O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresenta aumento moderado, com destaque para os grupos de Transportes e Alimentação.
por
Marcello R. Toledo
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15/08/2023 - 12h

 

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal indicador de inflação no Brasil, registrou uma variação de 0,12% no mês de julho. O número representa um acréscimo de 0,20 ponto porcentual em relação à taxa de junho, que havia sido de -0,08%. No acumulado do ano, o IPCA apresenta uma alta de 2,99%, e nos últimos 12 meses, a variação é de 3,99%, superando os 3,16% registrados nos 12 meses anteriores. Em julho de 2022, a variação havia sido de -0,68%.

O IPCA  é uma ferramenta crucial para avaliar a evolução dos preços de produtos e serviços consumidos por famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos, ele serve como um indicador da inflação enfrentada e é calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), abrangendo diversas regiões metropolitanas do país, além de algumas cidades específicas.

Em linhas mais claras, o IPCA desempenha o papel de espelho do custo de vida experimentado por essa parte da população. Dessa forma, ele captura as variações de preços em uma variedade de produtos e serviços, permitindo que as autoridades econômicas, consumidores e demais interessados compreendam as tendências inflacionárias em diferentes partes do Brasil.
 

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Setores em Destaque

Dos nove grupos de produtos e serviços analisados pelo IPCA, cinco apresentaram alta no mês de julho. O grupo de Transportes teve o maior impacto, com 1,50% de variação e contribuição de 0,31 ponto porcentual. Nesse grupo, os preços da gasolina tiveram um aumento notável de 4,75%, sendo o item com maior contribuição individual para o índice do mês. Itens como gás veicular (3,84%) e etanol (1,57%) também tiveram alta, enquanto o óleo diesel apresentou uma queda de 1,37%. Passagens aéreas (4,97%) e automóveis novos (1,65%) também contribuíram para o aumento no grupo.

Em contrapartida, o grupo de Alimentação e Bebidas apresentou uma queda de 0,46%, com impacto de -0,10 ponto porcentual no índice. Esse resultado foi influenciado, principalmente, pela redução nos preços da alimentação no domicílio (-0,72%), destacando-se quedas em produtos como feijão-carioca (-9,24%), óleo de soja (-4,77%), frango em pedaços (-2,64%), carnes (-2,14%) e leite longa vida (-1,86%). Por outro lado, as frutas tiveram aumento de preço, com destaque para banana-prata (4,44%) e mamão (3,25%).

No grupo de Habitação, a taxa de -1,01% impactou o índice em -0,16 ponto porcentual. A maior contribuição para essa variação veio da energia elétrica residencial, que registrou queda de 3,89% devido à incorporação do Bônus de Itaipu (um desconto de até R$ 15 na conta de luz individual em residências de classes residencial e rural, que tiveram ao menos um mês, em 2022, consumo faturado inferior a 350 KWh) nas faturas emitidas em julho. A taxa de água e esgoto (0,18%) registrou alta devido a reajustes em algumas regiões.

Variações Regionais 

As variações regionais também tiveram impacto no IPCA de julho. Porto Alegre foi a região que apresentou a maior variação, com 0,53%, devido ao aumento do preço da gasolina (6,98%). Belo Horizonte teve a menor variação, registrando queda de -0,16%, influenciada pelas quedas nos preços dos ônibus urbanos (-17,50%) e na energia elétrica residencial (-4,23%).

INPC e Outros Indicadores

Além do IPCA, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), também foi divulgado (o Índice também mede a variação de preço de determinados produtos e serviços consumidos pelas famílias brasileiras, entretanto num recorte menor que o IPCA - considera rendimentos de 1 a 5 salários mínimos). O INPC registrou uma variação de -0,09% em julho, mantendo-se próxima à taxa de -0,10% observada no mês anterior. No acumulado do ano, o INPC acumula alta de 2,59%, e nos últimos 12 meses, a variação é de 3,53%, acima dos 3,00% registrados nos 12 meses anteriores.

Os números do IPCA e INPC demonstram que a economia brasileira segue passando por oscilações, com impactos variados nos diferentes setores e regiões do país. A análise detalhada desses indicadores é essencial para entender as dinâmicas econômicas em curso e tomar decisões informadas sobre investimentos e consumo.

Nota: Os dados e informações presentes nesta matéria foram fornecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e são referentes ao mês de julho de 2023. A análise dos indicadores deve considerar a conjuntura econômica e as possíveis variações ao longo do tempo

Seleção alemã faz 6 a 0 em jogo marcado por erros individuais e aplica maior goleada da Copa do Mundo até o momento.
por
Gusthavo Sampaio
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24/07/2023 - 12h

Na madrugada desta segunda-feira (24), Alemanha e Marrocos estrearam na Copa do Mundo Feminina FIFA 2023, em confronto pelo Grupo H. O primeiro jogo entre as equipes na história ocorreu no Estádio Melbourne Rectangular, na Austrália. A Alemanha, que nunca perdeu em uma estreia de Copa, manteve a marca e atropelou as estreantes marroquinas em um jogo que terminou 6 a 0.

 

Foto do elenco pré-jogo
Foto das jogadoras titulares na estreia alemã homenageando Carolin Simon. Foto: Reprodução/Twitter/DFB_Frauen

 

A seleção alemã iniciou sua jornada na Copa do Mundo homenageando a jogadora Carolin Simon, que foi cortada da convocação final após romper os ligamentos do joelho no último amistoso pré-copa contra a Zâmbia. Na foto em grupo do pré-jogo, as jogadoras posaram segurando uma camisa com o número 2 e o nome Simon.

Após o soar do apito, não demorou para as favoritas abrirem o placar. Com uma marcação alta logo de início, as alemãs não deram fôlego para as marroquinas e, aos 11 minutos, a capitã Alexandra Popp abriu o placar cabeceando livre na entrada da pequena área. A jogada começou com um erro da saída de bola da zagueira de Marrocos, que entregou a bola para a meia Jule Brand. Brand tocou na linha de fundo para a zagueira Hendrich que levantou a bola na área para Popp, de cabeça, mandar a bola para o fundo da rede.

Após o gol, a Alemanha manteve a posse e empurrou as marroquinas para seu campo de defesa, não sofrendo perigo durante a maior parte do primeiro tempo. Aos 39 minutos, após escanteio cobrado por Klara Buhl, Popp, novamente de cabeça e na pequena área, ampliou o placar para as alemãs.

O panorama durante o primeiro tempo foi positivo para a Alemanha, que sofreu somente um chute a gol e dominou a maior parte da posse de bola. Alguns erros na saída de bola geraram contra-ataques para as marroquinas, mas nenhum se concretizou. Apesar do panorama positivo, as germânicas subiram o nível na segunda etapa.

