Do pastelzinho com caldo de cana à hora da xepa, as feiras livres fazem parte do cotidiano paulista de domingo a domingo.
por
Manuela Dias
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29/11/2025 - 12h

Por décadas, São Paulo acorda cedo ao som de barracas sendo montadas, caminhões descarregando frutas e vendedores afinando o gogó para anunciar promoções. De norte a sul, as feiras livres desenham um dos cenários mais afetivos da vida paulistana. Não é apenas o lugar onde se compra comida fresca: é onde se conversa, se briga pelo preço, se prova um pedacinho de melancia e se encontra o vizinho que você só vê ali, entre uma dúzia de banana e um pé de alface.

Juca Alves, de 40 anos, conta que vende frutas há 28 anos na zona norte de São Paulo e brinca que o relógio dele funciona diferente. “Minha rotina é a mesma todos os dias. Meu dia começa quando a cidade ainda está dormindo. Se eu bobear, o morango acorda antes de mim”.

Nas bancas de comida, o pastel é rei. “Se não tiver barulho de óleo estalando e alguém gritando não tem graça”, afirma dona Sônia, pasteleira há 19 anos junto com o marido e filhos. “Minha família cresceu ao redor de panelas de óleo e montes de pastéis. E eu fico muito realizada com isso.  

Quando o relógio se aproxima do meio dia, começa o momento mais esperado por parte do público: a famosa xepa. É quando o preço cai e a disputa aumenta. Em uma cidade acelerada como São Paulo, a feira livre funciona como uma pausa afetiva, um lembrete de que existe vida fora do concreto. E enquanto houver paulistanos dispostos a acordar cedo por um pastel quentinho e uma conversa boa, as feiras continuarão firmes, coloridas, barulhentas e deliciosamente caóticas.

Os cartazes com preços vão mudando conforme o dia.
Os cartazes com preços vão mudando conforme o dia. Foto: Manuela Dias/AGEMT
Vermelha, doce e gigante: a melancia é o coração das bancas nas feiras paulistanas.
Vermelha, doce e gigante: a melancia é o coração das bancas nas feiras paulistanas. Foto: Manuela Dias/AGEMT
A dupla que move a feira da Zona Norte de São Paulo.
A dupla que move a feira da Zona Norte de São Paulo. Foto: Manuela Dias/AGEMT
Entre frutas e verduras um respiro delicado: o corredor das flores.
Entre frutas e verduras um respiro delicado: o corredor das flores. Foto: Manuela Dias/AGEMT

 

Apresentação exclusiva acontece no dia 7 de setembro, no Palco Mundo
por
Jalile Elias
Lais Romagnoli
Marcela Rocha
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26/11/2025 - 12h

Elton John está de volta ao Brasil em uma única apresentação que promete marcar a edição de 2026 do Rock in Rio. O festival confirmou o britânico como atração principal do dia 7 de setembro, abrindo a divulgação do line-up com um dos nomes mais celebrados da música mundial.

A presença de Elton carrega um peso especial. Em 2023, o artista anunciou que deixaria as grandes turnês para ficar mais perto da família. Por isso, sua performance no Rock in Rio será a única na América Latina, transformando o show em um momento raro para os fãs de todo o continente.

Em um vídeo publicado na terça-feira (25) nas redes sociais, Elton John revelou o motivo para ter aceitado o convite de realizar o show em solo brasileiro. “A razão é que eu não vim ao Rio na turnê ‘Farewell Yellow Brick Road’, e eu senti que decepcionei muitos dos meus fãs brasileiros. Então, eu quero compensar isso”, explicou o britânico.

No mesmo dia de festival, outro grande nome da música sobe ao Palco Mundo: Gilberto Gil. Em clima de despedida com a turnê Tempo-Rei, que termina em março de 2026, o encontro dos dois artistas lendários torna a programação do festival ainda mais especial. 

Gilberto Gil se apresentará no Palco Mundo do Rock in Rio 2026 (Foto: Reprodução / Facebook Gilberto Gil)
Gilberto Gil se apresentará no Palco Mundo do Rock in Rio 2026 (Foto: Divulgação)

Além das atrações, o Rock in Rio prepara mudanças importantes na Cidade do Rock. O Palco Mundo, símbolo do festival, será completamente revestido de painéis de LED, somando 2.400 metros quadrados de tecnologia. A ideia é ampliar a imersão visual e criar novas possibilidades para os artistas.

A próxima edição também terá uma homenagem especial à Bossa Nova e um benefício pensado diretamente para o público, em que cada visitante poderá receber até 100% do valor do ingresso de volta em bônus, podendo ser usado em hotéis, gastronomia e experiências turísticas durante a estadia na cidade.

