Do pastelzinho com caldo de cana à hora da xepa, as feiras livres fazem parte do cotidiano paulista de domingo a domingo.
por
Manuela Dias
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29/11/2025 - 12h

Por décadas, São Paulo acorda cedo ao som de barracas sendo montadas, caminhões descarregando frutas e vendedores afinando o gogó para anunciar promoções. De norte a sul, as feiras livres desenham um dos cenários mais afetivos da vida paulistana. Não é apenas o lugar onde se compra comida fresca: é onde se conversa, se briga pelo preço, se prova um pedacinho de melancia e se encontra o vizinho que você só vê ali, entre uma dúzia de banana e um pé de alface.

Juca Alves, de 40 anos, conta que vende frutas há 28 anos na zona norte de São Paulo e brinca que o relógio dele funciona diferente. “Minha rotina é a mesma todos os dias. Meu dia começa quando a cidade ainda está dormindo. Se eu bobear, o morango acorda antes de mim”.

Nas bancas de comida, o pastel é rei. “Se não tiver barulho de óleo estalando e alguém gritando não tem graça”, afirma dona Sônia, pasteleira há 19 anos junto com o marido e filhos. “Minha família cresceu ao redor de panelas de óleo e montes de pastéis. E eu fico muito realizada com isso.  

Quando o relógio se aproxima do meio dia, começa o momento mais esperado por parte do público: a famosa xepa. É quando o preço cai e a disputa aumenta. Em uma cidade acelerada como São Paulo, a feira livre funciona como uma pausa afetiva, um lembrete de que existe vida fora do concreto. E enquanto houver paulistanos dispostos a acordar cedo por um pastel quentinho e uma conversa boa, as feiras continuarão firmes, coloridas, barulhentas e deliciosamente caóticas.

Os cartazes com preços vão mudando conforme o dia.
Os cartazes com preços vão mudando conforme o dia. Foto: Manuela Dias/AGEMT
Vermelha, doce e gigante: a melancia é o coração das bancas nas feiras paulistanas.
Vermelha, doce e gigante: a melancia é o coração das bancas nas feiras paulistanas. Foto: Manuela Dias/AGEMT
A dupla que move a feira da Zona Norte de São Paulo.
A dupla que move a feira da Zona Norte de São Paulo. Foto: Manuela Dias/AGEMT
Entre frutas e verduras um respiro delicado: o corredor das flores.
Entre frutas e verduras um respiro delicado: o corredor das flores. Foto: Manuela Dias/AGEMT

 

Apresentação exclusiva acontece no dia 7 de setembro, no Palco Mundo
por
Jalile Elias
Lais Romagnoli
Marcela Rocha
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26/11/2025 - 12h

Elton John está de volta ao Brasil em uma única apresentação que promete marcar a edição de 2026 do Rock in Rio. O festival confirmou o britânico como atração principal do dia 7 de setembro, abrindo a divulgação do line-up com um dos nomes mais celebrados da música mundial.

A presença de Elton carrega um peso especial. Em 2023, o artista anunciou que deixaria as grandes turnês para ficar mais perto da família. Por isso, sua performance no Rock in Rio será a única na América Latina, transformando o show em um momento raro para os fãs de todo o continente.

Em um vídeo publicado na terça-feira (25) nas redes sociais, Elton John revelou o motivo para ter aceitado o convite de realizar o show em solo brasileiro. “A razão é que eu não vim ao Rio na turnê ‘Farewell Yellow Brick Road’, e eu senti que decepcionei muitos dos meus fãs brasileiros. Então, eu quero compensar isso”, explicou o britânico.

No mesmo dia de festival, outro grande nome da música sobe ao Palco Mundo: Gilberto Gil. Em clima de despedida com a turnê Tempo-Rei, que termina em março de 2026, o encontro dos dois artistas lendários torna a programação do festival ainda mais especial. 

Gilberto Gil se apresentará no Palco Mundo do Rock in Rio 2026 (Foto: Reprodução / Facebook Gilberto Gil)
Gilberto Gil se apresentará no Palco Mundo do Rock in Rio 2026 (Foto: Divulgação)

Além das atrações, o Rock in Rio prepara mudanças importantes na Cidade do Rock. O Palco Mundo, símbolo do festival, será completamente revestido de painéis de LED, somando 2.400 metros quadrados de tecnologia. A ideia é ampliar a imersão visual e criar novas possibilidades para os artistas.

A próxima edição também terá uma homenagem especial à Bossa Nova e um benefício pensado diretamente para o público, em que cada visitante poderá receber até 100% do valor do ingresso de volta em bônus, podendo ser usado em hotéis, gastronomia e experiências turísticas durante a estadia na cidade.

O Rock in Rio 2026 acontece nos dias 4, 5, 6, 7 e 11, 12 e 13 de setembro, no Parque Olímpico, no Rio de Janeiro. A venda geral dos ingressos começa em 9 de dezembro, às 19h, enquanto membros do Rock in Rio Club terão acesso à pré-venda a partir do dia 4, no mesmo horário.

