Do pastelzinho com caldo de cana à hora da xepa, as feiras livres fazem parte do cotidiano paulista de domingo a domingo.
por
Manuela Dias
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29/11/2025 - 12h

Por décadas, São Paulo acorda cedo ao som de barracas sendo montadas, caminhões descarregando frutas e vendedores afinando o gogó para anunciar promoções. De norte a sul, as feiras livres desenham um dos cenários mais afetivos da vida paulistana. Não é apenas o lugar onde se compra comida fresca: é onde se conversa, se briga pelo preço, se prova um pedacinho de melancia e se encontra o vizinho que você só vê ali, entre uma dúzia de banana e um pé de alface.

Juca Alves, de 40 anos, conta que vende frutas há 28 anos na zona norte de São Paulo e brinca que o relógio dele funciona diferente. “Minha rotina é a mesma todos os dias. Meu dia começa quando a cidade ainda está dormindo. Se eu bobear, o morango acorda antes de mim”.

Nas bancas de comida, o pastel é rei. “Se não tiver barulho de óleo estalando e alguém gritando não tem graça”, afirma dona Sônia, pasteleira há 19 anos junto com o marido e filhos. “Minha família cresceu ao redor de panelas de óleo e montes de pastéis. E eu fico muito realizada com isso.  

Quando o relógio se aproxima do meio dia, começa o momento mais esperado por parte do público: a famosa xepa. É quando o preço cai e a disputa aumenta. Em uma cidade acelerada como São Paulo, a feira livre funciona como uma pausa afetiva, um lembrete de que existe vida fora do concreto. E enquanto houver paulistanos dispostos a acordar cedo por um pastel quentinho e uma conversa boa, as feiras continuarão firmes, coloridas, barulhentas e deliciosamente caóticas.

Os cartazes com preços vão mudando conforme o dia.
Os cartazes com preços vão mudando conforme o dia. Foto: Manuela Dias/AGEMT
Vermelha, doce e gigante: a melancia é o coração das bancas nas feiras paulistanas.
Vermelha, doce e gigante: a melancia é o coração das bancas nas feiras paulistanas. Foto: Manuela Dias/AGEMT
A dupla que move a feira da Zona Norte de São Paulo.
A dupla que move a feira da Zona Norte de São Paulo. Foto: Manuela Dias/AGEMT
Entre frutas e verduras um respiro delicado: o corredor das flores.
Entre frutas e verduras um respiro delicado: o corredor das flores. Foto: Manuela Dias/AGEMT

 

Apresentação exclusiva acontece no dia 7 de setembro, no Palco Mundo
por
Jalile Elias
Lais Romagnoli
Marcela Rocha
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26/11/2025 - 12h

Elton John está de volta ao Brasil em uma única apresentação que promete marcar a edição de 2026 do Rock in Rio. O festival confirmou o britânico como atração principal do dia 7 de setembro, abrindo a divulgação do line-up com um dos nomes mais celebrados da música mundial.

A presença de Elton carrega um peso especial. Em 2023, o artista anunciou que deixaria as grandes turnês para ficar mais perto da família. Por isso, sua performance no Rock in Rio será a única na América Latina, transformando o show em um momento raro para os fãs de todo o continente.

Em um vídeo publicado na terça-feira (25) nas redes sociais, Elton John revelou o motivo para ter aceitado o convite de realizar o show em solo brasileiro. “A razão é que eu não vim ao Rio na turnê ‘Farewell Yellow Brick Road’, e eu senti que decepcionei muitos dos meus fãs brasileiros. Então, eu quero compensar isso”, explicou o britânico.

No mesmo dia de festival, outro grande nome da música sobe ao Palco Mundo: Gilberto Gil. Em clima de despedida com a turnê Tempo-Rei, que termina em março de 2026, o encontro dos dois artistas lendários torna a programação do festival ainda mais especial. 

Gilberto Gil se apresentará no Palco Mundo do Rock in Rio 2026 (Foto: Reprodução / Facebook Gilberto Gil)
Gilberto Gil se apresentará no Palco Mundo do Rock in Rio 2026 (Foto: Divulgação)

Além das atrações, o Rock in Rio prepara mudanças importantes na Cidade do Rock. O Palco Mundo, símbolo do festival, será completamente revestido de painéis de LED, somando 2.400 metros quadrados de tecnologia. A ideia é ampliar a imersão visual e criar novas possibilidades para os artistas.

A próxima edição também terá uma homenagem especial à Bossa Nova e um benefício pensado diretamente para o público, em que cada visitante poderá receber até 100% do valor do ingresso de volta em bônus, podendo ser usado em hotéis, gastronomia e experiências turísticas durante a estadia na cidade.

O Rock in Rio 2026 acontece nos dias 4, 5, 6, 7 e 11, 12 e 13 de setembro, no Parque Olímpico, no Rio de Janeiro. A venda geral dos ingressos começa em 9 de dezembro, às 19h, enquanto membros do Rock in Rio Club terão acesso à pré-venda a partir do dia 4, no mesmo horário.

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A socialite continuou tendo sua moral julgada no tribunal, mesmo após ter sido assassinada pelo companheiro
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Lais Romagnoli
Marcela Rocha
Jalile Elias
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26/11/2025 - 12h
Marjorie Estiano interpreta Ângela Diniz. Foto: Divulgação
Marjorie Estiano interpreta Ângela Diniz em nova série. Foto: Reprodução/Divulgação HBO Max

Figurinha carimbada nas colunas sociais da época, Ângela Diniz virou capa das manchetes policiais após ser morta a tiros pelo então namorado, Doca Street. O feminicídio que marcou o país na década de 1970 ganha agora um novo olhar na série da HBO Ângela Diniz: Assassinada e Condenada.

