O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresenta aumento moderado, com destaque para os grupos de Transportes e Alimentação.
por
Marcello R. Toledo
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15/08/2023 - 12h

 

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal indicador de inflação no Brasil, registrou uma variação de 0,12% no mês de julho. O número representa um acréscimo de 0,20 ponto porcentual em relação à taxa de junho, que havia sido de -0,08%. No acumulado do ano, o IPCA apresenta uma alta de 2,99%, e nos últimos 12 meses, a variação é de 3,99%, superando os 3,16% registrados nos 12 meses anteriores. Em julho de 2022, a variação havia sido de -0,68%.

O IPCA  é uma ferramenta crucial para avaliar a evolução dos preços de produtos e serviços consumidos por famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos, ele serve como um indicador da inflação enfrentada e é calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), abrangendo diversas regiões metropolitanas do país, além de algumas cidades específicas.

Em linhas mais claras, o IPCA desempenha o papel de espelho do custo de vida experimentado por essa parte da população. Dessa forma, ele captura as variações de preços em uma variedade de produtos e serviços, permitindo que as autoridades econômicas, consumidores e demais interessados compreendam as tendências inflacionárias em diferentes partes do Brasil.
 

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Setores em Destaque

Dos nove grupos de produtos e serviços analisados pelo IPCA, cinco apresentaram alta no mês de julho. O grupo de Transportes teve o maior impacto, com 1,50% de variação e contribuição de 0,31 ponto porcentual. Nesse grupo, os preços da gasolina tiveram um aumento notável de 4,75%, sendo o item com maior contribuição individual para o índice do mês. Itens como gás veicular (3,84%) e etanol (1,57%) também tiveram alta, enquanto o óleo diesel apresentou uma queda de 1,37%. Passagens aéreas (4,97%) e automóveis novos (1,65%) também contribuíram para o aumento no grupo.

Em contrapartida, o grupo de Alimentação e Bebidas apresentou uma queda de 0,46%, com impacto de -0,10 ponto porcentual no índice. Esse resultado foi influenciado, principalmente, pela redução nos preços da alimentação no domicílio (-0,72%), destacando-se quedas em produtos como feijão-carioca (-9,24%), óleo de soja (-4,77%), frango em pedaços (-2,64%), carnes (-2,14%) e leite longa vida (-1,86%). Por outro lado, as frutas tiveram aumento de preço, com destaque para banana-prata (4,44%) e mamão (3,25%).

No grupo de Habitação, a taxa de -1,01% impactou o índice em -0,16 ponto porcentual. A maior contribuição para essa variação veio da energia elétrica residencial, que registrou queda de 3,89% devido à incorporação do Bônus de Itaipu (um desconto de até R$ 15 na conta de luz individual em residências de classes residencial e rural, que tiveram ao menos um mês, em 2022, consumo faturado inferior a 350 KWh) nas faturas emitidas em julho. A taxa de água e esgoto (0,18%) registrou alta devido a reajustes em algumas regiões.

Variações Regionais 

As variações regionais também tiveram impacto no IPCA de julho. Porto Alegre foi a região que apresentou a maior variação, com 0,53%, devido ao aumento do preço da gasolina (6,98%). Belo Horizonte teve a menor variação, registrando queda de -0,16%, influenciada pelas quedas nos preços dos ônibus urbanos (-17,50%) e na energia elétrica residencial (-4,23%).

INPC e Outros Indicadores

Além do IPCA, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), também foi divulgado (o Índice também mede a variação de preço de determinados produtos e serviços consumidos pelas famílias brasileiras, entretanto num recorte menor que o IPCA - considera rendimentos de 1 a 5 salários mínimos). O INPC registrou uma variação de -0,09% em julho, mantendo-se próxima à taxa de -0,10% observada no mês anterior. No acumulado do ano, o INPC acumula alta de 2,59%, e nos últimos 12 meses, a variação é de 3,53%, acima dos 3,00% registrados nos 12 meses anteriores.

Os números do IPCA e INPC demonstram que a economia brasileira segue passando por oscilações, com impactos variados nos diferentes setores e regiões do país. A análise detalhada desses indicadores é essencial para entender as dinâmicas econômicas em curso e tomar decisões informadas sobre investimentos e consumo.

Nota: Os dados e informações presentes nesta matéria foram fornecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e são referentes ao mês de julho de 2023. A análise dos indicadores deve considerar a conjuntura econômica e as possíveis variações ao longo do tempo

Seleção alemã faz 6 a 0 em jogo marcado por erros individuais e aplica maior goleada da Copa do Mundo até o momento.
por
Gusthavo Sampaio
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24/07/2023 - 12h

Na madrugada desta segunda-feira (24), Alemanha e Marrocos estrearam na Copa do Mundo Feminina FIFA 2023, em confronto pelo Grupo H. O primeiro jogo entre as equipes na história ocorreu no Estádio Melbourne Rectangular, na Austrália. A Alemanha, que nunca perdeu em uma estreia de Copa, manteve a marca e atropelou as estreantes marroquinas em um jogo que terminou 6 a 0.

 

Foto do elenco pré-jogo
Foto das jogadoras titulares na estreia alemã homenageando Carolin Simon. Foto: Reprodução/Twitter/DFB_Frauen

 

A seleção alemã iniciou sua jornada na Copa do Mundo homenageando a jogadora Carolin Simon, que foi cortada da convocação final após romper os ligamentos do joelho no último amistoso pré-copa contra a Zâmbia. Na foto em grupo do pré-jogo, as jogadoras posaram segurando uma camisa com o número 2 e o nome Simon.