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A socialite continuou tendo sua moral julgada no tribunal, mesmo após ter sido assassinada pelo companheiro
por
Lais Romagnoli
Marcela Rocha
Jalile Elias
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26/11/2025 - 12h
Marjorie Estiano interpreta Ângela Diniz. Foto: Divulgação
Marjorie Estiano interpreta Ângela Diniz em nova série. Foto: Reprodução/Divulgação HBO Max

Figurinha carimbada nas colunas sociais da época, Ângela Diniz virou capa das manchetes policiais após ser morta a tiros pelo então namorado, Doca Street. O feminicídio que marcou o país na década de 1970 ganha agora um novo olhar na série da HBO Ângela Diniz: Assassinada e Condenada.

Na produção, Marjorie Estiano interpreta a protagonista, enquanto Emilio Dantas assume o papel de Doca. O elenco ainda conta com Thelmo Fernandes, Maria Volpe, Renata Gaspar, Yara de Novaes e Tóia Ferraz.

Sob direção de Andrucha Waddington, a série se inspira no podcast A Praia dos Ossos, de Branca Viana. A obra, que leva o nome da praia onde o crime ocorreu, reconstrói não apenas o caso, mas também o apagamento em torno da própria vítima. Depoimentos de amigas de Ângela, silenciadas à época, servem como ponto de partida para revelar quem ela realmente era.

Seja pela beleza ou pela independência, a mineira chamava atenção por onde passava. Já os relatos sobre Doca eram marcados pelo ciúme obsessivo do empresário. O casal passava a véspera da virada de 1977 em Búzios quando, ao tentar pôr fim à relação, Ângela foi assassinada pelo companheiro.

Por dias, o criminoso permaneceu foragido, até que sua primeira aparição foi numa entrevista à televisão; logo depois, ele se entregou à polícia. Foram necessários mais de dois anos desde o assassinato para que Doca se sentasse no banco dos réus, num julgamento que se tornaria símbolo da luta contra a violência de gênero.

Marjorie Estiano interpreta Ângela Diniz, , enquanto Emilio Dantas assume o papel de Doca. Foto: Divulgação
Marjorie Estiano interpreta Ângela Diniz, enquanto Emilio Dantas assume o papel de Doca. Foto: Reprodução/Divulgação HBO Max

As atitudes, roupas e relações de Ângela foram usadas pela defesa como supostas “provocações” que teriam motivado o crime. Foi nesse episódio que Carlos Drummond de Andrade escreveu: “Aquela moça continua sendo assassinada todos os dias e de diferentes maneiras”.

Os advogados do réu recorreram à tese da “legítima defesa da honra” — proibida somente em 2023 pelo STF — numa tentativa de inocentá-lo. O argumento foi aceito pelo júri, e Doca recebeu pena de apenas dois anos de prisão, sentença que gerou revolta e fortaleceu movimentos feministas da época.

Sob forte pressão popular, um segundo julgamento foi realizado. Nele, Doca foi condenado a 15 anos, dos quais cumpriu cerca de três em regime fechado e dois em semiaberto. Em 2020, ele morreu aos 86 anos, em decorrência de um ataque cardíaco.

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Exposição reúne obras que exploram o inconsciente e a natureza como caminhos simbólicos de cura
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KHADIJAH CALIL
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25/11/2025 - 12h

A Pinacoteca Benedicto Calixto, em Santos, apresenta de 14 de novembro a 14 de dezembro de 2025 a exposição “Bosque Mítico: Katia Canton e a Cura pela Arte”, que reúne um conjunto expressivo de pinturas, desenhos, cerâmicas, tapeçarias e azulejos da artista, sob curadoria de Carlos Zibel e Antonio Carlos Cavalcanti Filho. A Fundação que sedia a mostra está localizada no imóvel conhecido como Casarão Branco do Boqueirão em Santos, um exemplar da época áurea do café no Brasil. 

Ao revisitar o bosque dos contos de fadas como metáfora de transformação interior, Katia Canton revela o processo criativo como gesto de cura, reconstrução e transcendência.
 

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       “Casinha amarela com laranja” de Katia Canton. Foto: Khadijah Calil.

 

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                 “Chapeuzinho triste” de Katia Canton. Foto: Khadijah Calil.
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                 “O estrangeiro” de Katia Canton. Foto: Khadijah Calil.         
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                                                            “Menina e pássaro” de Katia Canton. Foto: Khadijah Calil.
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                                                     “Duas casinhas numa ilha” de Katia Canton. Foto: Khadijah Calil.
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                                                             “Os sete gatinhos” de Katia Canton. Foto: Khadijah Calil.
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                                                                         “Floresta” de Katia Canton. Foto: Khadijah Calil.

 

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Festival celebra os três anos de existência com homenagem ao pensamento de Frantz Fanon e a imaginação radical da cultura periférica
por
Marcela Rocha
Jalile Elias
Isabelle Maieru
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25/11/2025 - 12h

Reconhecido como um dos principais espaços da cultura periférica em São Paulo, o Museu das Favelas completa três anos de atividades no mês de novembro. Para comemorar, a instituição elaborou uma programação especial gratuita que combina memória, arte periférica e reflexão crítica.