O Rock in Rio 2026 acontece nos dias 4, 5, 6, 7 e 11, 12 e 13 de setembro, no Parque Olímpico, no Rio de Janeiro. A venda geral dos ingressos começa em 9 de dezembro, às 19h, enquanto membros do Rock in Rio Club terão acesso à pré-venda a partir do dia 4, no mesmo horário.

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A socialite continuou tendo sua moral julgada no tribunal, mesmo após ter sido assassinada pelo companheiro
por
Lais Romagnoli
Marcela Rocha
Jalile Elias
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26/11/2025 - 12h
Marjorie Estiano interpreta Ângela Diniz. Foto: Divulgação
Marjorie Estiano interpreta Ângela Diniz em nova série. Foto: Reprodução/Divulgação HBO Max

Figurinha carimbada nas colunas sociais da época, Ângela Diniz virou capa das manchetes policiais após ser morta a tiros pelo então namorado, Doca Street. O feminicídio que marcou o país na década de 1970 ganha agora um novo olhar na série da HBO Ângela Diniz: Assassinada e Condenada.

Na produção, Marjorie Estiano interpreta a protagonista, enquanto Emilio Dantas assume o papel de Doca. O elenco ainda conta com Thelmo Fernandes, Maria Volpe, Renata Gaspar, Yara de Novaes e Tóia Ferraz.

Sob direção de Andrucha Waddington, a série se inspira no podcast A Praia dos Ossos, de Branca Viana. A obra, que leva o nome da praia onde o crime ocorreu, reconstrói não apenas o caso, mas também o apagamento em torno da própria vítima. Depoimentos de amigas de Ângela, silenciadas à época, servem como ponto de partida para revelar quem ela realmente era.

Seja pela beleza ou pela independência, a mineira chamava atenção por onde passava. Já os relatos sobre Doca eram marcados pelo ciúme obsessivo do empresário. O casal passava a véspera da virada de 1977 em Búzios quando, ao tentar pôr fim à relação, Ângela foi assassinada pelo companheiro.

Por dias, o criminoso permaneceu foragido, até que sua primeira aparição foi numa entrevista à televisão; logo depois, ele se entregou à polícia. Foram necessários mais de dois anos desde o assassinato para que Doca se sentasse no banco dos réus, num julgamento que se tornaria símbolo da luta contra a violência de gênero.

Marjorie Estiano interpreta Ângela Diniz, , enquanto Emilio Dantas assume o papel de Doca. Foto: Divulgação
Marjorie Estiano interpreta Ângela Diniz, enquanto Emilio Dantas assume o papel de Doca. Foto: Reprodução/Divulgação HBO Max

As atitudes, roupas e relações de Ângela foram usadas pela defesa como supostas “provocações” que teriam motivado o crime. Foi nesse episódio que Carlos Drummond de Andrade escreveu: “Aquela moça continua sendo assassinada todos os dias e de diferentes maneiras”.

Os advogados do réu recorreram à tese da “legítima defesa da honra” — proibida somente em 2023 pelo STF — numa tentativa de inocentá-lo. O argumento foi aceito pelo júri, e Doca recebeu pena de apenas dois anos de prisão, sentença que gerou revolta e fortaleceu movimentos feministas da época.

Sob forte pressão popular, um segundo julgamento foi realizado. Nele, Doca foi condenado a 15 anos, dos quais cumpriu cerca de três em regime fechado e dois em semiaberto. Em 2020, ele morreu aos 86 anos, em decorrência de um ataque cardíaco.

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Exposição reúne obras que exploram o inconsciente e a natureza como caminhos simbólicos de cura
por
KHADIJAH CALIL
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25/11/2025 - 12h

A Pinacoteca Benedicto Calixto, em Santos, apresenta de 14 de novembro a 14 de dezembro de 2025 a exposição “Bosque Mítico: Katia Canton e a Cura pela Arte”, que reúne um conjunto expressivo de pinturas, desenhos, cerâmicas, tapeçarias e azulejos da artista, sob curadoria de Carlos Zibel e Antonio Carlos Cavalcanti Filho. A Fundação que sedia a mostra está localizada no imóvel conhecido como Casarão Branco do Boqueirão em Santos, um exemplar da época áurea do café no Brasil. 

Ao revisitar o bosque dos contos de fadas como metáfora de transformação interior, Katia Canton revela o processo criativo como gesto de cura, reconstrução e transcendência.
 

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       “Casinha amarela com laranja” de Katia Canton. Foto: Khadijah Calil.

 

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                 “Chapeuzinho triste” de Katia Canton. Foto: Khadijah Calil.
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                 “O estrangeiro” de Katia Canton. Foto: Khadijah Calil.         
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                                                            “Menina e pássaro” de Katia Canton. Foto: Khadijah Calil.
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                                                     “Duas casinhas numa ilha” de Katia Canton. Foto: Khadijah Calil.
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                                                             “Os sete gatinhos” de Katia Canton. Foto: Khadijah Calil.
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                                                                         “Floresta” de Katia Canton. Foto: Khadijah Calil.

