Do pastelzinho com caldo de cana à hora da xepa, as feiras livres fazem parte do cotidiano paulista de domingo a domingo.
por
Manuela Dias
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29/11/2025 - 12h

Por décadas, São Paulo acorda cedo ao som de barracas sendo montadas, caminhões descarregando frutas e vendedores afinando o gogó para anunciar promoções. De norte a sul, as feiras livres desenham um dos cenários mais afetivos da vida paulistana. Não é apenas o lugar onde se compra comida fresca: é onde se conversa, se briga pelo preço, se prova um pedacinho de melancia e se encontra o vizinho que você só vê ali, entre uma dúzia de banana e um pé de alface.

Juca Alves, de 40 anos, conta que vende frutas há 28 anos na zona norte de São Paulo e brinca que o relógio dele funciona diferente. “Minha rotina é a mesma todos os dias. Meu dia começa quando a cidade ainda está dormindo. Se eu bobear, o morango acorda antes de mim”.

Nas bancas de comida, o pastel é rei. “Se não tiver barulho de óleo estalando e alguém gritando não tem graça”, afirma dona Sônia, pasteleira há 19 anos junto com o marido e filhos. “Minha família cresceu ao redor de panelas de óleo e montes de pastéis. E eu fico muito realizada com isso.  

Quando o relógio se aproxima do meio dia, começa o momento mais esperado por parte do público: a famosa xepa. É quando o preço cai e a disputa aumenta. Em uma cidade acelerada como São Paulo, a feira livre funciona como uma pausa afetiva, um lembrete de que existe vida fora do concreto. E enquanto houver paulistanos dispostos a acordar cedo por um pastel quentinho e uma conversa boa, as feiras continuarão firmes, coloridas, barulhentas e deliciosamente caóticas.

Os cartazes com preços vão mudando conforme o dia.
Os cartazes com preços vão mudando conforme o dia. Foto: Manuela Dias/AGEMT
Vermelha, doce e gigante: a melancia é o coração das bancas nas feiras paulistanas.
Vermelha, doce e gigante: a melancia é o coração das bancas nas feiras paulistanas. Foto: Manuela Dias/AGEMT
A dupla que move a feira da Zona Norte de São Paulo.
A dupla que move a feira da Zona Norte de São Paulo. Foto: Manuela Dias/AGEMT
Entre frutas e verduras um respiro delicado: o corredor das flores.
Entre frutas e verduras um respiro delicado: o corredor das flores. Foto: Manuela Dias/AGEMT

 

Apresentação exclusiva acontece no dia 7 de setembro, no Palco Mundo
por
Jalile Elias
Lais Romagnoli
Marcela Rocha
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26/11/2025 - 12h

Elton John está de volta ao Brasil em uma única apresentação que promete marcar a edição de 2026 do Rock in Rio. O festival confirmou o britânico como atração principal do dia 7 de setembro, abrindo a divulgação do line-up com um dos nomes mais celebrados da música mundial.

A presença de Elton carrega um peso especial. Em 2023, o artista anunciou que deixaria as grandes turnês para ficar mais perto da família. Por isso, sua performance no Rock in Rio será a única na América Latina, transformando o show em um momento raro para os fãs de todo o continente.

Em um vídeo publicado na terça-feira (25) nas redes sociais, Elton John revelou o motivo para ter aceitado o convite de realizar o show em solo brasileiro. “A razão é que eu não vim ao Rio na turnê ‘Farewell Yellow Brick Road’, e eu senti que decepcionei muitos dos meus fãs brasileiros. Então, eu quero compensar isso”, explicou o britânico.

No mesmo dia de festival, outro grande nome da música sobe ao Palco Mundo: Gilberto Gil. Em clima de despedida com a turnê Tempo-Rei, que termina em março de 2026, o encontro dos dois artistas lendários torna a programação do festival ainda mais especial. 

Gilberto Gil se apresentará no Palco Mundo do Rock in Rio 2026 (Foto: Reprodução / Facebook Gilberto Gil)
Gilberto Gil se apresentará no Palco Mundo do Rock in Rio 2026 (Foto: Divulgação)

Além das atrações, o Rock in Rio prepara mudanças importantes na Cidade do Rock. O Palco Mundo, símbolo do festival, será completamente revestido de painéis de LED, somando 2.400 metros quadrados de tecnologia. A ideia é ampliar a imersão visual e criar novas possibilidades para os artistas.

A próxima edição também terá uma homenagem especial à Bossa Nova e um benefício pensado diretamente para o público, em que cada visitante poderá receber até 100% do valor do ingresso de volta em bônus, podendo ser usado em hotéis, gastronomia e experiências turísticas durante a estadia na cidade.

