O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresenta aumento moderado, com destaque para os grupos de Transportes e Alimentação.
por
Marcello R. Toledo
|
15/08/2023 - 12h

 

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal indicador de inflação no Brasil, registrou uma variação de 0,12% no mês de julho. O número representa um acréscimo de 0,20 ponto porcentual em relação à taxa de junho, que havia sido de -0,08%. No acumulado do ano, o IPCA apresenta uma alta de 2,99%, e nos últimos 12 meses, a variação é de 3,99%, superando os 3,16% registrados nos 12 meses anteriores. Em julho de 2022, a variação havia sido de -0,68%.

O IPCA  é uma ferramenta crucial para avaliar a evolução dos preços de produtos e serviços consumidos por famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos, ele serve como um indicador da inflação enfrentada e é calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), abrangendo diversas regiões metropolitanas do país, além de algumas cidades específicas.

Em linhas mais claras, o IPCA desempenha o papel de espelho do custo de vida experimentado por essa parte da população. Dessa forma, ele captura as variações de preços em uma variedade de produtos e serviços, permitindo que as autoridades econômicas, consumidores e demais interessados compreendam as tendências inflacionárias em diferentes partes do Brasil.
 

InfoMoney
InfoMoney

Setores em Destaque

Dos nove grupos de produtos e serviços analisados pelo IPCA, cinco apresentaram alta no mês de julho. O grupo de Transportes teve o maior impacto, com 1,50% de variação e contribuição de 0,31 ponto porcentual. Nesse grupo, os preços da gasolina tiveram um aumento notável de 4,75%, sendo o item com maior contribuição individual para o índice do mês. Itens como gás veicular (3,84%) e etanol (1,57%) também tiveram alta, enquanto o óleo diesel apresentou uma queda de 1,37%. Passagens aéreas (4,97%) e automóveis novos (1,65%) também contribuíram para o aumento no grupo.

Em contrapartida, o grupo de Alimentação e Bebidas apresentou uma queda de 0,46%, com impacto de -0,10 ponto porcentual no índice. Esse resultado foi influenciado, principalmente, pela redução nos preços da alimentação no domicílio (-0,72%), destacando-se quedas em produtos como feijão-carioca (-9,24%), óleo de soja (-4,77%), frango em pedaços (-2,64%), carnes (-2,14%) e leite longa vida (-1,86%). Por outro lado, as frutas tiveram aumento de preço, com destaque para banana-prata (4,44%) e mamão (3,25%).

No grupo de Habitação, a taxa de -1,01% impactou o índice em -0,16 ponto porcentual. A maior contribuição para essa variação veio da energia elétrica residencial, que registrou queda de 3,89% devido à incorporação do Bônus de Itaipu (um desconto de até R$ 15 na conta de luz individual em residências de classes residencial e rural, que tiveram ao menos um mês, em 2022, consumo faturado inferior a 350 KWh) nas faturas emitidas em julho. A taxa de água e esgoto (0,18%) registrou alta devido a reajustes em algumas regiões.

Variações Regionais 

As variações regionais também tiveram impacto no IPCA de julho. Porto Alegre foi a região que apresentou a maior variação, com 0,53%, devido ao aumento do preço da gasolina (6,98%). Belo Horizonte teve a menor variação, registrando queda de -0,16%, influenciada pelas quedas nos preços dos ônibus urbanos (-17,50%) e na energia elétrica residencial (-4,23%).

INPC e Outros Indicadores

Além do IPCA, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), também foi divulgado (o Índice também mede a variação de preço de determinados produtos e serviços consumidos pelas famílias brasileiras, entretanto num recorte menor que o IPCA - considera rendimentos de 1 a 5 salários mínimos). O INPC registrou uma variação de -0,09% em julho, mantendo-se próxima à taxa de -0,10% observada no mês anterior. No acumulado do ano, o INPC acumula alta de 2,59%, e nos últimos 12 meses, a variação é de 3,53%, acima dos 3,00% registrados nos 12 meses anteriores.

Os números do IPCA e INPC demonstram que a economia brasileira segue passando por oscilações, com impactos variados nos diferentes setores e regiões do país. A análise detalhada desses indicadores é essencial para entender as dinâmicas econômicas em curso e tomar decisões informadas sobre investimentos e consumo.

Nota: Os dados e informações presentes nesta matéria foram fornecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e são referentes ao mês de julho de 2023. A análise dos indicadores deve considerar a conjuntura econômica e as possíveis variações ao longo do tempo

Seleção alemã faz 6 a 0 em jogo marcado por erros individuais e aplica maior goleada da Copa do Mundo até o momento.
por
Gusthavo Sampaio
|
24/07/2023 - 12h

Na madrugada desta segunda-feira (24), Alemanha e Marrocos estrearam na Copa do Mundo Feminina FIFA 2023, em confronto pelo Grupo H. O primeiro jogo entre as equipes na história ocorreu no Estádio Melbourne Rectangular, na Austrália. A Alemanha, que nunca perdeu em uma estreia de Copa, manteve a marca e atropelou as estreantes marroquinas em um jogo que terminou 6 a 0.

 

Foto do elenco pré-jogo
Foto das jogadoras titulares na estreia alemã homenageando Carolin Simon. Foto: Reprodução/Twitter/DFB_Frauen

 

A seleção alemã iniciou sua jornada na Copa do Mundo homenageando a jogadora Carolin Simon, que foi cortada da convocação final após romper os ligamentos do joelho no último amistoso pré-copa contra a Zâmbia. Na foto em grupo do pré-jogo, as jogadoras posaram segurando uma camisa com o número 2 e o nome Simon.

Após o soar do apito, não demorou para as favoritas abrirem o placar. Com uma marcação alta logo de início, as alemãs não deram fôlego para as marroquinas e, aos 11 minutos, a capitã Alexandra Popp abriu o placar cabeceando livre na entrada da pequena área. A jogada começou com um erro da saída de bola da zagueira de Marrocos, que entregou a bola para a meia Jule Brand. Brand tocou na linha de fundo para a zagueira Hendrich que levantou a bola na área para Popp, de cabeça, mandar a bola para o fundo da rede.

