O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresenta aumento moderado, com destaque para os grupos de Transportes e Alimentação.
por
Marcello R. Toledo
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15/08/2023 - 12h

 

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal indicador de inflação no Brasil, registrou uma variação de 0,12% no mês de julho. O número representa um acréscimo de 0,20 ponto porcentual em relação à taxa de junho, que havia sido de -0,08%. No acumulado do ano, o IPCA apresenta uma alta de 2,99%, e nos últimos 12 meses, a variação é de 3,99%, superando os 3,16% registrados nos 12 meses anteriores. Em julho de 2022, a variação havia sido de -0,68%.

O IPCA  é uma ferramenta crucial para avaliar a evolução dos preços de produtos e serviços consumidos por famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos, ele serve como um indicador da inflação enfrentada e é calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), abrangendo diversas regiões metropolitanas do país, além de algumas cidades específicas.

Em linhas mais claras, o IPCA desempenha o papel de espelho do custo de vida experimentado por essa parte da população. Dessa forma, ele captura as variações de preços em uma variedade de produtos e serviços, permitindo que as autoridades econômicas, consumidores e demais interessados compreendam as tendências inflacionárias em diferentes partes do Brasil.
 

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Setores em Destaque

Dos nove grupos de produtos e serviços analisados pelo IPCA, cinco apresentaram alta no mês de julho. O grupo de Transportes teve o maior impacto, com 1,50% de variação e contribuição de 0,31 ponto porcentual. Nesse grupo, os preços da gasolina tiveram um aumento notável de 4,75%, sendo o item com maior contribuição individual para o índice do mês. Itens como gás veicular (3,84%) e etanol (1,57%) também tiveram alta, enquanto o óleo diesel apresentou uma queda de 1,37%. Passagens aéreas (4,97%) e automóveis novos (1,65%) também contribuíram para o aumento no grupo.

Em contrapartida, o grupo de Alimentação e Bebidas apresentou uma queda de 0,46%, com impacto de -0,10 ponto porcentual no índice. Esse resultado foi influenciado, principalmente, pela redução nos preços da alimentação no domicílio (-0,72%), destacando-se quedas em produtos como feijão-carioca (-9,24%), óleo de soja (-4,77%), frango em pedaços (-2,64%), carnes (-2,14%) e leite longa vida (-1,86%). Por outro lado, as frutas tiveram aumento de preço, com destaque para banana-prata (4,44%) e mamão (3,25%).

No grupo de Habitação, a taxa de -1,01% impactou o índice em -0,16 ponto porcentual. A maior contribuição para essa variação veio da energia elétrica residencial, que registrou queda de 3,89% devido à incorporação do Bônus de Itaipu (um desconto de até R$ 15 na conta de luz individual em residências de classes residencial e rural, que tiveram ao menos um mês, em 2022, consumo faturado inferior a 350 KWh) nas faturas emitidas em julho. A taxa de água e esgoto (0,18%) registrou alta devido a reajustes em algumas regiões.

Variações Regionais 

As variações regionais também tiveram impacto no IPCA de julho. Porto Alegre foi a região que apresentou a maior variação, com 0,53%, devido ao aumento do preço da gasolina (6,98%). Belo Horizonte teve a menor variação, registrando queda de -0,16%, influenciada pelas quedas nos preços dos ônibus urbanos (-17,50%) e na energia elétrica residencial (-4,23%).

INPC e Outros Indicadores

Além do IPCA, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), também foi divulgado (o Índice também mede a variação de preço de determinados produtos e serviços consumidos pelas famílias brasileiras, entretanto num recorte menor que o IPCA - considera rendimentos de 1 a 5 salários mínimos). O INPC registrou uma variação de -0,09% em julho, mantendo-se próxima à taxa de -0,10% observada no mês anterior. No acumulado do ano, o INPC acumula alta de 2,59%, e nos últimos 12 meses, a variação é de 3,53%, acima dos 3,00% registrados nos 12 meses anteriores.

Os números do IPCA e INPC demonstram que a economia brasileira segue passando por oscilações, com impactos variados nos diferentes setores e regiões do país. A análise detalhada desses indicadores é essencial para entender as dinâmicas econômicas em curso e tomar decisões informadas sobre investimentos e consumo.

Nota: Os dados e informações presentes nesta matéria foram fornecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e são referentes ao mês de julho de 2023. A análise dos indicadores deve considerar a conjuntura econômica e as possíveis variações ao longo do tempo

Seleção alemã faz 6 a 0 em jogo marcado por erros individuais e aplica maior goleada da Copa do Mundo até o momento.
por
Gusthavo Sampaio
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24/07/2023 - 12h

Na madrugada desta segunda-feira (24), Alemanha e Marrocos estrearam na Copa do Mundo Feminina FIFA 2023, em confronto pelo Grupo H. O primeiro jogo entre as equipes na história ocorreu no Estádio Melbourne Rectangular, na Austrália. A Alemanha, que nunca perdeu em uma estreia de Copa, manteve a marca e atropelou as estreantes marroquinas em um jogo que terminou 6 a 0.

 

Foto do elenco pré-jogo
Foto das jogadoras titulares na estreia alemã homenageando Carolin Simon. Foto: Reprodução/Twitter/DFB_Frauen

 

A seleção alemã iniciou sua jornada na Copa do Mundo homenageando a jogadora Carolin Simon, que foi cortada da convocação final após romper os ligamentos do joelho no último amistoso pré-copa contra a Zâmbia. Na foto em grupo do pré-jogo, as jogadoras posaram segurando uma camisa com o número 2 e o nome Simon.

Após o soar do apito, não demorou para as favoritas abrirem o placar. Com uma marcação alta logo de início, as alemãs não deram fôlego para as marroquinas e, aos 11 minutos, a capitã Alexandra Popp abriu o placar cabeceando livre na entrada da pequena área. A jogada começou com um erro da saída de bola da zagueira de Marrocos, que entregou a bola para a meia Jule Brand. Brand tocou na linha de fundo para a zagueira Hendrich que levantou a bola na área para Popp, de cabeça, mandar a bola para o fundo da rede.

Após o gol, a Alemanha manteve a posse e empurrou as marroquinas para seu campo de defesa, não sofrendo perigo durante a maior parte do primeiro tempo. Aos 39 minutos, após escanteio cobrado por Klara Buhl, Popp, novamente de cabeça e na pequena área, ampliou o placar para as alemãs.