Segundo o governo do Estado, o Museu das Favelas já recebeu mais de 100 mil visitantes desde sua fundação em 2022. Localizado no Pátio do Colégio, a abertura da agenda de aniversário ocorre nesta terça-feira (25) com a mostra “ImaginaÇÃO Radical: 100 anos de Frantz Fanon”, dedicada ao médico e filósofo político martinicano.

Fachada do Museu das Favelas. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil
Fachada do Museu das Favelas. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Autor de “Os condenados da terra” e “Pele negra, máscaras brancas”, Fanon contribuiu para a análise dos efeitos psicológicos do colonialismo, considerando algumas abordagens da psiquiatria e psicologia ineficazes para o tratamento de pessoas racializadas. A exposição em sua homenagem ficará em cartaz até 24 de maio de 2026.

Ainda nos dias 25 e 26 deste mês, o festival oferecerá o ciclo “Papo Reto” com debates entre intelectuais francófonos e brasileiros, em parceria com o Instituto Francês e a Festa Literária das Periferias (Flup). A programação continua no dia 27 com a visita "Abrindo Fluxos da Imaginação Radical”. 

Em 28 de novembro, o projeto “Baile tá On!” promove uma conversa com o artista JXNV$. Já no dia 29, será inaugurada a sala expositiva “Esperançar”, que apresenta arte e tecnologia como forma de mapear territórios periféricos.

O encerramento do festival será no dia 30 de novembro com a programação “Favela é Giro”, que ocupa o Largo Pátio do Colégio com DJs e performances culturais.

 

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A AGEMT entrevistou o público do festival para saber como foi a experiência lá dentro
por
Carolina Rouchou
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31/03/2023 - 12h

O Lollapalooza voltou neste final de semana para sua 10a edição no Brasil. O Autódromo de Interlagos hospedou aproximadamente 300 mil pessoas durante os três dias de festival. Essa edição trouxe estreias para o público brasileiro, como Billie Eilish e Lil Nas X, e contou com artistas nacionais como Dubdogz, O Grilo e Os Paralamas do Sucesso. O cardápio artístico seguiu a diversidade dos anos anteriores, apresentando ícones da música eletrônica, do pop e do rock. Como um dos maiores festivais de música no Brasil o Lollapalooza é relevante dentro da cultura brasileira, principalmente para os jovens.

Este ano o festival teve duas atrações principais canceladas: Blink-182 e Drake. Devido a problemas de saúde, a banda americana cancelou seu show no início de março, o que permitiu que aqueles interessados em vê-los se organizassem como preferissem. O executivo Renato Carneiro, 47, conta que adquiriu um ingresso só para ver Blink-182. Quando recebeu a notícia, até tentou vender seu ingresso, mas não encontrou ninguém que estivesse disposto a pagar o preço que ele havia pagado. “Entre perder dinheiro e aproveitar o festival, mesmo sem o Blink, eu preferi dar uma chance pros artistas que eu ainda não conhecia”. 

Renato não gostou do Twenty One Pilots, banda que substituiu Blink-182 no sábado. “Não me surpreendi com nenhuma apresentação, tudo foi muito voltado pro público jovem. Eu entendo o porquê, mas não viria de novo”.

Os fãs de Drake apresentaram outra perspectiva. Com um histórico de descuido com os fãs brasileiros, a estudante de psicologia Camila Merlo, 23, conta: “Eu já imaginava que isso fosse acontecer, eu gosto muito das músicas do Drake, mas não é a primeira vez que ele faz uma coisa dessas. Se alguma coisa realmente tivesse acontecido, talvez minha opinião fosse outra, mas tá na cara que ele só não queria fazer o show, até porque ele saiu da Colômbia e foi direto pra Miami curtir uma balada.” 

O artista, que foi um dos headliners de domingo, foi substituído por Skrillex, um dos maiores nomes do dubstep. “Pra mim, valeu muito mais a pena, apesar de eu ouvir muito mais Drake do que Skrillex, dava pra ver que ele tinha prazer de estar no palco se apresentando pra gente. Foi uma experiência incrível porque pudemos ver o quanto ele valoriza nossa cultura. Tenho certeza que se Drake viesse, ele faria uma apresentação bem meia-boca.” contou a estudante.

Skrillex no palco Budweiser. Imagem: Carolina Rouchou.
Skrillex no palco Budweiser. Imagem: Carolina Rouchou.

Camila não foi a única a apoiar a mudança de última hora. No palco Budweiser, antes, durante e após o show do Skrillex, ouvia-se diversos xingamentos ao Drake como se ele fosse o juiz de uma final de Copa do Mundo entre Brasil e Argentina. 

A plateia vibrou ao som de “Carinhoso”, de Elis Regina, que foi a música escolhida por Skrillex para abrir seu show. O espetáculo também contou com muito funk brasileiro e para a música “Malokera”, Ludmilla subiu ao palco para se apresentar junto ao DJ.

