Banda se apresenta em fevereiro de 2026; taxas extras geram críticas e frustrações entre os fãs
por
Maria Clara Palmeira
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27/06/2025 - 12h

A espera acabou! Na segunda-feira (23), foi anunciado que, após 17 anos, a banda americana My Chemical Romance retornará ao Brasil em 2026 pela segunda vez. O único show da banda em solo brasileiro será no dia 5 de fevereiro, no Allianz Parque, em São Paulo, como parte de sua turnê pela América Latina. 

A apresentação contará com a abertura da banda sueca The Hives e irá reunir brasileiros que acompanham a trajetória do grupo desde os anos 2000.

Anúncio da turnê na América do Sul. Reprodução: Instragram/@mychemicalromance
Anúncio da turnê na América do Sul. Reprodução: Instragram/@mychemicalromance


Formada em Nova Jersey nos Estados Unidos, em 2001, o My Chemical Romance tornou-se uma das bandas mais representativas do rock alternativo e símbolo do movimento emo. A formação atual é composta por Gerard Way nos vocais, Ray Toro e Frank Iero na guitarra, e Mikey Way no baixo.

O grupo lançou seu álbum de estreia, “I Brought You My Bullets, You Brought Me Your Love”, em 2002, mas o sucesso internacional veio em 2004, com “Three Cheers for Sweet Revenge”. No entanto, foi em 2006 com o disco “The Black Parade” que a banda atingiu o auge. O single “Welcome to the Black Parade” se tornou um hino da geração emo, alcançando o primeiro lugar nas paradas britânicas e consolidando o grupo no cenário global.

Após diversos sucessos, a banda entrou em hiato e anunciou sua separação em março de 2013. O retorno foi anunciado em outubro de 2019, com um show em Los Angeles. Em 2022, após dois anos de adiamentos devido à pandemia, a banda embarcou em uma extensa turnê, passando pelos EUA, Europa, Oceania e Ásia.

Desde a quarta-feira (25), início da pré-venda, fãs relataram insatisfação com o preço dos ingressos, que variam entre R$ 197,50 e R$ 895,00, além das cobranças de taxas adicionais. A revolta se intensificou com a cobrança da taxa de processamento, considerada uma novidade pela bilheteria oficial, a Eventim. A empresa alegou que essa tarifa garante a segurança dos dados dos consumidores, mas a justificativa não convenceu o público. 


Mesmo com a revolta, a expectativa de alta demanda se confirmou: a venda geral, aberta nesta quinta-feira (27) ao meio-dia, resultou em ingressos esgotados em 10 minutos.

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Nova exposição na Pinacoteca Contemporânea revela o papel político da pop arte brasileira no período de ditadura.
por
Maria Luiza Pinheiro Reining
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25/06/2025 - 12h

Por trás da explosão de cores, imagens familiares e estética publicitária da pop art brasileira, havia ruído, ambiguidade e protesto. Essa é a premissa da exposição Pop Brasil: Vanguarda e Nova Figuração, 1960-70, em cartaz na nova sede da Pinacoteca Contemporânea, em São Paulo. Mais do que uma exibição de obras pop, a mostra constrói um retrato crítico de uma década marcada por ditadura, censura e modernização desigual, e de como a arte respondeu a esse cenário.

A exposição celebra os sessenta anos das mostras Opinião 65 e Propostas 65, marcos da virada estética e política na produção brasileira. O percurso curatorial, assinado por Pollyana Quintella e Yuri Quevedo, reúne obras que reagiram diretamente ao avanço da indústria cultural, à opressão do regime militar e à transformação dos modos de vida. Em vez de apenas absorver os códigos da cultura de massa, os artistas incorporaram sua linguagem para tensionar o que ela ocultava: a violência da ditadura, o apagamento de subjetividades e a precarização das relações sociais.

Contra a censura
Tônia Carreiro, Eva Wilma, Odete Lara, Norma Benghel e Cacilda Becker protestam contra censura, em 1968

A ideia de que “a pop arte é o braço avançado do desenvolvimento industrial das grandes economias” é ressignificada no Brasil, onde a modernização industrial coexistia com a informalidade, a desigualdade e a repressão. Em vez do otimismo norte-americano, a arte pop brasileira surge como crítica: reapropria slogans, transforma marginais em heróis, imprime silhuetas de bandeiras como gesto de manifestação coletiva. A visualidade sedutora do consumo encontra a resistência política camuflada nas superfícies gráficas.

A exposição percorre núcleos como Poder e Resistência, Desejo e Trivialidade, Criminosos e Cultura Marginal, entre outros. Em comum, todos os conjuntos partem de imagens produzidas ou apropriadas do cotidiano: televisão, jornal, embalagem; para apontar fissuras entre aparência e estrutura. Hélio Oiticica, Rubens Gerchman, Wanda Pimentel, Antonio Manuel e muitos outros traduzem a tensão entre censura e invenção por meio de performances, happenings e obras gráficas que confundem arte e ação direta.

Helio Oiticica
Hélio Oiticica, 1968

Se nos Estados Unidos a pop art celebrava o consumo, no Brasil ela revelou o que havia por trás dele. A mostra explicita como a arte brasileira dos anos 1960 e 70 operou sob risco, incorporando elementos populares para criticar os próprios instrumentos de controle e espetáculo.

Mais do que rever o passado, Pop Brasil propõe um exercício de leitura do presente. Diante da repetição de discursos autoritários, da estetização da política e da crise na democracia, o gesto pop reaparece como estratégia de sobrevivência, uma forma de dizer muito com imagens que, à primeira vista, parecem dizer pouco.

 

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A incerteza quanto ao fim das salas de cinema e início da diminuição em massa de consumidores
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Chiara Renata Abreu
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18/06/2025 - 12h

A recente chegada dos streamings pode acabar com os cinemas. Internacionalmente, as plataformas têm se mostrado cada vez mais aptas a abalar seus concorrentes. 

Depois da pandemia, os donos dos cinemas sentiram a diminuição de movimento, que preocupa não só a indústria, mas a sociedade em si. Filmes e curtas fazem parte da formação da cultura de civilizações, e a incerteza de sua existência atormenta. Os streamings ganharam força no período de quarentena, ocupando o espaço que as salas obtinham. O conforto de estar em sua própria casa, poder parar o filme a qualquer momento e a variedade no catálogo são alguns dos principais motivos do aumento da modalidade segundo pesquisas da Cinepop, site especializado em cinema. 

De acordo com pesquisas da revista O Globo, a área do cinema conseguiu em 2023 superar as dificuldades e recuperar alguns de seus fregueses, mas os números seguem abaixo do que estavam antes da pandemia. Segundo o analista de mercado Marcelo J. L. Lima em entrevista para a revista, a crise é mundial, com ressalvas em países como França, Índia, Coreia do Sul e China, que tem menor influência de Hollywood. Ainda, a reportagem aponta que parte da fraqueza hoje encontrada na indústria se fez depois de 1980, a partir do início da migração dos cinemas de rua para os de shopping. Em 2008 apenas 27% deles eram fora dos centros de comércio. 

Em entrevista para O Globo, Marcos Barros, presidente da Associação Brasileira das Empresas Exibidoras Cinematográficas Operadoras de Multiplex (Abraplex), apontou que os cinemas estão em apenas 8% dos municípios brasileiros, apenas 451 de um total de 5.565 cidades. A volta dos cinemas de rua poderia diminuir o desequilíbrio das salas, gerando uma maior popularização do cinema. Segundo Raíssa Araújo Ferreira, estudante de cinema na Belas Artes, “os cinemas estão se perdendo. Antigamente existiam vários cinemas de rua, de mais fácil acesso. Hoje está acontecendo uma elitização das salas. Elas estão, por exemplo, muito longe das periferias e concentradas nos shoppings, então existe todo o gasto com a locomoção. O cinema se torna um lugar de privilégio”. 

