Declarações podem ser entregues por programa disponível no site da Receita Federal ou de forma online pelo e-CAC;
por
Marcelo Barbosa Prado Filho
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26/03/2025 - 12h

 

A Receita Federal liberou acesso à Declaração Anual do Imposto de Renda na segunda (17). Será possível realizar a entrega até às 23:59 do dia 30 de maio. 

A Declaração desempenha um papel fundamental na captação de recursos para que o Governo tenha controle sobre a arrecadação de dinheiro que financia serviços públicos.

Dentre as principais mudanças neste ano estão: 

  • A ampliação de isenção para rendimentos tributáveis 

O valor de rendimentos tributáveis anuais que obrigam a entrega da declaração subiu de R$ 30.639,90 para R$ 33.888,00.
 

  • A declaração obrigatória para mais situações envolvendo bens e investimentos no exterior  

  • Trusts e contratos estrangeiros: Quem possuía trusts ou contratos similares no exterior em 31 de dezembro de 2024 agora precisa declarar;

  • Regime de Transparência Fiscal: Quem optou por declarar bens e rendimentos de entidades controladas no exterior como se fossem pessoais precisa informar na declaração;

  • Atualização de imóveis a valor de mercado: Quem optou por atualizar o valor dos imóveis no Brasil conforme a lei de bens e imóveis no exterior deve declarar essa escolha.

  • Declaração pré-preenchida mais completa

A Receita Federal ampliou o cruzamento de dados disponíveis na declaração pré-preenchida. Neste ano, informações sobre criptoativos e transações imobiliárias também estarão incluídas. 

  • Mudanças no pagamento e parcelamento 

O imposto pode ser parcelado em até 8 vezes, mas agora o débito automático só pode ser ativado até 9 de maio para a primeira parcela. Depois disso, só vale a partir da segunda parcela. Débitos abaixo de R$ 10,00 não precisam ser pagos imediatamente e podem ser acumulados para exercícios futuros.

  • Autorização para terceiros com novas regras

É possível, neste ano, autorizar apenas uma pessoa física para acessar e transmitir a declaração, com validade de até seis meses.

Quem deve declarar Imposto de Renda? 

 

  • É obrigatório a declaração das seguintes pessoas:

  • Quem recebeu rendimentos tributáveis acima de R$ 33.888,00 em 2024. O valor é um pouco maior do que o da declaração do IR do ano passado (R$ 30.639,90) por conta da ampliação da faixa de isenção;

  • Contribuintes que receberam rendimentos isentos, não-tributáveis ou tributados exclusivamente na fonte, cuja soma tenha sido superior a R$ 200 mil no ano passado;

  • Quem obteve, em qualquer mês de 2024, ganho de capital na alienação de bens ou direitos, sujeito à incidência do imposto, ou realizou operações em bolsas de valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas cuja soma foi superior a R$ 40 mil, ou com apuração de ganhos líquidos sujeitas à incidência do imposto;

  • Quem teve isenção de imposto sobre o ganho de capital na venda de imóveis residenciais, seguido de aquisição de outro imóvel residencial no prazo de 180 dias;

  • Quem teve, em 2024, receita bruta em valor superior a R$ 169.440,00 em atividade rural;

  • Quem tinha, até 31 de dezembro de 2024, a posse ou a propriedade de bens ou direitos, inclusive terra nua, de valor total superior a R$ 800 mil;

  • Quem passou para a condição de residente no Brasil em qualquer mês e se encontrava nessa condição até 31 de dezembro de 2024;

  • Quem optou por declarar os bens, direitos e obrigações detidos por entidade controlada no exterior (ou seja, uma empresa ou organização no exterior que é controlada direta ou indiretamente por uma pessoa física ou jurídica residente no Brasil), como se fossem detidos diretamente pela pessoa física;

  • Quem possui a titularidade de trust e demais contratos regidos por lei estrangeira com características similares;

  • Quem atualizou bens imóveis pagando ganho de capital diferenciado (forma específica de tributação sobre o lucro obtido na venda de vens ou direitos) em dezembro/2024;

  • Quem auferiu rendimentos no exterior de aplicações financeiras e de lucros e dividendos;

  • Quem deseja atualizar bens no exterior.

 

Como calcular a parcela que deve ser declarada? 

 

Para fazer o cálculo é importante saber o que significam as seguintes informações: base de cálculo, alíquota e parcela a ser deduzida. Base de cálculo: São os rendimentos tributáveis do contribuinte. Isto é, são os valores recebidos como salários, aluguel, pensão, remuneração por trabalho, investimentos, bônus etc.

Alíquota: Trata-se da porcentagem cobrada em cima dos seus rendimentos. A alíquota do Imposto de Renda é progressiva: quanto mais você ganha, maior a alíquota. 

Parcela a deduzir: Valor subtraído de sua renda para o cálculo do imposto ser proporcional à sua faixa de ganho.

A Receita Federal fornece uma tabela progressiva com os valores mencionados. 

 

Fonte: Ministério da Fazenda 

 

Depois de somar todos os seus rendimentos tributáveis (salário, pensão, bônus) recebidos mensalmente, verifique em que faixa você se enquadra e faça o seguinte cálculo: Salário x Alíquota - Valor a deduzir do IR. 

Por exemplo: uma pessoa que recebe R $2.730,50, já descontado os valores do INSS, se enquadra na faixa de alíquota de 7,5% e deve pagar, anualmente, R $743,85 de imposto de renda. 

Cálculo: 2.730,50 x 7,5/100 - 142,80 = 61,9875 (esse é o valor mensal de imposto que deve ser pago, multiplique por 12 e você terá  R $743,85 que é o valor anual a ser pago). 

Se você é um profissional com registro em carteira, a empresa desconta o pagamento do IR mensalmente do seu salário, então caso o valor que você tenha em receita seja superior ao valor que deve ser pago, você será restituído, caso contrário, deve pagar a diferença.

 

Como declarar? 

 

O aplicativo “Meu Imposto de Renda” não está mais disponível para download em dispositivos móveis. Para quem deseja realizar a entrega dessa forma, é necessário baixar o aplicativo da Receita Federal. Pelo computador você pode realizar o download do programa de Declaração de Imposto de Renda no próprio site da Receita.  A entrega também pode ser feita de forma online pelo  serviço “Meu Imposto de Renda” no Centro Virtual de Atendimento da Receita (e-CAC). A declaração pré-preenchida estará disponível para os contribuintes a partir do dia 1º de abril. 

 

Quais são os documentos necessários?

 

Para declarar o Imposto de Renda corretamente, é essencial reunir documentos que comprovem rendimentos, bens, direitos, dívidas e pagamentos. Isso inclui informes financeiros, comprovantes de salários, pró-labore, lucros, aposentadorias, pensões, aluguéis, doações e heranças. Também são necessários o Livro Caixa, DARFs( Documento de Arrecadação de Receitas Federais) do Carnê-Leão e informes de programas fiscais como a Nota Fiscal Paulista. Para quem opera com renda variável, é indispensável o controle de compra e venda de ações, apuração mensal do imposto e DARFs correspondentes.  

