O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresenta aumento moderado, com destaque para os grupos de Transportes e Alimentação.
por
Marcello R. Toledo
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15/08/2023 - 12h

 

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal indicador de inflação no Brasil, registrou uma variação de 0,12% no mês de julho. O número representa um acréscimo de 0,20 ponto porcentual em relação à taxa de junho, que havia sido de -0,08%. No acumulado do ano, o IPCA apresenta uma alta de 2,99%, e nos últimos 12 meses, a variação é de 3,99%, superando os 3,16% registrados nos 12 meses anteriores. Em julho de 2022, a variação havia sido de -0,68%.

O IPCA  é uma ferramenta crucial para avaliar a evolução dos preços de produtos e serviços consumidos por famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos, ele serve como um indicador da inflação enfrentada e é calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), abrangendo diversas regiões metropolitanas do país, além de algumas cidades específicas.

Em linhas mais claras, o IPCA desempenha o papel de espelho do custo de vida experimentado por essa parte da população. Dessa forma, ele captura as variações de preços em uma variedade de produtos e serviços, permitindo que as autoridades econômicas, consumidores e demais interessados compreendam as tendências inflacionárias em diferentes partes do Brasil.
 

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Setores em Destaque

Dos nove grupos de produtos e serviços analisados pelo IPCA, cinco apresentaram alta no mês de julho. O grupo de Transportes teve o maior impacto, com 1,50% de variação e contribuição de 0,31 ponto porcentual. Nesse grupo, os preços da gasolina tiveram um aumento notável de 4,75%, sendo o item com maior contribuição individual para o índice do mês. Itens como gás veicular (3,84%) e etanol (1,57%) também tiveram alta, enquanto o óleo diesel apresentou uma queda de 1,37%. Passagens aéreas (4,97%) e automóveis novos (1,65%) também contribuíram para o aumento no grupo.

Em contrapartida, o grupo de Alimentação e Bebidas apresentou uma queda de 0,46%, com impacto de -0,10 ponto porcentual no índice. Esse resultado foi influenciado, principalmente, pela redução nos preços da alimentação no domicílio (-0,72%), destacando-se quedas em produtos como feijão-carioca (-9,24%), óleo de soja (-4,77%), frango em pedaços (-2,64%), carnes (-2,14%) e leite longa vida (-1,86%). Por outro lado, as frutas tiveram aumento de preço, com destaque para banana-prata (4,44%) e mamão (3,25%).

No grupo de Habitação, a taxa de -1,01% impactou o índice em -0,16 ponto porcentual. A maior contribuição para essa variação veio da energia elétrica residencial, que registrou queda de 3,89% devido à incorporação do Bônus de Itaipu (um desconto de até R$ 15 na conta de luz individual em residências de classes residencial e rural, que tiveram ao menos um mês, em 2022, consumo faturado inferior a 350 KWh) nas faturas emitidas em julho. A taxa de água e esgoto (0,18%) registrou alta devido a reajustes em algumas regiões.

Variações Regionais 

As variações regionais também tiveram impacto no IPCA de julho. Porto Alegre foi a região que apresentou a maior variação, com 0,53%, devido ao aumento do preço da gasolina (6,98%). Belo Horizonte teve a menor variação, registrando queda de -0,16%, influenciada pelas quedas nos preços dos ônibus urbanos (-17,50%) e na energia elétrica residencial (-4,23%).

INPC e Outros Indicadores

Além do IPCA, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), também foi divulgado (o Índice também mede a variação de preço de determinados produtos e serviços consumidos pelas famílias brasileiras, entretanto num recorte menor que o IPCA - considera rendimentos de 1 a 5 salários mínimos). O INPC registrou uma variação de -0,09% em julho, mantendo-se próxima à taxa de -0,10% observada no mês anterior. No acumulado do ano, o INPC acumula alta de 2,59%, e nos últimos 12 meses, a variação é de 3,53%, acima dos 3,00% registrados nos 12 meses anteriores.

Os números do IPCA e INPC demonstram que a economia brasileira segue passando por oscilações, com impactos variados nos diferentes setores e regiões do país. A análise detalhada desses indicadores é essencial para entender as dinâmicas econômicas em curso e tomar decisões informadas sobre investimentos e consumo.

Nota: Os dados e informações presentes nesta matéria foram fornecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e são referentes ao mês de julho de 2023. A análise dos indicadores deve considerar a conjuntura econômica e as possíveis variações ao longo do tempo

Seleção alemã faz 6 a 0 em jogo marcado por erros individuais e aplica maior goleada da Copa do Mundo até o momento.
por
Gusthavo Sampaio
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24/07/2023 - 12h

Na madrugada desta segunda-feira (24), Alemanha e Marrocos estrearam na Copa do Mundo Feminina FIFA 2023, em confronto pelo Grupo H. O primeiro jogo entre as equipes na história ocorreu no Estádio Melbourne Rectangular, na Austrália. A Alemanha, que nunca perdeu em uma estreia de Copa, manteve a marca e atropelou as estreantes marroquinas em um jogo que terminou 6 a 0.

 

Foto do elenco pré-jogo
Foto das jogadoras titulares na estreia alemã homenageando Carolin Simon. Foto: Reprodução/Twitter/DFB_Frauen

 

A seleção alemã iniciou sua jornada na Copa do Mundo homenageando a jogadora Carolin Simon, que foi cortada da convocação final após romper os ligamentos do joelho no último amistoso pré-copa contra a Zâmbia. Na foto em grupo do pré-jogo, as jogadoras posaram segurando uma camisa com o número 2 e o nome Simon.

Após o soar do apito, não demorou para as favoritas abrirem o placar. Com uma marcação alta logo de início, as alemãs não deram fôlego para as marroquinas e, aos 11 minutos, a capitã Alexandra Popp abriu o placar cabeceando livre na entrada da pequena área. A jogada começou com um erro da saída de bola da zagueira de Marrocos, que entregou a bola para a meia Jule Brand. Brand tocou na linha de fundo para a zagueira Hendrich que levantou a bola na área para Popp, de cabeça, mandar a bola para o fundo da rede.

Após o gol, a Alemanha manteve a posse e empurrou as marroquinas para seu campo de defesa, não sofrendo perigo durante a maior parte do primeiro tempo. Aos 39 minutos, após escanteio cobrado por Klara Buhl, Popp, novamente de cabeça e na pequena área, ampliou o placar para as alemãs.

