O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresenta aumento moderado, com destaque para os grupos de Transportes e Alimentação.
por
Marcello R. Toledo
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15/08/2023 - 12h

 

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal indicador de inflação no Brasil, registrou uma variação de 0,12% no mês de julho. O número representa um acréscimo de 0,20 ponto porcentual em relação à taxa de junho, que havia sido de -0,08%. No acumulado do ano, o IPCA apresenta uma alta de 2,99%, e nos últimos 12 meses, a variação é de 3,99%, superando os 3,16% registrados nos 12 meses anteriores. Em julho de 2022, a variação havia sido de -0,68%.

O IPCA  é uma ferramenta crucial para avaliar a evolução dos preços de produtos e serviços consumidos por famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos, ele serve como um indicador da inflação enfrentada e é calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), abrangendo diversas regiões metropolitanas do país, além de algumas cidades específicas.

Em linhas mais claras, o IPCA desempenha o papel de espelho do custo de vida experimentado por essa parte da população. Dessa forma, ele captura as variações de preços em uma variedade de produtos e serviços, permitindo que as autoridades econômicas, consumidores e demais interessados compreendam as tendências inflacionárias em diferentes partes do Brasil.
 

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Setores em Destaque

Dos nove grupos de produtos e serviços analisados pelo IPCA, cinco apresentaram alta no mês de julho. O grupo de Transportes teve o maior impacto, com 1,50% de variação e contribuição de 0,31 ponto porcentual. Nesse grupo, os preços da gasolina tiveram um aumento notável de 4,75%, sendo o item com maior contribuição individual para o índice do mês. Itens como gás veicular (3,84%) e etanol (1,57%) também tiveram alta, enquanto o óleo diesel apresentou uma queda de 1,37%. Passagens aéreas (4,97%) e automóveis novos (1,65%) também contribuíram para o aumento no grupo.

Em contrapartida, o grupo de Alimentação e Bebidas apresentou uma queda de 0,46%, com impacto de -0,10 ponto porcentual no índice. Esse resultado foi influenciado, principalmente, pela redução nos preços da alimentação no domicílio (-0,72%), destacando-se quedas em produtos como feijão-carioca (-9,24%), óleo de soja (-4,77%), frango em pedaços (-2,64%), carnes (-2,14%) e leite longa vida (-1,86%). Por outro lado, as frutas tiveram aumento de preço, com destaque para banana-prata (4,44%) e mamão (3,25%).

No grupo de Habitação, a taxa de -1,01% impactou o índice em -0,16 ponto porcentual. A maior contribuição para essa variação veio da energia elétrica residencial, que registrou queda de 3,89% devido à incorporação do Bônus de Itaipu (um desconto de até R$ 15 na conta de luz individual em residências de classes residencial e rural, que tiveram ao menos um mês, em 2022, consumo faturado inferior a 350 KWh) nas faturas emitidas em julho. A taxa de água e esgoto (0,18%) registrou alta devido a reajustes em algumas regiões.

Variações Regionais 

As variações regionais também tiveram impacto no IPCA de julho. Porto Alegre foi a região que apresentou a maior variação, com 0,53%, devido ao aumento do preço da gasolina (6,98%). Belo Horizonte teve a menor variação, registrando queda de -0,16%, influenciada pelas quedas nos preços dos ônibus urbanos (-17,50%) e na energia elétrica residencial (-4,23%).

INPC e Outros Indicadores

Além do IPCA, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), também foi divulgado (o Índice também mede a variação de preço de determinados produtos e serviços consumidos pelas famílias brasileiras, entretanto num recorte menor que o IPCA - considera rendimentos de 1 a 5 salários mínimos). O INPC registrou uma variação de -0,09% em julho, mantendo-se próxima à taxa de -0,10% observada no mês anterior. No acumulado do ano, o INPC acumula alta de 2,59%, e nos últimos 12 meses, a variação é de 3,53%, acima dos 3,00% registrados nos 12 meses anteriores.

Os números do IPCA e INPC demonstram que a economia brasileira segue passando por oscilações, com impactos variados nos diferentes setores e regiões do país. A análise detalhada desses indicadores é essencial para entender as dinâmicas econômicas em curso e tomar decisões informadas sobre investimentos e consumo.

