O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresenta aumento moderado, com destaque para os grupos de Transportes e Alimentação.
por
Marcello R. Toledo
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15/08/2023 - 12h

 

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal indicador de inflação no Brasil, registrou uma variação de 0,12% no mês de julho. O número representa um acréscimo de 0,20 ponto porcentual em relação à taxa de junho, que havia sido de -0,08%. No acumulado do ano, o IPCA apresenta uma alta de 2,99%, e nos últimos 12 meses, a variação é de 3,99%, superando os 3,16% registrados nos 12 meses anteriores. Em julho de 2022, a variação havia sido de -0,68%.

O IPCA  é uma ferramenta crucial para avaliar a evolução dos preços de produtos e serviços consumidos por famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos, ele serve como um indicador da inflação enfrentada e é calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), abrangendo diversas regiões metropolitanas do país, além de algumas cidades específicas.

Em linhas mais claras, o IPCA desempenha o papel de espelho do custo de vida experimentado por essa parte da população. Dessa forma, ele captura as variações de preços em uma variedade de produtos e serviços, permitindo que as autoridades econômicas, consumidores e demais interessados compreendam as tendências inflacionárias em diferentes partes do Brasil.
 

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Setores em Destaque

Dos nove grupos de produtos e serviços analisados pelo IPCA, cinco apresentaram alta no mês de julho. O grupo de Transportes teve o maior impacto, com 1,50% de variação e contribuição de 0,31 ponto porcentual. Nesse grupo, os preços da gasolina tiveram um aumento notável de 4,75%, sendo o item com maior contribuição individual para o índice do mês. Itens como gás veicular (3,84%) e etanol (1,57%) também tiveram alta, enquanto o óleo diesel apresentou uma queda de 1,37%. Passagens aéreas (4,97%) e automóveis novos (1,65%) também contribuíram para o aumento no grupo.

Em contrapartida, o grupo de Alimentação e Bebidas apresentou uma queda de 0,46%, com impacto de -0,10 ponto porcentual no índice. Esse resultado foi influenciado, principalmente, pela redução nos preços da alimentação no domicílio (-0,72%), destacando-se quedas em produtos como feijão-carioca (-9,24%), óleo de soja (-4,77%), frango em pedaços (-2,64%), carnes (-2,14%) e leite longa vida (-1,86%). Por outro lado, as frutas tiveram aumento de preço, com destaque para banana-prata (4,44%) e mamão (3,25%).

No grupo de Habitação, a taxa de -1,01% impactou o índice em -0,16 ponto porcentual. A maior contribuição para essa variação veio da energia elétrica residencial, que registrou queda de 3,89% devido à incorporação do Bônus de Itaipu (um desconto de até R$ 15 na conta de luz individual em residências de classes residencial e rural, que tiveram ao menos um mês, em 2022, consumo faturado inferior a 350 KWh) nas faturas emitidas em julho. A taxa de água e esgoto (0,18%) registrou alta devido a reajustes em algumas regiões.

Variações Regionais 

As variações regionais também tiveram impacto no IPCA de julho. Porto Alegre foi a região que apresentou a maior variação, com 0,53%, devido ao aumento do preço da gasolina (6,98%). Belo Horizonte teve a menor variação, registrando queda de -0,16%, influenciada pelas quedas nos preços dos ônibus urbanos (-17,50%) e na energia elétrica residencial (-4,23%).

INPC e Outros Indicadores

Além do IPCA, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), também foi divulgado (o Índice também mede a variação de preço de determinados produtos e serviços consumidos pelas famílias brasileiras, entretanto num recorte menor que o IPCA - considera rendimentos de 1 a 5 salários mínimos). O INPC registrou uma variação de -0,09% em julho, mantendo-se próxima à taxa de -0,10% observada no mês anterior. No acumulado do ano, o INPC acumula alta de 2,59%, e nos últimos 12 meses, a variação é de 3,53%, acima dos 3,00% registrados nos 12 meses anteriores.

Os números do IPCA e INPC demonstram que a economia brasileira segue passando por oscilações, com impactos variados nos diferentes setores e regiões do país. A análise detalhada desses indicadores é essencial para entender as dinâmicas econômicas em curso e tomar decisões informadas sobre investimentos e consumo.

Nota: Os dados e informações presentes nesta matéria foram fornecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e são referentes ao mês de julho de 2023. A análise dos indicadores deve considerar a conjuntura econômica e as possíveis variações ao longo do tempo

Seleção alemã faz 6 a 0 em jogo marcado por erros individuais e aplica maior goleada da Copa do Mundo até o momento.
por
Gusthavo Sampaio
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24/07/2023 - 12h

Na madrugada desta segunda-feira (24), Alemanha e Marrocos estrearam na Copa do Mundo Feminina FIFA 2023, em confronto pelo Grupo H. O primeiro jogo entre as equipes na história ocorreu no Estádio Melbourne Rectangular, na Austrália. A Alemanha, que nunca perdeu em uma estreia de Copa, manteve a marca e atropelou as estreantes marroquinas em um jogo que terminou 6 a 0.

 

Foto do elenco pré-jogo
Foto das jogadoras titulares na estreia alemã homenageando Carolin Simon. Foto: Reprodução/Twitter/DFB_Frauen

 

A seleção alemã iniciou sua jornada na Copa do Mundo homenageando a jogadora Carolin Simon, que foi cortada da convocação final após romper os ligamentos do joelho no último amistoso pré-copa contra a Zâmbia. Na foto em grupo do pré-jogo, as jogadoras posaram segurando uma camisa com o número 2 e o nome Simon.