O panorama durante o primeiro tempo foi positivo para a Alemanha, que sofreu somente um chute a gol e dominou a maior parte da posse de bola. Alguns erros na saída de bola geraram contra-ataques para as marroquinas, mas nenhum se concretizou. Apesar do panorama positivo, as germânicas subiram o nível na segunda etapa.

O segundo tempo começou com um gol relâmpago: Klara Buhl roubou a bola logo após um erro de passe segundos depois do apito inicial e finalizou a jogada que ela mesma construiu. O chute acertou na trave e, na sobra Buhl, apareceu e faz o terceiro. Pouco tempo depois do gol, Buhl teve outra chance clara de finalização, mas o chute parou na trave. O começo de segundo tempo alemão foi implacável, com menos de 10 minutos depois do terceiro, saiu o quarto gol. Na sobra de um cruzamento, Svenja Huth levantou na área a bola que foi cabeceada para o gol pela zagueira marroquina Hanane Ait El Haj, marcando contra.

O passeio continuou e a blitz alemã pelo quinto gol não parou até marcar. Aos 34 minutos, em mais um cruzamento alemão, a goleira Khadija Er-Rmich afastou contra a zagueira Yasmin M’Rabet, que marcou o segundo gol contra marroquino, e quinto da Alemanha. Quatro minutos após o gol, a capitã Alexandra Popp foi substituída, na caminhada até o banco de reservas foi ovacionada pelos torcedores. Mesmo com uma ampla vantagem no placar, as alemãs não colocaram o pé no freio. Aos 90 minutos, Lena Lattwein finalizou uma bola que, ao ser defendida pela goleira Er-Rmichi, sobrou nos pés da atacante Lea Schuller, que marcou o sexto e fechou a conta.

Como esperado, a seleção bicampeã do mundo não teve dificuldades em seu primeiro jogo, mas surpreendeu pela elasticidade da vitória. A Alemanha dominou o jogo do início ao fim, e terminou com 74% da posse de bola e 16 chutes no total, 7 desses no gol. Todo esse domínio sem a presença de uma das maiores jogadoras do elenco, Lena Oberdorf, poupada por conta de uma lesão.

 

Disputa de bola entre duas jogadoras durante o jogo
Sara Dabritz (esquerda) e Ghizlane Chebbak (direita) disputando a bola durante o jogo. Foto: Reprodução/Twitter/EnMaroc

 

Por outro lado, as marroquinas viveram um dia para ser esquecido. Em sua estreia pela Copa do Mundo, tiveram uma péssima atuação individual e coletiva, marcada principalmente pelos erros defensivos. Ainda no primeiro tempo, a postura de contra-atacar adotada pela equipe foi completamente suprimida, chutando apenas uma vez ao gol na primeira etapa. No final, quatro gols marcados pela Alemanha tiveram início a partir de erros diretos da defesa marroquina. Com essa derrota, o Marrocos vive uma sequência de 5 jogos sem vencer.

A seleção Marroquina volta a campo no domingo (30), para enfrentar a Coreia do Sul e continuar na luta pela classificação, às 01h30 (horário de Brasília). As alemãs jogam no mesmo dia contra a Colômbia, às 06h30 (horário de Brasília), para tentar garantir a classificação para a fase eliminatória.

Se não fosse sofrido, não era Argentina. Nos pênaltis a albiceleste derrota a França e é campeã mundial pela terceira vez na história
por
Fabrizio Delle Serre
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20/12/2022 - 12h

Após 36 anos de espera, os hermanos enfim comemoraram. A Argentina é tricampeã da Copa do Mundo. No último domingo (18) às 12h, o Lusail Stadium recebeu uma das melhores finais já vistas da história do torneio mundial.

 

Lionel Messi foi decisivo, Kylian Mbappé marcou um hat-trick, porém, não foi suficiente. Nos pênaltis, a Argentina bateu a França e ficou com o troféu mais cobiçado do futebol, que tem uma nova capital pelos próximos 4 anos: Buenos Aires.

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Jogadores argentinos comemorando o tricampeonato mundial. Foto: Divulgação / FIFA

 

A decisão da Copa foi em um jogo eletrizante. Para os amantes do futebol foi mais um motivo para se apaixonar pelo esporte. A raça e a entrega dos argentinos foi recompensada. O mundo é azul e branco.

 

A Copa do Mundo de 2022 acabou. Com direito a um encerramento de gala. Diego Armando Maradona, viu e vibrou lá do céu com os “muchachos”, campeões do mundo. A comando do novo deus albiceleste: Messi.

 

Destaque também para Di Maria. O camisa 11 voltou ao time titular de Lionel Scaloni e correspondeu. Sofreu pênalti e balançou as redes.

Primeiro Tempo

A final iniciou com as equipes tensas e com entradas mais duras por ambos os lados. Os franceses até tiveram certo domínio, porém, erraram passes e estavam nervosos.

 

A Argentina percebeu o abalo emocional do adversário e tomou conta da partida. Os hermanos ditaram o ritmo da primeira etapa. Aos 20 minutos, Dembelé derrubou Di Maria dentro da área e o pênalti foi marcado.

 

Lionel Messi foi para a bola. Respirou, bateu e estufou a rede. Bola para um lado, Lloris para o outro, o placar estava aberto, 1 a 0 Argentina.

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Messi na cobrança de pênalti que abriu o placar da decisão. Foto: @EPA / Toga Bozoglu

Além do gol, Messi naquele momento se tornava o artilheiro da competição com 6 gols, deixando para trás Mbappé.

 

Mesmo com o placar aberto, a França parecia que ainda estava no vestiário. A Argentina continuou dominando a partida. O objetivo era o segundo gol.

 

Aos 35 minutos em um erro de Upamecano os hermanos partiram para o contra-ataque. Uma linda jogada. Mac Allister tocou para Messi que passou para Julián Álvarez. O atacante lançou pelas costas da linha de defesa francesa.

 

Mac Allister recebeu e ajeitou para Di Maria que bateu na saída de Llorris. 2 a 0 e a partida parecia estar definida.

