Um surto de infecções pela bactéria E. coli, associado ao consumo do sanduíche Quarterão, levou as ações do McDonald’s a uma queda acentuada na bolsa de Nova York, com os papéis recuando até 9% na última terça-feira (22) e acumulando perdas de quase 8% na semana. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos informou que 75 pessoas em dez estados foram infectadas pela bactéria, resultando na morte de um indivíduo no Colorado. Além disso, uma criança está internada com complicações graves relacionadas à síndrome hemolítico-urêmica.
A investigação conduzida pelo Food and Drug Administration (FDA) e pelo CDC ainda não identificou definitivamente a fonte do surto, mas as suspeitas recaem sobre as cebolas fatiadas utilizadas nos sanduíches, provenientes de um fornecedor único que atende a três centros de distribuição. Por precaução, o McDonald’s está removendo temporariamente o Quarterão de seus cardápios em regiões afetadas, incluindo Colorado, Kansas, Utah e partes de outros estados.

O impacto na empresa foi severo, com uma perda estimada de mais de US$ 20 bilhões em valor de mercado nos últimos dias. A crise afetou a confiança dos investidores e acendeu um alerta para a cadeia de fast food e seus concorrentes. Redes como Burger King e Yum Manufacturers, responsável por Taco Bell, Pizza Hut e KFC, também adotaram medidas preventivas, removendo temporariamente as cebolas cruas de seus produtos.
A bactéria E. coli, presente no ambiente e no trato intestinal de animais, pode causar doenças graves quando ingerida, especialmente através de alimentos contaminados. Os sintomas variam de cólicas e diarreia a complicações mais severas, como insuficiência renal. A cepa responsável pelo surto, E. coli 0157:H7, é particularmente perigosa.
Para o McDonald’s, o surto de E. coli ocorre em um ano já desafiador, com as vendas globais em queda e os consumidores pressionados pela inflação, optando por alternativas mais econômicas. Em resposta, a empresa lançou uma promoção de refeição por US$ 5 para atrair clientes, mas o Quarterão foi excluído dessa oferta. As ações tomadas visam conter os prejuízos e restaurar a confiança dos consumidores e investidores.
Nos dias 18 e 19 de novembro, o Rio de Janeiro sediará a Cúpula de Chefes de Estado do G20, onde serão aprovados os acordos negociados ao longo do ano, com base nas prioridades estabelecidas pela presidência brasileira do fórum.
Entre os principais temas estão o combate à fome, à pobreza e à desigualdade, além das três dimensões do desenvolvimento sustentável (econômica, social e ambiental) e a reforma da governança global.
Durante o ano, mais de 100 reuniões foram realizadas, tanto virtualmente quanto presencialmente, com o objetivo de descentralizar as atividades do G20, esse processo culminará na Cúpula de Líderes. As atividades prévias foram organizadas em duas frentes: a Trilha de Sherpas e a Trilha de Finanças.
A Trilha de Sherpas é conduzida por emissários pessoais dos líderes do G20, que supervisionam negociações, discutem a agenda da cúpula e coordenam grande parte do trabalho. Nesta presidência brasileira, a Trilha conta com 15 Grupos de Trabalho e duas forças-tarefas: uma para a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza e outra para a Mobilização Global contra a Mudança do Clima. Ainda há uma iniciativa sobre bioeconomia.
A Trilha de Finanças, por sua vez, trata de questões macroeconômicas e é liderada pelos ministros das Finanças e presidentes dos Bancos Centrais dos países-membros. Essa trilha conta com sete Grupos de Trabalho e uma Força-Tarefa Conjunta de Finanças e Saúde.
Aliança Contra a Fome e a Pobreza
A Aliança Contra a Fome e a Pobreza, uma das principais forças-tarefas da Trilha de Sherpas, é uma prioridade para o Brasil e está prevista para ser lançada em novembro, paralelamente à Cúpula de Líderes do G20.
Aprovada em julho, durante um encontro de representantes do G20, a Aliança tem como objetivo apoiar e acelerar os esforços para erradicar a fome e a pobreza, além de reduzir desigualdades. A iniciativa busca reverter o retrocesso nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 1 e 2, que visam, respectivamente, à erradicação da pobreza e à fome zero e à agricultura sustentável.

Estruturada em três pilares — nacional, financeiro e de conhecimento — a Aliança está aberta para a adesão de governos nacionais, organizações internacionais, bancos multilaterais de desenvolvimento, centros de conhecimento e fundações filantrópicas interessadas em apoiar a causa e assinar a Declaração de Compromisso. A participação está aberta não apenas para os membros do G20, mas também para outros países que desejem contribuir.
O Brasil, que voltou ao Mapa da Fome em 2022, com 33 milhões de pessoas afetadas, vê na Aliança uma oportunidade de garantir segurança alimentar e nutricional à sua população, com a meta de assegurar ao menos três refeições diárias a cada cidadão.
O que é o G20?
O G20, também conhecido como Grupo dos Vinte, é uma cooperação econômica internacional que busca debater temas para o fortalecimento da economia internacional e desenvolvimento socioeconômico global. Desde 1º de dezembro de 2023, o Brasil assumiu pela primeira vez a presidência do fórum, cargo que se estenderá até 30 de novembro deste ano.
Os países integrantes do grupo são: África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia, além da União Africana e da União Europeia. Países e organizações internacionais convidadas pelo anfitrião também podem participar do G20.
O G20, engloba 2/3 da população mundial, responde por cerca de 85% do PIB mundial e 75% do comércio internacional. As decisões do grupo ajudam na construção de políticas públicas com impacto em todo o planeta.
O Senado Federal confirmou, na última terça-feira (8), a escolha do economista Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Lula (PT), para assumir a presidência do Banco Central em 2025.
Galípolo obteve 66 votos favoráveis e 5 contrários em uma votação secreta. Esse resultado representa a melhor aprovação em Plenário dos últimos 22 anos. Antes disso, ele passou por uma sabatina de quatro horas na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), onde sua nomeação foi aprovada por unanimidade, com 26 votos a favor.
Ele substituirá Roberto Campos Neto, cujo mandato termina em 31 de dezembro. A partir de janeiro do próximo ano, Galípolo iniciará um mandato de quatro anos como presidente do Banco Central.