Na produção, Marjorie Estiano interpreta a protagonista, enquanto Emilio Dantas assume o papel de Doca. O elenco ainda conta com Thelmo Fernandes, Maria Volpe, Renata Gaspar, Yara de Novaes e Tóia Ferraz.

Sob direção de Andrucha Waddington, a série se inspira no podcast A Praia dos Ossos, de Branca Viana. A obra, que leva o nome da praia onde o crime ocorreu, reconstrói não apenas o caso, mas também o apagamento em torno da própria vítima. Depoimentos de amigas de Ângela, silenciadas à época, servem como ponto de partida para revelar quem ela realmente era.

Seja pela beleza ou pela independência, a mineira chamava atenção por onde passava. Já os relatos sobre Doca eram marcados pelo ciúme obsessivo do empresário. O casal passava a véspera da virada de 1977 em Búzios quando, ao tentar pôr fim à relação, Ângela foi assassinada pelo companheiro.

Por dias, o criminoso permaneceu foragido, até que sua primeira aparição foi numa entrevista à televisão; logo depois, ele se entregou à polícia. Foram necessários mais de dois anos desde o assassinato para que Doca se sentasse no banco dos réus, num julgamento que se tornaria símbolo da luta contra a violência de gênero.

Marjorie Estiano interpreta Ângela Diniz, , enquanto Emilio Dantas assume o papel de Doca. Foto: Divulgação
Marjorie Estiano interpreta Ângela Diniz, enquanto Emilio Dantas assume o papel de Doca. Foto: Reprodução/Divulgação HBO Max

As atitudes, roupas e relações de Ângela foram usadas pela defesa como supostas “provocações” que teriam motivado o crime. Foi nesse episódio que Carlos Drummond de Andrade escreveu: “Aquela moça continua sendo assassinada todos os dias e de diferentes maneiras”.

Os advogados do réu recorreram à tese da “legítima defesa da honra” — proibida somente em 2023 pelo STF — numa tentativa de inocentá-lo. O argumento foi aceito pelo júri, e Doca recebeu pena de apenas dois anos de prisão, sentença que gerou revolta e fortaleceu movimentos feministas da época.

Sob forte pressão popular, um segundo julgamento foi realizado. Nele, Doca foi condenado a 15 anos, dos quais cumpriu cerca de três em regime fechado e dois em semiaberto. Em 2020, ele morreu aos 86 anos, em decorrência de um ataque cardíaco.

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Exposição reúne obras que exploram o inconsciente e a natureza como caminhos simbólicos de cura
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KHADIJAH CALIL
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25/11/2025 - 12h

A Pinacoteca Benedicto Calixto, em Santos, apresenta de 14 de novembro a 14 de dezembro de 2025 a exposição “Bosque Mítico: Katia Canton e a Cura pela Arte”, que reúne um conjunto expressivo de pinturas, desenhos, cerâmicas, tapeçarias e azulejos da artista, sob curadoria de Carlos Zibel e Antonio Carlos Cavalcanti Filho. A Fundação que sedia a mostra está localizada no imóvel conhecido como Casarão Branco do Boqueirão em Santos, um exemplar da época áurea do café no Brasil. 

Ao revisitar o bosque dos contos de fadas como metáfora de transformação interior, Katia Canton revela o processo criativo como gesto de cura, reconstrução e transcendência.
 

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       “Casinha amarela com laranja” de Katia Canton. Foto: Khadijah Calil.

 

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                 “Chapeuzinho triste” de Katia Canton. Foto: Khadijah Calil.
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                 “O estrangeiro” de Katia Canton. Foto: Khadijah Calil.         
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                                                            “Menina e pássaro” de Katia Canton. Foto: Khadijah Calil.
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                                                     “Duas casinhas numa ilha” de Katia Canton. Foto: Khadijah Calil.
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                                                             “Os sete gatinhos” de Katia Canton. Foto: Khadijah Calil.
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                                                                         “Floresta” de Katia Canton. Foto: Khadijah Calil.

 

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Festival celebra os três anos de existência com homenagem ao pensamento de Frantz Fanon e a imaginação radical da cultura periférica
por
Marcela Rocha
Jalile Elias
Isabelle Maieru
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25/11/2025 - 12h

Reconhecido como um dos principais espaços da cultura periférica em São Paulo, o Museu das Favelas completa três anos de atividades no mês de novembro. Para comemorar, a instituição elaborou uma programação especial gratuita que combina memória, arte periférica e reflexão crítica.

Segundo o governo do Estado, o Museu das Favelas já recebeu mais de 100 mil visitantes desde sua fundação em 2022. Localizado no Pátio do Colégio, a abertura da agenda de aniversário ocorre nesta terça-feira (25) com a mostra “ImaginaÇÃO Radical: 100 anos de Frantz Fanon”, dedicada ao médico e filósofo político martinicano.

Fachada do Museu das Favelas. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil
Fachada do Museu das Favelas. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Autor de “Os condenados da terra” e “Pele negra, máscaras brancas”, Fanon contribuiu para a análise dos efeitos psicológicos do colonialismo, considerando algumas abordagens da psiquiatria e psicologia ineficazes para o tratamento de pessoas racializadas. A exposição em sua homenagem ficará em cartaz até 24 de maio de 2026.