Nota: Os dados e informações presentes nesta matéria foram fornecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e são referentes ao mês de julho de 2023. A análise dos indicadores deve considerar a conjuntura econômica e as possíveis variações ao longo do tempo

Seleção alemã faz 6 a 0 em jogo marcado por erros individuais e aplica maior goleada da Copa do Mundo até o momento.
por
Gusthavo Sampaio
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24/07/2023 - 12h

Na madrugada desta segunda-feira (24), Alemanha e Marrocos estrearam na Copa do Mundo Feminina FIFA 2023, em confronto pelo Grupo H. O primeiro jogo entre as equipes na história ocorreu no Estádio Melbourne Rectangular, na Austrália. A Alemanha, que nunca perdeu em uma estreia de Copa, manteve a marca e atropelou as estreantes marroquinas em um jogo que terminou 6 a 0.

 

Foto do elenco pré-jogo
Foto das jogadoras titulares na estreia alemã homenageando Carolin Simon. Foto: Reprodução/Twitter/DFB_Frauen

 

A seleção alemã iniciou sua jornada na Copa do Mundo homenageando a jogadora Carolin Simon, que foi cortada da convocação final após romper os ligamentos do joelho no último amistoso pré-copa contra a Zâmbia. Na foto em grupo do pré-jogo, as jogadoras posaram segurando uma camisa com o número 2 e o nome Simon.

Após o soar do apito, não demorou para as favoritas abrirem o placar. Com uma marcação alta logo de início, as alemãs não deram fôlego para as marroquinas e, aos 11 minutos, a capitã Alexandra Popp abriu o placar cabeceando livre na entrada da pequena área. A jogada começou com um erro da saída de bola da zagueira de Marrocos, que entregou a bola para a meia Jule Brand. Brand tocou na linha de fundo para a zagueira Hendrich que levantou a bola na área para Popp, de cabeça, mandar a bola para o fundo da rede.

Após o gol, a Alemanha manteve a posse e empurrou as marroquinas para seu campo de defesa, não sofrendo perigo durante a maior parte do primeiro tempo. Aos 39 minutos, após escanteio cobrado por Klara Buhl, Popp, novamente de cabeça e na pequena área, ampliou o placar para as alemãs.

O panorama durante o primeiro tempo foi positivo para a Alemanha, que sofreu somente um chute a gol e dominou a maior parte da posse de bola. Alguns erros na saída de bola geraram contra-ataques para as marroquinas, mas nenhum se concretizou. Apesar do panorama positivo, as germânicas subiram o nível na segunda etapa.

O segundo tempo começou com um gol relâmpago: Klara Buhl roubou a bola logo após um erro de passe segundos depois do apito inicial e finalizou a jogada que ela mesma construiu. O chute acertou na trave e, na sobra Buhl, apareceu e faz o terceiro. Pouco tempo depois do gol, Buhl teve outra chance clara de finalização, mas o chute parou na trave. O começo de segundo tempo alemão foi implacável, com menos de 10 minutos depois do terceiro, saiu o quarto gol. Na sobra de um cruzamento, Svenja Huth levantou na área a bola que foi cabeceada para o gol pela zagueira marroquina Hanane Ait El Haj, marcando contra.

O passeio continuou e a blitz alemã pelo quinto gol não parou até marcar. Aos 34 minutos, em mais um cruzamento alemão, a goleira Khadija Er-Rmich afastou contra a zagueira Yasmin M’Rabet, que marcou o segundo gol contra marroquino, e quinto da Alemanha. Quatro minutos após o gol, a capitã Alexandra Popp foi substituída, na caminhada até o banco de reservas foi ovacionada pelos torcedores. Mesmo com uma ampla vantagem no placar, as alemãs não colocaram o pé no freio. Aos 90 minutos, Lena Lattwein finalizou uma bola que, ao ser defendida pela goleira Er-Rmichi, sobrou nos pés da atacante Lea Schuller, que marcou o sexto e fechou a conta.

