Do pastelzinho com caldo de cana à hora da xepa, as feiras livres fazem parte do cotidiano paulista de domingo a domingo.
por
Manuela Dias
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29/11/2025 - 12h

Por décadas, São Paulo acorda cedo ao som de barracas sendo montadas, caminhões descarregando frutas e vendedores afinando o gogó para anunciar promoções. De norte a sul, as feiras livres desenham um dos cenários mais afetivos da vida paulistana. Não é apenas o lugar onde se compra comida fresca: é onde se conversa, se briga pelo preço, se prova um pedacinho de melancia e se encontra o vizinho que você só vê ali, entre uma dúzia de banana e um pé de alface.

Juca Alves, de 40 anos, conta que vende frutas há 28 anos na zona norte de São Paulo e brinca que o relógio dele funciona diferente. “Minha rotina é a mesma todos os dias. Meu dia começa quando a cidade ainda está dormindo. Se eu bobear, o morango acorda antes de mim”.

Nas bancas de comida, o pastel é rei. “Se não tiver barulho de óleo estalando e alguém gritando não tem graça”, afirma dona Sônia, pasteleira há 19 anos junto com o marido e filhos. “Minha família cresceu ao redor de panelas de óleo e montes de pastéis. E eu fico muito realizada com isso.  

Quando o relógio se aproxima do meio dia, começa o momento mais esperado por parte do público: a famosa xepa. É quando o preço cai e a disputa aumenta. Em uma cidade acelerada como São Paulo, a feira livre funciona como uma pausa afetiva, um lembrete de que existe vida fora do concreto. E enquanto houver paulistanos dispostos a acordar cedo por um pastel quentinho e uma conversa boa, as feiras continuarão firmes, coloridas, barulhentas e deliciosamente caóticas.

Os cartazes com preços vão mudando conforme o dia.
Os cartazes com preços vão mudando conforme o dia. Foto: Manuela Dias/AGEMT
Vermelha, doce e gigante: a melancia é o coração das bancas nas feiras paulistanas.
Vermelha, doce e gigante: a melancia é o coração das bancas nas feiras paulistanas. Foto: Manuela Dias/AGEMT
A dupla que move a feira da Zona Norte de São Paulo.
A dupla que move a feira da Zona Norte de São Paulo. Foto: Manuela Dias/AGEMT
Entre frutas e verduras um respiro delicado: o corredor das flores.
Entre frutas e verduras um respiro delicado: o corredor das flores. Foto: Manuela Dias/AGEMT

 

Apresentação exclusiva acontece no dia 7 de setembro, no Palco Mundo
por
Jalile Elias
Lais Romagnoli
Marcela Rocha
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26/11/2025 - 12h

Elton John está de volta ao Brasil em uma única apresentação que promete marcar a edição de 2026 do Rock in Rio. O festival confirmou o britânico como atração principal do dia 7 de setembro, abrindo a divulgação do line-up com um dos nomes mais celebrados da música mundial.

A presença de Elton carrega um peso especial. Em 2023, o artista anunciou que deixaria as grandes turnês para ficar mais perto da família. Por isso, sua performance no Rock in Rio será a única na América Latina, transformando o show em um momento raro para os fãs de todo o continente.

Em um vídeo publicado na terça-feira (25) nas redes sociais, Elton John revelou o motivo para ter aceitado o convite de realizar o show em solo brasileiro. “A razão é que eu não vim ao Rio na turnê ‘Farewell Yellow Brick Road’, e eu senti que decepcionei muitos dos meus fãs brasileiros. Então, eu quero compensar isso”, explicou o britânico.

No mesmo dia de festival, outro grande nome da música sobe ao Palco Mundo: Gilberto Gil. Em clima de despedida com a turnê Tempo-Rei, que termina em março de 2026, o encontro dos dois artistas lendários torna a programação do festival ainda mais especial. 

Gilberto Gil se apresentará no Palco Mundo do Rock in Rio 2026 (Foto: Reprodução / Facebook Gilberto Gil)
Gilberto Gil se apresentará no Palco Mundo do Rock in Rio 2026 (Foto: Divulgação)

Além das atrações, o Rock in Rio prepara mudanças importantes na Cidade do Rock. O Palco Mundo, símbolo do festival, será completamente revestido de painéis de LED, somando 2.400 metros quadrados de tecnologia. A ideia é ampliar a imersão visual e criar novas possibilidades para os artistas.