O segundo tempo começou com um gol relâmpago: Klara Buhl roubou a bola logo após um erro de passe segundos depois do apito inicial e finalizou a jogada que ela mesma construiu. O chute acertou na trave e, na sobra Buhl, apareceu e faz o terceiro. Pouco tempo depois do gol, Buhl teve outra chance clara de finalização, mas o chute parou na trave. O começo de segundo tempo alemão foi implacável, com menos de 10 minutos depois do terceiro, saiu o quarto gol. Na sobra de um cruzamento, Svenja Huth levantou na área a bola que foi cabeceada para o gol pela zagueira marroquina Hanane Ait El Haj, marcando contra.

O passeio continuou e a blitz alemã pelo quinto gol não parou até marcar. Aos 34 minutos, em mais um cruzamento alemão, a goleira Khadija Er-Rmich afastou contra a zagueira Yasmin M’Rabet, que marcou o segundo gol contra marroquino, e quinto da Alemanha. Quatro minutos após o gol, a capitã Alexandra Popp foi substituída, na caminhada até o banco de reservas foi ovacionada pelos torcedores. Mesmo com uma ampla vantagem no placar, as alemãs não colocaram o pé no freio. Aos 90 minutos, Lena Lattwein finalizou uma bola que, ao ser defendida pela goleira Er-Rmichi, sobrou nos pés da atacante Lea Schuller, que marcou o sexto e fechou a conta.

Como esperado, a seleção bicampeã do mundo não teve dificuldades em seu primeiro jogo, mas surpreendeu pela elasticidade da vitória. A Alemanha dominou o jogo do início ao fim, e terminou com 74% da posse de bola e 16 chutes no total, 7 desses no gol. Todo esse domínio sem a presença de uma das maiores jogadoras do elenco, Lena Oberdorf, poupada por conta de uma lesão.

 

Disputa de bola entre duas jogadoras durante o jogo
Sara Dabritz (esquerda) e Ghizlane Chebbak (direita) disputando a bola durante o jogo. Foto: Reprodução/Twitter/EnMaroc

 

Por outro lado, as marroquinas viveram um dia para ser esquecido. Em sua estreia pela Copa do Mundo, tiveram uma péssima atuação individual e coletiva, marcada principalmente pelos erros defensivos. Ainda no primeiro tempo, a postura de contra-atacar adotada pela equipe foi completamente suprimida, chutando apenas uma vez ao gol na primeira etapa. No final, quatro gols marcados pela Alemanha tiveram início a partir de erros diretos da defesa marroquina. Com essa derrota, o Marrocos vive uma sequência de 5 jogos sem vencer.

A seleção Marroquina volta a campo no domingo (30), para enfrentar a Coreia do Sul e continuar na luta pela classificação, às 01h30 (horário de Brasília). As alemãs jogam no mesmo dia contra a Colômbia, às 06h30 (horário de Brasília), para tentar garantir a classificação para a fase eliminatória.

Se não fosse sofrido, não era Argentina. Nos pênaltis a albiceleste derrota a França e é campeã mundial pela terceira vez na história
por
Fabrizio Delle Serre
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20/12/2022 - 12h

Após 36 anos de espera, os hermanos enfim comemoraram. A Argentina é tricampeã da Copa do Mundo. No último domingo (18) às 12h, o Lusail Stadium recebeu uma das melhores finais já vistas da história do torneio mundial.

 

Lionel Messi foi decisivo, Kylian Mbappé marcou um hat-trick, porém, não foi suficiente. Nos pênaltis, a Argentina bateu a França e ficou com o troféu mais cobiçado do futebol, que tem uma nova capital pelos próximos 4 anos: Buenos Aires.

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Jogadores argentinos comemorando o tricampeonato mundial. Foto: Divulgação / FIFA

 

A decisão da Copa foi em um jogo eletrizante. Para os amantes do futebol foi mais um motivo para se apaixonar pelo esporte. A raça e a entrega dos argentinos foi recompensada. O mundo é azul e branco.

 

A Copa do Mundo de 2022 acabou. Com direito a um encerramento de gala. Diego Armando Maradona, viu e vibrou lá do céu com os “muchachos”, campeões do mundo. A comando do novo deus albiceleste: Messi.

 

Destaque também para Di Maria. O camisa 11 voltou ao time titular de Lionel Scaloni e correspondeu. Sofreu pênalti e balançou as redes.

Primeiro Tempo

A final iniciou com as equipes tensas e com entradas mais duras por ambos os lados. Os franceses até tiveram certo domínio, porém, erraram passes e estavam nervosos.

 

A Argentina percebeu o abalo emocional do adversário e tomou conta da partida. Os hermanos ditaram o ritmo da primeira etapa. Aos 20 minutos, Dembelé derrubou Di Maria dentro da área e o pênalti foi marcado.

 

Lionel Messi foi para a bola. Respirou, bateu e estufou a rede. Bola para um lado, Lloris para o outro, o placar estava aberto, 1 a 0 Argentina.

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Messi na cobrança de pênalti que abriu o placar da decisão. Foto: @EPA / Toga Bozoglu

Além do gol, Messi naquele momento se tornava o artilheiro da competição com 6 gols, deixando para trás Mbappé.

 

Mesmo com o placar aberto, a França parecia que ainda estava no vestiário. A Argentina continuou dominando a partida. O objetivo era o segundo gol.

 

Aos 35 minutos em um erro de Upamecano os hermanos partiram para o contra-ataque. Uma linda jogada. Mac Allister tocou para Messi que passou para Julián Álvarez. O atacante lançou pelas costas da linha de defesa francesa.

 

Mac Allister recebeu e ajeitou para Di Maria que bateu na saída de Llorris. 2 a 0 e a partida parecia estar definida.

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Di María aprontou das suas mágicas e só tirou de Lloris para marcar o segundo gol
@FRANCK FIFE / AFP

Ao final dos primeiros 45 minutos, o domínio era total da equipe de Scaloni. Ganhavam nas estatísticas e no placar. Os franceses ainda não haviam finalizado.

Segundo Tempo

O segundo tempo começou e o controle argentino ainda era nítido. Assim como na primeira etapa, as ações ofensivas eram sempre direcionadas ao gol de Llorris.

 

A Argentina teve a chance de ampliar: De Paul de voleio aos 3 minutos e com Julián Álvarez aos 13. Ambas as chances pararam nas mãos do goleiro francês.

 

Aos 22 minutos, a primeira finalização da França foi realizada. Kolo Muani de cabeça. A tentativa não levou perigo algum ao gol de Martinez.