O panorama durante o primeiro tempo foi positivo para a Alemanha, que sofreu somente um chute a gol e dominou a maior parte da posse de bola. Alguns erros na saída de bola geraram contra-ataques para as marroquinas, mas nenhum se concretizou. Apesar do panorama positivo, as germânicas subiram o nível na segunda etapa.

O segundo tempo começou com um gol relâmpago: Klara Buhl roubou a bola logo após um erro de passe segundos depois do apito inicial e finalizou a jogada que ela mesma construiu. O chute acertou na trave e, na sobra Buhl, apareceu e faz o terceiro. Pouco tempo depois do gol, Buhl teve outra chance clara de finalização, mas o chute parou na trave. O começo de segundo tempo alemão foi implacável, com menos de 10 minutos depois do terceiro, saiu o quarto gol. Na sobra de um cruzamento, Svenja Huth levantou na área a bola que foi cabeceada para o gol pela zagueira marroquina Hanane Ait El Haj, marcando contra.

O passeio continuou e a blitz alemã pelo quinto gol não parou até marcar. Aos 34 minutos, em mais um cruzamento alemão, a goleira Khadija Er-Rmich afastou contra a zagueira Yasmin M’Rabet, que marcou o segundo gol contra marroquino, e quinto da Alemanha. Quatro minutos após o gol, a capitã Alexandra Popp foi substituída, na caminhada até o banco de reservas foi ovacionada pelos torcedores. Mesmo com uma ampla vantagem no placar, as alemãs não colocaram o pé no freio. Aos 90 minutos, Lena Lattwein finalizou uma bola que, ao ser defendida pela goleira Er-Rmichi, sobrou nos pés da atacante Lea Schuller, que marcou o sexto e fechou a conta.

Como esperado, a seleção bicampeã do mundo não teve dificuldades em seu primeiro jogo, mas surpreendeu pela elasticidade da vitória. A Alemanha dominou o jogo do início ao fim, e terminou com 74% da posse de bola e 16 chutes no total, 7 desses no gol. Todo esse domínio sem a presença de uma das maiores jogadoras do elenco, Lena Oberdorf, poupada por conta de uma lesão.

 

Disputa de bola entre duas jogadoras durante o jogo
Sara Dabritz (esquerda) e Ghizlane Chebbak (direita) disputando a bola durante o jogo. Foto: Reprodução/Twitter/EnMaroc

 

Por outro lado, as marroquinas viveram um dia para ser esquecido. Em sua estreia pela Copa do Mundo, tiveram uma péssima atuação individual e coletiva, marcada principalmente pelos erros defensivos. Ainda no primeiro tempo, a postura de contra-atacar adotada pela equipe foi completamente suprimida, chutando apenas uma vez ao gol na primeira etapa. No final, quatro gols marcados pela Alemanha tiveram início a partir de erros diretos da defesa marroquina. Com essa derrota, o Marrocos vive uma sequência de 5 jogos sem vencer.

A seleção Marroquina volta a campo no domingo (30), para enfrentar a Coreia do Sul e continuar na luta pela classificação, às 01h30 (horário de Brasília). As alemãs jogam no mesmo dia contra a Colômbia, às 06h30 (horário de Brasília), para tentar garantir a classificação para a fase eliminatória.

Se não fosse sofrido, não era Argentina. Nos pênaltis a albiceleste derrota a França e é campeã mundial pela terceira vez na história
por
Fabrizio Delle Serre
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20/12/2022 - 12h

Após 36 anos de espera, os hermanos enfim comemoraram. A Argentina é tricampeã da Copa do Mundo. No último domingo (18) às 12h, o Lusail Stadium recebeu uma das melhores finais já vistas da história do torneio mundial.

 

Lionel Messi foi decisivo, Kylian Mbappé marcou um hat-trick, porém, não foi suficiente. Nos pênaltis, a Argentina bateu a França e ficou com o troféu mais cobiçado do futebol, que tem uma nova capital pelos próximos 4 anos: Buenos Aires.

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Jogadores argentinos comemorando o tricampeonato mundial. Foto: Divulgação / FIFA

 

A decisão da Copa foi em um jogo eletrizante. Para os amantes do futebol foi mais um motivo para se apaixonar pelo esporte. A raça e a entrega dos argentinos foi recompensada. O mundo é azul e branco.

 

A Copa do Mundo de 2022 acabou. Com direito a um encerramento de gala. Diego Armando Maradona, viu e vibrou lá do céu com os “muchachos”, campeões do mundo. A comando do novo deus albiceleste: Messi.

 

Destaque também para Di Maria. O camisa 11 voltou ao time titular de Lionel Scaloni e correspondeu. Sofreu pênalti e balançou as redes.

Primeiro Tempo

A final iniciou com as equipes tensas e com entradas mais duras por ambos os lados. Os franceses até tiveram certo domínio, porém, erraram passes e estavam nervosos.

 

A Argentina percebeu o abalo emocional do adversário e tomou conta da partida. Os hermanos ditaram o ritmo da primeira etapa. Aos 20 minutos, Dembelé derrubou Di Maria dentro da área e o pênalti foi marcado.

 

Lionel Messi foi para a bola. Respirou, bateu e estufou a rede. Bola para um lado, Lloris para o outro, o placar estava aberto, 1 a 0 Argentina.

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Messi na cobrança de pênalti que abriu o placar da decisão. Foto: @EPA / Toga Bozoglu

Além do gol, Messi naquele momento se tornava o artilheiro da competição com 6 gols, deixando para trás Mbappé.

 

Mesmo com o placar aberto, a França parecia que ainda estava no vestiário. A Argentina continuou dominando a partida. O objetivo era o segundo gol.

 

Aos 35 minutos em um erro de Upamecano os hermanos partiram para o contra-ataque. Uma linda jogada. Mac Allister tocou para Messi que passou para Julián Álvarez. O atacante lançou pelas costas da linha de defesa francesa.

 

Mac Allister recebeu e ajeitou para Di Maria que bateu na saída de Llorris. 2 a 0 e a partida parecia estar definida.

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Di María aprontou das suas mágicas e só tirou de Lloris para marcar o segundo gol
@FRANCK FIFE / AFP

Ao final dos primeiros 45 minutos, o domínio era total da equipe de Scaloni. Ganhavam nas estatísticas e no placar. Os franceses ainda não haviam finalizado.

Segundo Tempo

O segundo tempo começou e o controle argentino ainda era nítido. Assim como na primeira etapa, as ações ofensivas eram sempre direcionadas ao gol de Llorris.