Após o soar do apito, não demorou para as favoritas abrirem o placar. Com uma marcação alta logo de início, as alemãs não deram fôlego para as marroquinas e, aos 11 minutos, a capitã Alexandra Popp abriu o placar cabeceando livre na entrada da pequena área. A jogada começou com um erro da saída de bola da zagueira de Marrocos, que entregou a bola para a meia Jule Brand. Brand tocou na linha de fundo para a zagueira Hendrich que levantou a bola na área para Popp, de cabeça, mandar a bola para o fundo da rede.

Após o gol, a Alemanha manteve a posse e empurrou as marroquinas para seu campo de defesa, não sofrendo perigo durante a maior parte do primeiro tempo. Aos 39 minutos, após escanteio cobrado por Klara Buhl, Popp, novamente de cabeça e na pequena área, ampliou o placar para as alemãs.

O panorama durante o primeiro tempo foi positivo para a Alemanha, que sofreu somente um chute a gol e dominou a maior parte da posse de bola. Alguns erros na saída de bola geraram contra-ataques para as marroquinas, mas nenhum se concretizou. Apesar do panorama positivo, as germânicas subiram o nível na segunda etapa.

O segundo tempo começou com um gol relâmpago: Klara Buhl roubou a bola logo após um erro de passe segundos depois do apito inicial e finalizou a jogada que ela mesma construiu. O chute acertou na trave e, na sobra Buhl, apareceu e faz o terceiro. Pouco tempo depois do gol, Buhl teve outra chance clara de finalização, mas o chute parou na trave. O começo de segundo tempo alemão foi implacável, com menos de 10 minutos depois do terceiro, saiu o quarto gol. Na sobra de um cruzamento, Svenja Huth levantou na área a bola que foi cabeceada para o gol pela zagueira marroquina Hanane Ait El Haj, marcando contra.

O passeio continuou e a blitz alemã pelo quinto gol não parou até marcar. Aos 34 minutos, em mais um cruzamento alemão, a goleira Khadija Er-Rmich afastou contra a zagueira Yasmin M’Rabet, que marcou o segundo gol contra marroquino, e quinto da Alemanha. Quatro minutos após o gol, a capitã Alexandra Popp foi substituída, na caminhada até o banco de reservas foi ovacionada pelos torcedores. Mesmo com uma ampla vantagem no placar, as alemãs não colocaram o pé no freio. Aos 90 minutos, Lena Lattwein finalizou uma bola que, ao ser defendida pela goleira Er-Rmichi, sobrou nos pés da atacante Lea Schuller, que marcou o sexto e fechou a conta.

Como esperado, a seleção bicampeã do mundo não teve dificuldades em seu primeiro jogo, mas surpreendeu pela elasticidade da vitória. A Alemanha dominou o jogo do início ao fim, e terminou com 74% da posse de bola e 16 chutes no total, 7 desses no gol. Todo esse domínio sem a presença de uma das maiores jogadoras do elenco, Lena Oberdorf, poupada por conta de uma lesão.

 

Disputa de bola entre duas jogadoras durante o jogo
Sara Dabritz (esquerda) e Ghizlane Chebbak (direita) disputando a bola durante o jogo. Foto: Reprodução/Twitter/EnMaroc

 

Por outro lado, as marroquinas viveram um dia para ser esquecido. Em sua estreia pela Copa do Mundo, tiveram uma péssima atuação individual e coletiva, marcada principalmente pelos erros defensivos. Ainda no primeiro tempo, a postura de contra-atacar adotada pela equipe foi completamente suprimida, chutando apenas uma vez ao gol na primeira etapa. No final, quatro gols marcados pela Alemanha tiveram início a partir de erros diretos da defesa marroquina. Com essa derrota, o Marrocos vive uma sequência de 5 jogos sem vencer.

A seleção Marroquina volta a campo no domingo (30), para enfrentar a Coreia do Sul e continuar na luta pela classificação, às 01h30 (horário de Brasília). As alemãs jogam no mesmo dia contra a Colômbia, às 06h30 (horário de Brasília), para tentar garantir a classificação para a fase eliminatória.

Se não fosse sofrido, não era Argentina. Nos pênaltis a albiceleste derrota a França e é campeã mundial pela terceira vez na história
por
Fabrizio Delle Serre
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20/12/2022 - 12h

Após 36 anos de espera, os hermanos enfim comemoraram. A Argentina é tricampeã da Copa do Mundo. No último domingo (18) às 12h, o Lusail Stadium recebeu uma das melhores finais já vistas da história do torneio mundial.

 

Lionel Messi foi decisivo, Kylian Mbappé marcou um hat-trick, porém, não foi suficiente. Nos pênaltis, a Argentina bateu a França e ficou com o troféu mais cobiçado do futebol, que tem uma nova capital pelos próximos 4 anos: Buenos Aires.

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Jogadores argentinos comemorando o tricampeonato mundial. Foto: Divulgação / FIFA

 

A decisão da Copa foi em um jogo eletrizante. Para os amantes do futebol foi mais um motivo para se apaixonar pelo esporte. A raça e a entrega dos argentinos foi recompensada. O mundo é azul e branco.