O Rock in Rio 2026 acontece nos dias 4, 5, 6, 7 e 11, 12 e 13 de setembro, no Parque Olímpico, no Rio de Janeiro. A venda geral dos ingressos começa em 9 de dezembro, às 19h, enquanto membros do Rock in Rio Club terão acesso à pré-venda a partir do dia 4, no mesmo horário.

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A socialite continuou tendo sua moral julgada no tribunal, mesmo após ter sido assassinada pelo companheiro
por
Lais Romagnoli
Marcela Rocha
Jalile Elias
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26/11/2025 - 12h
Marjorie Estiano interpreta Ângela Diniz. Foto: Divulgação
Marjorie Estiano interpreta Ângela Diniz em nova série. Foto: Reprodução/Divulgação HBO Max

Figurinha carimbada nas colunas sociais da época, Ângela Diniz virou capa das manchetes policiais após ser morta a tiros pelo então namorado, Doca Street. O feminicídio que marcou o país na década de 1970 ganha agora um novo olhar na série da HBO Ângela Diniz: Assassinada e Condenada.

Na produção, Marjorie Estiano interpreta a protagonista, enquanto Emilio Dantas assume o papel de Doca. O elenco ainda conta com Thelmo Fernandes, Maria Volpe, Renata Gaspar, Yara de Novaes e Tóia Ferraz.

Sob direção de Andrucha Waddington, a série se inspira no podcast A Praia dos Ossos, de Branca Viana. A obra, que leva o nome da praia onde o crime ocorreu, reconstrói não apenas o caso, mas também o apagamento em torno da própria vítima. Depoimentos de amigas de Ângela, silenciadas à época, servem como ponto de partida para revelar quem ela realmente era.

Seja pela beleza ou pela independência, a mineira chamava atenção por onde passava. Já os relatos sobre Doca eram marcados pelo ciúme obsessivo do empresário. O casal passava a véspera da virada de 1977 em Búzios quando, ao tentar pôr fim à relação, Ângela foi assassinada pelo companheiro.

Por dias, o criminoso permaneceu foragido, até que sua primeira aparição foi numa entrevista à televisão; logo depois, ele se entregou à polícia. Foram necessários mais de dois anos desde o assassinato para que Doca se sentasse no banco dos réus, num julgamento que se tornaria símbolo da luta contra a violência de gênero.

Marjorie Estiano interpreta Ângela Diniz, , enquanto Emilio Dantas assume o papel de Doca. Foto: Divulgação
Marjorie Estiano interpreta Ângela Diniz, enquanto Emilio Dantas assume o papel de Doca. Foto: Reprodução/Divulgação HBO Max

As atitudes, roupas e relações de Ângela foram usadas pela defesa como supostas “provocações” que teriam motivado o crime. Foi nesse episódio que Carlos Drummond de Andrade escreveu: “Aquela moça continua sendo assassinada todos os dias e de diferentes maneiras”.

Os advogados do réu recorreram à tese da “legítima defesa da honra” — proibida somente em 2023 pelo STF — numa tentativa de inocentá-lo. O argumento foi aceito pelo júri, e Doca recebeu pena de apenas dois anos de prisão, sentença que gerou revolta e fortaleceu movimentos feministas da época.

Sob forte pressão popular, um segundo julgamento foi realizado. Nele, Doca foi condenado a 15 anos, dos quais cumpriu cerca de três em regime fechado e dois em semiaberto. Em 2020, ele morreu aos 86 anos, em decorrência de um ataque cardíaco.

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Exposição reúne obras que exploram o inconsciente e a natureza como caminhos simbólicos de cura
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KHADIJAH CALIL
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25/11/2025 - 12h

A Pinacoteca Benedicto Calixto, em Santos, apresenta de 14 de novembro a 14 de dezembro de 2025 a exposição “Bosque Mítico: Katia Canton e a Cura pela Arte”, que reúne um conjunto expressivo de pinturas, desenhos, cerâmicas, tapeçarias e azulejos da artista, sob curadoria de Carlos Zibel e Antonio Carlos Cavalcanti Filho. A Fundação que sedia a mostra está localizada no imóvel conhecido como Casarão Branco do Boqueirão em Santos, um exemplar da época áurea do café no Brasil. 

Ao revisitar o bosque dos contos de fadas como metáfora de transformação interior, Katia Canton revela o processo criativo como gesto de cura, reconstrução e transcendência.
 

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       “Casinha amarela com laranja” de Katia Canton. Foto: Khadijah Calil.