 

A Argentina teve a chance de ampliar: De Paul de voleio aos 3 minutos e com Julián Álvarez aos 13. Ambas as chances pararam nas mãos do goleiro francês.

 

Aos 22 minutos, a primeira finalização da França foi realizada. Kolo Muani de cabeça. A tentativa não levou perigo algum ao gol de Martinez.

 

O jogo foi avançando e a França parecia estar entregue. Era questão de tempo para o fim da fila de 36 anos dos hermanos longe do topo do mundo.

 

Faltavam 12 minutos para o fim do tempo regulamentar, até que Otamendi derrubou Kolo Muani dentro da área. Pênalti para a França. Tensão total no Lusail Stadium.

Então, a estrela de Kylian Mbappé começou a brilhar.

 

O garoto de 23 anos com muita frieza foi para a cobrança da penalidade máxima. Correu, bateu e diminuiu, 2 a 1.

 

A Argentina entrou em curto-circuito. Após 1 minuto do primeiro gol francês, Kylian Mbappé recebeu um bom passe de Thuram. O camisa 10 em um lindo chute de perna direita balançou a rede novamente. Tudo igual. 2 a 2

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Finalização de Mbappé que colocou a França de volta na final. Foto: @EPA / Toga Bozoglu

 

O juiz apitou o final dos 90 minutos.  Os argentinos estavam tentando entender o que havia acontecido, enquanto os franceses haviam feito uma revolução em menos de 5 minutos.

Empate? Mais 30 minutos!

Haja coração, amigo! A prorrogação foi simplesmente encantadora. Os primeiros 15 minutos foram tensos. Com chances para os dois lados, mas sem efetividade tanto da Argentina quanto da França.

 

A única boa chance dos hermanos no primeiro tempo foi no chute de Lautaro, que foi travado por Upamecano. No rebote Montiel finalizou, mas Varane afastou de cabeça.

 

Lautaro teve nos acréscimos outra oportunidade de desempatar, mas bateu para fora e desperdiçou.

 

Os 15 minutos finais foram emocionantes. Com quase 3 minutos, Lautaro finalizou e Lloris deu o rebote. Lionel Messi estava no lugar certo e na hora certa.  Dessa vez, de perna direita o camisa 10 tirou o empate do placar. 3 a 2, os hermanos estavam de novo na frente.

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Segundo gol de Messi na decisão. Foto: Tarso Sarraf / O Liberal

Os minutos passavam, o fim estava se aproximando e a Argentina estava próxima da tão sonhada conquista da Copa do Mundo. Mas, Mbappé ainda estava em campo e não facilitou para a albiceleste.

 

Há pouco mais de 4 minutos do fim, o garoto bateu e a bola tocou no braço de Montiel que estava dentro da área. Mais um pênalti para a equipe de Deschamps.

 

Novamente, Mbappé na cobrança. O craque do PSG deslocou o goleiro Martínez para empatar a partida, 3 a 3. O futebol viveu naquele momento sua emoção no estado mais puro. Além do gol, o francês se tornou o artilheiro da competição com 8 gols.

 

Na última chance  dos franceses, Kolo Muani ficou cara a cara com Martínez. O goleiro Argentino defendeu com o pé. Dibu foi brilhante e salvou a seleção de mais um vice.

Pênaltis

Com o empate na prorrogação, a Copa foi decidida nas penalidades máximas pela terceira vez em sua história. Os franceses iniciaram a disputa. Mbappé converteu.

 

Na sequência, Lionel Messi abriu as penalidades para os argentinos e também balançou as redes.

 

Martinez pegou a cobrança de Coman, acertando o canto escolhido pelo francês. A taça estava saindo de Paris com rumo a Buenos Aires.

 

Dybala fez o dele, bateu no meio com segurança. O próximo pênalti foi cobrado por Tchouaméni, o meia do Real Madrid bateu pra fora. Comemoração de Dibu com direito a dancinha.

 

Na sequência, Paredes converteu. Kolo Muani não desperdiçou e a França ainda estava viva.

 

29 de junho de 1986. Essa data ficou marcada na história dos Argentinos. Montiel tinha que fazer para acabar com a espera de 36 anos. O Tricampeonato estava próximo.

 

Montiel correu, bateu e fez. Argentina tricampeã do mundo.

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Argentina Campeã do Mundo. @EPA / Friedemann Vogel

A Terceira estrela e Messi

18 de dezembro de 2022. Um novo feriado para os argentinos. Uma data histórica para Lionel Messi que fez a ilusão virar realidade. O ET conquistou o único troféu que faltava em sua vitoriosa carreira.

 

35 anos de idade. Dores de 2014, 2015 e 2016 com 3 vices consecutivos. Acabou. Lionel Messi provou para si e para o mundo que ainda é o melhor.

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Messi levantando a principal taça do futebol. Foto: Divulgação / FIFA

Gênio, divino, predestinado. Como definir quem conseguiu superar Maradona? O mundo é da Argentina pela terceira vez, a estrela de número 3 finalmente foi costurada no escudo albiceleste.

 

Duas delas foram a comanda de D10S, que agora passa seu bastão para um imortal na Argentina e no mundo do futebol: Lionel Messi.

 

1978, 1986, 2022. Tricampeões, os muchachos conseguiram conquistar o mundo. A taça voltou para Buenos Aires. A terra de Diego y Lionel tem o mundo novamente. Os Argentinos não precisam mais “ilusionar”, o título é realidade. 

 

 

Meu pai estava errado sobre muitas coisas, esta é uma delas
por
Bianca Novais
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20/12/2022 - 12h

Na primeira vez que fui ao estádio, eu já era adulta. Para meu pai, o estádio não era lugar de menina. E para nossa situação financeira, o estádio também não era exatamente o lugar do meu pai. Parece um clichê da internet, não é? Tal lugar não é lugar de mulher. O pior é que existe na vida real e a gente acredita. Eu acreditei por muitos anos.

Mesmo vendo a Rainha Marta ser a melhor futebolista do mundo cinco vezes seguidas, a maior artilheira das seleções brasileiras, a primeira atleta a marcar gols em cinco edições de Copa do Mundo da FIFA.

Mesmo vendo Formiga ser a única pessoa a ter participado de sete Copas do Mundo e de sete Olimpíadas, a que mais vezes entrou em campo com a amarelinha.

Mesmo vendo Cristiane se tornar a maior artilheira das Olimpíadas, vencer a primeira edição feminina da Libertadores, ao lado de Marta, e ser artilheira também desta competição.

