O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresenta aumento moderado, com destaque para os grupos de Transportes e Alimentação.
por
Marcello R. Toledo
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15/08/2023 - 12h

 

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal indicador de inflação no Brasil, registrou uma variação de 0,12% no mês de julho. O número representa um acréscimo de 0,20 ponto porcentual em relação à taxa de junho, que havia sido de -0,08%. No acumulado do ano, o IPCA apresenta uma alta de 2,99%, e nos últimos 12 meses, a variação é de 3,99%, superando os 3,16% registrados nos 12 meses anteriores. Em julho de 2022, a variação havia sido de -0,68%.

O IPCA  é uma ferramenta crucial para avaliar a evolução dos preços de produtos e serviços consumidos por famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos, ele serve como um indicador da inflação enfrentada e é calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), abrangendo diversas regiões metropolitanas do país, além de algumas cidades específicas.

Em linhas mais claras, o IPCA desempenha o papel de espelho do custo de vida experimentado por essa parte da população. Dessa forma, ele captura as variações de preços em uma variedade de produtos e serviços, permitindo que as autoridades econômicas, consumidores e demais interessados compreendam as tendências inflacionárias em diferentes partes do Brasil.
 

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Setores em Destaque

Dos nove grupos de produtos e serviços analisados pelo IPCA, cinco apresentaram alta no mês de julho. O grupo de Transportes teve o maior impacto, com 1,50% de variação e contribuição de 0,31 ponto porcentual. Nesse grupo, os preços da gasolina tiveram um aumento notável de 4,75%, sendo o item com maior contribuição individual para o índice do mês. Itens como gás veicular (3,84%) e etanol (1,57%) também tiveram alta, enquanto o óleo diesel apresentou uma queda de 1,37%. Passagens aéreas (4,97%) e automóveis novos (1,65%) também contribuíram para o aumento no grupo.

Em contrapartida, o grupo de Alimentação e Bebidas apresentou uma queda de 0,46%, com impacto de -0,10 ponto porcentual no índice. Esse resultado foi influenciado, principalmente, pela redução nos preços da alimentação no domicílio (-0,72%), destacando-se quedas em produtos como feijão-carioca (-9,24%), óleo de soja (-4,77%), frango em pedaços (-2,64%), carnes (-2,14%) e leite longa vida (-1,86%). Por outro lado, as frutas tiveram aumento de preço, com destaque para banana-prata (4,44%) e mamão (3,25%).

No grupo de Habitação, a taxa de -1,01% impactou o índice em -0,16 ponto porcentual. A maior contribuição para essa variação veio da energia elétrica residencial, que registrou queda de 3,89% devido à incorporação do Bônus de Itaipu (um desconto de até R$ 15 na conta de luz individual em residências de classes residencial e rural, que tiveram ao menos um mês, em 2022, consumo faturado inferior a 350 KWh) nas faturas emitidas em julho. A taxa de água e esgoto (0,18%) registrou alta devido a reajustes em algumas regiões.

Variações Regionais 

As variações regionais também tiveram impacto no IPCA de julho. Porto Alegre foi a região que apresentou a maior variação, com 0,53%, devido ao aumento do preço da gasolina (6,98%). Belo Horizonte teve a menor variação, registrando queda de -0,16%, influenciada pelas quedas nos preços dos ônibus urbanos (-17,50%) e na energia elétrica residencial (-4,23%).

INPC e Outros Indicadores

Além do IPCA, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), também foi divulgado (o Índice também mede a variação de preço de determinados produtos e serviços consumidos pelas famílias brasileiras, entretanto num recorte menor que o IPCA - considera rendimentos de 1 a 5 salários mínimos). O INPC registrou uma variação de -0,09% em julho, mantendo-se próxima à taxa de -0,10% observada no mês anterior. No acumulado do ano, o INPC acumula alta de 2,59%, e nos últimos 12 meses, a variação é de 3,53%, acima dos 3,00% registrados nos 12 meses anteriores.

Os números do IPCA e INPC demonstram que a economia brasileira segue passando por oscilações, com impactos variados nos diferentes setores e regiões do país. A análise detalhada desses indicadores é essencial para entender as dinâmicas econômicas em curso e tomar decisões informadas sobre investimentos e consumo.

Nota: Os dados e informações presentes nesta matéria foram fornecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e são referentes ao mês de julho de 2023. A análise dos indicadores deve considerar a conjuntura econômica e as possíveis variações ao longo do tempo

Seleção alemã faz 6 a 0 em jogo marcado por erros individuais e aplica maior goleada da Copa do Mundo até o momento.
por
Gusthavo Sampaio
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24/07/2023 - 12h

Na madrugada desta segunda-feira (24), Alemanha e Marrocos estrearam na Copa do Mundo Feminina FIFA 2023, em confronto pelo Grupo H. O primeiro jogo entre as equipes na história ocorreu no Estádio Melbourne Rectangular, na Austrália. A Alemanha, que nunca perdeu em uma estreia de Copa, manteve a marca e atropelou as estreantes marroquinas em um jogo que terminou 6 a 0.

 

Foto do elenco pré-jogo
Foto das jogadoras titulares na estreia alemã homenageando Carolin Simon. Foto: Reprodução/Twitter/DFB_Frauen

 

A seleção alemã iniciou sua jornada na Copa do Mundo homenageando a jogadora Carolin Simon, que foi cortada da convocação final após romper os ligamentos do joelho no último amistoso pré-copa contra a Zâmbia. Na foto em grupo do pré-jogo, as jogadoras posaram segurando uma camisa com o número 2 e o nome Simon.

Após o soar do apito, não demorou para as favoritas abrirem o placar. Com uma marcação alta logo de início, as alemãs não deram fôlego para as marroquinas e, aos 11 minutos, a capitã Alexandra Popp abriu o placar cabeceando livre na entrada da pequena área. A jogada começou com um erro da saída de bola da zagueira de Marrocos, que entregou a bola para a meia Jule Brand. Brand tocou na linha de fundo para a zagueira Hendrich que levantou a bola na área para Popp, de cabeça, mandar a bola para o fundo da rede.

Após o gol, a Alemanha manteve a posse e empurrou as marroquinas para seu campo de defesa, não sofrendo perigo durante a maior parte do primeiro tempo. Aos 39 minutos, após escanteio cobrado por Klara Buhl, Popp, novamente de cabeça e na pequena área, ampliou o placar para as alemãs.