Após o gol, a Alemanha manteve a posse e empurrou as marroquinas para seu campo de defesa, não sofrendo perigo durante a maior parte do primeiro tempo. Aos 39 minutos, após escanteio cobrado por Klara Buhl, Popp, novamente de cabeça e na pequena área, ampliou o placar para as alemãs.

O panorama durante o primeiro tempo foi positivo para a Alemanha, que sofreu somente um chute a gol e dominou a maior parte da posse de bola. Alguns erros na saída de bola geraram contra-ataques para as marroquinas, mas nenhum se concretizou. Apesar do panorama positivo, as germânicas subiram o nível na segunda etapa.

O segundo tempo começou com um gol relâmpago: Klara Buhl roubou a bola logo após um erro de passe segundos depois do apito inicial e finalizou a jogada que ela mesma construiu. O chute acertou na trave e, na sobra Buhl, apareceu e faz o terceiro. Pouco tempo depois do gol, Buhl teve outra chance clara de finalização, mas o chute parou na trave. O começo de segundo tempo alemão foi implacável, com menos de 10 minutos depois do terceiro, saiu o quarto gol. Na sobra de um cruzamento, Svenja Huth levantou na área a bola que foi cabeceada para o gol pela zagueira marroquina Hanane Ait El Haj, marcando contra.

O passeio continuou e a blitz alemã pelo quinto gol não parou até marcar. Aos 34 minutos, em mais um cruzamento alemão, a goleira Khadija Er-Rmich afastou contra a zagueira Yasmin M’Rabet, que marcou o segundo gol contra marroquino, e quinto da Alemanha. Quatro minutos após o gol, a capitã Alexandra Popp foi substituída, na caminhada até o banco de reservas foi ovacionada pelos torcedores. Mesmo com uma ampla vantagem no placar, as alemãs não colocaram o pé no freio. Aos 90 minutos, Lena Lattwein finalizou uma bola que, ao ser defendida pela goleira Er-Rmichi, sobrou nos pés da atacante Lea Schuller, que marcou o sexto e fechou a conta.

Como esperado, a seleção bicampeã do mundo não teve dificuldades em seu primeiro jogo, mas surpreendeu pela elasticidade da vitória. A Alemanha dominou o jogo do início ao fim, e terminou com 74% da posse de bola e 16 chutes no total, 7 desses no gol. Todo esse domínio sem a presença de uma das maiores jogadoras do elenco, Lena Oberdorf, poupada por conta de uma lesão.

 

Disputa de bola entre duas jogadoras durante o jogo
Sara Dabritz (esquerda) e Ghizlane Chebbak (direita) disputando a bola durante o jogo. Foto: Reprodução/Twitter/EnMaroc

 

Por outro lado, as marroquinas viveram um dia para ser esquecido. Em sua estreia pela Copa do Mundo, tiveram uma péssima atuação individual e coletiva, marcada principalmente pelos erros defensivos. Ainda no primeiro tempo, a postura de contra-atacar adotada pela equipe foi completamente suprimida, chutando apenas uma vez ao gol na primeira etapa. No final, quatro gols marcados pela Alemanha tiveram início a partir de erros diretos da defesa marroquina. Com essa derrota, o Marrocos vive uma sequência de 5 jogos sem vencer.

A seleção Marroquina volta a campo no domingo (30), para enfrentar a Coreia do Sul e continuar na luta pela classificação, às 01h30 (horário de Brasília). As alemãs jogam no mesmo dia contra a Colômbia, às 06h30 (horário de Brasília), para tentar garantir a classificação para a fase eliminatória.

Se não fosse sofrido, não era Argentina. Nos pênaltis a albiceleste derrota a França e é campeã mundial pela terceira vez na história
por
Fabrizio Delle Serre
|
20/12/2022 - 12h

Após 36 anos de espera, os hermanos enfim comemoraram. A Argentina é tricampeã da Copa do Mundo. No último domingo (18) às 12h, o Lusail Stadium recebeu uma das melhores finais já vistas da história do torneio mundial.

 

Lionel Messi foi decisivo, Kylian Mbappé marcou um hat-trick, porém, não foi suficiente. Nos pênaltis, a Argentina bateu a França e ficou com o troféu mais cobiçado do futebol, que tem uma nova capital pelos próximos 4 anos: Buenos Aires.

a
Jogadores argentinos comemorando o tricampeonato mundial. Foto: Divulgação / FIFA

 

A decisão da Copa foi em um jogo eletrizante. Para os amantes do futebol foi mais um motivo para se apaixonar pelo esporte. A raça e a entrega dos argentinos foi recompensada. O mundo é azul e branco.

 

A Copa do Mundo de 2022 acabou. Com direito a um encerramento de gala. Diego Armando Maradona, viu e vibrou lá do céu com os “muchachos”, campeões do mundo. A comando do novo deus albiceleste: Messi.

 

Destaque também para Di Maria. O camisa 11 voltou ao time titular de Lionel Scaloni e correspondeu. Sofreu pênalti e balançou as redes.

Primeiro Tempo

A final iniciou com as equipes tensas e com entradas mais duras por ambos os lados. Os franceses até tiveram certo domínio, porém, erraram passes e estavam nervosos.

 

A Argentina percebeu o abalo emocional do adversário e tomou conta da partida. Os hermanos ditaram o ritmo da primeira etapa. Aos 20 minutos, Dembelé derrubou Di Maria dentro da área e o pênalti foi marcado.

 

Lionel Messi foi para a bola. Respirou, bateu e estufou a rede. Bola para um lado, Lloris para o outro, o placar estava aberto, 1 a 0 Argentina.

a
Messi na cobrança de pênalti que abriu o placar da decisão. Foto: @EPA / Toga Bozoglu

Além do gol, Messi naquele momento se tornava o artilheiro da competição com 6 gols, deixando para trás Mbappé.

 

Mesmo com o placar aberto, a França parecia que ainda estava no vestiário. A Argentina continuou dominando a partida. O objetivo era o segundo gol.

 

Aos 35 minutos em um erro de Upamecano os hermanos partiram para o contra-ataque. Uma linda jogada. Mac Allister tocou para Messi que passou para Julián Álvarez. O atacante lançou pelas costas da linha de defesa francesa.