Após o soar do apito, não demorou para as favoritas abrirem o placar. Com uma marcação alta logo de início, as alemãs não deram fôlego para as marroquinas e, aos 11 minutos, a capitã Alexandra Popp abriu o placar cabeceando livre na entrada da pequena área. A jogada começou com um erro da saída de bola da zagueira de Marrocos, que entregou a bola para a meia Jule Brand. Brand tocou na linha de fundo para a zagueira Hendrich que levantou a bola na área para Popp, de cabeça, mandar a bola para o fundo da rede.

Após o gol, a Alemanha manteve a posse e empurrou as marroquinas para seu campo de defesa, não sofrendo perigo durante a maior parte do primeiro tempo. Aos 39 minutos, após escanteio cobrado por Klara Buhl, Popp, novamente de cabeça e na pequena área, ampliou o placar para as alemãs.

O panorama durante o primeiro tempo foi positivo para a Alemanha, que sofreu somente um chute a gol e dominou a maior parte da posse de bola. Alguns erros na saída de bola geraram contra-ataques para as marroquinas, mas nenhum se concretizou. Apesar do panorama positivo, as germânicas subiram o nível na segunda etapa.

O segundo tempo começou com um gol relâmpago: Klara Buhl roubou a bola logo após um erro de passe segundos depois do apito inicial e finalizou a jogada que ela mesma construiu. O chute acertou na trave e, na sobra Buhl, apareceu e faz o terceiro. Pouco tempo depois do gol, Buhl teve outra chance clara de finalização, mas o chute parou na trave. O começo de segundo tempo alemão foi implacável, com menos de 10 minutos depois do terceiro, saiu o quarto gol. Na sobra de um cruzamento, Svenja Huth levantou na área a bola que foi cabeceada para o gol pela zagueira marroquina Hanane Ait El Haj, marcando contra.

O passeio continuou e a blitz alemã pelo quinto gol não parou até marcar. Aos 34 minutos, em mais um cruzamento alemão, a goleira Khadija Er-Rmich afastou contra a zagueira Yasmin M’Rabet, que marcou o segundo gol contra marroquino, e quinto da Alemanha. Quatro minutos após o gol, a capitã Alexandra Popp foi substituída, na caminhada até o banco de reservas foi ovacionada pelos torcedores. Mesmo com uma ampla vantagem no placar, as alemãs não colocaram o pé no freio. Aos 90 minutos, Lena Lattwein finalizou uma bola que, ao ser defendida pela goleira Er-Rmichi, sobrou nos pés da atacante Lea Schuller, que marcou o sexto e fechou a conta.

Como esperado, a seleção bicampeã do mundo não teve dificuldades em seu primeiro jogo, mas surpreendeu pela elasticidade da vitória. A Alemanha dominou o jogo do início ao fim, e terminou com 74% da posse de bola e 16 chutes no total, 7 desses no gol. Todo esse domínio sem a presença de uma das maiores jogadoras do elenco, Lena Oberdorf, poupada por conta de uma lesão.

 

Disputa de bola entre duas jogadoras durante o jogo
Sara Dabritz (esquerda) e Ghizlane Chebbak (direita) disputando a bola durante o jogo. Foto: Reprodução/Twitter/EnMaroc

 

Por outro lado, as marroquinas viveram um dia para ser esquecido. Em sua estreia pela Copa do Mundo, tiveram uma péssima atuação individual e coletiva, marcada principalmente pelos erros defensivos. Ainda no primeiro tempo, a postura de contra-atacar adotada pela equipe foi completamente suprimida, chutando apenas uma vez ao gol na primeira etapa. No final, quatro gols marcados pela Alemanha tiveram início a partir de erros diretos da defesa marroquina. Com essa derrota, o Marrocos vive uma sequência de 5 jogos sem vencer.

A seleção Marroquina volta a campo no domingo (30), para enfrentar a Coreia do Sul e continuar na luta pela classificação, às 01h30 (horário de Brasília). As alemãs jogam no mesmo dia contra a Colômbia, às 06h30 (horário de Brasília), para tentar garantir a classificação para a fase eliminatória.

Se não fosse sofrido, não era Argentina. Nos pênaltis a albiceleste derrota a França e é campeã mundial pela terceira vez na história
por
Fabrizio Delle Serre
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20/12/2022 - 12h

Após 36 anos de espera, os hermanos enfim comemoraram. A Argentina é tricampeã da Copa do Mundo. No último domingo (18) às 12h, o Lusail Stadium recebeu uma das melhores finais já vistas da história do torneio mundial.

 

Lionel Messi foi decisivo, Kylian Mbappé marcou um hat-trick, porém, não foi suficiente. Nos pênaltis, a Argentina bateu a França e ficou com o troféu mais cobiçado do futebol, que tem uma nova capital pelos próximos 4 anos: Buenos Aires.

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Jogadores argentinos comemorando o tricampeonato mundial. Foto: Divulgação / FIFA

 

A decisão da Copa foi em um jogo eletrizante. Para os amantes do futebol foi mais um motivo para se apaixonar pelo esporte. A raça e a entrega dos argentinos foi recompensada. O mundo é azul e branco.

 

A Copa do Mundo de 2022 acabou. Com direito a um encerramento de gala. Diego Armando Maradona, viu e vibrou lá do céu com os “muchachos”, campeões do mundo. A comando do novo deus albiceleste: Messi.

 

Destaque também para Di Maria. O camisa 11 voltou ao time titular de Lionel Scaloni e correspondeu. Sofreu pênalti e balançou as redes.

Primeiro Tempo

A final iniciou com as equipes tensas e com entradas mais duras por ambos os lados. Os franceses até tiveram certo domínio, porém, erraram passes e estavam nervosos.

 

A Argentina percebeu o abalo emocional do adversário e tomou conta da partida. Os hermanos ditaram o ritmo da primeira etapa. Aos 20 minutos, Dembelé derrubou Di Maria dentro da área e o pênalti foi marcado.