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Di María aprontou das suas mágicas e só tirou de Lloris para marcar o segundo gol
@FRANCK FIFE / AFP

Ao final dos primeiros 45 minutos, o domínio era total da equipe de Scaloni. Ganhavam nas estatísticas e no placar. Os franceses ainda não haviam finalizado.

Segundo Tempo

O segundo tempo começou e o controle argentino ainda era nítido. Assim como na primeira etapa, as ações ofensivas eram sempre direcionadas ao gol de Llorris.

 

A Argentina teve a chance de ampliar: De Paul de voleio aos 3 minutos e com Julián Álvarez aos 13. Ambas as chances pararam nas mãos do goleiro francês.

 

Aos 22 minutos, a primeira finalização da França foi realizada. Kolo Muani de cabeça. A tentativa não levou perigo algum ao gol de Martinez.

 

O jogo foi avançando e a França parecia estar entregue. Era questão de tempo para o fim da fila de 36 anos dos hermanos longe do topo do mundo.

 

Faltavam 12 minutos para o fim do tempo regulamentar, até que Otamendi derrubou Kolo Muani dentro da área. Pênalti para a França. Tensão total no Lusail Stadium.

Então, a estrela de Kylian Mbappé começou a brilhar.

 

O garoto de 23 anos com muita frieza foi para a cobrança da penalidade máxima. Correu, bateu e diminuiu, 2 a 1.

 

A Argentina entrou em curto-circuito. Após 1 minuto do primeiro gol francês, Kylian Mbappé recebeu um bom passe de Thuram. O camisa 10 em um lindo chute de perna direita balançou a rede novamente. Tudo igual. 2 a 2

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Finalização de Mbappé que colocou a França de volta na final. Foto: @EPA / Toga Bozoglu

 

O juiz apitou o final dos 90 minutos.  Os argentinos estavam tentando entender o que havia acontecido, enquanto os franceses haviam feito uma revolução em menos de 5 minutos.

Empate? Mais 30 minutos!

Haja coração, amigo! A prorrogação foi simplesmente encantadora. Os primeiros 15 minutos foram tensos. Com chances para os dois lados, mas sem efetividade tanto da Argentina quanto da França.

 

A única boa chance dos hermanos no primeiro tempo foi no chute de Lautaro, que foi travado por Upamecano. No rebote Montiel finalizou, mas Varane afastou de cabeça.

 

Lautaro teve nos acréscimos outra oportunidade de desempatar, mas bateu para fora e desperdiçou.

 

Os 15 minutos finais foram emocionantes. Com quase 3 minutos, Lautaro finalizou e Lloris deu o rebote. Lionel Messi estava no lugar certo e na hora certa.  Dessa vez, de perna direita o camisa 10 tirou o empate do placar. 3 a 2, os hermanos estavam de novo na frente.

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Segundo gol de Messi na decisão. Foto: Tarso Sarraf / O Liberal

Os minutos passavam, o fim estava se aproximando e a Argentina estava próxima da tão sonhada conquista da Copa do Mundo. Mas, Mbappé ainda estava em campo e não facilitou para a albiceleste.

 

Há pouco mais de 4 minutos do fim, o garoto bateu e a bola tocou no braço de Montiel que estava dentro da área. Mais um pênalti para a equipe de Deschamps.

 

Novamente, Mbappé na cobrança. O craque do PSG deslocou o goleiro Martínez para empatar a partida, 3 a 3. O futebol viveu naquele momento sua emoção no estado mais puro. Além do gol, o francês se tornou o artilheiro da competição com 8 gols.

 

Na última chance  dos franceses, Kolo Muani ficou cara a cara com Martínez. O goleiro Argentino defendeu com o pé. Dibu foi brilhante e salvou a seleção de mais um vice.

Pênaltis

Com o empate na prorrogação, a Copa foi decidida nas penalidades máximas pela terceira vez em sua história. Os franceses iniciaram a disputa. Mbappé converteu.

 

Na sequência, Lionel Messi abriu as penalidades para os argentinos e também balançou as redes.

 

Martinez pegou a cobrança de Coman, acertando o canto escolhido pelo francês. A taça estava saindo de Paris com rumo a Buenos Aires.

 

Dybala fez o dele, bateu no meio com segurança. O próximo pênalti foi cobrado por Tchouaméni, o meia do Real Madrid bateu pra fora. Comemoração de Dibu com direito a dancinha.

 

Na sequência, Paredes converteu. Kolo Muani não desperdiçou e a França ainda estava viva.

 

29 de junho de 1986. Essa data ficou marcada na história dos Argentinos. Montiel tinha que fazer para acabar com a espera de 36 anos. O Tricampeonato estava próximo.

 

Montiel correu, bateu e fez. Argentina tricampeã do mundo.

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Argentina Campeã do Mundo. @EPA / Friedemann Vogel

A Terceira estrela e Messi

18 de dezembro de 2022. Um novo feriado para os argentinos. Uma data histórica para Lionel Messi que fez a ilusão virar realidade. O ET conquistou o único troféu que faltava em sua vitoriosa carreira.

 

35 anos de idade. Dores de 2014, 2015 e 2016 com 3 vices consecutivos. Acabou. Lionel Messi provou para si e para o mundo que ainda é o melhor.

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Messi levantando a principal taça do futebol. Foto: Divulgação / FIFA

Gênio, divino, predestinado. Como definir quem conseguiu superar Maradona? O mundo é da Argentina pela terceira vez, a estrela de número 3 finalmente foi costurada no escudo albiceleste.

 

Duas delas foram a comanda de D10S, que agora passa seu bastão para um imortal na Argentina e no mundo do futebol: Lionel Messi.

 

1978, 1986, 2022. Tricampeões, os muchachos conseguiram conquistar o mundo. A taça voltou para Buenos Aires. A terra de Diego y Lionel tem o mundo novamente. Os Argentinos não precisam mais “ilusionar”, o título é realidade. 

 

 

Meu pai estava errado sobre muitas coisas, esta é uma delas
por
Bianca Novais
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20/12/2022 - 12h

Na primeira vez que fui ao estádio, eu já era adulta. Para meu pai, o estádio não era lugar de menina. E para nossa situação financeira, o estádio também não era exatamente o lugar do meu pai. Parece um clichê da internet, não é? Tal lugar não é lugar de mulher. O pior é que existe na vida real e a gente acredita. Eu acreditei por muitos anos.