 

Mac Allister recebeu e ajeitou para Di Maria que bateu na saída de Llorris. 2 a 0 e a partida parecia estar definida.

a
Di María aprontou das suas mágicas e só tirou de Lloris para marcar o segundo gol
@FRANCK FIFE / AFP

Ao final dos primeiros 45 minutos, o domínio era total da equipe de Scaloni. Ganhavam nas estatísticas e no placar. Os franceses ainda não haviam finalizado.

Segundo Tempo

O segundo tempo começou e o controle argentino ainda era nítido. Assim como na primeira etapa, as ações ofensivas eram sempre direcionadas ao gol de Llorris.

 

A Argentina teve a chance de ampliar: De Paul de voleio aos 3 minutos e com Julián Álvarez aos 13. Ambas as chances pararam nas mãos do goleiro francês.

 

Aos 22 minutos, a primeira finalização da França foi realizada. Kolo Muani de cabeça. A tentativa não levou perigo algum ao gol de Martinez.

 

O jogo foi avançando e a França parecia estar entregue. Era questão de tempo para o fim da fila de 36 anos dos hermanos longe do topo do mundo.

 

Faltavam 12 minutos para o fim do tempo regulamentar, até que Otamendi derrubou Kolo Muani dentro da área. Pênalti para a França. Tensão total no Lusail Stadium.

Então, a estrela de Kylian Mbappé começou a brilhar.

 

O garoto de 23 anos com muita frieza foi para a cobrança da penalidade máxima. Correu, bateu e diminuiu, 2 a 1.

 

A Argentina entrou em curto-circuito. Após 1 minuto do primeiro gol francês, Kylian Mbappé recebeu um bom passe de Thuram. O camisa 10 em um lindo chute de perna direita balançou a rede novamente. Tudo igual. 2 a 2

.

a
Finalização de Mbappé que colocou a França de volta na final. Foto: @EPA / Toga Bozoglu

 

O juiz apitou o final dos 90 minutos.  Os argentinos estavam tentando entender o que havia acontecido, enquanto os franceses haviam feito uma revolução em menos de 5 minutos.

Empate? Mais 30 minutos!

Haja coração, amigo! A prorrogação foi simplesmente encantadora. Os primeiros 15 minutos foram tensos. Com chances para os dois lados, mas sem efetividade tanto da Argentina quanto da França.

 

A única boa chance dos hermanos no primeiro tempo foi no chute de Lautaro, que foi travado por Upamecano. No rebote Montiel finalizou, mas Varane afastou de cabeça.

 

Lautaro teve nos acréscimos outra oportunidade de desempatar, mas bateu para fora e desperdiçou.

 

Os 15 minutos finais foram emocionantes. Com quase 3 minutos, Lautaro finalizou e Lloris deu o rebote. Lionel Messi estava no lugar certo e na hora certa.  Dessa vez, de perna direita o camisa 10 tirou o empate do placar. 3 a 2, os hermanos estavam de novo na frente.

a
Segundo gol de Messi na decisão. Foto: Tarso Sarraf / O Liberal

Os minutos passavam, o fim estava se aproximando e a Argentina estava próxima da tão sonhada conquista da Copa do Mundo. Mas, Mbappé ainda estava em campo e não facilitou para a albiceleste.

 

Há pouco mais de 4 minutos do fim, o garoto bateu e a bola tocou no braço de Montiel que estava dentro da área. Mais um pênalti para a equipe de Deschamps.

 

Novamente, Mbappé na cobrança. O craque do PSG deslocou o goleiro Martínez para empatar a partida, 3 a 3. O futebol viveu naquele momento sua emoção no estado mais puro. Além do gol, o francês se tornou o artilheiro da competição com 8 gols.

 

Na última chance  dos franceses, Kolo Muani ficou cara a cara com Martínez. O goleiro Argentino defendeu com o pé. Dibu foi brilhante e salvou a seleção de mais um vice.

Pênaltis

Com o empate na prorrogação, a Copa foi decidida nas penalidades máximas pela terceira vez em sua história. Os franceses iniciaram a disputa. Mbappé converteu.

 

Na sequência, Lionel Messi abriu as penalidades para os argentinos e também balançou as redes.

 

Martinez pegou a cobrança de Coman, acertando o canto escolhido pelo francês. A taça estava saindo de Paris com rumo a Buenos Aires.

 

Dybala fez o dele, bateu no meio com segurança. O próximo pênalti foi cobrado por Tchouaméni, o meia do Real Madrid bateu pra fora. Comemoração de Dibu com direito a dancinha.

 

Na sequência, Paredes converteu. Kolo Muani não desperdiçou e a França ainda estava viva.

 

29 de junho de 1986. Essa data ficou marcada na história dos Argentinos. Montiel tinha que fazer para acabar com a espera de 36 anos. O Tricampeonato estava próximo.

 

Montiel correu, bateu e fez. Argentina tricampeã do mundo.

a
Argentina Campeã do Mundo. @EPA / Friedemann Vogel

A Terceira estrela e Messi

18 de dezembro de 2022. Um novo feriado para os argentinos. Uma data histórica para Lionel Messi que fez a ilusão virar realidade. O ET conquistou o único troféu que faltava em sua vitoriosa carreira.

 

35 anos de idade. Dores de 2014, 2015 e 2016 com 3 vices consecutivos. Acabou. Lionel Messi provou para si e para o mundo que ainda é o melhor.

a
Messi levantando a principal taça do futebol. Foto: Divulgação / FIFA

Gênio, divino, predestinado. Como definir quem conseguiu superar Maradona? O mundo é da Argentina pela terceira vez, a estrela de número 3 finalmente foi costurada no escudo albiceleste.

 

Duas delas foram a comanda de D10S, que agora passa seu bastão para um imortal na Argentina e no mundo do futebol: Lionel Messi.

 

1978, 1986, 2022. Tricampeões, os muchachos conseguiram conquistar o mundo. A taça voltou para Buenos Aires. A terra de Diego y Lionel tem o mundo novamente. Os Argentinos não precisam mais “ilusionar”, o título é realidade. 