 

Lionel Messi foi para a bola. Respirou, bateu e estufou a rede. Bola para um lado, Lloris para o outro, o placar estava aberto, 1 a 0 Argentina.

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Messi na cobrança de pênalti que abriu o placar da decisão. Foto: @EPA / Toga Bozoglu

Além do gol, Messi naquele momento se tornava o artilheiro da competição com 6 gols, deixando para trás Mbappé.

 

Mesmo com o placar aberto, a França parecia que ainda estava no vestiário. A Argentina continuou dominando a partida. O objetivo era o segundo gol.

 

Aos 35 minutos em um erro de Upamecano os hermanos partiram para o contra-ataque. Uma linda jogada. Mac Allister tocou para Messi que passou para Julián Álvarez. O atacante lançou pelas costas da linha de defesa francesa.

 

Mac Allister recebeu e ajeitou para Di Maria que bateu na saída de Llorris. 2 a 0 e a partida parecia estar definida.

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Di María aprontou das suas mágicas e só tirou de Lloris para marcar o segundo gol
@FRANCK FIFE / AFP

Ao final dos primeiros 45 minutos, o domínio era total da equipe de Scaloni. Ganhavam nas estatísticas e no placar. Os franceses ainda não haviam finalizado.

Segundo Tempo

O segundo tempo começou e o controle argentino ainda era nítido. Assim como na primeira etapa, as ações ofensivas eram sempre direcionadas ao gol de Llorris.

 

A Argentina teve a chance de ampliar: De Paul de voleio aos 3 minutos e com Julián Álvarez aos 13. Ambas as chances pararam nas mãos do goleiro francês.

 

Aos 22 minutos, a primeira finalização da França foi realizada. Kolo Muani de cabeça. A tentativa não levou perigo algum ao gol de Martinez.

 

O jogo foi avançando e a França parecia estar entregue. Era questão de tempo para o fim da fila de 36 anos dos hermanos longe do topo do mundo.

 

Faltavam 12 minutos para o fim do tempo regulamentar, até que Otamendi derrubou Kolo Muani dentro da área. Pênalti para a França. Tensão total no Lusail Stadium.

Então, a estrela de Kylian Mbappé começou a brilhar.

 

O garoto de 23 anos com muita frieza foi para a cobrança da penalidade máxima. Correu, bateu e diminuiu, 2 a 1.

 

A Argentina entrou em curto-circuito. Após 1 minuto do primeiro gol francês, Kylian Mbappé recebeu um bom passe de Thuram. O camisa 10 em um lindo chute de perna direita balançou a rede novamente. Tudo igual. 2 a 2

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Finalização de Mbappé que colocou a França de volta na final. Foto: @EPA / Toga Bozoglu

 

O juiz apitou o final dos 90 minutos.  Os argentinos estavam tentando entender o que havia acontecido, enquanto os franceses haviam feito uma revolução em menos de 5 minutos.

Empate? Mais 30 minutos!

Haja coração, amigo! A prorrogação foi simplesmente encantadora. Os primeiros 15 minutos foram tensos. Com chances para os dois lados, mas sem efetividade tanto da Argentina quanto da França.

 

A única boa chance dos hermanos no primeiro tempo foi no chute de Lautaro, que foi travado por Upamecano. No rebote Montiel finalizou, mas Varane afastou de cabeça.

 

Lautaro teve nos acréscimos outra oportunidade de desempatar, mas bateu para fora e desperdiçou.

 

Os 15 minutos finais foram emocionantes. Com quase 3 minutos, Lautaro finalizou e Lloris deu o rebote. Lionel Messi estava no lugar certo e na hora certa.  Dessa vez, de perna direita o camisa 10 tirou o empate do placar. 3 a 2, os hermanos estavam de novo na frente.

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Segundo gol de Messi na decisão. Foto: Tarso Sarraf / O Liberal

Os minutos passavam, o fim estava se aproximando e a Argentina estava próxima da tão sonhada conquista da Copa do Mundo. Mas, Mbappé ainda estava em campo e não facilitou para a albiceleste.

 

Há pouco mais de 4 minutos do fim, o garoto bateu e a bola tocou no braço de Montiel que estava dentro da área. Mais um pênalti para a equipe de Deschamps.

 

Novamente, Mbappé na cobrança. O craque do PSG deslocou o goleiro Martínez para empatar a partida, 3 a 3. O futebol viveu naquele momento sua emoção no estado mais puro. Além do gol, o francês se tornou o artilheiro da competição com 8 gols.

 

Na última chance  dos franceses, Kolo Muani ficou cara a cara com Martínez. O goleiro Argentino defendeu com o pé. Dibu foi brilhante e salvou a seleção de mais um vice.

Pênaltis

Com o empate na prorrogação, a Copa foi decidida nas penalidades máximas pela terceira vez em sua história. Os franceses iniciaram a disputa. Mbappé converteu.

 

Na sequência, Lionel Messi abriu as penalidades para os argentinos e também balançou as redes.

 

Martinez pegou a cobrança de Coman, acertando o canto escolhido pelo francês. A taça estava saindo de Paris com rumo a Buenos Aires.

 

Dybala fez o dele, bateu no meio com segurança. O próximo pênalti foi cobrado por Tchouaméni, o meia do Real Madrid bateu pra fora. Comemoração de Dibu com direito a dancinha.

 

Na sequência, Paredes converteu. Kolo Muani não desperdiçou e a França ainda estava viva.

 

29 de junho de 1986. Essa data ficou marcada na história dos Argentinos. Montiel tinha que fazer para acabar com a espera de 36 anos. O Tricampeonato estava próximo.

