A Espanha foi eliminada pela segunda vez consecutiva nas oitavas de final da Copa do Mundo, após perder nos pênaltis para Marrocos, nesta terça-feira (06). O resultado repete a edição de 2018, quando a “la Roja” caiu para as donas da casa, Rússia, em outra disputa de pênaltis.
Com a derrota, a seleção se tornou, isoladamente, a que mais teve derrotas nos pênaltis na história das Copas do Mundo, com quatro eliminações. Desta vez, a Fúria perdeu para Marrocos, na primeira derrota para uma seleção africana em mata-mata de sua história.
Seleção que mais trocou passes nesta Copa e que mais teve posse de bola, a Espanha não conseguiu, mais uma vez, converter o domínio territorial em chances de gol. Algo que a imprensa espanhola já havia criticado, entrando em conflito com Luis Enrique, que defendia a todo custo a forma de jogar de sua equipe, a pressão espanhola não resultou em vitória.

O jovem time espanhol fez exatamente o que seu técnico pediu, trocou muitos passes, porém, criou poucas chances de gol e sofreu com os contra-ataques rápidos da seleção marroquina.
Num jogo que se desenhava para a prorrogação dado os poucos espaços que ambas as seleções encontraram no decorrer da partida, Luis Enrique lançou a experiência de Morata para fortalecer a presença na área.
O jogo só foi alterado com a entrada de Nico Williams no lugar de Torres. Com a modificação, teve início uma sucessão de cruzamentos e bolas enfiadas que não foram aproveitadas por Morata, ou foram salvas pelo goleiro marroquino, Yassine Bounou.
No ataque contra a defesa, a última bola do jogo ficou com Pablo Sarabia que, sem ângulo, chutou cruzado e viu a bola triscar a trave, deixando a decisão para as penalidades.
Nos pênaltis a Espanha não conseguiu fazer o gol sequer uma vez. Sarabia começou as cobranças chutando na trave. Carlos Soler e Sergio Busquets foram parados pela atuação incrível de Bono, eliminando a Espanha da Copa do Mundo do Catar.

Desde que foi campeã mundial em 2010, a seleção espanhola não conseguiu mais repetir o sucesso e foi eliminada na fase de grupos em 2014, além das duas quedas precoces nas oitavas de final nas edições mais recentes (2018 e 2022).
O "tiki-taka" de Luis Enrique se mostrou frágil nessa Copa. Apesar da vitória robusta na estreia contra a Costa Rica, o time espanhol sofreu para transformar seu domínio em gols, e até mesmo com a bola, não teve atuações brilhantes. Com jogadores de qualidade e jovens como Pedri, Ansu Fati, Nico Williams, Gavi e Ferran, a Espanha terá de se remontar para começar a pensar no ciclo de 4 anos para 2026.
Nesta segunda-feira (05), às 12h, Japão e Croácia se enfrentaram no estádio Al Janoub, o jogo valia a permanência na Copa do Mundo, e quem se deu melhoram foram os croatas, com vitória nos pênaltis por 3 a 1, com destaque para o goleiro Dominik Livakovic.
A seleção croata entrou em campo com uma formação de 4-3-3, dessa vez com seu camisa 9, Andrej Kramaric, jogando pela ponta esquerda. A seleção japonesa começou o jogo pressionando e tendo mais chances de gol durante o primeiro tempo até abrir o placar, no final do primeiro tempo, com Daizen Maeda, em uma jogada após cobrança de escanteio.
Para o segundo tempo, a Croácia voltou com pressa, sabendo que jogava contra o relógio. E deu certo, aos 10 minutos da segunda etapa, o camisa 4 da Croácia, Ivan Perisic, lançou um foguete com a cabeça que só para no fundo da rede japonesa, 1 a 1 no placar.
Aos 18 minutos de partida, Luka Modric arrisca um chute e obriga uma grande defesa do goleiro Shūichi Gonda, que espalmou o ‘foguete’ para fora. O jogo foi disputado no segundo tempo, mas com maior domínio croata, com relação a primeira etapa.