Mesmo vendo a Rainha Marta ser a melhor futebolista do mundo cinco vezes seguidas, a maior artilheira das seleções brasileiras, a primeira atleta a marcar gols em cinco edições de Copa do Mundo da FIFA.

Mesmo vendo Formiga ser a única pessoa a ter participado de sete Copas do Mundo e de sete Olimpíadas, a que mais vezes entrou em campo com a amarelinha.

Mesmo vendo Cristiane se tornar a maior artilheira das Olimpíadas, vencer a primeira edição feminina da Libertadores, ao lado de Marta, e ser artilheira também desta competição.

Todas mulheres pretas, como eu.

Apesar de ver, eu não enxergava. Muito por isso fiquei assustada e apreensiva com o convite do amigo Luan Leão para tocar o barquinho da cobertura da Copa do Mundo pela AGEMT, com ele e o inenarrável Bruno Scaciotti.

Se meu lugar não era nem no estádio, imagina em posição de liderança frente a 20 homens falando sobre bola?

Pouco mais de três meses de planejamento, 28 dias de Copa do Mundo, 99 textos no site, 9 episódios do podcast Expresso Catar, 4 episódios do programa Manual de Sobrevivência da Copa do Mundo, 37 edições do boletim diário em vídeo Já É Copa, fora o baile.

Não vi o Brasil ser hexa, mas pude ver Marrocos ser a primeira seleção africana a chegar nas semifinais de uma Copa. Vi Cristiano Ronaldo ser o terceiro atleta a marcar gol em cinco edições do mundial de seleções. Neymar se igualar em gols pela seleção com Pelé. Kylian Mbappé ser o segundo jogador a marcar um hat-trick em final de Copa do Mundo. Messi ser consagrado como um dos deuses do futebol ao conquistar o tricampeonato argentino. E o primeiro trio de arbitragem feminino a apitar um jogo da Copa do Mundo masculina.

Nada mal para quem não está no lugar.

Marta, Cristiane e Formiga, a Santa Trindade do futebol feminino brasileiro. Foto: NICHOLAS KAMM/GettyImages
Marta, Cristiane e Formiga, a Santa Trindade do futebol feminino brasileiro. Foto: Nicholas Kamm/GettyImages

 

Pela terceira vez em sua história, o time xadrez sobe ao pódio e consagra a geração liderada por Modric
por
Arthur Campos
João Victor Fogagnolo
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18/12/2022 - 12h

No último sábado (17), ocorreu a penúltima partida da Copa do Mundo Catar 2022. Croácia e Marrocos estiveram frente a frente no estádio Internacional Khalifa para definir o terceiro e quarto lugar do torneio. 

As seleções se reencontraram 24 dias depois do confronto na primeira rodada do grupo F na fase de grupos. Naquela ocasião o jogo terminou em um 0 a 0 nada saudoso. 

Em lados opostos do chaveamento, os Leões dos Atlas, tal qual Davi, foram desafiados por vários Golias e assim como na passagem bíblica de Samuel 17, triunfaram diante dos gigantes. Posteriormente, sucumbiram apenas perante a atual campeã, França. 

Já a seleção eslava, repetindo o feito de 2018, precisou passar por duas prorrogações para manter-se na competição. Da mesma forma que na edição passada, os embates contra Japão e Brasil chegaram até as penalidades máximas, nas quais as duas saíram derrotadas, com o goleiro Dominik Livakovic sendo o protagonista. Somente a Argentina foi capaz de impedir os croatas de irem a mais uma final. 

Croácia
Foto oficial da seleção croata. Imagem: Reprodução/Twitter/@fifaworldcup_pt

 

Dentro de campo as equipes vieram bem mexidas devido ao desgaste acumulado durante a Copa. O técnico Walid Regragui, que sofreu com desfalques nos duelos contra Portugal e França, promoveu descanso a alguns jogadores. Mais uma vez o comandante não teve a disposição o lateral esquerdo Noussair Mazraoui, que não estava no banco de reservas, cedendo espaço para Yahia Attiyat Allah. Já os atletas Roman Saiss, Nayef Aguerd, Selim Amallah e Azzedine Ounahi foram preservados, sendo substituídos por Achraf Dari, Jawad El Yamiq, Abdelhamid Sabiri e Bilal El Khannouss respectivamente. 

Por motivos semelhantes, o treinador Zlatko Dalic deu oportunidades para outros jogadores do plantel. Em comparação ao confronto anterior, houve três mudanças na linha de defesa, o recuo de Ivan Perisic para variar entre lateral e ala pela esquerda, junto com as entradas de Josip Sutalo e Josip Stanisic, nas vagas de Dejan Lovren e Josip Juranovic, nesta ordem. Na parte ofensiva, Lovro Majer, Mislav Orsic e Marko Livaja também ganharam chances nos lugares de Mario Pasalic, Borna Sosa e Marcelo Brozovic. 

Dado o apito inicial, os 44.137 expectadores viram um começo de partida movimentado. Em jogada ensaiada na cobrança de falta, Majer bateu para dentro da área, Perisic escorou de cabeça e Josko Gvardiol completou para abrir o marcador aos 7 minutos, numa bela trama croata.

Croácia
Gvardiol mergulhou e fez 1x0 para o time xadrez. Foto: Reprodução/Twitter/@FIFAWorldCup

 

No minuto seguinte, novamente em bola parada, o cruzamento de Hakim Ziyech desviou e sobrou para Dari empatar a disputa. Antes do intervalo, aos 42, numa recuperação dos eslavos na zona de ataque, Livaja passou para Orsic finalizar com chapa do pé, e resvalando levemente na trave, morreu dentro das redes do goleiro Bono. 

Na volta para o segundo tempo, o fator físico pesou e o ritmo do jogo caiu. Apesar da posse de bola marroquina, os leões não conseguiram concretizá-la em reais perigos de gol. Sem grandes emoções na etapa final, o placar terminou em 2 a 1, com a Croácia conquistando o terceiro lugar da Copa do Mundo.  

A campanha coroou um possível fim da brilhante trajetória de Luka Modric na seleção. O camisa 10 foi o destaque desse meio campo e ficará eternizado como o maestro dessa geração.

Croácia
O craque Modric em sua última Copa do Mundo. Foto: Reprodução/Twitter/@FIFAWorldCup

 

Mesmo ficando com a quarta colocação, Marrocos sai do Catar de cabeça erguida e o treinador Regragui fez questão de enaltecer.