 

Montiel correu, bateu e fez. Argentina tricampeã do mundo.

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Argentina Campeã do Mundo. @EPA / Friedemann Vogel

A Terceira estrela e Messi

18 de dezembro de 2022. Um novo feriado para os argentinos. Uma data histórica para Lionel Messi que fez a ilusão virar realidade. O ET conquistou o único troféu que faltava em sua vitoriosa carreira.

 

35 anos de idade. Dores de 2014, 2015 e 2016 com 3 vices consecutivos. Acabou. Lionel Messi provou para si e para o mundo que ainda é o melhor.

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Messi levantando a principal taça do futebol. Foto: Divulgação / FIFA

Gênio, divino, predestinado. Como definir quem conseguiu superar Maradona? O mundo é da Argentina pela terceira vez, a estrela de número 3 finalmente foi costurada no escudo albiceleste.

 

Duas delas foram a comanda de D10S, que agora passa seu bastão para um imortal na Argentina e no mundo do futebol: Lionel Messi.

 

1978, 1986, 2022. Tricampeões, os muchachos conseguiram conquistar o mundo. A taça voltou para Buenos Aires. A terra de Diego y Lionel tem o mundo novamente. Os Argentinos não precisam mais “ilusionar”, o título é realidade. 

 

 

Meu pai estava errado sobre muitas coisas, esta é uma delas
por
Bianca Novais
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20/12/2022 - 12h

Na primeira vez que fui ao estádio, eu já era adulta. Para meu pai, o estádio não era lugar de menina. E para nossa situação financeira, o estádio também não era exatamente o lugar do meu pai. Parece um clichê da internet, não é? Tal lugar não é lugar de mulher. O pior é que existe na vida real e a gente acredita. Eu acreditei por muitos anos.

Mesmo vendo a Rainha Marta ser a melhor futebolista do mundo cinco vezes seguidas, a maior artilheira das seleções brasileiras, a primeira atleta a marcar gols em cinco edições de Copa do Mundo da FIFA.

Mesmo vendo Formiga ser a única pessoa a ter participado de sete Copas do Mundo e de sete Olimpíadas, a que mais vezes entrou em campo com a amarelinha.

Mesmo vendo Cristiane se tornar a maior artilheira das Olimpíadas, vencer a primeira edição feminina da Libertadores, ao lado de Marta, e ser artilheira também desta competição.

Todas mulheres pretas, como eu.

Apesar de ver, eu não enxergava. Muito por isso fiquei assustada e apreensiva com o convite do amigo Luan Leão para tocar o barquinho da cobertura da Copa do Mundo pela AGEMT, com ele e o inenarrável Bruno Scaciotti.

Se meu lugar não era nem no estádio, imagina em posição de liderança frente a 20 homens falando sobre bola?

Pouco mais de três meses de planejamento, 28 dias de Copa do Mundo, 99 textos no site, 9 episódios do podcast Expresso Catar, 4 episódios do programa Manual de Sobrevivência da Copa do Mundo, 37 edições do boletim diário em vídeo Já É Copa, fora o baile.

Não vi o Brasil ser hexa, mas pude ver Marrocos ser a primeira seleção africana a chegar nas semifinais de uma Copa. Vi Cristiano Ronaldo ser o terceiro atleta a marcar gol em cinco edições do mundial de seleções. Neymar se igualar em gols pela seleção com Pelé. Kylian Mbappé ser o segundo jogador a marcar um hat-trick em final de Copa do Mundo. Messi ser consagrado como um dos deuses do futebol ao conquistar o tricampeonato argentino. E o primeiro trio de arbitragem feminino a apitar um jogo da Copa do Mundo masculina.

Nada mal para quem não está no lugar.

Marta, Cristiane e Formiga, a Santa Trindade do futebol feminino brasileiro. Foto: NICHOLAS KAMM/GettyImages
Marta, Cristiane e Formiga, a Santa Trindade do futebol feminino brasileiro. Foto: Nicholas Kamm/GettyImages

 

Pela terceira vez em sua história, o time xadrez sobe ao pódio e consagra a geração liderada por Modric
por
Arthur Campos
João Victor Fogagnolo
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18/12/2022 - 12h

No último sábado (17), ocorreu a penúltima partida da Copa do Mundo Catar 2022. Croácia e Marrocos estiveram frente a frente no estádio Internacional Khalifa para definir o terceiro e quarto lugar do torneio. 

As seleções se reencontraram 24 dias depois do confronto na primeira rodada do grupo F na fase de grupos. Naquela ocasião o jogo terminou em um 0 a 0 nada saudoso. 

Em lados opostos do chaveamento, os Leões dos Atlas, tal qual Davi, foram desafiados por vários Golias e assim como na passagem bíblica de Samuel 17, triunfaram diante dos gigantes. Posteriormente, sucumbiram apenas perante a atual campeã, França. 

Já a seleção eslava, repetindo o feito de 2018, precisou passar por duas prorrogações para manter-se na competição. Da mesma forma que na edição passada, os embates contra Japão e Brasil chegaram até as penalidades máximas, nas quais as duas saíram derrotadas, com o goleiro Dominik Livakovic sendo o protagonista. Somente a Argentina foi capaz de impedir os croatas de irem a mais uma final. 

Croácia
Foto oficial da seleção croata. Imagem: Reprodução/Twitter/@fifaworldcup_pt

 

Dentro de campo as equipes vieram bem mexidas devido ao desgaste acumulado durante a Copa. O técnico Walid Regragui, que sofreu com desfalques nos duelos contra Portugal e França, promoveu descanso a alguns jogadores. Mais uma vez o comandante não teve a disposição o lateral esquerdo Noussair Mazraoui, que não estava no banco de reservas, cedendo espaço para Yahia Attiyat Allah. Já os atletas Roman Saiss, Nayef Aguerd, Selim Amallah e Azzedine Ounahi foram preservados, sendo substituídos por Achraf Dari, Jawad El Yamiq, Abdelhamid Sabiri e Bilal El Khannouss respectivamente. 