Não é a primeira vez que isso acontece no Lollapalooza. Em 2019, Post Malone trouxe Kevin O Chris para o palco durante seu show, em 2022, a artista galesa Marina (antes conhecida como Marina & the Diamonds) cantou com Pabllo Vittar, que voltou aos palcos este ano com Lil Nas X, no sábado, e com Tove Lo, que também convidou MC Zaac, no domingo.

“Não é a primeira vez que eu vejo artistas internacionais dividindo palco com os nossos [artistas] no Lollapalooza, mas a sensação é sempre incrível. Só de saber que pode ter um gringo ouvindo e curtindo um funk como a gente curte, porque viu o Lolla pela TV, eu já fico animada. Quem sabe o funk não vira o novo K-pop no futuro?”, brincou Chloe Goldstein, 22, estudante de publicidade e propaganda.

Pabblo Vittar e Lil Nas X se apresentam juntos sexta-feira, no palco chevrolet. Fonte: Gshow
Pabblo Vittar e Lil Nas X se apresentam juntos sexta-feira, no palco chevrolet. Fonte: Reprodução/Gshow.

O funk realmente está conquistando espaço no cenário internacional. No sábado, caminhando pelo palco Budweiser, conversamos com Lachlan Inwood, 19, intercambista neo-zelandês - ou “kiwi”, como ele descreveu. Lachlan estava com mais quatro amigos, também intercambistas, voltando do show da Ludmilla. Ele conta que teve o primeiro contato com o funk brasileiro pelo TikTok e que quando descobriu que teria a oportunidade de fazer intercâmbio para o Brasil, não pensou duas vezes. “A Ludmilla foi espetacular! A energia, a batida, o figurino, tudo foi muito impressionante. Mesmo eu não sabendo dançar como os brasileiros, eu não parei em nenhum momento!”

Com quase 30 artistas por dia, o Lollapalooza apresenta personalidades de diferentes portes. As menores são responsáveis por abrir o dia, enquanto as mais famosas, fecham. Luiza Cordeiro, 22, estagiária de mídias, já veio ao festival diversas vezes: “Acho que uma das partes mais interessantes do Lolla, para mim, é o contato com bandas novas. Em 2017, eu cheguei mais cedo e sentei para comer enquanto o Catfish and the Bottleman tocava. Eu conhecia uma música só, mas o show foi tão incrível que eu virei fã! O guitarrista se machucou e não parou de tocar, a mão dele sangrando e ele lá, foi surreal”. 

Renato, o executivo que sofreu com o cancelamento do Blink-182, conseguiu aproveitar um pouco o festival: "Um show que me surpreendeu foi o do Tame Impala, foi uma apresentação digna de gravar na memória. (...) Fiquei até o final”. Depois de responder as perguntas, Renato puxou o telefone e mostrou suas últimas músicas curtidas que provaram que de fato, havia sido conquistado por Tame Impala.

O Lollapalooza é um ator importante para a cultura, graças a ele o Autódromo de Interlagos abandona a velocidade dos carros de corrida para se envolver com o movimento da música. Durante um final de semana, ele se transforma em um espaço de integração para os mais variados tipos de público, oferecendo novos artistas, novas batidas e novas experiências, conquistando mais fãs a cada ano.

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Em sua 10ª edição, festival volta com os mesmos problemas de infraestrutura e exploração de trabalhadores.
por
Carolina Rouchou
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31/03/2023 - 12h

O aumento dos preços

Em sua 10ª edição, o Lollapalooza voltou a São Paulo com ingressos que variaram de 550 reais para um dia e 5.000 para os três dias no LollaLounge (área VIP), o que o concedeu o título de festival de música mais caro do Brasil. 

Quando começou, em 2012, o preço para um dia ficava em torno dos 150 reais e para os três, 500. A mudança de preço se justificou nas edições seguintes pelas grandes mudanças que o festival apresentou: os artistas convidados eram cada vez maiores - sendo necessário mudar o endereço do Jóquei para o Autódromo de Interlagos -, as instalações e ativações de marcas aumentaram em número e tamanho e o festival ganhou em 2018 um terceiro dia. Mas nas edições pós pandemia, o preço dobrou.

O passe de três dias meia-entrada, que nesta edição custou R$ 1.530, era oferecido por R$ 663 em 2019 e o público não pareceu satisfeito com a mudança. Maria Fernanda é fã do festival e conta que já é a quarta vez que vai: “Eu sempre gostei muito do Lolla, mas a cada ano que passa eu tenho menos vontade de vir. Os shows são sempre incríveis, deles eu não posso reclamar, mas é sério que com ingressos a quase 600 reais por dia eles não conseguem nada melhor que um banheiro químico?”. 

Sua revolta quanto a infraestrutura dos banheiros tem embasamento: “Daqui alguns meses vai ter o The Town, vai ser aqui no Autódromo, o ingresso para um dia está em torno dos R$ 350 a meia [entrada]. Eles vão fazer um encanamento só pro festival, para não depender de banheiros químicos. O Lolla fica quase o dobro com as taxas e eles nunca se preocuparam com isso”.