“O cinema é a sétima arte. Ela é um conjunto de todas as outras artes, e o cinema é vivo. Ele é sempre atual. Ele é sempre de todas as épocas. Então nada que é vivo vai desaparecer sem deixar vestígios. O cinema tem muito o que falar. É como se as salas estivessem adormecidas. Elas não estão mortas, mas sim apagadas”, comenta a aluna. 

A jovem complementa com ideias para a volta do triunfo das salas de cinema. “Acho que precisamos reinventar as salas. Apostar em programações mais diversas, ingressos mais acessíveis, novas salas mais perto da periferia e espalhar o cinema pelas cidades do Brasil. Criar o desejo de ir ao cinema, como um acontecimento, e trazer experiências mais imersivas, como convidar atores para, antes da sala de cinema, falarem sobre o filme. Trazer também eventos para apoiar o cinema de rua, investindo nas produções independentes e criando lugares públicos. Assim, as salas vão se reposicionar e oferecer algo que o sofá de casa ou a cama não oferece”. 

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A história do grupo que ultrapassou as barreiras sonoras pode ser vista no centro de SP até o fim de agosto
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Por Guilbert Inácio
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26/06/2025 - 12h

A exposição “O Quinto Elemento”, em homenagem aos 35 anos do notório grupo de rap Racionais MC’s, está em cartaz desde o dia 06 de dezembro de 2024, no Museu das Favelas, no Pátio do Colégio, região central da cidade de São Paulo. A mostra era para ter sido encerrada em 31 de maio de 2025, mas, devido ao sucesso, vai agora até 31 de agosto.

A imagem mostra um painel os quatros membros dos Racionais MC's
Em 2024, o museu ganhou o prêmio de Projeto Especial da Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA) pela exposição. Foto: Guilbert Inácio. 

Museu das Favelas

O Museu das Favelas está localizado no Centro histórico de São Paulo, mas esse nem sempre foi o seu endereço. Inaugurado no dia 25 de novembro de 2022, no Palácio dos Campos Elíseos, o Museu das Favelas ficou 23 meses no local até trocar de lugar com a Secretaria de Justiça e Cidadania do Estado de São Paulo, no dia 26 de agosto de 2024.  

Fechado por três meses, o museu reabriu no dia 06 de dezembro de 2024, já com a nova exposição dos Racionais MC’s. Em entrevista à AGEMT, Eduardo Matos, um dos educadores do museu, explicou que a proposta da exposição chegou neles por meio de Eliane Dias, curadora da exposição, CEO da Boogie Naipe, produtora dos Racionais e esposa do Mano Brown. Eduardo complementou que o museu trocou de lugar para ter mais espaço para a mostra, já que no Campos Elísios não teria espaço suficiente para implantar a ideia. 

Tarso Oliveira, jornalista e historiador com pós-graduação em Africanidades e Cultura Afro-Brasileira, comentou que a gratuidade do museu é um convite para periferia conhecer a sua própria história e que, quando falamos de Racionais MC's, falamos de uma história dentro da história da cultura hip-hop, que salvou várias gerações fadadas a serem esquecidas e massacradas pelo racismo estrutural no Brasil. “Nós temos oportunidades de escrever a nossa narrativa pelas nossas mãos e voltada para o nosso povo. Isso é a quebra fundamental do epistemicídio que a filósofa Sueli Carneiro cita como uma das primeiras violências que a periferia sofre.”, afirma o historiador. 

O Quinto Elemento

Basta subir as escadas para o segundo andar do museu, para iniciar a imersão ao mundo dos Racionais. Na entrada, à sua direita, é possível ouvir áudios do metrô, com o anúncio das estações. Uma delas, a estação São Bento da linha 1-Azul, foi o berço do hip-hop em São Paulo, na década de 1980. À esquerda está um som com músicas dos Racionais, uma trilha que você irá ouvir em todos os espaços da exposição.

A imagem apresenta três placas, em sequência, com os dizeres "X", "Racionais MC's" e "Vida Loka".
Placas semelhantes às placas com nomes de rua trazem as letras do grupo. Foto: Guilbert Inácio.

No primeiro espaço, podemos ver o figurino do Lorde Joker, além de uma breve explicação da presença recorrente na obra do grupo da figura do palhaço em apresentações e músicas como “Jesus Chorou”, em que Mano Brown canta: “Não entende o que eu sou. Não entende o que eu faço. Não entende a dor e as lágrimas do palhaço.”

A imagem mostra uma fantasia laranja de um palhaço. Ao lado, há uma televisão.
O figurino é usado em shows pelo dançarino de break Jorge Paixão. Foto: Guilbert Inácio. 

Ao adentrar o segundo espaço, você mergulha na ancestralidade do grupo. Primeiro vemos imagens e um pouco da história das mães dos quatro membros, Dona Benedita, mãe e avó de Ice Blue; Dona Ana, mãe do Mano Brown; Dona Maria José, mãe de KL Jay e Dona Natalícia, mãe de Edi Rock. Todas elas são muito importantes para o grupo e ganharam, inclusive, referências em músicas como “Negro Drama” em que Brown canta: “Aí Dona Ana, sem palavra. A senhora é uma rainha, rainha”. 

É nessa área que descobrimos o significado do nome da exposição. Há um painel no local com um exame de DNA dos quatro integrantes que revela o ponto de encontro entre eles ou o quinto elemento – a África.

A imagem mostra um painel com o exame de DNA dos quatro membros dos Racionais MC's
Na “Selva de Pedra”, antes de todos se conhecerem, todos já estavam conectados por meio da ancestralidade. Foto: Guilbert Inácio.

O título se torna ainda mais significativo quando lembramos que a cultura hip-hop é composta por quatro elementos: rap, beat, break dance e grafite. O quinto elemento seria o conhecimento e a filosofia transmitida pelos Racionais, grupo já imortalizado na cultura brasileira, sobretudo na cultura periférica. 

Na terceira área, podemos conhecer um pouco de Pedro Paulo Soares Pereira, o Mano Brown; Paulo Eduardo Salvador, mais conhecido como Ice Blue; Edivaldo Pereira Alves, o Edi Rock e, por fim, Kleber Geraldo Lelis Simões, o KL Jay. Entre os inúmeros objetos, temos o quimono de karatê de Blue e o trombone de seu pai, a CDC do KL Jay, rascunhos de letras de Brown e Edi Rock.

A imagem mostra um bicicleta BMX azul
Primeira BMX de Edi Rock. Foto: Guilbert Inácio. 

O próximo espaço é o “Becos do som e do Tempo”, que está dividido em vários pequenos slots que mostram a trajetória musical do grupo. Podemos ver rascunhos de letras, registros de shows e a história de algumas músicas, além de alguns prêmios conquistados durante a carreira do grupo. 

Algumas produções expostas são “Holocausto Urbano” (1990); “Escolha seu Caminho” (1992); “Raio X do Brasil” (1993); “Sobrevivendo no Inferno” (1997); “Nada Como um Dia Após o outro Dia” (2002).

A imagem mostra um painel com os dizeres "Minha palavra vale um tiro, eu tenho muita munição" e uma foto dos quatro membros dos Racionais MC's. Ao lado, há fotos individuais dos membros.
O grupo confirmou um novo álbum para este ano, mas ainda não divulgou o título da obra nem a data de lançamento. Foto: Guilbert Inácio.