 

 

Meu pai estava errado sobre muitas coisas, esta é uma delas
por
Bianca Novais
|
20/12/2022 - 12h

Na primeira vez que fui ao estádio, eu já era adulta. Para meu pai, o estádio não era lugar de menina. E para nossa situação financeira, o estádio também não era exatamente o lugar do meu pai. Parece um clichê da internet, não é? Tal lugar não é lugar de mulher. O pior é que existe na vida real e a gente acredita. Eu acreditei por muitos anos.

Mesmo vendo a Rainha Marta ser a melhor futebolista do mundo cinco vezes seguidas, a maior artilheira das seleções brasileiras, a primeira atleta a marcar gols em cinco edições de Copa do Mundo da FIFA.

Mesmo vendo Formiga ser a única pessoa a ter participado de sete Copas do Mundo e de sete Olimpíadas, a que mais vezes entrou em campo com a amarelinha.

Mesmo vendo Cristiane se tornar a maior artilheira das Olimpíadas, vencer a primeira edição feminina da Libertadores, ao lado de Marta, e ser artilheira também desta competição.

Todas mulheres pretas, como eu.

Apesar de ver, eu não enxergava. Muito por isso fiquei assustada e apreensiva com o convite do amigo Luan Leão para tocar o barquinho da cobertura da Copa do Mundo pela AGEMT, com ele e o inenarrável Bruno Scaciotti.

Se meu lugar não era nem no estádio, imagina em posição de liderança frente a 20 homens falando sobre bola?

Pouco mais de três meses de planejamento, 28 dias de Copa do Mundo, 99 textos no site, 9 episódios do podcast Expresso Catar, 4 episódios do programa Manual de Sobrevivência da Copa do Mundo, 37 edições do boletim diário em vídeo Já É Copa, fora o baile.

Não vi o Brasil ser hexa, mas pude ver Marrocos ser a primeira seleção africana a chegar nas semifinais de uma Copa. Vi Cristiano Ronaldo ser o terceiro atleta a marcar gol em cinco edições do mundial de seleções. Neymar se igualar em gols pela seleção com Pelé. Kylian Mbappé ser o segundo jogador a marcar um hat-trick em final de Copa do Mundo. Messi ser consagrado como um dos deuses do futebol ao conquistar o tricampeonato argentino. E o primeiro trio de arbitragem feminino a apitar um jogo da Copa do Mundo masculina.

Nada mal para quem não está no lugar.

Marta, Cristiane e Formiga, a Santa Trindade do futebol feminino brasileiro. Foto: NICHOLAS KAMM/GettyImages
Marta, Cristiane e Formiga, a Santa Trindade do futebol feminino brasileiro. Foto: Nicholas Kamm/GettyImages

 

Pela terceira vez em sua história, o time xadrez sobe ao pódio e consagra a geração liderada por Modric
por
Arthur Campos
João Victor Fogagnolo
|
18/12/2022 - 12h

No último sábado (17), ocorreu a penúltima partida da Copa do Mundo Catar 2022. Croácia e Marrocos estiveram frente a frente no estádio Internacional Khalifa para definir o terceiro e quarto lugar do torneio. 

As seleções se reencontraram 24 dias depois do confronto na primeira rodada do grupo F na fase de grupos. Naquela ocasião o jogo terminou em um 0 a 0 nada saudoso. 

Em lados opostos do chaveamento, os Leões dos Atlas, tal qual Davi, foram desafiados por vários Golias e assim como na passagem bíblica de Samuel 17, triunfaram diante dos gigantes. Posteriormente, sucumbiram apenas perante a atual campeã, França. 

Já a seleção eslava, repetindo o feito de 2018, precisou passar por duas prorrogações para manter-se na competição. Da mesma forma que na edição passada, os embates contra Japão e Brasil chegaram até as penalidades máximas, nas quais as duas saíram derrotadas, com o goleiro Dominik Livakovic sendo o protagonista. Somente a Argentina foi capaz de impedir os croatas de irem a mais uma final. 

Croácia
Foto oficial da seleção croata. Imagem: Reprodução/Twitter/@fifaworldcup_pt

 

Dentro de campo as equipes vieram bem mexidas devido ao desgaste acumulado durante a Copa. O técnico Walid Regragui, que sofreu com desfalques nos duelos contra Portugal e França, promoveu descanso a alguns jogadores. Mais uma vez o comandante não teve a disposição o lateral esquerdo Noussair Mazraoui, que não estava no banco de reservas, cedendo espaço para Yahia Attiyat Allah. Já os atletas Roman Saiss, Nayef Aguerd, Selim Amallah e Azzedine Ounahi foram preservados, sendo substituídos por Achraf Dari, Jawad El Yamiq, Abdelhamid Sabiri e Bilal El Khannouss respectivamente. 

Por motivos semelhantes, o treinador Zlatko Dalic deu oportunidades para outros jogadores do plantel. Em comparação ao confronto anterior, houve três mudanças na linha de defesa, o recuo de Ivan Perisic para variar entre lateral e ala pela esquerda, junto com as entradas de Josip Sutalo e Josip Stanisic, nas vagas de Dejan Lovren e Josip Juranovic, nesta ordem. Na parte ofensiva, Lovro Majer, Mislav Orsic e Marko Livaja também ganharam chances nos lugares de Mario Pasalic, Borna Sosa e Marcelo Brozovic. 

Dado o apito inicial, os 44.137 expectadores viram um começo de partida movimentado. Em jogada ensaiada na cobrança de falta, Majer bateu para dentro da área, Perisic escorou de cabeça e Josko Gvardiol completou para abrir o marcador aos 7 minutos, numa bela trama croata.

Croácia
Gvardiol mergulhou e fez 1x0 para o time xadrez. Foto: Reprodução/Twitter/@FIFAWorldCup

 

No minuto seguinte, novamente em bola parada, o cruzamento de Hakim Ziyech desviou e sobrou para Dari empatar a disputa. Antes do intervalo, aos 42, numa recuperação dos eslavos na zona de ataque, Livaja passou para Orsic finalizar com chapa do pé, e resvalando levemente na trave, morreu dentro das redes do goleiro Bono. 