 

Difícil chegar, impossível sair

As objeções foram muitas, mas o que mais incomodou a audiência foi a entrada e saída do evento “A estação de trem fica um pouco longe daqui e essa distância parece dobrar embaixo do sol. Como que depois de dez edições a gente não viu uma iniciativa para melhorar esse caminho?” Relatou Giovanna Napolitano. 

E se a entrada foi turbulenta, a saída foi caótica. Com apenas dois portões e nenhuma sinalização, o final do festival apresentou muitos desafios para o público. “É uma loucura, assim que acabam os últimos shows, você tem duas opções: sentar e esperar a multidão sair ou se render a ela”, contou Luiza Cordeiro. Na sexta-feira, primeiro dia de festival, ela tentou sair pelo portão principal, na Avenida Interlagos, mas enquanto tentava chegar foi pega na confusão da saída do show da Billie Eilish e levada para o portão G. “Saímos pelo outro lado do Autódromo, no meio de uma comunidade. Começamos a caminhada para a saída às 23h e só chegamos lá as 2h”. Luiza explicou que apenas na metade do caminho entendeu que estava indo para o lugar errado, mas já era tarde demais, cercada por centenas de pessoas sua única opção foi seguir o fluxo: “Se eles tivessem colocado uma placa sinalizando que aquela saída levava para o portão G, eu nem teria seguido em frente”. A falta de sinalização também foi sentida no dia seguinte: “Hoje [sábado] eu só consegui encontrar a saída porque no meio da multidão vi uma funcionária do Lolla e pedi ajuda”.

Essa funcionária, que se identificou apenas como Bob, era responsável principalmente pela limpeza do evento, mas também auxiliou na montagem e desmontagem dos palcos e stands do evento. Quando perguntada sobre como é trabalhar no Lollapalooza, ela explicou: “Sábado é o dia mais tranquilo, a gente só tem que pegar o lixo do chão e deixar tudo limpinho, aí podemos ir embora. Eu cheguei aqui às 14h e vou sair perto das duas [da manhã], mas o difícil mesmo vai ser amanhã, que a gente vai ter que desmontar tudo isso, aí fica até terminar”. 

Saída do Lollapalooza pelo portão G. Imagem: Carolina Rouchou
Saída do Lollapalooza pelo portão G. Imagem: Carolina Rouchou

O trabalho no Lollapalooza

A questão do trabalho no Lollapalooza trouxe polêmicas. Dias antes da abertura do evento, cinco trabalhadores foram resgatados de condições de trabalho análogo a escravidão, mas mesmo assim encontramos relatos de exploração e insatisfação. Os nomes dos entrevistados foram alterados para preservar as identidades. Tamires Andrade, funcionária responsável pelas pulseiras que identificam maiores de idade, explicou que não voltaria a trabalhar no evento nas próximas edições: “Eu tive que chegar às oito todos os dias, fiquei embaixo do sol quente o dia inteiro com esse uniforme, morrendo de calor e quando chega a noite a gente morre de frio. Eu não pude parar nenhum segundo pra ver nenhum show. 22h é o horário que eu bato o ponto, mas até tirar o uniforme, devolver o equipamento e chegar na saída já são mais de onze da noite. É muita desorganização e cansaço para tirar só 140 reais por dia”. 

Rosana dos Santos, contratada como vendedora ambulante de produtos Sadia, também não voltaria: “A gente chega e é direcionada para o setor, tem um tempinho para dois lanches e um almoço, só isso”. Quando perguntada sobre as apresentações, ela responde de prontidão: “Se tenho tempo para ver alguma coisa? Imagina, a gente não pode parar”.

Para os funcionários contratados para trabalhar nos stands das marcas, a experiência foi diferente. Com turnos das 14h às 23h, o trio que trabalhou em um ponto de vendas da Budweiser disse que não vê a hora de voltar. “Esse é meu primeiro Lolla, estou amando! Consigo aproveitar o show e acabei conhecendo muita gente legal. Tá tudo muito bem organizado e eu amei o Twenty One Pilots. Quero muito poder voltar aqui ano que vem”, relatou Tiago.

 

As ativações

Além da Budweiser, o evento contou com ativações de outras marcas das mais variadas áreas. O stand da Coca-Cola trouxe o funk brasileiro e uma pista de dança para entreter o público entre os shows, enquanto a Braskem promoveu a reciclagem oferecendo pontos por cada item de plástico descartado corretamente, que poderiam ser trocados por brindes como doces e balas, copos e até mesmo capa de chuva. 

Mesmo com todas essas atividades extras, o evento não conquistou todo mundo, principalmente aqueles que presenciaram as edições anteriores. “Esse ano tá tudo muito caro, eu só vim porque ganhei um ingresso, que inclui só os shows né, comida e bebida é tudo a parte e se é de graça na questão dinheiro, é cara pro meu tempo. As filas de água do Bradesco estão impossíveis e eu prefiro assistir o show da Rosalía inteiro do que perder uma hora no copo customizado da Budweiser”, contou Giovanna Napolitano, que já presenciou quatro edições do Lollapalooza. 