 

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Festival celebra os três anos de existência com homenagem ao pensamento de Frantz Fanon e a imaginação radical da cultura periférica
por
Marcela Rocha
Jalile Elias
Isabelle Maieru
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25/11/2025 - 12h

Reconhecido como um dos principais espaços da cultura periférica em São Paulo, o Museu das Favelas completa três anos de atividades no mês de novembro. Para comemorar, a instituição elaborou uma programação especial gratuita que combina memória, arte periférica e reflexão crítica.

Segundo o governo do Estado, o Museu das Favelas já recebeu mais de 100 mil visitantes desde sua fundação em 2022. Localizado no Pátio do Colégio, a abertura da agenda de aniversário ocorre nesta terça-feira (25) com a mostra “ImaginaÇÃO Radical: 100 anos de Frantz Fanon”, dedicada ao médico e filósofo político martinicano.

Fachada do Museu das Favelas. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil
Fachada do Museu das Favelas. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Autor de “Os condenados da terra” e “Pele negra, máscaras brancas”, Fanon contribuiu para a análise dos efeitos psicológicos do colonialismo, considerando algumas abordagens da psiquiatria e psicologia ineficazes para o tratamento de pessoas racializadas. A exposição em sua homenagem ficará em cartaz até 24 de maio de 2026.

Ainda nos dias 25 e 26 deste mês, o festival oferecerá o ciclo “Papo Reto” com debates entre intelectuais francófonos e brasileiros, em parceria com o Instituto Francês e a Festa Literária das Periferias (Flup). A programação continua no dia 27 com a visita "Abrindo Fluxos da Imaginação Radical”. 

Em 28 de novembro, o projeto “Baile tá On!” promove uma conversa com o artista JXNV$. Já no dia 29, será inaugurada a sala expositiva “Esperançar”, que apresenta arte e tecnologia como forma de mapear territórios periféricos.

O encerramento do festival será no dia 30 de novembro com a programação “Favela é Giro”, que ocupa o Largo Pátio do Colégio com DJs e performances culturais.

 

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Problemas como alagamentos, barro e até mesmo a presença de animais silvestres marcaram shows recentes
por
Gustavo Romero Pires
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02/05/2023 - 12h

Nos últimos meses, ficou escancarada a dificuldade do Brasil em receber shows e eventos de grande magnitude. O festival de rap “RepFestival”, no Rio de Janeiro, e o show do Coldplay, em São Paulo, foram os exemplos mais recentes e que geraram mais polêmica entre a população.  

Aquele que se intitulava “o maior festival de rap do Brasil” passou por problemas quanto ao local decidido, visto que estava marcado para o Parque Olímpico, mas de última hora houve uma alteração para Guaratiba, na zona oeste da cidade. Este evento que fez muitos fãs ansiosos saírem decepcionados, aqueles que conseguiram adentrar, logo que pela falta de planejamento o trânsito aumentou e muitos entusiastas não chegaram perto do local. 

Além do trânsito, muita lama, animais como cobras e sapos, e problemas com os palcos fizeram parte dessa decepção. Com toda essa falta de infraestrutura, o Procon-RJ notificou os organizadores e os multaram no valor de R$12 milhões por infringir regras do Código de Defesa do Consumidor. 

Vindo para a capital paulista, a banda Coldplay se apresentou no estádio do Morumbi em uma semana com fortes chuvas na cidade, o que ocasionou problemas nos arredores e na parte interna do estádio, como alagamentos tanto nas ruas como nas próprias arquibancadas. Mas esse é um problema antigo deste local há anos nos jogos de futebol torcedores sofrem com as mesmas deficiências de estrutura. 

Outro erro que sempre se repete é a falta de estrutura.  Cruz, produtor de grandes festas universitárias, comenta a dificuldade de encontrar bons lugares para receber eventos: “A maioria dos espaços mais em conta são defeituosos em pontos que podem causar grande problema, como estrutura de palco, ar-condicionado e sistema de ventilação. Logo sobram os mais caros, que complicam a logística de ingressos e operacional por encarecer tudo, sem contar que, se o local for a céu aberto, a chuva sempre é uma grande incógnita.”. 

Mesmo com todos esses contras, há eventos que ocorrem bem, como o Lollapalloza, que ocorre no Autódromo de Interlagos, um local aberto e amplo, que contou com 3 dias de festival com muito sol. Porém, houve alguns casos de trabalhos análogos à escravidão por uma empresa que cuidava dos bares do evento. Alguns trabalhadores disseram que dormiam num ambiente insalubre sem nem mesmo um colchonete ou papelão. 

