro (PL): 38% (38% na pesquisa anterior)

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A pesquisa ouviu 6.754 pessoas em 343 municípios entre os dias 20 e 22 de setembro. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. O levantamento foi registrado no TSE sob o número BR-04180/2022.

A disputa pelo Palácio dos Bandeirantes ainda tem Tarcísio de Freitas e Rodrigo Garcia empatados tecnicamente, dentro da margem de erro; Haddad vê sua pontuação descer, mas ainda mantém a liderança
por
Henrique Alexandre
|
22/09/2022 - 12h

Foi divulgada nesta quinta feira (22) mais uma pesquisa Datafolha para o governo de São Paulo.  Fernando Haddad (PT) segue na liderança das intenções de votos com 34%, uma descida de 2% em relação a pesquisa de 15 de setembro. Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Rodrigo Garcia (PSDB) vêm seus percentuais de votos se manterem estáveis. O candidato do Republicanos tem 23%, um aumento de 1 ponto percentual em relação a semana passada, e Rodrigo Garcia (PSDB), continuou com 19%. O quadro de quem vai para o segundo turno ainda é incerto

  • Fernando Haddad (PT): 34% (na pesquisa anterior, de 15/9, estava com 34%)
  • Tarcísio de Freitas (Republicanos): 23% (22% na pesquisa anterior)
  • Rodrigo Garcia(PSDB): 19% (19% na pesquisa anterior)
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TARCÍSIO DE FREITAS: RESPIRO ALIVIADO, MAS NÃO MUITO

O candidato de Bolsonaro mantêm a segunda colocação, segundo o Datafolha. A oscilação de um ponto para cima pode ser vista para Tarcísio como um alívio, pois Rodrigo Garcia não teve acréscimo e a distância se manteve dentro da margem de erro.

Porém, em entrevista à TV Vanguarda, ao ser perguntado sobre onde será o seu local de votação em São Paulo, o candidato do Republicanos não soube responder, em uma clara demonstração de desconhecimento sobre o território paulista. Essa escorregada de Tarcísio reforça a tática usada por seus oponentes ao dizerem que ele não é paulista e que não conhece o estado de São Paulo.

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A última semana de campanha será determinante para decidir se Tarcísio de Freitas vai ao 2° turno ou não - Imagem: BRUNO ESCOLASTICO/ESTADÃO CONTEÚDO

RODRIGO GARCIA: ESTABILIDADE PARA A CORRIDA FINAL

Se para Tarcísio, a nova pesquisa deve ser comemorada com cautela, para Rodrigo Garcia, é mais uma sobrevida. O candidato do PSDB viu sua porcentagem continuar no mesmo patamar e de ser adversário não crescer além da margem de erro. Portanto, Garcia tem a oportunidade de aperta o passo na semana que antecede as eleições e conquistar a sua vaga no segundo turno contra Fernando Haddad. 

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Garcia pode usar a máquina do estado para superar Tarcísio de Freitas - Imagem: Pablo Jacob/Divulgação/Flickr/RodrigoGarcia

SEGUNDO TURNO

 

A pesquisa Datafolha também mostrou cenários de 2° turno para o governo de São Paulo. Em uma eventual disputa entre Fernando Haddad e Tarcísio de Freitas, o petista aparece com 53% das intenções de votos, contra 38% do candidato de Republicanos. A diferença entre os candidatos agora está em 11% - na pesquisa de 15 de setembro era de 18%.

  • Fernando Haddad (PT): 49% (na pesquisa anterior, de 15/9, estava com 54%)
  • Tarcísio de Freitas (Republicanos): 38% (36% na pesquisa anterior)
  • Brancos e nulos: 9% (8% na pesquisa anterior)
  • Não sabe: 3% (2% na pesquisa anterior)
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Já em um cenário de 2° turno entre Fernando Haddad e Rodrigo Garcia, o candidato do PT segue na dianteira com 47% das intenções de votos, mas vê sua vantagem diminuir. O atual governador agora tem 41%, uma diferença de 6 pontos percentuais. 