Ainda nos dias 25 e 26 deste mês, o festival oferecerá o ciclo “Papo Reto” com debates entre intelectuais francófonos e brasileiros, em parceria com o Instituto Francês e a Festa Literária das Periferias (Flup). A programação continua no dia 27 com a visita "Abrindo Fluxos da Imaginação Radical”. 

Em 28 de novembro, o projeto “Baile tá On!” promove uma conversa com o artista JXNV$. Já no dia 29, será inaugurada a sala expositiva “Esperançar”, que apresenta arte e tecnologia como forma de mapear territórios periféricos.

O encerramento do festival será no dia 30 de novembro com a programação “Favela é Giro”, que ocupa o Largo Pátio do Colégio com DJs e performances culturais.

 

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Shows de Ne-Yo, Maria Rita, Maroon 5 e Joss também foram destaque no terceiro dia do festival
por
Bianca Novais
Eduarda Basso
Maria Eduarda Camargo
Vitor Nhoatto
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08/09/2023 - 12h

O festival The Town apresentou seu terceiro dia de shows nesta quinta-feira (7), no autódromo de Interlagos, zona sul de São Paulo. Com Ludmilla, The Chainsmokers e Maroon 5 no palco principal Skyline, o evento contou também com Maria Rita, Ne-Yo e Joss Stone no line-up.

Os portões abriram 1h30min mais cedo, a fim de minimizar a fila — o que não aconteceu. No primeiro fim de semana do festival, a organização foi a principal reclamação dos fãs, que esperavam por melhorias nas operações, mas se decepcionaram.

 

 

 

 

A cantora Maria Rita abriu o dia no The Town e levou uma roda de samba ao palco The One, onde apresentou clássicos da música brasileira. Sua setlist contou com covers de Beth Carvalho, Elis Regina e Jorge Aragão, além de sua própria discografia.

Como protesto, a cantora bradou a palavra “Democracia” em punho vermelho no telão ao fundo enquanto cantava Cara Valente, um de seus maiores sucessos.

Tentando não se afastar do estilo que a consagrou em 2003 com seu primeiro álbum, Maria Rita entrou também com jazz - com Let’s Do It e Over The Rainbow - e MPB, além da versão jazz do samba Meiga Presença, que saúda Elizeth Cardoso. Neste ano, a cantora completa 20 anos de carreira e prova que existe equilíbrio entre samba e jazz. 

 

Maria Rita provou que dá pra misturar jazz e samba. Foto: Divulgação/The Town.
Maria Rita provou que dá pra misturar jazz e samba. Foto: Divulgação/The Town.

 

Ludmilla estreou sua nova turnê Vilã Live com uma apresentação cinematográfica. A estrela brasileira chegou ao palco em um enorme cofre dourado sustentado por cordas, cantando seu grande sucesso Hoje. Para tanto, o Skyline precisou ter sua estrutura reforçada. O investimento total apenas na apresentação de Lud somou três milhões de reais, segundo apuração da Folha de São Paulo

Foram apresentadas faixas de seu último álbum VILÃ, como Sou má, Socadona e Briga Demais, além dos hits Onda Diferente, Maldivas e Deixa de Onda. O show ainda contou com trocas de figurino, um corpo de baile excepcional e comoção do público durante Sinto Raiva, com direito a um piano no palco.

Com vocais impecáveis da artista, coreografia ensaiada e uma estrutura de dois andares para pole dance, Ludmilla cantou Sintomas de Prazer e protagonizou um momento sensual e carinhoso com sua esposa, Bruna Gonçalves, ao final da canção.

Com referências à turnê Renaissance de Beyoncé, Ludmilla utilizou uma câmera de mão para exibir ângulos mais pessoais no telão do palco, luzes amarelas, figurino dourado, entradas coreografadas com rigor na sincronia e muita presença de palco. Internautas comentaram sobre a influência da cantora brasileira, que se tornou o assunto mais comentado do mundo na plataforma X - antigo Twitter -, mesmo com um horário de show controverso.

 

 

 

 

Lulu Santos foi o convidado especial de Ludmilla no show, que cantou junto a famosa Toda Forma de Amor junto com ela. Mostrando sua versatilidade, transitou por todos os estilos de seu longo portfólio - pop, pagode, MPB - até chegar no funk, sua origem na música.

A Rainha da Favela cantou um medley de seus maiores sucessos do gênero, com 24 Horas Por Dia, Din Din Din e Cheguei. A finalização ficou com Favela Chegou, deixando no ar um clima um clima de "dever cumprido", em referência à gafe da família Medina, organizadores do evento e do festival irmão Rock In Rio, que na edição de 2022 alocou artistas de funk, inclusive Ludmilla, em palcos menores.

Como segunda atração no Skyline, Joss Stone trouxe ao festival um toque de reggae, R&B e soul music, com os sucessos Super Duper Love, Free Me e Right To Be Wrong, além do cover de Say My Name, de Beyoncé.

A cantora britânica se apresentou no lugar do ex-integrante da banda One Direction, Liam Payne, que cancelou sua participação na semana anterior ao início do festival por problemas de saúde. Apesar das baixas expectativas em relação a seu show, a cantora surpreendeu o público com seus vocais e carisma, cativando a plateia. 

 

Joss Stone foi uma grata surpresa para o público. Foto: Juliana Cerdeira/Multishow.
Joss Stone foi uma grata surpresa para o público. Foto: Juliana Cerdeira/Multishow.