Todas mulheres pretas, como eu.

Apesar de ver, eu não enxergava. Muito por isso fiquei assustada e apreensiva com o convite do amigo Luan Leão para tocar o barquinho da cobertura da Copa do Mundo pela AGEMT, com ele e o inenarrável Bruno Scaciotti.

Se meu lugar não era nem no estádio, imagina em posição de liderança frente a 20 homens falando sobre bola?

Pouco mais de três meses de planejamento, 28 dias de Copa do Mundo, 99 textos no site, 9 episódios do podcast Expresso Catar, 4 episódios do programa Manual de Sobrevivência da Copa do Mundo, 37 edições do boletim diário em vídeo Já É Copa, fora o baile.

Não vi o Brasil ser hexa, mas pude ver Marrocos ser a primeira seleção africana a chegar nas semifinais de uma Copa. Vi Cristiano Ronaldo ser o terceiro atleta a marcar gol em cinco edições do mundial de seleções. Neymar se igualar em gols pela seleção com Pelé. Kylian Mbappé ser o segundo jogador a marcar um hat-trick em final de Copa do Mundo. Messi ser consagrado como um dos deuses do futebol ao conquistar o tricampeonato argentino. E o primeiro trio de arbitragem feminino a apitar um jogo da Copa do Mundo masculina.

Nada mal para quem não está no lugar.

Marta, Cristiane e Formiga, a Santa Trindade do futebol feminino brasileiro. Foto: NICHOLAS KAMM/GettyImages
Marta, Cristiane e Formiga, a Santa Trindade do futebol feminino brasileiro. Foto: Nicholas Kamm/GettyImages

 

Pela terceira vez em sua história, o time xadrez sobe ao pódio e consagra a geração liderada por Modric
por
Arthur Campos
João Victor Fogagnolo
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18/12/2022 - 12h

No último sábado (17), ocorreu a penúltima partida da Copa do Mundo Catar 2022. Croácia e Marrocos estiveram frente a frente no estádio Internacional Khalifa para definir o terceiro e quarto lugar do torneio. 

As seleções se reencontraram 24 dias depois do confronto na primeira rodada do grupo F na fase de grupos. Naquela ocasião o jogo terminou em um 0 a 0 nada saudoso. 

Em lados opostos do chaveamento, os Leões dos Atlas, tal qual Davi, foram desafiados por vários Golias e assim como na passagem bíblica de Samuel 17, triunfaram diante dos gigantes. Posteriormente, sucumbiram apenas perante a atual campeã, França. 

Já a seleção eslava, repetindo o feito de 2018, precisou passar por duas prorrogações para manter-se na competição. Da mesma forma que na edição passada, os embates contra Japão e Brasil chegaram até as penalidades máximas, nas quais as duas saíram derrotadas, com o goleiro Dominik Livakovic sendo o protagonista. Somente a Argentina foi capaz de impedir os croatas de irem a mais uma final. 

Croácia
Foto oficial da seleção croata. Imagem: Reprodução/Twitter/@fifaworldcup_pt

 

Dentro de campo as equipes vieram bem mexidas devido ao desgaste acumulado durante a Copa. O técnico Walid Regragui, que sofreu com desfalques nos duelos contra Portugal e França, promoveu descanso a alguns jogadores. Mais uma vez o comandante não teve a disposição o lateral esquerdo Noussair Mazraoui, que não estava no banco de reservas, cedendo espaço para Yahia Attiyat Allah. Já os atletas Roman Saiss, Nayef Aguerd, Selim Amallah e Azzedine Ounahi foram preservados, sendo substituídos por Achraf Dari, Jawad El Yamiq, Abdelhamid Sabiri e Bilal El Khannouss respectivamente. 

Por motivos semelhantes, o treinador Zlatko Dalic deu oportunidades para outros jogadores do plantel. Em comparação ao confronto anterior, houve três mudanças na linha de defesa, o recuo de Ivan Perisic para variar entre lateral e ala pela esquerda, junto com as entradas de Josip Sutalo e Josip Stanisic, nas vagas de Dejan Lovren e Josip Juranovic, nesta ordem. Na parte ofensiva, Lovro Majer, Mislav Orsic e Marko Livaja também ganharam chances nos lugares de Mario Pasalic, Borna Sosa e Marcelo Brozovic. 

Dado o apito inicial, os 44.137 expectadores viram um começo de partida movimentado. Em jogada ensaiada na cobrança de falta, Majer bateu para dentro da área, Perisic escorou de cabeça e Josko Gvardiol completou para abrir o marcador aos 7 minutos, numa bela trama croata.

Croácia
Gvardiol mergulhou e fez 1x0 para o time xadrez. Foto: Reprodução/Twitter/@FIFAWorldCup

 

No minuto seguinte, novamente em bola parada, o cruzamento de Hakim Ziyech desviou e sobrou para Dari empatar a disputa. Antes do intervalo, aos 42, numa recuperação dos eslavos na zona de ataque, Livaja passou para Orsic finalizar com chapa do pé, e resvalando levemente na trave, morreu dentro das redes do goleiro Bono. 

Na volta para o segundo tempo, o fator físico pesou e o ritmo do jogo caiu. Apesar da posse de bola marroquina, os leões não conseguiram concretizá-la em reais perigos de gol. Sem grandes emoções na etapa final, o placar terminou em 2 a 1, com a Croácia conquistando o terceiro lugar da Copa do Mundo.  

A campanha coroou um possível fim da brilhante trajetória de Luka Modric na seleção. O camisa 10 foi o destaque desse meio campo e ficará eternizado como o maestro dessa geração.

Croácia
O craque Modric em sua última Copa do Mundo. Foto: Reprodução/Twitter/@FIFAWorldCup

 

Mesmo ficando com a quarta colocação, Marrocos sai do Catar de cabeça erguida e o treinador Regragui fez questão de enaltecer.

“Lembraremos de muitos jogos, voltaremos mais fortes. Unimos o nosso país durante um mês, todos estavam felizes”, enfatizou. 

O comandante também falou sobre o legado que deixaram nessa Copa.

“Eu acho que mostramos nossa força. Mostramos que o futebol africano está preparado para enfrentar os principais times do mundo com eficiência e jogando no nível mais alto”, comentou. 

O técnico marroquino ainda deixou seu recado visando os próximos objetivos da equipe.

“Eu disse aos meus jogadores que não podemos ser reis do mundo antes de sermos reis do continente. Nós vamos trabalhar para ganhar a Copa Africana de Nações”, afirmou Regragui. 