Nos próximos espaços, tem uma área sobre o impacto cultural, um cinema que exibe shows e o local “Trutas que se Foram” em homenagem a várias personalidades da cultura hip-hop que já morreram. A exposição se encerra no camarim, onde estão disponíveis alguns papéis e canetas para quem quiser deixar um registro particular na exposição.

A imagem mostra uma pequena placa com a foto da Dina Di e os dizeres: "Dina Di. Cria da área 019, como as quebradas conhecem a região de Campinas, no interior de São Paulo, Viviane Lopes Matias, a Dina Di, foi uma das mulheres mais importantes do rap no Brasil. Dina era a voz do grupo Visão de Rua. Dona de uma voz forte, assim como sua personalidade, a rapper nasceu em 19 de fevereiro de 1976 e morreu em 19 de março de 2010. Foi uma das primeiras mulheres a conquistar espaço no rap nacional. Dina nos deixou por causa de uma infecção hospitalar, que a atingiu 17 dias após o parto de sua segunda filha, Aline."
Nomes como Sabotage, Chorão, WGI, entre outros são homenageados na exposição. Foto: Guilbert Inácio. 

Segundo Eduardo, a exposição está movimentando bastante o museu, com uma média de 500 a 800 pessoas por dia. Ele conta que o ápice da visitação foi um dia em que 1500 pessoas apareceram no local. O educador complementa que, quando a exibição chegou perto da sua primeira data de encerramento, em maio, as filas para visitar o espaço aumentaram consideravelmente. O que ajudou a administração a decidir pela prorrogação.  

Eduardo também destaca que muitas pessoas vão ao museu achando que ele é elitizado, mas a partir do momento em que eles veem que o Museu das Favelas é acolhedor, com funcionários dispostos a tirar suas dúvidas e com temas que narram o cotidiano da população brasileira, tudo muda. 

 “Dá para sentir que o pessoal se sente acolhido, e tendo um movimento desse com um grupo que é das favelas, das quebradas, que o pessoal se identifica, é muito melhor. Chama atenção e o pessoal consegue ver que o museu também é lugar da periferia”, conclui. 

Impacto Cultural

Os Racionais surgiram em 1988 e, durante todo o trajeto da exposição, podemos ver o quão importante eles são até hoje para a cultura brasileira, seja por meio de suas músicas que denunciaram e denunciam o racismo, a violência do Estado e a miséria na periferia – marcada pela pobreza e pela criminalidade –, seja ocupando outros espaços como as provas nacionais e vestibulares.

A imagem mostra duas provas do Exame do Ensino Médio de 2023 com os trechos "Até no lixão nasce Flor" e É só questão de tempo, o fim do sofrimento".".
Trechos de Vida Loka, parte I e II nas provas do Exame Nacional do Ensino Médio de 2023 (ENEM). Foto: Guilbert Inácio. 

Em 2021, foi ao ar a primeira temporada do podcast Mano a Mano, conduzido por Brown e a jornalista Semayat Oliveira, que chegou a sua terceira temporada em 2025.

Inclusive, o podcast, que já teve inúmeros convidados da cultura e da política vai virar  um livro, homônimo. A publicação sairá pela Companhia das Letras, que já publicou o livro “Sobrevivendo no Inferno”, em 2017. 

Segundo Tarso, o grupo representa a maior bandeira que a cultura negra e periférica já levantou nesse país, visto por muitos como super-heróis do gueto contra um sistema racista e neoliberal; além de produtores de uma música capaz de mudar a atitude e a perspectiva das pessoas, trazendo autoestima, além de muito conhecimento. 

“Um dos principais motivos do grupo se manter presente no cenário cultural é não se acomodar com a "força da camisa", como cita o Blue.  E sempre buscar ir além artisticamente, fazendo com que seus fãs tendam a ir para o mesmo caminho e continuem admirando sua arte e missão.”, finaliza Tarso. 

 

Serviço

O Museu das Favelas é gratuito e está aberto de terça a domingo, das 10h às 17h, com permanência permitida até às 18h. A retirada dos ingressos pode ser online ou na recepção do museu. Além da exposição “O Quinto Elemento”, também é possível visitar as exibições “Sobre Vivências” e “Favela é Giro”, nos mesmos horários.

Temáticas são abordadas desde os anos 60 no Japão e continuam exploradas até hoje
por
LUCCA CANTARIM DOS SANTOS
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16/06/2025 - 12h

“O sonífero”, projeto criado por Lucca Cantarim, estudante de jornalismo na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP) , tem por objetivo combater a visão reacionária a respeito de temas de gênero no entretenimento.

Trazendo a história da presença de personagens de diversas sexualidades e gêneros nos mangás e animes dentro da mídia japonesa, o autor trás uma reflexão leve, descontraída, porém importante a respeito de uma representatividade tão importante.

Os sete artigos que compõem o projeto estão disponíveis para serem lidos no site “Medium”, no perfil autoral de Lucca. Os textos contém entrevistas com pesquisadores, fãs e até mesmo leitores de dentro da comunidade LGBT que se identificam e se abrem sobre a importância da representatividade para eles.

Disponível em: https://medium.com/@luccacantarim/list/o-sonifero-d19af775653e

 

França recebeu o prêmio pelo filme, que foi gravado no Brasil
por
Ana Clara Farias
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07/03/2025 - 12h

 

Vencedor do Oscar de melhor filme internacional, “Ainda Estou Aqui”’ é a produção responsável por trazer a primeira estatueta da Academia para o Brasil, mas não é a primeira obra feita por brasileiros a ganhar esta categoria. Em 1960, “Orfeu Negro”, dirigido por Marcel Camus (1912-1980), foi o ganhador, mas apesar de se passar no Brasil e retratar a cultura brasileira, o país que levou o prêmio foi a França.

O motivo era que a produtora brasileira responsável, Tupan Filmes, não foi a única e tampouco a principal responsável pelo longa. Na verdade, se tratava de uma coprodução ítalo-franco-brasileira em colaboração com a produtora italiana Gemma Cinematografica  e a francesa Dispat Films, esta sendo considerada a determinante, conduzida pelo francês Sacha Gordine (1910-1968).

Pôster de divulgação
Pôster de divulgação

 

Apesar do crédito ter sido dos franceses, a história é inteiramente dotada de elementos brasileiros e gravada em língua portuguesa. “Orfeu Negro” se passa em uma favela do Rio de Janeiro durante o período do carnaval e a trama é baseada na peça ‘Orfeu da Conceição’, de Vinicius de Moraes, uma recontagem do mito grego de Orfeu e Eurídice.

Assim como na tragédia grega, o drama gira em torno da união entre a música e a poesia, tendo o romance e a morte como os condutores do enredo. A ideia de uma narrativa clássica que preza a importância e o significado da música foi recontada com as melodias e a cultura brasileira em sua essência.

Vinicius de Moraes também participou da trilha sonora do filme, junto com Tom Jobim (1927-1994) e Luís Bonfá (1922-2001). Antônio Maria (1921-1964) teve músicas incluídas e o cantor Agostinho dos Santos (1932-1973) foi o intérprete da música-tema “Manhã de Carnaval”, mas nenhum desses dois e nem Moraes foram creditados. 

Casal do filme de mãos dadas
Cena do filme de 1959. Foto: divulgação

No elenco, os atores brasileiros Breno Mello (1931-2008) e Marpessa  Dawn (1934-2008) foram os protagonistas e os artistas Tião Macalé (1926-1993) e Cartola (1908-1980) fizeram uma participação especial. 