Por motivos semelhantes, o treinador Zlatko Dalic deu oportunidades para outros jogadores do plantel. Em comparação ao confronto anterior, houve três mudanças na linha de defesa, o recuo de Ivan Perisic para variar entre lateral e ala pela esquerda, junto com as entradas de Josip Sutalo e Josip Stanisic, nas vagas de Dejan Lovren e Josip Juranovic, nesta ordem. Na parte ofensiva, Lovro Majer, Mislav Orsic e Marko Livaja também ganharam chances nos lugares de Mario Pasalic, Borna Sosa e Marcelo Brozovic. 

Dado o apito inicial, os 44.137 expectadores viram um começo de partida movimentado. Em jogada ensaiada na cobrança de falta, Majer bateu para dentro da área, Perisic escorou de cabeça e Josko Gvardiol completou para abrir o marcador aos 7 minutos, numa bela trama croata.

Croácia
Gvardiol mergulhou e fez 1x0 para o time xadrez. Foto: Reprodução/Twitter/@FIFAWorldCup

 

No minuto seguinte, novamente em bola parada, o cruzamento de Hakim Ziyech desviou e sobrou para Dari empatar a disputa. Antes do intervalo, aos 42, numa recuperação dos eslavos na zona de ataque, Livaja passou para Orsic finalizar com chapa do pé, e resvalando levemente na trave, morreu dentro das redes do goleiro Bono. 

Na volta para o segundo tempo, o fator físico pesou e o ritmo do jogo caiu. Apesar da posse de bola marroquina, os leões não conseguiram concretizá-la em reais perigos de gol. Sem grandes emoções na etapa final, o placar terminou em 2 a 1, com a Croácia conquistando o terceiro lugar da Copa do Mundo.  

A campanha coroou um possível fim da brilhante trajetória de Luka Modric na seleção. O camisa 10 foi o destaque desse meio campo e ficará eternizado como o maestro dessa geração.

Croácia
O craque Modric em sua última Copa do Mundo. Foto: Reprodução/Twitter/@FIFAWorldCup

 

Mesmo ficando com a quarta colocação, Marrocos sai do Catar de cabeça erguida e o treinador Regragui fez questão de enaltecer.

“Lembraremos de muitos jogos, voltaremos mais fortes. Unimos o nosso país durante um mês, todos estavam felizes”, enfatizou. 

O comandante também falou sobre o legado que deixaram nessa Copa.

“Eu acho que mostramos nossa força. Mostramos que o futebol africano está preparado para enfrentar os principais times do mundo com eficiência e jogando no nível mais alto”, comentou. 

O técnico marroquino ainda deixou seu recado visando os próximos objetivos da equipe.

“Eu disse aos meus jogadores que não podemos ser reis do mundo antes de sermos reis do continente. Nós vamos trabalhar para ganhar a Copa Africana de Nações”, afirmou Regragui. 

Com atuação abaixo do apresentado nas oitavas de final, portugueses param na defesa de Marrocos. Cristiano Ronaldo se despede sem marcar de sua possível última Copa.
por
Leonardo de Sá
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12/12/2022 - 12h

Portugal e Marrocos se enfrentaram no último sábado (10), o jogo foi realizado no estádio Al Thumama, em Doha, no Catar. As seleções entraram em campo determinadas, Portugal buscava a sua terceira semifinal de Copas de sua história, já a equipe de Marrocos estava atrás de quebrar o tabu e chegar à semifinal, fase do torneio nunca antes alcançada por uma seleção africana.

O derradeiro final luso

No começo do primeiro tempo, os lusos sofreram com o estilo de jogo marroquino, a defesa e o meio de campo sólidos da seleção africano prevaleceram no começo da partida. No final do primeiro tempo, um dos contra-ataques da seleção do Marrocos levou o atacante En Nesyri, em um vacilo do goleiro Diogo Costa, a marcar o primeiro e o único gol da partida. Ainda no primeiro tempo, Bruno Fernandes ainda teve uma grande chance de empatar, mas o chute parou no travessão do goleiro Bounou.

The last dance: Portugal perde e se despede da Copa do Mundo
Diogo Costa Falha Em Gol Do Marrocos. Foto: EFE

Na volta do intervalo, Cristiano Ronaldo entrou em campo e foi de extrema importância para a criação de chances para a seleção das Quina. Na reta final de jogo, Ronaldo teve sua grande chance, mas o goleiro Bono impediu o gol da estrela portuguesa.
Os portugueses ainda tiveram uma oportunidade com uma cabeçada do zagueiro Pepe, que subiu mais alto que todos e cabeceou a bola rente a trave. Já nos minutos finais, o jogo ainda contou com a expulsão do jogador marroquino Walid Cheddira, que recebeu o segundo cartão amarelo e foi expulso da partida.    

O último fado

Com a derrota, a seleção das quinas foi eliminada mais uma vez da Copa do Mundo. A despedida de grandes craques marca o fim de um ciclo de ouro da geração portuguesa. Pepe, Rui Patrício e Cristiano Ronaldo são alguns dos nomes da equipe que provavelmente não estarão na próxima Copa. 

The last dance: Portugal perde e se despede da Copa do Mundo
CR7 deixou o campo desolado em direção ao vestiário no Estádio Al Thumama, em Doha.
 Foto: NELSON ALMEIDA / AFP

O último fado de Cristiano termina de forma melancólica, com uma atuação durante toda competição abaixo do esperado. Apesar disso, Cristiano continua sendo um dos maiores jogadores que já pisou nos gramados, uma lenda portuguesa que conduziu Portugal ao título da Euro de 2016. O garoto da ilha da madeira deu sua última volta no maior palco do futebol, a Copa do Mundo.