“Lembraremos de muitos jogos, voltaremos mais fortes. Unimos o nosso país durante um mês, todos estavam felizes”, enfatizou. 

O comandante também falou sobre o legado que deixaram nessa Copa.

“Eu acho que mostramos nossa força. Mostramos que o futebol africano está preparado para enfrentar os principais times do mundo com eficiência e jogando no nível mais alto”, comentou. 

O técnico marroquino ainda deixou seu recado visando os próximos objetivos da equipe.

“Eu disse aos meus jogadores que não podemos ser reis do mundo antes de sermos reis do continente. Nós vamos trabalhar para ganhar a Copa Africana de Nações”, afirmou Regragui. 

Com facilidade nas Eliminatórias, a Alemanha foi a primeira seleção europeia a se classificar para o mundial e chega forte para a disputa da Copa.
por
Felipe Albanez
Thomaz Cintra
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27/10/2022 - 12h

A Alemanha é um país localizado na Europa Ocidental com aproximadamente 83 milhões de habitante. O país é a maior economia da Europa e a 4ª maior economia do mundo, ficando atrás apenas de Estados Unidos, China e Japão. A Alemanha é bastante conhecida, também, por conta de ser a terra natal de muitos pensadores e escritores, como Karl Marx, Friedrich Engels e Nietzsche

A capital alemã é Berlim, na Alemanha também se situam cidades como Munique, que é sempre lembrada pela Oktoberfest, e Frankfurt, que abriga o Banco Central Europeu.

O país funciona em uma democracia parlamentar. Ou seja, o presidente é chefe de estado enquanto o Primeiro-Ministro é escolhido por meio do Parlamento (eleito por votação direta) fica responsável pelas ações de governo. O atual presidente é Frank-Walter Steinmeier e o Primeiro-Ministro é Olaf Scholz.

 

Histórico em Copas

Depois do Brasil e empatada com a Itália, a seleção germânica é a maior vencedora da história das Copas, tendo conquistado 4 títulos. Se considerarmos que os italianos não conseguiram se classificar para o Catar, apenas a seleção brasileira venceu o torneio mais vezes que os alemães, entre os países classificados nesta edição.

Seleção da Alemanha
Jogadores alemães comemoram o tetracampeonato de 2014. Foto: Mike Hewitt / FIFA

A Alemanha ganhou as Copa do Mundo de 1954, 1974, 1990 e 2014, ano do placar que ninguém gosta de lembrar contra o Brasil, no Mineirão. Ao todo os alemães participaram da competição por 20 vezes, já contabilizando a edição do Catar.

Vale destacar que foi no título mais recente da seleção em 2014 que Miroslav Klose ultrapassou Ronaldo como maior artilheiro da história das Copas, com 16 gols.

 

Acima da média

Os alemães se classificaram sem grandes sustos para a Copa do Mundo. A equipe comandada por Hans Flick venceu 9 de 10 partidas de seu grupo, que pode ser considerado fácil, mas não diminui o feito da seleção alemã. A seleção foi a primeira nação da UEFA a se classificar para o mundial deste ano.

A equipe marcou 36 gols nos 10 jogos e sofreu apenas 4, o que mostra a superioridade do time em relação aos outros do grupo, com direito até a um 9 a 0 em cima de Liechtenstein, com direito a dois gols de Thomas Müller e dois de Leroy Sané. Muller, inclusive, participou de apenas 4 jogos, porém, isso não o impossibilitou de ser muito participativo nessas partidas, tendo anotado 3 gols e colaborado com 3 assistências.

Além de Müller, outros destaques da seleção alemã Joshua Kimmich e Manuel Neuer, todos, também jogadores do Bayern de Munique.

Seleção da Alemanha
Hans Flick é o responsável pela recuperação da seleção alemã. Foto: Reprodução / Instagram 

No papel

Hans Flick foi o escolhido para substituir Joachim Löw, que ocupou o cargo por 15 anos. O comandante dos alemães na Copa deste ano já havia sido auxiliar do próprio Löw quando ele assumiu o time em 2006, saindo em 2014. Flick foi treinador do Bayern de Munique de 2019 até 2021 até voltar a seleção, desta vez como técnico.

Olhando para a tática da Alemanha vemos que o time é escalado na formação 4-2-3-1, sempre com pontas velozes e um centroavante bastante móvel que saiba buscar o jogo fora da área, como Werner ou até mesmo Muller, que já fez essa função muito bem.

No sistema defensivo, o time opta também por laterais rápidos e que apoiem bastante os ataques, como o Hofmann ou Klostermann do lado direito, e Kehrer ou Raum do lado esquerdo. Pelo meio de campo, o técnico tem jogadores de qualidade à sua disposição como Goretzka, Kimmich e também Gundogan, que mesmo sem serem velocistas como grande parte do time, conseguem dominar grande parte do campo, e apoiar muito bem o ataque. Um time para lá de enjoado!

 

Seleção da Alemanha
Elenco alemão conta com jogadores de grandes times. Foto: Reprodução / Instagram 

Seleção de craques


Na primeira Copa do Mundo de Thomas Müller, em 2010, o alemão fez 5 gols, e acabou empatado na artilharia com o espanhol David Villa, o holandês Wesley Sneijder e o uruguaio Diego Forlán. Porém, por ter dado mais assistências (3) que os demais, ele recebeu a Chuteira de Ouro, além disso, ele chega para essa Copa no Catar com 10 gols, faltando 6 para se igualar a Klose.

Mais atrás em campo, podendo passar despercebido nos jogos, Joshua Kimmich domina o meio campo nas partidas e ajuda seu time a manter o controle do jogo, apresentando um índice de acerto de passe médio de 90%, e muitas vezes dando mais de 120 passes durante seu tempo em campo.

Símbolo do futebol moderno, com o jogo começando nos pés do goleiro, Manuel Neuer é peça muito importante para o time, além disso, foi eleito o melhor goleiro do torneio em 2014, quando sua nação foi vencedora. Mesmo há quase 10 anos dessa conquista, ele continua jogando em alto nível, e até hoje é considerado um dos melhores goleiros do mundo.