O jogo não se resolveu nos 90 minutos e então acontece a primeira prorrogação dessa edição de Copa do Mundo. Nos primeiros 15 minutos de prorrogação, o técnico da Croácia, Zlatko Dalic, substituiu dois dos seus principais jogadores, Luka Modric e Mateo Kovacic para as entradas de Lovro Majer, que entra muito bem no lugar de Modric, e Nikola Vlasic, no lugar de Kovacic.
No segundo tempo de prorrogação, mais uma vez, Dalic tira uma de suas estrelas, dessa vez saiu Ivan Perisic, autor do gol de empate, para a entrada de Mislav Orsic. Também saiu Ante Budimir para a entrada de Marko Livaja.
Com muita cautela de ambos os lados, a prorrogação foi de mais troca de passes do que chances criadas, levando o jogo para a primeira disputa de pênaltis da Copa do Mundo de 2022, sem os principais jogadores da seleção croata, que foram substituídos.
Matthew Ashton - AMA/Getty Images
O Japão abriu as cobranças com Takumi Minamino, e então começou a noite inspirada do goleiro croata. Na primeira cobrança, defesa Dominik Livakovic. A Croácia converteu sua batida com Vlasic. Na segunda chance japonesa, Livakovic pega mais uma cobrança.
Para ampliar a vantagem, Brozovic bateu e marcou. O único a vencer Livakovic nos pênaltis foi Asano, que diminuiu para o Japão, 2 a 1. Descansado, Livaja chutou na trave e foi o único croata a errar uma das cobranças. Podendo empatar as cobranças, provisoriamente, o capitão Maya Yoshida bateu mal e entregou a bola nas mãos do goleiro Livakovic. Coube a Pasalic marcar o gol da vitória.
A atuação de gala do goleiro Dominik Livakovic o tornou o herói da partida. A Croácia, sem seus jogadores principais, conseguiu ser superior nas penalidades e se classificar para as quartas de final da Copa do Mundo de 2022.
Suíça X Sérvia
Na sexta-feira (3), Suíça e Sérvia se encontraram no estádio 974 para definir a última vaga para o mata-mata. O jogo foi marcado por tensões e provocações como em 2018, quando os dois times se encontraram na fase de grupos, pelo grupo E da Copa da Rússia.
Foto: Ina Fassbender/AFP
O jogo já começou agitado, com defesas e bolas na trave para os dois lados. Porém, aos 19 minutos, Shaqiri chutou direto para a rede sérvia e desempatou o jogo. Na comemoração, o jogador fez um sinal de silêncio para a torcida sérvia e mostrou o nome da sua camisa. Aos 26, Aleksander Mitrovic, igualou o placar com um cabeceio vindo de um cruzamento de Tadic. Pouco depois de empatar, o talentosso Dusan Vlahovic se aproveitou de falha da defesa para colocar a bola na rede com um cruzado de canhota, e virou o jogo.
O jogador comemorou da mesma forma que Shaqiri, o que aqueceu mais ainda os ânimos da partida. No final do primeiro tempo, Embolo empatou o jogo mais uma vez, ao receber a bola na frente do gol, após uma linda triangulação na área.
Foto: MANAN VATSYAYANA / AFP
No início do segundo tempo, Freuler recebeu de Rubén Vargas na cara do gol, marcou e garantiu a vaga da Suíça para as oitavas de finais. Apesar do jogo não ter contado com mais gols, o jogo continuou quente, com tentativas de gol e belas jogadas, aos 18, Mitrovic caiu no chão e tentou forçar uma revisão do VAR a seu favor.
Essa discussão esquentou e levou a provocações do banco sérvio ao camisa 10 suiço, Xhaka, que respondeu com um gesto obsceno para os adversários. Após o jogo, Xhaka foi escolhido como o melhor em campo e utilizou uma camisa com o nome Jashari, soldado que lutou na guerra do Kosovo e que é considerado um terrorista para os sérvios.