Além do prêmio da Academia, “Orfeu Negro” também recebeu a Palma de Ouro no festival de Cannes, da França e o Globo de Ouro de melhor filme internacional. Também foi indicado ao BAFTA (British Academy of Film and Television Arts) na categoria de melhor filme, mas perdeu para “Se Meu Apartamento Falasse” do diretor Billy Wilder. 

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Em seu novo trabalho, Abebe se confirma como um dos imortais na cena do rap nacional
por
Laila Santos
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28/02/2025 - 12h

O rapper, escritor e compositor Abebe Bikila Costa Santos, conhecido como BK, lançou seu quinto álbum de estúdio em 28 de janeiro, intitulado “Diamantes, Lágrimas e Rostos para Esquecer” (DLRE). Com 16 faixas e participações de diferentes representantes da música brasileira, o disco conta com Djavan, Pretinho da Serra, Evinha, Fat Family, Borges, Mc Maneirinho, Luedji Luna, Luciana Mello, Maui, Melly, Jenni Rocha e Fye Bwoii. 

24h após a estreia, o álbum estava nos principais charts das plataformas de streaming: Spotify, Apple Music, Deezer e YouTube Music.  

A ideia inicial de sua nova obra foi explorar o uso de samples, utilizando somente modelos brasileiros que, segundo o compositor em uma entrevista para o Spotify Brasil, é algo que foi “se perdendo no nosso ‘rolé’ do rap.” 

O projeto, além da identidade visual diferenciada, tem a proposta de trazer uma visão de jornada pessoal, de se desligar de algumas coisas do passado para seguir em frente e reconhecer que isso é doído, e também sobre como as pessoas estão sempre correndo de algo ou correndo em direção a algo. O cantor explicou para o Hypebeast Brasil: “Fala muito sobre você ir para próxima fase... Continuar. Sobre você seguir, desapegar de algumas coisas, deixar pelo caminho, para poder continuar seguindo o seu caminho. Poder criar, crescer e fazer se entender... Então o disco vai por aí, né?! E com esse conceito em mente vou tentando falar de várias perspectivas, vários pontos de vista sobre esse 'desapego'.” 

É como se o artista compartilhasse seus labirintos com o público e, ao mesmo tempo, transmitisse a sensação de algo no coletivo, íntimo para o ouvinte. 

Em processo de criação desde o final de 2023, o fluminense organizou uma audição exclusiva para o nascimento de DLRE. Com a presença de 800 fãs que foram sorteados, o evento ocorreu nos dias 27 e 28 de janeiro, no Circo Voador, Rio de Janeiro.

 

BK' na audição do álbum DLRE
BK na audição do álbum DLRE / Reprodução: Instagram @bkttlapa 

 

“O BANDO NÃO ESPERA, SE FICAR O MONSTRO TE DEVORA. OU CORRE OU MORRE.” - O FILME DE DLRE 

Com a carga pessoal que o trabalho carrega, BK apresentou um pouco do disco no dia 26 de janeiro, através de  um curta-metragem que tem relações com suas raízes. A produção foi gravada em Harar, na Etiópia, país de origem do atleta Abebe Bikila, um dos maiores maratonistas do mundo e de quem o rapper carrega o nome, homenagem de sua mãe, que é militante do movimento negro desde os anos 1980. 

O compositor revelou, no podcast PODPAH, que o país de onde surgiu a inspiração do seu nome foi, justamente, o local onde encontraram as hienas, a figura da lenda citada no filme, menos perigosas para as gravações. 

 

Hiena do filme “Diamantes, Lágrimas e Rostos para Esquecer”
Hiena do filme “Diamantes, Lágrimas e Rostos para Esquecer” / Reprodução: Instagram @bkttlapa  

 

O filme é dividido entre alguns trechos das músicas e entre uma lenda, muito antiga, que apresenta um monstro misterioso, onipresente e sempre na espreita para atacar: “Uma lenda mais antiga do que a nossa própria existência. Que habita nas sombras. [...] Uma risada que precede o ataque. [...] O bando marcha, o monstro observa. Ele está em todos os lugares. Pronto para dilacerar qualquer um que se entregue à sua própria indolência”.  

Na faixa “Monstro”, o escritor faz a pergunta: “Quem é o monstro? Eu ou o tempo?”, sugerindo que a lenda seria uma metáfora ao tempo, mas BK deixa aberto à imaginação do público.     

   

Código de Conduta de ”Diamantes, Lágrimas e Rostos para Esquecer”
Código de Conduta de ”Diamantes, Lágrimas e Rostos para Esquecer” / Reprodução: Youtube 

   

ARTISTA COM “A” MAIÚSCULO  

O artista começou a fazer rap porque tinha vontade de falar ao mundo o que pensa e sente. Ainda para o PODPAH ele declara que não quer vender coisas irreais em suas músicas, “[...] eu sou um cara que, apesar de todo o meu talento, eu tive sorte. Eu sei o que eu passei na minha vida.”, ressaltando que conseguiu “abrir portas” graças ao hip hop e quer ajudar as pessoas a fazer isso também.

"O hip hop fez isso por mim, eu falo isso em toda entrevista e vou falar isso para o resto da minha vida, o hip hop me inspirou e não é só questão da ‘grana’, é questão de realmente procurar um caminho melhor, procurar uma vida melhor, ter um norte. [...]”, comenta o artista.

 

Capa do álbum "Diamantes, Lágrimas e Rostos para esquecer"
Capa do álbum "Diamantes, Lágrimas e Rostos para esquecer" / foto: Bruna Sussekind 

 

Após o encerramento da era ICARUS, em que o artista desenvolveu um álbum e promoveu uma turnê com diversos shows, incluindo um especial nomeado “ICARUS: A Apoteose”, o rapper alcançou 35 milhões de plays em uma semana de DLRE, se tornando a maior estreia da sua carreira.  

O show de abertura da tour do novo álbum de Abebe será no festival GIGANTES, no dia  26 de abril de 2025, na Praça da Apoteose, Rio de Janeiro, e trará com ele uma nova era do artista. 

 

 

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Em sua 97ª edição, evento anual reunirá cinco grandes diretores que almejam ganhar estatueta
por
Anna Sofia Carsughi
Marcelo Barbosa
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28/02/2025 - 12h

A Academia de Artes Cinematográficas divulgou, na última quinta-feira (23), os diretores que irão concorrer à categoria de “Melhor Direção” do Oscar. Entre os listados, estão desde os mais maduros na indústria até os mais novatos. Os indicados foram anunciados no Samuel Goldwyn Theatre e o anúncio dos vencedores será realizado no próximo domingo, dia 2 de março.

 

Coralie Fargeat - The Substance (A Substância)

 

Destacando-se como a única figura feminina dentre os cinco finalistas na categoria melhor diretor”, Coralie Fargeat - diretora e roteirista francesa - apresenta uma obra ousada que tira o fôlego aos telespectadores. Seu primeiro trabalho de reconhecimento foi em seu curta “Revenge” (2017), responsável pela conquista de diversos prêmios via cinemas independentes. 

Seguido disso, a segunda obra que enalteceu o seu nome foi a lançada recentemente, indicada à premiação. Visto por grande parte do público como controverso, o filme satírico de terror, “The Substance”, lançado em 2024, parte de um princípio que retoma o absurdo como forma de enfatizar aspectos chocantes, mas de extrema importância para a realidade feminina, em um contexto etário pós-moderno. 

A bibliografia de Farjeat, no geral, se concentra em grande parte na força da mulher e no modo em que a figura feminina se reergue em situações nas quais é vista pelo público como fragilizada.