Na volta para o segundo tempo, o fator físico pesou e o ritmo do jogo caiu. Apesar da posse de bola marroquina, os leões não conseguiram concretizá-la em reais perigos de gol. Sem grandes emoções na etapa final, o placar terminou em 2 a 1, com a Croácia conquistando o terceiro lugar da Copa do Mundo.  

A campanha coroou um possível fim da brilhante trajetória de Luka Modric na seleção. O camisa 10 foi o destaque desse meio campo e ficará eternizado como o maestro dessa geração.

Croácia
O craque Modric em sua última Copa do Mundo. Foto: Reprodução/Twitter/@FIFAWorldCup

 

Mesmo ficando com a quarta colocação, Marrocos sai do Catar de cabeça erguida e o treinador Regragui fez questão de enaltecer.

“Lembraremos de muitos jogos, voltaremos mais fortes. Unimos o nosso país durante um mês, todos estavam felizes”, enfatizou. 

O comandante também falou sobre o legado que deixaram nessa Copa.

“Eu acho que mostramos nossa força. Mostramos que o futebol africano está preparado para enfrentar os principais times do mundo com eficiência e jogando no nível mais alto”, comentou. 

O técnico marroquino ainda deixou seu recado visando os próximos objetivos da equipe.

“Eu disse aos meus jogadores que não podemos ser reis do mundo antes de sermos reis do continente. Nós vamos trabalhar para ganhar a Copa Africana de Nações”, afirmou Regragui. 

Veja o panorama das seleções do grupo D após a segunda rodada da Copa do Mundo.
por
Gusthavo Sampaio
Otávio Preto
|
28/11/2022 - 12h

França x Dinamarca  

Atual campeã, a seleção francesa foi a primeira equipe a se classificar para a fase mata-mata da Copa do Mundo do Catar. No sábado (26), os Le Bleus ganharam da seleção dinamarquesa por 2 a 1, tendo o jovem Kyllian Mbappé como protagonista da partida.  

Em um jogo eletrizante, com chances lá e cá, os franceses conseguiram conquistar o triunfo em cima de uma Dinamarca apática, novamente não contou com o protagonismo desejado de suas estrelas.  

Mbappé bate recordes
Mbappé se iguala a Zidane e Pelé. Foot: Kim Hong-Ji / REUTERS

Por outro lado, Mbappé alcançou recordes pela França. Além dos dois gols que garantiram a vitória na partida, o camisa 10 igualou a ninguém mais, ninguém menos que Zinedine Zidane em gols pela seleção, com 32 gols. O tartaruga ninja também iguala a Pelé, tendo marcado 7 gols em Copas antes dos 24 anos. De quebra, empatou com o equatoriano Enner Valencia na artilharia desta edição com 3 gols. 

 

Austrália x Tunísia  

No outro jogo válido pela segunda rodada, a Austrália venceu a Tunísia por 1 a 0, quebrando o jejum de mais de 12 anos sem vitórias na Copa do Mundo. A última vitória da seleção australiana havia sido na Copa de 2010, contra a Sérvia, pelo placar de 2 a 1. 

O jogo começou com grande intensidade dos australianos pela ponta esquerda, aproveitando os cruzamentos de Craig Goodwin. Não demorou muito para a jogada resultar em gol. Em um dos cruzamentos de Goodwin a bola é desviada e o atacante Mitchell Duke cabeceou de costas para balançar as redes. 

O atacante, que atua na segunda divisão da liga japonesa, marcou seu primeiro gol em Copas do Mundo e comemorou homenageando seu filho Jackson, que estava na arquibancada, fazendo a letra “J” com as mãos. Após o gol, a intensidade da Austrália diminuiu, fazendo com que a Tunísia crescesse, mantendo a pressão até o fim do primeiro tempo. 

Faz o J
Duke comemora fazendo o "J" em homenagem ao filho. Foto: Chandan Khanna / AFP

O segundo tempo não foi diferente do término do primeiro, a pressão da equipe tunisiana continuou, o que fez a Austrália mudar sua formação. De um 4-2-3-1 mais ofensivo, os australianos optaram por um 4-4-2 mais defensivo. Apesar das duas vitórias da Tunísia em Copas terem sido de virada, a equipe não conseguiu converter as oportunidades do segundo tempo em gols, terminando o jogo com a derrota por 1 a 0. 

No entanto, a Tunísia ainda não se despede da Copa de 2022. A seleção enfrenta a França na última rodada, mas depende de uma combinação de resultados para chegar à segunda fase. 

 

Situação no Grupo 

Com a vitória e a classificação da seleção francesa, o grupo tem apenas mais uma vaga disponível para a próxima fase, a qual qualquer uma das restantes pode pescar. Austrália tem 3 pontos, Dinamarca e Tunísia 1.

A terceira e última rodada será realizada na próxima quarta-feira (30), com os dois jogos do grupo acontecendo no mesmo horário, às 12h. No estádio Education City jogam Tunísia e França. Enquanto no Al Janoub, Austrália e Dinamarca duelam pela classificação. 

Para que a Tunísia avance de fase, é necessário uma vitória sobre a França e um empate ou derrota da Austrália no jogo contra a Dinamarca. Nos dois cenários, ainda sim a decisão da vaga ficará pelo saldo de gols entre as seleções. A Austrália depende apenas de si, uma vitória, ou até mesmo o empate, pode garantir a vaga nas oitavas. 

Para a Dinamarca, o único resultado que assegura a vaga nas oitavas é a vitória. Neste caso, se a Tunísia também vencer, o desempate é no saldo de gols. Caso a Tunísia empate ou perca, e a Dinamarca vença, a vaga é dos dinamarqueses.  

 

Veja o panorama das seleções do grupo A após a segunda rodada da Copa do Mundo.
por
João Serradas
Pedro Pina
|
25/11/2022 - 12h

Catar x Senegal

Senegal venceu o Catar por 3 a 1 na manhã desta sexta-feira (25) e acabou de vez com o sonho dos anfitriões de permanecerem vivos na competição. Somando os seus primeiros três pontos no torneio, Senegal mantém a luta por uma vaga nas oitavas de final.