 

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                 “Chapeuzinho triste” de Katia Canton. Foto: Khadijah Calil.
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                 “O estrangeiro” de Katia Canton. Foto: Khadijah Calil.         
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                                                            “Menina e pássaro” de Katia Canton. Foto: Khadijah Calil.
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                                                     “Duas casinhas numa ilha” de Katia Canton. Foto: Khadijah Calil.
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                                                             “Os sete gatinhos” de Katia Canton. Foto: Khadijah Calil.
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                                                                         “Floresta” de Katia Canton. Foto: Khadijah Calil.

 

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Festival celebra os três anos de existência com homenagem ao pensamento de Frantz Fanon e a imaginação radical da cultura periférica
por
Marcela Rocha
Jalile Elias
Isabelle Maieru
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25/11/2025 - 12h

Reconhecido como um dos principais espaços da cultura periférica em São Paulo, o Museu das Favelas completa três anos de atividades no mês de novembro. Para comemorar, a instituição elaborou uma programação especial gratuita que combina memória, arte periférica e reflexão crítica.

Segundo o governo do Estado, o Museu das Favelas já recebeu mais de 100 mil visitantes desde sua fundação em 2022. Localizado no Pátio do Colégio, a abertura da agenda de aniversário ocorre nesta terça-feira (25) com a mostra “ImaginaÇÃO Radical: 100 anos de Frantz Fanon”, dedicada ao médico e filósofo político martinicano.

Fachada do Museu das Favelas. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil
Fachada do Museu das Favelas. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Autor de “Os condenados da terra” e “Pele negra, máscaras brancas”, Fanon contribuiu para a análise dos efeitos psicológicos do colonialismo, considerando algumas abordagens da psiquiatria e psicologia ineficazes para o tratamento de pessoas racializadas. A exposição em sua homenagem ficará em cartaz até 24 de maio de 2026.

Ainda nos dias 25 e 26 deste mês, o festival oferecerá o ciclo “Papo Reto” com debates entre intelectuais francófonos e brasileiros, em parceria com o Instituto Francês e a Festa Literária das Periferias (Flup). A programação continua no dia 27 com a visita "Abrindo Fluxos da Imaginação Radical”. 

Em 28 de novembro, o projeto “Baile tá On!” promove uma conversa com o artista JXNV$. Já no dia 29, será inaugurada a sala expositiva “Esperançar”, que apresenta arte e tecnologia como forma de mapear territórios periféricos.

O encerramento do festival será no dia 30 de novembro com a programação “Favela é Giro”, que ocupa o Largo Pátio do Colégio com DJs e performances culturais.

 

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Após rumores nas redes sociais, irmãos Gallagher confirmam o ressurgimento histórico da banda com shows em julho de 2025
por
Clara Maia
Beatriz Vasconcelos
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28/08/2024 - 12h

 

 

Após 15 anos de separação, marcada por conflitos públicos e nos bastidores entre os irmãos Liam e Noel Gallagher, a banda britânica Oasis surpreendeu o mundo ao anunciar seu retorno aos palcos no próximo ano. A notícia foi divulgada na madrugada desta terça-feira (27), em um comunicado nas redes sociais, onde o grupo confirmou uma série de shows para o verão de 2025 no hemisfério norte.

"É isso, está acontecendo!", proclamou o Oasis, despertando uma onda de euforia entre os fãs. A turnê, intitulada "Oasis Live '25", terá início em 4 de julho em Cardiff, no País de Gales, e seguirá para Manchester, cidade natal dos Gallagher, onde estão programadas quatro apresentações.

 

Além disso, a banda fará quatro noites no lendário estádio de Wembley, em Londres, com shows adicionais em Edimburgo e Dublin. A venda de ingressos começará no próximo sábado (31), com a promessa de que outras datas fora da Europa serão anunciadas em breve.

O retorno ocorre em um momento simbólico, 30 anos após o lançamento do primeiro álbum da banda, "Definitely Maybe", que marcou o início da trajetória do Oasis no cenário do “britpop” dos anos 1990. O anúncio veio após semanas de especulações intensificadas por uma série de postagens enigmáticas de Liam Gallagher nas redes sociais, e um vídeo misterioso que gerou um frenesi entre os fãs.

 

A história da banda

Oasis destacou-se nos anos 90 por quebrar paradigmas. Em meio a uma crescente vertente do som Grunge e Rock Glam, a banda retomava o rock clássico dos anos 70 britânico, com inspirações como Rolling Stones e The Beatles.

O primeiro contrato com uma grande gravadora ocorreu em 1994, a Sony Music, já com a grande estreia do single “Supersonic”. Porém, o maior sucesso veio com a música “Live Forever”, que garantiu o quarto lugar na Billboard gerando a primeira platina para a banda, com mais de 600 mil cópias vendidas. Após vários hits, foi lançado o primeiro álbum, “Definitely Maybe”, em 1994.