 

 

A experiência VIP

A única pessoa entrevistada que não teve críticas ao evento foi Giovana Telles, que ganhou ingressos para o Lolla Comfort. Sendo essa sua primeira vez, disse que ficou muito impressionada com a infraestrutura dos shows e da área Comfort. “Para mim valeu muito a pena. A gente tem um espaço sensacional e eu pude curtir o show da Billie Eilish muito confortável. Lá dentro do Comfort a gente tem massagem, carregador portátil, água, banheiros melhores e uma vista incrível pro show, tudo incluído no preço do ingresso.”, que custa no mínimo 2.500 reais.

 

A popularização de grandes festivais de música em São Paulo traz um desafio para o Lollapalooza, que conta com uma infraestrutura antiquada, semelhante a de suas últimas edições. Além disso, os preços exorbitantes e a exploração dos trabalhadores abre espaço para que competidores como Primavera Sound, Mita e principalmente The Town, ofereçam alternativas viáveis para os fãs de música. 

Mas há esperança de mudanças. A edição deste ano encerrou a parceria entre o Lollapalooza e a empresa Time for Fun, que realizou oito edições do evento no Brasil. Quem assume o lugar agora é a Live Nation, responsável pelo clássico brasileiro Rock in Rio. A notícia provocou reações diferentes no público, uns comemoram a possibilidade de melhora na infraestrutura enquanto outros temem que o festival vá perder a originalidade dos Line-ups. 

A nova empresa responsável, no entanto, possui um ponto de convergência com a antiga: em 2013 e 2015 foram identificados funcionários em condições análogas à escravidão no Rock in Rio. Apesar de não existirem acusações tão recentes como a do Lollapalooza, nos resta a reflexão: As condições de trabalho no Rock in Rio melhoraram e portanto as do Lollapalooza também irão, ou os organizadores estão cada vez melhores em esconder esses casos, como aconteceu com Tamires?

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Após o cantor canadense Drake cancelar sua presença no Lollapalooza 2023, Skrillex assume o palco principal e entrega hits e convidados.
por
Bianca Novais
Luana Galeno
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29/03/2023 - 12h

No domingo, 26/03, aconteceu o terceiro e último dia do Lollapalooza, em São Paulo. As atrações principais Rosalía, Cigarettes After Sex e Skrillex, substituindo o rapper canadense Drake, encerraram o festival.

Rosalia
Rosalía no palco Chevrolet. Imagem: Reprodução.

A cantante espanhola Rosalía entregou um show com muita dança e design de luzes, mas o ponto alto foi a preocupação com quem assistia pelos telões e de casa. A transmissão fez parte do espetáculo, com captação própria, grande parte da transmissão foi realizada pela produção da cantora, coordenando as câmeras do Multishow (Globosat) com as coreografias. Sem se esquecer do público presente, Rosalía desceu do palco e encontrou uma fã para cantar um trecho de La Noche de Anoche. A fã era Gloria Groove, que surpreendeu Rosalía com o vozeirão afinado.

Apesar de a participação de Gloria Groove ter sido ao acaso, o domingo ficou marcado pelos artistas nacionais que subiram ao palco como convidados. Tove Lo, estrela pop sueca, apresentou com Mc Zaac a música Are U Gonna Tell Her?, composta em conjunto pelos dois. Pabllo Vittar também marcou presença ao lado da cantora com o hit Disco Tits.

Tove Lo e Pabllo Vittar
Tove Lo e Pabllo Vittar. Imagem: Reprodução/Instagram.

Baco Exu do Blues se apresentou no palco Adidas substituindo Willow, uma das cinco artistas que cancelaram suas participações no festival. O rapper bahiano iniciou seu show com uma homenagem a Gal Costa, que faleceu no ano passado. Trouxe a exaltação da cultura afro-brasileira, estilo principal de seus álbuns, com seus sucessos Me Desculpa Jay-Z, Samba in Paris e Te Amo Disgraça. Baco também não perdeu a oportunidade de, junto com a plateia, provocar Drake, que cancelou o show no Lollapalooza com antecedência de algumas horas. Na internet, Baco foi criticado pela simplicidade de sua roupa, mas foi contundente ao rebater com “eu sou bonito, posso ir básico. Tava calor, nunca ia mete uma calça”.

Ainda durante a tarde, Aurora fez uma performance inspiradora e emocionante com suas canções. Mas, seu show repercutiu por outro motivo: seu braterista, Sigmund Vestrheim, fez um gesto de “White Power” no momento de agradecimento no fim da apresentação. A junção entre as pontas do indicador e o polegar com os outros três dedos abertos  (semelhantemente ao OK), mas no caso, os três dedos simbolizaria a letra W e a junção dos dedos com o antebraço seria o P, um símbolo supremacista. A partir disso, os internautas começaram a pesquisar e encontraram imagens com símbolos como a suástica em suas redes sociais. 
Como defesa, Sigmund postou em seu Instagram que o gesto foi realizado na intenção de simbolizar sucesso, que o show teria sido ótimo, já os desenhos ele alega ter sido realizados quando ainda estava na escola, durante a aula de história e não significa nada. Aurora saiu em defesa do membro de sua banda.