 

  • Fernando Haddad (PT): 46% (na pesquisa anterior de 01/9, estava com 47%)
  • Rodrigo Garcia(PSDB): 41% (41% na pesquisa anterior)
  • Brancos e nulos: 11% (11% na pesquisa anterior)
  • Não sabe: 3% (3% na pesquisa anterior)
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O Datafolha 2.000 pessoas entre os dias 20 e 22 de setembro em 86 municípios paulistas. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, considerando um nível de confiança de 95%. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número SP-07041/2022

Grupos e influencers bolsonaristas têm alcance de 1 bilhão de visualizações em redes sociais
por
Artur dos Santos
Fernanda Querne
|
21/09/2022 - 12h

Grupos Bolsonaristas do Telegram são focos de desinformação e de formação de eleitores de Jair Bolsonaro. O app, ao início deste ano, tinha 42 milhões de usuários ativos no Brasil e, desde o início da corrida eleitoral, se tornou central na formação de parte do eleitorado brasileiro.

Os grupos variam desde canais oficiais de informação de deputados, senadores e mesmo do atual presidente, a grupos específicos para tratar da eleição e de ameaças esquerdistas no país.

Constantemente são enviadas listas com nomes de canais e de influencers bolsonaristas (as mesmas correntes foram observadas em grupos distintos apurados pela AGEMT), além dos grupos serem permeados por um fator que muitas vezes não é considerado na análise das eleições: a linguagem.

De simples trocadilhos pejorativos a menções de personagens de livros de fantasia, os grupos bolsonaristas no telegram constroem uma imagem com um “imaginário bolsonarista” popular entre pessoas neles presentes. O constante uso de termos como “presidente”, “Brasil”, “ascendendo”, “reeleição” e a ausência de menções a “economia” e “gestão”, por exemplo, ajudam a compor um imaginário compartilhado por essas pessoas.

Os principais sites bolsonaristas enviados em correntes dos grupos somam um alcance superior a 10 milhões de inscritos e 1 bilhão de visualizações no Youtube e a 6,8 milhões de seguidores no instagram - alguns dos quais seguidos pelo perfil oficial de Jair Bolsonaro.

Além de influenciadores, existem diversos portais de comunicação (como Revista Oeste, Brasil Paralelo e Foco do Brasil) que têm grande alcance, além de históricos de disseminação de fake news em anos recentes. A AGEMT fez o levantamento de alguns destes veículos.

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Logo do canal Foco do Brasil

Foco do Brasil - as notícias sobre o presidente da República, e o seu governo, e o nosso Brasil

Plataforma bolsonarista da qual o publicitário, Beto Viana, alega ter recebido R$1.100, não só para fingir apoio ao Jair Bolsonaro, mas também para perguntar sobre a entrevista do Henrique Mandetta  - ex-ministro da Saúde - veiculada no Fantástico. Em 13 de abril de 2020, a  resposta presidencial já programada menosprezava a mídia arqui-inimiga: “Eu não assisto à Globo” - afirmou o candidato do Partido Liberal (PL). 

Segundo Viana, “Anderson do Foco do Brasil” o contratou para questionar o líder do Executivo no cercadinho do Palácio da Alvorada. Nas mensagens de WhatsApp, expostas pelo publicitário na Folha de S. Paulo, o participante do site bolsonarista clamou por cautela e atos discretos para que Beto não fosse descoberto pelos jornalistas no Palácio. Até pediu para evitar a entrada da imprensa e só usar a de visitantes . 

De acordo com dados enviados do Ministério da Saúde à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, o governo Bolsonaro desviou verba pública - no mínimo R$ 44,2 mil -  para sites bolsonaristas disseminarem fake news, como a cloroquina ser eficaz para o tratamento de COVID-19 entre 2020 e 2021. Logo, exposto pelo The Intercept Brasil, o governo Bolsonaro beneficiou o Foco do Brasil com  R$9,3 mil. O alcance do site no Youtube é de 2,91 milhões de inscritos com mais de mil vídeos. O final da sua descrição na plataforma é : “O Foco do Brasil cresceu naturalmente e não recebe e nunca recebeu nenhum recurso financeiro de políticos, empresários ou quem quer que seja”. 