Durante a sabatina, Galípolo respondeu a questionamentos dos senadores sobre diversos temas, como a independência do Banco Central em relação ao governo Lula, medidas para controlar a inflação e sua relação com o atual presidente do BC, Roberto Campos Neto.
Atualmente, Gabriel Galípolo é diretor de Política Monetária do Banco Central. Nos anos de 2022 e 2023, ele integrou as equipes de campanha de Lula, de transição de governo e também o Ministério da Fazenda, sob a liderança de Fernando Haddad.
Galípolo substituirá uma gestão que foi alvo de críticas por parte de Lula, especialmente, em relação à política de juros e à condução da Selic.
Os senadores já estão familiarizados com Galípolo. Em 2023, ele foi sabatinado pela CAE e aprovado pelo Senado para ocupar o cargo de diretor de Política Monetária do Banco Central, em outra indicação de Lula, tendo sido aprovado com 39 votos a favor e 12 contra.
O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 1,4% em comparação aos três últimos meses imediatamente anteriores. O resultado foi divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na última terça-feira (06).
A alta superou as expectativas dos analistas do mercado, que projetavam aumento de 0,7% a 1,2%. O desempenho positivo gerou comemoração por parte do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do presidente Lula.
Segundo Haddad, o resultado indica que o Brasil pode fechar 2024 com um crescimento econômico acima dos 2,8%: "Vamos provavelmente reestimar o PIB para o ano, que deve, pela força com que ele vem se desenvolvendo, superar 2,7% ou 2,8%. Há instituições que já estão projetando um PIB superior a 3%", complementa.
O presidente classificou a alta do indicador como um “bom crescimento”: “Crescemos no 2º trimestre 1,4%, que dá um crescimento de mais de 3,4% no ano, o que seria o 2º maior crescimento do mundo. Não é que seja um grande crescimento, é que diante da crise que o mundo atravessa, é um bom crescimento”, disse em entrevista à rádio Difusora, de Goiânia (GO).
O setor de indústria e o setor de serviços desempenharam papel importante para o resultado positivo. Registraram crescimento de 1,8% e 1% respectivamente, e compensaram a queda de 2,3% da Agropecuária.

Todos os itens de demanda apresentaram aumento. O Consumo das famílias e o Consumo do governo subiram 1,3%, enquanto os Investimentos tiveram uma melhora no desempenho em relação ao ano de 2023, com alta de 2,1% neste trimestre.
O aumento no consumo reflete a melhora nas condições de oferta de crédito e de indicadores sociais como a queda no desemprego - A taxa de desemprego do país no primeiro trimestre de 2024 foi de 7,9%, uma queda de 0,9 ponto percentual na comparação com o mesmo trimestre de 2023 (8,8%),
Por outro lado, a elevação nos indicadores de consumo também provoca apreensão em relação à inflação, já que, caso a demanda não acompanhe a oferta, a tendência é o aumento dos juros.
Cristina Helena Pinto de Mello, economista com ênfase na área de Crescimento e Desenvolvimento Econômico e professora de economia na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, acredita que a taxa básica de juros, a Selic, deve subir, mesmo com a expectativa de queda nos juros dos Estados Unidos, para tentar “acalmar o mercado”.
“ Há um espaço para a redução dos juros no Brasil, mas creio que a escolha possa ser conservadora, olhando para a pressão inflacionária e para legitimar (Gabriel) Galípolo” - indicado por Lula como sucessor de Campos Neto na presidência do Banco Central.
Em valores correntes, o PIB totalizou R$ 2,9 trilhões. Foram R$ 2,5 trilhões vindos de Valor Adicionado (VA) a preços básicos, e outros R$ 387,6 bilhões de Impostos sobre Produtos líquidos de Subsídios. Com os resultados, o PIB brasileiro teve alta de 3,3% em relação ao mesmo trimestre de 2023. Já a alta acumulada em quatro trimestres é de 2,5%.
O IBC-Br (Índice de atividade econômica) superou a expectativa do mercado e cresceu 1,4% em junho, em comparação com maio, de acordo com os dados divulgados pelo Banco Central (BC) na última sexta-feira (16).
Segundo o indicador considerado uma estimativa do Produto Interno Bruto (PIB), junho fechou o segundo trimestre com alta de 1,1% sobre os três meses imediatamente anteriores, de acordo com dados dessazonalizados.

Os resultados ficaram abaixo dos do primeiro trimestre (1,5%). Contudo, foi o terceiro resultado positivo seguido. A última baixa do indicador foi registrada no terceiro trimestre de 2023, que ficou em -0,8%.
O BC destacou o dinamismo “maior que o esperado” dos indicadores de atividade e do mercado de trabalho do país, ressaltando o desafio que a operação em capacidade máxima da economia impõe para a redução da inflação. A instituição interrompeu a série de cortes e manteve a taxa Selic em 10,5% no seu último encontro.
A projeção oficial do crescimento do PIB é de 2,5% neste ano, mas o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o número deve ser revisto para cima em breve. Economistas consultados pelo Banco Central preveem alta de 2,2%.