Com o término da primeira tour, a banda lança o primeiro single “Some Might Say” do segundo álbum que seria responsável pela fama mundial de Oasis, “(What’s Story) Morning Glory?”, no ano de 1995, vendendo 367 mil cópias já na primeira semana e contando com o maior sucesso do grupo, “Wonderwall”.

O declínio do grupo começou em 1997 com o lançamento do terceiro álbum, “Be Here Now”. Em sua semana de estreia foi bem avaliado, entretanto, semanas seguintes a discografia foi altamente criticada por sua alta produção e também pelo comportamento errático dos irmãos Gallagher durante as apresentações.

Após a prisão de Liam por posse de drogas, Paul Arthurs e Paul McGuigan, guitarrista e baixista respectivamente, saíram da banda. Depois dessas baixas, o grupo recrutou novos membros e lançaram “Standing on the Shoulder of Giants” em 2000, sendo o quarto álbum de estúdio Oasis. Esse novo projeto não obteve tanto sucesso como os três últimos, sem contar a desagradável relação entre os irmãos Gallagher, que fez Noel cancelar sua presença em 27 shows da turnê.

Em 2002, o álbum “Heathen Chemistry” é anunciado, contando com um grande sucesso, o single “Stop crying your heart out“. Porém, esse disco dividiu opiniões entre os fãs e a crítica, considerado por muitos como uma época de crise no pop-rock britânico.

Por fim, “Dig Out Your Soul”, último álbum da banda lançado em 2008, foi marcado pela crise do grupo. Com a saída do baterista em 2004, e pela pouca presença de Noel na produção - por acreditar que as novas obras não comunicavam o que sentia - o disco contou muito com o produtor musical Dave Sardy. Mesmo com a boa recepção crítica, não foi o suficiente para manter o grupo que, no ano seguinte, declarou o seu fim.

A relação conturbada dos irmãos Gallagher

Liam Gallagher e Noel Gallagher, ambos fundadores da banda, são conhecidos por seu relacionamento cheio de polêmicas. Durante a turnê do primeiro álbum, em 1994, vieram a público as brigas que ocorriam nos bastidores do show, até mesmo a informação de que Liam jogou um pandeiro na cabeça do irmão, que se retirou do palco logo em seguida. Já em 1995, Noel bateu no caçula com um taco de críquete depois de ser surpreendido por seus amigos no estúdio de gravação.

Em 28 de agosto de 2009, a banda se desfez nos bastidores do festival Rock en Seine, em Paris, após uma briga entre os irmãos que culminou na destruição de uma guitarra, posteriormente leiloada por 385 mil euros. O anúncio da separação foi feito pela banda Bloc Party diante de um público perplexo, privado de um dos shows mais aguardados do evento.

Na época, Noel expressou sua frustração em uma declaração no site da banda, afirmando que era "impossível continuar trabalhando com Liam por mais um dia". O episódio marcou o fim de uma era para o rock britânico, consolidando o festival parisiense como "amaldiçoado" com grandes shows cancelados, incluindo os de Amy Winehouse nas edições anteriores.

 

Agora, com a reconciliação dos irmãos Gallagher, o cenário musical é preparado para um dos retornos mais aguardados da história do rock. O festival Rock en Seine já manifestou interesse em ser palco deste reencontro histórico. “Seria apoteótico”, declarou Matthieu Ducos, diretor do festival, sonhando com o que seria um dos eventos mais emblemáticos do Oasis.

A notícia do retorno da banda chocou os fãs pelo mundo inteiro, principalmente por causa dos comentários de Noel em uma entrevista para o jornal britânico, Big Issue, em 2019, afirmando que não pensava em voltar a fazer shows com seu irmão. “Saí da banda há 10 anos. Acho que o vi duas vezes nesse tempo, e em ambas as vezes, quase acabamos brigando sem motivo. Não visualizo a manhã que acordo e penso como queria passar dois anos em turnê, brigando ao redor do mundo com Liam” compartilhou o artista.

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A 52ª edição da premiação ainda fez uma homenagem a Silvio Santos; confira os premiados
por
Bárbara More
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21/08/2024 - 12h

O 52º Festival de Cinema de Gramado aconteceu entre os dias 9 e 17 de agosto. A edição de 2024 da premiação contou com inúmeros momentos marcantes, como a entrega de troféus para produções que encantaram o público e a realização de homenagens a artistas que se destacaram no último ano. O título de grande vencedor da competição ficou com o longa-metragem “Oeste Outra Vez”, do diretor Erico Rassi, que conquistou o Kikito, símbolo e prêmio máximo, de Melhor Filme.