No caso de bens e direitos, devem ser apresentados documentos de compra e venda de imóveis, matrícula, IPTU e comprovação de participação acionária. Informações sobre dívidas e ônus também precisam ser incluídas. Já os pagamentos e deduções devem ser comprovados por recibos de plano de saúde, despesas médicas e odontológicas, educação, previdência, doações e pagamentos a prestadores de serviços. Caso haja empregada doméstica registrada, é necessário o recibo com o número NIT, um código que permite que trabalhadores autônomos contribuam para o INSS.

Além disso, são exigidos dados pessoais e de dependentes, endereço atualizado, cópia da última declaração entregue, dados bancários e atividade profissional. Dependendo dos bens, podem ser solicitadas informações complementares, como inscrição municipal e registro em cartório para imóveis, Renavam(Registro Nacional de veículos automotores) para veículos e CNPJ da instituição financeira para contas e aplicações. Reunir tudo antecipadamente facilita a declaração e evita problemas com a Receita Federal.

                                                                   Prioridade na restituição 

O processo de restituição ocorre para que os colaboradores recebam valores pagos em excesso ao longo do ano para a Receita Federal. As prioridades no procedimento segue da seguinte forma: 

  • Idosos acima de 80 anos; 

  • Idosos entre 60 e 79 anos, deficicientes ou portadores de moléstia grave; 

  • Contribuintes que possuem como a maior fonte de renda o magistério;

  • Quem optou pela declaração pré-preenchida e/ou receber a restituição pelo pix.

  • Outros contribuintes

 

Dentro de cada grupo de prioridade, recebe primeiro quem entregar a declaração mais cedo. 

Calendário de restituição:

1° lote: 30 de maio

2° lote: 30 de junho

3° lote: 31 de julho

4° lote: 29 de agosto 

5° lote: 30 de setembro
 

Quem não declarar o imposto até o dia estabelecido, corre o risco de pagar multa que corresponde a 20% do imposto em pendência, tendo como valor mínimo de R$ 165,74.

O governo federal apresentou, na terça-feira (18), uma medida que determina a faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até 5 mil mensais. O texto ainda precisa passar por votação no Congresso Nacional e ainda propõe descontos para quem recebe entre R$ 5 mil e R$ 7 mil e taxação mínima para alta renda.  

As cobranças estão previstas para 2 de abril
por
Marcelo Barbosa Prado Filho
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10/03/2025 - 12h

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recuou mais uma vez. Nessa última quinta-feira (06), o  mandatário adiou, para 2 de abril, o tarifaço de 25% sobre importações do México e Canadá que entrou em vigor nesta mesma semana (04).

Segundo Trump, os importadores norte-americanos não precisarão pagar tarifas sobre nenhum produto que se enquadre no USMCA, um acordo de livre comércio entre EUA, México e Canadá negociado em seu primeiro mandato.

O tratado abrange uma gama extensa de produtos e serviços. Entre eles, produtos agrícolas, manufaturados e de tecnologia.

Na rede social Truth Social, Trump justificou a decisão afirmando que o México tem “trabalhado duro” para garantir a segurança na fronteira: "Nosso relacionamento tem sido muito bom e estamos trabalhando duro, juntos, na fronteira, tanto em termos de impedir que estrangeiros ilegais entrem nos EUA quanto, da mesma forma, impedir o fentanil".

O tarifaço aos países é uma retaliação de Trump que julga que ambos não fazem o suficiente para conter a entrada de  imigrantes e do fentanil - uma espécie de analgésico mais forte que morfina e heroína e que a dependência é um problema de saúde pública nos EUA.

Sobre o Canadá, Trump escreveu na noite de quarta-feira que conversou com o primeiro-ministro do país, Justin Trudeau, mas não está "convencido" de que o governo canadense atuou o suficiente para resolver os problemas de entrada de fentanil e de imigrantes ilegais nos EUA.

Trump confirmou em 10% a elevação na taxa de cobranças contra a China e elevou a alíquota total de taxas para produtos chineses a 20% neste mandato.


Na mira de Donald Trump:

Apesar de não ter sido taxado diretamente, o Brasil pode sofrer com a imposição geral  de 25% para importações de aço e alumínio, que deve entrar em vigor no dia 12 de março.

Segundo dados do Governo Federal, em 2023, os EUA compraram 18% de todas as exportações brasileiras de ferro fundido, ferro ou aço. Em 2024 o país foi o segundo maior fornecedor de aço para os EUA, em volume, de acordo com dados do Departamento de Comércio americano, atrás apenas do Canadá.

Além da taxa geral para esses produtos, Donald Trump também prometeu uma taxa recíproca a países que cobram dos EUA, citando o Brasil: "Em média, a União Europeia, China, Brasil, Índia, México, Canadá e inúmeras outras nações nos cobram tarifas muito mais altas do que cobramos deles, o que é extremamente injusto", disse Trump, em longo discurso no Congresso dos EUA, na terça-feira (4).”

Além de ferro e aço, o petróleo e o café são as principais exportações do Brasil para os estadunidenses.


Imagens: Agência Brasil

Medida irá impactar benefícios que excedem limite constitucional recebidos pelos “funcionários de elite
por
Marcelo Barbosa
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06/12/2024 - 12h

 

O Governo enviou na segunda-feira (02), ao Congresso Nacional, a PEC que detalha uma série de medidas para conter os gastos das contas públicas. O intuito é gerar uma economia de mais de 300 bilhões até 2030.

A proposta visa alterações essenciais para aumentar a arrecadação e manter os limites do Arcabouço Fiscal. Uma das mudanças apresentadas está na redução dos chamados “supersalários” de servidores públicos.
 

Salário e adicionais no serviço público: regras e limites na teoria

Os servidores públicos têm um teto salarial estabelecido em R$44.008,52 mensais, além dos benefícios e adicionais, desde que observadas as regras específicas de cada caso.

O auxílio-moradia, por exemplo, é restrito a situações em que não haja imóvel funcional (cedido pela União para o funcionário público) disponível na localidade; o agente não more com outra pessoa que já ocupe um imóvel funcional ou receba o benefício; ou quando o servidor não possua residência própria na região.

Já o adicional de férias não pode superar um terço da remuneração e deve ser limitado a períodos de até 30 dias por exercício. Da mesma forma, as férias não aproveitadas só podem ser pagas em casos de demissão, aposentadoria ou falecimento, respeitando o limite de 30 dias por exercício.

Entre os auxílios mais comuns no cotidiano do servidor, o auxílio-alimentação tem seu valor máximo fixado em até 3% do teto salarial, o mesmo limite aplicado ao auxílio-transporte. Para filhos ou dependentes de até cinco anos, o auxílio-creche também é regulamentado, com um valor que não deve exceder 3% do teto por dependente.

Além disso, benefícios como o 13º salário, adicional noturno, remuneração por serviços extraordinários e aviso prévio proporcional ao tempo de serviço estão garantidos. Em ambientes de trabalho insalubres, o adicional de insalubridade é assegurado. Ressarcimentos relacionados ao exercício da função, como indenizações pelo uso de veículo próprio em serviço, são limitados a 7% do teto. Também está previsto o reembolso de mensalidades de planos de saúde, que pode chegar a até 5% do teto.