 

Mais tarde, a dupla americana The Chainsmokers assumiu o palco principal e suas músicas eletrônicas agitaram o público. Vestindo camisetas da seleção brasileira, eles tocaram hits como Don't Let Me Down, Sick Boy e Something Just Like This, além de trazerem alguns remixes de outros artistas. O vocalista Andrew, que namora a modelo brasileira Marianne Fonseca, ainda apresentou a música inédita 14 Minutes em homenagem a ela. A apresentação terminou com o sucesso Closer, cantada com potência pela plateia.

O cantor Ne-Yo se apresentou neste feriado no palco The One, trazendo hits de sua carreira como Miss Independent, So Sick, e Because of You. Além das músicas de sua discografia, o artista americano incluiu Irreplaceable, de Beyoncé, e Take A Bow, de Rihanna, ambas compostas por ele.

O show proporcionou fortes emoções ao público. Com canções que marcaram os anos 2000 e som puxado para o R&B, Ne-Yo entregou nostalgia para o festival. No hit So Sick, os fãs ligaram a lanterna do celular, marcando uma das cenas mais emocionantes da performance. Em Push Back, o cantor levou fãs para o palco para uma batalha de dança, revelando a estudante Sheila de Oliveira, de 23 anos, que entregou uma performance profissional.

 

 

 

 

A última atração do dia no palco principal do evento foi da banda Maroon 5, que esteve pela última vez no Brasil em 2022. A performance deles, entretanto, não foi a mais emocionante do dia, pois o vocalista, Adam Levine, estava com a voz prejudicada. Além disso, o show não trouxe nada de diferente em comparação às apresentações do ano anterior.

Para quem nunca os viu ao vivo, o apelo de tocar suas músicas mais conhecidas conquista. Mas a mesmice da atração principal da noite acabou deixando o show da banda apagado em comparação às outras atrações do festival.

Mesmo assim, hits como Payphone, One More Night, Animals e She Will Be Loved animaram a plateia, que cantou letra a letra com o grupo. O show se encerrou com Sugar, um de seus maiores sucessos. Na internet, fãs exaltaram os artistas e comentaram positivamente sobre o show, mencionando que são uma “banda coringa”.

 

 

 

 

No próximo sábado (9), o The Town terá apresentação da banda Foo Fighters — que está há 4 anos sem pisar em solo brasileiro. Donos dos sucessos My Hero, The Best Of You e Everlong, eles prometem agitar o público do Rock no palco Skyline. Os fãs aguardam ansiosamente pelo grupo, devido ao cancelamento do show no Lollapalooza, após o trágico falecimento de Taylor Hawkins, baterista da banda.

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Evento acontece no dia 12 de setembro em Nova Jersey, EUA.
por
Victória da Silva
Vitor Nhoatto
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06/09/2023 - 12h

Conhecido como o evento em que Lady Gaga utilizou um vestido de carne ou o palco no qual Kanye West retirou o prêmio de Taylor Swift para dedicar a Beyoncé, o VMA (Video Music Awards) é uma premiação que ocorre todos os anos na MTV e prestigia artistas do mundo todo por suas performances, músicas e principalmente videoclipes.

Criado no ano de 1984, o evento é um dia no qual os fãs torcem por seus artistas favoritos, assistindo, comentando e claro, votando muito. O VMA 2023 acontecerá no dia 12 de setembro e conta com indicações de Doja Cat, Sam Smith, Karol G, e muito mais. Separamos aqui alguns dos melhores momentos da história do programa.

 

É do Brasil!

Cantora Anitta vestindo um vestido vermelho com detalhes de transparência, ela está sorrindo e segurando a estatueta de astronauta prata em um palco com fundo azul e luzes refletindo.
Anitta durante seu discurso após receber estatueta no VMA 2022 na categoria Melhor Música Latina - Foto: Getty Images/Reprodução

Anitta fez história ao ser a primeira brasileira a se apresentar no palco do evento, além de ter recebido o prêmio na categoria de melhor música latina na edição do ano passado com a canção "Envolver” — lançada em 11 de novembro de 2021. 

Neste ano, além de ter sido indicada pela segunda vez consecutiva na categoria "Best Latin" com a sua recém lançada "Funk Rave", a cantora também foi confirmada como uma dos artistas que se apresentarão no evento, ao lado de Demi Lovato Karol G e Maneskin.

Anitta concorre com nomes de peso como Bad Bunny e seu sucesso "WHERE SHE GOES", Rosalía e a viciante "DESPECHÁ" e Shakira, indicada duas vezes com "Acróstico" e junto à Karol G com o smash hit "TQG". Se ela vai levar o prêmio ainda não se sabe, mas com certeza a rainha do funk já marcou os corações dos fãs.

 

VMA Taylor's Version

Kanye West, vestido com uma camisa preta, óculos escuros e calça jeans, segurando um microfone com a mão direita e com o corpo inclinado para Taylor Swift que está vestida com um vestido prata com detalhes brilhantes, segurando a estatueta de astronauta prata e com a expressão de constrangimento. O fundo está com algumas pessoas na plateia.
Kanye West após interromper discurso de Taylor Swift no VMA de 2009 - Foto: GettyImages/Reproduçāo

Taylor Swift possui a fama de ser uma das mais indicadas do MTV Video Music Awards desde sua primeira indicação em 2007. A cantora possui 14 prêmios, incluindo o principal do evento: artista do ano. 

Em 2022, Taylor ganhou três das 5 indicações com o clipe de "All too Well" (10 Minute Version - Taylor's Version), sendo elas a de vídeo do ano, melhor vídeo de longo formato e por fim, melhor direção.

Durante a edição de 2009, após a cantora receber o prêmio de Melhor Clipe Feminino pela música "You Belong With Me", o rapper Kanye West subiu ao palco, afirmando que o prêmio deveria ser de Beyoncé.