A produção ainda levou para casa os prêmios de Melhor Fotografia e Melhor Ator Coadjuvante, este último concedido a Rodger Rogério por sua atuação como o pistoleiro Jerominho. Outro filme que se destacou foi “Estômago 2: O Poderoso Chef”, de Marcos Jorge. A continuação do filme lançado em 2007 foi vencedora nas categorias de Melhor Roteiro, Melhor Direção de Arte, Melhor Trilha Musical e Melhor Ator, conquistado por João Miguel e Nicola Siri. Além disso, recebeu o prêmio Júri Popular.

O título que ganhou o Kikito de Melhor Curta-Metragem foi “Pastrana”, de Melissa Brogni e Gabriel Motta. O curta também saiu como vencedor nas categorias Melhor Fotografia e Melhor Montagem. Outros destaques do festival foram “O Clube das Mulheres de Negócios”, de Anna Muylaert, que ganhou o prêmio especial do júri; e Fernanda Vianna, que conquistou o troféu de Melhor Atriz por “Cidade; Campo”. 

Cena do filme 'Oeste Outra Vez'
Cena do filme “Oeste Outra Vez” Crédito: Reprodução/Instagram @vietnamfilmes

Para além dos troféus, o festival ainda reservou um momento para homenagear Silvio Santos. Logo no início do último dia da premiação, foi exibida uma imagem do icônico apresentador no telão. Em uma publicação no perfil oficial, o evento escreveu:

"Homenagem ao inigualável Silvio Santos. Um verdadeiro ícone da televisão, cuja carreira inspirou gerações e transformou a comunicação no Brasil. Seu legado de brilho e alegria permanecerá para sempre nos nossos corações".

Confira a lista completa dos vencedores abaixo:

Longas-metragens Brasileiros

Melhor filme - “Oeste Outra Vez”, de Erico Rassi

Melhor direção - Eliane Caffé, por “Filhos do Mangue”

Melhor ator - João Miguel e Nicola Siri, por “Estômago 2: O Poderoso Chef”

Melhor atriz - Fernanda Vianna, por “Cidade; Campo”

Melhor roteiro - Bernardo Rennó, Lusa Silvestre e Marcos Jorge, por “Estômago 2: O Poderoso Chef”

Melhor fotografia - André Carvalheira, por “Oeste Outra Vez”

Melhor montagem - Karen Akerman, por “Barba Ensopada de Sangue”

Melhor ator coadjuvante - Rodger Rogério, por “Oeste Outra Vez”

Melhor atriz coadjuvante - Genilda Maria, por “Filhos do Mangue”

Melhor direção de arte - Fabíola Bonofiglio e Massimo Santomarco, por “Estômago 2: O Poderoso Chef”

Melhor trilha musical - Giovanni Venosta, por “Estômago 2: O Poderoso Chef”

Melhor desenho de som - Beto Ferraz, por “Pasárgada”

Prêmio especial do júri - “O Clube das Mulheres de Negócios”, de Anna Muylaert

Júri popular - “Estômago 2: O Poderoso Chef”, de Marcos Jorge

Curtas-metragens Brasileiros

Melhor filme - “Pastrana”, de Melissa Brogni e Gabriel Motta

Melhor direção - Lucas Abrahão, por “Maputo”

Melhor roteiro - Adriel Nizer, por “A Casa Amarela”

Melhor ator - Wilson Rabelo, por “Ponto e Vírgula”

Melhor atriz - Edvana Carvalho, por “Fenda”

Melhor trilha musical - Liniker, por “Ponto e Vírgula”

Melhor fotografia - Livia Pasqual, por “Pastrana”

Melhor montagem - Bruno Carboni, por “Pastrana”

Melhor direção de arte - Coh Amaral , por “Maputo” 

Melhor desenho de som - Felippe Mussel, por “A Menina e o Pote”

Prêmio especial do júri - “Ponto e Vírgula”, de Thiago Kistenmacher 

Júri popular - “Ana Cecília”, de Julia Regis

Prêmio Canal Brasil de Curtas - “Maputo”, de Lucas Abrahão

Menção honrosa - “Ressaca”, de Pedro Estrada; “Via Sacra”, de João Campos; “Navio”, de Alice Carvalho, Larinha R. Dantas e Vitória Real; “Maputo”, de Lucas Abrahão