Futuro incerto 

A seleção portuguesa precisará pensar em ajustes para o próximo ciclo de Copa do Mundo. Com grandes nomes e jogadores habilidosos, os gajos sofreram com partidas pouco criativas e tiveram dificuldades de encontrar soluções para furar boas defesas. 
Durante a coletiva pós-jogo, o contestado Fernando Santos afirmou que não entregará o cargo. O treinador campeão da Europa e comandante da seleção em duas Copas do Mundo, precisará mostrar soluções para um time que sabe que pode render mais.

Seleção Brasileira perdeu nos pênaltis para a Croácia, mas a derrota não resume o desempenho ao longo da competição.
por
Luan Leão
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10/12/2022 - 12h

Em todas as edições de Copa do Mundo que o Brasil perde ou é eliminado, imediatamente passamos a buscar os culpados. O volante que não fez a falta para matar o contra-ataque. O técnico que escalou mal e demorou a mexer. O jogador que foi expulso em um lance que não havia necessidade. Mas no Catar o culpado não é tão aparente. Em todas as outras eliminações, ainda que discutível, era mais aparente os erros. No jogo contra a Croácia, talvez não. 

Tite comandou todo o ciclo pré-Copa, algo que não aconteceu em outras edições. Teve ainda a experiência de sentir o gosto da Copa do Mundo em 2018, quando o Brasil perdeu para a Bélgica, também nas quartas de final. Nesse ciclo, foram inúmeros os jogadores testados. Apesar de um discurso de meritocracia, Tite tinha suas preferências com relação a alguns jogadores. Ele tinha assim como eu e você teríamos se estivéssemos no lugar dele. 

A seleção colecionou números admiráveis sob o comando de Tite. Campanha história nas eliminatórias, título da Copa América em 2019. Mais que os números, as atuações, salvo algumas exceções, foram boas, convincentes, dignas de elogios pela torcida. O trabalho de Tite se mostrou consistente e capaz de disputar com qualquer outra seleção, independente do continente. 

E foi o que vimos contra a Croácia. O Brasil não se mostrou apático, ou taticamente inferior ao adversário. Adversário este que é a atual vice-campeã mundial, e com grandes jogadores. A seleção parecia paciente e consciente do que precisava fazer e como precisava fazer. Mas em uma fase final de Copa do Mundo, uma seleção que quer a vitória e a classificação, não pode empilhar chances perdidas na cara do goleiro. Mesmo que o goleiro esteja em uma noite inspirada. 

Seleção brasileira
Jogadores brasileiros ficaram abatidos no final da disputa por pênaltis.
Foto: Matthew Childs / Reuters

A seleção Brasileira, desde a primeira fase, mostrava dificuldades de converter seu domínio técnico e tático em gols. Foi assim nas vitórias contra a Sérvia e contra Suíça, e também na derrota para Camarões. A goleada contra a Coreia do Sul foi ponto fora da curva. Mas não converter em gols as chances criadas esbarra naquilo que mais sabemos reconhecer que essa seleção tem: qualidade técnica e individual. 

Os jogadores dessa geração brilham os olhos do mundo com seus dribles, irreverência, o jeito brasileiro de jogar. Talvez tenha faltado um pouco mais de irreverência com a bola rolando. Mais calma para definir melhor as jogadas. Mais serenidade para entender que antes da dancinha tem que ter o gol. 

Ganhando o jogo e faltando apenas três minutos para garantir a classificação, o time não pode se desorganizar defensivamente. Logo a seleção que, com Tite, ficou conhecida por sofrer poucos gols. Nesta Copa foram apenas três gols sofridos, em raras oportunidades concedidas ao adversário por mérito da seleção. Este último foi fatal. Não para cravar a eliminação, mas para derrubar a moral. A seleção foi para os pênaltis sentida. Como Vinicius Junior descreveu em seu post após o jogo em uma rede social, os jogadores sabiam o quão perto estavam. Por um detalhe.

E aqui está o principal culpado da eliminação brasileira: o detalhe. O detalhe de uma jogada em que os jogadores não se entenderam no posicionamento. O detalhe de chances perdidas. O detalhe de um treinador que pareceu sentir demais o gol. Sentir tanto a ponto de não conseguir dar uma última palavra aos jogadores antes das cobranças de pênalti. Detalhe de uma seleção que não levou psicóloga por opção de seu comandante.

Seleção brasileira
Brasil perdeu duas cobranças de pênalti. Foto: Dylan Martínez / Reuters 

Esses detalhes, que não apontam necessariamente para um nome ou pessoa, decidem campeonatos. O Brasil sabe disso, já levantou a taça cinco vezes. Sabe que em uma Copa do Mundo, os detalhes selam o destino de uma seleção. Mas o fato de apontar para diferentes direções, os detalhes podem parecer que a seleção fez um péssimo ciclo, ou foi displicente durante o torneio. Um erro pensar assim. 

A seleção teve uma boa preparação no ciclo desta Copa. Fez bons jogos no Catar. Os principais jogadores tiveram bons momentos. Mas fica a lição dos detalhes que custam a eliminação. Detalhes que estão sob nosso controle. Erros de arbitragem, bolas desviadas ou na trave não estão, mas algumas escolhas e decisões cabem apenas a nós.

Para 2026, no ciclo que começa quando a ferida dessa eliminação não estiver tão aberta e exposta, a atenção aos detalhes será fundamental. O primeiro detalhe será a escolha do técnico pela CBF. Depois, entender que temos um time, um modelo de jogo e total capacidade de competir com qualquer seleção. Também será necessário restabelecer lideranças ativas no plantel, capazes de dar segurança e tranquilidade para os mais jovens.