 

A Copa do Mundo de 2022 acabou. Com direito a um encerramento de gala. Diego Armando Maradona, viu e vibrou lá do céu com os “muchachos”, campeões do mundo. A comando do novo deus albiceleste: Messi.

 

Destaque também para Di Maria. O camisa 11 voltou ao time titular de Lionel Scaloni e correspondeu. Sofreu pênalti e balançou as redes.

Primeiro Tempo

A final iniciou com as equipes tensas e com entradas mais duras por ambos os lados. Os franceses até tiveram certo domínio, porém, erraram passes e estavam nervosos.

 

A Argentina percebeu o abalo emocional do adversário e tomou conta da partida. Os hermanos ditaram o ritmo da primeira etapa. Aos 20 minutos, Dembelé derrubou Di Maria dentro da área e o pênalti foi marcado.

 

Lionel Messi foi para a bola. Respirou, bateu e estufou a rede. Bola para um lado, Lloris para o outro, o placar estava aberto, 1 a 0 Argentina.

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Messi na cobrança de pênalti que abriu o placar da decisão. Foto: @EPA / Toga Bozoglu

Além do gol, Messi naquele momento se tornava o artilheiro da competição com 6 gols, deixando para trás Mbappé.

 

Mesmo com o placar aberto, a França parecia que ainda estava no vestiário. A Argentina continuou dominando a partida. O objetivo era o segundo gol.

 

Aos 35 minutos em um erro de Upamecano os hermanos partiram para o contra-ataque. Uma linda jogada. Mac Allister tocou para Messi que passou para Julián Álvarez. O atacante lançou pelas costas da linha de defesa francesa.

 

Mac Allister recebeu e ajeitou para Di Maria que bateu na saída de Llorris. 2 a 0 e a partida parecia estar definida.

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Di María aprontou das suas mágicas e só tirou de Lloris para marcar o segundo gol
@FRANCK FIFE / AFP

Ao final dos primeiros 45 minutos, o domínio era total da equipe de Scaloni. Ganhavam nas estatísticas e no placar. Os franceses ainda não haviam finalizado.

Segundo Tempo

O segundo tempo começou e o controle argentino ainda era nítido. Assim como na primeira etapa, as ações ofensivas eram sempre direcionadas ao gol de Llorris.

 

A Argentina teve a chance de ampliar: De Paul de voleio aos 3 minutos e com Julián Álvarez aos 13. Ambas as chances pararam nas mãos do goleiro francês.

 

Aos 22 minutos, a primeira finalização da França foi realizada. Kolo Muani de cabeça. A tentativa não levou perigo algum ao gol de Martinez.

 

O jogo foi avançando e a França parecia estar entregue. Era questão de tempo para o fim da fila de 36 anos dos hermanos longe do topo do mundo.

 

Faltavam 12 minutos para o fim do tempo regulamentar, até que Otamendi derrubou Kolo Muani dentro da área. Pênalti para a França. Tensão total no Lusail Stadium.

Então, a estrela de Kylian Mbappé começou a brilhar.

 

O garoto de 23 anos com muita frieza foi para a cobrança da penalidade máxima. Correu, bateu e diminuiu, 2 a 1.

 

A Argentina entrou em curto-circuito. Após 1 minuto do primeiro gol francês, Kylian Mbappé recebeu um bom passe de Thuram. O camisa 10 em um lindo chute de perna direita balançou a rede novamente. Tudo igual. 2 a 2

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Finalização de Mbappé que colocou a França de volta na final. Foto: @EPA / Toga Bozoglu

 

O juiz apitou o final dos 90 minutos.  Os argentinos estavam tentando entender o que havia acontecido, enquanto os franceses haviam feito uma revolução em menos de 5 minutos.

Empate? Mais 30 minutos!

Haja coração, amigo! A prorrogação foi simplesmente encantadora. Os primeiros 15 minutos foram tensos. Com chances para os dois lados, mas sem efetividade tanto da Argentina quanto da França.

 

A única boa chance dos hermanos no primeiro tempo foi no chute de Lautaro, que foi travado por Upamecano. No rebote Montiel finalizou, mas Varane afastou de cabeça.

 

Lautaro teve nos acréscimos outra oportunidade de desempatar, mas bateu para fora e desperdiçou.

 

Os 15 minutos finais foram emocionantes. Com quase 3 minutos, Lautaro finalizou e Lloris deu o rebote. Lionel Messi estava no lugar certo e na hora certa.  Dessa vez, de perna direita o camisa 10 tirou o empate do placar. 3 a 2, os hermanos estavam de novo na frente.

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Segundo gol de Messi na decisão. Foto: Tarso Sarraf / O Liberal

Os minutos passavam, o fim estava se aproximando e a Argentina estava próxima da tão sonhada conquista da Copa do Mundo. Mas, Mbappé ainda estava em campo e não facilitou para a albiceleste.

 

Há pouco mais de 4 minutos do fim, o garoto bateu e a bola tocou no braço de Montiel que estava dentro da área. Mais um pênalti para a equipe de Deschamps.

 

Novamente, Mbappé na cobrança. O craque do PSG deslocou o goleiro Martínez para empatar a partida, 3 a 3. O futebol viveu naquele momento sua emoção no estado mais puro. Além do gol, o francês se tornou o artilheiro da competição com 8 gols.