O salário-mínimo do trabalhador médio está em R$1.412 e, com as projeções do PIB para 2025, a previsão é de que chegue em R$ 1.525,00.  Professores, por exemplo, têm, em média, um salário de RS 4.250,00 reais, constatou o Glassdoor, uma plataforma online sobre o mercado de trabalho.  

No entanto, apesar do teto estabelecido ser de R$ 44.008,52 mensais, há diversas exceções e valores extras aos chamados “funcionários de elite”,  responsáveis por atuar em áreas específicas do setor público, como segurança, diplomacia e finanças, e que causam um rombo de até 3,9 bilhões de reais aos cofres públicos, de acordo com um estudo do CLP (Centro de Liderança Pública). 

 

Equipe econômica do governo Lula.
Projeto que pretende acabar com supersalarios enfrenta resistência de militares. Foto: Agência Brasil

Segundo dados do Tribunal de Contas da União (TCU), os salários dos militares reformados custam 16 vezes mais aos cofres públicos do que os aposentados do INSS. O gasto por pessoa com os militares foi de R$ 158,8 mil, enquanto o dos servidores públicos foi de R$ 69 mil e o dos aposentados do INSS foi de R$ 9.400.

A respeito do corte nos supersalários, a economista Cristina Helena Pinto de Mello pontua sobre o forte apelo público da proposta “Quando a gente pega o gasto do Governo com salários de toda a administração pública, incluindo o legislativo e o judiciário, que estão dentro dessa folha de pagamento, essa é uma das maiores despesas”, comenta, mas ressalta que os gastos com juros ainda ultrapassa o valor gasto com supersalários. 

Na segunda-feira (02) o presidente Lula se reuniu com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, outros três ministros do Palácio do Planalto e líderes do Congresso para discutir o tema. 

No caso da aposentadoria dos militares, a resistência das forças armadas fizeram com que o Ministério da Fazenda recuasse e retirasse, temporariamente, a regra da PEC. Entre os pontos do texto que seriam debatidos, estavam o fim da chamada "morte fictícia", que assegura pensão a militares expulsos ou excluídos das Forças Armadas e uma uma transição mais longa para a adoção da idade mínima de 55 anos para a aposentadoria dos militares (o projeto apresentado pela equipe econômica sugere ampliação de 50 para 55 anos). A ideia é implementar uma regra progressiva, permitindo que a exigência de 55 anos seja atingida apenas em 2030.

O Congresso tem apenas três semanas de atividades antes do recesso para apreciar essas medidas, além de outras propostas relevantes, como o projeto que finaliza a reforma tributária e a Lei de Diretrizes Orçamentárias.

Entenda proposta de corte de gastos de R$ 70 bilhões anunciado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad
por
Beatriz Alencar
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03/12/2024 - 12h

O texto do novo pacote de gastos e aumento da isenção do Imposto de Renda foi anunciado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na última quinta-feira (28), e movimentou opiniões dentro do setor econômico e social, com dólar batendo o valor histórico de R$ 6,11.

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Ministro da Fazenda Fernando Haddad | Foto: Reprodução/Transmissão Ministério da Fazenda

Mas qual de fato é o objetivo desta pauta que demorou semanas para ser anunciada e o quê isso tem a ver com o salário mínimo e arcabouço fiscal?

Basicamente, a ideia de Haddad de fazer um pacote fiscal agora é tentar cortar R$ 70 bilhões para ajustar a explosão dos gastos públicos projetados para os próximos anos e garantir a sustentação do arcabouço fiscal, medida que tem como objetivo o equilíbrio entre arrecadação e despesas do governo, aprovada no ano passado. 

A primeira mudança citada pelo ministro para cumprir essas metas foi o reajuste no salário mínimo com a adequação aos limites do arcabouço fiscal e inflação, o que significa um ganho real entre 0,6% e 2,5%. Atualmente para o reajuste de salário, o Governo considera a inflação e o Produto Interno Bruto (PIB) do país . 

De acordo com o Economista e pesquisador Emerson Braz, o abono salarial e o teto do reajuste do salário-mínimo são medidas que representam direitos dos trabalhadores que hoje possuem menor representatividade no Congresso Nacional:“ [Isso] faz com que sejam medidas que não sofram ajustes significativos em seus textos na fase de aprovação”.

Braz acrescenta que esse reajuste pode ser uma perda de ganhos reais para os trabalhadores: “Imaginando um cenário em que o PIB possa estar estagnado e o arcabouço apertado, o salário-mínimo (SM) poderá não ter alterações e afetar a economia”, explica. O que pode gerar um problema considerável na desigualdade social ou na superação da pobreza. 

Com o novo pacote, o abono salarial, que é um benefício concedido uma vez por ano ao trabalhador que recebe até dois salários mínimos (R$2.824,00), seria limitado para quem recebe até R$2.640,00 e corrigido pelo INPC - Índice Nacional de Preços ao Consumidor. A medida, ao longo dos anos, irá reduzir a parcela beneficiada, já que o salário cairá gradualmente para um salário mínimo e meio por mês. 

Outra mudança que causou grande movimentação de opiniões foi a medida sobre o Imposto de Renda. Hoje, aqueles que ganham até R$ 2259,20 por mês não pagam imposto. A nova proposta prevê que a isenção será estendida para quem ganha até R$ 5 mil. Só essa alteração deve gerar um impacto de R$ 35 bilhões por ano nas contas da União.

“Essa é uma medida muito interessante e necessária. Pessoas que ganham até R$ 5 mil consomem a maior parte da sua renda e, ao sofrerem menos tributação, terão como destinar maior parte para o consumo, mantendo a economia aquecida”, argumenta o economista.

Como uma forma de cobrir essa isenção, o governo pretende aumentar a tributação para os rendimentos acima de R$50 mil e R$ 1 milhão mensais, como a forma “mais justa” de compensar a queda de arrecadação com a nova faixa de isenção, de acordo com Haddad.

“A alteração na alíquota do IR não deve ser vista apenas com o objetivo de equidade de renda, mas como um instrumento de manter a demanda (de mercado) aquecida”, acrescenta Braz.

O pacote também prevê a reforma das emendas parlamentares, que limita o crescimento das emendas impositivas ao arcabouço fiscal, estabelecendo um teto para o aumento das despesas parlamentares. Além disso, 50% dos recursos das emendas de comissão deverão ser destinados ao Sistema Único de Saúde (SUS).

Equipe Econômica, pacote fiscal - Esther Dwek, Fernando Haddad, Simone Tebet, Rui Costa e Alexandre Padilha | Reprodução/Foto: Diogo Zacarias/Ministério da Fazenda

Equipe Econômica, pacote fiscal - Esther Dwek, Fernando Haddad, Simone Tebet, Rui Costa e Alexandre Padilha | Reprodução/Foto: Diogo Zacarias/Ministério da Fazenda

O texto apresentado pela equipe econômica também propõe mudanças na aposentadoria de militares. A medida sugere uma padronização da contribuição dos militares ao Fundo de Saúde e o fim da chamada “morte fictícia”, que garante uma espécie de pensão vitalícia para a família de um militar que foi expulso das forças, na mesma condição de falecimento do servidor. 