Veja o panorama das seleções do grupo F após a terceira rodada da Copa do Mundo
por
João Victor Fogagnolo
Arthur Campos
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01/12/2022 - 12h

Croácia x Bélgica  

  

Croácia
Os experientes Modric e Lovren celebrando a vaga para o mata-mata. Foto: Reprodução/Twitter/@FIFAWorldCup

 

O jogo entre Bélgica e Croácia foi decisivo para ambos os lados. A Bélgica precisando da vitória para classificar e a Croácia necessitando apenas do empate para garantir a vaga. A partida acabou em 0 a 0, garantindo o segundo lugar do grupo F para Croácia.    

O jogo começou com uma pressão da Bélgica nos primeiros 10 minutos de partida e logo depois o ritmo esfriou, com uma leve diferença de posse de bola favorecendo a Croácia. Ainda no primeiro tempo a Croácia teve um pênalti marcado e anulado pelo VAR por impedimento do zagueiro Dejan Lovren.   

O atacante Ivan Perisic tentou algumas jogadas individuais que não foram bem-sucedidas, ficando claro para os espectadores que a Croácia, apesar de ter um 9, sentiu falta de um centroavante de ofício, que realmente sirva para empurrar a bola para dentro do gol.    

Conforme o tempo passava, a Bélgica ficava cada vez mais consciente da sua situação e buscava abrir o placar. O time belga também sofreu com a falta de um centroavante e para o segundo tempo o técnico Roberto Martinez tirou Dries Mertens e optou por Romelu Lukaku para pressionar a defesa croata.   

Superada a pressão que Lukaku colocou nos primeiros minutos em campo, o time carregado por Luka Modric se mostrou superior e conseguiu chegar diversas vezes à frente, porém, sem conseguir chances claras. Em jogada perigosa de Yannick Carrasco, Lukaku aproveitou rebote do goleiro Dominic Livakovic, mas carimbou na trave.    

Duas atuações que devem ser destacadas desse jogo, mas não de maneira positiva, são as de Lukaku e Livakovic. O atacante belga perdeu várias oportunidades fundamentais para a classificação da Bélgica, e o goleiro croata falhou diversas vezes, fazendo com que essas oportunidades aparecessem. Foi o famoso “jogo de compadre”, com Livakovic dando brechas e Lukaku não aproveitando essas chances.   

 

Bélgica
Dia pouco inspirado do camisa 9 belga. Foto: Reprodução/Twitter/@fifaworldcup_pt

 

O resultado foi uma eliminação melancólica da tão falada “geração belga”, que não conseguiu avançar de fase naquela que pode ser a última Copa do Mundo dessa geração estrelada. 

 

Canadá x Marrocos  

  

Nesta quinta-feira (1), Canadá e Marrocos se enfrentaram pela última rodada do grupo F no estádio Al-Thumama. Com um público de 43.102 pessoas, os africanos jogavam por no mínimo um empate enquanto os norte-americanos, já eliminados, buscavam os seus primeiros pontos na história da competição.  

O treinador John Herdman trouxe uma nova escalação para a partida, mostrando o repertório tático da equipe canadense. Sam Adekugbe, Jonathan Osorio, Mark-Anthony Kaye e Junior Hoilett eram as novidades da vez nas vagas de Richie Laryea, Stephen Eustáquio, Atiba Hutchinson e Jonathan David respectivamente.  

O time fazia uma saída de bola com três homens, os dois zagueiros mais um jogador, podendo ser Alistair Johnston, Kaye, Osorio ou até mesmo Adekugbe. No geral a equipe se comportou no 4-4-2, com Tajon Buchanan atuando no corredor esquerdo e Hoilett pelo direito, com Alphonso Davies e Cyle Larin mais adiante.  

Do lado marroquino, o técnico Walid Regragui continuou com o vitorioso esquema 4-3-3 do último jogo, alternando para o 4-1-4-1 no momento defensivo. A única mudança foi a presença de Abdelhamid Sabiri nos onze iniciais no lugar de Selim Amallah.  

Com a bola rolando, quem começou pressionando foi a equipe marroquina que com aproximadamente 3 minutos, forçou o recuo canadense, resultando num passe errado do goleiro Milan Borjan para Hakim Ziyech bater de primeira, encobrindo a defesa adversária e inaugurando o marcador.   

 

Marrocos
Comemoração do camisa 7 ao fazer 1x0 para Marrocos. Foto: Reprodução/Twitter/@fifaworldcup_pt

 

O Canadá tentava ter o domínio da partida, principalmente pelas laterais, mas esbarrava na solidez defensiva de Marrocos. Por volta de 22 minutos, numa bela trama, Ziyech conseguiu atrair o marcador para linha do meio campo, abrindo espaço em suas costas para o lançamento de Achraf Hakimi achar Youssef En-Nesyri, que ganhou na velocidade e mandou a bola para o fundo das redes.  

Os vermelhos até descontaram com um gol contra do zagueiro Aguerd após o cruzamento do lateral Adekugbe que contou com o desvio, enganando o goleiro Yassine Bounou. Lance à parte, a primeira etapa terminou com soberania africana.  

No segundo tempo, os comandados por Regragui voltaram com uma postura mais cautelosa, dando terreno para os Canucks crescerem no jogo e controlar as ações. Apesar do volume, o time de Davies e companhia pouco produziu e sua melhor chance foi numa cobrança de escanteio em torno de 25 minutos, na qual o capitão Hutchinson, que completou 101 partidas ao entrar em campo, cabeceou no travessão de Bono.  

Ao apito final, os Leões do Atlas garantiram a histórica classificação para as oitavas-de-final pela segunda vez em Copas do Mundo. Embora tenham atingido o feito de 1986, a campanha atual de Marrocos já é a melhor de sua história, com 2 vitórias e 1 empate, terminando a fase de grupos de forma invicta, além da primeira colocação.  

 

Marrocos
Festa marroquina após a histórica classificação. Foto: Reprodução/Twitter/@FIFAWorldCup

 

Com pouco mais de 3 meses a beira dos gramados, Regragui conseguiu unir grupo, incluindo os afastados Ziyech e Noussair Mazraoui, e criar um forte e competitivo jogo coletivo, potencializando as principais individualidades da equipe.  

Destaques especiais para Ziyech e Sofyan Amrabat. O meia do Chelsea que atua como extremo pela direita atingiu as expectativas sendo a referência técnica da seleção marroquina, já o volante da Fiorentina é peça fundamental nesse meio campo, tornando-se o pilar do sistema defensivo.  