Júri da crítica

Melhor filme de Curta-Metragem Brasileiro - “Fenda”, de Lis Paim 

Melhor filme de Longa-Metragem Brasileiro - “Cidade; Campo”, de Juliana Rojas

Longas-metragens Documentais - Melhor filme - “Clarice Niskier: Teatro dos pés à Cabeça”, de Renata Paschoal

Palácio do Kikito - Museu do Festival de Cinema de Gramado - Foto: Bárbara More
Palácio do Kikito - Museu do Festival de Cinema de Gramado - Foto: Bárbara More 

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A forma correta de se referir às produções sul-coreanas é 'k-drama'
por
Bárbara More
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18/08/2024 - 12h

As séries do leste asiático se tornaram um fenômeno global. Ao acessar a página inicial de plataformas de streaming como a Netflix, é fácil notar a presença de diversos títulos sul-coreanos entre os mais assistidos. O termo correto para se referir às séries produzidas na Coreia do Sul é 'k-drama', mas no Brasil, muitas pessoas usam 'doramas', sem saber que essa não é a palavra adequada, já que possui origem japonesa.

Cada país asiático possui sua própria história, cultura e idioma. Usar o mesmo termo para se referir a todas as produções oriundas do continente reforça estereótipos, desconsidera a rica diversidade cultural dessas nações e as trata de maneira homogênea, ignorando suas diversidades. Levando em consideração que a Coreia do Sul foi colônia do Japão entre os anos de 1910 e 1945, tendo sofrido extrema violência e tentativa de apagamento cultural por parte do império, é compreensível que o uso de um termo japonês para se referir a um produto cultural sul-coreano considerado preconceituoso pela comunidade imigrante que reside no Brasil. 

Em outubro de 2023, a Associação Brasileira de Letras decidiu incluir em seu vocabulário o termo 'dorama', definido como uma 'obra audiovisual de ficção em formato de série, produzida no leste e sudeste da Ásia, de gêneros e temas diversos, em geral com elenco local e no idioma do país de origem'. Para complementar, a ABL adicionou um breve texto explicando a origem do termo, que vem da palavra japonesa usada para falar 'drama'.

"Os doramas foram criados no Japão na década de 1950 e se expandiram para outros países asiáticos, adquirindo características e marcas culturais próprias de cada território. Para identificar o país de origem, também são usadas denominações específicas, como, por exemplo, os estrangeirismos da língua inglesa J-drama para os doramas japoneses, K-drama para os coreanos, C-drama para os chineses", escreveu.

Ao tomar conhecimento da notícia, a Associação Brasileira de Coreanos emitiu uma nota de repúdio. Segundo informações do jornal Metrópoles, o comunicado dizia:

"A Associação considera preconceituosa a decisão de generalizar as produções do leste-asiático. Não é certo generalizar expressões culturais. Cada produção tem suas características, peculiaridades e um público específico. Generalizar é confundir as peculiaridades. É como falar que toda comida nordestina é comida baiana".

Imagem de reprodução da série sul-coreana 'Rainha das Lágrimas' - Foto: Reprodução/Netflix
Imagem de reprodução da série sul-coreana 'Rainha das Lágrimas' - Foto: Reprodução/Netflix

Insung Park, coordenador de cooperação com organizações no Brasil no Centro Cultural Coreano, explicou em entrevista à AGEMT, a problemática por trás do termo ‘dorama’.

"Por a Coreia ter passado historicamente um apagamento muito violento dos imperialistas japoneses sobre a Coreia, isso realmente machuca e aflige a gente. Somos uma colônia de coreanos imigrantes que tenta preservar sua cultura e passou por momentos bastante xenofóbicos por falta de entendimento", disse ele.

O coordenador comenta que já existe uma palavra adequada, que é "k-drama", a qual respeita a singularidade dos produtos culturais sul-coreanos. Por isso, não há razão para seguir utilizando a de origem japonesa e continuar com a má prática de generalizar todas as produções asiáticas, se referindo a elas da mesma forma. 

"'Dorama' não faz sentido como definição de séries coreanas, sendo que já temos o termo, que é 'k-drama'. Isso foi modificado pelos japoneses para a definição das séries de origem japonesa. Existe no Brasil um movimento de legitimar a palavra 'dorama' para definir todos os conteúdos asiáticos de uma vez, mas isso, para mim, é um pouco lamentável. Isso apaga as peculiaridades e especificidades da indústria cultural de cada país. Esse movimento está acontecendo no Brasil, mas está errado". 
 