 

Na última chance  dos franceses, Kolo Muani ficou cara a cara com Martínez. O goleiro Argentino defendeu com o pé. Dibu foi brilhante e salvou a seleção de mais um vice.

Pênaltis

Com o empate na prorrogação, a Copa foi decidida nas penalidades máximas pela terceira vez em sua história. Os franceses iniciaram a disputa. Mbappé converteu.

 

Na sequência, Lionel Messi abriu as penalidades para os argentinos e também balançou as redes.

 

Martinez pegou a cobrança de Coman, acertando o canto escolhido pelo francês. A taça estava saindo de Paris com rumo a Buenos Aires.

 

Dybala fez o dele, bateu no meio com segurança. O próximo pênalti foi cobrado por Tchouaméni, o meia do Real Madrid bateu pra fora. Comemoração de Dibu com direito a dancinha.

 

Na sequência, Paredes converteu. Kolo Muani não desperdiçou e a França ainda estava viva.

 

29 de junho de 1986. Essa data ficou marcada na história dos Argentinos. Montiel tinha que fazer para acabar com a espera de 36 anos. O Tricampeonato estava próximo.

 

Montiel correu, bateu e fez. Argentina tricampeã do mundo.

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Argentina Campeã do Mundo. @EPA / Friedemann Vogel

A Terceira estrela e Messi

18 de dezembro de 2022. Um novo feriado para os argentinos. Uma data histórica para Lionel Messi que fez a ilusão virar realidade. O ET conquistou o único troféu que faltava em sua vitoriosa carreira.

 

35 anos de idade. Dores de 2014, 2015 e 2016 com 3 vices consecutivos. Acabou. Lionel Messi provou para si e para o mundo que ainda é o melhor.

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Messi levantando a principal taça do futebol. Foto: Divulgação / FIFA

Gênio, divino, predestinado. Como definir quem conseguiu superar Maradona? O mundo é da Argentina pela terceira vez, a estrela de número 3 finalmente foi costurada no escudo albiceleste.

 

Duas delas foram a comanda de D10S, que agora passa seu bastão para um imortal na Argentina e no mundo do futebol: Lionel Messi.

 

1978, 1986, 2022. Tricampeões, os muchachos conseguiram conquistar o mundo. A taça voltou para Buenos Aires. A terra de Diego y Lionel tem o mundo novamente. Os Argentinos não precisam mais “ilusionar”, o título é realidade. 

 

 

Meu pai estava errado sobre muitas coisas, esta é uma delas
por
Bianca Novais
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20/12/2022 - 12h

Na primeira vez que fui ao estádio, eu já era adulta. Para meu pai, o estádio não era lugar de menina. E para nossa situação financeira, o estádio também não era exatamente o lugar do meu pai. Parece um clichê da internet, não é? Tal lugar não é lugar de mulher. O pior é que existe na vida real e a gente acredita. Eu acreditei por muitos anos.

Mesmo vendo a Rainha Marta ser a melhor futebolista do mundo cinco vezes seguidas, a maior artilheira das seleções brasileiras, a primeira atleta a marcar gols em cinco edições de Copa do Mundo da FIFA.

Mesmo vendo Formiga ser a única pessoa a ter participado de sete Copas do Mundo e de sete Olimpíadas, a que mais vezes entrou em campo com a amarelinha.

Mesmo vendo Cristiane se tornar a maior artilheira das Olimpíadas, vencer a primeira edição feminina da Libertadores, ao lado de Marta, e ser artilheira também desta competição.

Todas mulheres pretas, como eu.

Apesar de ver, eu não enxergava. Muito por isso fiquei assustada e apreensiva com o convite do amigo Luan Leão para tocar o barquinho da cobertura da Copa do Mundo pela AGEMT, com ele e o inenarrável Bruno Scaciotti.

Se meu lugar não era nem no estádio, imagina em posição de liderança frente a 20 homens falando sobre bola?

Pouco mais de três meses de planejamento, 28 dias de Copa do Mundo, 99 textos no site, 9 episódios do podcast Expresso Catar, 4 episódios do programa Manual de Sobrevivência da Copa do Mundo, 37 edições do boletim diário em vídeo Já É Copa, fora o baile.

Não vi o Brasil ser hexa, mas pude ver Marrocos ser a primeira seleção africana a chegar nas semifinais de uma Copa. Vi Cristiano Ronaldo ser o terceiro atleta a marcar gol em cinco edições do mundial de seleções. Neymar se igualar em gols pela seleção com Pelé. Kylian Mbappé ser o segundo jogador a marcar um hat-trick em final de Copa do Mundo. Messi ser consagrado como um dos deuses do futebol ao conquistar o tricampeonato argentino. E o primeiro trio de arbitragem feminino a apitar um jogo da Copa do Mundo masculina.

Nada mal para quem não está no lugar.

Marta, Cristiane e Formiga, a Santa Trindade do futebol feminino brasileiro. Foto: NICHOLAS KAMM/GettyImages
Marta, Cristiane e Formiga, a Santa Trindade do futebol feminino brasileiro. Foto: Nicholas Kamm/GettyImages

 

Pela terceira vez em sua história, o time xadrez sobe ao pódio e consagra a geração liderada por Modric
por
Arthur Campos
João Victor Fogagnolo
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18/12/2022 - 12h

No último sábado (17), ocorreu a penúltima partida da Copa do Mundo Catar 2022. Croácia e Marrocos estiveram frente a frente no estádio Internacional Khalifa para definir o terceiro e quarto lugar do torneio. 