Alterações nos benefícios sociais como o Bolsa Família, Benefício de Prestação Continuada (BPC), também foram citadas no texto. Agora, passarão a ter mais regulações, como comprovação por biometria do beneficiado.

“O fato é que a comunicação do Governo para anunciar medidas de austeridade e controle das contas públicas junto com a medida de isenção do IR tornou o cenário caótico”, comenta o economista.

Após um mês de reuniões e tratativas, o presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco, explicou que o debate do pacote fiscal será prioridade nas próximas semanas, antes do recesso de fim de ano no Senado. A proposta ainda pode sofrer mudanças nas aplicações ou exclusões de medidas.

Brasil passa por um momento decisivo entre mudanças para arrecadamento e corte de gastos
por
Maria Eduarda dos Anjos
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19/11/2024 - 12h

A penúltima reunião do ano do Copom (Comitê de Política Monetária) aconteceu semana passada e sua ata, publicada no dia 12, apresenta a decisão unânime de elevar a Selic (Sistema Especial de Liquidação e Custódia) a 0,5 pontos percentuais, levando a taxa de juros básico do país de 10,75% para 11,25%. 

Esse aumento vem como medida para, principalmente, conter a inflação, produto do balanço negativo entre os ganhos e gastos do Estado brasileiro, além de responder de forma defensiva à recente eleição de Donald Trump.

Primeiro, é importante entender o que o COPOM, SELIC, juros básicos e inflação significam na vida do brasileiro. O Copom é um grupo composto pelo presidente do Banco Central (BC) e seus diretores que, a cada 45 dias, decidem a taxa básica de juros da economia, a Selic. 

A taxa básica é a principal forma do BC tentar conter a inflação econômica. Na balança, são ponderados o estado das contas públicas, a situação internacional política e monetária, estado da inflação, movimentação do mercado de trabalho entre outros fatores, tudo para assegurar que o reajuste do juros contenha a inflação, não desvalorize o real perante outras moedas e não diminua o poder de compra da população. 

Uma das razões para o aumento da Selic é a diferença entre o gasto e o arrecadamento público de R$7,3 bilhões até setembro de 2024. Para exterminar esse déficit primário, o BC sobe o juros básico, ou seja, a promessa de valorização de seus ativos, e vende tais ativos aos bancos. 

Dessa forma, o Banco Central consegue caixa de forma mais imediata e oferece a promessa de lucro futuro para os bancos. O problema é que esse ciclo se repete e cria uma bola-de-neve. 

A economista e professora da PUC SP, Cristina Helena, explica que “o governo pega dinheiro emprestado todo mês para cobrir o déficit, que não conta com o valor dos juros dos demais empréstimos que já pegou, mas que precisa quitar simultaneamente”. O juros aumenta para pagar,também, o que já foi criado no passado pela mesma barganha que se repete.“ A conta da dívida tá fora do resultado primário, aí o montante a ser pago não para de crescer”. 

Essa medida para maior arrecadação vem junto com o pacote de corte de gastos públicos, que será anunciado por Fernando Haddad depois da reunião do G20. Representantes das pastas de Saúde, Educação, Previdência, Trabalho e Desenvolvimento Social foram chamados para discutir as reduções, já que detém a maior parte de recursos federais. 

Quando o assunto extrapola o doméstico, a eleição de Donald Trump é um fator central. O presidente já anunciou que pretende impor uma tarifa de 10% ou mais sobre todo produto importado do país, uma medida protecionista para privilegiar o mercado interno.

 

Donald Trump em sua campanha para presidência em 2024. Foto: reprodução/NYT
Donald Trump em sua campanha para presidência em 2024. Foto: reprodução/NYT

 Enquanto o aumento da Selic pode ajudar a manter o valor do Real no mercado internacional, a negociação tende ao soft power. “ O Brasil e os Estados Unidos são bons parceiros comerciais um ao outro, mas o Trump não quer só um bom parceiro comercial, ele também pede por um aliado que não seja mercado para a China, por exemplo. A América Latina vêm se beneficiando de compras mais baratas de produtos chineses e venda de minérios mais barato”, explica Cristina. 

Apesar de haver um plano de metas pelo qual a política monetária deveria se guiar, as medidas atuais de arrecadação precisam ser redesenhadas pela sua falta de efetividade, avalia a economista.Até o fim do ano,é previsto o aumento de mais 0,25 pontos para o juros básico, isso reverbera diferentemente entre compradores de títulos do governo e a população média: “ Meio ponto percentual é pouco do ponto de vista de contenção inflacionária e é muito para as famílias, e isso vira uma taxa enorme nos cartões de crédito e cheque especial”.

Embora Brasil e Argentina sejam países vizinhos, os sistemas bancários não são integrados e operações são feitas em dólar, diz economista
por
Luiza Fernandes, Julia Takahashi e Laura Mariano
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28/04/2023 - 12h

Ao subir a Esplanada dos Ministérios pela terceira vez, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez com que Brasil e Argentina retomassem os laços no comércio e na diplomacia. Na primeira oportunidade, os dois presidentes assinaram uma medida de cooperação internacional para o desenvolvimento da saúde, tecnologia e economia entre os dois países. A retomada da parceria reacendeu uma discussão que já era antiga: a possibilidade de uma moeda única. 

Alberto Fernández foi o primeiro chefe de Estado a visitar Lula após a vitória. Logo em janeiro, o presidente brasileiro fez sua primeira viagem internacional depois de empossado, indo ao país vizinho. Lula explicou, no encontro, que o objetivo dessa moeda não seria substituir o peso e nem o real, mas, sim, diminuir a dependência do dólar em transações de comércio exterior.  

Segundo Rafael Biachini, professor de direito da FGV e doutor em direito comercial pela USP, a motivação da unificação é alterar a forma como acontece o comércio internacional hoje. 

“Mesmo que o Brasil e a Argentina sejam países vizinhos, os nossos sistemas bancários não são integrados e por isso usa-se o do mercado norte-americano. Se um importador argentino precisa fazer compra de um exportador brasileiro, ele vai efetuar essa transação em dólar, em bancos americanos”, afirma Bianchinni. 

A vantagem natural desse processo é que ele fortaleceria diretamente o comércio entre os dois países, como explica o professor:  

 “A grande questão é que fazer transações cambiais encarece o comércio internacional, então, muitas vezes os países deixam de fazer comércio pelo preço que isso representaria. Isso é especialmente prejudicial para pequenos empresários, exportadores e pessoas físicas, portanto, uma moeda única fortaleceria muito o comércio”. 

Experiências com moedas semelhantes a essa já existem. Todas elas são de países parceiros que buscam unificar as moedas para fortalecer o comércio. O continente africano, por exemplo, tem duas moedas unificadas. Uma delas é o Franco CFA, utilizada por um bloco de oito países: Guiné-Bissau, Benin, Burkina Fas, Costa do Marfim, Mali, Níger, Senegal e Togo. A outra moeda também é chamada Franco CFA, porém é adotada por um bloco composto por outras seis nações: Gabão, Chade, República do Congo, República Centro-Africana, Guiné Equatorial e Camarões. 