 

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Evento gratuito acontecerá nos dias 17 e 18 e conta com programação cultural completa em São Paulo
por
Victor Trovão
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16/08/2024 - 12h

No sábado e domingo (17 e 18), ocorrerá o Festival da Cultura Coreana que inicia sua 17ª edição no bairro do Bom Retiro, em São Paulo. O evento, com entrada gratuita, promete uma rica programação cultural que abrange shows, literatura, esportes, dança, oficinas de arte e culinária. As atividades serão distribuídas entre o Centro Cultural Coreano no Brasil (CCCB), localizado no espaço Oswald de Andrade, e a Praça Cel. Fernando Prestes (Praça Tiradentes).

Realizado pela Associação Brasileira dos Coreanos com o apoio do Centro Cultural Coreano no Brasil, do Comitê de Desenvolvimento do Bom Retiro (Feira do Bom Retiro) e da Prefeitura de São Paulo, o festival reunirá milhares de apreciadores da cultura, arte e gastronomia coreana. 

Entre os destaques do festival está a performance da boy band NTX, no sábado, seguida por um Meet & Greet em que os os fãs interagem com os membros do grupo. No mesmo dia, ocorre a final do Concurso K-Pop (gênero musical de pop coreano) Festival, que reunirá os melhores covers brasileiros de K-pop na disputa pelo prêmio principal.

O festival também proporcionará uma variedade de experiências culturais, incluindo literatura coreana e demonstrações de Taekwondo. Para completar, haverá barracas oferecendo comidas típicas, como kimbap e topokki, e produtos de beleza coreanos, permitindo aos visitantes uma imersão ainda mais completa na cultura da Coreia.

O evento tem como propósito celebrar a cultura e a  data da primeira imigração coreana registrada no Brasil, que em 2024 completa 61 anos. O primeiro grupo de imigrantes chegou no município de Santos, a princípio, com 109 pioneiros partindo de Busan, em 1963. Ao longo dos anos, os estados que mais receberam a população coreana foram São Paulo e o Paraná, respectivamente. 

Arte para divulgação do festival
Arte para a divulgação do evento, Imagem por Associação Brasileira dos Coreanos, divulgação 


 
Cancelamento de atividades no domingo 

O evento, inicialmente programado para acontecer durante todo o final de semana, teve as atividades programadas para o segundo dia (domingo) de festival - na Praça Coronel Fernando Prestes - canceladas, devido ao Concurso Público Nacional Unificado. A razão é que nenhum evento público poderá ser realizado no dia do concurso. Em um comunicado oficial, as redes sociais do encontro lamentaram o cancelamento. 

“Embora seja uma situação além do nosso controle, lamentamos profundamente os transtornos causados por esta decisão. No Oswald de Andrade, as atividades ficam mantidas no sábado e no domingo. Estamos solidários com todos os participantes, especialmente aqueles que já haviam feito planos de viagem de outras cidades e estados para prestigiar o evento. Entendemos o quanto este festival significa para a comunidade e para todos os fãs da cultura coreana, e estamos comprometidos em fazer o nosso melhor para compensar esta perda com mudanças na programação de sábado na Praça Coronel Fernando Prestes para que seja um dia mais que especial”, informou a organização do festival. 

Programação completa

Sábado (17) 

14h – Nabilera in Samba (espaço Oswald de Andrade)

15h – Apresentação dos alunos de Taekwondo e K-pop (espaço Oswald de Andrade)

15h30 – K-Debate / Literatura (espaço Oswald de Andrade)

16h – Oficina de arte em carvão (espaço Oswald de Andrade)

17h – Bate-papo HOME DUO 

17h – K-pop Festival (palco principal)

17h – K-Debate / K-Drama (espaço Oswald de Andrade)

19h – DJ Sung Ju No (espaço Oswald de Andrade)

19h – Show do NTX (palco principal) 
 

Domingo (18) 

13h30 – Meet & Greet NTX (espaço Oswald de Andrade)

14h – Gayageum – Gayagatos (espaço Oswald de Andrade)

15h – EMMSP e Coral Sejong (espaço Oswald de Andrade)

16h – Apresentação HOME DUO (espaço Oswald de Andrade)

16h – Oficina de arte com tinta (espaço Oswald de Andrade) 
 
17h – DJ Sung Ju No (espaço Oswald de Andrade) 
 
- Informações importantes 

Datas e horários:  17 de agosto, das 11h às 20h

Custo: Gratuito 

Endereço:  Praça Tiradentes -  Av. Tiradentes, 551 - Luz (Estação Tiradentes - Linha Azul) 

Festival
Última edição do Festival da Cultura Coreana, foto por Victor Trovão 

 

Barracas
Barracas de gastronomia coreana do Festival, foto por Victor Trovão 

 

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Maior evento de animes do país ocorreu no último mês, no Distrito Anhembi
por
Lucca Cantarim dos Santos
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07/08/2024 - 12h

Anime Friends, um dos maiores eventos de anime e cultura japonesa do país, marcou seu retorno nos dias 18 a 21 de julho. Sediado no Distrito Anhembi, o encontro reuniu cosplayers, - pessoas que se fantasiam e interpretam um personagem - artistas independentes, fãs, dubladores e muito mais.