E, quando questionado sobre a contratação de pessoas, o produtor conta alguns dos desafios enfrentados. “Sempre vai depender de quantos setores o local vai disponibilizar, mas temos que contratar seguranças, bombeiros, agentes de trânsito e pessoas para ficar no bar. Mas algo que temos que prestar muita atenção é contratar o número de funcionários que podemos pagar e dar condições dignas de trabalho para eles.” 

Mesmo com todos esses problemas, o Brasil segue recebendo grandes artistas, shows e festivais. Como o show do The Weekend, no Allianz Parque, onde dificilmente ocorrerá algum incidente que prejudique o público, visto que é um local moderno e construído para a recepção de grandes artistas e seus espetáculos. Mesmo local de grandes shows que fizeram muito sucesso no passado. 

Haverá também em setembro, em Interlagos, um grande festival, “The Town”, que reunirá diversos gêneros musicais e grandes cantores de vários países, como Post Malone, Bruno Mars, Luisa Sonza, Maroon 5, Racionais MCs, entre outros. Segundo os produtores, o evento servirá como uma amostra de uma diversidade cultural juntando pop, rock, rap e muitos outros estilos. Claro que há um receio sobre o andamento desse festival, mas espera-se com boas condições climáticas e responsabilidade por parte dos organizadores, para dessa forma evitar problemas e mostrar a diversidade cultural que há no Brasil e no mundo. 

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O artista que começou na banda “O Terno” agora entra em turnê fora do país e vem conquistando o coração do público.
por
Iris Martins
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03/05/2023 - 12h

Martim Bernardes, mais conhecido como Tim Bernardes, cantor, produtor e compositor brasileiro é uma promessa para a nova era da música brasileira. "Uma maravilha de afinação, controle da dinâmica, refinamento, execução instrumental e liberdade na elegância do uso do palco e da luz", diz Caetano Veloso em artigo publicado no jornal Folha de São Paulo, além de receber elogios de outros artistas respeitados. Enquanto a imprensa também elogia “Vem transformando a cena musical brasileira e promete ser uma lenda” (jornal Bem Paraná).

Com letras de temas variados, como amor, vida e autoconhecimento, Tim vem fazendo sucesso com suas músicas autorais e parcerias com outros artistas  como Rubel e Baco Exu do Blues. O cantor está atualmente em turnê internacional e já conta com shows esgotados em Los Angeles, Nova Iorque e Londres.

“Não”, “BB (garupa de moto amarela)”, “Só Nós Dois” e  “Nascer, Viver, Morrer” são alguns dos sucessos de Tim Bernardes que vem ganhando o coração do público. Somando mais de 400 mil ouvintes mensais no Spotify, Tim tem seu talento reconhecido por indicações à prêmios musicais importantes, como: Melhor Álbum de Rock no Grammy Latino em 2018 e ao Prêmio Multishow de Música Brasileira como melhor disco, ambos com o álbum “Recomeçar” - além dos prêmios conquistados com O Terno, sua banda de origem.

Shows Internacionais

Ultrapassando territórios brasileiros, Tim atualmente está em turnê pelos Estados Unidos e Europa. Ele apresenta seu último álbum, intitulado “Mil Coisas Invisíveis”, lançado em 2022, que conta com 15 músicas de autoria própria. O primeiro show será em abril em Los Angeles  e deve seguir até julho,  contando com datas esgotadas como em Londres. O sucesso do artista mesmo fora do seu país natal, mostra as dimensões que sua carreira está tomando. Datas adicionais na cidade de Londres foram incluídas, visto que Tim vem se tornando cada vez mais relevante e desperta cada vez mais fãs. Com mais de 220 mil seguidores no Instagram, o cantor é bastante ativo na rede, postando vídeos e bastidores de sua carreira, além de divulgar a programação completa da turnê.

Datas da turnê “us & europe tour 2023” (Reprodução do Instagram)
Datas da turnê “us & europe tour 2023” (Reprodução do Instagram)

Antes de sair do país, Tim Bernardes realizou shows em Recife e São Paulo. Na cidade paulistana, a apresentação ocorreu no dia 15 de abril e contou com uma performance bem intimista e cheia de emoção. Tim, um violão, uma guitarra, um piano e um microfone, era tudo o que quem assistia ao artista no Espaço Unimed encontrava no palco. É essa proposta minimalista que faz o espectador ficar encantado com o artista, como Gabriel Barone, fã desde 2020 “Foi uma experiência única, mesmo não tendo ido em muitos shows na vida, tenho pra mim que vai ser o show mais incisivo que já fui na vida, que mais vai me comover. É muito intimista mas muito abrangente ao mesmo tempo, fez com que o espaço por maior que seja, ficasse menor. Senti que estava na sala da casa dele. Além das músicas que são incríveis e tocantes, foi maravilhoso” relata o jovem de 21 anos. 