A próxima edição também terá uma homenagem especial à Bossa Nova e um benefício pensado diretamente para o público, em que cada visitante poderá receber até 100% do valor do ingresso de volta em bônus, podendo ser usado em hotéis, gastronomia e experiências turísticas durante a estadia na cidade.

O Rock in Rio 2026 acontece nos dias 4, 5, 6, 7 e 11, 12 e 13 de setembro, no Parque Olímpico, no Rio de Janeiro. A venda geral dos ingressos começa em 9 de dezembro, às 19h, enquanto membros do Rock in Rio Club terão acesso à pré-venda a partir do dia 4, no mesmo horário.

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A socialite continuou tendo sua moral julgada no tribunal, mesmo após ter sido assassinada pelo companheiro
por
Lais Romagnoli
Marcela Rocha
Jalile Elias
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26/11/2025 - 12h
Marjorie Estiano interpreta Ângela Diniz. Foto: Divulgação
Marjorie Estiano interpreta Ângela Diniz em nova série. Foto: Reprodução/Divulgação HBO Max

Figurinha carimbada nas colunas sociais da época, Ângela Diniz virou capa das manchetes policiais após ser morta a tiros pelo então namorado, Doca Street. O feminicídio que marcou o país na década de 1970 ganha agora um novo olhar na série da HBO Ângela Diniz: Assassinada e Condenada.

Na produção, Marjorie Estiano interpreta a protagonista, enquanto Emilio Dantas assume o papel de Doca. O elenco ainda conta com Thelmo Fernandes, Maria Volpe, Renata Gaspar, Yara de Novaes e Tóia Ferraz.

Sob direção de Andrucha Waddington, a série se inspira no podcast A Praia dos Ossos, de Branca Viana. A obra, que leva o nome da praia onde o crime ocorreu, reconstrói não apenas o caso, mas também o apagamento em torno da própria vítima. Depoimentos de amigas de Ângela, silenciadas à época, servem como ponto de partida para revelar quem ela realmente era.

Seja pela beleza ou pela independência, a mineira chamava atenção por onde passava. Já os relatos sobre Doca eram marcados pelo ciúme obsessivo do empresário. O casal passava a véspera da virada de 1977 em Búzios quando, ao tentar pôr fim à relação, Ângela foi assassinada pelo companheiro.

Por dias, o criminoso permaneceu foragido, até que sua primeira aparição foi numa entrevista à televisão; logo depois, ele se entregou à polícia. Foram necessários mais de dois anos desde o assassinato para que Doca se sentasse no banco dos réus, num julgamento que se tornaria símbolo da luta contra a violência de gênero.

Marjorie Estiano interpreta Ângela Diniz, , enquanto Emilio Dantas assume o papel de Doca. Foto: Divulgação
Marjorie Estiano interpreta Ângela Diniz, enquanto Emilio Dantas assume o papel de Doca. Foto: Reprodução/Divulgação HBO Max

As atitudes, roupas e relações de Ângela foram usadas pela defesa como supostas “provocações” que teriam motivado o crime. Foi nesse episódio que Carlos Drummond de Andrade escreveu: “Aquela moça continua sendo assassinada todos os dias e de diferentes maneiras”.

Os advogados do réu recorreram à tese da “legítima defesa da honra” — proibida somente em 2023 pelo STF — numa tentativa de inocentá-lo. O argumento foi aceito pelo júri, e Doca recebeu pena de apenas dois anos de prisão, sentença que gerou revolta e fortaleceu movimentos feministas da época.

Sob forte pressão popular, um segundo julgamento foi realizado. Nele, Doca foi condenado a 15 anos, dos quais cumpriu cerca de três em regime fechado e dois em semiaberto. Em 2020, ele morreu aos 86 anos, em decorrência de um ataque cardíaco.

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Exposição reúne obras que exploram o inconsciente e a natureza como caminhos simbólicos de cura
por
KHADIJAH CALIL
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25/11/2025 - 12h

A Pinacoteca Benedicto Calixto, em Santos, apresenta de 14 de novembro a 14 de dezembro de 2025 a exposição “Bosque Mítico: Katia Canton e a Cura pela Arte”, que reúne um conjunto expressivo de pinturas, desenhos, cerâmicas, tapeçarias e azulejos da artista, sob curadoria de Carlos Zibel e Antonio Carlos Cavalcanti Filho. A Fundação que sedia a mostra está localizada no imóvel conhecido como Casarão Branco do Boqueirão em Santos, um exemplar da época áurea do café no Brasil. 