Um diferencial importante do encontro há anos é a existência do primeiro dia (quinta-feira, 18) gratuito, mediante ingresso reservado previamente no sistema Ticket 360, permitindo que uma ampla parcela da população possa frequentar e usufruir das diferentes atrações oferecidas pelos organizadores.

 

Uma oportunidade para os artistas

O evento oferece diversas atividades e atrações como karaokê, shows, palestras, entre outras. Entre elas, destaca-se o Beco dos Artistas (também chamado de “Artists Alley”, em inglês), uma área dedicada para artistas independentes que alugam espaços para a venda de produtos autorais, como broches, cartazes e adesivos.

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Visitantes comprando no "Beco dos Artistas"                       Foto: Lucca Cantarim/Agemt

Sarah Souza, frequentadora assídua do evento, afirma que o Artists Alley é sua atração favorita: “Os artistas são muito receptivos e atenciosos, sempre me sinto abraçada estando ali”. Sendo artista, ela completa que sempre se sente inspirada pela diversidade de produtos e estilos quando visita as mesas.

Outra artista que também foi ao Anime Friends como visitante, Mel Duarte Munhoz, comenta: “Como eu mesma sou artista, adorei ir no Artists Alley. Poder ver diversos artistas maravilhosos vendendo desde adesivos a posters e ainda, broches, que têm vários estilos diferentes e únicos, e ter acesso a tanta arte é simplesmente fenomenal.”

A comitiva do Anime Friends aumentou a quantidade de artistas desde o ano passado, fator importante para que mais artistas possam ter a oportunidade de divulgar seus trabalhos.

 

Visitas de fora

Além do Beco dos Artistas, frequentadores também tiveram acesso a diversas palestras e shows. Na quinta-feira, por exemplo, a banda cover brasileira Senpai Old School se apresentou no palco principal do Anhembi.

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Show da banda "Senpai Old School", na quinta-feira (18)           Foto: Lucca Cantarim/Agemt

Já na sexta, ocorreu a visita do “Seiyuu” (termo usado para se referir aos dubladores japoneses) Yuki Kaji, responsável pela voz de Eren Yeager, do anime “Attack on Titan”, Ver o dublador foi para Sarah “uma experiência sem tamanho”.

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Dublador Kaji Yuki             Foto: Dick Thomas Johnson/Flickr

Os organizadores seguem trazendo atrações inéditas e amadas pelo público, como a banda ClariS, que fez a primeira abertura do anime “Madoka Magica” ou o “Bandai Namco Live Music Festival”. Nas palavras de Sarah: “foi uma quantidade bem generosa de atrações e uma experiência incrível poder vê-los aqui, espero que mais oportunidades como essas venham a acontecer no futuro!”.

 

Acessibilidade e Locomoção

Apesar de ser um lugar muito extenso, se locomover pelo auditório é uma tarefa simples. O lugar não tinha escadas, o que facilitava a acessibilidade de pessoas com deficiência motora, por exemplo.

Além disso, o aumento do espaço desde o ano passado garantiu um ambiente tranquilo e menos lotado, até mesmo com a grande quantidade de visitantes no dia gratuito. Mel disse que não se sentiu sufocada em nenhum momento, e Sarah reforçou: “Senti que o espaço estava muito bem distribuído, permitindo assim um ambiente mais agradável para se locomover entre os estandes e palcos.”

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Quinta-feira, 18 de Julho, dia gratuito na Anime Friends          Foto: Lucca Cantarim/Agemt

Os organizadores também oferecem um ônibus gratuito da estação Portuguesa-Tietê do metrô até o Anhembi, o que facilita o acesso ao evento.

 

Uma experiência memorável

O Anime Friends é uma experiência inesquecível para muitos dos fãs de Cultura Pop asiática, seja por encontrar diversas pessoas fantasiadas de personagens amados, ou para elas mesmas apresentarem seus cosplays pelos corredores e no desfile. Para Mel, esse foi o ponto alto do evento: “É incrível ver o trabalho e amor que as pessoas colocam nas fantasias e como elas interpretam os personagens”.

“Em geral, poder ter contato com pessoas que compartilham dos mesmos interesses que você é maravilhoso, principalmente porque muitos desses interesses são mais incomuns”, finalizou ela, reforçando a importância desse encontro para muitas pessoas.

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