O panorama durante o primeiro tempo foi positivo para a Alemanha, que sofreu somente um chute a gol e dominou a maior parte da posse de bola. Alguns erros na saída de bola geraram contra-ataques para as marroquinas, mas nenhum se concretizou. Apesar do panorama positivo, as germânicas subiram o nível na segunda etapa.

O segundo tempo começou com um gol relâmpago: Klara Buhl roubou a bola logo após um erro de passe segundos depois do apito inicial e finalizou a jogada que ela mesma construiu. O chute acertou na trave e, na sobra Buhl, apareceu e faz o terceiro. Pouco tempo depois do gol, Buhl teve outra chance clara de finalização, mas o chute parou na trave. O começo de segundo tempo alemão foi implacável, com menos de 10 minutos depois do terceiro, saiu o quarto gol. Na sobra de um cruzamento, Svenja Huth levantou na área a bola que foi cabeceada para o gol pela zagueira marroquina Hanane Ait El Haj, marcando contra.

O passeio continuou e a blitz alemã pelo quinto gol não parou até marcar. Aos 34 minutos, em mais um cruzamento alemão, a goleira Khadija Er-Rmich afastou contra a zagueira Yasmin M’Rabet, que marcou o segundo gol contra marroquino, e quinto da Alemanha. Quatro minutos após o gol, a capitã Alexandra Popp foi substituída, na caminhada até o banco de reservas foi ovacionada pelos torcedores. Mesmo com uma ampla vantagem no placar, as alemãs não colocaram o pé no freio. Aos 90 minutos, Lena Lattwein finalizou uma bola que, ao ser defendida pela goleira Er-Rmichi, sobrou nos pés da atacante Lea Schuller, que marcou o sexto e fechou a conta.

Como esperado, a seleção bicampeã do mundo não teve dificuldades em seu primeiro jogo, mas surpreendeu pela elasticidade da vitória. A Alemanha dominou o jogo do início ao fim, e terminou com 74% da posse de bola e 16 chutes no total, 7 desses no gol. Todo esse domínio sem a presença de uma das maiores jogadoras do elenco, Lena Oberdorf, poupada por conta de uma lesão.

 

Disputa de bola entre duas jogadoras durante o jogo
Sara Dabritz (esquerda) e Ghizlane Chebbak (direita) disputando a bola durante o jogo. Foto: Reprodução/Twitter/EnMaroc

 

Por outro lado, as marroquinas viveram um dia para ser esquecido. Em sua estreia pela Copa do Mundo, tiveram uma péssima atuação individual e coletiva, marcada principalmente pelos erros defensivos. Ainda no primeiro tempo, a postura de contra-atacar adotada pela equipe foi completamente suprimida, chutando apenas uma vez ao gol na primeira etapa. No final, quatro gols marcados pela Alemanha tiveram início a partir de erros diretos da defesa marroquina. Com essa derrota, o Marrocos vive uma sequência de 5 jogos sem vencer.

A seleção Marroquina volta a campo no domingo (30), para enfrentar a Coreia do Sul e continuar na luta pela classificação, às 01h30 (horário de Brasília). As alemãs jogam no mesmo dia contra a Colômbia, às 06h30 (horário de Brasília), para tentar garantir a classificação para a fase eliminatória.

Se não fosse sofrido, não era Argentina. Nos pênaltis a albiceleste derrota a França e é campeã mundial pela terceira vez na história
por
Fabrizio Delle Serre
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20/12/2022 - 12h

Após 36 anos de espera, os hermanos enfim comemoraram. A Argentina é tricampeã da Copa do Mundo. No último domingo (18) às 12h, o Lusail Stadium recebeu uma das melhores finais já vistas da história do torneio mundial.

 

Lionel Messi foi decisivo, Kylian Mbappé marcou um hat-trick, porém, não foi suficiente. Nos pênaltis, a Argentina bateu a França e ficou com o troféu mais cobiçado do futebol, que tem uma nova capital pelos próximos 4 anos: Buenos Aires.

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Jogadores argentinos comemorando o tricampeonato mundial. Foto: Divulgação / FIFA

 

A decisão da Copa foi em um jogo eletrizante. Para os amantes do futebol foi mais um motivo para se apaixonar pelo esporte. A raça e a entrega dos argentinos foi recompensada. O mundo é azul e branco.

 

A Copa do Mundo de 2022 acabou. Com direito a um encerramento de gala. Diego Armando Maradona, viu e vibrou lá do céu com os “muchachos”, campeões do mundo. A comando do novo deus albiceleste: Messi.

 

Destaque também para Di Maria. O camisa 11 voltou ao time titular de Lionel Scaloni e correspondeu. Sofreu pênalti e balançou as redes.

Primeiro Tempo

A final iniciou com as equipes tensas e com entradas mais duras por ambos os lados. Os franceses até tiveram certo domínio, porém, erraram passes e estavam nervosos.

 

A Argentina percebeu o abalo emocional do adversário e tomou conta da partida. Os hermanos ditaram o ritmo da primeira etapa. Aos 20 minutos, Dembelé derrubou Di Maria dentro da área e o pênalti foi marcado.

 

Lionel Messi foi para a bola. Respirou, bateu e estufou a rede. Bola para um lado, Lloris para o outro, o placar estava aberto, 1 a 0 Argentina.

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Messi na cobrança de pênalti que abriu o placar da decisão. Foto: @EPA / Toga Bozoglu

Além do gol, Messi naquele momento se tornava o artilheiro da competição com 6 gols, deixando para trás Mbappé.

 

Mesmo com o placar aberto, a França parecia que ainda estava no vestiário. A Argentina continuou dominando a partida. O objetivo era o segundo gol.

 

Aos 35 minutos em um erro de Upamecano os hermanos partiram para o contra-ataque. Uma linda jogada. Mac Allister tocou para Messi que passou para Julián Álvarez. O atacante lançou pelas costas da linha de defesa francesa.

 

Mac Allister recebeu e ajeitou para Di Maria que bateu na saída de Llorris. 2 a 0 e a partida parecia estar definida.

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Di María aprontou das suas mágicas e só tirou de Lloris para marcar o segundo gol
@FRANCK FIFE / AFP

Ao final dos primeiros 45 minutos, o domínio era total da equipe de Scaloni. Ganhavam nas estatísticas e no placar. Os franceses ainda não haviam finalizado.

Segundo Tempo

O segundo tempo começou e o controle argentino ainda era nítido. Assim como na primeira etapa, as ações ofensivas eram sempre direcionadas ao gol de Llorris.