 A francesa, ao concorrer na categoria, busca uma oportunidade de se juntar ao elenco escasso e seleto de mulheres, frente a premiação do Oscar. Em cerca de um século que a academia se reúne para decidir as futuras diretrizes da indústria cinematográfica, apenas nove vezes na história observou-se a participação de mulheres concorrendo a alguma categoria do prêmio, enfatizando a característica fechada e excludente do Oscar. 

Recentemente, nas redes sociais, viralizou um vídeo da atriz Natalie Portman, na premiação de 2020, na qual criticou, de maneira discreta, a falta de representatividade feminina na categoria de “Melhor diretor”. A atriz, inclusive, apareceu na cerimônia usando uma capa bordada com o sobrenome de diversas diretoras que não foram indicadas a categoria, como forma de protesto. 

Há, dessa maneira, um valor simbólico e extremamente forte na participação de Coralie Fargeat, uma figura feminina que, ao ser indicada à premiação, busca espaço dentro da academia em defesa da equidade de gênero e de oportunidades dentro da indústria. 

Imagem da diretora Coralie Fargeat, uma das apostas para ganhar a estatueta.
Diretora Coralie Fargeat segurando estatueta. Reprodução/ Elle Brasil

James Mangold - A Complete Unknown (Um Completo Desconhecido).

O nova-iorquino James Mangold, 61 anos, é um dos outros nomes indicados na categoria. Apesar de ser sua primeira indicação, o estadunidense possui uma vasta e conhecida biografia, desde “Girl Interrupted” (1999), estrelado por Angelina Jolie e Winona Ryder, “Ford vs Ferrari” (2019), “Indiana Jones” (2023) e “A Complete Unknown” (2024), filme responsável pela indicação do diretor na premiação.

Os trabalhos de Mangold combinam diversos gêneros cinematográficos, enaltecendo a versatilidade do diretor em trabalhar com diversos ramos do cinema. Seus personagens retratam uma luta pessoal, seja pelo vício, cobiça, ou até mesmo pela própria identidade.

O produtor de  “Complete Unknown”, autobiografia do cantor Bob Dylan e protagonizado por Timothée Chalamet, relatou à CNN que apesar de estar honrado com a sua indicação, não possui nenhuma expectativa com relação ao Oscar. 

James Mangold ao lado do ator Timotheé Chalamet./ Reprodução: Vanity Fair
James Mangold e o ator Timothée Chalamet após prêmio The Gothams. Reprodução/ Vanity Fair

Sean Baker- Anora

Nascido e criado no Estado de Nova Jersey, o estadunidense Sean Baker é reconhecido notoriamente pelas suas produções independentes, acompanhadas de um baixo orçamento e uma vontade lúdica cinematográfica. Seus personagens, por vezes vistos como “decadentes”, representam a essência do que é manifestado pelo “american dream”, a busca pelo sucesso, prosperidade e, acima de tudo, mobilidade social. O cineasta norte-americano busca desestigmatizar estilos de vida, criando empatia do público pelo protagonista.

A majoritária coletânea do diretor possui enfoque nos outsiders e nos trabalhadores sexuais, como visto em “Red Rocket” (2021), “Tangerine” (2015) e em “Anora” (2024), filme responsável pela indicação do diretor. 

O uso do humor combinado com temáticas sensíveis e humanitárias, são responsáveis por romper com narrativas convencionais, buscando humanizar grupos marginalizados da sociedade e por muitas das vezes incompreendidos. E com “Anora”, produção que venceu a Palma de Ouro de 2024 em Cannes, além do Spirit Awards, a narrativa não se difere.

Brady Corbet- The Brutalist (O Brutalista).

Nascido em agosto de 1988 no Arizona, Estados Unidos, Brady Corbet é ator, cineasta e produtor. Com 22 anos de carreira acumulados, ele concorre ao Oscar de melhor direção pelo filme “O Brutalista”. A obra vem ganhando destaque nas premiações internacionais, chegando a levar o principal prêmio do Festival de Veneza, o “Leão de Prata”, e o de “melhor diretor” no Globo de Ouro.

Corbet iniciou a trajetória no mundo das séries nos anos 2000, quando atuou em um episódio de “The King of Queens”.  Porém, somente em 2003 que o cineasta conseguiu o primeiro papel atuando no cinema. Ele foi escalado para viver um personagem em “Thirteen”, da diretora Catherine Hardwick. Após fazer diversos papeis, Brady arriscou-se na direção de filmes em 2013, quando assinou um contrato para assumir o filme “The Childhood of a Leader”, que viria a estrear no Festival internacional de Veneza, no qual  levou, na seção “Horizontes”, o prêmio de melhor diretor. “The Brutalist” é o terceiro longa-metragem do cineasta, que é estrelado por Adrien Brody e por Felicity Jones.

Diretor Brady Corbet ao lado de sua família em premiação do Golden Globes. Foto: divulgação/Golden Globes
Brady Corbet ao lado de sua família em premiação do Golden Globes 2025. Reprodução/ Golden Globes



 

 

 

 

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Premiação mais importante de cinema acontece em Los Angeles neste fim de semana e reúne cinco concorrentes para a categoria
por
Kaleo Ferreira e Thayná Alves
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28/02/2025 - 12h

 

A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas (em inglês, Academy of Motion Picture Arts and Sciences ou AMPAS) divulgou, no dia 23 de janeiro deste ano, a tão aguardada lista de indicações ao Oscar. Na categoria Melhor Animação, a disputa está entre cinco grandes produções: "Flow", "Robô Selvagem",  "Memórias de um Caracol", "Wallace & Gromit: Vingança das Aves" e "Divertida Mente 2" . 

O anúncio foi feito oficialmente pelo site e pelas redes sociais da AMPAS, com apresentação dos atores Rachel Sennott e Bowen Yang.

A 97ª cerimônia de entrega dos prêmios acontecerá no próximo domingo, dia 2 de março, e será apresentada pelo comediante Conan O'Brien. 

Conheça os filmes indicados a Melhor Animação no Oscar 2025

1.Flow - À deriva

Cena de “FLow - À deriva’’. Foto: Filmspot/ Reprodução
Cena de “FLow - À deriva’’. Foto: Filmspot/ Reprodução

Dirigido por Gints Zilbalodis, o longa retrata a jornada de um gato preto solitário que, após uma inundação devastadora destruir seu lar, encontra refúgio em um barco habitado por diversas espécies, aprendendo a conviver com elas e as diferentes ameaças encontradas no percurso. 

O cenário sugere um mundo pós apocalíptico, onde há apenas vestígios da presença humana e um grande ecossistema natural. Sem diálogos e com uma animação diferente dos outros concorrentes - realizada no Blender, um software gratuito usado para a criação de conteúdos em 3D - “Flow” venceu o Globo de Ouro de Melhor Animação em fevereiro de 2025 e conta com sons reais de animais e da natureza para contar esta comovente história.

Produzido na Letônia, “Flow” também foi indicado como melhor filme internacional, sendo concorrente do longa brasileiro “Ainda estou aqui”. 

2. Robô Selvagem

Cena de Robô Selvagem’’.Foto: Cabana do leitor/ Reprodução
Cena de Robô Selvagem’’.Foto: Cabana do leitor/ Reprodução

A trama acompanha a robô Roz, que naufraga em uma ilha desabitada e precisa aprender a se adaptar ao ambiente hostil, construindo relacionamentos com os seres locais. A robô foi construída por seres humanos e programada para servir, e quando se encontra em uma floresta selvagem, tenta a todo custo ajudar os animais ali presentes.

Neste processo, Roz acidentalmente destrói um ninho de gansos na ilha, e torna-se responsável por um dos ovos restantes, cuidando do filhote para garantir sua sobrevivência.