 

O jogo foi avançando e a França parecia estar entregue. Era questão de tempo para o fim da fila de 36 anos dos hermanos longe do topo do mundo.

 

Faltavam 12 minutos para o fim do tempo regulamentar, até que Otamendi derrubou Kolo Muani dentro da área. Pênalti para a França. Tensão total no Lusail Stadium.

Então, a estrela de Kylian Mbappé começou a brilhar.

 

O garoto de 23 anos com muita frieza foi para a cobrança da penalidade máxima. Correu, bateu e diminuiu, 2 a 1.

 

A Argentina entrou em curto-circuito. Após 1 minuto do primeiro gol francês, Kylian Mbappé recebeu um bom passe de Thuram. O camisa 10 em um lindo chute de perna direita balançou a rede novamente. Tudo igual. 2 a 2

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Finalização de Mbappé que colocou a França de volta na final. Foto: @EPA / Toga Bozoglu

 

O juiz apitou o final dos 90 minutos.  Os argentinos estavam tentando entender o que havia acontecido, enquanto os franceses haviam feito uma revolução em menos de 5 minutos.

Empate? Mais 30 minutos!

Haja coração, amigo! A prorrogação foi simplesmente encantadora. Os primeiros 15 minutos foram tensos. Com chances para os dois lados, mas sem efetividade tanto da Argentina quanto da França.

 

A única boa chance dos hermanos no primeiro tempo foi no chute de Lautaro, que foi travado por Upamecano. No rebote Montiel finalizou, mas Varane afastou de cabeça.

 

Lautaro teve nos acréscimos outra oportunidade de desempatar, mas bateu para fora e desperdiçou.

 

Os 15 minutos finais foram emocionantes. Com quase 3 minutos, Lautaro finalizou e Lloris deu o rebote. Lionel Messi estava no lugar certo e na hora certa.  Dessa vez, de perna direita o camisa 10 tirou o empate do placar. 3 a 2, os hermanos estavam de novo na frente.

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Segundo gol de Messi na decisão. Foto: Tarso Sarraf / O Liberal

Os minutos passavam, o fim estava se aproximando e a Argentina estava próxima da tão sonhada conquista da Copa do Mundo. Mas, Mbappé ainda estava em campo e não facilitou para a albiceleste.

 

Há pouco mais de 4 minutos do fim, o garoto bateu e a bola tocou no braço de Montiel que estava dentro da área. Mais um pênalti para a equipe de Deschamps.

 

Novamente, Mbappé na cobrança. O craque do PSG deslocou o goleiro Martínez para empatar a partida, 3 a 3. O futebol viveu naquele momento sua emoção no estado mais puro. Além do gol, o francês se tornou o artilheiro da competição com 8 gols.

 

Na última chance  dos franceses, Kolo Muani ficou cara a cara com Martínez. O goleiro Argentino defendeu com o pé. Dibu foi brilhante e salvou a seleção de mais um vice.

Pênaltis

Com o empate na prorrogação, a Copa foi decidida nas penalidades máximas pela terceira vez em sua história. Os franceses iniciaram a disputa. Mbappé converteu.

 

Na sequência, Lionel Messi abriu as penalidades para os argentinos e também balançou as redes.

 

Martinez pegou a cobrança de Coman, acertando o canto escolhido pelo francês. A taça estava saindo de Paris com rumo a Buenos Aires.

 

Dybala fez o dele, bateu no meio com segurança. O próximo pênalti foi cobrado por Tchouaméni, o meia do Real Madrid bateu pra fora. Comemoração de Dibu com direito a dancinha.

 

Na sequência, Paredes converteu. Kolo Muani não desperdiçou e a França ainda estava viva.

 

29 de junho de 1986. Essa data ficou marcada na história dos Argentinos. Montiel tinha que fazer para acabar com a espera de 36 anos. O Tricampeonato estava próximo.

 

Montiel correu, bateu e fez. Argentina tricampeã do mundo.

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Argentina Campeã do Mundo. @EPA / Friedemann Vogel

A Terceira estrela e Messi

18 de dezembro de 2022. Um novo feriado para os argentinos. Uma data histórica para Lionel Messi que fez a ilusão virar realidade. O ET conquistou o único troféu que faltava em sua vitoriosa carreira.

 

35 anos de idade. Dores de 2014, 2015 e 2016 com 3 vices consecutivos. Acabou. Lionel Messi provou para si e para o mundo que ainda é o melhor.

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Messi levantando a principal taça do futebol. Foto: Divulgação / FIFA

Gênio, divino, predestinado. Como definir quem conseguiu superar Maradona? O mundo é da Argentina pela terceira vez, a estrela de número 3 finalmente foi costurada no escudo albiceleste.

 

Duas delas foram a comanda de D10S, que agora passa seu bastão para um imortal na Argentina e no mundo do futebol: Lionel Messi.

 

1978, 1986, 2022. Tricampeões, os muchachos conseguiram conquistar o mundo. A taça voltou para Buenos Aires. A terra de Diego y Lionel tem o mundo novamente. Os Argentinos não precisam mais “ilusionar”, o título é realidade. 

 

 

Meu pai estava errado sobre muitas coisas, esta é uma delas
por
Bianca Novais
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20/12/2022 - 12h

Na primeira vez que fui ao estádio, eu já era adulta. Para meu pai, o estádio não era lugar de menina. E para nossa situação financeira, o estádio também não era exatamente o lugar do meu pai. Parece um clichê da internet, não é? Tal lugar não é lugar de mulher. O pior é que existe na vida real e a gente acredita. Eu acreditei por muitos anos.

Mesmo vendo a Rainha Marta ser a melhor futebolista do mundo cinco vezes seguidas, a maior artilheira das seleções brasileiras, a primeira atleta a marcar gols em cinco edições de Copa do Mundo da FIFA.

Mesmo vendo Formiga ser a única pessoa a ter participado de sete Copas do Mundo e de sete Olimpíadas, a que mais vezes entrou em campo com a amarelinha.

Mesmo vendo Cristiane se tornar a maior artilheira das Olimpíadas, vencer a primeira edição feminina da Libertadores, ao lado de Marta, e ser artilheira também desta competição.

Todas mulheres pretas, como eu.

Apesar de ver, eu não enxergava. Muito por isso fiquei assustada e apreensiva com o convite do amigo Luan Leão para tocar o barquinho da cobertura da Copa do Mundo pela AGEMT, com ele e o inenarrável Bruno Scaciotti.

Se meu lugar não era nem no estádio, imagina em posição de liderança frente a 20 homens falando sobre bola?