Os gols da seleção senegalesa foram marcados por Boulaye Dia, Diedhiou e Bamba Dieg, enquanto Muntari fez o primeiro gol do Catar em Copas do Mundo. Diferente de alguns jogos dessa copa, o placar desta partida realmente refletiu o que foi o jogo. Durante a primeira etapa o controle foi total da seleção senegalesa, ditando o ritmo do confronto e administrando os passes e armando as jogadas pelos lados com muita liberdade no campo do adversário.

Seleção de Senegal
Boulaye Dia comemora gol contra a seleção do Catar. Foto: Manan Vatsyayana / AFP

Apesar de começar bem, Senegal pecou nas finalizações. A equipe só acertou o alvo após 6 finalizações, contudo, na primeira chance clara, na frente do goleiro, os senegaleses não perderam oportunidade e marcaram o primeiro gol da partida aos 41 minutos do 1º tempo. O Catar se manteve na defensiva e a única esperança de gol na primeira etapa foi quando os jogadores pressionaram o juiz em relação a uma possível penalidade em cima do camisa 11 e atacante Akram Afif, mas o lance não passou de uma jogada normal.

No segundo tempo o Catar voltou um pouco melhor, mas nada que parasse o bom futebol da seleção do Senegal. O time africano ampliou o placar logo no começo da segunda etapa com apenas 3 minutos de jogo. Sem se abalar, o Catar diminuiu o placar no segundo tempo, mas Senegal marcou o terceiro no fim do jogo e confirmou o favoritismo.

Agora a equipe comandada por Aliou Cissé terá o desafio de ganhar da forte seleção do Equador na última rodada se quiser continuar vivo na competição.

 

Senegal x Holanda

Outro jogo que marcou o grupo A, foi o duelo de peso entre Holanda e Equador, as seleções haviam terminado a primeira rodada com os mesmos três pontos e o mesmo saldo de gols. A vitória poderia já classificar uma das seleções para o mata-mata da Copa do Mundo.

A partida ficou no empate de 1 a 1, no Khalifa International Stadium. O atacante holandês Cody Gakpo abriu o placar para a Laranja Mecânica, enquanto Enner Valencia, o craque equatoriano e agora artilheiro da Copa, igualou o placar.

Seleção Holandesa
Holanda joga mal e empata contra Equador. Foto: Divulgação / Holanda 

O jogo começou melhor para os holandeses que estavam mais ofensivos e logo aos 6 minutos balançaram as redes com um chute de fora da área de Gakpo. Depois do gol a equipe de Louis van Gaal diminuiu o ritmo e adotou postura defensiva, proporcionando o crescimento dos equatorianos no confronto. Ainda no final da primeira etapa, o Equador teve um gol anulado pelo VAR. A jogada é questionável, mas o VAR marcou.

No começo do segundo tempo, o Equador voltou querendo igualar o marcador e aos 2 minutos, Enner Valencia se mostrou oportunista e aproveitou o rebote de Noppert, após finalização de Estrada, e igualou o placar. A equipe holandesa sentiu o golpe e se mostrou insegura no confronto, mas os equatorianos não souberam aproveitar a oportunidade e o jogo terminou empatado. Mas, do lado do Equador com uma preocupação a mais, o craque Enner Valencia saiu de maca já na reta final da partida.

 

Situação do grupo

O empate entre holandeses e equatorianos embolou o Grupo A. Holanda e Equador ocupam a 1ª e a 2ª colocação, respectivamente, com quatro pontos. Senegal, que venceu o Catar, ocupa a 3ª colocação, com três pontos, e volta a brigar por vaga no mata-mata.

A definição dos classificados do Grupo A acontece na terça-feira (29), às 12h, com os confrontos simultâneos entre Holanda e Catar, no estádio Al Bayt Stadium, e no mesmo horário, Equador e Senegal, no estádio Internacional Khalifa.

Em caso de empate entre equatorianos e senegaleses, os sul-americana carimbam passaporte para a próxima fase. A Holanda também precisa apenas de um empate para se classificar. Já para Senegal se classificar, precisam ou vencer Equador, por qualquer placar, ou empatar e torcer para que o Catar vença a Holanda - o que seria uma zebra - por uma diferença de pelo menos 2 gols.

Veja o panorama das seleções do grupo G da Copa do Mundo após a primeira rodada.
por
José Pedro dos Santos
Matheus Monteiro
|
25/11/2022 - 12h

 

Camarões X Suíça


Nesta quinta-feira (24) de Copa do Mundo, o grupo G iniciou os trabalhos com uma partida sonolenta entre Camarões e Suíça. Uma partida que, com certeza, perdeu quem resolveu acordar às 7h da manhã para assistir a esse jogo.


A Suíça, que deveria tomar as ações do jogo, pouco fez contra o forte sistema defensivo camaronês, que conseguiu gerar bons contra-ataques, parados em sua maioria pelo goleiro Yann Sommer.


Os suíços tiveram 3 chutes a gols, todos vindos de jogadas do lado direito do ataque, com seu principal jogador Xherdan Shaqiri. Foi do baixinho a jogada que decretou números finais do jogo, que realizou cruzamento rasteiro para Breel Embolo, 1 a 0 Suíça.

 

É de Embolo que vem a grande história desse jogo. O autor do gol na verdade nasceu em Camarões. Com isso, Embolo foi o primeiro jogador a marcar um gol pelo seu país de origem na história das Copas. Inclusive, o jogador não comemorou o gol e fez um gesto de desculpas após os gols.

 

Embolo embolou o jogo
Embolo após marcar o gol da vitória suíça / foto: Fabrice COFFRINI / AFP


  Brasil x Sérvia

 

No último jogo do dia, tivemos finalmente o Brasil em campo contra a  Sérvia. No Brasil, a faixa de capitão ficou com Thiago Silva que participou da coletiva de ontem afirmando estar em uma das melhores fases de sua carreira e mais maduro para assumir a responsabilidade. Além dele, o time contou de início com Richarlison, Neymar, Vinicius Júnior e Raphinha no ataque, Casemiro e Paquetá no meio, Alex Sandro, Marquinhos e Danilo na zaga e laterais, e Alisson no gol

 

A Sérvia arriscou e entrou sem Vlahovic e sem Filip Kostic, que teve um problema muscular e não jogou. Ambos são dois dos principais nomes do setor ofensivo da Sérvia, e fizeram falta. Jogando em um 3-4-2-1, a Sérvia planejou um jogo onde poderia criar jogadas a frente a partir de Tadic e Milinkovic-Savic e ainda manter uma defesa reforçada contra o ataque brasileiro. 