 

A Argentina teve a chance de ampliar: De Paul de voleio aos 3 minutos e com Julián Álvarez aos 13. Ambas as chances pararam nas mãos do goleiro francês.

 

Aos 22 minutos, a primeira finalização da França foi realizada. Kolo Muani de cabeça. A tentativa não levou perigo algum ao gol de Martinez.

 

O jogo foi avançando e a França parecia estar entregue. Era questão de tempo para o fim da fila de 36 anos dos hermanos longe do topo do mundo.

 

Faltavam 12 minutos para o fim do tempo regulamentar, até que Otamendi derrubou Kolo Muani dentro da área. Pênalti para a França. Tensão total no Lusail Stadium.

Então, a estrela de Kylian Mbappé começou a brilhar.

 

O garoto de 23 anos com muita frieza foi para a cobrança da penalidade máxima. Correu, bateu e diminuiu, 2 a 1.

 

A Argentina entrou em curto-circuito. Após 1 minuto do primeiro gol francês, Kylian Mbappé recebeu um bom passe de Thuram. O camisa 10 em um lindo chute de perna direita balançou a rede novamente. Tudo igual. 2 a 2

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Finalização de Mbappé que colocou a França de volta na final. Foto: @EPA / Toga Bozoglu

 

O juiz apitou o final dos 90 minutos.  Os argentinos estavam tentando entender o que havia acontecido, enquanto os franceses haviam feito uma revolução em menos de 5 minutos.

Empate? Mais 30 minutos!

Haja coração, amigo! A prorrogação foi simplesmente encantadora. Os primeiros 15 minutos foram tensos. Com chances para os dois lados, mas sem efetividade tanto da Argentina quanto da França.

 

A única boa chance dos hermanos no primeiro tempo foi no chute de Lautaro, que foi travado por Upamecano. No rebote Montiel finalizou, mas Varane afastou de cabeça.

 

Lautaro teve nos acréscimos outra oportunidade de desempatar, mas bateu para fora e desperdiçou.

 

Os 15 minutos finais foram emocionantes. Com quase 3 minutos, Lautaro finalizou e Lloris deu o rebote. Lionel Messi estava no lugar certo e na hora certa.  Dessa vez, de perna direita o camisa 10 tirou o empate do placar. 3 a 2, os hermanos estavam de novo na frente.

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Segundo gol de Messi na decisão. Foto: Tarso Sarraf / O Liberal

Os minutos passavam, o fim estava se aproximando e a Argentina estava próxima da tão sonhada conquista da Copa do Mundo. Mas, Mbappé ainda estava em campo e não facilitou para a albiceleste.

 

Há pouco mais de 4 minutos do fim, o garoto bateu e a bola tocou no braço de Montiel que estava dentro da área. Mais um pênalti para a equipe de Deschamps.

 

Novamente, Mbappé na cobrança. O craque do PSG deslocou o goleiro Martínez para empatar a partida, 3 a 3. O futebol viveu naquele momento sua emoção no estado mais puro. Além do gol, o francês se tornou o artilheiro da competição com 8 gols.

 

Na última chance  dos franceses, Kolo Muani ficou cara a cara com Martínez. O goleiro Argentino defendeu com o pé. Dibu foi brilhante e salvou a seleção de mais um vice.

Pênaltis

Com o empate na prorrogação, a Copa foi decidida nas penalidades máximas pela terceira vez em sua história. Os franceses iniciaram a disputa. Mbappé converteu.

 

Na sequência, Lionel Messi abriu as penalidades para os argentinos e também balançou as redes.

 

Martinez pegou a cobrança de Coman, acertando o canto escolhido pelo francês. A taça estava saindo de Paris com rumo a Buenos Aires.

 

Dybala fez o dele, bateu no meio com segurança. O próximo pênalti foi cobrado por Tchouaméni, o meia do Real Madrid bateu pra fora. Comemoração de Dibu com direito a dancinha.

 

Na sequência, Paredes converteu. Kolo Muani não desperdiçou e a França ainda estava viva.

 

29 de junho de 1986. Essa data ficou marcada na história dos Argentinos. Montiel tinha que fazer para acabar com a espera de 36 anos. O Tricampeonato estava próximo.

 

Montiel correu, bateu e fez. Argentina tricampeã do mundo.

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Argentina Campeã do Mundo. @EPA / Friedemann Vogel

A Terceira estrela e Messi

18 de dezembro de 2022. Um novo feriado para os argentinos. Uma data histórica para Lionel Messi que fez a ilusão virar realidade. O ET conquistou o único troféu que faltava em sua vitoriosa carreira.

 

35 anos de idade. Dores de 2014, 2015 e 2016 com 3 vices consecutivos. Acabou. Lionel Messi provou para si e para o mundo que ainda é o melhor.

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Messi levantando a principal taça do futebol. Foto: Divulgação / FIFA

Gênio, divino, predestinado. Como definir quem conseguiu superar Maradona? O mundo é da Argentina pela terceira vez, a estrela de número 3 finalmente foi costurada no escudo albiceleste.

 

Duas delas foram a comanda de D10S, que agora passa seu bastão para um imortal na Argentina e no mundo do futebol: Lionel Messi.

 

1978, 1986, 2022. Tricampeões, os muchachos conseguiram conquistar o mundo. A taça voltou para Buenos Aires. A terra de Diego y Lionel tem o mundo novamente. Os Argentinos não precisam mais “ilusionar”, o título é realidade. 

 

 

Meu pai estava errado sobre muitas coisas, esta é uma delas
por
Bianca Novais
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20/12/2022 - 12h

Na primeira vez que fui ao estádio, eu já era adulta. Para meu pai, o estádio não era lugar de menina. E para nossa situação financeira, o estádio também não era exatamente o lugar do meu pai. Parece um clichê da internet, não é? Tal lugar não é lugar de mulher. O pior é que existe na vida real e a gente acredita. Eu acreditei por muitos anos.

Mesmo vendo a Rainha Marta ser a melhor futebolista do mundo cinco vezes seguidas, a maior artilheira das seleções brasileiras, a primeira atleta a marcar gols em cinco edições de Copa do Mundo da FIFA.

Mesmo vendo Formiga ser a única pessoa a ter participado de sete Copas do Mundo e de sete Olimpíadas, a que mais vezes entrou em campo com a amarelinha.

Mesmo vendo Cristiane se tornar a maior artilheira das Olimpíadas, vencer a primeira edição feminina da Libertadores, ao lado de Marta, e ser artilheira também desta competição.

Todas mulheres pretas, como eu.