Além de ser querido por outros famosos, Tim também é querido pelo público. Tendo o diferencial em sua performance, como aponta Gabriel “com certeza, eu acho que ele consegue fazer uma união muito interessante de diversos tipos de músicas, ele faz tipo um antropofagismo muito interessante, em que ele consegue pegar muito a natureza do brasil, do mpb, do violão com a voz calma mais o jeito de cantar dele que tem muita influência do rock, como do Black Sabbath, então acho que ele consegue fazer um misto muito legal. Fora essas coisas, ele traz temas muito interessantes, pois tem uma habilidade muito grande de escrever, onde você pode encontrar profundidade até mesmo em letras simples como “Recomeçar” até em músicas mais complexas como “Mistificar”. Além da voz e violão, o fato dele ser multi instrumentista agrega ainda mais no álbum novo, em que consegue fazer essa junção de sons de instrumentos com sons diversos, é algo transcendental.” Essa capacidade que Tim possui de tocar pessoas gera o sentimento de aproximação do artista, em que, como relata Gabriel, ele consegue descrever o que as pessoas estão sentindo que nem mesmo elas sabem, fazendo com que sintam o artista presente em seus cotidianos. Tim eleva ainda os padrões da música nacional e leva a cultura do Brasil para o exterior, justificando tamanho sucesso.

 

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Entrega da honraria aconteceu na última segunda-feira (24) após quatro anos de atraso.
por
Giovanna Montanhan
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28/04/2023 - 12h

O poeta foi agraciado com o Prêmio Camões deste ano, um dos mais prestigiosos prêmios literários da língua portuguesa. A premiação reconhece a contribuição de Chico Buarque para a literatura, música e cultura brasileira.

A importância do Prêmio Camões é indiscutível, pois é o mais importante prêmio literário da Língua Portuguesa, sendo concedido desde 1989. A premiação foi criada para distinguir autores e personalidades que tenham contribuído para a promoção e difusão da língua e cultura portuguesa.

No entanto, a premiação foi marcada por uma polêmica. Em 2019, Bolsonaro se recusou a assinar o documento que autorizaria a concessão do prêmio ao cantor. Chico durante seu discurso, relatou o desprezo de Jair, ao dizer que ‘’o ex-presidente teve a rara fineza de não sujar o diploma de Camões, deixando espaço em branco para assinatura do presidente Lula’’. Segundo ele, “quatro anos de governo funesto duraram uma eternidade, porque foi um tempo em que o tempo parecia andar para trás. Aquele governo foi derrotado nas urnas, mas não podemos nos distrair, a ameaça fascista persiste’’, em tom crítico.

Chico Buarque é um dos maiores nomes da literatura brasileira contemporânea. Com uma vasta carreira, contempla vários gêneros literários, como poesia, romance, peças teatrais e contos. Alguns dos seus livros mais conhecidos são:

 

Capas de "Leite Derramado (2009)" e  "Estorvo (1991)". Reprodução: Amazon

Capas de "Leite Derramado (2009)" e  Budapeste (2003)". Reprodução: Amazon
o irmao alemao
Capas de “O Irmão Alemão (2014)’’ e  "Estorvo (1991)". Reprodução/Amazon

 

 

bejamin
 Capas de "Benjamim (1995)" e  "Essa Gente (2019)’’. Reprodução/Amazon

 

Chico também é reconhecido internacionalmente por ter ganho o Grammy Latino e outros prêmios durante sua carreira como o Jabuti de Literatura.

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Em entrevista, a curadora explica o projeto artístico e as temáticas relacionadas à arte das ruas, representatividade nordestina e historiografia brasileira
por
Fernanda Pradella Travaglini
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28/04/2023 - 12h

            Neste mês de abril, estrearam mostras inéditas na Biblioteca Mário de Andrade, no Centro de São Paulo. A temporada está aberta para visitação até o dia 4 de junho e conta com produções de Marcelo Solá, Francisco de Almeida e José de Quadros. Os artistas têm diferentes trajetórias e tratam de aspectos da arte urbana, cultura do nordeste e história do Brasil, respectivamente. 

           Em entrevista à AGEMT, Tereza de Arruda, curadora das três exposições independentes, diz que as mostras foram elaboradas especialmente em diálogo com o espaço e o acervo da Biblioteca. 

José de Quadros e Marcelo Solá realizaram pesquisa no local, selecionando fotografias, desenhos e narrativas que colaborassem com sua própria linguagem enquanto artistas e com o material guardado pela biblioteca. Já Francisco de Almeida buscou se conectar à arquitetura e condições espaciais do local. 

Tereza explica que esse tipo de prática na montagem de exposições é comum no mundo da arte, porém é a primeira vez que ocorre na Mário de Andrade. "Funciona quase como um programa de residência artística na biblioteca". O objetivo é trazer visibilidade ao acervo. 