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Centésima edição da Revista Oeste

Revista OESTE: 

 

Site jornalístico de “pensamento liberal-conservador”  interligado à extrema-direita brasileira. Propaga a ideia de como as “hierarquias estabelecidas” - desigualdade entre as classes - fizeram prosperar a liberdade individual do empreendedor. A revista alega que os valores judaico-cristãos a representam, garantindo uma liberdade religiosa e de discurso, abrindo espaço à frase: “É só a minha opinião, cadê o meu direito de me expressar?”.  

As edições criticam como o Supremo Tribunal Federal (STF) age como uma ditadura para salvar a democracia, atacam ações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) , enaltecem o ministro da economia (Paulo Guedes), apoiam o armamento populacional e disseminam fake news como uma mentira rodeada por negacionismo que mencionava uma suposta ligação entre o Partido dos Trabalhadores (PT) e o Primeiro Comando da Capital (PCC) - facção criminosa brasileira. O TSE mandou excluir essa matéria quando Bolsonaro a repostou nas redes sociais. 

Com 13.108 inscritos no grupo no Telegram, 222 mil seguidores no Instagram, 62 mil no Facebook, 75,1 mil no Youtube e 494,5 mil no Twitter.  A OESTE possui um podcast - OESTECAST -, enfatizando os pensamentos das mulheres com o programa “AS LIBERAIS”.

pronto
Logo do Jornal da Cidade

Jornal da Cidade Online:

 

Jornal se diz consciente com a verdade, “doa a quem doer”. Na edição de setembro, a revista enalteceu o como uma onda verde e amarela perpetuou no dia da independência do Brasil. Entretanto, o DataFolha e a Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (IPEC), averiguaram a rejeição do candidato do atual presidente como, no mínimo, de cinquenta por cento. 

Seu vocabulário é marcado pelo uso do superlativo enaltecendo o conceito de hipérbole nas ações dos candidatos bolsonaristas. Em relação a Jair Bolsonaro, o site informativo escreve o como ele tem um “coração de Deus”, discursa brilhantemente e de forma impactante, além de ser um destaque midiático.

O jornal enaltece a “elegância da primeira-dama” e exalta o papel dela na campanha eleitoral do atual presidente - mirando os votos das mulheres. Em contraponto, distorcem a imagem da Janja - socióloga brasileira e  esposa do candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) - e tentam criar uma rivalidade feminina entre as companheiras dos candidatos. Portanto, não é surpreendente mencionar o como atacam o ex-presidente petista. As plataformas da Cidade Online o xingam e menosprezam, alimentando a polarização. Reanimam o pavor de um Brasil comunista com uma imprensa medíocre encabeçada pela “Globo Lixo”. 

O jornal tem 1.626.469 seguidores do Facebook, 406 mil no Twitter, 268 mil no Instagram e 728 mil inscritos no Youtube

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Logo oficial do Brasil Paralelo

Brasil Paralelo:

 

Canal de extrema direita neoliberal criado em 2016 que, atualmente, tem 3 milhões de inscritos e 292 milhões de visualizações no Youtube. Conta com séries que misturam entretenimento e política como o “Investigação Paralela”.

Uma das suas séries chegou a ser veiculada no canal de televisão estatal TV Escola - vinculada ao Ministério da Educação - e foi repudiada por telespectadores por conter “versões mentirosas e negacionistas da história”, segundo a regional São Paulo da Associação Nacional de História.

Entre abril e maio deste ano, gastou cerca de R$1,3 milhão em anúncios ganhando espaço dentro da lista dos 10 maiores anunciantes no Facebook e Instagram.