Como esperado, a seleção bicampeã do mundo não teve dificuldades em seu primeiro jogo, mas surpreendeu pela elasticidade da vitória. A Alemanha dominou o jogo do início ao fim, e terminou com 74% da posse de bola e 16 chutes no total, 7 desses no gol. Todo esse domínio sem a presença de uma das maiores jogadoras do elenco, Lena Oberdorf, poupada por conta de uma lesão.

 

Disputa de bola entre duas jogadoras durante o jogo
Sara Dabritz (esquerda) e Ghizlane Chebbak (direita) disputando a bola durante o jogo. Foto: Reprodução/Twitter/EnMaroc

 

Por outro lado, as marroquinas viveram um dia para ser esquecido. Em sua estreia pela Copa do Mundo, tiveram uma péssima atuação individual e coletiva, marcada principalmente pelos erros defensivos. Ainda no primeiro tempo, a postura de contra-atacar adotada pela equipe foi completamente suprimida, chutando apenas uma vez ao gol na primeira etapa. No final, quatro gols marcados pela Alemanha tiveram início a partir de erros diretos da defesa marroquina. Com essa derrota, o Marrocos vive uma sequência de 5 jogos sem vencer.

A seleção Marroquina volta a campo no domingo (30), para enfrentar a Coreia do Sul e continuar na luta pela classificação, às 01h30 (horário de Brasília). As alemãs jogam no mesmo dia contra a Colômbia, às 06h30 (horário de Brasília), para tentar garantir a classificação para a fase eliminatória.

Se não fosse sofrido, não era Argentina. Nos pênaltis a albiceleste derrota a França e é campeã mundial pela terceira vez na história
por
Fabrizio Delle Serre
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20/12/2022 - 12h

Após 36 anos de espera, os hermanos enfim comemoraram. A Argentina é tricampeã da Copa do Mundo. No último domingo (18) às 12h, o Lusail Stadium recebeu uma das melhores finais já vistas da história do torneio mundial.

 

Lionel Messi foi decisivo, Kylian Mbappé marcou um hat-trick, porém, não foi suficiente. Nos pênaltis, a Argentina bateu a França e ficou com o troféu mais cobiçado do futebol, que tem uma nova capital pelos próximos 4 anos: Buenos Aires.

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Jogadores argentinos comemorando o tricampeonato mundial. Foto: Divulgação / FIFA

 

A decisão da Copa foi em um jogo eletrizante. Para os amantes do futebol foi mais um motivo para se apaixonar pelo esporte. A raça e a entrega dos argentinos foi recompensada. O mundo é azul e branco.

 

A Copa do Mundo de 2022 acabou. Com direito a um encerramento de gala. Diego Armando Maradona, viu e vibrou lá do céu com os “muchachos”, campeões do mundo. A comando do novo deus albiceleste: Messi.

 

Destaque também para Di Maria. O camisa 11 voltou ao time titular de Lionel Scaloni e correspondeu. Sofreu pênalti e balançou as redes.

Primeiro Tempo

A final iniciou com as equipes tensas e com entradas mais duras por ambos os lados. Os franceses até tiveram certo domínio, porém, erraram passes e estavam nervosos.

 

A Argentina percebeu o abalo emocional do adversário e tomou conta da partida. Os hermanos ditaram o ritmo da primeira etapa. Aos 20 minutos, Dembelé derrubou Di Maria dentro da área e o pênalti foi marcado.

 

Lionel Messi foi para a bola. Respirou, bateu e estufou a rede. Bola para um lado, Lloris para o outro, o placar estava aberto, 1 a 0 Argentina.

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Messi na cobrança de pênalti que abriu o placar da decisão. Foto: @EPA / Toga Bozoglu

Além do gol, Messi naquele momento se tornava o artilheiro da competição com 6 gols, deixando para trás Mbappé.

 

Mesmo com o placar aberto, a França parecia que ainda estava no vestiário. A Argentina continuou dominando a partida. O objetivo era o segundo gol.

 

Aos 35 minutos em um erro de Upamecano os hermanos partiram para o contra-ataque. Uma linda jogada. Mac Allister tocou para Messi que passou para Julián Álvarez. O atacante lançou pelas costas da linha de defesa francesa.

 

Mac Allister recebeu e ajeitou para Di Maria que bateu na saída de Llorris. 2 a 0 e a partida parecia estar definida.