Brasil x Camarões
O Brasil já estava classificado, só restando garantir o primeiro lugar do grupo. Tendo isso em vista, Tite escalou um time reserva para enfrentar Camarões pela última rodada no Grupo. O objetivo era poupar os titulares para o jogo das oitavas ao mesmo tempo que dava rodagem para os reservas.
Enquanto isso, do outro lado do confronto a situação era completamente diferente. Camarões precisava da vitória a qualquer custo para ter uma chance de se classificar para o mata-mata e tratou o jogo como uma final.
O jogo em si foi de certa forma a mesma tônica dos outros dois primeiros jogos da seleção. Um primeiro tempo nervoso com algumas chances de gol criadas. Quem surpreendeu positivamente para o lado canarinho foi Gabriel Martinelli, que aproveitou bem a oportunidade que teve e mostrou muita vontade com 4 chutes sendo 3 no gol.
Mais uma vez a defesa brasileira teve uma atuação sólida e dominante, mas cedeu o seu primeiro chute ao gol na Copa inteira. Na segunda etapa, o ataque canarinho continuou criando, mas a pontaria esteve longe da ideal. Enquanto isso, Camarões começou a gostar do jogo.
Nos acréscimos do segundo tempo, depois de um cruzamento de Jerome Mbekeli - que tinha acabado de entrar- Vincent Aboubakar, destaque Camaronês, empurrou para as redes para dar números finais a partida. 1 a 0 Camarões.

Apesar disso, Camarões não conseguiu se classificar porque dependia de um tropeço da Suíça que não aconteceu. No entanto, a seleção africana sai com um saldo muito positivo da Copa com boas atuações e um futuro promissor nessa gestão de Eto'o como comandante do Futebol no país.
Já o Brasil continua seu caminho rumo ao Hexa com uma atuação que engana os torcedores. O resultado pode parecer ruim, mas o Brasil jogou melhor e se não fosse a má pontaria e a excelente atuação do goleiro David Epassy teria saído vitorioso.
Situação do Grupo
Com o fim dos jogos da terceira rodada a fase de grupos acabou com Brasil classificado em primeiro lugar com seis pontos, duas vitórias e uma derrota. Em segundo lugar ficou a Suíça, com seis pontos e duas vitórias e uma derrota, com um gol a menos de saldo em relação ao Brasil. Em terceiro ficou Camarões, com 4 pontos e uma vitória, uma derrota e um empate. Enquanto a Sérvia ficou em quarto lugar com apenas um empate e duas derrotas, fazendo um ponto.
O Brasil joga contra a Coreia do Sul na próxima segunda-feira (05), às 16h, no Estádio 974, pelas oitavas de final. A Suíça enfrenta Portugal na terça-feira (06), também às 16h, no Estádio Lusail.
Senegal foi derrotado no último domingo (04) pela seleção da Inglaterra por um placar de 3 a 0, em partida válida pelas oitavas de final da Copa do Mundo. No primeiro tempo do jogo, a equipe senegalesa se mostrou muito forte e fechou todos os espaços, não cedendo a Inglaterra a chance de criar oportunidades claras de ataque. Contudo, a equipe africana sofreu um grande baque ao tomar dois gols no fim da primeira etapa, aos 38 minutos e nos acréscimos.

O que parecia ser um jogo equilibrado, acabou se tornando uma luta contra o tempo para reverter o placar. Na segunda etapa a equipe de Senegal não abaixou a cabeça e foi atrás de segurar o forte ataque inglês. Mas segurar o entrosamento e a velocidade dos jovens jogadores ingleses não é nada fácil. Aos 12 minutos do segundo tempo, Saka ampliou o placar e decretou o fim da participação de Senegal na Copa do Mundo.