Ao revisitar o bosque dos contos de fadas como metáfora de transformação interior, Katia Canton revela o processo criativo como gesto de cura, reconstrução e transcendência.
 

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       “Casinha amarela com laranja” de Katia Canton. Foto: Khadijah Calil.

 

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                 “Chapeuzinho triste” de Katia Canton. Foto: Khadijah Calil.
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                 “O estrangeiro” de Katia Canton. Foto: Khadijah Calil.         
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                                                            “Menina e pássaro” de Katia Canton. Foto: Khadijah Calil.
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                                                     “Duas casinhas numa ilha” de Katia Canton. Foto: Khadijah Calil.
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                                                             “Os sete gatinhos” de Katia Canton. Foto: Khadijah Calil.
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                                                                         “Floresta” de Katia Canton. Foto: Khadijah Calil.

 

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Festival celebra os três anos de existência com homenagem ao pensamento de Frantz Fanon e a imaginação radical da cultura periférica
por
Marcela Rocha
Jalile Elias
Isabelle Maieru
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25/11/2025 - 12h

Reconhecido como um dos principais espaços da cultura periférica em São Paulo, o Museu das Favelas completa três anos de atividades no mês de novembro. Para comemorar, a instituição elaborou uma programação especial gratuita que combina memória, arte periférica e reflexão crítica.

Segundo o governo do Estado, o Museu das Favelas já recebeu mais de 100 mil visitantes desde sua fundação em 2022. Localizado no Pátio do Colégio, a abertura da agenda de aniversário ocorre nesta terça-feira (25) com a mostra “ImaginaÇÃO Radical: 100 anos de Frantz Fanon”, dedicada ao médico e filósofo político martinicano.

Fachada do Museu das Favelas. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil
Fachada do Museu das Favelas. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Autor de “Os condenados da terra” e “Pele negra, máscaras brancas”, Fanon contribuiu para a análise dos efeitos psicológicos do colonialismo, considerando algumas abordagens da psiquiatria e psicologia ineficazes para o tratamento de pessoas racializadas. A exposição em sua homenagem ficará em cartaz até 24 de maio de 2026.

Ainda nos dias 25 e 26 deste mês, o festival oferecerá o ciclo “Papo Reto” com debates entre intelectuais francófonos e brasileiros, em parceria com o Instituto Francês e a Festa Literária das Periferias (Flup). A programação continua no dia 27 com a visita "Abrindo Fluxos da Imaginação Radical”. 

Em 28 de novembro, o projeto “Baile tá On!” promove uma conversa com o artista JXNV$. Já no dia 29, será inaugurada a sala expositiva “Esperançar”, que apresenta arte e tecnologia como forma de mapear territórios periféricos.

O encerramento do festival será no dia 30 de novembro com a programação “Favela é Giro”, que ocupa o Largo Pátio do Colégio com DJs e performances culturais.

 

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De volta ao formato presencial, festival apresenta mais de 70 títulos gratuitamente nas duas capitais
por
Bianca Novais
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13/04/2023 - 12h

Começa hoje, 13, o Festival Internacional de Documentários É Tudo Verdade, em sua 28.a edição. Filmes nacionais e internacionais estarão disponíveis gratuitamente em seis salas de cinema em São Paulo, SP e em duas no Rio de Janeiro, RJ. 

De 13 a 23 de abril, serão exibidos 72 títulos de 34 países, com estreia de setes cineastas brasileiros na competição de longas e médias-metragens nacionais. 

Subject, de Jennifer Teixeira e Camilla Hall, longa-metragem estadunidense, foi o documentário de abertura em São Paulo, apresentado em pré-estreia nacional no dia 12, na Cinemateca Brasileira. Já no Rio, a abertura ocorre dia 13 com a estreia mundial da produção brasileira 1968 — Um Ano na Vida, de Eduardo Escorel. 

O evento conta também com homenagens aos cineastas Humberto Mauro (1897 – 1983), um dos pioneiros do cinema no Brasil, e Jean-Luc Godard (1930 – 2022), expoente do movimento cinematográfico francês nouvelle vague. Serão exibidas doze obras de Humberto Mauro, sendo dois documentários, e oito episódios da série Histórias do Cinema (1987 – 1998), dirigida por Godard.  

Após três anos em versão on-line ou híbrida, o festival retorna ao modo plenamente presencial, na forte onda de retomada das atividades culturais no Brasil pós-covid. Além das sessões de cinema, o evento conta também com conferências, debates, mostras não competitivas e exibições em streaming. 