Apesar de chegar ao torneio da FIFA como coadjuvante, o Canadá termina sua trajetória no Catar com boas impressões, deixando seu cartão de visitas para 2026, onde sediará a próxima competição ao lado de Estados Unidos e México.  

 

Situação do Grupo  

  

Com a conclusão da terceira e última rodada do grupo F, Marrocos termina na primeira colocação com 7 pontos e a Croácia em segundo com 5 pontos, ambas classificadas para a próxima fase. A Bélgica ficou em terceiro com 4 pontos, e o Canadá não pontuou. 

Na segunda-feira (05), às 12h, no Al Janoub, o Japão enfrenta a Croácia. Na terça-feira (06), também às 12h, é a vez de Marrocos enfrentar a seleção da Espanha, no estádio Education City. 

Veja o panorama das seleções do grupo E após a terceira e última rodada da fase de grupos da Copa do Mundo.
por
Felipe Albanez
Thomaz Cintra
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02/12/2022 - 12h

Japão X Espanha

Mais uma zebra na Copa do Catar. O Japão surpreendeu de novo e bateu a Espanha por 2 a 1. O resultado não eliminou a Fúria, mas classificou os japoneses em primeiro no Grupo E.

Após ter surpreendido os alemães na estreia, a equipe japonesa mostrou sua capacidade de virar o jogo e, com a vitória na quinta-feira (01), chegou aos seis pontos na tabela.

A seleção de Luis Enrique terminou a primeira fase na segunda colocação do grupo com 4 pontos. Mesmo com uma estreia surpreendente, os espanhóis não conseguiram manter o desempenho nos dois últimos jogos.

Mesmo com uma posse de bola (82%), a seleção espanhola não conseguiu a vitória, devido a grande apresentação japonesa defensivamente. A Espanha conseguiu abrir o placar no começo do jogo com Álvaro Morata, em um grande cruzamento de Azpilicueta, o atacante cabeceou firme colocando a Espanha na frente.

Espanha e Japão
Lance do segundo gol japonês gerou polêmica no jogo. Foto: Jennifer Lorenzini / Reuters 

Porém, no segundo tempo, Doan e Tanaka aproveitaram as falhas defensivas da Espanha e viraram o jogo para os japoneses, 2 a 1. Mas o jogo teve uma polêmica de arbitragem. No gol de Tanaka, a Espanha pediu uma saída de bola no cruzamento, e as imagens do VAR afirmaram que a bola estava em contato com a linha e, portanto, o gol foi legal. A seleção espanhola até pressionou no final do jogo, mas o Japão saiu com a vitória e a liderança do grupo.

O resultado surpreendente dos japoneses coloca os samurais azuis mais uma vez nas oitavas de final, assim como na Copa de 2018, mas nesse ano, o resultado deixou pelo caminho a tetracampeã Alemanha. 

 

Alemanha X Costa Rica

Em um jogaço contra a Costa Rica, a Alemanha venceu a equipe latino-americana por 4 a 2, mas ainda assim não conseguiu avançar às oitavas de final da Copa do Mundo. Os alemães não dependiam somente deles para passar de fase, e o resultado que esperavam do outro jogo era ao menos um empate da equipe espanhola contra o Japão, o que não aconteceu.

Ao final da partida, a Alemanha até tinha uma chance de se classificar, mas somente abrindo um placar muito largo contra os costa-riquenhos. Os alemães desperdiçaram muitas chances ao longo de toda a partida e sentiram falta desses gols no final. A Alemanha abriu o placar com Gnabry, aos 10 minutos, era de se esperar que a seleção alemã iria dominar o jogo, e de fato dominou, mas sem conseguir ampliar o placar.

Na etapa final, também precisando da vitória, a Costa Rica empatou e virou o jogo, com gols de Tejeda e Neuer contra. Depois da virada, com aquele placar, mais o do jogo do Japão, as duas zebras do grupo estavam se classificando para as oitavas. Porém, pouco tempo depois da virada, Kai Havertz, que tinha acabado de entrar em campo no lugar de Thomas Muller, empatou a partida aos 28 minutos e virou o jogo aos 40 minutos do segundo tempo. Menos de cinco minutos depois, Fullkrug, também vindo do banco, marcou outro gol e deu o placar final à disputa, 4 a 2.

Seleção Alemanha
Mesmo com a vitória, alemães não esconderam a frustração com a eliminação precoce. Foto: Annegret Hilse / Reuters 

Após a atuação de hoje, fica difícil não citar Havertz como um dos destaques do time alemão, além dele, Musiala, mesmo sem conseguir marcar gol, foi bastante participativo nos jogos, sem se esconder e sempre chamando a responsabilidade. Do outro lado, não tem como não apontar outro jogador senão Keylor Navas como destaque, embora estivesse muito mal no primeiro jogo contra a Espanha, ele foi responsável pela vitória da equipe sobre os japoneses, além de ter conseguido segurar até quando pode ataque da Alemanha.

A vitória não tira o gosto amargo da Alemanha de se despedir de mais uma Copa do Mundo ainda na fase de grupos, repetindo o filme de 2018. A Costa Rica, em processo de renovação, mostra que é muito mais do que o time goleado pela Espanha na primeira rodada, apesar das fragilidades.

Veja o panorama das seleções do Grupo C após a terceira e última rodada da fase de grupos da Copa do Mundo.
por
Fabrizio Delle Serre
Lucca Ranzani
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01/12/2022 - 12h

Polônia X Argentina

Foi emoção até o apito final transbordando para fora dos portões do 974 Stadium. O jogo iniciou com os hermanos pressionando a equipe de Czeslaw Michniewicz, que optou por uma linha defensiva baixa, e mesmo assim não segurou a pressão argentina.

O grande herói do confronto foi Szczęsny, ao todo, o goleiro fez nove defesas. Uma delas com certeza entrará para o DVD do polonês.

Aos 36 minutos da primeira etapa, o goleiro da Juventus acertou o rosto de Messi. Após revisão no VAR, o pênalti foi marcado. Messi bateu, Szczęsny pegou e  garantiu naquele momento o empate e a liderança do grupo para sua equipe.

O primeiro tempo terminou com a Argentina controlando todas as ações. Logo no começo da segunda etapa, Molina cruzou para Mac Allister que estava no lugar certo na hora certa, para de perna direita abrir o placar.