O caminho até a Copa do Mundo em 2026, buscando o Hexa, precisará de atenção aos detalhes.

 

Com determinação e obediência tática, Leões do Atlas fazem história e avançam na competição
por
Arthur Campos
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07/12/2022 - 12h

No estádio Education City, com cerca de 44 mil expectadores, Marrocos e Espanha se enfrentaram pela penúltima vaga para às oitavas-de-final da Copa do Mundo, na terça-feira (06). 

Marrocos
Estádio tomado por torcedores dos Leões do Atlas. Foto: Reprodução/Twitter/@fifaworldcup_pt

 

A seleção marroquina chegava ao confronto como a primeira colocada do Grupo F, de forma invicta e com a melhor defesa do torneio, sofrendo apenas 1 gol, marcando contra na última rodada. Os espanhóis depois de tropeçarem surpreendentemente contra o Japão, ficaram em segundo lugar no grupo G, tendo o melhor ataque desta fase ao lado da Inglaterra, com 9 gols marcados. 

Antes do duelo, o técnico Walid Regragui optou pela volta do volante Selim Amallah ao time titular, substituindo Abdelhamid Sabiri. A equipe marroquina começou a partida variando sua marcação entre um bloco médio e baixo, com o objetivo em diminuir espaços para a progressão do adversário e contra golpeá-lo rapidamente após a recuperação da bola. 

Apesar dos 69% de posse de bola, o que era um cenário previsto, os comandados por Luis Enrique só levavam perigo quando pressionavam o goleiro Yassine Bounou, forçando seu erro ao tentar sair jogando. Fora isso, os espanhóis tiveram apenas uma oportunidade de abrir o placar no primeiro tempo, com um chute de Marco Asensio aos 25 minutos. 

Marrocos
Bono sendo pressionado por Asensio. Foto: Reprodução/Twitter/@fifaworldcup_pt

 

Os lances mais ameaçadores ficaram para o lado marroquino, em cobrança de falta de Achraf Hakimi aos 11 minutos, um arremate de longe de Noussair Mazraoui aos 32 e uma cabeçada do zagueiro Nayef Aguerd aos 41, após cruzamento de Sofiane Boufal, que foi um dos destaques dessa etapa, incomodando o marcador Marco Llorente nas transições pelo corredor esquerdo. 

Na segunda metade, embora tenham tido um amplo domínio, alcançando 81% de posse, a Fúria não conseguiu transformar seu volume de jogo em ocasiões reais de gol. As duas chances mais claras aconteceram em bola parada, batidas direta em direção à meta de Bono, que defendeu ambas.  

Dentro de sua proposta, os africanos provaram novamente a força do seu coletivo, com sistema defensivo bem compactado, conduzindo a partida para a prorrogação. 

Depois do tempo regulamentar, o confronto mostrou-se aberto e Walid Chedira, que entrou na etapa complementar, teve o grande momento de sacramentar o resultado para Marrocos, mas esbarrou no goleiro Unai Simón. Nos acréscimos da prorrogação, Pablo Sarabia ainda teve a chance da classificação para a “La Roja”, porém, a sorte estava aliada aos Leões do Atlas, e a bola tocou levemente a trave. 

Nos pênaltis, a estrela de Bono brilhou, pegando duas das três cobranças espanholas, uma delas do experiente capitão Sergio Busquets. Na penalidade decisiva, Hakimi que originalmente nasceu em Madrid, cobrou com requintes de crueldade, de cavadinha, fazendo a festa dos mais de 37 milhões de marroquinos espalhados pelo país, deixando o dia 06 de dezembro de 2022 eternizado para os marroquinos.  

Marrocos
Vitória marroquina nos pênaltis para frustração dos espanhóis. Foto: Reprodução/Twitter/@fifaworldcup_pt

 

Regragui ser tornou o primeiro treinador africano a chegar às quartas-de-final da Copa do Mundo e sua seleção se igualou a Camarões (1990), Senegal (2002) e Gana (2010) como as melhores campanhas do continente no torneio.  
 
A próxima batalha dos marroquinos é contra a seleção de Portugal, no próximo sábado (09), às 12h, no estádio Al Thumama.

Seleção brasileira é avassaladora no começo da partida e avança para as quartas diante da Coreia do Sul.
por
Matheus Monteiro
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08/12/2022 - 12h

Na segunda-feira (5), Brasil e Coreia do Sul se enfrentaram pelas Oitavas de Final da Copa do Mundo, com vitória da pentacampeã por 4 a 1. O jogo marcou o retorno de Danilo e Neymar que estavam se recuperando de lesões. Quem vê o resultado se engana e acha que foi um domínio Brasileiro - mais ou menos. O jogo também foi marcado por homenagens dos jogadores brasileiros ao Rei Pelé, internado desde a última terça-feira (29), no hospital Albert Einstein, em São Paulo.

Seleção brasileira
Homenagem dos jogadores ao rei do futebol. Foto: Kim Hong-Ji / Reuters 


Essa não foi a partida que o Brasil criou mais oportunidades, foram 18 chutes sendo 9 ao gol, número que só foi superior ao 2 a 0 contra a Sérvia. A grande diferença dessa vez foi a pontaria. A bola na rede é que altera o placar, entretanto, justamente essa foi a diferença do Brasil no confronto. A seleção criou oportunidades, venceu os confronto 1 contra 1, envolveu a defesa coreana com passes rápidos como em todas outras partidas. Todo repertório ofensivo canarinho foi utilizado, mas dessa vez conseguiu converter essa superioridade ofensiva em gols, o que faltou nos últimos jogos.