 

Confira as salas:  

São Paulo, SP

Cine Marquise: Av. Paulista, 2073 

Cinemateca Brasileira: Largo Sen. Raul Cardoso, 207 

IMS Paulista: Avenida Paulista, 2.424 

Sesc 24 de Maio: Rua 24 de Maio, 109 

SPCine - Centro Cultural São Paulo: Rua Vergueiro, 1.000 

 

Rio de Janeiro, RJ 

Estação NET Botafogo: R. Voluntários da Pátria, 88 

Estação NET Rio: R. Voluntários da Pátria, 35 

 

Acompanhe alguns títulos on-line: 

17 a 23 de abril: Sesc Digital – sesc.digital/home 

24 a 30 de abril: Itaú Cultural Play – itauculturalplay.com.br

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O grupo de percussão do curso de direito da Universidade de São Paulo se apresentou no dia 18, após convite inédito.
por
Beatriz Brascioli
Fernanda Travaglini
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13/04/2023 - 12h

       A banda britânica Coldplay, conhecida por sucessos como Paradise e Viva La Vida, se apresentou nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba entre os dias 10 e 28 de março pela turnê "Music of the Spheres". Além das diversas ações que marcaram a temporada, um convite inédito entra para a história da bateria universitária do curso de direito da USP, sediado no tradicional Largo de São Francisco. No dia 18 de março, os jovens da B.A.I.S.F entram no palco ao lado de um dos maiores grupos da atualidade. 

Em entrevista à AGEMT, Kauê Limeira de Paula (22), estudante e líder do grupo, conta sobre a experiência. Confira a seguir:

[AGEMT]: Como foi o encontro entre a Bateria e o Coldplay?

[Kauê]: Então, essa foi a grande loucura (risos). A gente ensaia de final de semana, ali perto do Parque Ibirapuera, em um local que chamamos de "Campo do 11". Estávamos finalizando o ensaio quando um cara de 1,90m de altura – e eu até me assustei, pensei que ele fosse reclamar – chegou perto de mim e falou "olha, eu tô com o vocalista do Coldplay aqui, ele queria escutar vocês um pouco, ele pode?".
Eu, que já tinha me assustado, fiquei mais ainda quando ele falou isso! Daí eu falei sim, ele virou as costas e eu disse para a bateria "eu acho que o Coldplay tá aqui", mas eu nem conseguia entender as palavras que saíam da minha boca (...). Nesse momento todo mundo ficou confuso, porque eu não consegui passar a informação direito. Depois de alguns segundos, o Chris Martin [vocalista do Coldplay] saiu de uma van e todo mundo surtou (...). O pessoal gritou e começou a fazer vídeos. Este foi o primeiro encontro. Ele [Chris] falou que estava no Ibirapuera, ouviu a gente tocar, gostou e estava procurando o som. 

[AGEMT]: Que demais! 

[Kauê]: Ele chegou até a gente, perguntou se poderia ouvir um pouquinho e depois veio o convite: "Vocês se interessariam em tocar com a gente sexta-feira?". E topamos! "Vamos sim!". Ele trocou um pouco de ideia com o pessoal e tal... Ninguém conseguia acreditar. 

[AGEMT]: Como foi se apresentar para um público tão grande quanto o do Morumbi? 

[Kauê]: A gente não estava acostumado a fazer apresentações tão grandes, acho que a maior que fazemos é, todo ano, na formatura de cada turma (...). Mas no dia em si, acho que a maioria [dos integrantes da bateria] estava tranquila. Até por conta da segurança que a produção e o Coldplay passaram pra gente, foram super simpáticos, amáveis, dando todo apoio e tratando a gente super bem. Tínhamos tudo que era necessário para tocarmos bem. (...) Estávamos felizes e tranquilos, confiantes, pois ensaiamos quatro dias seguidos. 

[AGEMT]: Como foi o planejamento com a equipe para a apresentação? 

[Kauê]: Conversamos diretamente pelo e-mail da produção do Coldplay, em inglês. 

[AGEMT]: Vocês levaram os próprios instrumentos?

[Kauê]: Sim. No e-mail, eles até chegaram a perguntar quais instrumentos a gente tinha, e foi difícil explicar os nomes dos nossos instrumentos em inglês – surdo, agogô, caixa (risos). 

[AGEMT]: Vimos que vocês fizeram uma bandeira e colocaram no mascote. Como elaboraram?