Com uma seleção renovada e confiante, a Alemanha chega ao Catar entre as francas favoritas ao título, não apenas pelo peso da camisa, mas também pelo futebol apresentando em campo. Será que no Catar a Alemanha vai igualar o número de taças do Brasil ?

A seleção luta pela classificação inédita para a segunda fase da Copa do Mundo
por
Otávio Preto
Gusthavo Sampaio
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26/10/2022 - 12h

Situada no norte do continente africano, a Tunísia faz fronteira com a Argélia e a Líbia. Tem uma população de aproximadamente 12 milhões de habitantes, onde cerca de um quarto desses moram na capital, a cidade de Túnis. A Tunísia conquistou sua independência recentemente, em 1956. Até então era uma colônia francesa, por isso, o francês é muito falado no país. Cerca de 40% do seu território é ocupado pelo grande deserto do Saara e é banhado pelo Mar Mediterrâneo.

O país possui uma cultura bem diversificada. Pela Tunísia já passaram os indígenas berberes, os fenícios, os romanos, – que introduziram o cristianismo –, os muçulmanos, – que trouxeram o Islã e a cultura árabe –, além da região ter pertencido ao Império Otomano antes da dominação da França, em 1881. Hoje, é a menor nação do norte da África e é conhecida pelas diversas praias paradisíacas.

Município litorâneo de Sidi Bou Said, na Tunísia. Imagem: Hannoun Travel.
Município litorâneo de Sidi Bou Said, na Tunísia. Imagem: Hannoun Travel.

 

Histórico em Copas

Por ter pertencido à França até 1956, a Tunísia debutou em competições internacionais somente em 1962, conquistando o terceiro lugar na Copa das Nações Africanas. A seleção possui apenas dois títulos: A Copa das Nações Árabes de 1963 e a Copa Africana de Nações de 2004. O mais recente com a presença de dois brasileiros naturalizados tunisianos no elenco: Clayton e Francileudo, segundo maior artilheiro da história da Tunísia, com 22 gols.

Possui cinco passagens em Copas do Mundo, sendo eliminada na primeira fase em todas elas. Apesar do terrível retrospecto, foi a primeira seleção africana a vencer um jogo de copa, ganhando do México por 3 a 1, em 1978. Nesse mesmo ano, teve seu melhor desempenho em copas com 1 vitória contra o México, 1 empate em 0 a 0 contra a Alemanha – que na época era Alemanha Ocidental – e 1 derrota por 1 a 0 contra a Polônia.

Na copa de 2018, caiu no grupo da Bélgica, Inglaterra e Panamá. Venceu apenas o Panamá, por 2 a 1, e perdeu da Bélgica por 5 a 2, e da Inglaterra por 2 a 1.

Antes da classificação para o Catar, a Tunísia foi surpreendida pelo Burkina Faso e foi eliminada da Copa Africana de Nações. O jogo terminou com a vitória de 1 a 0 do Burkina Faso.

A Copa de 2022 será a sexta participação da Tunísia, que se classificou após vencer o Mali em um jogo de duas mãos. No jogo de ida, venceu o Mali por 1 a 0, e segurou o empate em 0 a 0 no jogo de volta.

O maior artilheiro da Tunísia é Issam Jemaa, com 37 gols em 84 jogos, e apesar de seu posto, nunca disputou uma Copa do Mundo.

Issam Jemaa, maior artilheiro da Tunísia. Imagem: Sky Sports.
Issam Jemaa, maior artilheiro da Tunísia. Imagem: Sky Sports.

 

Prancheta do Jalel

Após a eliminação em janeiro na Copa Africana de Nações para o Burkina Faso, a Tunísia disputou 8 jogos, e em sete o técnico Jalel Kadri utilizou a formação 4-3-3. Antes de enfrentar a seleção brasileira no último amistoso pré-copa, único jogo em que fugiu do padrão e utilizou a formação 4-3-1-2, a Tunísia estava invicta e sem tomar gols. Ao enfrentar o Brasil, a marca foi por água abaixo, tomando 4 gols em menos de 40 minutos.  O placar final do amistoso foi de 5 a 1. Na campanha de invencibilidade, se destacam as vitórias contra Japão – por 3 a 0 – e contra o Chile – por 2 a 0.

Seleção masculina de futebol da Tunísia. Imagem: BBC/Getty Images.
Seleção masculina de futebol da Tunísia. Imagem: BBC/Getty Images.

 

Possuindo apenas duas vitórias em copas na sua história, será que a seleção poderá alcançar a terceira vitória e, na melhor das hipóteses, passar para a segunda fase da competição?

Mesmo sem muitos desafios até a classificação, a "dinamáquina" de 2022 promete ser tão perigosa quanto a de 1998
por
Otávio Rodrigues Preto
Gusthavo Sampaio
|
24/10/2022 - 12h

A Dinamarca é um país escandinavo localizado no norte da Europa, fazendo fronteira física apenas com a Alemanha e, por meio de uma ponte, com a Suécia. A capital é Copenhague e o país conta com pouco mais de 5,8 milhões de habitantes.

Seu sistema político é monarquia constitucional, ou seja, há um rei ou rainha que exerce a autoridade, porém de acordo com a Constituição. Já o poder legislativo é exercido por um parlamento, que é eleito através do voto popular. A atual rainha dinamarquesa é Margarida II, filha mais velha do antecessor, Rei Frederico IX.

Além de ser o país com o 7º maior IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), a Dinamarca conta com terceiro parque de diversões mais antigo do mundo e o quarto maior da Europa, o Tivoli Gardens. Há também o castelo de Kronborg, Patrimônio Mundial da UNESCO, uma importante e histórica fortaleza militar na qual o poeta e dramaturgo inglês, William Shakespeare, se inspirou para escrever uma de suas peças mais famosas, Hamlet. 

Parque Tivoli Gardens, em Copenhaguen, Dinamarca. Foto: Lasse Salling/Cortesia de Tivoli Gardens
Parque Tivoli Gardens, em Copenhaguen, Dinamarca. Foto: Lasse Salling/Cortesia de Tivoli Gardens.