 

Essa tática do técnico Dragan Stojkovic funcionou no primeiro tempo, com um jogo mais travado no meio de campo. Apesar disso, houve boas tentativas dos brasileiros, como a tentativa de gol olímpico de Neymar aos 13 minutos, e a finalização de Raphinha, já na reta final do primeiro tempo, depois de tabela com Lucas Paquetá, que saiu fraca.

Richarlison fazendo um voleio lendario
Richarlison fazendo o segundo gol do jogo /Foto:Justin Setterfield

No segundo tempo o Brasil conseguiu quebrar a pressão sérvia, mesmo com um susto quase tomando um gol logo no reinício. Depois de muita paciência para buscar os espaços deixados pela seleção europeia, aos 17 minutos, Vinicius Junior aproveita uma bola que sobra de jogada de Neymar e finaliza cruzado, depois do goleiro Milinkovic-Savic espalmar, Richarlison treme a rede com o rebote, desempatando o jogo para a seleção canarinho.

 

Aos 28 minutos do segundo tempo, Vini Jr. recebe a bola na ponta esquerda e cruza para a área. A bola não ganhou altura, e quando Richarlison tentou dominar, a sensação é de que ela havia escapado. Mas o camisa 9 abusou da categoria para girar e dar voleio que terminou com a bola no canto direito do gol. A obra de arte do pombo ampliou o placar do jogo para 2 a 0. 

 

Para a preocupação dos torcedores verde amarelo, Neymar foi substituído por Antony aos 34 minutos do segundo tempo, chorando devido a uma entorse no tornozelo. Ainda não se sabe o nível da gravidade da contusão, no pós-jogo, o médico da seleção, Rodrigo Lasmar, concedeu uma entrevista à Rádio Itatiaia, e afirmou que ainda é muito cedo para saber a gravidade da lesão do camisa 10 e o possível risco dele ter que sair da Copa. 



Situação do Grupo

 

Com a vitória brasileira no fim de tarde de quinta-feira (24), Brasil e Suíça somam 3 pontos, com a seleção verde e amarela como primeira do grupo por vantagem no saldo de gols, enquanto Camarões e Sérvia estão com 0 pontos, com os sérvios em último, também pelo saldo.

 

O Grupo G volta a jogar na próxima segunda-feira (28), com o primeiro jogo entre Camarões e Sérvia às 7h, no estádio Al Janoub. Depois, às 13h, Brasil e Suíça se encontram no estádio 974, em Doha. 

Veja o panorama das seleções do grupo H após a primeira rodada da Copa do Mundo.
por
Leonardo de Sá
Gustavo Zarza
|
25/11/2022 - 12h

Coreia do Sul x Uruguai

No primeiro confronto do grupo H, Uruguai e Coreia do Sul protagonizaram um jogo morno e sem muitas emoções, e por isso não saíram do 0 a 0. O jogo realizado no estádio Education, em Doha, não correspondeu às expectativas dos torcedores, já que contava com craques, entre eles Luís Suarez, Edinson Cavani e Heung-min Son. 
Durante os primeiros minutos de jogo, a seleção sul coreana teve melhores chances chegando com Son e Hwan Ui-Jo. A partir da segunda metade da primeira etapa a seleção uruguaia trouxe perigo para o goleiro coreano Kim Seung-Gyu. Ainda na primeiro tempo, o zagueiro uruguaio Diego Godín, em um bonito cabeceio, acertou a trave.

Grupo H: Rodada tem jogo monótono e jogo maluco
Uruguai e Coreia do Sul inauguram nesta quinta-feira (24) os jogos do Grupo H, no estádio Cidade da Educação, às 10h (de Brasília). E o empate por 0 a 0 não saiu do placar. Foto: REUTERS/Kai Pfaffenbach


No começo do segundo tempo, a situação voltou a ser favorável para os sul-coreanos, que demonstravam uma grande solidez defensiva. Liderados por Kim Min Jae, a defesa dos Tigres asiáticos foram os grandes responsáveis pelo quarto empate da copa do mundo 2022. 
Já no finalzinho do jogo, Federico Valverde arriscou de fora da área e carimbou a trave adversária mais uma vez.
Mesmo com todo esforço dos dois times, o jogo se manteve 0 a 0 até o final. Para os fãs de futebol, uma grande decepção, para a equipe sul coreana, a conquista de um ponto, e para os uruguaios, um alerta para riscos de classificação.

Portugal x Gana

Gol de pênalti, minutos depois o time azarão empata e aí vem zebra? Pode ser para Alemanha e Argentina, porque não foi para Portugal.  

 Em um jogo onde os dois times possuem grandes elencos, mas em contrapartida suas comissões técnicas deixam a desejar, Portugal e Gana realizaram um duelo cheio de emoções. O primeiro tempo foi morno, Portugal dominava as ações do jogo e Gana pouco assustava. Com vantagem na posse de bola e poucas finalizações, a seleção portuguesa deixou para vencer no segundo tempo.  

Grupo H: Rodada tem jogo monótono e jogo maluco
Cristiano Ronaldo. Foto: Getty Images

 

Aos 20 minutos do segundo tempo Cristiano Ronaldo é derrubado na área, o juiz marca um pênalti duvidoso, mas sua decisão é confirmada. O camisa sete pega a bola, respira fundo e marca. Porém, quem pensa que esse gol é pouca coisa está muito enganado. Com esse gol Ronaldo passou a ser o único jogador a marcar em cinco edições diferentes de Copas do Mundo, assim mais uma vez entrando para a história.  

Era um roteiro lindo para Portugal, mas Gana não queria saber. Aos 28 minutos, após uma falha da defesa português e especificamente de Danilo Pereira, André Ayew só empurrou, deixando tudo igual.  

Gana cresce no jogo e se anima com o gol, deixando sua defesa exposta para João Félix deixar o dele aos 33 minutos. Ele que não fez uma péssima temporada pode ter um vislumbre de esperança com esse gol.  