Apesar de ver, eu não enxergava. Muito por isso fiquei assustada e apreensiva com o convite do amigo Luan Leão para tocar o barquinho da cobertura da Copa do Mundo pela AGEMT, com ele e o inenarrável Bruno Scaciotti.

Se meu lugar não era nem no estádio, imagina em posição de liderança frente a 20 homens falando sobre bola?

Pouco mais de três meses de planejamento, 28 dias de Copa do Mundo, 99 textos no site, 9 episódios do podcast Expresso Catar, 4 episódios do programa Manual de Sobrevivência da Copa do Mundo, 37 edições do boletim diário em vídeo Já É Copa, fora o baile.

Não vi o Brasil ser hexa, mas pude ver Marrocos ser a primeira seleção africana a chegar nas semifinais de uma Copa. Vi Cristiano Ronaldo ser o terceiro atleta a marcar gol em cinco edições do mundial de seleções. Neymar se igualar em gols pela seleção com Pelé. Kylian Mbappé ser o segundo jogador a marcar um hat-trick em final de Copa do Mundo. Messi ser consagrado como um dos deuses do futebol ao conquistar o tricampeonato argentino. E o primeiro trio de arbitragem feminino a apitar um jogo da Copa do Mundo masculina.

Nada mal para quem não está no lugar.

Marta, Cristiane e Formiga, a Santa Trindade do futebol feminino brasileiro. Foto: NICHOLAS KAMM/GettyImages
Marta, Cristiane e Formiga, a Santa Trindade do futebol feminino brasileiro. Foto: Nicholas Kamm/GettyImages

 

Pela terceira vez em sua história, o time xadrez sobe ao pódio e consagra a geração liderada por Modric
por
Arthur Campos
João Victor Fogagnolo
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18/12/2022 - 12h

No último sábado (17), ocorreu a penúltima partida da Copa do Mundo Catar 2022. Croácia e Marrocos estiveram frente a frente no estádio Internacional Khalifa para definir o terceiro e quarto lugar do torneio. 

As seleções se reencontraram 24 dias depois do confronto na primeira rodada do grupo F na fase de grupos. Naquela ocasião o jogo terminou em um 0 a 0 nada saudoso. 

Em lados opostos do chaveamento, os Leões dos Atlas, tal qual Davi, foram desafiados por vários Golias e assim como na passagem bíblica de Samuel 17, triunfaram diante dos gigantes. Posteriormente, sucumbiram apenas perante a atual campeã, França. 

Já a seleção eslava, repetindo o feito de 2018, precisou passar por duas prorrogações para manter-se na competição. Da mesma forma que na edição passada, os embates contra Japão e Brasil chegaram até as penalidades máximas, nas quais as duas saíram derrotadas, com o goleiro Dominik Livakovic sendo o protagonista. Somente a Argentina foi capaz de impedir os croatas de irem a mais uma final. 

Croácia
Foto oficial da seleção croata. Imagem: Reprodução/Twitter/@fifaworldcup_pt

 

Dentro de campo as equipes vieram bem mexidas devido ao desgaste acumulado durante a Copa. O técnico Walid Regragui, que sofreu com desfalques nos duelos contra Portugal e França, promoveu descanso a alguns jogadores. Mais uma vez o comandante não teve a disposição o lateral esquerdo Noussair Mazraoui, que não estava no banco de reservas, cedendo espaço para Yahia Attiyat Allah. Já os atletas Roman Saiss, Nayef Aguerd, Selim Amallah e Azzedine Ounahi foram preservados, sendo substituídos por Achraf Dari, Jawad El Yamiq, Abdelhamid Sabiri e Bilal El Khannouss respectivamente. 

Por motivos semelhantes, o treinador Zlatko Dalic deu oportunidades para outros jogadores do plantel. Em comparação ao confronto anterior, houve três mudanças na linha de defesa, o recuo de Ivan Perisic para variar entre lateral e ala pela esquerda, junto com as entradas de Josip Sutalo e Josip Stanisic, nas vagas de Dejan Lovren e Josip Juranovic, nesta ordem. Na parte ofensiva, Lovro Majer, Mislav Orsic e Marko Livaja também ganharam chances nos lugares de Mario Pasalic, Borna Sosa e Marcelo Brozovic. 

Dado o apito inicial, os 44.137 expectadores viram um começo de partida movimentado. Em jogada ensaiada na cobrança de falta, Majer bateu para dentro da área, Perisic escorou de cabeça e Josko Gvardiol completou para abrir o marcador aos 7 minutos, numa bela trama croata.

Croácia
Gvardiol mergulhou e fez 1x0 para o time xadrez. Foto: Reprodução/Twitter/@FIFAWorldCup

 

No minuto seguinte, novamente em bola parada, o cruzamento de Hakim Ziyech desviou e sobrou para Dari empatar a disputa. Antes do intervalo, aos 42, numa recuperação dos eslavos na zona de ataque, Livaja passou para Orsic finalizar com chapa do pé, e resvalando levemente na trave, morreu dentro das redes do goleiro Bono. 

Na volta para o segundo tempo, o fator físico pesou e o ritmo do jogo caiu. Apesar da posse de bola marroquina, os leões não conseguiram concretizá-la em reais perigos de gol. Sem grandes emoções na etapa final, o placar terminou em 2 a 1, com a Croácia conquistando o terceiro lugar da Copa do Mundo.  

A campanha coroou um possível fim da brilhante trajetória de Luka Modric na seleção. O camisa 10 foi o destaque desse meio campo e ficará eternizado como o maestro dessa geração.

Croácia
O craque Modric em sua última Copa do Mundo. Foto: Reprodução/Twitter/@FIFAWorldCup

 

Mesmo ficando com a quarta colocação, Marrocos sai do Catar de cabeça erguida e o treinador Regragui fez questão de enaltecer.

“Lembraremos de muitos jogos, voltaremos mais fortes. Unimos o nosso país durante um mês, todos estavam felizes”, enfatizou. 

O comandante também falou sobre o legado que deixaram nessa Copa.

“Eu acho que mostramos nossa força. Mostramos que o futebol africano está preparado para enfrentar os principais times do mundo com eficiência e jogando no nível mais alto”, comentou. 

O técnico marroquino ainda deixou seu recado visando os próximos objetivos da equipe.

“Eu disse aos meus jogadores que não podemos ser reis do mundo antes de sermos reis do continente. Nós vamos trabalhar para ganhar a Copa Africana de Nações”, afirmou Regragui. 