Do Brutalismo à Vertigem no Olhar, de Marcelo Solá

"A Mário de Andrade é como um oásis", diz Tereza. A cena paulistana no entorno do edifício é composta por muitos ruídos, poluição sonora e visual, trânsito, caos urbano. A Biblioteca, no entanto, é revestida de mármore bege, conta com pé direito gigantesco e silêncio. 

Na entrada, o visitante encontra a obra de Marcelo Solá, "Do Brutalismo à Vertigem do Olhar", que proporciona uma experiência de transição entre o externo caótico e o interno calmo. 

O artista possui uma linguagem "bem expressionista, abstrata, gestual", observa a curadora. Assim, leva a linguagem urbana, dos grafites e pichações em um movimento de "demarcar territórios, conseguir visibilidades em busca de reconhecimento e pertencimento" para dentro da Biblioteca. 

A produção foi feita em modelo site-specific (especialmente para o prédio), com base em imagens e fotografias da época de sua construção, extraídas do acervo. O artista selecionou e produziu serigrafias em azul sobre fundo vermelho, gerando profundidade espacial, como analisa Tereza. 

A curadora entende que Solá realizou uma proposta complexa, que foi muito bem avaliada pelo público que acompanha seu trabalho. "Estamos tendo uma resposta positiva". O artista também se desprendeu de seu suporte usual, o papel, e conseguiu criar utilizando a parede "em produção efêmera, temporal, como a arte nas ruas". 

A curadora ainda ressalta que "a Biblioteca é um ponto de apoio para muitas pessoas em situação de rua, importante que reconheçam parte do universo em que vivem ali". 

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Imagem da obra em processo – instalação específica para o Hall da Biblioteca Mário de Andrade. Imagens: Marcelo Solá / Press Release Tereza de Arruda

 

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Imagem da obra em processo – instalação específica para o Hall da Biblioteca Mário de Andrade. Imagens: Marcelo Solá / Press Release Tereza de Arruda

O Vulcão do Meu Peito Explodiu, de Francisco de Almeida

Diferente de Marcelo, Francisco de Almeida não trabalha diretamente com o acervo da Biblioteca, mas com a arquitetura. Apenas a alguns metros depois dos tons vermelhos e azuis de Solá que é possível avistar um salão redondo, com cúpula alta e janelas enormes de vidro. Através delas, estão belas árvores escuras que contrastam no mármore claro. 

É nesse cenário que a exposição de Francisco de Almeida se encontra. Gigantes telas estão penduradas por fios no teto e o "verde funciona como uma espécie de moldura", diz Tereza. 

A curadora conta que o lugar onde a exposição de Francisco está "dá um ar de catedral, de contemplação que é merecido, especialmente em processo de reparação histórica". O artista é nordestino, natural do Ceará. Tereza aponta que o centro de São Paulo é destino de muitos migrantes que, infelizmente, tantas vezes acabam à margem da sociedade paulistana e sofrem preconceitos. 

A curadora conta que Francisco sofre de uma doença degenerativa, em que perde movimentos e força progressivamente. "Ele criou a técnica da xilografia expandida, para atender as condições que estava, de maneira quase que inacreditável (...) utiliza mesa e se apropria de colheres de pau com haste, apoia no ombro e tira o resto da força que tem para fazer pressão. Muito, muito singular a forma dele de produção, sua magnitude e representatividade". 

Tereza diz que a influência da cultura nordestina está em toda parte da obra do artista. "A xilogravura vem de uma tradição de literatura de cordel. Optamos por colocar o trabalho dele em suspenso por isso."

Francisco trabalha temas que vão do trivial ao sagrado, com destaque às figuras femininas em forma de deusas que, para Tereza, se deve às mulheres que sempre lhe dedicaram cuidados, mãe e avó. Tons de dourado são frequentes em virtude do pai, que era ourives, e há resquícios da linguagem das artes manuais populares do nordeste nas suas telas, como a renda e o bordado, praticados pelas mulheres em sua família. 

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O passeio no jardim do poeta (2023). Imagem: Falcão Júnior / Press Release Tereza de Arruda
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O eclipse na escuridão do jardim I (2023). Imagem: Falcão Júnior / Press Release Tereza de Arruda

Eu Sou Sua Comida Saltitante, de José de Quadros 

O último andar da Biblioteca Mário de Andrade reserva aos visitantes uma experiência multissensorial. Um terraço com vista para a copa das árvores, prédios da década de 20 e arquitetura em art deco, caracterizada pelas formas simétricas e harmônicas, constrói junto ao som dos grupos de samba, que se apresentam no restaurante logo abaixo, um ambiente cultural. À frente, um prédio com a face do escritor Mário de Andrade.