Histórico em Copas 

A melhor campanha da seleção na história das copas do mundo foi em 1998, na copa da França. Protagonizada pelos irmãos Laudrup, a dinamáquina (como foi apelidada) bateu a Arábia Saudita por 1 a 0, empatou com a África do Sul em 1 a 1 e perdeu para os anfitriões por 2 a 1 na fase de grupos. Já no mata-mata, venceu a Nigéria em uma goleada de 4 a 1, chegando às quartas de final para enfrentar o Brasil de Rivaldo e companhia. Na ocasião a seleção canarinha levou a melhor, vencendo os dinamarqueses por 3 a 2, com dois gols de Rivaldo e um de Bebeto.

 

Passaporte para o Catar

A seleção carimbou sua vaga para a Copa de 2022 em outubro de 2021, após vencer a Áustria por 1 a 0 na fase de grupos. Nas eliminatórias, a seleção teve de enfrentar seleções do segundo, ou até mesmo do terceiro escalão europeu, como Escócia de McTominay e Áustria de Alaba. Os dinamarqueses se classificaram com certa folga, marcando o total de 30 gols na competição e sofrendo apenas 3.

 

Joakim Mæhle comemora gol da classificação contra Áustria. Foto: Ulrik Pedersen/NurPhoto/PA Images
Joakim Mæhle comemora gol da classificação contra Áustria. Foto: Ulrik Pedersen/NurPhoto/PA Images.

 

Tática

O esquema tático da dinamáquina não traz muitas novidades. É o bom e velho 3-4-3, com alas rápidos que ajudam tanto no ataque quanto a recompor a defesa. Em alguns momentos pode variar para um esquema mais comum ainda, o 4-3-3, de acordo com seu adversário.

 

As engrenagens

A seleção do velho continente chega para a Copa do Catar com uma fórmula adotada por diversos clubes ao redor do mundo: unir experiencia com juventude. Ao falar desta seleção é indispensável o destaque para o veterano Kasper Schmeichel, de 35 anos, filho do lendário Peter Schmeichel. O atual goleiro acabou de sair do Leicester, da Inglaterra, e foi transferido para o Nice, da França, em uma transação de 1 milhão de euros.

Outro jogador que comanda a seleção é Christian Eriksen. O camisa 10 é o principal símbolo desta seleção. Após ter protagonizado um episódio terrível na Euro 2020 (adiada por conta da pandemia do coronavírus), quando caiu no meio da partida após sofrer uma parada cardíaca, o meio-campista é o maestro da equipe.

E não podemos nos esquecer do destaque da seleção nas eliminatórias para a copa do mundo, Andreas Skov Olsen, de 22 anos. O ponta direita, que joga atualmente no Club Brugge (Bélgica), foi o artilheiro da seleção na disputa por uma vaga na copa com 5 gols.  

 

Christian Eriksen, camisa 10 da seleção dinamarquesa. Foto: Gallo Images.
Christian Eriksen, camisa 10 da seleção dinamarquesa. Foto: Gallo Images.

 

Caso Hummel

Faltando alguns meses para o início da maior competição entre seleções do mundo, a patrocinadora oficial da Dinamarca, Hummel, se envolveu em uma polêmica após lançar o uniforme que será usado pela seleção no evento.

Os trajes são monocromáticos, com pouco ou quase nenhum destaque ao escudo da seleção e ao próprio logo da marca esportiva. A decisão é uma forma de protesto por parte da fornecedora à anfitriã do torneio.

Em suas redes sociais, a Hummel Sport disse não querer ser visível em um evento que ultrapassa os direitos humanos. "Preto: A cor do luto. A cor perfeita para a terceira camisa da Dinamarca para a Copa do Mundo deste ano. Apesar de apoiarmos a seleção dinamarquesa o tempo todo, isso não deve ser confundido com o apoio a um torneio que custou a vida de milhares de pessoas. Desejamos fazer uma declaração sobre o histórico de direitos humanos do Catar e seu tratamento aos trabalhadores migrantes que construíram os estádios da Copa do Mundo no país", escreveu a marca.

A manifestação se dá em meio a diversas polemicas envolvendo o país sede. Desde que o país ganhou o direito de sediar o evento, não pararam de surgir denúncias de violação de direitos humanos no país, sobretudo em relação às condições dos trabalhadores imigrantes. As indústrias e construtoras cataris contratam a maior parte de seus funcionários em outros países.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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Como e por que a Nike adotou a estratégia de despolitizar a camiseta da seleção brasileira no período pré-Copa do Mundo.
por
Antônio Valle
Christian P. Policeno
|
21/10/2022 - 12h

No final do ano ocorre a Copa do Mundo, evento no qual a camisa verde e amarela brilhou muitas vezes. Acontece que, para a deste ano, a camisa da seleção brasileira chega em um contexto diferente: incorporada fortemente no jogo político do Brasil. Porém, não é a primeira vez que isso ocorre.

No período ditatorial, Emílio Médici tentou usar os triunfos da seleção canarinho, para promover seu governo autoritário. Recentemente, a partir das manifestações de junho de 2013 e das manifestações pró-impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff, os caminhos da camisa amarela voltaram a se cruzar com a direita nacional. Isso se aprofundou no período pré-eleitoral de 2018, com a ascensão do então candidato Jair Bolsonaro, que adotou a camisa como a representação de uma ideia de nação brasileira, amparada no que é chamado de “bolsonarismo”, identificada com ideias conservadoras.

O professor da faculdade de educação da UFRJ, Antônio Soares, explica: “A novidade desta vez, é que o bolsonarismo capturou esses símbolos da nação. A esquerda possui uma cultura mais internacionalista, do que nacionalista, a direita obteve mais facilidade de ter estes símbolos nacionais [...] como ele [Bolsonaro] não tem partido, se incorporou deste símbolo nacional, que era de todos, mas que hoje representa aqueles que supostamente querem defender toda a retórica do conservadorismo”

Maria Golobovante. Foto: Departamento de arte Faficla (PUC-SP).
    Antônio Jorge Soares. Foto: Sérgio Settani Giglio.

No meio dessa disputa de símbolos, muitos brasileiros se afastaram das cores verde e amarelo, e consequentemente da camisa da seleção. A Nike, patrocinadora e fornecedora do material esportivo, como estratégia de venda, tentou afastar a “amarelinha”, do cenário político. Para o lançamento das camisas, a marca buscou esportistas, figuras da internet e músicos. Entre eles estão Djonga e MC Hariel, que já se posicionaram contra o atual presidente. O rapper mineiro, que é patrocinado pela empresa, é visto como “trunfo” para despolitizar a camisa.