Sigmund Vestrheim, baterista de Aurora, após o show no Lollapalooza, à esquerda. Um de seus posts no Instagram com símbolos nazistas. Imagem: Reprodução/Twitter.
Sigmund Vestrheim, baterista de Aurora, após o show no Lollapalooza, à esquerda. Um de seus posts no Instagram com símbolos nazistas. Imagem: Reprodução/Twitter.

Sentimentos controversos foram direcionados também a Drake, com xingamentos antes do show de seu substituto, Skrillex, subir ao palco.

É seguro dizer que Drake não fez falta. O DJ americano expoente do estilo dubstep sustentou o público com um set que começou com música brasileira e contou com suas faixas mais famosas.

Skrillex iniciou sua apresentação com um remix de Carinhoso, de Marisa Monte e Paulinho da Viola, e com isso o público já estava rendido. Mas as odes à cultura brasileira não pararam por aí, tivemos Ludmilla como sua convidada. No palco Budweiser, a cantora carioca entonou Sou Má e Todo Mundo Louco, faixas de seu álbum mais recente VILÃ, e pediu à plateia que ensinasse ao Skrillex "como é que se faz no Brasil".

Mas quem mostrou como se faz foi ele. As clássicas da década de 2010 Scary Monsters and Nice Sprites e Bangarang não faltaram na mesa de mixagem de Skrillex e o DJ deixou o palco através da platéia, ovacionado.

Skrillex no palco Budweiser. Imagem: Reprodução.
Skrillex no palco Budweiser. Imagem: Reprodução.

 

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Blink-182 é lembrado durante o sábado apesar da sua ausência
por
Luana Galeno
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28/03/2023 - 12h

No último  sábado, 25, aconteceu o segundo dia do festival Lollapalooza. Como headliners tivemos Twenty One Pilots e Tame Impala. Contamos ainda com Melanie Martinez, The 1975, Jane’s Addiction e Wallows.

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Final do show de Twenty One Pilots. Imagem: Reprodução
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Jesse Blum, trompetista de Twenty One Pilots em seu solo. Imagem: Reprodução Multishow

Twenty One Pilots, em sua terceira vez no festival, gerou comoção e mais um momento inesquecível no Brasil. Originalmente, o horário das 21:30 do palco Budweiser era reservado para Blink-182, mas por uma fratura no dedo de Travis Barker, baterista da banda, o show deles foi cancelado.

O último show do duo no Brasil aconteceu na GP Week e deveria ter sido “o último em muito tempo”, porém devido ao cancelamento - e ao cachê de todos os Lollas da América do Sul - Twenty volta ao Brasil após seis meses de sua última apresentação.

O show contou com banda de apoio pela primeira vez no Lolla e tornou a experiência de sábado memorável com o trompetista Jesse Blum, fazendo um solo com Garota de Ipanema, Mais que Nada e Baile de Favela. Além da homenagem às músicas brasileiras, fizeram cover de All The Small Things (Blink-182) e animaram a plateia com músicas próprias como Mulberry Street e Stressed Out.

The 1975 completa exatos sete anos desde seu primeiro show no Brasil, também no festival Lollapalooza. Apresentando músicas de seu último álbum Being Funny In a Foreign Language e hits da carreira, o grupo trouxe muita emoção para os fãs que os aguardavam desde 2019. Apesar de Matty Healy ter chamado atenção em seus últimos shows por ter beijado fãs, em sua apresentação em São Paulo não tivemos essa ocorrência. Porém, a banda anunciou que pretende voltar ao Brasil com sua turnê At the Best em janeiro de 2024.

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Kevin Park, vocalista de Tame Impala de muletas no palco. Imagem: Stephanie Hahne

No Palco Chevrolet, tivemos Tame Impala. Mesmo com o quadril fraturado, o vocalista Kevin Park disse que manteria o show, pois os fãs já tinham sentido o cancelamento de Blink e assim o fez. Mesmo com muletas, a banda iniciou a apresentação de seu rock psicodélico, mas liberou a transmissão apenas das três primeiras músicas performadas.

O último show do palco Adidas foi de Melanie Martinez. A cantora traz seu conceito por meio de produção de palco, fantasia - que cobre até seu rosto. O single Death, lançado há uma semana, anuncia a nova era da cantora e explica sua roupa. Já as músicas Show & Tell e Dollhouse pertencem respectivamente aos álbuns K-12 e Cry Baby e mostram a história da artista no mundo da música.

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Melanie Martinez em sua roupa de show. Imagem: Reprodução Canal Bis

Os cantores nacionais que participaram desse dia do festival foram: Mulamba, Medulla, Ana Frango Elétrico, Valentina Luz, Tássia Reis, Carol Biazin, Gilsons, Binaryh, Ludmilla, Pitty, Eli Iwasa, Filipe Ret, Almanac, Liu e Mochakk.