A moção trabalhada hoje, principalmente por parte dos argentinos, é sobre uma moeda única que poderia ser utilizada no dia a dia de brasileiros e argentinos. O empecilho está na fragilidade das duas economias, especialmente da argentina. 

“Para pensar nos obstáculos dessa proposta podemos pensar em como se deu a consolidação do euro”, diz Bianchini. “Para que ele existisse, houve uma série de pré-requisitos entre os países que colocavam restrições relacionadas à inflação e taxa de juros. No cenário Brasil e Argentina isso se complica, por que os dois países não preenchem esses requisitos. As diferenças de inflação seriam muito determinantes. 

Proposta não ganha força 

 O projeto de uma moeda única entre as nações, que substitua o real e o peso, não existe, afirmou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ainda em janeiro. Num evento com empresários dos dois países em Buenos Aires, o ministro declarou que a única coisa que está em estudo é a viabilidade de uma moeda digital comum que seria usada apenas em trocas comerciais, para reduzir a dependência em relação ao dólar. 

“Recebemos dos nossos presidentes uma incumbência de não adotar uma ideia que era do governo anterior, que não foi levada a cabo, da moeda única. O meu antecessor, Paulo Guedes, defendia muito uma moeda única entre Brasil e Argentina. Não é disso que estamos falando. Isso gerou uma enorme confusão, inclusive na imprensa brasileira e internacional", declarou Haddad. 

De acordo com o ministro, a moeda comum ainda será discutida por um grupo de trabalho, ao longo dos anos do governo. Para Haddad, a ideia dinamizaria o comércio entre os países latino-americanos de forma melhor que outros instrumentos usados no passado, como o Convênio de Pagamento e Créditos Recíprocos (CCR), uma espécie de câmara de compensação entre os países do continente, abolidas pelo Brasil em 2019”,“Trata-se de avançarmos nos instrumentos previstos e que não funcionaram a contento, nem pagamento em moeda local e nem os CCRs dão hoje uma garantia de que podemos avançar no comércio da maneira como pretendem os presidentes”, esclareceu Haddad. 

Projeto de lei prevê aplicação de multa a empresas que pagarem remunerações desiguais a homens e mulheres na mesma função
por
Bárbara More
Larissa Isabella
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27/04/2023 - 12h

O Poder Executivo criou, em março, o Projeto de Lei (PL) 1.085/23, que garante o pagamento pelo empregador de salários iguais para homens e mulheres que exercem a mesma função. O PL foi assinado pela ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, e pelo ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho.  

Como consequência do não cumprimento do decreto, está prevista uma multa equivalente a dez vezes o maior salário pago pela empresa, elevada em 100% se houver reincidência na desigualdade salarial entre gêneros. O empregador ainda poderá estar sujeito ao pagamento de indenização por danos morais à parte prejudicada. O projeto segue em análise na Câmara dos Deputados. 

A deputada Sâmia Bomfim, do PSol-SP, já havia proposto o PL 111/23, pedindo a obrigatoriedade da equiparação salarial para funções ou cargos idênticos. Além dele, tramita na Câmara o PL 1.558/21, apresentado pelo ex-deputado Marçal Filho para ampliar a multa. O projeto chegou a ser aprovado, mas foi devolvido ao Congresso Nacional em 2021 pelo então presidente Jair Bolsonaro. 

A professora de economia Camila Kimie Ugino, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), , prevê que o projeto cause um impacto significativo. “Superimportante, porque a gente tem um quadro histórico no Brasil de diversas condicionalidades ruins para as mulheres. No geral, as mulheres ganham 21% a menos que os homens.” 

Segundo dados do IBGE, o Brasil contava em dezembro de 2022 com 89,6 milhões de mulheres com 14 anos ou mais, das quais 47,9 milhões faziam parte da força de trabalho. Ao analisar cada setor trabalhista, a maior diferença salarial está no campo da educação, saúde e serviços sociais. Nele, as funcionárias representavam 75% dos ocupados e ganhavam 32% a menos que os homens. A menor desigualdade estava no setor de administração pública, onde elas eram 40% dos ocupados e recebiam 15% a menos. Não é colocado como probabilidade a diminuição de mulheres nestes cargos. Portanto, este seria um dos recortes que teriam a maior ampliação de salários, levanta Ugino. 

“Apesar de ter bastante mulheres, a diferença é maior e eu tenho impressão de que as mulheres vão continuar sendo a maioria nesses segmentos, educação, saúde e serviços sociais, porque as mudanças não acontecem imediatamente, não é a questão salarial. A grande vantagem é que essa diferença enorme tende a diminuir.” 

Além da principal diferença citada no PL, Ugino  aponta outras formas de desigualdade enfrentadas pelas mulheres.  

“A participação das mulheres no mercado de trabalho é mais precária em relação aos homens. No geral, são as mulheres que perdem primeiro o emprego, por justamente estarem em posições majoritariamente de empregos informais. Por exemplo, as trabalhadoras domésticas, na grande maioria, são mulheres. Essa iniciativa do projeto de lei que foi proposto agora é importante.” 

No Brasil, os direitos trabalhistas dos empregados domésticos demoraram a ser implementados. Em 2013, a Proposta à Emenda Constitucional n.º 66, conhecida popularmente como PEC das Domésticas, foi instituída na Constituição. Entretanto, assim como é o caso da proposta de lei da igualdade salarial, demorou para ir à votação. Dois anos antes, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) já havia salientando a necessidade de pensar nos direitos trabalhistas deste grupo.  

A paridade salarial entre homens e mulheres é lei em 97 países, mas ainda está enfrentando um longo processo para sair do papel no Brasil e evoluir de um projeto para algo concreto.  

“As mulheres cada vez mais ocupam o mercado de trabalho. Não necessariamente conseguem chegar ao topo nos cargos de confiança ou públicos. É uma dificuldade enorme, porque, em um projeto de lei como esse, quais serão as parlamentares que vão defender as mulheres nesse processo lá na Câmara? É um imenso atraso esse projeto de lei vir agora. Esses projetos são uma tentativa de reparação histórica”,  ressalta a economista. 

Dentre as principais dificuldades enfrentadas para a aprovação da lei, está a iniciativa privada. Segundo Ugino, é comum os empresários não enxergarem essa realidade como um problema. 

“Isso é muito clássico no mundo. Deixa o Estado pagar, porque isso não é devido a mim. Sabemos que isso tem que recair sobre os empresários, a iniciativa privada. Eles vão usufruir da exploração do trabalho, então têm que custear também. É um projeto de lei que provavelmente terá um conjunto de reclamações dos empresários. É o custo necessário que temos que provocar na sociedade.” 

A Constituição Federal já proíbe a diferença de salários por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil. Está previsto pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) que o juiz poderá determinar uma multa no valor de 50% do limite máximo dos benefícios do RGPS (Regime Geral de Previdência Social), a cargo do INSS (Instituto Nacional de Seguro Social) no caso de discriminação.   

Incertezas 

Mesmo com a aprovação da lei, algumas incertezas ainda restarão sobre a sua efetividade. O projeto prevê que o descumprimento gere prejuízos aos empregadores, de modo a forçá-los ao pagamento correto entre os funcionários de igual competência. 