Na sala ao lado, está a exposição de José de Quadros, que traz aspectos da história brasileira. O prédio mencionado faz parte do acervo da Biblioteca e foi lá que o artista levantou as mais de 5 mil fotos de livros e revistas usados para o seu trabalho nesta exposição, diz a curadora. 

Sua produção se concentrou nas narrativas de Brasil que datam do século XVI – com registros sobre a população indígena e originária, feita pelo pesquisador Hans Staden e parte do acervo da Biblioteca – até movimentos modernistas na década de 1920. 

Elementos religiosos, históricos e culturais são representados entre uma estética que combina desenhos em vermelho, folhas de jornal e outros objetos. É possível interpretar as obras através de pequenos fragmentos e do todo – que compõe o conjunto do olhar histórico representado. 

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Políptico "Comida saltitante" (2022/23). Imagem: Paulo Otávio / Press Release Tereza de Arruda
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Poliptico "Muçurana e Ibira-Pema" (2022/23). Imagem: Paulo Otávio / Press Release Tereza de Arruda

Serviço:

Do Brutalismo Urbano à Vertigem do Olhar, Marcelo Solá;

O Vulcão em Meu Peito Explodiu, Francisco de Almeida;

Eu sou sua comida saltitante, José de Quadros;

De 01/04/2023 até 04/06/2023

Funcionamento: 

Terças às Sextas: 9h - 21h 

Sábados e Domingos: 9h - 18h

Biblioteca Mário de Andrade

R. da Consolação, 94 - República, São Paulo - SP, 01302-000

Metrô: Estação República (4 minutos à pé)

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Deixando as crianças comandarem dos dois lados do palco, grupo mostra que música infantil pode ser sobre tudo
por
Maria Eduarda dos Anjos
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25/04/2023 - 12h

“Bike, bice, magrela… alguém aí chama a bicicleta de camelo? Renato Russo chamava” pergunta Taciana Ramos, vocalista do grupo Pequeno Cidadão, para uma plateia com muita energia e menos de 1,40m de altura. A introdução para a música ‘Bice bike magrela’ em um show no Sesc Vila Mariana mostra a mistura de idades e assuntos que une a banda, falando sobre todo tipo de coisa para e com as crianças, fazendo da brincadeira coisa séria, em alto e bom tom. 

A Pequeno Cidadão explodiu no meio dos baixinhos quando “O Sol e A Lua” e “Pequeno Cidadão” apareceram na trilha sonora da novela Carrossel (SBT), apesar de fazerem música antes disso. Formada em 2010 por Taciana Ramos (Gang 90 & Absurdettes) , Edgard Scandurra (Ira!), Antonio Pinto (trilha sonora de ‘Amy’, ‘Cidade de Deus’) e seus filhos, cantavam juntos a experiência de estar crescendo e entendendo os lugares e pessoas pela primeira vez. Segundo a banda, o som é “música psicodélica para crianças bagunceiras e muito sabidas”. Os adultos trazem a sonoridade do rock que conhecem de carreira, e os baixinhos chegam com as letras. Com a plateia, todos se divertem fazendo música infantil - mas nada infantilizadora - sobre coisas reais da cidade e do cotidiano da perspectiva de quem ainda está descobrindo o mundo.

 

“Pais, se comportem aí": o show é dos pequenos 

Wallace faz uma apresentação circense  antes da banda começar a tocar. Imagem por: Maria Eduarda dos Anjos.
Wallace faz uma apresentação circense  antes da banda começar a tocar.
​​Imagem por: Maria Eduarda dos Anjos.

No Teatro Antunes Filho, na Vila Mariana, não se passaram nem 20 minutos até que só os pais estivessem nas cadeiras, e o pé do palco estivesse lotado de quem realmente veio ver a Pequeno Cidadão. Quando Taciana perguntava, eles respondiam, pulavam e gritavam quando sua música preferida entrava, eram como qualquer outra plateia vendo sua banda favorita. “Nossos shows, não sei se tem a ver com o rock, mas é contagiante. Por mais que pedimos que não venham [para frente do palco] , não corram, desde o primeiro, eles se soltam assim”, a vocalista conta.

Fã é fã em qualquer idade, mas unir essa faixa etária a um ambiente de música pede uma preparação especial. Malabarizando - literalmente - entre elementos lúdicos e sonoros, a banda convida o público a entrar na música para além dos ouvidos. O artista corporal Wallace Kyoskys cruza o palco dando piruetas e jogando claves e bolas para cima entre uma música e outra, infláveis sobem e descem e uma bola gigante é jogada à plateia, um jogo entre o lado de lá e o lado de cá do palco. Esse jeito de show-brincadeira apaga a linha que divide público e artista e cria uma experiência colaborativa de todos ali, não importa o que saibam tocar, não importa a idade que tenham.