Atual campeã, França chega ao Catar como uma das favoritas e luta contra a maldição dos campeões
por
Gusthavo Sampaio
Otávio Preto
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18/10/2022 - 12h

Liberdade, igualdade, fraternidade. Esse foi o lema da revolução francesa e a herança do país para o mundo. Localizado na Europa Ocidental, tem uma população de cerca de 65 milhões de habitantes e é o maior país da União Europeia, com um território de 675.417 km². A capital Paris é uma das rotas turísticas mais procuradas do mundo, tendo como atrativo o Museu do Louvre, maior museu de arte do mundo, o Arco do Triunfo, e a tão conhecida Torre Eiffel.

Um fato curioso sobre o país é que os franceses são os criadores da rotatória, aquelas mesmo de trânsito. Mas não param por aqui, além de serem os criadores, a França é o país com mais rotatórias no mundo, chegando a cerca de 30 mil rotatórias.

O país é uma república democrática semipresidencialista. Nesse sistema, o presidente é eleito por voto popular e é ele quem indica o primeiro-ministro, que o ajuda a governar. Atualmente, Emmanuel Macron é o presidente e Élisabeth Borne a primeira-ministra.

 

Museu do Louvre, Paris
Museu do Louvre
​​​​​​Fonte: Pixabay

Anota aí


Os franceses têm o segundo elenco mais valioso da Copa do Mundo de 2022, avaliado em 970,5 milhões de euros, ficando somente atrás da Inglaterra que ultrapassa 1 bilhão. A seleção da França é mais antiga que a seleção brasileira. Os Bleus nasceram em 1904, enquanto a seleção brasileira nasceu em 1914.

O atacante Thierry Henry é o maior artilheiro da história da seleção francesa, com 51 gols em 123 jogos. Do atual elenco, os jogadores que se aproximam desse número são Olivier Giroud com 46 gols, e Antoine Griezmann com 38 gols. O jogador que mais vestiu a camisa francesa foi Lilian Thuram, com 142 jogos.


Histórico francês

A seleção francesa se tornou uma potência no futebol somente na década de 80, sob a liderança de Michel Platini. Foi nessa década que a seleção conquistou seu primeiro grande título: a Eurocopa de 1984, quando foi anfitriã; e terminou em terceiro lugar na Copa do Mundo de 1986.

Na década de 90, com a grande geração de Zinedine Zidane e Thierry Henry, foram semifinalistas da Eurocopa de 1996 e Campeões da Copa do Mundo de 1998, em seu próprio território, vencendo justamente a seleção brasileira na final. No jogo da decisão, os franceses venceram por 3 a 0, com direito a dois gols de Zidane.

Depois da virada do século, a França teve uma considerável queda. Na copa de 2002 a seleção foi para a casa ainda na fase de grupos, não ganhando nenhum jogo e sem marcar gol. Em 2006, perdeu a final da Copa do Mundo nos pênaltis para a Itália, em jogo marcado pela histórica expulsão de Zinedine Zidane após cabeçada no jogador italiano Marco Materazzi.

 

O bicampeonato em 2018

Seleção Francesa comemorando o título da Copa do Mundo de 2022
Seleção da França comemorando o título mundial em 2018
Fonte: Shaun Boterill

No ano em que completava 20 anos do primeiro título mundial, a França foi campeã do mundo pela segunda vez, no mundial de 2018 na Rússia. O time era recheado de craques, como o atacante Antoine Griezmann, o meio-campo Paul Pogba, e contou com o debute da jovem estrela Kylian Mbappé, destaque da geração de ouro francesa.

A final foi contra a seleção da Croácia, no Estádio Lujniki, em Moscou. O jogo teve placar elástico: 4 a 2. Os gols foram marcados por Pogba, Mbappé, Griezmann e contra do croata Mário Mandzukic. Quem faz lá, faz cá, e Mandzukic também marcou para a Croácia junto com Ivan Perisic.

O título fez o técnico Didier Deschamps, capitão em 1998, entrar em um hall seleto de treinadores campeões em campo e na área técnica, se juntando a ninguém mais, ninguém menos que Mário Jorge Lobo Zagallo (campeão como jogador em 1958 e 1962 e como treinador em 1970) e o alemão Franz Beckenbauer (campeão como jogador em 1974 e como técnico em 1990).

 

Pré-copa 2022

Os Franceses se classificaram para a Copa do Mundo de 2022 após vencer o Cazaquistão por 8 a 0 no Parque dos Príncipes, em Paris. Essa será a 16ª participação da França em Copas do Mundo.

Após o término das Eliminatórias Europeias da UEFA a França teve 6 jogos pela UEFA Liga das Nações, com um desempenho irregular, somando 1 vitória, 2 empates e 3 derrotas.

Nas últimas rodadas do campeonato, os Bleus enfrentaram a Áustria – vitória de 2 a 0 com gols de Mbappé e de Giroud –, e a Dinamarca – derrota de 2 a 0 com gols de Dolberg e Olsen. Em ambos os jogos a França estava desfalcada devido as lesões.

 

A bruxa está a solta

Faltando menos de dois meses para a Copa do Mundo, a França sofre com uma onda de lesões com cerca de 13 jogadores machucados e 8 já recuperados. O técnico Didier Deschamps justifica o alto número pela sequência de jogos e o curto tempo de recuperação para os jogadores.

Entre os lesionados, dois são dúvidas para a Copa. O meio-campista Kanté, que já estava afastado dos campos desde agosto, sofreu outra lesão na coxa e provavelmente não jogará a Copa do Mundo, segundo o jornal francês "L'Équipe”. Mas o volante não é a única preocupação. Pogba se lesionou no mês de setembro e já foi operado, porém segue como dúvida para a copa. Ambos os jogadores foram campeões e titulares na campanha do título mundial francês em 2018.

A lista de jogadores lesionados conta com:


- Mike Maignan (Goleiro): lesão na panturrilha;

- Kimpembe (Zagueiro): lesão no tendão;

- Lucas Hernandez (lateral): lesão muscular;
- Paul Pogba (Meio-Campo): cirurgia no menisco;

- Kanté (Meio-Campo): lesão muscular;

 

Seleção de craques

Atacante Kylian Mbappé
Kylian Mbappé
Fonte: Getty Images/MB Media

Apesar das recentes polêmicas na seleção e no Paris Saint-Germain, o atacante é tratado como o mais promissor da geração francesa. Durante a Copa de 2018, com 19 anos, se tornou o mais jovem jogador a fazer gol em uma final de Copa do Mundo depois de Pelé, que marcou com 17. Além disso, Mbappé foi eleito o jogador revelação do mundial de 2018. Recentemente, o atacante ficou em 6º colocado no ranking de melhores jogadores do mundo, da revista France Football.