Rapidamente, dois minutos depois de marcar o segundo gol, Rafael Leão não perdoou e marcou o terceiro de Portugal.  

Porém, nada estava resolvido ainda. Aos 44 minutos, depois de outra falha no sistema defensivo português, Bukari diminuiu para Gana.  

O juiz deu nove minutos de acréscimo, dando esperança aos ganeses e desespero aos lusos, que quase infartaram quando Diogo Costa, goleiro português, fez uma lambança, entregando a bola para Iñaki Williams fazer, mas ele escorregou, deixando o placar final de três para Portugal e dois para Gana.  

O jogo foi pra lá de emocionante, mas se as duas seleções ainda sonham em algo no mundial, têm muito o que melhorar. 

Situação do Grupo 

Após os jogos do dia 24 de novembro, a seleção das Quinas lidera o grupo H, seguida da seleção sul coreana, que ocupa o segundo lugar pelo menor números de cartões, já que o Uruguai também possui apenas um ponto, mas segue em terceiro lugar. A seleção lanterna do grupo H é Gana, que perdeu para a seleção portuguesa e soma zero pontos. 

 

 

Veja o panorama das seleções do grupo E após a primeira rodada da Copa do Mundo.
por
Felipe Albanez
Thomaz Cintra
|
24/11/2022 - 12h

Alemanha X Japão

Mais uma zebra apareceu nessa Copa do Mundo. Depois da vitória da Arábia Saudita contra a Argentina, nesta quarta-feira (22) foi a vez do Japão vencer sua partida contra uma seleção tida como favorita. Com gols de Ritsu Doan e Takuma Asano, a equipe japonesa conquistou três pontos mesmo após a poderosa tetracampeã Alemanha abrir o placar com Gundogan, de pênalti.

Em duas jogadas bem trabalhadas, o Japão conseguiu superar o bom elenco e os talentos individuais dos europeus e mostra que não viajou ao Catar à toa, é um time que agora se credencia a classificar no grupo, e inspira cuidados da seleção espanhola. Embora tenha saído derrotada, a Alemanha não jogou mal, criou muitas chances, mas, na maioria delas, ou as desperdiçava ou parava no goleiro Gonda - que teve uma atuação digna de DVD.

Importante lembrar também do jovem Musiala no meio-campo alemão. Por se tratar de uma promessa, o mundo todo queria saber como seria para a jóia ser titular, em sua primeira edição de Copa do Mundo, jogando em uma seleção de peso mundial, mas mesmo com toda essa pressão, o jogador de 19 anos fez uma boa partida.

Apesar da boa exibição, Hans Flick precisa mexer na equipe. O time precisa de melhorias e talvez Leroy Sané ajude o técnico a solucionar o problema. Ele estava cotado para ser o titular do time alemão na Copa, mas sofreu uma lesão na última terça-feira (22), que o impossibilitou de entrar em campo na estreia. Caso esteja em condições, provavelmente iniciará o próximo jogo.

Seleção Alemã
Seleção alemã posou para foto oficial com protesto. Foto: Anne-Christine Poujoulat / AFP 

Antes do início da partida, os jogadores alemães taparam a boca na hora da foto como forma de protesto pelas ameaças da FIFA sobre punir os jogadores das seleções que usassem a braçadeira de capitão em apoio à comunidade LGBTQIA+. O capitão alemão, Manuel Neuer, não utilizou a faixa, mas nas arquibancadas, a Ministra do Interior da Alemanha, Nancy Faeser, assistiu ao jogo com a faixa "One Love".

 

Espanha X Costa Rica

A Espanha, diferente da Alemanha, espantou a zebra e aplicou uma goleada histórica contra a Costa Rica, no estádio Al Thumama. Com uma atuação exemplar, a seleção de Luis Enrique não teve dificuldades e venceu por 7 a 0 o time da América Central.

Sem tomar conhecimento do adversário, a seleção espanhola massacrou do início ao fim. Os gols da partida foram marcados por Dani Olmo, Marco Asensio, Ferran Torres (duas vezes), Gavi, Carlos Soler e Morata.

A Fúria deu uma aula de jogo coletivo, toque de bola e pressão após a perda. O que deixa isso mais evidente é a posse de bola: 82% para a Espanha. No lado da Costa Rica, já não se esperava muito da seleção, porém, o time demonstrou fragilidade na parte defensiva e pouca inspiração ofensiva. A seleção da América Central acabou o jogo sem uma finalização no gol de Unai Simón.

Seleção espanhola
Jogadores da Espanha comemoram goleada na estreia. Foto: Glyn Kirk / AFP 

Com menos de 30 minutos de partida, o jogo já estava 3 a 0 para a Espanha, que teve chances de fazer até mais de sete gols. O resultado se tornou a maior goleada já feita pela seleção espanhola em Copas do Mundo e a maior sofrida pela Costa Rica em uma edição. Para dimensionar o tamanho do estrago, em toda a Copa de 2018, a Costa Rica só havia levado 7 gols.

Durante a partida, a Espanha chegou, e ultrapassou, a marca de 100 gols em Copas do Mundo. O centésimo gol foi marcado por Dani Olmo. Com os gols, a Fúria se torna a 6ª seleção com mais gols em Copa do Mundo, atrás de Brasil (229), Alemanha (227), Argentina (138), Itália (128) e França (124).

 

Situação do grupo

O passeio da Espanha rendeu à seleção a primeira colocação do grupo. Com três pontos, a seleção de Luis Enrique está empatada com o Japão, mas ganha no saldo de gols. Sem pontuar, Alemanha e Costa Rica estão empatados com zero pontos.

A segunda rodada do grupo E acontece no domingo (27). Às 07h, no estádio Ahmed Bin Ali, o Japão enfrenta a Costa Rica, em jogo que pode encaminhar ou até garantir a classificação japonesa para as oitavas de final. Mais tarde, encerrando a rodada, às 16h, tem jogaço entre Alemanha e Espanha, no Al Bayt. O jogo pode sacramentar a eliminação alemã desta edição, somando a segunda eliminação ainda na fase de grupos em duas Copas seguidas.