Pouco mais de três meses de planejamento, 28 dias de Copa do Mundo, 99 textos no site, 9 episódios do podcast Expresso Catar, 4 episódios do programa Manual de Sobrevivência da Copa do Mundo, 37 edições do boletim diário em vídeo Já É Copa, fora o baile.

Não vi o Brasil ser hexa, mas pude ver Marrocos ser a primeira seleção africana a chegar nas semifinais de uma Copa. Vi Cristiano Ronaldo ser o terceiro atleta a marcar gol em cinco edições do mundial de seleções. Neymar se igualar em gols pela seleção com Pelé. Kylian Mbappé ser o segundo jogador a marcar um hat-trick em final de Copa do Mundo. Messi ser consagrado como um dos deuses do futebol ao conquistar o tricampeonato argentino. E o primeiro trio de arbitragem feminino a apitar um jogo da Copa do Mundo masculina.

Nada mal para quem não está no lugar.

Marta, Cristiane e Formiga, a Santa Trindade do futebol feminino brasileiro. Foto: NICHOLAS KAMM/GettyImages
Marta, Cristiane e Formiga, a Santa Trindade do futebol feminino brasileiro. Foto: Nicholas Kamm/GettyImages

 

Pela terceira vez em sua história, o time xadrez sobe ao pódio e consagra a geração liderada por Modric
por
Arthur Campos
João Victor Fogagnolo
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18/12/2022 - 12h

No último sábado (17), ocorreu a penúltima partida da Copa do Mundo Catar 2022. Croácia e Marrocos estiveram frente a frente no estádio Internacional Khalifa para definir o terceiro e quarto lugar do torneio. 

As seleções se reencontraram 24 dias depois do confronto na primeira rodada do grupo F na fase de grupos. Naquela ocasião o jogo terminou em um 0 a 0 nada saudoso. 

Em lados opostos do chaveamento, os Leões dos Atlas, tal qual Davi, foram desafiados por vários Golias e assim como na passagem bíblica de Samuel 17, triunfaram diante dos gigantes. Posteriormente, sucumbiram apenas perante a atual campeã, França. 

Já a seleção eslava, repetindo o feito de 2018, precisou passar por duas prorrogações para manter-se na competição. Da mesma forma que na edição passada, os embates contra Japão e Brasil chegaram até as penalidades máximas, nas quais as duas saíram derrotadas, com o goleiro Dominik Livakovic sendo o protagonista. Somente a Argentina foi capaz de impedir os croatas de irem a mais uma final. 

Croácia
Foto oficial da seleção croata. Imagem: Reprodução/Twitter/@fifaworldcup_pt

 

Dentro de campo as equipes vieram bem mexidas devido ao desgaste acumulado durante a Copa. O técnico Walid Regragui, que sofreu com desfalques nos duelos contra Portugal e França, promoveu descanso a alguns jogadores. Mais uma vez o comandante não teve a disposição o lateral esquerdo Noussair Mazraoui, que não estava no banco de reservas, cedendo espaço para Yahia Attiyat Allah. Já os atletas Roman Saiss, Nayef Aguerd, Selim Amallah e Azzedine Ounahi foram preservados, sendo substituídos por Achraf Dari, Jawad El Yamiq, Abdelhamid Sabiri e Bilal El Khannouss respectivamente. 

Por motivos semelhantes, o treinador Zlatko Dalic deu oportunidades para outros jogadores do plantel. Em comparação ao confronto anterior, houve três mudanças na linha de defesa, o recuo de Ivan Perisic para variar entre lateral e ala pela esquerda, junto com as entradas de Josip Sutalo e Josip Stanisic, nas vagas de Dejan Lovren e Josip Juranovic, nesta ordem. Na parte ofensiva, Lovro Majer, Mislav Orsic e Marko Livaja também ganharam chances nos lugares de Mario Pasalic, Borna Sosa e Marcelo Brozovic. 

Dado o apito inicial, os 44.137 expectadores viram um começo de partida movimentado. Em jogada ensaiada na cobrança de falta, Majer bateu para dentro da área, Perisic escorou de cabeça e Josko Gvardiol completou para abrir o marcador aos 7 minutos, numa bela trama croata.

Croácia
Gvardiol mergulhou e fez 1x0 para o time xadrez. Foto: Reprodução/Twitter/@FIFAWorldCup

 

No minuto seguinte, novamente em bola parada, o cruzamento de Hakim Ziyech desviou e sobrou para Dari empatar a disputa. Antes do intervalo, aos 42, numa recuperação dos eslavos na zona de ataque, Livaja passou para Orsic finalizar com chapa do pé, e resvalando levemente na trave, morreu dentro das redes do goleiro Bono. 

Na volta para o segundo tempo, o fator físico pesou e o ritmo do jogo caiu. Apesar da posse de bola marroquina, os leões não conseguiram concretizá-la em reais perigos de gol. Sem grandes emoções na etapa final, o placar terminou em 2 a 1, com a Croácia conquistando o terceiro lugar da Copa do Mundo.  

A campanha coroou um possível fim da brilhante trajetória de Luka Modric na seleção. O camisa 10 foi o destaque desse meio campo e ficará eternizado como o maestro dessa geração.

Croácia
O craque Modric em sua última Copa do Mundo. Foto: Reprodução/Twitter/@FIFAWorldCup

 

Mesmo ficando com a quarta colocação, Marrocos sai do Catar de cabeça erguida e o treinador Regragui fez questão de enaltecer.

“Lembraremos de muitos jogos, voltaremos mais fortes. Unimos o nosso país durante um mês, todos estavam felizes”, enfatizou. 

O comandante também falou sobre o legado que deixaram nessa Copa.

“Eu acho que mostramos nossa força. Mostramos que o futebol africano está preparado para enfrentar os principais times do mundo com eficiência e jogando no nível mais alto”, comentou. 

O técnico marroquino ainda deixou seu recado visando os próximos objetivos da equipe.

“Eu disse aos meus jogadores que não podemos ser reis do mundo antes de sermos reis do continente. Nós vamos trabalhar para ganhar a Copa Africana de Nações”, afirmou Regragui. 

Novatos em disputa de Mundiais, os galeses chegam apostando em seu grande craque e em um elemento surpresa... A superstição.
por
Eduardo Machado
Gabriel Cordeiro
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11/10/2022 - 12h

O Reino Unido tem um novo representante além da tradicional Inglaterra na Copa do Mundo de 2022. O país está localizado a sudestes da Grã-Bretanha, e tem cerca de 3 milhões de habitantes. Gales é relativamente pequeno, com extensão de 20 mil km², e a capital Cardiff é considerada a cidade mais verde da Europa, ao todo são mais de 300 parques e jardins espalhados pela cidade.