A economista levanta a necessidade da união de outros órgãos, além da criação de documentos oficiais para o apoio da cobrança sobre os empresários. Um dos pontos do projeto é o de um portal da transparência em empresas com mais de 20 funcionários. 

“Fica muito difícil garantir que a lei tenha efetividade na sociedade e seja cumprida. Para isso, é importante que, além do próprio projeto de lei, haja uma institucionalização da fiscalização das medidas pelo Ministério do Trabalho”. 

Sem que homens e mulheres de mesmo cargo   ganhem salários equiparados, se torna difícil as trabalhadoras lutarem por si só. A professora relata que já foi afetada pela desigualdade salarial ao descobrir que ganhava menos do que um colega.  

“Eu lembro que, quando fui trabalhar no Citibank, em 2006, eu e o rapaz que entrou comigo no mesmo dia fizemos a entrevista praticamente na mesma época e tínhamos o mesmo cargo, a mesma qualificação, e ele ganhava a mais. É frustrante, é dolorido, porque como você recorre a esse tipo de situação? Individualmente você não faz isso”. 

Levantamentos mostram que o consumidor está mais preocupado com a origem dos produtos e seus impactos no meio ambiente
por
Aline Freitas
Luan Leão
Tábata Santos
|
27/04/2023 - 12h

Você já parou para pensar o caminho que um produto de cosmético ou higiene pessoal percorre até chegar a sua casa ? No final de 2020, uma pesquisa do Boston Consulting Group, que oiviu três mil pessoas de oito países (África do Sul, Brasil, China, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia e Reino Unido), mostrou que, para 93% dos brasileiros, as questões relacionadas ao meio ambiente têm o mesmo peso ou são ainda mais preocupantes do que questões relacionadas à saúde - nos demais países a média do índice ficou em 76%.

No geral, 70% dos entrevistados disseram estar mais conscientes do impacto da atividade humana no meio ambiente. O levantamento constatou ainda que 95% dos brasileiros entrevistados esperam maior comprometimento ambiental das grandes empresas.

Em dezembro de 2022, o Senado Federal aprovou o projeto de lei 70/2014, que tratava sobre os testes feitos em animais pela indústria de cosmeticos no Brasil. O texto aprovado tem como base o trabalho do grupo Humane Society International (HSI), que desde 2012 lidera a campanha "Liberte-se da Crueldade" junto com a ONG Te Protejo.

Letícia Nóbrega, 21, é dona da Argile-se, uma marca de cosméticos naturais que surgiu em maio de 2020, durante a pandemia. A empresária afirma que criou a marca como uma alternativa aos cosméticos convencionais, das grandes empresas. "Esses cosméticos possuem sulfatos, derivados de petróleo e de origem animal na sua composição que prejudicam tanto a nossa pele quanto o meio ambiente", diz. 

Letícia Nobrega
Letícia Nobrega, dona da Argile-se. Fonte: Divulgação/ Argile-se

Além disso, a empreendedora conta que a acessibilidade também foi uma preocupação na hora de pensar nos produtos. "Nosso foco principal sempre foi democratizar e conscientizar sobre o quão bons os produtos naturais podem ser para tudo: sua pele, seu bolso e para o meio ambiente", afirma. 

Não há um recorte específico sobre a comercialização de cosméticos naturais no Brasil, mas o levantamento mais recente realizado pelo Instituto Nielsen em 2021 estima que o mercado de produtos "verdes" (aqueles que são livres de parabenos, sulfatos, ftalatos, corantes e fragrâncias artificiais, e mais 600 ingredientes) movimentaram US$406 milhões nos Estados Unidos. 

Com o apelo cada vez maior das pessoas por produtos de menor impacto no meio ambiente, a pesquisa Natural Personal Care, realizada pela consultoria Factor Kline em 2020, calculou que o mercado de cosméticos naturais no Brasil deve chegar até 17 bilhões em 2025. Outro relatório da Grand View Research estima que até 2025, o mercado internacional de cosméticos veganos vai movimentar US$ 20,8 bilhões. 

A Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abipehc) não possui dados recentes sobre o mercado "Green Beauty" no Brasil, e apesar de o último levantamento referente a 2021 mostrar um recuo de 2,8% nas vendas do segmento de beleza, a associação identifica uma mudança no comportamento dos consumidores com relação a cosméticos naturais. "A forma como as pessoas buscam os produtos para uso pessoal e autocuidado está mudando e há um aumento do engajamento nas escolhas que priorizam a saúde do corpo e do planeta", afirma a Abipehc em nota.

Cosméticos naturais
Produtos Argile-se. Fonte: Divulgação/ Argile-se

Em um primeiro momento, Nóbrega era a responsável pela fabricação dos cosméticos, já que seu objetivo era testar diferentes fórmulas até chegar em um resultado que considerava ideal. “A fórmula foi realmente estudada e testada. Comecei a estudar muitos artigos em inglês sobre as propriedades de cada ingrediente e o que cada um faz, até chegar no que temos hoje”, relata. “Depois de um tempo, eu não estava mais dando conta, então decidi terceirizar, tendo uma validade e qualidade a mais para os produtos – além de ter a regulamentação da Anvisa, que é muito importante", conta a empresária.  

O selo do órgão foi o principal desafio que a marca enfrentou até hoje, diz Nóbrega. "O processo para profissionalizar durou cerca de oito meses. Foi bem demorado. Foram muitos testes até chegar ao resultado final e ser aprovado pela Anvisa." 

Atualmente, a marca funciona no e-commerce e possui os selos de vegano, cruelty free e eureciclo, todos adquiridos através da indústria que fornece os insumos. Ainda segundo a proprietária, após investimentos para profissionalização, os projetos agora são para a expansão do negócio.

Empreendedores autônomos geram renda e ajudam a promover bem estar de suas comunidades
por
Lucas Gomes
Matheus Marcolino
|
06/06/2023 - 12h

O ônibus para no início da avenida principal da Cohab Juscelino Kubitschek, bairro do extremo leste da cidade de São Paulo. Em frente ao ponto de ônibus fica um posto da GCM (Guarda Civil Metropolitana) e uma praça, lotada de equipamentos de ginástica e brinquedos para as crianças. Ao fundo, é possível avistar a entrada de uma rua.

Com perfil residencial, a rua estreita é parecida com muitas outras da periferia paulistana. Vários botecos, uma pequena vendinha, prédios do antigo conjunto habitacional, e diversas casas - algumas com cachorros latindo no portão. Há uma casa de esquina, no fim da rua, cujo portão está entreaberto. Ela parece estar escondida em meio à simplicidade do local. 

Colado no portão, há um cartaz marrom com um horário de funcionamento: das 10h às 17h, de segunda a sexta-feira. Acima, colorido em azul e vermelho, um banner indica o nome do lugar: “Bazar Emanuel”. A entrada estreita dá acesso à garagem da casa. A primeira impressão é de surpresa com a quantidade de peças de roupa dispostas naqueles poucos metros quadrados; cabides e pilhas dispõem as peças, majoritariamente femininas. Há um balcão, no fundo da garagem; é lá que fica Ana Rosa, a dona do brechó.