 

Atacante Karim Benzema
Karim Benzema
Fonte: Getty Images/ GOAL.com

O atacante Karim Benzema, estrela do Real Madrid, vencedor do prêmio Bola de Ouro 2022, da revista France Football, e eleito Jogador do Ano da UEFA 2022, voltou a ser convocado após 6 anos fora da seleção. O atacante havia se envolvido em uma polêmica de chantagem e extorsão com o Mathieu Valbuena, que na época era seu companheiro de seleção. Por opção do treinador e ordem do presidente da Federação Francesa de Futebol, Noel Le Graët, Benzema foi afastado.

Camisa 9 e artilheiro, foi campeão da UEFA Champions League pelo Real Madrid em 2022 sendo artilheiro da competição, com 15 gols.

Além dessas estrelas, a seleção conta com dois jovens meio campistas muito promissores, Aurélien Tchouaméni e Eduardo Camavinga. Os dois jogadores atuam no Real Madrid, e são considerados o futuro do time.

 

Prancheta do Deschamps

A França tem mostrado uma enorme variedade tática. Nos últimos 6 jogos pela UEFA Nations League, foram utilizadas três formações diferentes. Nos jogos contra a Dinamarca e a Áustria, a formação escolhida foi a 3-4-1-2. Já no primeiro jogo contra a Croácia, os franceses foram no 4-3-3. No segundo jogo contra a Áustria e a Croácia, o modelo tático escolhido foi o 4-2-3-1.

Ao que tudo indica, a preferência do técnico deverá ser a 3-4-1-2, porém, com a volta dos jogadores lesionados fica a incógnita da escolha de Didier Deschamps.

Seleção Francesa pré-jogo
Foto seleção francesa. Em pé da esquerda para a direita: Paul Pogba; Adrien Rabiot; Presnel Kimpembe; Raphaël Varane; Benjamin Pavard; Hugo Lloris. Agachados: Theo Hernandez; N'Golo Kanté; Antoine Griezmann; Karim Benzema; Kylian Mbappé. (Fonte: Torcedores.com)

A seleção francesa chega ao Catar como uma das favoritas. Conta ainda com um time recheado de craques, que podem desequilibrar um jogo em um lance. Porém, terá que superar a maldição das campeãs, iniciada pela própria França em 2002. Desde 2002, a seleção campeã da copa anterior não tem nem avançado da fase de grupos. Foi assim com a França em 2002, a Itália em 2010, a Espanha em 2014 e a Alemanha em 2018.

A exceção foi o Brasil em 2006, que conseguiu passar da fase de grupos, mas foi eliminado justamente contra a França. Será que a maldição das campeãs fará mais uma vítima?

Polônia chega ao Catar apostando todas as suas fichas em um nome: Robert Lewandowski, o melhor do mundo na última temporada.
por
Fabrizio Delle Serre
Lucca Ranzani
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17/10/2022 - 12h

Polônia é a única seleção europeia do grupo C, localizado na Europa central, o país conta com aproximadamente 37 milhões de habitantes e sua extensão territorial é de cerca de 312.685 km².

Dividido administrativamente em 16 províncias, tem como capital a cidade de Varsóvia. O país é uma república parlamentar, ou seja, possui um Primeiro-Ministro, que é o chefe de governo, e um presidente, que é o chefe de estado.

A Polônia tem um passado histórico relevante, a capital foi palco da assinatura de um importante tratado pós-Segunda Guerra Mundial, o Pacto de Varsóvia. Ainda na Segunda Guerra, o país teve um dos principais campos de concentração da Europa, o de Auschwitz, que atualmente é um museu e pode ser visitado por turistas do mundo todo.

Mais de 86% da população são cristãos praticantes da igreja católica apostólica romana, e a religião é extramemente significativa para o país. Por exemplo, desde 2020 existe uma lei, com o apoio da igreja, que proíbe o trabalho aos domingos.

Uma curiosidade é que a principal sopa consumida no país é a de beterraba, conhecido como "barszcz" ou "borscht", que pode ser comprada em máquinas, como se fossem máquinas de café.

 

E em Copas ?

Os poloneses farão sua nona participação em Copas do Mundo. As melhores campanhas foram nas edições de 1974, quando o país derrotou o Brasil por 1 a 0 na disputa de terceiro lugar, e 1982, quando também ficou em terceiro.

Carimbo no passaporte

A seleção polonesa ficou em segundo lugar no grupo I das Eliminatórias Europeias, somando seis vitórias, dois empates e duas derrotas. O desempenho fez com que a equipe tivesse que disputar a repescagem das Eliminatórias.

Na fase anterior ao jogo de decisão da vaga para a Copa, a Polônia enfrentaria a Rússia, porém, devido a punições da FIFA aos russos, os poloneses se classificaram para a decisão da repescagem por W.O.

Seleção da Polônia
Jogadores comemoram classificação para o mundial. Foto: Reprodução / Instagram 

No jogo da decisão na repescagem, contra a Suécia, no dia 29 de março deste ano, a tão desejada vaga para o mundial de 2022 veio, com uma vitória por 2 a 0.

Os gols da partida foram marcados por Robert Lewandowski e Piotr Zielinski. A vitória marcou a classificação para a segunda Copa do Mundo seguida dos poloneses, depois de ficarem de fora das edições de 2010, na África do Sul, e 2014, no Brasil.

 

Na prancheta

A seleção é comandada  por Czeslaw Michniewicz, e tão complexo quanto a pronúncia do nome é entender como Michniewicz arma o time para enfrentar os adversários.

Seleção da Polônia
Técnico Czeslaw Michniewicz substituiu Paulo Sousa no comando da seleção. Foto: Reprodução / Instagram

O técnico costuma variar as escalações, mas tende a escolher formações com três zagueiros, já tendo utilizado os esquemas 5-3-2; 3-5-2 e 3-4-2-1. Em outros jogos, o treinador também é mais conservador e utiliza a formação 4-2-3-1.

Em comum, em todas essas variações de esquema, está a presença de um meio campo firme e uma preocupação defensiva. Porém, sofre na criação de jogadas ofensivas. Na frente, a proposta é clara: deixar Robert Lewandowski em boas condições para definir.