[Kauê]: Sim! Pegamos a arte do tour [turnê Sound of the Spheres] e colocamos no Chiquinho [o mascote] na bata da turnê. No lugar dos planetas [referentes à proposta visual do Coldplay para a turnê], temos nossos instrumentos. 

[AGEMT]: A preparação de vocês envolveu também um figurino novo? 

[Kauê]: A gente tentou fazer uma camiseta, mas não conseguimos a tempo [havia apenas 4 dias]. Mas a preparação envolveu todas as frentes da bateria. Enquanto alguns pensavam no arranjo [musical], outros pensavam em como que a gente iria fazer a logística, a arte – e aí veio a ideia da bandeira também. 

[AGEMT]: Como foi estar no backstage do Coldplay? 

[Kauê]: Ficamos espantados com quanta gente trabalha lá [no backstage do show]. A gente chegou lá [no Estádio Morumbi] e eles trataram a gente como artistas. Tinha camarim, comida. Chegamos super cedo, a gente ia passar o som às 14h, sendo que o show só iniciaria por volta das 20h (...). Quando começou realmente, deram alguns assentos pra gente em um camarote. Foi ótimo. Meia hora antes da gente entrar, voltamos ao backstage. 

[AGEMT]: Como foram decididas as músicas que apresentariam? 

[Kauê]: Tivemos que montar [o arranjo musical] todo do zero. Íamos tocar, primeiramente, na sexta-feira, a música Hymn for the Weekend, a pedido da banda. E aí, no meio da semana eles mudaram para sábado e pediram para tocarmos Fix You e Biutyful. Não tínhamos planejado muita coisa, mas ainda assim tivemos que repensar o que fazer, pois são mais lentas. A gente toca samba e não estamos acostumados a tocar músicas mais lentas. Foi um desafio tirar a ideia do papel. A bateria tem um pessoal craque nisso, pensaram por um dia inteiro, conseguimos treinar e reproduzir no show. 

[AGEMT]: Essa é uma experiência que vai ficar para a história da bateria? 

[Kauê]: Total, até da faculdade [Direito] e de outras baterias. 

[AGEMT]: Vocês gostariam de ter mais oportunidades de tocar em grandes shows? 

[Kauê]: Se houver algum convite, a gente não vai recusar de forma nenhuma! (risos). Mas não é o que vamos atrás (...). Há alguns anos não participamos mais de torneios, apenas dos jogos universitários e formaturas. 

[AGEMT]: Qual é a história da bateria de vocês? 

[Kauê]: Ela tem 24 anos de história, com início real em 1999. Nos anos 1990, houve uma tentativa, mas era um pessoal muito fechado, que se formou e levou os instrumentos – e meio que acabou a bateria. E aí ela foi refundada em 1999 pela Vanessa Grande, nossa mãe, e é a Bateria de Agravo de Instrumento da São Francisco (BAISF). 

[AGEMT]: Vocês acreditam que a participação no show pode aumentar o interesse dos estudantes pela bateria? 

[Kauê]: Estamos esperando que aumente o número de pessoas interessadas, já nos procuraram para isso, inclusive. Todo mundo vem falar. 

[AGEMT]: Kauê, agradecemos muito pela sua contribuição. Parabéns tanto pelo reconhecimento do Coldplay e pela participação no show. Vida longa para a BAISF!

[Kauê]: Eu que agradeço! Se eu puder fazer uma menção de agradecimento, deixo ao Maurício Vilcher – diretor da bateria – que iria participar hoje mas teve um contratempo. 

De acordo com nota emitida pela BAISF nas redes sociais, acredita-se que a participação da bateria no show de uma banda conhecida mundialmente é um marco de valorização a todas baterias universitárias, que com frequência são encaradas pela comunidade como "jovens que fazem barulho" ou "atrapalham". 

O reconhecimento dado pelo Coldplay demonstra a "beleza da prática musical e cultural". Internautas apoiam e reforçam a importância das baterias universitárias, ressaltando a necessidade de maior valorização e apoio. 