Outra curiosidade, é que Cardiff se tornou a capital em 1955 e, por isso, é a capital mais nova da Europa. Os galeses possuem dois idiomas oficiais, a língua inglesa, herdada dos colonizadores ingleses e a língua galesa – ou língua dos celtas, no entanto, o idioma pré-anglo-saxão, cheio de consoantes, é falado por apenas cerca de 18% dos galeses.

A seleção é conhecida como “Dragão Vermelho”, em referência ao símbolo que aparece na bandeira do país, que como vocês podem imaginar, pasmem, é um dragão vermelho. A bandeira como se conhece hoje (cores e formatos) foi reconhecida e oficializada apenas em 1959, e o animal no centro dela significa proteção para o país.



Novato em Copas

A seleção de Gales fará apenas sua segunda participação em Copa do Mundo, a última foi há 64 anos, em 1958, na Copa do Mundo da Suécia, quando alcançou as quartas de final. O ano foi emblemático, também, para os brasileiros por representar a primeira conquista de seleção canarinho.


Desde então, os galeses não venceram e nem convenceram em campo, colecionando campanhas abaixo da média e derrotas que viraram rotina na terra dos dragões.

Seleção de Gales
Galeses surpreenderam ao vencer a Ucrânia e garantir vaga na Copa. Foto: Reprodução / Instagram



Passagem para o Catar


Desde a última participação em Copa do Mundo, os galeses não convenceram em campo, colecionando campanhas abaixo da média e derrotas que viraram rotina na terra dos dragões. Porém, esse ano todos foram surpreendidos com a inesperada classificação para o Catar.

O resultado veio no dia 5 de junho, após vencer a seleção da Ucrânia por 1 a 0, com gol contra do ucraniano Andriy Yarmolenko, na final da Repescagem Europeia. O jogo foi conturbado, marcado por questões geopolíticas envolvendo a seleção ucraniana e a invasão russa ao país no leste europeu.

 

O craque

Em campo, Gales tem uma esperança e essa chama-se: Gareth Bale. Conhecido como “O golfista”, o atacante de 33 anos é dono de uma carreira vitoriosa no futebol europeu, com passagens por Tottenham e Real Madrid, tendo jogado ao lado de Cristiano Ronaldo e Karim Benzema, formando o trio “BBC” campeão de títulos como a UEFA Champions League, La Liga (campeonato espanhol) e o Mundial de Clubes da FIFA.

Atualmente, o jogador atua em uma liga menos competitiva, a MLS, onde defende o Los Angeles FC. Ainda sim, é o craque dos Dragões.

Seleção de Gales
Principal jogador e capitão, Bale é a esperança dos Dragões Vermelhos. Foto: Reprodução / Instagram 

Tática Galesa

O treinador Rob Page foi efetivado no comando da seleção em setembro de 2022, depois de 2 anos como interino. O técnico costuma escalar seu esquadrão no 3-4-3, criando um jogo que tende a deixar Bale como o homem da finalização. Podemos dizer que o time joga em função de um homem só.

Muitos questionam a efetividade do sistema adotado pelo comandante Gales, mas se depender de superstições e muita fé, os galeses já se consideram campeões.
 

Seleção de Gales
Paige chega ao Catar com o contrato renovado para mais quatro anos. Foto: Reprodução / Instagram 

Se eles dizem...

Ao longo da competição vamos nos deparar com mídias um tanto quanto exóticas desse time. Nós explicamos, a seleção sempre aparece tortos nas fotos, geralmente com 5 jogadores em pé e quatro sem combinar com a direção da fileira de atletas agachados, como é comum no futebol mundial

Esse esquema tático para as fotografias é usado em decorrência de uma superstição dos galeses que acreditam que tal desorganização traz “boa sorte” aos jogadores.

Jogando apenas o segundo mundial de sua história, o País de Gales já reúne elementos para ganhar a torcida dos supersticiosos. Será que a superstição vai funcionar em novembro, no Catar ?

Com time jovem e planejando a Copa de 2026 em casa, a seleção dos Estados Unidos usará o Catar como preparação
por
Eduardo Machado
Gabriel Cordeiro
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11/10/2022 - 12h

Protagonizando a sua décima participação em Copas do Mundo, a seleção dos Estados Unidos da América vem com as armas apontadas para a Ásia, o tio Sam diz: “I want you!” para a taça mais desejada do momento. Seria essa a grande zebra da edição?

Localizado na América do Norte, sendo considerado uma das grandes potências econômicas mundiais, o país tem cerca de 329,5 milhões de habitantes, e volta a dar as caras após oito anos longe de uma Copa do Mundo da FIFA.

 

Até o Catar

A seleção dos yankees garantiu a vaga na competição no dia 30 de março de 2022, mesmo com uma derrota por 2 a 0 para a Costa Rica na última rodada das eliminatórias da Concacaf. Os EUA se classificaram em 3º lugar, com os mesmos 25 pontos da Costa Rica, mas com um saldo de gols maior (11 a 5), ficando atrás apenas de Canadá (1°) e México (2°).

Em 2021, os EUA foram campeões da Copa Ouro Concacaf, principal torneio de seleções da américa central e do norte. O título veio em um jogo suado contra o México, com vitória por 1 a 0 na prorrogação, gol de Milles Robinson aos 118 minutos. Esse foi o 7º título norte-americano da competição. 

Seleção dos EUA
Jogadores comemoram gol de Robinson no final da prorrogação contra o México. Foto: Reprodução / Instagram 

Pouca tradição

O melhor desempenho dessa seleção em uma Copa do Mundo foi na edição de 1930, ano em que conquistou o 3º lugar geral. O baixo desempenho dos Estados Unidos em Copas se dá, principalmente, pela existência do seu modelo esportivo escolar; os atletas crescem em um meio onde o nível futebolístico está abaixo das categorias de base de muitos clubes brasileiros, por exemplo.

Em 2020, em entrevista ao CBS Sports, o técnico Gregg Berhalter, no comando da seleção dos Estados Unidos desde dezembro de 2018, se mostrou otimista para o crescimento da qualidade do futebol norte-americano. Mesmo com a Copa de 2022 a disputar, o técnico já planeja a edição de 2026, onde os Estados Unidos serão o país sede junto a Canadá e México.

“É muito bom o fato de sermos anfitriões em 2026...Acreditamos que podemos montar uma equipe que pode ter um ótimo desempenho e potencialmente surpreender o mundo em 2026", disse Berhalter na ocasião.

Seleção dos EUA
EUA prepara o time para a edição de 2026, ano que sediará a Copa do Mundo. Foto: Reprodução / Instagram 

Na tática

O técnico Greg Berhalter costuma armar o time na tradicional formação 4-3-3, conseguindo obter uma defesa muito interessante e um contra-ataque poderoso.