As seleções se reencontraram 24 dias depois do confronto na primeira rodada do grupo F na fase de grupos. Naquela ocasião o jogo terminou em um 0 a 0 nada saudoso. 

Em lados opostos do chaveamento, os Leões dos Atlas, tal qual Davi, foram desafiados por vários Golias e assim como na passagem bíblica de Samuel 17, triunfaram diante dos gigantes. Posteriormente, sucumbiram apenas perante a atual campeã, França. 

Já a seleção eslava, repetindo o feito de 2018, precisou passar por duas prorrogações para manter-se na competição. Da mesma forma que na edição passada, os embates contra Japão e Brasil chegaram até as penalidades máximas, nas quais as duas saíram derrotadas, com o goleiro Dominik Livakovic sendo o protagonista. Somente a Argentina foi capaz de impedir os croatas de irem a mais uma final. 

Croácia
Foto oficial da seleção croata. Imagem: Reprodução/Twitter/@fifaworldcup_pt

 

Dentro de campo as equipes vieram bem mexidas devido ao desgaste acumulado durante a Copa. O técnico Walid Regragui, que sofreu com desfalques nos duelos contra Portugal e França, promoveu descanso a alguns jogadores. Mais uma vez o comandante não teve a disposição o lateral esquerdo Noussair Mazraoui, que não estava no banco de reservas, cedendo espaço para Yahia Attiyat Allah. Já os atletas Roman Saiss, Nayef Aguerd, Selim Amallah e Azzedine Ounahi foram preservados, sendo substituídos por Achraf Dari, Jawad El Yamiq, Abdelhamid Sabiri e Bilal El Khannouss respectivamente. 

Por motivos semelhantes, o treinador Zlatko Dalic deu oportunidades para outros jogadores do plantel. Em comparação ao confronto anterior, houve três mudanças na linha de defesa, o recuo de Ivan Perisic para variar entre lateral e ala pela esquerda, junto com as entradas de Josip Sutalo e Josip Stanisic, nas vagas de Dejan Lovren e Josip Juranovic, nesta ordem. Na parte ofensiva, Lovro Majer, Mislav Orsic e Marko Livaja também ganharam chances nos lugares de Mario Pasalic, Borna Sosa e Marcelo Brozovic. 

Dado o apito inicial, os 44.137 expectadores viram um começo de partida movimentado. Em jogada ensaiada na cobrança de falta, Majer bateu para dentro da área, Perisic escorou de cabeça e Josko Gvardiol completou para abrir o marcador aos 7 minutos, numa bela trama croata.

Croácia
Gvardiol mergulhou e fez 1x0 para o time xadrez. Foto: Reprodução/Twitter/@FIFAWorldCup

 

No minuto seguinte, novamente em bola parada, o cruzamento de Hakim Ziyech desviou e sobrou para Dari empatar a disputa. Antes do intervalo, aos 42, numa recuperação dos eslavos na zona de ataque, Livaja passou para Orsic finalizar com chapa do pé, e resvalando levemente na trave, morreu dentro das redes do goleiro Bono. 

Na volta para o segundo tempo, o fator físico pesou e o ritmo do jogo caiu. Apesar da posse de bola marroquina, os leões não conseguiram concretizá-la em reais perigos de gol. Sem grandes emoções na etapa final, o placar terminou em 2 a 1, com a Croácia conquistando o terceiro lugar da Copa do Mundo.  

A campanha coroou um possível fim da brilhante trajetória de Luka Modric na seleção. O camisa 10 foi o destaque desse meio campo e ficará eternizado como o maestro dessa geração.

Croácia
O craque Modric em sua última Copa do Mundo. Foto: Reprodução/Twitter/@FIFAWorldCup

 

Mesmo ficando com a quarta colocação, Marrocos sai do Catar de cabeça erguida e o treinador Regragui fez questão de enaltecer.

“Lembraremos de muitos jogos, voltaremos mais fortes. Unimos o nosso país durante um mês, todos estavam felizes”, enfatizou. 

O comandante também falou sobre o legado que deixaram nessa Copa.

“Eu acho que mostramos nossa força. Mostramos que o futebol africano está preparado para enfrentar os principais times do mundo com eficiência e jogando no nível mais alto”, comentou. 

O técnico marroquino ainda deixou seu recado visando os próximos objetivos da equipe.

“Eu disse aos meus jogadores que não podemos ser reis do mundo antes de sermos reis do continente. Nós vamos trabalhar para ganhar a Copa Africana de Nações”, afirmou Regragui. 

No melhor jogo que fez em toda competição, Polônia continuou pecando. Falta de efetividade e pouca inspiração levou à vitória da França.
por
Lucca Ranzani
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05/12/2022 - 12h

Neste domingo, 12h (horário de Brasília) no estádio Al Thumama, a seleção polonesa foi derrotada por 3 a 1 diante da atual campeã França. Apesar da pressão da Polônia, com direito a zaga da França tirando bola em cima da linha, o time comandado por Robert Lewandowski não conseguiu segurar o ímpeto francês e foi eliminado na Copa do Mundo nas oitavas de final.