 

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O Brasil se despedia, há 10 anos de um grande ícone do rock nacional. A herança do cantor ficará marcada para sempre na história do rock nacional
por
Pedro Lima Gebrath
Pedro Paes Barreto
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11/04/2023 - 12h

Por Pedro Lima Gebrath e Pedro Paes Barreto 

     Há exatamente uma década, mais precisamente no dia 6 de março, nos
despedimos de um dos maiores nomes da música e do rock brasileiro,
Alexandre Magno Abrão, o Chorão, vocalista e fundador da banda Charlie
Brown Jr e ícone da “geração MTV” que teve sua vida tirada após sofrer uma
overdose de cocaína em seu apartamento no bairro de Pinheiros, São Paulo.
Chorão era conhecido como alguém desbocado, barulhento, talentoso e
impulsivo, era o líder da banda Charlie Brown Jr, que alcançou sucesso
nacional na década de 90. Em 20 anos à frente do grupo, Chorão mudou a
formação diversas vezes, convidando e expulsando quem quis, cantando no
Brasil para milhares de pessoas e somando mais de cinco milhões de discos
vendidos. A banda se apresentou no circuito alternativo de shows em São Paulo e em Santos, durante cinco anos, até serem descobertos pela produtora Virgin no Brasil, que tinha sido responsável pelo disco dos Mamonas Assassinas, um sucesso em 1995. Com a estreia de Charlie Brown e o sucesso das músicas, a banda alcançou cerca de 500 mil cópias
vendidas, o que fez o grupo estourar de vez durante os anos 90 até os anos
2000.
     Mesmo após dez anos de sua morte, o legado de Chorão segue vivo mais do que nunca, afinal, Chorão não deixou um legado apenas na música, suas
melodias na maioria das vezes unificavam a poesia, o Rock e o Skate. Chorão teve forte influência na Baixada Santista, local onde era presença garantida e costumava andar de skate quase sempre. No último dia 6 de março de 2023, inúmeros skatistas que se inspiram em Chorão até hoje, prestaram suas homenagens no local, a praça está localizada no bairro de Macuco e recebe diversos amantes do esporte, tema de inúmeras músicas do artista. No futebol, o Santos, time de coração do cantor e compositor, lançou uma camisa homenageando os 30 anos da banda no ano de 2022.             Percebe-se que Chorão vai muito além da música e do rock, é lembrado e exaltado até hoje, mesmo em outros gêneros musicais, artistas como Matuê e Xamã prestaram suas homenagens no Rock in Rio do ano passado, mesmo pertencendo a outro gênero musical. O artista representa muita coisa tanto dentro quanto fora dos palcos, ele foi um cantor que marcou época, pelo seu talento e carisma, e mesmo depois de sua morte continua impactando a vida de diversas pessoas. AGEMT entrevistou Pedro
Vergueiro Frota e Leonardo Vergueiro Frota, dois grandes fãs da banda CBJr. Pedro é o irmão mais velho, tendo 24 anos de idade e ele conheceu a banda logo quando criança, assistindo um clipe da música “proibida pra mim” no programa de clipes da MTV. Mas ele começou a acompanhar de fato o trabalho do cantor durante a pandemia, em julho de 2021, muito tempo depois da morte do Chorão. Pedro teve a influencia direta de seus amigos para se tornar fã da banda, pois eles sempre colocavam músicas do grupo durante seus encontros. "De certa forma a música sempre esteve ali presente nele, ele só precisava tomar a seguinte decisão: “vou ouvir pra ver se é bom mesmo”, diz Pedro, que depois de ouvir, ele percebeu que se identificava absurdamente com as letras.
      Assim, ele se tornou muito fã da banda e não deixa de ouvir um dia sequer uma música do conjunto. O irmão mais velho ainda fala: “O Chorão deixa um legado no rock, no rap, no skate, no surf, na favela, no amor, na humildade. Um leque de coisas que faz Charlie Brown tão especial pra diferentes tipos de pessoas”. 
     Pedro influenciou diretamente o irmão mais novo, Leonardo Frota de 20 anos, para começar a escutar as músicas do Charlie Brown Jr e saber mais da vida do grande artista que foi o Chorão. Inicialmente ele começou a gostar por causa do rock em si, porém mais para frente ele conheceu mais afundo a
representatividade dele fora dos palcos. Para o Leonardo, "o Chorão foi uma
pessoa muito controversa, mas ele tem a consciência de que foi um dos maiores artistas que esse pais já produziu e ele ainda fala: “O legado que
o Chorão deixa, na minha opinião, é que devemos ser quem quisermos, não o que a sociedade nos impõe, e esse legado não foi apenas para o rock, mas
para o rap e hip hop também”, acrescenta Leonardo. 
   Os anos passarão e o artista e sua banda vão continuar crescendo porque o legado dele será para a eternidade. De geração para geração as suas músicas, seu estilo e seus ideais permaneceram porque os gênios nunca morrem, eles permanecem vivos por todo o sempre, nas lembranças e saudades dos seus fãs. São essas pessoas que jamais deixarão sua herança ser esquecida, muito pelo contrário, elas vão passar a sua arte para aqueles que não o conhece, por conta disso que o Alexandre Magno Abrão, o Chorão ficará marcado na memória. 