Brechó
Entrada do Bazar Emanuel, na Cohab Juscelino Kubitschek. Foto: Matheus Marcolino.

O brechó

Ana demonstra sua timidez, mas não deixa de adotar um olhar de seriedade. Ela conta que comanda o negócio há cerca de um ano e meio, quando decidiu deixar seu trabalho, num hipermercado, após meses afastada por um motivo incomum: uma lesão no pé. “Lá, todos trabalhavam de bota. Como eu machuquei meu pé, não conseguia calçar a bota, e não me deixaram trabalhar de chinelo. Fui afastada e fiquei quatro meses recebendo pelo INSS”, relembra. Com dificuldades financeiras durante esse período, recebeu doações de roupas e decidiu abrir um brechó em sua garagem. Quando foi liberada para retornar ao trabalho, pediu as contas. “Naquele momento, estava faturando [com o brechó] o dobro do que ganhava no hipermercado. Hoje, faturo três vezes mais”.

Ana
Ana Rosa, dona do Bazar Emanuel. Foto: Matheus Marcolino.

Empreendimentos como os de Ana estão ganhando cada vez mais espaço nos bairros. Segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o número de brechós no Brasil cresceu 30,97% nos últimos cinco anos. Só durante a pandemia, o crescimento foi de 11,08%. A maioria dos brechós regularizados são geridos por microempresários individuais (MEI), mas há um número significativo de negócios autônomos e sem registro, sejam eles no interior dos estados ou nos bairros mais periféricos das grandes cidades. 

No Bazar Emanuel, as roupas que serão futuramente vendidas chegam por meio de doações, vindas de pessoas do bairro ou da igreja evangélica que Ana frequenta, em Itaquera. “Às vezes eu chego e as sacolas estão no portão”, conta. Muito religiosa, ela acredita que tudo que acontece em sua vida - como doações massivas que surgem sem explicação - tem um propósito divino. 

A política de preços adotada pelo “Emanuel” é simples: qualquer peça custa um real a quem quiser adquiri-la. Os valores eram ligeiramente mais altos no início do empreendimento, mas uma promoção de fim de ano, com todos os produtos a dois reais, turbinou as vendas do brechó. Ana decidiu manter a ideia de precificação em definitivo, mas com as peças a um real. Ela conta que os valores baixos acabam atraindo mais público do bairro, inclusive pessoas em situação de rua. “Eles vendem o material de reciclagem, conseguem quatro ou cinco reais, e vêm aqui comprar. Se chegar pedindo, eu dou [a roupa]. Mas se chegou para comprar, eu vendo. E se compra, já leva uma marmita (risos)”.

Para Cristina Helena Pinto de Mello, professora de economia da PUC-SP, a estratégia adotada pelo Bazar Emanuel é, primeiramente, uma ação de marketing. “É preciso ver se ela consegue manter essa precificação e se ela consegue não ter prejuízo”, comenta. Apesar disso, este tipo de iniciativa é positiva para a economia local e para a comunidade, já que o dinheiro acaba circulando no bairro e os produtos atendem a uma necessidade dos moradores - a de se vestir. “Permitir que uma pessoa que não tem recurso escolha o que quer vestir é respeitar a individualidade dessa pessoa. O preço bastante possível dá uma oportunidade de escolha que é de muito valor” explica a professora. 

A comunidade

Os brechós são bons representantes da economia circular, que busca quebrar o processo produtivo tradicional da sociedade capitalista, marcado pela linearidade. O tradicional é que a matéria prima seja coletada, e o produto seja produzido, consumido e descartado. Num modelo circular, a ideia é que a fase de descarte seja minimizada, conseguindo aproveitar e reutilizar o produto que viraria lixo. Cristina Helena explica que a circularidade na economia local é importante, pois gera um duplo impacto. “As pessoas que fazem o comércio de roupas nas comunidades estão gerando renda e dando acesso a esses produtos para as pessoas”, afirma.

Fernanda Vianna, coordenadora de Engenharia de Sustentabilidade na FEI, reforça a importância de incentivar uma economia circular nos bairros. Segundo ela, a circularidade é importantíssima para diminuir o consumo de recursos naturais e o descarte de resíduos no meio ambiente. Além disso, os preços mais baixos contribuem para uma visão sustentável: “Você tem que melhorar a vida das pessoas. E qualidade de vida também é sustentabilidade”, afirma.

Enquanto conversava com os repórteres, Ana Rosa se manteve atenta ao movimento da rua. O brechó já não costuma ser movimentado nas tardes de sexta-feira, e uma chuva forte contribuiu para que nenhum cliente chegasse durante a conversa. Do lado de fora, no entanto, a comunidade marcou presença na entrevista. Dirigindo um carro prata, um homem parou seu carro e cumprimentou a empreendedora. Ela conta que, em alguns momentos, homens entram no brechó e arriscam uma ou outra cantada. 

Uma mulher de meia idade também a abordou na entrada do brechó, mas com outra intenção: conversar. Não são poucas as vezes que Ana ocupa tempo ouvindo desabafos de moradores da comunidade - em sua maioria mulheres. Ela acredita que conquistar a confiança dos clientes é uma forma bastante eficiente de fidelizá-los. “Às vezes a pessoa só vem para descarregar, e eu dou atenção. Paro para ouvir as pessoas, e dou conselhos, principalmente sobre relacionamentos. Pelo simples fato de você ouvir, ela sai satisfeita”, conta.

A sensação da proprietária é de que o brechó impacta a comunidade de forma positiva, principalmente em um quesito não tão considerado quando se fala em bairros mais pobres: a moda. Ela acredita que as roupas de seu negócio ajudam a deixar mais belos os moradores da Cohab em que vive. “Muitas pessoas não tinham uma roupa decente para usar, e hoje só usam roupa do brechó. E se vestem bem”.

roupas
Roupas dispostas em cabides no Bazar Emanuel. Foto: Matheus Marcolino.

O empreendedorismo

De acordo com dados do Sebrae, divulgados em 2021, cerca de 9,3 milhões de mulheres são “empreendedoras” no Brasil, número que equivale a 34% dos donos de empresas do país. Se considerado o número de mulheres sem registro, os números podem crescer ainda mais. A professora Cristina Helena afirma que muitas mulheres, em meio às demandas domésticas, não conseguem empregos formais e buscam empreender sem ter de se deslocar - e é aí que surgem muitos dos brechós. “Essas ações conseguem manter a geração de renda sem que a mulher precise abrir mão do cuidado”, conta.

Em relação aos países mais ricos, o Brasil ainda está muito atrasado. Para a professora Fernanda, esse tipo de negócio, que contribui para a circularidade e para a sustentabilidade da economia local, deveria receber mais apoio de políticas públicas, principalmente por meio de incentivos fiscais: “Se o Estado pudesse dar ajuda, aliviar questões burocráticas, dar isenções (...), e se tivesse uma facilitação para esses negócios, que comprovadamente causam bem estar social e econômico na questão ambiental, o mercado se movimentaria ainda mais”, diz.

Enquanto esses incentivos não chegam, Ana promete seguir trabalhando muito. Aos 42 anos, é divorciada e mãe de dois filhos. Ela diz que é dedicada, pontual, e que um dia espera decolar como empreendedora. “Um dia vou ser uma empresária de sucesso. Eu falo para a minha filha. (...) Eu sou a dona do meu próprio nariz.”
 