 

Responsabilidade de gente grande

Do lúcido ao prático, as letras versam sobre tudo que pode caber no universo infantil: alegrias, bichos, desafios, tristeza, amor, esportes e muito mais. Muitas são composições que Taciana e Edgard criaram em casa para seus filhos, como a repetitiva “mamãe tamo chegando?”, que musicou uma viagem de carro de Taciana com os filhos. “Futezinho na escola” se trata de um dia normal na hora do recreio com os amigos, “Sk8” conta sobre truques no skate e “Tchau chupeta” fala exatamente sobre o que o título sugere. As canções se debruçam sobre o cotidiano da infância como pouquíssimos outros artistas fazem e que, se comparado à produção musical ao público adulto, abrange uma gama muito maior de temas, feito por uma banda só.

O objetivo dessas letras é formar pequenos cidadãos da Terra. Em doses homeopáticas, como quando se descobre o que é desperdício de água na escola e o que acontece com o lixo que produzimos, as crianças começam a entender o que é locomoção urbana e como a cidade molda o espaço que vivem. ‘Bice Bike Magrela’ fala sobre faixas de ciclismo na avenida, ônibus e engarrafamento, o perfeito gancho para fazerem o que as crianças fazem tão bem: perguntar o porquê as coisas são como são e como funcionam, e assim começarem a entender sobre poluição, trânsito e cidadania. Na faixa ‘Pequeno Cidadão’, os direitos e deveres começam em casa com a hora que pode escovar os dentes, jogar videogame, fazer a lição e amarrar o sapato.

Pais & filhos

Ao pé do palco, as crianças brincam durante a música “Ficar Estranho”.Imagem por: Maria Eduarda dos Anjos.
Ao pé do palco, as crianças brincam durante a música “Ficar Estranho”.
Imagem por: Maria Eduarda dos Anjos.

Enquanto os menores trazem as experiências, os adultos completam com a melodia, cada lado ensinando e aprendendo como pode. No começo, Scandurra relembra durante entrevista para AGEMT  que “pensava em fazer um projeto musical que chamasse nossos filhos para participar porque nós ficávamos muito tempo longe de casa, então era um plano para chamá-los para o nosso universo, não só de show mas também de gravação. Fizemos 3 álbuns com eles em estúdio, entendendo os arranjos, cantando e repetindo”.

Essa aproximação também era vontade dos fãs que conheceram esses músicos com cerca de vinte anos e agora criam pequenos cidadãos. “No começo foram fãs do Ira!, da Gang 90 [bandas que ocuparam maior parte da carreira de Scandurra e Taciana, respectivamente] que queriam mostrar pros filhos o guitarrista que tocava na banda que eles gostaram, mas depois expandiu", ela comenta. E mesmo os pais que só estavam lá com os filhos acabam virando fãs das melodias misturadas com o dia a dia de estar formando um ser humaninho que ganha espaço no mundo.

Enquanto as crianças que primeiro ocuparam os microfones do Pequeno Cidadão já estão com idade para votar, filhos de amigos entram para substituí-los no espetáculo. Carmen Ferreira, Vic Ferreira e Manu Ferreira foram as que assumiram o palco no Sesc Vila Madalena. Elas contam que uma das partes mais legais do show, além dos infláveis e “o homem da caveira” - mesmo artista que fez os malabarismo e piruetas em outra hora - é se apresentar para pessoas que poderiam ser seus colegas de classe. Ver gente da mesma idade cantando e se divertindo debaixo dos holofotes é uma das razões pela desinibição das crianças durante a apresentação e o que faz aquilo tudo tão único.

Cidadão para ouvir, ler e assistir

A Pequeno Cidadão realmente criou um ecossistema em torno da vida infantil, invadindo programas de TV, novelas, livros e até jornal. A canção “O Sol e a Lua” explodiu depois de aparecer em um episódio da novela Carrossel, e outras composições inspiraram livros como ‘Tchau Chupeta’ (Leya) e ‘Sk8 - Manual do pequeno skatista cidadão’ (Companhia das Letrinhas). Fruto de um estalo criativo, Tatiana criou o Jornal Pequeno Cidadão, que teve 17 edições produzidas por ela mesma e com colaboração de amigos que liam e queriam se envolver no projeto. Isso resultou em uma coletânea de curiosidades sobre a natureza, tutorial de acordes para as músicas da banda, letras de composições de outros artistas, receitas da vovó e reflexões sobre o mundo. Em qualquer que seja a mídia, a recepção e envolvimento dos baixinhos de ver e poder produzir algo  sobre si é genuína - afinal, não é todo dia que, ao invés de dizer que é hora de ficar sentado e bonzinho, falam que é hora de ‘gritar bem alto e correr bem rápido”.

 

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