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Di María aprontou das suas mágicas e só tirou de Lloris para marcar o segundo gol
@FRANCK FIFE / AFP

Ao final dos primeiros 45 minutos, o domínio era total da equipe de Scaloni. Ganhavam nas estatísticas e no placar. Os franceses ainda não haviam finalizado.

Segundo Tempo

O segundo tempo começou e o controle argentino ainda era nítido. Assim como na primeira etapa, as ações ofensivas eram sempre direcionadas ao gol de Llorris.

 

A Argentina teve a chance de ampliar: De Paul de voleio aos 3 minutos e com Julián Álvarez aos 13. Ambas as chances pararam nas mãos do goleiro francês.

 

Aos 22 minutos, a primeira finalização da França foi realizada. Kolo Muani de cabeça. A tentativa não levou perigo algum ao gol de Martinez.

 

O jogo foi avançando e a França parecia estar entregue. Era questão de tempo para o fim da fila de 36 anos dos hermanos longe do topo do mundo.

 

Faltavam 12 minutos para o fim do tempo regulamentar, até que Otamendi derrubou Kolo Muani dentro da área. Pênalti para a França. Tensão total no Lusail Stadium.

Então, a estrela de Kylian Mbappé começou a brilhar.

 

O garoto de 23 anos com muita frieza foi para a cobrança da penalidade máxima. Correu, bateu e diminuiu, 2 a 1.

 

A Argentina entrou em curto-circuito. Após 1 minuto do primeiro gol francês, Kylian Mbappé recebeu um bom passe de Thuram. O camisa 10 em um lindo chute de perna direita balançou a rede novamente. Tudo igual. 2 a 2

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Finalização de Mbappé que colocou a França de volta na final. Foto: @EPA / Toga Bozoglu

 

O juiz apitou o final dos 90 minutos.  Os argentinos estavam tentando entender o que havia acontecido, enquanto os franceses haviam feito uma revolução em menos de 5 minutos.

Empate? Mais 30 minutos!

Haja coração, amigo! A prorrogação foi simplesmente encantadora. Os primeiros 15 minutos foram tensos. Com chances para os dois lados, mas sem efetividade tanto da Argentina quanto da França.

 

A única boa chance dos hermanos no primeiro tempo foi no chute de Lautaro, que foi travado por Upamecano. No rebote Montiel finalizou, mas Varane afastou de cabeça.

 

Lautaro teve nos acréscimos outra oportunidade de desempatar, mas bateu para fora e desperdiçou.

 

Os 15 minutos finais foram emocionantes. Com quase 3 minutos, Lautaro finalizou e Lloris deu o rebote. Lionel Messi estava no lugar certo e na hora certa.  Dessa vez, de perna direita o camisa 10 tirou o empate do placar. 3 a 2, os hermanos estavam de novo na frente.

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Segundo gol de Messi na decisão. Foto: Tarso Sarraf / O Liberal

Os minutos passavam, o fim estava se aproximando e a Argentina estava próxima da tão sonhada conquista da Copa do Mundo. Mas, Mbappé ainda estava em campo e não facilitou para a albiceleste.

 

Há pouco mais de 4 minutos do fim, o garoto bateu e a bola tocou no braço de Montiel que estava dentro da área. Mais um pênalti para a equipe de Deschamps.

 

Novamente, Mbappé na cobrança. O craque do PSG deslocou o goleiro Martínez para empatar a partida, 3 a 3. O futebol viveu naquele momento sua emoção no estado mais puro. Além do gol, o francês se tornou o artilheiro da competição com 8 gols.

 

Na última chance  dos franceses, Kolo Muani ficou cara a cara com Martínez. O goleiro Argentino defendeu com o pé. Dibu foi brilhante e salvou a seleção de mais um vice.

Pênaltis

Com o empate na prorrogação, a Copa foi decidida nas penalidades máximas pela terceira vez em sua história. Os franceses iniciaram a disputa. Mbappé converteu.

 

Na sequência, Lionel Messi abriu as penalidades para os argentinos e também balançou as redes.

 

Martinez pegou a cobrança de Coman, acertando o canto escolhido pelo francês. A taça estava saindo de Paris com rumo a Buenos Aires.