O rapper discursou que o clipe "Single Ladies (Put a Ring on It)" era o melhor de todos os tempos e por isso merecia ganhar. Após esse episódio, Beyoncé, ao receber o prêmio de Vídeo do Ano, cedeu seu espaço para que Taylor Swift finalizasse seu discurso corretamente.

Na edição deste ano, tanto Taylor quanto Beyoncé estão indicadas: a primeira em sete categorias e a última em quatro. Ambas concorrem diretamente nas categorias de Artista do Ano e Álbum do Ano, com "Midnights" e “Renaissance”, respectivamente.

 

O Foguete K-Pop

Integrantes do grupo sul coreano BTS, vestidos de smokings pretos, dançando junto com a cantora Halsey, vestida de um smoking dourado.
Grupo de Kpop BTS em performance com Halsey no VMAs de 2019 - Foto: John Shearer/Reprodução

Outro grande ponto a se destacar é a ascensão do Kpop no cenário internacional da música. Desde o ano de 2019, os grupos disputam as principais categorias da premiação e ainda concorrem em categorias exclusivas do gênero musical. 

Antes mais conhecido por causa do hit "Gangnam Style" de 2012, o Kpop só passou a ter mais reconhecimento em sua 2° e 3° geração. No VMAs, o primeiro grupo sul coreano a participar foi o BTS (Bangtan Boys) que performou"Boy With Luv" em parceria com a cantora Halsey, marcando o ano de 2019 como o estopim para o pop coreano nas premiações mundiais.

O grupo concorreu a quatro categorias e foi o primeiro vencedor da categoria Melhor Música de K-pop em 2019, até então nunca realizada. BTS é, até hoje, o grupo mais indicado e mais premiado do evento. Outros artistas do gênero  passaram a concorrer também, como BLACKPINK, EXO, Monsta X e NCT 127. 

Neste ano, o grupo Stray Kids - indicado na categoria de Melhor Clipe de Kpop - promete um momento histórico. Os debutantes do evento performaram com Anitta, o que está criando muita expectativa no público pela mescla de culturas e comprova o aumento da diversidade que o VMAs vem trazendo cada vez mais forte.

 

Ascensão Latina 

Shakira com traje rosa e correntes douradas em um palco com fundo azul. As demais dançarinas que estão no fundo com trajes laranjas com detalhes dourados.
Shakira na performance de "Hips Don't Lie" no VMA de 2006 - Foto: GettyImages/Reprodução

Sempre entre as artistas com as performances mais marcantes, Shakira por um bom tempo representou os latinos no cenário internacional da música, antes tão restrito ao cenário musical estadunidense e europeu. Mas isso vem mudando, e hoje o número de artistas latinos no topo das paradas e em premiações só aumenta. 

O VMAs 2023 contará com apresentações de Anitta, Karol G e Shakira. Além disso, as duas últimas foram indicadas à principal categoria do evento, Artista do Ano, juntamente com Beyoncé, Doja Cat, Nicki Minaj e Taylor Swift — categoria que pela primeira vez na história conta apenas com mulheres.

Um dos momentos icônicos da premiação da MTV é a apresentação de Shakira no ano de 2006, com seu sucesso “Hips Don’t Lie” junto a Wyclef Jean, entregando vocais e coreografia impecáveis.

A colombiana, além de se apresentar, será a homenageada da noite na edição deste ano ao receber o Video Vanguard, prêmio concedido a artistas consagrados na música. Shakira é a primeira artista sul americana a receber tal honraria. 

 

Miley what's good?

Nicki Minaj vestida com um vestido dourado com decote, segurando a estatueta de astronauta em um fundo azul com luzes refletindo e com a expressão de deboche.
Nicki Minaj ao receber o prêmio de melhor clipe de hip hop no VMA de 2015 - Foto: GettyImages/Reprodução

Destaques nesse ano com cinco indicações cada, Miley Cyrus e Nicki Minaj já proporcionaram ao público um dos momentos mais marcantes da história do evento em 2015. A rapper, ao receber seu prêmio de melhor clipe de hip hop do ano, insultou Miley, a apresentadora daquela edição, após receber críticas dela em uma entrevista ao New York Times.

Tudo começou com uma troca de tweets entre Minaj, que criticava o evento, e Taylor Swift — que entendeu como uma indireta a ela. As duas acabaram se resolvendo após algumas interações, mas Miley, quando questionada sobre a discussão na entrevista, chamou Nicki de mal educada e não muito gentil, comentário que motivou o shade ao vivo.Taylor e Nicki apresentaram juntas na edição daquele ano. Miley hoje diz que muitos dos seus comportamentos do passado se devem ao fato de que ela era jovem e rebelde, como revela no seu último single “Used To Be Young” — e que hoje é uma pessoa diferente. 

Cyrus concorre neste ano com seu hit “Flowers” e Minaj com “Super Freaky Girl” — ambas com fortes chances de ganharem ao menos algumas estatuetas do astronauta mais famoso da música.

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Com show sedutor e agitado, o cantor manteve plateia empolgada do início ao fim; problemas de organização continuaram no segundo dia de evento
por
Bianca Novais
Luana Galeno
Vitor Nhoatto
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05/09/2023 - 12h

O segundo dia do festival The Town aconteceu neste domingo (3), no autódromo de Interlagos, zona sul de São Paulo, com Alok, Luisa Sonza, Ney Matogrosso, Seu Jorge, Matuê, Bebe Rexha e o aguardado Bruno Mars. 