 

Os meninos dos EUA

A seleção americana costuma não incomodar muito seus adversários. No entanto, esse ano, as jovens promessas do futebol estado-unidense Weston Mckennie e Yunus Musah, meio-campistas, que atuam respectivamente pela Juventus e pelo Valencia, vêm para tentar mudar a postura do grupo em campo.

Ainda no meio-campo, podemos citar o volante Tyler Adams, do Leeds United, e o meia Giovanni Reyna, do Borussia Dortmund.

O time também conta com jogadores mais experientes e que atuam em grandes ligas, como os goleiros Matt Turner, do Arsenal, e Zack Steffen, que pertence ao Manchester City, mas está emprestado ao Middlesbrough. Ainda na defesa, o time conta com o lateral-direito Sergiño Dest, que hoje atua pelo Milan.

Seleção dos EUA
Pulisic é a grande estrela do time norte-americano. Foto: Reprodução / Instagram 

No comando de ataque a grande estrela é Christian Pulisic, atualmente no Chelsea. A estrela tem 68 partidas disputadas com a camisa da seleção, 32 gols marcados e 11 assistências, se somadas as participações nas seleções de base. Considerando apenas as atuações na seleção principal, são 52 jogos, 21 gols e 9 assistências. 

Com um projeto a longo prazo, mirando a próxima edição de Copa que será em casa, os norte-americanos vêm mais fortes e preparados do que nunca em 2022, vamos ver os yankees de fato surpreendendo no Catar ?

Tentando fazer história, seleção iraniana pode dar trabalho
por
Gabriel Cordeiro
Eduardo Machado
|
04/10/2022 - 12h

Localizado no Sudoeste Asiático, no Oriente Médio, o Irã possui aproximadamente 84 milhões de habitantes, o país é o antigo local do Império Persa, e sua capital é Teerã. A população é majoritariamente islâmica, e tem como idioma mais falado o persa e um fato tanto quanto curioso: o consumo de bebidas alcoólicas é proibido no país.

O país asiático vive em uma teocracia, um sistema político um tanto complexo, que mistura elementos democráticos com elementos de caráter teocrático. Apesar de confuso, a maior parte do poder político recai sob a figura do líder supremo, que atualmente é o aiatolá Ali Khamenei. O cargo de líder supremo é vitalício, e ele é a maior autoridade tanto política quanto religiosa, ainda existe a função do presidente, mas ele é reduzido a segunda maior autoridade.

 

Trânsito em Teerã, Irã  

Foto de Teerã, capital do Irã (Foto: iStock)

No futebol, a seleção iraniana é muito querida para a população, com muitos torcedores apaixonados pelo time, que se dispõe a viajar o mundo para acompanhá-lo. A seleção tem alguns apelidos como Team Melli (Time do Povo), Princes of Persia, Lions of Persia e alguns outros, com o primeiro sendo o mais popular.

O maior artilheiro da seleção iraniana não detém só o recorde de gols pelo Irã, Ali Daei é o 2° maior artilheiro da história do futebol por seleções, tendo sido ultrapassado recentemente por Cristiano Ronaldo. O jogador marcou 109 gols em 149 jogos com a camisa do Team Melli

ali daei

Ali Daei em campo pela seleção iraniana (Foto: Getty Images)

Em termos de títulos, a seleção persa já foi tricampeã de forma consecutiva da Copa da Ásia, em 1968, 1972 e 1976. Na história recente, os Leões Persas chegaram até a semifinal da Copa da Ásia de 2020.

Histórico em Copas

O Irã teve sua primeira participação em Copa do Mundo foi em 1978 na Argentina, e a seleção perdeu dois dos três jogos, sendo eliminada ainda na fase de grupos. Depois dessa participação, os iranianos ficaram 20 anos longe dos mundiais, grande parte devido à guerra com o Iraque de Saddam Hussein, a revolução interna de 1979 e alguns outros fatores deixaram o futebol escanteado.

A segunda participação foi somente em 1998, na França, edição em que conquistou sua primeira vitória em Copas, um histórico 1 a 0 contra os Estados Unidos (confronto que curiosamente se repete na edição deste ano), em jogo marcado por ações repudiando o ódio e tensão entre os dois países, com presentes sendo trocados entre os times. Mesmo com a vitória, os asiáticos não passaram da fase de grupos, já que perderam os outros dois jogos.

Jogadores americanos e iranianos posam juntos para foto antes do "jogo da paz" no Mundial de 1998 - Juca Varella/Folha Imagem

Jogadores americanos e iranianos posando para o “Jogo da Paz” de 1998 (Foto: Folha Imagem)

A seleção iraniana também esteve na Copa de 2006 e junto ao Japão foram os primeiros países a se classificarem para o torneio, causando histeria nacional. O Irã novamente foi desclassificado na fase de grupos, perdendo duas partidas e empatando a outra.

Atualmente, a seleção iraniana vem de 2 Copas consecutivas, sendo a edição de 2022, no Catar, a terceira. Em 2018 conseguiu sua segunda vitória em Copas do Mundo, com um 1 a 0 contra a seleção de Marrocos. Para o mundial deste ano, os persas se classificaram após uma vitória por 1 a 0 contra a seleção do Iraque, se tornando a primeira seleção asiática a se classificar para o mundial no Catar.

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Jogadores comemorando a classificação para o mundial de 2022 (Foto: Getty Images/One Football)

Prancheta do Skocic

O Team Melli vem mais amadurecido em relação a 2018. Desde 2020 está sendo comandados pelo técnico croata Dragan Skocic, que assumiu pós a saída de Marc Wilmots, que vinha tendo resultados ruins.

No lado tático, o time costuma jogar de maneira a priorizar a defesa, se destacando por levar poucos gols e costuma utilizar os esquemas 4-2-3-1,4-1-4-1 e o 4-3-3.

 

Olho neles..

Um dos destaques do país Sardar Azmoun, de 27 anos, é atacante do Bayer Leverkusen da Alemanha, se transferiu recentemente ao clube alemão, antes disso era jogador importante do Zenit, da Rússia, onde foi destaque nas conquistas do campeonato nacional por quatro vezes.

Sardar Azmoun jogando pela seleção iraniana (Foto: Getty Images)

Outro destaque que merece a atenção na seleção persa é Mehdi Taremi, de 30 anos, atacante do Porto. Taremi foi o autor do gol que classificou o Irã para o Catar e vem sendo titular e importante para o clube português.