Os sul-coreanos planejavam se defender em bloco baixo, compactado, permitindo poucos espaços, tentando frustrar o ataque verde e amarelo. Mas esse plano foi por água abaixo logo aos 7 minutos quando Raphinha quebrou as linhas defensivas coreanas e cruzou rasteiro achando Vini. Jr que dominou e calmamente - como numa tacada de sinuca - encontrou um espaço aberto entre a muralha que havia se formado em sua frente, abrindo o placar.

Aos 13 minutos o numa pressão na saída de bola, Woo- Young Jung chuta Richarlison dentro da área. Pênalti! Neymar foi para bola, e na cobrança característica que deixa qualquer goleiro sem pai nem mãe, fez 2 a 0 no placar.
A partir daí, precisando buscar o resultado, a seleção coreana deixou a defesa mais exposta. É bem verdade que as investidas ofensivas da Coreia obrigaram o goleiro Alisson a realizar grandes defesas. Foram 8 chutes, sendo 6 no gol, um número alto, considerando que na Copa inteira o Brasil só havia sofrido 3 chutes a meta.

Porém, o ataque dos comandados de Tite aproveitou os espaços que foram deixados pelos coreanos. Após escanteio no Campo de ataque brasileiro, os Coreanos tentam se lançar para o Contra-ataque mas o pombo, Richarlison, interceptou e fez uma bela triangulação com a dupla de zaga, Marquinhos e Thiago Silva, para sair na cara do gol e fazer o 3 a 0.

O Brasil ainda fez o quarto num contra-ataque ensaiado por Neymar, acionando Vinicius Jr. que encontrou Lucas Paquetá no meio da área, livre, para marcar o dele.

No segundo tempo, o Brasil diminuiu o ritmo e viu Seung-Ho Paik acertar um chutaço de fora da área para dar números finais a partida, 4 a 1.

Seleção bra
Vinicius Junior abriu o placar e bailou no estádio 974. Foto: Annegret Hilse / Reuters 



Com o resultado, a seleção terá pelo seu caminho a Croácia na busca pelo Hexa. O jogo está marcado para às 12h da próxima sexta-feira (09), no estádio Lusail. O confronto, em teoria, deve ser mais difícil que a partida contra a Coreia do Sul. O grande desafio brasileiro será parar Ivan Perisic que vem sendo a maior ameaça do time croata, acumulando boas atuações nessa Copa. 


Em compensação o sistema defensivo croata oferece espaços nas zonas entre a zaga e o meio campo, setor do campo onde Neymar e Paquetá, dois dos nossos jogadores mais qualificados atuam, podendo ser um caminho para o gol.

O Brasil também precisará ter atenção com o meio-campo croata. É por esse setor que o time de Zlatko Dalic dita o ritmo da partida, com a qualidade de passe e posicionamento da trinca de meio-campistas Modric, Brozovic e Kovacic. O Brasil precisará ser intenso em todas as fases do jogo, para não entrar no jogo cadenciado dos croatas.

Franceses tem atuação segura e despacham poloneses em jogo com marca histórica para Olivier Giroud.
por
Otávio Preto
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08/12/2022 - 12h

O atacante Kylian Mbappé foi decisivo mais uma vez, e a França bateu a Polônia de Robert Lewandowski no último domingo (4) por 3 a 1, garantindo sua vaga nas quartas de final da Copa do Mundo de 2022. 

Na partida, Mbappé deu uma assistência para Olivier Giroud abrir o placar no primeiro tempo e ainda marcou dois gols no segundo tempo. O gol fez de Giroud o maior artilheiro de todos os tempos com a camisa da seleção, tendo marcado 52 gols. O camisa 9 superou ninguém mais, ninguém menos que Thierry Henry, que marcou 51 gols vestindo a camisa da seleção. 

Os Bleus até sofreram uma certa pressão dos poloneses em alguns momentos do primeiro tempo, mas a superioridade francesa ficou evidente no decorrer da partida. No final do primeiro tempo, Giroud recebeu um passe açucarado e bateu na saída do goleiro para abrir o marcador.

No segundo tempo, atrás do placar, a Polônia veio com uma postura diferente, querendo atacar e buscar o empate. Mas ao buscar o gol, automaticamente abriu espaços em sua defesa. Em um contra-ataque veloz, a bola passou pelos pés de Giroud, Griezmann e Dembelé, até chegar no camisa 10. Já dentro da grande área polonesa, e com a marcação distante, Mbappé soltou uma bomba e ampliou a vantagem aos 29 minutos, sem chances para Szczęsny. 

Seleção Francesa
Mbappé e Giroud foram decisivos para a classificação. Foto: Kiril Kudryavtsev / AFP

Aos 46, mais um lance pela esquerda, desta vez com Thuram, a bola chegou de novo em Mbappé. Com muita categoria, o camisa 10 pôs no ângulo: 3 a 0. A atuação segura mostra que a derrota para a Tunísia na última rodada da fase de grupos, quando poupou jogadores, foi exceção na campanha francesa.

No final da partida, depois da bola tocar na mão do zagueiro Upamecano, Robert Lewandowski descontou para os poloneses, mas já era tarde demais.

A França respondeu rapidamente com bom futebol e destaque de suas estrelas, possíveis desconfianças quanto ao rendimento da seleção no mundial. Descansados, os comandados de Didier Deschamps mostraram criatividade e eficiência para mandar a Polônia de volta para casa sem muita dificuldade.

Na próxima fase, pelas quartas de final, o desafio dos Bleus é ainda mais difícil. A França encara a Inglaterra no próximo sábado (10), às 16h, no estádio Al Bayt. O clássico promete fortes emoções depois de boas exibições das duas seleções nas oitavas de final.