A primeira data esgotada do evento continuou falhando na organização. Pelo segundo dia seguido, as filas para entrada estavam enormes e desorganizadas. Apesar disso, o metrô, transporte indicado pela organização, funcionou de forma mais eficaz, mesmo cheio. 

As instalações de patrocinadores e stands de alimentação funcionaram bem e sem filas. Já os banheiros, um investimento entre a produção e a prefeitura de São Paulo, foi mais um ponto de frustração, com filas mal organizadas e falta de manutenção da limpeza. 

 

 

Matuê começou os trabalhos com quarenta minutos de atraso por problemas de áudio, causando um efeito cascata no festival, mas que conseguiu ser revertido para Bruno Mars iniciar sua performance às 23h05. A apresentação do trapper foi uma homenagem a sua avó e a sua cidade natal, Fortaleza. O artista trouxe a animação que duraria todo o segundo dia do The Town. Dono dos hits Conexões de Máfia e Kenny G, mostrou sensibilidade com discursos de outros artistas nordestinos, como Belchior, durante a performance. Também demonstrou relevância no cenário musical, já que tinha plateia muito cheia, diferentemente da primeira apresentação de sábado.

 

Matuê em sua apresentação com a imagem de sua avó no telão. Foto: Divulgação/Instagram/@matue
Matuê em sua apresentação com a imagem de sua avó no telão. Foto: Divulgação/Instagram/@matue

 

Logo depois, inaugurando o palco principal Skyline, Luísa Sonza levou coreografias ensaiadas, trocas de figurino e vocais impressionantes, principalmente em Penhasco e Penhasco2, sendo esta de seu álbum Escândalo Íntimo, lançado na última semana. Os sucessos Braba, Sentadona, Cachorrinhas e Modo Turbo também fizeram parte da setlist, animando o público.

A artista aproveitou o espaço para homenagear Marília Mendonça com Melhor Sozinha e seu novo romance, Chico Veigas (conhecido como Chico Moedas), foi destacado pelas câmeras, sorrindo enquanto ela cantava Chico, canção escrita para ele. Em Lança Menina - homenagem a Rita Lee -, Sonza desceu do palco e foi carregada nas costas enquanto interagia com o público para o encerramento de seu show.

 

 

 

 

Ney Matogrosso levou seu bloco para rua em um show com figurino dourado e uma verdadeira performance artística, aos 82 anos. Com energia de sobra, Ney colocou o público para dançar com Homem com H e Sangue Latino.

 

Ney Matogrosso no palco The One. Foto: Divulgação/Instagram/@thetownfestival
Ney Matogrosso no palco The One. Foto: Divulgação/Instagram/@thetownfestival

 

Nos palcos Skyline e Factory, se apresentaram simultaneamente Alok e Teto, grandes nomes da música brasileira. O primeiro trouxe para o Skyline seus maiores sucessos, como Fuego e Hear Me Now, convidando o parceiro Zeeba para a performance. Foram anunciados também lançamentos inéditos como Nossos Dias, para novembro, além de uma parceria com The Chainsmokers e outra com Bebe Rexha. O segundo, apesar da performance bem produzida, causou estranhamento ao ser alocado no palco Factory e não ter seu show transmitido em nenhum veículo oficial.

Teto tem hoje mais de seis milhões de ouvintes mensais no Spotify, sucesso refletido no mar de pessoas que foram vê-lo no festival. Sua alocação em um palco secundário fez com que seus espectadores ficassem desconfortáveis. O público que acompanhou de casa também ficou desapontado, já que nem o Multishow, Canal BIS ou GloboPlay transmitiram sua apresentação. 

O discurso de inclusão de artistas do estilo trap feito pela organização pareceu então superficial, já que no dia anterior também não foi televisionada a performance de KayBlack, artista em ascensão com quase 10 milhões de ouvintes mensais. 

 

 

 

 

A headliner internacional Bebe Rexha iniciou sua apresentação com a emocionante Me Myself & I. O carisma da cantora americana carregou a multidão, além de seus vocais excepcionais e presença de palco. Apresentou seus hits que misturam pop, eletrônico e rock como I'm a Mess, Sacrifice e Meant To Be

Uma grande surpresa foi a participação ao vivo de Luísa Sonza em I Got You, cantada por ambas como Só Dá Tu, versão brega da canção concedida pela Banda Favorita. Repetindo ainda o que fez no Rock In Rio de 2019, chamou ao palco alguns fãs durante Hey Mama. Bebe fechou sua apresentação com I'm Good (Blue) e foi para a galera, com uma bandeira do Brasil em mãos, interagindo muito com os fãs.

Seu Jorge transformou o palco The One em um salão de samba rock, entoando com animação seus sucessos Carolina, Mina do Condomínio, Amiga da Minha Mulher e Quem Não Quer Sou Eu. Chamou Edi Rock, do Racionais MC's, para reprisar That's My Way, apresentada pelo grupo de hip hop no dia anterior, sob forte chuva. O público acompanhou o cantor no refrão de Alma de Guerreiro, saudando São Jorge, e a saideira foi com a famosa Burguesinha. "Salve São Paulo! Salve a música brasileira!", pediu ao encerrar a apresentação.

 

Seu Jorge no palco The One. Foto: Divulgação/The Town.
Seu Jorge no palco The One. Foto: Divulgação/The Town.

 

Com a apresentação mais antecipada da noite, Bruno Mars não desapontou os fãs brasileiros e entregou um show animado, sedutor e nostálgico. Mostrou o alcance de seu talento com solos de guitarra, dançando com sua banda igualmente multi-talentosa e xavecando o público em português. 