 

Dybala fez o dele, bateu no meio com segurança. O próximo pênalti foi cobrado por Tchouaméni, o meia do Real Madrid bateu pra fora. Comemoração de Dibu com direito a dancinha.

 

Na sequência, Paredes converteu. Kolo Muani não desperdiçou e a França ainda estava viva.

 

29 de junho de 1986. Essa data ficou marcada na história dos Argentinos. Montiel tinha que fazer para acabar com a espera de 36 anos. O Tricampeonato estava próximo.

 

Montiel correu, bateu e fez. Argentina tricampeã do mundo.

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Argentina Campeã do Mundo. @EPA / Friedemann Vogel

A Terceira estrela e Messi

18 de dezembro de 2022. Um novo feriado para os argentinos. Uma data histórica para Lionel Messi que fez a ilusão virar realidade. O ET conquistou o único troféu que faltava em sua vitoriosa carreira.

 

35 anos de idade. Dores de 2014, 2015 e 2016 com 3 vices consecutivos. Acabou. Lionel Messi provou para si e para o mundo que ainda é o melhor.

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Messi levantando a principal taça do futebol. Foto: Divulgação / FIFA

Gênio, divino, predestinado. Como definir quem conseguiu superar Maradona? O mundo é da Argentina pela terceira vez, a estrela de número 3 finalmente foi costurada no escudo albiceleste.

 

Duas delas foram a comanda de D10S, que agora passa seu bastão para um imortal na Argentina e no mundo do futebol: Lionel Messi.

 

1978, 1986, 2022. Tricampeões, os muchachos conseguiram conquistar o mundo. A taça voltou para Buenos Aires. A terra de Diego y Lionel tem o mundo novamente. Os Argentinos não precisam mais “ilusionar”, o título é realidade. 

 

 

Meu pai estava errado sobre muitas coisas, esta é uma delas
por
Bianca Novais
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20/12/2022 - 12h

Na primeira vez que fui ao estádio, eu já era adulta. Para meu pai, o estádio não era lugar de menina. E para nossa situação financeira, o estádio também não era exatamente o lugar do meu pai. Parece um clichê da internet, não é? Tal lugar não é lugar de mulher. O pior é que existe na vida real e a gente acredita. Eu acreditei por muitos anos.

Mesmo vendo a Rainha Marta ser a melhor futebolista do mundo cinco vezes seguidas, a maior artilheira das seleções brasileiras, a primeira atleta a marcar gols em cinco edições de Copa do Mundo da FIFA.

Mesmo vendo Formiga ser a única pessoa a ter participado de sete Copas do Mundo e de sete Olimpíadas, a que mais vezes entrou em campo com a amarelinha.

Mesmo vendo Cristiane se tornar a maior artilheira das Olimpíadas, vencer a primeira edição feminina da Libertadores, ao lado de Marta, e ser artilheira também desta competição.

Todas mulheres pretas, como eu.

Apesar de ver, eu não enxergava. Muito por isso fiquei assustada e apreensiva com o convite do amigo Luan Leão para tocar o barquinho da cobertura da Copa do Mundo pela AGEMT, com ele e o inenarrável Bruno Scaciotti.

Se meu lugar não era nem no estádio, imagina em posição de liderança frente a 20 homens falando sobre bola?

Pouco mais de três meses de planejamento, 28 dias de Copa do Mundo, 99 textos no site, 9 episódios do podcast Expresso Catar, 4 episódios do programa Manual de Sobrevivência da Copa do Mundo, 37 edições do boletim diário em vídeo Já É Copa, fora o baile.

Não vi o Brasil ser hexa, mas pude ver Marrocos ser a primeira seleção africana a chegar nas semifinais de uma Copa. Vi Cristiano Ronaldo ser o terceiro atleta a marcar gol em cinco edições do mundial de seleções. Neymar se igualar em gols pela seleção com Pelé. Kylian Mbappé ser o segundo jogador a marcar um hat-trick em final de Copa do Mundo. Messi ser consagrado como um dos deuses do futebol ao conquistar o tricampeonato argentino. E o primeiro trio de arbitragem feminino a apitar um jogo da Copa do Mundo masculina.

Nada mal para quem não está no lugar.