 

 

Taremi em partida pela seleção iraniana para as eliminatórias da Copa do Mundo (Foto: Getty Images)

Para a Copa de 2022 a expectativa é tentar surpreender e passar da fase de grupos. O Irã está no grupo B e enfrentará a Inglaterra, País de Gales e os Estados Unidos. Será possível para o Team Melli se superar e fazer no Catar a melhor campanha de sua história?

 

Suposto áudio vazado do jogador equatoriano quase tirou o Equador da Copa do Catar, entenda o caso.
por
João Serradas
Pedro Pina
|
27/09/2022 - 12h

O lateral-direito Byron Castillo, jogador do León, do México, e da seleção do Equador, está passando por um momento conturbado em sua carreira devido a uma denúncia da seleção do Chile. Em maio deste ano, os chilenos acusaram o jogador de não ter nacionalidade equatoriana e mesmo assim ter sido escalado em oito jogos das eliminatórias da Copa do Mundo 2022, sendo dois deles contra a equipe chilena, infringindo assim as normas da FIFA.

Não é de hoje que essa polêmica repercute no Equador, no início de sua carreira o jogador já tinha tido problemas em relação a documentação. Byron chegou a ser dispensado da seleção sub-17 e sub-20 do Equador, justamente pelas suspeitas de ser colombiano. Fora um estranho caso em 2015, quando o atleta foi contratado pelo clube equatoriano Emelec, mas logo foi devolvido para o seu clube de origem, o Norte América, porque não havia sido aprovado nos exames legais. Em agosto de 2021, sua naturalidade equatoriana foi confirmada pela federação.

Byron Castillo, lateral-direito da seleção do Equador -  Fonte:  @LaTri/Twitter

No dia 11 de maio de 2022, a FIFA decidiu abrir a investigação para apurar a denúncia feita pelo Chile. Depois de quase um mês, o Comitê Disciplinar da FIFA decidiu encerrar o caso após verificar as alegações feitas por parte da federação chilena, mas a situação mudou recentemente.

Em 12 de setembro, o jornal inglês Daily Mail divulgou um suposto áudio que revela a confissão do jogador em relação a sua nacionalidade e data de nascimento. No áudio, Castillo revela que nasceu em Temuco, na Colômbia, em 1995, e não em 1998, em General Villamil, no Equador, como consta em seus documentos. Depois do vazamento do áudio, Pablo Milad, Presidente da Federação Chilena, disse que a declaração comprova a irregularidade do jogador.

"Isso nos ajuda a ter esperança. Fundamenta mais e dá mais força à nossa posição. É uma evidência externa, que não está dentro das provas que apresentamos, mas consolida mais nossa denúncia. Agora é esperar o que o Comitê de Apelações vai decidir. Agora estamos sujeitos à determinação. Tomara que a decisão seja justa. Nós vamos seguir até as últimas consequências", declarou Milad.

Diante dos fatos, Bryon Castillo foi convocado no dia 15 de setembro para uma audiência, porém, o jogador não compareceu, obedecendo a estratégia de defesa, conduzida pelo advogado Andrés Holguin, de permanecer em silêncio e não dar declarações ao Comitê de Apelações. Além disso, o advogado também ressaltou que o áudio em questão não pode ser usado como prova já que ele não foi apresentado em primeira instância.

Eduardo Carlezzo é o advogado responsável por representar a Federação chilena. Carlezzo mostrou a certidão de nascimento de Bryon Castillo na entrevista coletiva em Santiago, no Chile. O documento evidencia que o jogador nasceu na Colômbia no dia 25 de novembro de 1996 e este mesmo documento teria sido validado em 1º de junho deste ano.

"Seria escandaloso se a Fifa desconhecesse essas informações. Há muitas coisas", disse Carlezzo que em seguida reforçou que faria de tudo para incluir Chile na Copa do Qatar. "Estamos buscando os pontos para ir à Copa do Mundo".

Mas nenhuma das declarações do advogado fizeram efeito já que no dia seguinte da denúncia, a FIFA recusou novamente mais uma tentativa do Chile de tirar o Equador da Copa do Mundo 2022. A federação explicou que ainda cabe recurso no Tribunal Arbitral do Esporte. Porém, é improvável que haja um novo julgamento até o início da Copa, em 20 de novembro, quando o Catar enfrenta justamente o Equador.

Se as alegações fossem confirmadas, a seleção equatoriana perderia os pontos conquistados nos 8 jogos que Byron Castillo entrou em campo, levando assim a seleção Chilena a se classificar diretamente para a Copa do Qatar, já que essa perda de pontos traria o Chile para a quarta colocação na tabela das eliminatórias sul-americana.

Nota da FIFA

O Comitê de Apelação da FIFA se pronunciou sobre os recursos interpostos pela Associação Chilena de Futebol (FFCH) e pela Associação Peruana de Futebol (FPF) contra a decisão do Comitê Disciplinar da FIFA sobre a potencial inelegibilidade do jogador Byron David Castillo Segura em relação à sua participação em oito partidas de qualificação da seleção nacional da Federação Equatoriana de Futebol (FEF) na competição preliminar da Copa do Mundo da FIFA Qatar 2022™.

Analisadas as alegações de todas as partes e realizada audiência, a Comissão de Recurso confirmou a decisão da Comissão Disciplinar de arquivar o processo instaurado contra a FEF. Entre outras considerações, considerou que, com base nos documentos apresentados, o jogador deveria ser considerado como titular de nacionalidade equatoriana permanente, de acordo com o art. 5 par. 1 do Regulamento da FIFA para a Aplicação dos Estatutos.

As conclusões da decisão aprovada pelo Comitê de Apelação foram notificadas às partes interessadas hoje. A presente decisão continua sujeita a recurso para o Tribunal Arbitral do Desporto.

 

Com time competitivo nas últimas competições, a seleção é uma das favoritas para o mundial
por
Gabriel Cordeiro
Eduardo Machado
|
27/09/2022 - 12h

Um dos países mais influentes do mundo, com uma população de aproximadamente 55 milhões de habitantes, a Inglaterra faz parte do Reino Unido e tem sua capital em Londres. Geograficamente está na Europa Ocidental, na Ilha da Grã-Bretanha, fazendo fronteira com a Escócia e o rival do mesmo grupo, o País de Gales.

O sistema político vigente é o de uma monarquia parlamentarista, ou seja, o monarca exerce a função de líder de estado e tem um Primeiro-Ministro responsável por governar. Com a recente morte da Rainha Elizabeth II, monarca mais longeva da história do Reino Unido, quem assumiu o trono foi o filho mais velho, Rei Charles III. A Primeira-Ministra atual é Liz Truss, eleita este ano após sequência de escândalos no governo de Boris Johnson, o que o levou a renunciar do cargo.