No primeiro tempo, o jogo foi de domínio da França, porém, mesmo assim, houve chances de perigo criadas pela Polônia. Aos 37 minutos do primeiro tempo, Bereszynski cruzou, Zielinski chutou e Lloris defendeu, na sobra, Kamisnki bateu cruzado e Varane salvou a França em cima da linha. Porém, aos 44 minutos do primeiro tempo, Olivier Giroud recebeu livre na área e abriu o placar para os Bleus. 

No segundo tempo, a França manteve o nível da pressão e a Polônia tentou criar chances nos contra-ataques, mas acabou sendo dominada e sofreu mais dois gols. Kylian Mbappe castigou a defesa polonesa, e chegou ao seu 9º gol em Copas do Mundo.

O único gol do time polonês foi marcado por Lewandowski de pênalti, no último lance da partida.

Com a derrota, os poloneses voltam para casa ainda mas oitavas de final, após uma fase de grupos abaixo de qualquer expextativa, com somente uma vitória, contra a Arábia Saudita, que apesar de ser uma seleção que surpreendeu ao vencer a Argentina, é um time inferior tecnicamente e, pelas pretensões da Polônia na competição, era obrigação vencer.

A seleção polonesa conta com jogadores conhecidos e de boa qualidade em varias posições. O time não é somente “Lewandowski e mais 10”, porém, por alguma razão, que pode ser o técnico ou os jogadores que só conseguem jogar bem em seus clubes, impossibilitou a seleção de fazer um bom trabalho nessa Copa.

Os poloneses foram dominado pela Argentina na última rodada da fase grupos, e foram eliminados também sendo dominados pela França, conseguindo marcar apenas um gol de pênalti - que por sorte não perdeu pela displicência de Lewandowski que perdeu o primeiro e teve que voltar o pênalti depois que Lloris adiantou.

Grande astro dessa seleção, Robert Lewandowski, que pelos clubes é considerado um dos melhores do mundo, na Copa não conseguiu demonstrar toda sua qualidade. É verdade que em todas as partidas dele nesta Copa ele recebeu passes ruins - as famosas pedradas - e trombou com a zaga adversária, mas um jogador como ele tem o papel de comandar o time e decidir jogos, como Lionel Messi faz na Argentina.

Lewa é um jogador de extrema qualidade, mas marcar o primeiro gol em Copas do Mundo só na segunda Copa é algo que pesa bastante para a história do jogador.

A Polônia deixou a desejar, com bons nomes, que se destacam em seus clubes, não entregou o suficiente na Copa e agora terá que se reformular e buscar novamente a sua vaga para a copa de 2026.

Mbappe e Lewandowski
Astros Mbappé (E) e Lewandoski (D) são os destaques de França e Polônia na Copa
Kirill KUDRYAVTSEV / AFP

 

Seleção holandesa tem mais uma atuação segura e segue invicta na competição.
por
Pedro Pina Vasquez
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05/12/2022 - 12h

HOLANDA X EUA

Holanda aplica contra-ataque fulminante, supera EUA e crava sua vaga nas quartas de final da Copa do Mundo do Qatar.

Neste sábado (03), no estádio Internacional Khalifa, em Al Rayyan, a Laranja Mecânica se tornou a primeira seleção classificada para as quartas de final no Qatar, confirmando seu favoritismo ao vencer os Estados Unidos por 3 a 1.

Os holandeses terminaram o primeiro tempo na frente vencendo por 2 a 0, com gol marcados pelo camisa 10, Memphis Depay, aos 9 minutos e pelo zagueiro Daley Blind aos 45 minutos, ambos com assistência do lateral Denzel Dumfries.

(Julian Finney/Getty Images)
(Julian Finney/Getty Images)

No segundo tempo os americanos tiveram uma reação com um gol aos 30 minutos, após um desvio atrapalhado dentro da área do atacante Haji Wright. Entretanto, a Laranja mecânica não se abalou e logo aos 35 minutos o caixão foi fechado com gol do lateral Denzel Dumfries para selar sua partida de gala com 2 assistências e 1 gol.

(ADRIAN DENNIS / AFP)
(ADRIAN DENNIS / AFP)

A equipe comandada por Louis Van Gaal foi, na maioria do tempo, pressionada pelos norte-americanos, chegando a ter apenas 30% de posse de bola e, mesmo assim, se mostraram fatais nos contra-ataques, de olho neles!

Ainda invicta na Copa do Mundo, com 3 vitórias (contra Senegal, Catar e Estados Unidos) e 1 empate (Equador), os holandeses mostram segurança em executar o planejamento tático elaborado por Van Gaal, que chega a mais uma quarta de final, assim como 2014, quando foi terceiro colocado no mundial.

Já classificada, a Holanda volta a campo na sexta-feira (09), às 16h, horário de Brasília, no estádio Lusail, contra a Argentina, que venceu a seleção da Austrália por 2 a 1, também nesse sábado (03).

Ingleses apresentam bom futebol, mostram força do plantel, e garantem vaga de forma tranquila.
por
Gabriel Cordeiro
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05/12/2022 - 12h

Na tarde deste domingo (04), as seleções de Inglaterra e Senegal disputaram para quem seria o adversário da já classificada França nas quartas de final. Os Three Lions vieram com três alterações em relação ao time previamente considerado titular, Phil Foden no lugar de Raheem Sterling - que não esteve nem no banco, por questões familiares -, Kyle Walker, que ganhou a vaga no lugar de Kieran Trippier, e Jordan Henderson na vaga que era de Mason Mount.