Os passos do "The Best"

O principal destaque da seleção polonesa é Robert Lewandowski, eleito melhor do mundo em 2021 pela FIFA. Também é do camisa 9 polonês a braçadeira de capitão e a função de decidir para o time.

Seleção da Polônia
Lewandowski é a esperança polonesa na Copa. Foto: Reprodução / Instagram

É do atacante do Barcelona os recordes da seleção polonesa, sendo o jogador com mais jogos na história, com 132 partidas, e também com mais gols, com 74 gols.

Além de Lewa, os poloneses contam com jogadores conhecidos como o goleiro Wojciech Szczesny, da Juventus, e o atacante Arkadiusz Milik, do Olympique de Marseille.

Os poloneses chegam em um grupo complicado e terão de brigar com Argentina e México pela classificação. Tendo Lewa como arma, a Polônia precisará de dias inspirados do camisa 9 para classificar. E aí, o melhor do mundo vai fazer a diferença ?

Em segunda copa seguida, os Sauditas buscam a melhor campanha de toda sua história, dessa vez com um ingrediente europeu
por
Lucca Ranzani
Fabrizio Delle Serre
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14/10/2022 - 12h

A Arábia Saudita é o segundo maior país árabe do mundo e conhecido como berço do islamismo. Está localizada na Península Arábica, no Oriente Médio. É uma monarquia absoluta teocrática, com capital na cidade de Riad e população total de aproximadamente trinte e seis milhões de habitantes.

A bandeira do país expressa a forte religiosidade dos sauditas. Nela está escrito “Não há outra divindade além de Alá, e Maomé é o seu profeta”. Como não há Constituição no país, a lei é fundamentada na Sharia, a lei islâmica, e por isso os sauditas não consomem porco e não bebem álcool, por exemplo, pois são produtos proibidos pela religião. Em 2015, foi sancionado o direito ao voto feminino, e, em 2018, o direito de dirigir para mulheres.

Riade, capital da Arábia Saudita
Riade, capital da Arábia Saudita. Foto: Pixabay.

Próxima parada: Catar

Os sauditas terão sua sexta participação em copas do mundo na Copa do Catar, sendo a melhor campanha na edição de 1994, quando foram eliminados nas oitavas de final ao perder de 3 a 1 para a Suécia.

A campanha nas eliminatórias asiáticas foi de tirar o chapéu: 18 jogos no total, com 13 vitórias, 4 empates e somente uma derrota. Nas duas fases que disputou, terminou em primeiro lugar, garantindo assim a vaga para o Mundial.

Na última data FIFA, a Arábia Saudita enfrentou Equador e Estados Unidos, respectivamente, e ambas as partidas terminaram em 0 a 0.

Arábia Saudita e Equador empatam em amistoso antes da Copa do Mundo. Foto: Reuters.
Arábia Saudita e Equador empatam em amistoso antes da Copa do Mundo. Foto: Reuters.

Prancheta do Renard

O técnico francês Hervé Renard costuma utilizar 4-2-3-1 na maioria de seus jogos. Os sauditas têm um estilo de jogo marcado na posse de bola e com poucas faltas, além de muitas ações ofensivas ao longo das partidas.

Renard já foi campeão continental em duas oportunidades, quando comandou Zâmbia e Costa do Marfim. Além disso, o francês foi o técnico da seleção marroquina na última Copa do Mundo, realizada na Rússia, porém Marrocos caiu na fase de grupos.

Herve Renard, técnico da seleção saudita. Foto: AP - Associated Press
Hervé Renard, técnico da seleção saudita. Foto: AP - Associated Press

Olho neles!

O destaque da seleção é Yasser Al-Shahrani, que atualmente defende o Al-Hilal, time de seu país natal. Outro importante jogador da seleção que também atua pela mesma equipe é o ponta esquerda Salem Al-Dawsari, sendo sua principal característica a rapidez, além de ser o batedor de pênaltis oficial do time.

Yasser Al-Shahrani em partida contra a anfitriã da Copa do Mundo de 2018, Rússia. Foto: Ian MacNicol/Getty Images.
Yasser Al-Shahrani em partida contra a anfitriã da Copa do Mundo de 2018, Rússia. Foto: Ian MacNicol/Getty Images.

 

Nossos hermanos são favoritos para levantar a taça esse ano, contando com sua arma “não tão” secreta, Lionel Messi.
por
Lucca Ranzani
Fabrizio Delle Serre
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13/10/2022 - 12h

Localizada na América do Sul, nossa vizinha Argentina estreia as seleções do grupo C da Copa do Mundo. Sua capital é Buenos Aires e a população total do país é de aproximadamente quarenta e seis milhões de habitantes.

A Argentina não é somente futebol. Assim como o Brasil, também é rica de cultura e curiosidades. O país já lançou para o mundo cinco vencedores do prêmio Nobel, sendo dois de Medicina, dois da Paz e um de Química. São atualmente o único país latino a receber o prêmio Oscars de Melhor Filme Estrangeiro duas vezes, pelos filmes A História Oficial (1985) e O Segredo dos Seus Olhos (2009). São mundialmente conhecidos pela famosa dança caliente, o tango.

Casa Rosada, sede de governo da Argentina, em Buenos Aires
Casa Rosada, sede da presidência da República Argentina, Buenos Aires. Foto: naphtalina/Getty Images.

Veterana

A seleção chega em sua décima oitava Copa do Mundo, sendo campeã em casa em 1978 e no México em 1986, a última ao comando do inesquecível Diego Armando Maradona. Além disso, acumulam três vices campeonatos: 1930, 1990 e 2014.

La Albiceleste foi a décima terceira seleção a se classificar para a Copa do Mundo, após empatar com a seleção brasileira em 0X0, em novembro de 2021.

Portapapeles de Scaloni

Os hermanos são comandados por Lionel Scaloni, que escala o time em 4-4-2, porém não se priva de utilizar outras táticas. O estilo de jogo da Argentina é feito para o Messi armar o time e criar praticamente todas as jogadas, a bola sempre irá passar pelos pés do craque e camisa 10.

Lionel Scaloni, técnico da seleção argentina.
Lionel Scaloni, técnico da seleção argentina. Foto: Divulgação/AFA.

 

Olho neles!

Vários jogadores de qualidade vestem a camisa celeste, com destaque para Lautaro Martínez (Internazionale), Paulo Dybala (AS Roma), Ángel Di María (Juventus) e o craque da seleção, um dos maiores jogadores da história do futebol: Lionel Messi (PSG), disputando sua quinta Copa do Mundo.