Em show no Mineirão, em abril deste ano, Djonga puxou gritos de “Fora Bolsonaro” enquanto vestia a camisa canarinho. Também soltou a seguinte frase: “com essa camisa aqui [da seleção] é mais gostoso de ouvir vocês gritando, porque os “caras” [bolsonaristas] acham que tudo é deles, eles se apropriam do tema família, eles se apropriam do nosso hino, eles se apropriam de tudo. Mas é o seguinte: é tudo nosso e nada deles”.

O professor explica: “Claramente é intencional, eles querem desvincular a imagem, tem uma tentativa de se reapropriar a camisa da seleção, para que o povo não fique dividido, provavelmente as pessoas de marketing estão pensando nisto.”

Trazendo para a perspectiva comercial, a Nike declarou para o jornal Valor Investe que a Copa do Mundo deve trazer um lucro de 250 milhões de reais para a marca. Os dados sobre as vendas da nova camiseta ainda não foram divulgados, mas já é possível notar que o produto é um sucesso. Prova disto é que elas já se esgotaram no site da empresa. As camisas são vendidas por R$350,00.

A professora Maria Golobovante, graduada em publicidade e propaganda pela UFPA, diz que a alta nas vendas era esperada e arrisca um palpite. Entre ideologia e paixão pelo futebol, quem decide é o bolso: "os progressistas - fora os mais radicais, que não comprarão a camiseta de forma alguma - vão adquirir a camiseta se possuírem condições financeiras para isto.”

Maria Golobovante. Foto: Departamento de arte Faficla (PUC-SP).
 Maria Golobovante, professora do Departamento de Arte, Faficla   (PUC-SP). . Foto: Divulgação       

Apesar do esforço para salvar a canarinho, a marca decidiu garantir os lucros com outra cor. Investiu pesado na divulgação da segunda camisa, a azul. “Além do uso dos artistas [...] eles (Nike), deslocaram a camiseta do amarelo para o azul, e trouxeram á tona a questão das “marcas”, fazendo referência a onça pintada e ao pantanal”, analisa Golobovante.

 

Marcada pela intensidade e disposição, a Austrália chega ao Catar na tentativa de aprontar no grupo D
por
Otávio Rodrigues Preto
|
19/10/2022 - 12h

Austrália é um país do hemisfério sul localizado na Oceania, o menor continente do mundo. A capital, diferente do que muitos pensam, não é Sidney, e sim Camberra. Sendo o sexto maior país em extensão territorial, com 7.713.364 km², a Austrália conta com cerca de 25 milhões de habitantes, que ficam concentrados nas regiões urbanas, já que grande parte de seu interior é desertificado.

 

O país é famoso por ter diversos animais exóticos; como o continente ficou isolado do resto do mundo, há diversas espécies que existem apenas lá, como o canguru, diabo-da-tasmânia, coala e o casuar, a ave mais perigosa do mundo.

 

Outra curiosidade sobre a Austrália, é que a grande barreira de corais do país é considerada o maior organismo vivo do mundo. Para quem gosta, a Austrália é famosa pelos mais de 160 mil hectares de áreas reservadas para a produção de vinho, sendo um país famoso pelo turismo gastronômico.

 

Histórico em Copas

 

A Copa no Catar será apenas a 6ª participação da seleção australiana, antes já havia disputado as edições de 1974, 2006, 2010, 2014 e 2018. A melhor campanha foi em 2006, na Copa da Alemanha. Na ocasião, a seleção venceu o Japão por 3 a 1, perdeu para o Brasil por 2 a 0 e empatou com a Croácia em 2 a 2, se classificando para o mata-mata.

 

Já nas fases eliminatórias, os australianos foram eliminados pela campeã da edição, a Itália, perdendo de 1 a 0 com gol de Francesco Totti.

 

 

Eliminatórias

 

Como o continente da Oceania é muito pequeno, as seleções se juntam às equipes asiáticas para disputar uma vaga na Copa do Mundo. Nas eliminatórias desta edição, a seleção australiana ficou em terceiro lugar no seu grupo, atrás do Japão e da Arabia Saudita, assim, indo para a repescagem.

 

A classificação para o torneio foi dramática. Em um jogo disputado, venceu os Emirados Árabes Unidos por 2 a 1 e avançou para a decisão da vaga, contra o Peru. Em outro jogo apertado, os Socceroos (apelido da equipe australiana) venceram os peruanos apenas nos pênaltis, após um empate sem gols no tempo regulamentar.

Seleção australiana comemora pênalti da classificação contra Peru. Reuters - Mohammed Dabbous
Seleção australiana comemora pênalti da classificação contra Peru. Reuters - Mohammed Dabbous

 

Tática australiana

 

A formação predominante da equipe do técnico Graham Arnold é uma variação entre os esquemas táticos 4-2-3-1, 4-1-4-1 e 4-5-1. Em todos eles, a ideia é sempre muito objetiva, o centroavante isolado na frente e o meio-campo preenchido.

 

No ataque, as jogadas pelas laterais buscando a bola aérea para o meio da área são bastante utilizadas pelos Socceroos. Apesar de um meio campo sempre bem povoado, a equipe de Arnold sofre para se recompor, não sendo incomum espaços entre os defensores que facilitem os ataques adversários.

 

Atenção neles

 

O principal destaque do time, é o centroavante Jamie MacLaren, de 29 anos. Atualmente o camisa 9 é jogador do Melbourne City, principal time do campeonato australiano. Na última temporada, MacLaren marcou 25 gols em 24 jogos pelo clube. O jogador se destacou nas eliminatórias, sendo o artilheiro da equipe com 7 gols.

 

Outro destaque talvez seja o nome mais conhecido da seleção: Aaron Mooy, do Celtic. O meio-campista de 32 anos tem passagens pelo futebol inglês e é conhecido pelas características defensivas, sabendo ocupar os espaços na faixa central do campo e também tendo alguns momentos de chegadas ao ataque.

 

O plantel australiano não chegou ao Catar em 2022 pela técnica ou por contar com jogadores habilidosos. A equipe é o que chamamos de "solidária", muito intensa na marcação e sempre disputando todas as bolas. Os Socceroos estão em um grupo complicado, e não são os favoritos para passar, será que teremos surpresas?

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Jamie McLaren. Foto: Sean Garnsworthy