Do lado do Senegal não puderam contar com Kouyaté e Gana Gueye e sacou Pape Gueye para colocar Nampalys Mendy.

Com a bola rolando, o jogo começou disputado, com os dois times pressionando e com uma marcação mais alta tentando dificultar a saída de bola do adversário. Senegal conseguiu se sair bem nos primeiros 30 minutos, chegando até a uma finalização com Ismaila Sarr, resultando em uma boa defesa de Jordan Pickford.

Mas, após isso, não resistiu ao poder de fogo dos ingleses, que em um contra-ataque comandado por Harry Kane e Jude Bellingham, abriram o placar com Jordan Henderson. Os Three Lions cresceram no jogo, com Bellingham dominando as ações do meio campo com interceptações e passes acionando seus companheiros e Kane mostrando todo seu talento como um camisa 9 pensador, sendo capaz de segurar a bola e achar os passes para seus companheiros de ataque.

Jordan Henderson após marcar o gol da seleção inglesa (Foto : The Sporting News)

Mantendo o alto nível que teve durante toda a Copa, o camisa 9 logo foi premiado com seu primeiro gol no Catar. Em jogada iniciada por Bellingham, Phil Foden deixou Kane cara a cara com goleiro para ampliar para os ingleses.

O segundo tempo foi de domínio ainda maior para os europeus, com Phil Foden e Bukayo Saka produzindo muito ofensivamente, com cruzamentos e jogadas individuais nas pontas. E foi desta maneira que saiu o 3° gol.

Aos 12 minutos, cuzamento de Foden para a finalização de Saka para sacramentar a classificação. Os minutos que restaram foram em clima de treino para a Inglaterra, que descansou os jovens astros Saka, Foden e Bellingham para a entrada de Marcus Rashford - artilheiro do time na competição junto com Bukayo Saka -, Jack Grealish e Mason Mount.

Entraram também Eric Dier e Kalvin Phillips para as vagas de John Stones e Jordan Henderson respectivamente.

Gareth Southgate parece ter encontrado o time ideal dentro de seu elenco. Seus jovens jogadores vêm correspondendo e crescendo dentro da competição com atuações muito boas de Bellingham (19), Foden (22) e Saka (21) dignas de veteranos, somado a experiência e técnica do artilheiro Harry Kane.

As entradas de Jordan Henderson e Kyle Walker dentre os titulares foram adições interessantes para o time, com ambos trazendo uma maior solidez defensiva, e participando bem da pressão no campo adversário feita pelos ingleses.

O lateral Walker se torna ainda mais necessário na próxima partida contra a França, onde terá a árdua missão de parar um dos melhores ataques desta Copa, que conta inclusive com o artilheiro Kylian Mbappe.

Inglaterra x Senegal

Jogadores ingleses comemoram o gol sobre o Senegal (Foto: Jewel SAMAD/AFP)

A Inglaterra retorna a campo no sábado (10), às 16h, para jogar contra a França pelas quartas de final, no estádio Al Bayt.

Hermanos vencem com alguma dificuldade, mas estão garantidos nas quartas de final
por
Fabrizio Delle Serre
|
05/12/2022 - 12h

Sábado, 03 de dezembro. Ahamad Bin Ali Stadium. Oitavas de Final da Copa do Mundo. Este foi o cenário em que a Argentina venceu a Austrália e carimbou sua vaga para as quartas de final. A partida tinha um ingrediente especial. Foi o milésimo jogo de Lionel Messi como profissional.

Primeiro Tempo

Boa parte do primeiro tempo foi um jogo de ataque contra defesa, os argentinos dominaram e pressionaram a Austrália, porém foram pouco perigosos. Sem efetividade nas ações ofensivas. Até que aos 35 minutos tudo mudou. Messi, camisa 10 e capitão da Albiceleste, não perdoou. Mesmo cercado por 3 australianos, achou espaço. Bateu de perna esquerda e estufou a rede. 1 a 0 para os Hermanos.

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Messi Encontra Espaço No Meio De Três Marcadores| EFE

A Scaloneta foi efetiva. Ao final da primeira etapa, a albiceleste já estava com a vantagem no placar e não deixou com que os adversários criassem chances. Nos primeiros 45 minutos, os australianos não arremataram ao gol de Martinez.

Segundo Tempo   

O segundo tempo começou e os Argentinos ainda estavam com o controle do jogo, e com boas chances de ampliar a vitória. Aos 12 minutos, o goleiro Matthew Ryan fez uma lambança, tentou sair jogando com os pés e foi pressionado por De Paul. Julián Álvarez aproveitou o erro, roubou a bola e marcou, 2 a 0 Argentina.

 

Aos 33 minutos, Goodwin bateu de fora da área, a bola desviou em Enzo Fernandez, e traiu o goleiro Martinez, 2 a 1. Depois do gol australiano, a Argentina sofreu pressão, que foi contida, seja com Martinez ou com a linha de defesa.

 

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Jogadores da Argentina comemoram a vitória sobre a Austrália e a classificação para as quartas de final da Copa
REUTERS/Kai Pfaffenbach

 

Lionel Messi foi muito bem na partida, criou jogadas, driblou diversas vezes os adversários, finalizou. Além disso, fez seu primeiro gol em mata-matas de Copa. Também serviu os companheiros, por duas vezes deixou Lautaro Martínez em condição de marcar, mas o atacante não estava em um bom dia.