Depois do gol, parecia que a equipe de Scaloni continuava orquestrada pelo Maestro Lionel Messi, que mesmo com o pênalti perdido fez sua melhor partida até agora na Copa do Mundo.

O camisa 10 acertou passes, finalizou, criou e foi pra cima dos poloneses mostrando o motivo de ter 7 bolas de ouro, além de ser considerado um dos melhores da história.

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Jogadores da Argentina comemoram o gol de Julian Alvarez contra a Polônia
REUTERS/Amanda Perobelli

Aos 21 minutos do segundo tempo, Enzo Fernández rolou para Julián Álvarez que bateu sem chance para Szczęsny.

Além de ampliar o placar, aumentou a festa albiceleste e o drama dos poloneses, que não tiravam o celular da mão para acompanhar o jogo do México. A Polônia, mesmo atrás do placar, não mudou a postura de jogo. Do apito inicial até o final, jogaram na defensiva.

Detalhe que das 4 finalizações que tiveram ao longo do duelo, nenhuma foi em direção ao gol. O placar poderia ter sido mais elástico se não fossem as chances perdidas pelos hermanos, como a de Lautaro Martínez aos 40 minutos da segunda etapa. O atacante ficou cara a cara com o goleiro, mas bateu para fora.

Hoje foi a confirmação de uma Argentina resiliente, que se reergueu depois do tropeço no jogo de estreia.

 

Arábia Saudita X México

Uma grande partida. Assim se define o jogo entre Arábia Saudita e México. Ambas as equipes necessitavam da vitória e uma combinação de resultados para sonharem com a classificação. Mesmo vencendo por 2 a 1, a equipe de Tata Martino não avançou para a próxima fase do mundial por conta do saldo de gols, que foi menor em relação a Polônia, segunda colocada do grupo.

Foi um duelo bastante movimentado para os dois lados. A seleção mexicana acabou criando mais chances de perigo e saiu com a vitória. Aos 2 minutos da segunda etapa, em uma cobrança de escanteio, Henry Martin se esticou e desviou a bola para o fundo da rede e abriu o placar para os Mexicanos.

Logo em seguida, aos 6 minutos, Luis Chavez marcou um GOLAÇO de falta, na gaveta. Ampliou o placar e aumentou a esperança mexicana de avançar para a próxima fase.

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Jogadores do México deixam o campo após desclassificação.(Foto:Alberto Lingria/REUTERS)

No decorrer do jogo, o México continuou pressionando e teve mais dois gols anulados - de forma correta - que foram cruciais para que a equipe não conseguisse o sonho de avançar para as oitavas de final.

Nos acréscimos a Arábia Saudita diminuiu com Al-Dawsari, enterrando a esperança do time mexicano. Com o resultado, o México volta para casa com um gosto amargo, enquanto a Arábia Saudita sai da competição com a sensação de que faltou pouco para repetir a campanha de 1994, quando foi eliminada nas oitavas de final.

Situação do Grupo

Com a vitória da Argentina para cima da seleção da Polônia, o time comandado por Lionel Scaloni se classificou em primeiro e jogará contra a Austrália pelas oitavas de final no sábado (03), às 16h. Enquanto a Polônia, segunda colocada, enfrenta a França no domingo (04), às 12h.

Em terceiro e quarto colocado, ficaram México e Arábia Saudita respectivamente. Os mexicanos realizaram uma péssima fase de grupos e a Arábia Saudita surpreendeu ao vencer na estreia a seleção da Argentina, mas isso não foi suficiente, e acompanharão o resto da Copa pelo sofá.

 

Veja o panorama das seleções do grupo D após a terceira e última rodada da fase de grupos da Copa do Mundo.
por
Gusthavo Sampaio
Otávio Preto
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30/11/2022 - 12h

Dinamarca x Austrália 

 

A Austrália está classificada para as oitavas de final da Copa do Mundo. Nesta quarta-feira (30), a seleção oceânica bateu a Dinamarca por 1 a 0,  no Al Janoub Stadium, pela terceira e última rodada do grupo D, com gol de Mathew Leckie. 

Em um jogo tenso que definiria os classificados para o mata-mata, a seleção australiana demonstrou organização defensiva e soube explorar bem os contra-ataques, de onde saiu o gol que garantiu a segunda colocação e o acesso. Após segurar a pressão dos dinamarqueses, os australianos conseguiram igualar as ações, segurando o 0 a 0 no 1º tempo. Aos 15 minutos da segunda etapa, em um contra-ataque veloz, o camisa 7, Leckie, fez um golaço para colocar os Socceroos na frente. 

Atrás do placar, a Dinamarca, que precisava de uma virada para se classificar, teve dificuldade de encontrar espaços em meio ao bloqueio australiano, tendo a maioria das jogadas concentradas no Eriksen e Olsen, que estavam muito bem marcados e não tiveram sucesso. 

O resultado eliminou os dinamarqueses, surpreendendo a grande parte do público que acompanha a Copa do Mundo, já que a Dinamarca havia sido a primeira seleção europeia a se classificar para essa Copa, e tinha sido semifinalista da última Eurocopa. Os australianos, por sua vez, voltam às oitavas de final depois de 40 anos. 

Seleção da Australia
Jogadores da Austrália comemoram gol. FOTO: EFE/EPA/Rolex dela Pena

 

Tunísia x França

No outro jogo do grupo, França e Tunísia se enfrentaram em um confronto marcado pelo embate entre colonizado e colonizador. A Tunísia foi uma colônia francesa até 1956, quando conquistou sua independência, e ontem venceu a seleção francesa pelo placar de 1 a 0, e, pela primeira vez na história, venceu uma seleção europeia em Copas.

Seleção da Tunísia
Apesar da vitória, a seleção tunisina é eliminada da Copa do Mundo. Foto: REUTERS/Benoit Tessie

 

A França, que entrou em campo já classificada para as oitavas, utilizou um time reserva para iniciar o jogo. Com a lesão de Lucas Hernandez no primeiro jogo e o desgaste do reserva Theo Hernandez, o técnico Didier Deschamps optou pela improvisação do meia Eduardo Camavinga na lateral esquerda, e na direita escalou Axel Disasi, que fez sua estreia com a camisa da seleção francesa. 

E foi justamente pela lateral que a Tunísia buscou o jogo, marcando um golaço aos 8 minutos que foi anulado pelo auxiliar.  A Tunísia pressionou os franceses, que optaram por jogar no contra-ataque durante todo o primeiro tempo, mas não conseguiu balançar as redes.