Lionel Messi comemorando gol pela seleção Argentina
Messi fez um golaço por cobertura na vitória da Argentina contra Honduras. Foto: Divulgação/AFA.

 

Com histórico recente de eliminações nas oitavas de finais, o México chega ao Catar mirando a Copa de 2026, quando sediará o torneio.
por
Fabrizio Delle Serre
Lucca Ranzani
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13/10/2022 - 12h

Com sua maior área territorial localizada na América Central e parte na América do Norte, o México tem uma população aproximada de 128 milhões de pessoas. A capital é a Ciudad de México (ou Cidade do México), popular pelas heranças históricas dos templos astecas e as igrejas barrocas.

Vamos ao México ?!

O México tem a maior renda de turismo da América Latina e a 23ª do mundo, além das ruínas históricas famosas, o país conta com belas praias como as de Cancún e Acapulco. Cerca de 80% desses turistas são dos Estados Unido e Canadá, seguido da Europa e da Ásia. Antes da Pandemia, o país lucrava cerca de 4 bilhões de dólares ao ano com a visita dos mais de 4 milhões de visitantes.

Herdada dos espanhóis, a tourada é popular no país.  A maior praça de touros do mundo é a Plaza México, localizada na Cidade do México, com capacidade para 55 mil pessoas. Outra curiosidade é que os 4.000 anos de história chocolate começaram no México, que na época era conhecido como Mesoamérica.

Seleção do México
Cidade do México é a capital e ponto de visitação de muitos turistas. Foto: Andre Deak / Flickr

Foi nessa região que foram encontradas as primeiras plantas de cacau, e foram os Olmecas, uma das primeiras civilizações da América Latina, a transformar o cacau em chocolate.

A bandeira mexicana foi oficializada em 16 de setembro de 1968, e remete ao processo de independência em relação à Espanha. As cores verde, branco e vermelho, representam a luta, a esperança e a unidade do povo mexicano. O escudo com uma águia e uma serpente, no centro da bandeira, reforça a luta do povo pela posse do seu território.

 

Histórico em Copas

Os mexicanos chegam ao Catar para sua 17ª participação em Copas do Mundo. E como gostam de comemorar, já podem tomar muita tequila, porque a seleção já está classificada pra próxima edição do torneio em 2026, já que será um dos países sede, juntamente com Estados Unidos e Canadá.

As melhores campanhas foram em 1970 e 1986, quando a seleção alcançou as quartas de final. Em comum nas duas edições que foram mais longe, está o fato de que o país era a sede da competição.

Desde 1994 a seleção mexicana é eliminada nas oitavas de final. Em 2018, na Rússia, o México foi eliminado nas oitavas pela 7ª vez seguida.

 

Partiu, Catar!

Seleção do top 15 da FIFA, o México teve o carimbo no passaporte para o Catar veio no dia 30 de março desse ano, após a vitória por 2 a 0 sobre a seleção de El Salvador. O jogo foi válido pela última rodada do octogonal da Concacaf e aconteceu no estádio Azteca, na Cidade do México, e os gols mexicanos foram anotados por Uriel Antuna, aos 17 minutos, e Raul Jiménez, ao 43 minutos, tudo no primeiro tempo.

Seleção do México
Raul Jiménez comemora gol contra El Salvador. Foto: Alfredo Estrella / AFP

O resultado fez o “El Tri”, como são conhecidos os mexicanos em referência as três cores da bandeira, se classificarem em segundo no octogonal, empatando em número de pontos com o Canadá (28), mas perdendo na diferença do saldo de gols, 16 a 9.

 

Dono da batuta

A seleção do México é comandada por ninguém mais, ninguém menos que Gerado Martino, ou Tata Martino, treinador do Barcelona em 2014, e o primeiro técnico de Neymar no clube catalão. Tata Martino também acumula passagem pela seleção da Argentina, depois do vice-campeonato de 2014.

Seleção do México
Tata Martino comanda o México desde 2019. Foto: Erik S. Lesser / EFE/EPA


Pela seleção mexicana, Martino faz uso predominante do estilo de jogo marcado no 4-3-3. A equipe jogou quase todas as partidas das eliminatórias com esse sistema. Na Copa Ouro de 2021, competição em que ficou com o vice-campeonato, o esquema utilizado foi esse. Portanto, é bem possível que vejamos o México nessa formação.



Por falar em Copa Ouro...

A seleção mexicana é a maior campeã da Copa Ouro, torneio da Concacaf que reúne seleções das Américas Central e do Norte. Ao todo, são 11 títulos da competição que acontece a cada 2 anos e inicialmente se chamava Campeonato da Concacaf e passou a ser Copa Ouro em 1991, após remodelação.

Seleção do México
Última conquista da Copa Ouro foi em 2019. Foto: Quinn Harris (USA Today Sports)

O México levantou a taça nos anos 1965, 1971, 1977, 1993,1996,1998, 2003, 2009, 2011, 2015, 2019. Na última edição, em 2021, perdeu na final para os Estados Unidos por 1 a 0.

 

Nomes conhecidos

A seleção mexicana conta com alguns nomes conhecidos do futebol mundial, o principal deles é, sem sombra de dúvidas, o goleiro Guillermo Ochoa, que no auge dos seus 37 anos vai para a 5ª Copa do Mundo, tendo maior destaque pela sua atuação defendendo o México a partir da Copa de 2014, no Brasil.

Seleção do México
Time mexicano conta com jogadores experientes. Foto: Reprodução / Instagram

Na linha de defesa, o experiente zagueiro Cesar Montes, é um dos pilares do time e nome quase certo. Na lateral, os jovens Jorge Sanchez, de 24 anos, e Julian Araujo, de 21 anos, devem disputar pela titularidade. O meio-campo conta com o jovem Edson Alvarez, jogador do Ajax, e o veterano Hector Herrera, que na última temporada defendeu o Atlético de Madrid. O capital da equipe é o experiente Andrés Guardado, jogador que mais vezes vestiu a camisa da seleção, com 117 partidas. 

O comando de ataque mexicano tem dois nomes de peso. Na ponta-esquerda Hirving Lozano é um jogador talentoso e definidor, além de ser versátil, podendo jogar pela direita. No centro do ataque, o matador é Raul Jiménez, jogador do Wolves, e com um bom aproveitamento com a camisa da seleção.

O sorteio colocou o México em um grupo complicado, a disputa desse ano servirá como termômetro para o torneio de 2026, quando terão a responsabilidade de ser os donos da casa. Será que a seleção do México vence o fantasma de eliminações nas oitavas de final ?