 

 

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O locutor de basquetebol compareceu ao programa do SBT e contou sobre sua vida profissional, histórias memoráveis, explicou bordões e respondeu polêmicas.
por
Rafael Rizzo
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08/04/2023 - 12h

 

Foto: Rogério Pallatta/SBT.

 

Nascido no ano de 1982, em Divinópolis-MG, Rômulo Mendonça cultivou, desde cedo, seu amor pelo esporte. A história do narrador com o basquete começa em 1991. Quando o basquete feminino brasileiro conquistou os jogos Pan Americanos de Havana. Um marco para o jornalista. Desde então, Rômulo só intensificou seu carinho pelo esporte. “Me lembro d’eu criança, nas finais de 1991, entre Bulls e Lakers, que não me interessava pelo que estava acontecendo ali. Ironicamente, no ano seguinte, na final entre Chicago e Portland, eu já estava viciado em basquete”.

O narrador, que trabalhou na Rede Transamérica de Belo Horizonte, fez parte do time da ESPN por 12 anos e é recém contratado para o time esportivo do Amazon Prime Video, é sempre lembrado pelos bordões e narrações cômicas. No programa “The Noite” não foi diferente. Logo no começo, Danilo Gentili, apresentador do Talk Show, mostrou um compilado de narrações do jornalista e assim conquistou todos da plateia que ainda não o conheciam. “É o mensageiro do caaaoss!”; “Splashh!” “Aqui não, queridinha!”; “Tocaço do porteiraço do ENEM!”; “Com fúriaaa!”; “Brinquedinho assassino!" e “Boom, boom, boom Shakalaka!" são um pequeno conjunto do seu vasto arsenal de bordões apresentados por Danilo.

Rômulo, explica como ele inventa os apelidos dos jogadores e o porque chama o jogador Stephen Curry, de Jararaca: “Levo em conta a característica física, a habilidade e a personalidade. O Curry, por exemplo, é um grande arremessador. Ele é venenoso! Você pode achar que ele está quieto, de repente, ele vem e muda o jogo!”

O locutor esportivo é perguntado a respeito do ritmo de narração de uma partida de basquete, já que muitos estão acostumados com a de futebol. “O basquete tem muita estatística, é uma dinâmica que faz com que, ao longo do jogo, informações do contexto, da liga e do jogador sejam propagadas. É um esporte americano, então tem muito a questão dos números. Já no futebol, o relato realmente é mais seco em boa parte da transmissão, diferente do basquete, que é ataque e defesa o tempo todo.” Mas reforça que um narrador de futebol não é inferior a um de basquete. “São esforços diferentes.”

Foto: Instagram/Rômulo Mendonça

 

Danilo Gentili recorda os momentos marcantes do narrador no “All Star Game 2023", no qual pediu para alguns jogadores reproduzirem os apelidos que Rômulo criou para eles. “Jaylen Brown, o homem mau", “Eu sou Donovan Mitchell, a aranha brutal” e “Sou Luka Doncic, o tesouro” foram as falas que os próprios jogadores reproduziram a pedido de Rômulo.

O apresentador do programa relembra quando o bordão "Lebron!" Ladrão! Roubou meu coração!” viralizou. A proporção foi tão grande, que o vídeo foi reproduzido nas emissoras americanas e até mesmo vista pelo próprio Lebron James, que elogiou Rômulo. O narrador destaca: “Os americanos não estão acostumados com narrações assim, cheias de criatividade, gritos, bordões e até canções. Lá, as narrações ,geralmente, são mais tranquilas e eles sempre ficam surpresos quando veem narrações latinas.”

Por falar em Lebron James, o narrador falou a respeito de quando narrou o astro de 38 anos quebrar o recorde e se tornar o maior “cestinha” da história da NBA. “Um recorde intocado por décadas, se rende ao Papai.” Rômulo enfatiza a grandiosidade desse recorde, reforçando que ele foi mantido por quase 40 anos, pelo lendário Kareem Abdul-Jabbar, até ser quebrado, em 2023, pelo ala do Lakers.