O segundo tempo teve começo intenso: aos 2 minutos o VAR foi acionado para a verificação de possível pênalti para a Tunísia, após entrada de Tchouaméni, mas nada foi marcado. A pressão da Tunísia continuou e a seleção africana foi recompensada, Skhiri rouba uma bola no meio de campo e iniciou a jogada do gol que foi marcado pelo atacante Wahbi Khazri batendo na esquerda do goleiro francês Mandanda, assistência de Aïssa Laïdouni. 

Apesar do gol marcado, a Tunísia continuou com a pressão sobre a França, que na situação de derrota, começou a colocar suas estrelas para jogo. Aos 18 minutos, entraram Saliba, Rabiot e Mbappé, e aos 25, foi a vez Griezmann e Dembelé. Somente depois dessas alterações que a França conseguiu finalizar pela primeira vez no gol, e inverteu os papéis do jogo, impondo a pressão sobre a Tunísia. 

Com uma pressão constante até o final do jogo, a França conseguiu marcar com Griezmann aos 53 minutos de jogo, porém, o gol que seria de empate foi anulado pelo VAR, confirmando a derrota dos Les Bleus para os tunisinos pela primeira vez na história. Com a derrota, a França perdeu sua invencibilidade de 9 jogos na Copa do Mundo. Apesar da vitória, os tunisinos dependiam do resultado de Austrália e Dinamarca, e com a vitória dos australianos, ficaram em terceiro no grupo, e foram eliminados da Copa do Mundo de 2022.

 

Situação do grupo

O grupo D terminou com a seleção francesa na 1ª colocação com 6 pontos, Austrália em 2º com a mesma pontuação, mas perdendo por saldo de gols, Tunísia em 3º, com 4 pontos e, na lanterna, a Dinamarca, com apenas 1 ponto. O grupo terminou com o primeiro colocado que já se esperava e um lanterna imprevisível. A Dinamarca vinha de bons jogos e boa campanha nas Euros, entretanto, não encontrou o seu melhor futebol e deixou a desejar no confronto com seleções de menor expressão. 

Nas oitavas de final, no sábado (03), às 16h, a Austrália encara a Argentina, que foi líder do grupo C. No domingo (04), às 12h, a França enfrenta a Polônia, que avançou, no sufoco, em segundo lugar no grupo C. 


 

Veja o panorama das seleções do grupo B na última rodada da fase de grupos da Copa do Mundo.
por
Allan Henrique dos Santos Freires
Gabriel Cordeiro
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30/11/2022 - 12h

Inglaterra x País de Gales

Às 16h desta terça-feira (29), no Ahmed Bin Ali Stadium, Inglaterra e País de Gales se enfrentaram em um jogo com expectativas diferentes para a partida. De um lado já era quase certo a classificação dos ingleses, já para os galeses a missão era mais complicada.

Como a classificação já estava bem encaminhada, o técnico Gareth Southgate deu oportunidade a outros jogadores do elenco, iniciando com Phil Foden, Jordan Henderson, Kyle Walker e Marcus Rashford que começaram as primeiras rodadas no banco de reservas.

A primeira etapa foi pouco movimentada, com um leve domínio por parte da seleção inglesa, que teve uma boa chance com Marcus Rashford, defendida pelo goleiro Danny Ward. Já no começo do segundo tempo, o placar foi aberto com o primeiro gol de falta desta Copa, com Rashford. Em seguida, aproveitando um cruzamento, Phil Foden ampliou para os ingleses. Depois aos 23 minutos, Rashford fez seu segundo gol em uma bela jogada individual, deixando 3 a 0 para os Three Lions, e dando número finais a partida.

Os “reservas” hoje em campo corresponderam ao técnico, deixando a famosa “dor de cabeça” para Southgate sobre qual deveria ser o onze inicial para a fase mata-mata.

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Marcus Rashford contra o goleiro Danny Ward. Foto: Divulgação / Inglaterra

 

Irã x Estados Unidos

O confronto entre Irã e Estados Unidos, além de carregar consigo uma tensão diplomática fora de campo de décadas, também tinha em disputa a segunda vaga para as oitavas de final da competição. Para os iranianos, o empate bastava para conseguir uma histórica classificação para o mata-mata, enquanto os americanos precisavam da vitória.

Dentro de campo, os jogadores deixaram a rivalidade das nações de lado e focaram apenas na competição. Precisando de um gol, a iniciativa americana nos minutos iniciais indicava um possível jogo mais aberto a partir dos contra-ataques dos persas, mas a equipe de Carlos Queiroz não arriscava saídas ousadas, e preferiu apostar em sua defesa.

A estratégia ia dando certo até os minutos finais do primeiro tempo, quando uma jogada de três dos principais jogadores dos Estados Unidos mudou o rumo da partida. McKennie fez lançamento em profundidade para Sergiño Dest, o lateral soube encontrar de cabeça Pulisic na frente do gol, e o camisa 10 empurrou para as redes e abriu o placar.

O meia do Chelsea ainda se chocou bruscamente com o goleiro iraniano e sequer teve a oportunidade de comemorar por conta das dores. O choque na barriga fez Pulisic sentir um mal-estar e deixar o jogo paralisado por cerca de cinco minutos. O jogador tentou retornar nos minutos finais, mas teve de ser substituído no intervalo.

Na segunda etapa, a situação das equipes se inverteram e foi a vez dos persas se lançarem ao ataque, enquanto a seleção americana se guardou aos contra-ataques. Os comandados de Carlos Queiroz até tentaram, como Ghoddos em chute perto da pequena área e Pouraliganji quase empatando em cabeçada nos acréscimos.

Os esforços não foram suficientes para furar a defesa americana. Ainda deu tempo de Taremi reclamar de um puxão na área, mas com nada marcado, os Estados Unidos garantiram os três pontos e a passagem para as oitavas de final.

Jogadores americanos celebrando classificação
Jogadores americanos celebrando classificação. Foto: Divulgação/ Estados Unidos

Classificação final do grupo

O grupo B se encerrou após essa rodada com a Inglaterra se classificando em primeiro com 7 pontos e os Estados Unidos em segundo com 5, o Irã terminou a competição em terceiro com 3 pontos e o País de Gales amargou a lanterna com apenas 1 ponto.

Os adversários nas oitavas de final já estão definidos. Holanda e Estados Unidos abrem as oitavas de final no sábado (03), às 12h, no estádio Internacional Khalifa. No domingo (04), às 16h, é a vez de Inglaterra e Senegal definirem quem se classificará para as quartas de final, no estádio Al Bayt.