Mesmo diante da derrota, os senegaleses deixaram sua marca no mundial. A seleção de Senegal chegou ao Catar com o status de melhor seleção africana no torneio, e isso foi realidade. Nesta edição, a equipe comandada por Aliou Cissé foi, junto com Marrocos, as únicas seleções africanas entre os países classificados para o mata-mata da Copa.

Não tem como negar que houve uma desconfiança em relação ao desempenho da seleção por conta do desfalque de sua grande estrela e principal atleta do time, Sadio Mané. O atacante do Bayern de Munique ficou de fora da Copa por conta de lesão. Porém, mesmo diante das dificuldades, Senegal se mostrou firme e por mais que não tenha feito uma Copa do Mundo brilhante, foi eficiente e fez bons jogos.
Na fase de grupos, a resposta foi até positiva. Apesar da derrota para a Holanda por 2 a 0 no primeiro jogo, teve uma boa atuação e foi vazada apenas no fim da partida. Depois, ganhou do Catar por 3 a 1, confirmando o favoritismo, e na última rodada em duelo direto por vaga nas oitavas, derrotou o Equador por 2 a 1, avançando na segunda posição do grupo.
Agora, a equipe africana segue com a mentalidade firme, buscando a consolidação do modelo de jogo e proposta tática implementado por Aliou Cissé, mostrando ao mundo que seleções africanas não são apenas correria e jogo fisico.

O segundo jogo das oitavas de final da Copa do Mundo de 2022, entre Austrália e Argentina nesse sábado (03), no estádio Ahmad bin Ali Stadium, colocou fim as pretensões australianas nesse mundial.
A Austrália entrou em campo declarando o seu modo de jogo pela formação, um 4-4-2 já utilizado anteriormente com uma proposta defensiva, e assim foi durante o confronto com a Argentina. No primeiro tempo, a equipe não conseguiu criar diante da pressão alta exercida pela Argentina.
Apesar da ausência de poder ofensivo, a Austrália mostrou uma defesa sólida, empurrando os atacantes argentinos para as laterais e não permitindo a finalização do craque Lionel Messi perto da grande área. O gol foi sofrido na sobra de uma bola parada, com os defensores australianos no centro da grande área, o craque argentino achou espaço para a finalização e não perdoou, balançando as redes e marcando o primeiro gol da partida.
No segundo tempo, a seleção australiana voltou sem alterações e com proposta semelhante a do primeiro tempo. Ainda sofrendo com a pressão alta Argentina, os defensores foram forçados a cometer erros. Após um tiro de meta curto, a defesa se complicou e voltou a bola para o goleiro, Mathew Ryan, que falhou ao tentar driblar o atacante argentino Julián Álvarez na pequena área, deixando o camisa 9 argentino livre para marcar o segundo gol.
Sem muito a perder, a seleção australiana mudou de postura, e aos 33 minutos marcou o diminui o placar após o chute de Goodwin, que ainda foi desviado por Enzo Fernández. Pouco tempo após o gol, o lateral Behich saiu driblando todo mundo, em uma jogada individual majestosa passando por quatro jogadores da Argentina e finalizando ao gol, mas foi travado no momento exato pelo zagueiro Lisandro Martínez.
Após o lance, os australianos voltaram a perder força ofensiva, e mais uma vez foram pressionados pelos argentinos, que acumularam chances perdidas de gol.
Já nos acréscimos, o atacante Garang Kuol teve uma grande oportunidade para empatar o jogo, mas o chute foi bem defendido pelo goleiro Emiliano Martínez. Ao soar o apito, a Austrália se despediu da Copa do Mundo de 2022 nas oitavas de final.
Sem dúvidas essa foi uma Copa do Mundo memorável para a seleção oceânica. Com um futebol consistente taticamente, surpreenderam em um grupo que não eram cotados para se classificar. Ficam pelo caminho em um jogo que a proposta deu certo até aparecer a genialidade de Lionel Messi e um erro defensivo em saída de bola.