Dirigido por Chris Sanders, conhecido por "Lilo & Stitch" e "Como Treinar o Seu Dragão", o filme é baseado no romance homônimo de Peter Brown. “Robô selvagem” traz questões de maternidade e pertencimento, além de mostrar, de forma leve, o que acontece quando a natureza e a tecnologia se encontram no mesmo ambiente. 

3. Wallace & Gromit: Avengança 

Cena de “Wallace & Gromit: Avengança’’.Foto: IMDb/ Reprodução
Cena de “Wallace & Gromit: Avengança’’.Foto: IMDb/ Reprodução

A animação do estúdio Aardman traz de volta a história do inventor Wallace e seu fiel cachorro Gromit em seu incrível mundo de massa de modelar para as telas. Desta vez em "Wallace & Gromit: Avengança", temos o retorno do vilão sem expressão, o pinguim Feathers McGraw, que apareceu pela primeira vez no curta-metragem "Wallace e Gromit: Calças Erradas" de 1993 e que acabou ganhando a categoria no Oscar de Melhor Curta-metragem de Animação no ano seguinte.

O filme conta como Wallace teve a grande ideia de criar um anão de jardim que é capaz de realizar todas as tarefas domésticas no quintal de casa. Porém, da prisão, o vilão McGraw descobre a invenção e elabora o plano de hackear o anão e assumir o controle, com o objetivo de pegar o diamante para ele, e em contrapartida, fazer com que o dono acabe sendo acusado de vários crimes supostamente cometidos por sua criação. Vendo seu amigo em uma situação crítica, Gromit entra em ação para salvá-lo e punir o vilão.

Produzido no Reino Unido, “Wallace & Gromit” mostra o reencontro desses grandes personagens e uma continuação do filme de 1993. O estúdio não desistiu em inovar nessa grande história e promover  a nostalgia entre o público, transformando histórias simples em produções fantásticas e com grandes personagens já conhecidos.

4. Divertida Mente 2

Cena de “Divertida Mente 2”. Foto: Rolling Stone Brasil/ Reprodução
Cena de “Divertida Mente 2”. Foto: Rolling Stone Brasil/ Reprodução

Com um salto temporal na vida de Riley, que agora já é adaptada na cidade de São Francisco com seus 13 anos, a jovem entra na puberdade e na adolescência. Com esse amadurecimento, a sala de controle mental da garota passa por uma reforma para dar espaço a novas emoções: Ansiedade, Tédio, Vergonha e a Inveja, além das que já conhecemos no primeiro filme:  Alegria, Tristeza, Nojinho, Medo e Raiva. 

As antigas emoções ficam perdidas com essa mudança, não sabendo como agir e se sentir nesse novo momento, trazendo algumas preocupações em tentar lidar com tudo, principalmente com a chegada da Ansiedade.

Em mais um ano, a Pixar também está concorrendo a categoria com sua continuação do primeiro filme de 2015, que também competiu na mesma categoria de Melhor Animação, a qual ganhou a estatueta, e de Melhor Roteiro Original em 2016.

Apesar do filme ter a mesma fórmula do primeiro, ele é de grande importância por trazer novos assuntos, como o transtorno de   ansiedade, que é uma das maiores doenças psíquicas da atualidade,  e mostrar como o longa vai amadurecendo, como a Riley.

5. Memórias de um Caracol

Cena de “Memórias de um Caracol”. Foto: CinePOP/ Reprodução
Cena de “Memórias de um Caracol”. Foto: CinePOP/ Reprodução

O australiano, Adam Elliot, escritor, produtor e diretor do filme, volta aos cinemas depois de 15 anos com essa nova animação em stop motion, seguindo a mesma linha de seu último filme “Mary e Max”, trazendo temas como solidão, traumas e o próprio crescimento.

“Memórias de um Caracol” conta a história da jovem Grace Prudel. Se passando na Austrália de 1970, a menina cresce em uma família marcada pela tragédia. Ela e seu irmão gêmeo, Gilbert, são criados pelo pai que é paraplégico e alcoólatra, e sua mãe acaba morrendo. 

Anos passam e os gêmeos são separados, cada um indo para lares adotivos diferentes, enquanto Gilbert sofre em uma família evangélica cruel, Grace se retira e encontra conforto em sua coleção de caracois. 

Após anos de solidão, a jovem conhece Pinky, uma mulher idosa que vira sua amiga e juntas, compartilham histórias, lágrimas, risadas, fazendo com que Grace saia da sua concha e veja uma nova perspectiva da vida, observando a esperança e a beleza da vida.

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Fique por dentro dos filmes que chamaram a atenção da Academia e concorrem ao principal prêmio da noite
por
Amanda Furniel
Maria Clara Palmeira
Davi Rezende
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28/02/2025 - 12h

Uma das noites mais esperadas pelos fãs de cinema está chegando. O Oscar 2025 será celebrado no próximo domingo, dia 2 de março, e está trazendo uma grande disputa na categoria de Melhor Filme, a principal da premiação, com produções aclamadas pelo público geral e pela crítica cinematográfica. A cerimônia será transmitida pela emissora Globo, a partir das 21h55.   

 

Entre os dez concorrentes, há desde grandes épicos históricos até dramas intimistas e inovações no cinema de gênero. Conheça um pouco mais de cada produção que está protagonizando o evento deste ano.

 

A Substância

Estreado no Festival de Cannes de 2024, o filme “A Substância” conta a história de Elisabeth Sparkle (Demi Moore), uma grande apresentadora que foi surpreendida com sua demissão, tendo a justificativa de que sua idade avançada prejudicava a atração do público.. Mais tarde, em um check-up, um enfermeiro lhe oferece um soro que trará a sua melhor versão - mais jovem e perfeita. Fragilizada, Elisabeth utiliza o soro em si, que resulta no surgimento da Sue (Margaret Qualley), sua versão alternativa. A trama se complica quando ambas as versões precisam coexistir, levando a conflitos de identidade e poder.

Desde seu lançamento, o filme acumulou diversos prêmios e indicações. No Festival de Cannes 2024, o diretor Corali Fargeat  recebeu o prêmio de Melhor Roteiro. Demi Moore foi reconhecida com o Globo de Ouro de Melhor Atriz por sua atuação intensa e vulnerável. Além disso, "A Substância" foi eleito o melhor filme de terror de 2024 pela revista Rolling Stone, que o descreveu como "um clássico instantâneo de terror corporal". 

A obra de Coralie Fargeat ganhou popularidade pelas referências do universo do terror e pelo seu audiovisual, que foi produzido majoritariamente com efeitos práticos. Com performances marcantes e uma direção ousada, "A Substância" não apenas provoca reflexões profundas sobre envelhecimento e autoimagem, mas também desafia o público a confrontar as normas culturais que perpetuam a valorização da juventude em detrimento da experiência e maturidade. 

O filme está disponível para ser assistido no streaming da Amazon, Prime Vídeo.

imagem do filme indicado ao oscar
Reprodução do filme A substância 


 

Ainda Estou Aqui 

Após 26 anos longe do Oscar , o filme marca a volta do Brasil a grandes premiações. Dirigido por Walter Salles e inspirado no livro de Marcelo Rubens Paiva, a obra se passa na década de 70, durante a ditadura militar, onde Eunice e Rubens Paiva (Fernanda Torres e Selton Mello) vivem uma vida tranquila com seus cinco filhos no Rio de Janeiro, até serem alvo da opressão do regime político.  

As ferramentas visuais e sonoras tiveram um papel espetacular no longa. Walter prezou por efeitos práticos e utilizou locais importantes do Rio de Janeiro, como Urca, Copacabana e Arpoador, como palco dessa história. O filme foi lançado no Festival de Veneza de 2024 e continua em cartaz nos cinemas brasileiros.