O prazo de declaração vai até 31 de maio, mas você sabe se precisa declarar e como fazer? AGEMT explica!
por
Sônia Xavier
|
25/04/2023 - 12h

O AGEMT Explica dessa semana vai falar sobre a declaração do imposto de renda de 2023. Você sabe como fazer a declaração? Quando vai receber a restituição? O que é preciso declarar? Calma, AGEMT Explica. 

O imposto de renda deve ser declarado, anualmente, por indivíduos ou empresas, à Receita Federal. No documento deve constar os dados sobre todos os rendimentos auferidos referentes no período (incluindo salários, aposentadorias, pensões e aluguéis). É por meio desta declaração que o governo analisa quais tributos já foram pagos pelo contribuinte e se o declarante deve receber uma restituição, ou ainda pagar algum valor de acordo com uma tabela pré-estabelecida. 

Site da Receita Federal aberto na tela de um celular que está apoiado sobre o teclado de um computador
A isenção do imposto é somente para quem recebe até R$ 1.903,98. Foto: Reprodução 

QUEM É OBRIGADO A DECLARAR IMPOSTO DE RENDA: 

  • Quem recebeu rendimento anual tributável acima de R $28.559,70 em 2022. O valor é o mesmo da declaração do ano passado

  • Ganhou mais de R$ 40 mil isentos, não tributáveis ou tributados na fonte no ano (como indenização trabalhista ou rendimento de poupança)

  • Obteve em 2022, ganho de capital na venda de bens ou direitos (casa, por exemplo), sujeito à incidência do imposto, ou realizou operações na Bolsa ou no mercado de capitais cuja soma foi superior a R$ 40 mil ou com apuração de ganhos líquidos sujeitas à incidência do imposto; 

  • Quem recebeu mais de R $142.798,50 em atividade rural (agricultura, por exemplo) ou tem prejuízo rural a ser compensado no ano-calendário de 2022 ou nos próximos anos. 

  • Possuía de bens, inclusive terra nua, no valor de mais de R $300 mil ou passou a morar no Brasil em qualquer mês de 2022 e ficou aqui na condição de residente até 31 de dezembro. 

 

COMO FAZER O CÁLCULO DE QUANTO DEVO PAGAR? 

Para fazer o cálculo é importante saber o que significam as seguintes informações: base de cálculo, alíquota e parcela a ser deduzida. 

Base de cálculo: São os rendimentos tributáveis do contribuinte. Isto é, são os valores recebidos como salários, aluguel, pensão, remuneração por trabalho, investimentos, bônus etc.

Alíquota: Trata-se da porcentagem cobrada em cima dos seus rendimentos. A alíquota do Imposto de Renda é progressiva: quanto mais você ganha, maior a alíquota. 

Parcela a deduzir: Valor subtraído de sua renda para o cálculo do imposto ser proporcional à sua faixa de ganho. 

 

                                                            Tabela pré-estabelecida do Imposto de Renda 2023
                                 

                                                                     Fonte: Receita Federal 

 

Depois de somar todos os seus rendimentos tributáveis (salário, pensão, bônus) recebidos mensalmente, verifique em que faixa você se enquadra e faça o seguinte cálculo: Salário x Alíquota - Valor a deduzir do IR. Por exemplo: uma pessoa que recebe R $2.730,50, já descontado os valores do INSS, se enquadra na faixa de alíquota de 7,5% e deve pagar, anualmente, R $743,85 de imposto de renda. 

Cálculo: 2.730,50 x 7,5/100 - 142,80 = 61,9875 (esse é o valor mensal de imposto que deve ser pago, multiplique por 12 e você terá  R $743,85 que é o valor anual a ser pago). 

Se você é um profissional com registro em carteira, a empresa desconta o pagamento do IR mensalmente do seu salário, então caso o valor que você tenha em receita seja superior ao valor que deve ser pago, você será restituído, caso contrário, deve pagar a diferença. 

 

COMO FAZER A DECLARAÇÃO? 

Celular com o aplicativo meu imposto de renda aberto
A Receita Federal disponibiliza três canais para o envio da declaração. Foto: Reprodução

Uma novidade deste ano é a declaração pré-preenchida, o recurso permite importar dados da declaração do ano anterior, informações da base de dados do Fisco sobre bens, salários e pagamentos do contribuinte, o objetivo do governo com o método é reduzir o risco de inconsistências e agilizar o processamento da declaração. A declaração pode ser enviada de forma on-line pelo portal e-CAC, pelo programa do IRPF 2023 pelo computador, ou ainda, pelo aplicativo Meu Imposto de Renda disponível para Android e IOS. 

Todas as plataformas estão disponíveis no site da Receita Federal.

QUEM PODE SAIR COMO DEPENDENTE NA MINHA DECLARAÇÃO:

Você pode declarar alguém dependente nos seguintes casos: 

  • Cônjuge 

  • Companheiro com quem o contribuinte tenha filho 

  • Companheiro com quem o contribuinte vive há mais de cinco anos 

  • Filho ou enteado de até 21 anos de idade 

  • Filho ou enteado universitário ou cursando escola técnica de até 24 anos 

  • Filho ou enteado (a), em qualquer idade, quando incapacitado física ou mentalmente para o trabalho

  • Irmão, neto ou bisneto, sem arrimo dos pais, de quem o contribuinte detenha a guarda judicial, até 21 anos. Ou em qualquer idade, quando incapacitado física ou mentalmente para o trabalho 

  • Irmão, neto ou bisneto, sem arrimo dos pais, com idade até 24 anos, se ainda estiver cursando o ensino superior ou escola técnica

  • Pessoa com até 21 anos que o contribuinte tenha a guarda judicial 

  • Pessoa absolutamente incapaz, da qual o contribuinte seja tutor ou curador 

  • Pais, avós e bisavós que tenham recebido rendimentos, tributáveis ou não, até o limite de R$ 22.847,76 no ano passado 

  • Sogros e sogras, desde que o casal faça a declaração em conjunto. Como os pais são legalmente aceitos como dependentes dos filhos, os pais de ambas as partes podem entrar na declaração. Os rendimentos do sogro ou sogra acumulados no ano passado não podem ser maiores do que R $22.847,76.

CALENDÁRIO DE RESTITUIÇÃO: 

Segundo a Receita, quem declarar o imposto até o dia 10 de maio pode ter o valor restituído já no primeiro lote. 

1º lote: 31 de maio

2º lote: 30 de junho 

3º lote: 31 de julho 

4º lote: 31 de agosto 

5º lote: 29 de setembro

Fazem parte do grupo de prioridade para a restituição: idosos acima de 80 anos, idosos com idade igual ou superior a 60 anos contribuintes com alguma deficiência física, mental ou moléstia grave, contribuintes cuja maior fonte de renda seja o magistério, quem utilizou a declaração pré-preenchida e/ou optou por receber a restituição por PIX. 

Lembrando que a única chave PIX  válida para receber a restituição é o CPF, por ser uma chave única, portanto, mais segura, segundo o Órgão.