Iniciando o show com dança me 24K Magic, que dá nome ao seu último álbum, logo avisou em português: "tô aqui, São Paulo!". Essa foi a primeira de muitas declarações em nossa língua ao longo da noite. A intimidade foi crescendo com os hits de sua coletânea mais recente. Bruninho - como pediu para ser chamado, no palco - se dedicou na coreografia com sua banda em Finesse e Treasure enquanto a plateia retribuía com coro. Abrindo brecha para em qualquer momento de silêncio do palco, o público clamar "Bruninho! Bruninho!" ou "Bruno! Bruno!" .

Após Calling All My Lovelies, quando tocou solos de guitarra em uma Fender Stratocaster dourada, Bruninho trocou o instrumento por um telefone sem fio dos anos 1980, também dourado, e levou a plateia à loucura com a declaração em nosso idioma, durante Pick Up The Phone: "Eu quero você, gatinha".

 

Bruninho Mars tocando guitarra durante Calling All My Lovelies. Foto: Reprodução/Multishow.
Bruninho Mars tocando guitarra durante Calling All My Lovelies. Foto: Reprodução/Multishow.

 

A romântica Marry You veio em seguida e o grupo voltou para a coreografia em Runaway Baby. Quando alguém já poderia se perguntar se Bruno não tocaria piano, uma de suas especialidades, ele enfim se sentou ao teclado para um pot-pourri de canções mais antigas, pedindo para o público acompanhá-lo na voz. 

Desde músicas que compôs para outros artistas até hits como Talking To The Moon e Leave The Door Open, do projeto em parceria com Anderson .Paak, o Silk Sonic, Bruninho trouxe nostalgia e emoções aos fãs, que não o deixaram só em nenhuma canção.

A intimidade do showman com seu público brasileiro foi aumentando conforme o tempo e foi utilizada para performar When I Was Your Man. Ele relatou ter sido uma canção difícil de compor e que era difícil de cantar. Se ele não quisesse, não precisaria entoar uma palavra, pois o público cantou toda a letra, do início ao fim.

Surpreendendo a todos, o tecladista John Fossitt teve seu momento de brilhar tocando Evidências, de Chitãozinho e Xororó. Bruno, então, apresentou toda sua carismática banda, de extrema qualidade, e estendeu a bandeira do Brasil no alto. A finalização do seu show parecia precoce mesmo depois de 1h30 de duração.

O bis era inevitável, e Bruninho tocou um de seus maiores sucessos, Uptown Funk, deixando a dança para a plateia e reservando a energia para o próximo domingo (10), onde Bruno Mars retorna ao palco Skyline para encerrar o The Town.

Plateia vibrando ao fim do show de Bruno Mars no The Town. Foto: Maria Elisa Tauil.
Plateia vibrando ao fim do show de Bruno Mars no The Town. Foto: Maria Elisa Tauil.

 

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Musical “Funny Girl”, da Broadway, debuta pela primeira vez no teatro paulistano
por
Ana Clara Farias
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05/09/2023 - 12h

A versão brasileira do clássico dos anos 1960 estreou no dia 18 de agosto, no Teatro Porto, em São Paulo. Essa é a primeira vez que o show vem aos palcos brasileiros e traz consigo inovações que não estão presentes em sua versão original.

A peça é protagonizada por Giulia Nadruz, no papel de Fanny Brice, e por Eriberto Leão, interpretando Nicky Arnstein. O ator é conhecido por sua atuação em diversas novelas, filmes e até no teatro. Contudo, essa é sua primeira vez em um musical da Broadway. Já Nadruz tem mais de 20 performances em peças ao longo de sua carreira e atuou em grandes clássicos como “O Fantasma da Ópera” de 2019, com direção de Miguel Briamonte.

Intitulado de “Funny Girl – A Garota Genial”, o espetáculo mistura aspectos da versão cinematográfica de 1968 com algumas referências à cultura brasileira, algo pelo qual o diretor Gustavo Barchilon é conhecido. Ele já trabalhou em adaptações brasileiras de musicais, como “Barnum, O Rei do Show”, estrelado em 2022 por Murilo Rosa.

A nova versão busca se aproximar mais da nossa realidade atual, com modificações em alguns pontos da época que hoje seriam considerados problemáticos.

A trilha sonora original foi produzida por Jule Styne e Bob Merril, com versão brasileira de Bianca Tadini e Luciano Andrey, este também responsável pela coreografia. Diferente da original, formada por dois atos, a peça é feita em um ato só, sem intervalos e tem 1h40 de duração.

O elenco conta com mais de 20 atores e além de Nadruz, Vania Canto também atua como Fanny – o papel está sendo alternado entre as duas atrizes. Além delas, participa da produção Stella Miranda, da série “Toma La Da Cá”, como a mãe da personagem principal, repaginada para ter uma relação mais próxima com a filha.

Atores Giulia Nadruz e Eriberto Leão em cena do musical.
Giulia Nadruz e Eriberto Leão em cena do musical. Foto: Caio Galluci/Divulgação

A trama é baseada na história da atriz judia Fanny Brice, que fez muito sucesso em Nova York no início do século XX, ao participar dos espetáculos “Ziegfeld Follies”. Fanny era julgada por diversas pessoas, inclusive por sua família, que diziam que ela não se encaixava nos padrões de beleza, principalmente por seu “nariz grande”, característica associada negativamente à comunidade judaica, e era desencorajada sobre buscar seu sonho de se apresentar no palco. A jovem conhece o galanteador Nicky Arnstein, por quem se apaixona e com quem se casa. Fanny conquista o coração do público com seu talento à medida que sua carreira progride, mas, por outro lado, Arnstein passa a demonstrar um comportamento arrogante, além de ser um apostador compulsivo.