O longa é aclamado pela crítica internacional, acumulando uma lista de prêmios de grande prestígio, sendo um no Festival de Veneza de Melhor Roteiro e um Globo de Ouro de Melhor Atriz em Filme Dramático com a gigante Fernanda Torres. Além da categoria de Melhor Filme, a produção também está concorrendo a Melhor Filme Internacional e Melhor Atriz, com Fernanda, na premiação deste domingo. 

foto do filme indicado ao oscar 2025
Imagem do filme Ainda Estou Aqui: Sony Pictures, divulgação

Anora

“Anora” vem à temporada de premiações como uma das produções mais originais do ano. O longa conta a história de Ani (Mikey Madison), uma garota de programa do Brooklyn que, em meio à uma noite de trabalho, conhece o jovem filho de um casal de oligarcas russos, com quem se apaixona. Após semanas de uma vida de princesa, os dois decidem, por impulso, se casar e viverem juntos, o que não agrada a família do jovem russo, que decide acabar com o relacionamento.

Apesar de polêmico e excêntrico, o filme de Sean Baker traz uma profunda reflexão diante dos poderes sociais e da realidade do mito do sonho americano, enquanto a montagem frenética brinca com as emoções do espectador, que se espanta, diverte, ri e emociona ao longo das 2 horas e 15 minutos de filme. A obra começou a campanha chamando a atenção ao vencer a Palma de Ouro no festival de Cannes, um dos mais importantes da indústria, além de colecionar indicações e prêmios a seu roteiro e à atriz principal, Mikey Madison.

Dentro do Oscar, o filme ainda concorre às estatuetas de: Melhor Montagem, Melhor Direção, Melhor Roteiro Original, Melhor Ator Coadjuvante pelo papel de Yura Borisov (Igor) e Melhor Atriz pela interpretação de Mikey Madison (Ani). Em outras premiações como Globo de Ouro e o SAG Awards, Anora também marcou presença mas não levou nenhum prêmio, à exceção do Critics Choice Award, onde o filme levou o troféu de Melhor Filme e se consolidou como forte candidato à estatueta do Oscar. Anora pode ser visto nos cinemas.

poster do filme indicado ao oscar
Poster do filme Anora

Conclave 

A obra traz uma história pouco usual para as telonas, dando um mergulho em um dos eventos mais confidenciais e misteriosos da humanidade, a eleição de um novo papa. Na trama, após o falecimento do papa, o cardeal Lawrence (Ralph Fiennes), homem de maior confiança do pontífice, se torna o responsável por reunir sacerdotes do mundo inteiro no Vaticano para que então ocorra a votação. Em meio a cardeais de diferentes ordens, o protagonista se encontra perdido em uma corrente de segredos e escândalos que poderiam arruinar a reputação da igreja católica.

O filme dirigido por Edward Berger tem se destacado em meio à temporada de premiações graças a seu grande investimento técnico e elenco de peso. A produção recria os cenários clássicos do Vaticano com perfeição, além de trazer outros grandes atores, como Stanley Tucci (Cardeal Bellini) e Isabella Rossellini (Irmã Agnes). O roteiro, assinado por Peter Straughan, é dinâmico e apresenta os mistérios e reviravoltas da trama como um suspense que não permite o espectador tirar os olhos da tela.

Além de melhor filme, a Academia também reconheceu a obra em mais 7 categorias. O filme também deu as caras em outras importantes premiações, como no BAFTA, onde levou o prêmio de Melhor Filme, Melhor Filme Britânico e Melhor Roteiro Adaptado, além do Globo de Ouro, onde levou Melhor Roteiro de Cinema, e mais recentemente no SAG Awards, vencendo o prêmio de Melhor Elenco. Conclave está disponível para ser assistido nos cinemas. 

imagem do filme conclave
Reprodução do filme Conclave

 

Duna: Parte 2

Sucesso de bilheterias em 2021, Timothée Chalamet e Zendaya retornaram em 2024 para a segunda parte do filme “Duna”.  A adaptação conta a história do protagonista Paul (Timothée), um jovem que possui poderes que lhe permitem sentir o futuro. Após uma invasão em seu território, Paul se une a Chani (Zendaya) e com os Fremen em sua busca por vingança contra os Harkonnen. Com o desenvolvimento da história, o personagem terá que realizar escolhas difíceis que impactam em um futuro que só o próprio conhece.

Com o orçamento de U$190 milhões, o longa foi gravado em IMAX, uma tecnologia que permite a alta resolução de imagens e vídeos. Foi utilizado o máximo de locações reais possíveis, deixando o uso de CGI (Imagens geradas por computador) apenas em momentos cruciais. No BAFTA 2025, o filme foi reconhecido com o prêmio de Melhores Efeitos Visuais. A trilha sonora, desenvolvida por Hans Zimmer, é aclamada pelo público e destaque em premiações. 

Desde seu lançamento, o filme recebeu aclamação da crítica e do público, alcançando 93% de aprovação no Rotten Tomatoes. Além disso, "Duna: Parte 2" conquistou diversos prêmios, incluindo Melhor Filme no Las Vegas Film Critics Society Awards 2024, onde também levou outras cinco categorias, como Melhor Direção para Denis Villeneuve e Melhor Fotografia. 

O longa também está sendo indicado em outras 4 categorias no Oscar 2025: Melhor Design de Produção, Melhor Som, Melhores Efeitos Visuais, Melhor Fotografia. O filme está disponível na MAX ou no Prime Vídeo.

poster do filme duna
Poster do filme Duna: parte 2

 

Emilia Pérez

“Emília Perez” é um musical que segue a vida de Rita (Zoe Saldaña), uma advogada mexicana que se envolve com o cartel ao ser chamada pessoalmente por Manitas del Monte (Karla Sofía Gascón), o líder do crime na cidade, para representá-lo judicialmente. Dentre seus interesses, o principal desejo do chefe do cartel é, na verdade,  poder realizar a transição de gênero, por ser uma mulher trans, e assim, abandonar a vida no crime e adotar uma nova identidade, Emilia Perez. Apesar das recentes polêmicas que envolveram a obra em relação à sua produção e à atriz principal, Karla Sofía Gascón, Emília Perez faz uma grande campanha na temporada de premiações desde o início de suas sessões em festivais internacionais. Dirigido pelo francês, Jacques Audiard, o filme conquistou espaço na atenção do público, tendo ganho o prêmio de Melhor Atriz em Cannes, e batido o recorde de indicações à estatuetas do Oscar, com um total de 13 indicações.

Apesar de sua forte campanha desde o início da temporada, com premiações nos principais festivais internacionais, a obra do francês Jacques Audiard tem se envolvido em fortes polêmicas ao longo de suas exibições ao público. Umas das principais questões envolvendo o filme é o fato de ser uma produção que trata sobre o povo mexicano de forma estereotipada, com todas as cenas filmadas nos EUA, direção e roteiro franceses, e elenco majoritariamente estadunidense (com exceção da atriz principal, Karla Sofía Gascón, nascida na Espanha). Em adição, o filme também foi pauta negativa entre a comunidade transexual, que avaliou a representação da protagonista, Emília Perez, como preconceituosa e incorreta. A atriz principal da obra também se envolveu recentemente em polêmicas, ao serem descobertos antigas públicas na rede social “X”, onde a espanhola tecia comentários de cunho racista e xenofóbico, resultando na remoção de sua imagem na campanha realizada pela Netflix ao Oscar.