Danilo, espertamente, aproveitou o gancho para fazer uma pergunta polêmica: “Quem é melhor: Michael Jordan ou Lebron James?” E Rômulo responde sem hesitar: “Como jogador, é o Michael Jordan. Como carreira, é o Lebron James. É impressionante! Lebron entrou na NBA em 2003 e, até hoje, joga em alto nível. Ou seja, são 20 anos sempre no auge.” Ainda assim, Rômulo deixa claro que são jogadores com estilo de jogo diferente.

Foto: Charles Krupa/ Bleacher Report

 

Muitos não sabem, mas Rômulo narrou o time masculino e feminino de vôlei nas Olimpíadas Rio 2016. Na ocasião, o vôlei masculino levou a medalha de ouro para casa. Esse momento foi tão marcante na carreira do narrador que, ao ser questionado se preferia narrar as finais da NBA “in loco” - no qual já narrou 3 vezes - ou as Olimpíadas disse: “Difícil escolher. São os meus favoritos. Mas gostaria de narrar as Olimpíadas. Olimpíadas é espetacular! É extraordinário! É um evento impressionante! Tive sorte, afinal cobrir uma Olimpíada no próprio país é algo que não veremos de novo. Foi único!”

Rômulo Mendonça é uma das pessoas mais importantes para a propagação do basquete no Brasil. Rômulo, a mais de uma década, é um dos principais narradores da NBA no país. Como consequência, carrega o troféu por criar fãs de basquete por seu  trabalho como narrador.

Imagem: Divulgação/Grupo Disney

 

 

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Drama baseado na obra da autora inglesa Virginia Woolf ganha interpretação atual.
por
Giovanna Montanhan
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05/04/2023 - 12h

 

 

Imagem: Giovanna Montanhan
 Imagem: Giovanna Montanhan

 

 

"Virginia" é uma peça teatral escrita e interpretada pela atriz carioca Cláudia Abreu. O drama conduz o espectador ao universo de Virginia Woolf, ilustrando as dificuldades enfrentadas por uma mulher daquela época. A obra destaca o peso da angústia e a busca constante de Woolf, como mulher, pela independência emocional e intelectual.

Ao longo do espetáculo, o público acompanha a jornada da escritora em momentos de dor e sofrimento, como resultado das forças externas que constantemente a desafiavam. A peça está em cartaz até o dia 30 de abril no Teatro TUCA, sexta às 21h, sábado às 20h, domingo às 17h. Os ingressos estão à venda na bilheteria do teatro e no app/site Sympla.

Em 2022, Cláudia publicou seu primeiro livro intitulado "Virginia: Um Inventário Íntimo". A obra traz consigo a íntegra do roteiro e pode ser adquirido no teatro e em livrarias. 

No texto, são explorados diversos temas que culminam em um só: a opressão sofrida pela autora, e como consequência disso, os inúmeros conflitos internos que acarretaram na forma como ela tirou a própria vida.

No decorrer do espetáculo, nota-se que Cláudia e Virginia se fundem em um só corpo - potente. A atriz engrandece o palco com a sua presença, ocupa cada centímetro da cena e expressa, com maestria, a razão pela qual a história de Virgínia Woolf merece ser contada dessa forma - expondo suas fragilidades intrínsecas.

"Virginia" é um retrato íntimo da vida de uma mulher notável que enfrentou empecilhos constantes para encontrar sua voz e expressar-se livremente no mundo. Infelizmente, ela não estava viva quando descobriram a tamanha genialidade que seu trabalho representa.

No final do espetáculo, a atriz acaba sendo ovacionada e aplaudida de pé durante alguns minutos. É impressionante como Cláudia cativa a plateia e consegue traduzir de forma excepcional a psiquê da escritora.

Com direção de Amir Haddad, que já a havia dirigido em “Noites de Rei” (1997) e codireção de Malu Valle. 
 

Virginia, sob a ótica de Cláudia Abreu, transpõe em palavras, gestos e olhares o quão nocivo pode ser conviver com alguns transtornos psíquicos e não saber ao certo como manejá-los.

Virginia Woolf, que nos dias de hoje, é considerada uma das autoras mais lidas e aclamadas, não se enxergava como tal. Vivia constantemente assombrada pelas vozes do seu passado, tinha devaneios corriqueiros que lhe tiravam a sanidade, não compreendia as situações machistas que passava e se questionava com frequência, mas de uma coisa ela sabia - que era possível encontrar beleza em meio ao caos de sua existência.

 

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