 

Próxima Parada

Na próxima sexta-feira (09), a Argentina volta a campo, desta vez para enfrentar a Holanda, em jogo válido pelas quartas de final. O confronto colocará a prova a Scaloneta, contra um time que sabe contra-atacar muito bem.

 

Veja o panorama das seleções do grupo H após a terceira e última rodada da fase de grupos da Copa do Mundo.
por
Leonardo de Sá
Gustavo Zarza
|
03/12/2022 - 12h

Coreia Do Sul X Portugal

Um jogo que era mais para cumprir tabela foi o que mais emocionou e acabou resolvendo a vida do grupo H. Nesta sexta-feira (02), a Coreia do Sul venceu Portugal por 2 a 1, de virada, e garante vaga nas oitavas de final.

Portugal que já estava classificado, foi com um time praticamente reserva, tanto para poupar os seus titulares como para testar alguns nomes. Já a Coreia vinha com força máxima, pois a classificação estava em jogo. Por isso, o técnico Paulo Bento escalou um time mais ofensivo, vindo com três homens no ataque. 

Mal começou o jogo e após uma boa jogada Diogo Dalot, Ricardo Horta marcou para Portugal. Neste momento parecia que a história estava feita, Portugal vencendo e a Coreia perdendo estava voltando para casa. Até que 20 minutos depois do gol, os sul-coreanos viram uma boa oportunidade em um escanteio. Bola na área e com o erro de Cristiano Ronaldo, Kim Young-Gwon aproveitou e deixou tudo igual. 

O primeiro tempo foi de Portugal. Os lusos estavam mais leves, não tinham pressão sobre a derrota e assim controlavam as ações do jogo. A Coreia até tentava mas tinha certa dificuldade em acertar os seus ataques. 

Na segunda etapa, a história foi outra. A Coreia precisava vencer, e aumentou o seu potencial ofensivo. Os sul-coreanos tentavam de qualquer maneira fazer apenas mais um gol, mas não conseguiam. Aos 46 minutos do segundo tempo, após um escanteio de Portugal, Son puxa uma arrancada incrível e atravessa o campo, ele é cercado por três defensores e somente toca para Hwang Hee-Chan virar o jogo e classificar a Coreia do Sul para a fase final. 

Grupo H: Com reviravolta, Portugal e Coreia se classificam
Portugal e Coreia do Sul avançaram no Grupo H (Foto: Odd Anderson / AFP)

As duas equipes fizeram uma ótima fase de grupos. Portugal com o seu forte elenco conseguiu a sua classificação sem muita pressão. 

Uruguai X Gana

Uma partida repleta de história e emoção foi realizada nesta sexta-feira (2) entre Uruguai e Gana. No jogo realizado no estádio Al Janoub Stadium, as duas seleções do grupo H lutaram pela classificação, mas mesmo assim de nada adiantou.

Logo no começo do jogo, a seleção ganesa teve sua grande chance da partida com um pênalti a seu favor. André Ayew partiu para a cobrança e Rochet espalmou, impedindo a vantagem no placar. Depois da chance desperdiçada, a seleção de Gana sentiu a pressão uruguaia e logo aos 26 minutos da primeira etapa Giorgian De Arrascaeta, meio campista que atua no Flamengo, estufou as redes após rebote do chute de Luis Suárez. Poucos minutos depois, a estrela de Arrascaeta brilha de novo, e em um belo chute de primeira, marca o segundo gol dos Celestes.

A seleção Africana até tentou mudar a situação do jogo pressionando o Uruguai. Porém, esbarraram na grande atuação de Rochet, que estava inspirado no jogo. O resultado classificava os Celestes, já que Portugal ganhava da seleção sul coreana, mas no final do jogo tudo mudou. Os tigres asiáticos viraram o jogo com uma atuação histórica, e pelo saldo de gol passavam os uruguaios. 

Em um momento de aflição e desespero a geração do Uruguai via o sonho da classificação escorrer dentre os dedos, Suérez é visto aos prantos, Diego Alonso se desespera, e o jogo chega ao fim. 

Grupo H: Com reviravolta, Portugal e Coreia se classificam
Suárez chora no banco de reservas após eliminação do Uruguai na Copa do Qatar Maja Hitij - FIFA/FIFA via Getty Images

Mesmo indiretamente os ganeses se vingam de 2010 e os Celestes dão adeus à Copa do Mundo de 2022.  

Situação do Grupo 

Com os resultados do grupo H, Portugal ficou em primeiro lugar se classificando com 6 pontos e vai jogar contra a Suíça nas oitavas de final. A Coreia do Sul com 4 pontos, foi a segunda seleção do grupo e avançou para a próxima fase, onde vai jogar com a poderosa seleção brasileira. O Uruguai com 4 pontos apenas, ficou em terceiro lugar por ter menos gols que os coreanos e deu adeus ao Catar junto com Gana que teve somente 3 pontos. 

A Coreia do Sul enfrenta o Brasil na segunda-feira (05), no Estádio 974, às 16h. Na terça-feira (06), é a vez de Portugal entrar em campo contra a Suíça, no Estádio Lusail, também às 16h. Os jogos são válidos pelas oitavas de final da Copa, quem perder, volta para casa.