Emília Perez vem em uma temporada de renovação dos indicados às grandes premiações, enquanto um gênero raro de ser visto em tal posição (musical) como em outros anos. A produção vem como uma das grandes favoritas à estatueta de Melhor Filme Internacional, já tendo levado o prêmio em outras ocasiões, como no Globo de Ouro e no BAFTA, além de colecionar prêmios como de Melhor Atriz Coadjuvante pela performance de Zoe Saldaña (Rita), e Melhor Canção Original com a composição “El Mal”, nestas mesmas premiações. No Oscar, o filme ainda concorre à Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Direção, Melhor Fotografia, duas composições em Melhor Canção Original (“El Mal” e “Mi Camino”), entre outras categorias. O filme pode ser visto nos cinemas.

filme indicado ao oscar 2025
Poster do filme Emilia Perez

 

Nickel Boys

Dirigido por RaMell Ross, o longa é uma adaptação cinematográfica do romance vencedor do Prêmio Pulitzer de Colson Whitehead. O filme narra a poderosa amizade entre dois jovens afro-americanos, Elwood Curtis (Ethan Herisse) e Jack Turner (Brandon Wilson), que enfrentam juntos as duras realidades da Nickel Academy, um reformatório na Flórida durante a era Jim Crow. A trama explora as injustiças e abusos sistêmicos sofridos pelos internos, destacando a resiliência e a esperança mantidas diante da adversidade.

Desde sua estreia no 51º Festival de Cinema de Telluride em agosto de 2024, "Nickel Boys" recebeu aclamação da crítica. O filme foi nomeado um dos 10 melhores de 2024 pelo American Film Institute e recebeu indicações ao Globo de Ouro de Melhor Filme – Drama e ao Oscar de Melhor Filme e Melhor Roteiro Adaptado.

A obra levanta uma crítica contundente sobre a segregação racial e os abusos cometidos em instituições destinadas à reabilitação de jovens. Ao retratar as experiências traumáticas dos protagonistas, o filme evidencia as falhas sistêmicas e a desumanização presentes nesses estabelecimentos, convidando o público a refletir sobre as cicatrizes deixadas por tais práticas na sociedade americana. Para quem deseja assistir, o filme está disponível no Prime Vídeo.

reprodução do filme
Reprodução do filme Nickle Boys

 

O Brutalista

Em "O Brutalista", dirigido por Brady Corbet, acompanhamos a trajetória de László Tóth (Adrien Brody), um arquiteto judeu húngaro que, após sobreviver ao Holocausto, imigra para os Estados Unidos em 1947 em busca de reconstruir sua vida e carreira. Ao chegar na Pensilvânia, László enfrenta dificuldades para se estabelecer até que conhece Harrison Lee Van Buren (Guy Pearce), um industrial abastado que o contrata para projetos ambiciosos, incluindo a construção de um centro comunitário em homenagem à sua falecida mãe. A narrativa explora os desafios de László ao equilibrar sua visão artística com as demandas de seu patrono e as complexidades do sonho americano.

Desde sua estreia no Festival de Veneza em setembro de 2024, onde Corbet recebeu o Leão de Prata de Melhor Direção, "O Brutalista" tem sido amplamente reconhecido. O filme conquistou três prêmios no Globo de Ouro 2025: Melhor Filme de Drama, Melhor Diretor para Brady Corbet e Melhor Ator em Filme de Drama para Adrien Brody. Além disso, recebeu dez indicações ao Oscar 2025, incluindo Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator e categorias técnicas como Melhor Fotografia e Melhor Design de Produção.

Com uma duração de 3 horas e 35 minutos, incluindo um intervalo de 15 minutos, "O Brutalista" inova com uma narrativa cinematográfica imersiva que convida o público a refletir sobre os sacrifícios pessoais e profissionais na busca pelo sucesso e realização artística.

poster do filme indicado ao oscar
Poster do filme O Brutalista 

 

Um Completo Desconhecido 

O longa é uma cinebiografia, dirigida por James Mangold, que retrata a ascensão de Bob Dylan (Timothée Chalamet) na cena musical de Nova York no início dos anos 60. O filme acompanha o jovem de 19 anos desde sua chegada à cidade, passando por encontros com ícones como Woody Guthrie (Scoot McNairy) e Pete Seeger (Edward Norton), até sua controversa transição para o rock elétrico no Festival Newport Folk de 1965. Além de Chalamet, que concorre na mesma categoria protagonizando Duna: parte 2, o elenco conta com Elle Fanning como Sylvie Russo, uma representação fictícia de Suze Rotolo, e Monica Barbaro no papel de Joan Baez.

O filme recebeu aclamação da crítica e do público, acumulando oito indicações ao Oscar 2025, incluindo Melhor Diretor para James Mangold e Melhor Ator para Timothée Chalamet. A atuação de Chalamet foi especialmente destacada, com elogios por sua capacidade de capturar a essência enigmática de Dylan, equilibrando carisma e introspecção.

"Um Completo Desconhecido" levanta discussões sobre a tensão entre autenticidade artística e expectativas do público. A decisão de Dylan de eletrificar seu som, vista por muitos como uma traição ao movimento folk, é central na narrativa e serve como metáfora para os desafios enfrentados por artistas que buscam evoluir enquanto lidam com a pressão dos fãs e da indústria. O filme também explora as complexidades das relações pessoais de Dylan, destacando como suas escolhas profissionais impactaram seus vínculos afetivos.

poster do filme indicado ao oscar
Poster do filme Um completo desconhecido 

 

Wicked

O filme trouxe um dos maiores clássicos musicais da Broadway para as telonas. Wicked conta a verdadeira história da Bruxa Má do Oeste, de Mágico de Oz. O longa vai explorar a complexa relação entre Elphaba (Cynthia Erivo), uma jovem de pele verde, e Glinda (Ariana Grande), uma garota popular e ambiciosa. Ambientado na Terra de Oz antes da chegada de Dorothy, a narrativa acompanha as protagonistas desde seus dias na Universidade de Shiz até os eventos que as transformam nas icônicas Bruxa Má e Bruxa Boa do Norte, respectivamente.

poster do filme indicado ao oscar
Foto de divulgação do filme Wicked 

Wicked tem sido aclamado pelo público, principalmente os que já eram fãs do musical original, exaltando a atuação de Ariana e Cynthia, que deram vida à suas personagens com louvor. A principal particularidade do longa é a direção de Jon M. Chu, que priorizou manter a narrativa teatral característica dos palcos, mantendo toda a magia da história e o apego afetivo dos fãs. A maioria dos cenários foi construído para a gravação, diminuindo o uso de CGI, mais de 9 mil tulipas foram plantadas para dar vida a cena do vasto campo de tulipas. “Uma boa parte [do cenário] é real. São cenários físicos, tangíveis”, comenta Ariana Grande, atriz que dá vida a Glinda.

O filme recebeu elogios por sua direção de arte, performances e fidelidade ao material original. No National Board of Review de 2024, "Wicked" foi eleito o Melhor Filme, com Jon M. Chu recebendo o prêmio de Melhor Diretor. A colaboração criativa entre Cynthia Erivo e Ariana Grande também foi destacada com o NBR Spotlight Award.

Uma das principais críticas levantadas por "Wicked" é a desconstrução da vilania e a exploração das nuances entre o bem e o mal. Ao recontar a história da Bruxa Má do Oeste sob uma nova perspectiva, o filme desafia as percepções tradicionais de heroísmo e maldade, convidando o público a refletir sobre preconceitos, discriminação e as complexidades das relações humanas. A narrativa aborda temas como bullying, corrupção e a busca por identidade, tornando-se uma alegoria relevante para questões contemporâneas.

 

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