Ludmilla tomou conta da plateia com diversos estilos musicais. "Coloquei até a galera da grade, de preto, esperando o show da noite, pra cantar pagode" brincou a cantora, durante o show. Pitty, que estava no palco Adidas, encontrou situação semelhante. Fez com que os fãs de músicas pop - que seguravam grade para Melanie Martinez - cantassem seus sucessos do rock.

O palco Perry's by Johnnie Walker, de música eletrônica, foi dominado por brasileiros também e teve muita popularidade entre o público. Liu e Mochakk foram muito aguardados e aclamados por suas apresentações.

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Apresentação de Liu. Imagem: Sophia Dolores

 

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Com a expansão, museu se torna um dos maiores espaços artísticos da América Latina e revitaliza a região.
por
Gustavo Pereira
Joana Atala
Maria Eduarda dos Anjos
Sônia Xavier
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27/03/2023 - 12h

 

Inauguração da Pinacoteca Contemporânea
Inauguração da Pinacoteca Contemporânea. Crédito: Maria Eduarda dos Anjos 

A ampliação da Pinacoteca abriu suas portas no início de março prometendo entrada gratuita até o fim do mês. A recente área expositiva surge com a proposta de construir o diálogo de forma acessível, a partir de exposições que contemplem a arte, a educação e a diversidade. Com o lançamento da Pinacoteca Contemporânea, o complexo tornou-se o segundo maior museu da América Latina e o maior do país. 

Dentro do Parque da Luz e bem próximo ao prédio principal, a recém-inaugurada construção é anexada aos outros dois edifícios de domínio do museu, somando assim 22.000 metros quadrados de área. Apesar de imponentes, caracterizam um ambiente acolhedor e agradável. Uma grande praça pública integra o ambiente com leveza, garantindo também um senso de receptividade a todos. O projeto é assinado pela “Arquitetos Associados” e conversa com as construções da região do Centro de São Paulo.  

As obras do novo espaço da Pinacoteca contaram com o apoio do Governo do Estado de São Paulo; foram investidos 55 milhões de reais, além de um estímulo de 30 milhões de reais, por parte da família Gouvêa Telles. 

Obra da exposição Quase Colonial da artista sul coreana Haegue Yang
Obra da exposição Quase Coloquial da artista sul coreana Haegue Yang. Crédito: Maria Eduarda dos Anjos 

O ambiente foi, fortemente, elogiado pelos visitantes pela integração com o parque e a natureza. “Como tantos outros museus que existem aqui em São Paulo e em outros lugares, eles têm que ser frequentados para implementar mais o diálogo social, nesse aspecto da natureza,  e aqui você passeia pelo parque que estava quase abandonado e o incorpora a uma nova proposta”, declara Osvaldo Rovetto, visitante italiano. 

Em sua estreia, o museu apresentou duas exposições inéditas; a primeira é da artista sul coreana Haegue Yang, que integra, em destaque, o cenário da arte contemporânea. A mostra foi batizada de "Quase Coloquial" e costuma variar em seus formatos. Ela orbita entre a fotografia bem como a escultura e instalações, além de vídeos e textos. Um material que se mostra bastante comum em sua obra são as venezianas, e não por acaso, vemos 6 esculturas feitas inteiramente com esse material; o conjunto denominado Stacked Corners (Cantos Empilhados). Em seguida, um mosaico de colagens faz um aceno a ícones da cultura brasileira, como Caetano Veloso, Maria Bethânia, Oscar Niemeyer e Lina Bo Bardi, em meio a figuras de animais, paisagens e outros.

A segunda exposição, "Chão da Praça", exibe parte do imenso acervo de arte contemporânea da Pinacoteca. As peças aparecem em diversos formatos, desde a pintura até os suportes em vídeo. Os artistas, em sua grande maioria, são brasileiros, e a curadoria de Ana Maria Maia - curadora chefe da Pinacoteca - constrói uma narrativa norteada pelas ideias de travessias, vizinhanças e transcendências. 

As exposições não seguem um padrão linear, há uma mistura entre artistas, linguagens e formas de expressão, o ambiente também proporciona um contato mais interativo com o público. 

“Tem nitidamente um aspecto mais de popularização, está inserida dentro do parque e as portas são mais abertas do que um museu tradicional”, declara o artista Lucas Bambozzi. 

Visão panorâmica da Pina Contemporânea
Exposição Itinerária Quase Coloquial. Crédito: Maria Eduarda dos Anjos 

Além do espaço expositivo, o recinto  também conta com um pavilhão que inclui duas galerias e dois ateliês que oferecem atividades educativas ligadas ao exercício da arte. A loja do museu, com pequenos souvenirs, também se localiza neste espaço, além de uma cafeteria com vista para o parque.

 

Serviço: 

Endereço: Av. Tiradentes, 273 – Luz, São Paulo

Datas/ Horário: Qua - Seg das 11h às 17h30

Ingressos: gratuitos até 02 de abril

Veja a vista da nossa equipe na inauguração da Pina Contemporânea 

 

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