Vista de Big Ben, em Londres, Inglaterra

Foto de Londres, capital da Inglaterra

A terra da rainha, agora do Rei, tem muita história no futebol, foi lá onde o esporte como conhecemos hoje foi criado. Este fato inclusive levou a criação da famosa frase dita pelos torcedores da seleção inglesa: “Its coming home”, traduzindo é algo como está voltando para casa, em referência a trazer de volta as glórias esportivas ao seu local de criação.

A seleção inglesa é tradicional, e foi um dos times a disputar a primeira partida entre seleções nacionais na história, em jogo contra a Escócia, em 1872. Os ingleses são carinhosamente chamados de os “Três Leões”, em inglês The Three Lions.

O maior artilheiro da história da seleção inglesa é Wayne Rooney, histórico jogador do Manchester United, autor de 53 gols com a camisa dos Três Leões. O ex-goleiro Peter Shilton, é o jogador com mais partidas tendo 125 jogos entre 1970 e 1990. Muitos jogadores históricos para o futebol mundial já representaram a Inglaterra, é o caso de Frank Lampard, Steven Gerrard, George Best, David Beckham, Alan Shearer e outros craques.

England World Cup 2006 | 10072018

Seleção inglesa em 2006. Em pé esquerda para direita: Paul Robinson, John Terry, Rio Ferdinand,  Steven Gerrard, Owen Hargreaves e Frank Lampard. Agachados: Wayne Rooney, David Beckham, Gary Neville, Joe Cole e Ashley Cole (Foto: ADRIAN DENNIS / AFP)

Tem tradição

O país bretão esteve presente em 16 edições de Copa do Mundo, tendo ficado de fora em apenas 6 ocasiões nos anos de 1930,1934,1938,1974, 1978 e 1994. Seu maior artilheiro em Copas é Gary Lineker, com 8 gols. A melhor participação inglesa em mundial foi na campanha de 1966, com destaque para o histórico Sir Bobby Charlton e Geoff Hurst, este último marcou 3 gols na final contra a Alemanha de Franz Beckenbauer.World Cup stunning moments: the 1966 World Cup | World Cup | The Guardian

Elenco campeão de 1966 segurando a taça de campeões mundiais. (Foto: Getty Images)

Passaporte carimbado

Esta geração de jogadores da Inglaterra é um dos times mais fortes da edição de 2022. Sob o comando de Gareth Southgate desde 2016, teve sua presença confirmada no Catar em novembro de 2021 após um sonoro 10 a 0 sobre a seleção de San Marino. A seleção ficou em primeiro no Grupo I das Eliminatórias Europeias.

A equipe de Southgate vem tendo bons resultados recentes, com o vice-campeonato da Eurocopa 2020 - sendo derrotada nos pênaltis pela Itália - e também a quarta colocação da Copa do Mundo de 2018, sendo eliminada pela vice-campeã Croácia na semifinal, em um jogo de fortes emoções para os amantes de futebol.

 

Olho neles…

Harry Kane, de 29 anos, é considerado um dos melhores atacantes do mundo. Jogador do Tottenham, foi chuteira de ouro de 2017, artilheiro da Copa de 2018, 3° maior artilheiro da seleção inglesa e é o atual capitão.

Harry Kane inspires England to World Cup knockout stage with Panama thrashing

Harry Kane comemorando pela seleção inglesa Foto: Reuters/Carlos Barria

Outro destaque é Phil Foden, de 22 anos, meia-atacante do Manchester City, e fundamental nas conquistas recentes do Campeonato Inglês pelo time de Manchester, tendo sido eleito o melhor jogador jovem do campeonato por dois anos seguidos.

Phil Foden of England looks on during the UEFA Nations League group stage match between England and Iceland at Wembley Stadium on November 18, 2020 in London, England

Phil Foden jogando pela seleção inglesa (Foto: Getty Images

Ainda falando das jóias, Jude Bellingham, de 19 anos, meia do Borussia Dortmund, é considerado uma das maiores promessas do futebol mundial atualmente. Aliás, a camisa 22, número que costumava usar, foi aposentado por seu ex-clube, o Birmingham City para dar valor ao que Bellingham alcançou em tão pouco tempo.

Bellingham, 18, already has eight caps for England but Southgate is cautious given the amount of football he played last season

Jude Bellingham jogando pela seleção inglesa (Foto: Getty Images)

Cara de menino e futebol de gente grande: Trent Alexander-Arnold. O lateral-direito do Liverpool, tem apenas 23 anos e está sendo considerado um dos melhores laterais do mundo. Alexander-Arnold foi peça fundamental na equipe de Jürgen Klopp que conquistou a Champions League e a Premier League.

Embora seja um destaque mundial, o lateral vive uma situação peculiar na seleção. Alexander-Arnold é preterido em muitos momentos por Kyle Walker, jogador do Manchester City, então, não estranhem se parar para assistir a Inglaterra jogar e encontrar o jovem do Liverpool no banco nesta Copa.

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Trent Alexander-Arnold em partida pela seleção inglesa (Foto: Getty Images)

 

Completando a lista de (alguns) destaques está Bukayo Saka, de 21 anos. O ponta-direita do Arsenal, marcado por ter sido um dos jogadores que perdeu pênalti na final da Euro, resultando no vice-campeonato, deu a volta por cima mesmo sofrendo com críticas e ofensas por parte dos torcedores. Saka é um dos destaques do Arsenal na atual temporada, depois de uma boa temporada no último campeonato.

Bukayo Saka celebrates

Bukayo Saka comemorando gol pela seleção (Foto:Getty Images)

 

Speak, teacher!

O técnico Gareth Southgate alterna os esquemas de jogo entre um 3-4-3 - neste esquema, durante a fase defensiva a última linha pode virar uma linha de 5 jogadores, um 4-3-3 ou o tradicional 4-2-3-1. O time titular ainda varia bastante, com vários testes sendo feitos na Liga das Nações, e durante os amistosos internacionais.

England fielded a diverse team against Denmark in the semi-final

Foto da seleção inglesa na Euro 2020. Em pé esquerda para direita: Kyle Walker; Kalvin Phillips; Harry Maguire; John Stones; Declan Rice; Jordan Pickford. Agachados: Mason Mount; Bukayo Saka; Raheem Sterling; Harry Kane e Luke Shaw. (Foto: Sky Sports )

Na Copa de 2022 a Inglaterra é a cabeça de chave do grupo B, que conta com País de Gales, Irã e Estados Unidos. A expectativa para uma boa campanha dos Three Lions é grande, será que realmente o futebol voltará para casa?