Funny Girl” estreou nos teatros de Nova York em 1964. A primeira a dar vida à personagem foi a atriz e cantora Barbra Streisand, que também estrelou na adaptação para os cinemas, quatro anos depois. Vencedora do Oscar de 1969 por sua performance, Streisand carrega um legado por suas grandes habilidades vocais e seu sucesso em várias áreas do entretenimento.

A música “Don’t Rain On My Parade” se tornou a marca do musical e da personagem, além de ser uma das canções mais populares da Broadway. A composição já teve inúmeros covers de diversos artistas americanos.

A obra está sendo apresentada no Teatro Porto, na capital paulista, com sessões às sextas-feiras, às 20h, aos sábados, às 16h30 e às 20h e aos domingos, às 15h30 e às 19h. A atração ficará em cartaz até o dia 8 de outubro e, em seguida, se direciona para o Rio de Janeiro, no Teatro Casa Grande. Os ingressos estão disponíveis no site da Sympla (sympla.com.br).

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A DC seguiu sua fórmula batida, mas tentou entregar outro resultado ao adicionar latinidade
por
Catarina Pace
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04/09/2023 - 12h

O filme Besouro Azul, baseado nos quadrinhos da DC Comics, estreou no dia 17 de agosto nos cinemas brasileiros. A história segue a vida do jovem mexicano Jaime Rayes, interpretado por Xolo Maridueña, que volta recém-graduado para a casa de sua família em Palmera City, mas deve ajudá-los a enfrentar problemas financeiros. Em meio ao propósito de ajudar sua família e seguir sua carreira, ele esbarra com uma relíquia, o Escaravelho, que tem o poder de transformá-lo em super herói.

Durante o desenrolar da trama, o protagonista descobre que o objeto pertence a Victoria Kord (Susan Sarandon), que une forças para combatê-lo. O herói recém transformado tem a ajuda de Jenny Kord (Bruna Marquezine), sobrinha da vilã, para salvar a cidade do poder das Indústrias Kord.

O longa-metragem já era esperado por muitos mesmo antes do anúncio de Bruna Marquezine como coadjuvante, que está mais para personagem principal e gerou o que falar sobre sua participação em seu primeiro filme fora do Brasil. 

Seguindo a fórmula clássica de filme herói, a trama não é muito diferente dos outros títulos da DC/Warner, mas o que tornou a obra mais especial, e surpreendentemente destacou o longa entre os outros títulos do estúdio, foi a “latinidade”, que o diretor e o roteirista puderam colocar como central na trama.

A questão étnica não é um tema que foge do gênero herói e recentemente se tornou combustível para a produção de filmes representativos e que, se bem feitos, são bem avaliados pelo público. Porém, mesmo com a questão étnico-racial fortemente presente no longa-metragem, ele se diferencia muito de Pantera Negra, da Marvel Studios, por exemplo, que se ancora na cultura e em símbolos africanos.

Em Besouro Azul, a cultura latina é superficialmente explorada em detalhes como “piadas” e amor familiar, que se sobressaem na  maioria das cenas. O grande problema foi a exibição de latinos como escandalosos e deslumbrados, um estereótipo batido que acaba impressionando negativamente, já que o diretor, Angel Manuel Soto, é porto-riquenho.

A maior revelação do filme foi Bruna Marquezine, que em sua estreia em produções internacionais, deu um “chega pra lá” nos haters com sua atuação digna de prêmios. Com um bom molho latino e uma química explícita com o protagonista, Bruna demonstrou a importância de uma brasileira atuar em Hollywood e causou impacto ao redor do mundo.

Assim como na vida real, a personagem dela também é brasileira, o que contribui mais um pouco com a narrativa latina da obra. Esse fato garante que a história seja muito mais que só mais um filme de herói em que o salvador é branco, e acaba mostrando um sentimento de comunidade e pertencimento que vem do diretor e também do roteirista, Gareth Dunnet Alcocer, de origem mexicana.

A construção do diálogo e do desenrolar da narrativa acabam por convencer o público de que o filme é bom, mesmo que Besouro Azul não venha a ser o novo grande “salvador” da DC - promessa feita pelo estúdio a cada lançamento.

Eles capricham nas piadas, mas não deixam com que elas carreguem o filme, combinando outros elementos que também complementam o roteiro. Os efeitos especiais não desapontam, mas não são perfeitos — algumas gafes são facilmente percebidas na armadura do herói ou nas lutas entre os personagens.

Apesar das fortes críticas da imprensa, o longa também surpreende e entrega aventura, diversão e bons momentos de tensão. No entanto, poderia ter dado mais atenção aos detalhes e à forma com que aborda os personagens latinos. O protagonista, Xolo Maridueña, é um colírio para os olhos que buscam um herói obstinado a ser um bom salvador do mundo, ou melhor, de Palmera City.

Bruna Marquezine entrega tudo e mais um pouco e mostra que seu talento é digno, sim, de um filme melhor e mais bem avaliado em Hollywood.

Vale mencionar que o longa teve 82% de aprovação do Rotten Tomatoes, plataforma que reúne críticas para avaliar filmes, e só não conseguiu mais engajamento por conta da greve de roteiristas e atores de Hollywood, que paralisou ações de marketing e divulgações de filmes. 

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