Marta, Cristiane e Formiga, a Santa Trindade do futebol feminino brasileiro. Foto: NICHOLAS KAMM/GettyImages
Marta, Cristiane e Formiga, a Santa Trindade do futebol feminino brasileiro. Foto: Nicholas Kamm/GettyImages

 

Pela terceira vez em sua história, o time xadrez sobe ao pódio e consagra a geração liderada por Modric
por
Arthur Campos
João Victor Fogagnolo
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18/12/2022 - 12h

No último sábado (17), ocorreu a penúltima partida da Copa do Mundo Catar 2022. Croácia e Marrocos estiveram frente a frente no estádio Internacional Khalifa para definir o terceiro e quarto lugar do torneio. 

As seleções se reencontraram 24 dias depois do confronto na primeira rodada do grupo F na fase de grupos. Naquela ocasião o jogo terminou em um 0 a 0 nada saudoso. 

Em lados opostos do chaveamento, os Leões dos Atlas, tal qual Davi, foram desafiados por vários Golias e assim como na passagem bíblica de Samuel 17, triunfaram diante dos gigantes. Posteriormente, sucumbiram apenas perante a atual campeã, França. 

Já a seleção eslava, repetindo o feito de 2018, precisou passar por duas prorrogações para manter-se na competição. Da mesma forma que na edição passada, os embates contra Japão e Brasil chegaram até as penalidades máximas, nas quais as duas saíram derrotadas, com o goleiro Dominik Livakovic sendo o protagonista. Somente a Argentina foi capaz de impedir os croatas de irem a mais uma final. 

Croácia
Foto oficial da seleção croata. Imagem: Reprodução/Twitter/@fifaworldcup_pt

 

Dentro de campo as equipes vieram bem mexidas devido ao desgaste acumulado durante a Copa. O técnico Walid Regragui, que sofreu com desfalques nos duelos contra Portugal e França, promoveu descanso a alguns jogadores. Mais uma vez o comandante não teve a disposição o lateral esquerdo Noussair Mazraoui, que não estava no banco de reservas, cedendo espaço para Yahia Attiyat Allah. Já os atletas Roman Saiss, Nayef Aguerd, Selim Amallah e Azzedine Ounahi foram preservados, sendo substituídos por Achraf Dari, Jawad El Yamiq, Abdelhamid Sabiri e Bilal El Khannouss respectivamente. 

Por motivos semelhantes, o treinador Zlatko Dalic deu oportunidades para outros jogadores do plantel. Em comparação ao confronto anterior, houve três mudanças na linha de defesa, o recuo de Ivan Perisic para variar entre lateral e ala pela esquerda, junto com as entradas de Josip Sutalo e Josip Stanisic, nas vagas de Dejan Lovren e Josip Juranovic, nesta ordem. Na parte ofensiva, Lovro Majer, Mislav Orsic e Marko Livaja também ganharam chances nos lugares de Mario Pasalic, Borna Sosa e Marcelo Brozovic. 

Dado o apito inicial, os 44.137 expectadores viram um começo de partida movimentado. Em jogada ensaiada na cobrança de falta, Majer bateu para dentro da área, Perisic escorou de cabeça e Josko Gvardiol completou para abrir o marcador aos 7 minutos, numa bela trama croata.

Croácia
Gvardiol mergulhou e fez 1x0 para o time xadrez. Foto: Reprodução/Twitter/@FIFAWorldCup

 

No minuto seguinte, novamente em bola parada, o cruzamento de Hakim Ziyech desviou e sobrou para Dari empatar a disputa. Antes do intervalo, aos 42, numa recuperação dos eslavos na zona de ataque, Livaja passou para Orsic finalizar com chapa do pé, e resvalando levemente na trave, morreu dentro das redes do goleiro Bono. 

Na volta para o segundo tempo, o fator físico pesou e o ritmo do jogo caiu. Apesar da posse de bola marroquina, os leões não conseguiram concretizá-la em reais perigos de gol. Sem grandes emoções na etapa final, o placar terminou em 2 a 1, com a Croácia conquistando o terceiro lugar da Copa do Mundo.  

A campanha coroou um possível fim da brilhante trajetória de Luka Modric na seleção. O camisa 10 foi o destaque desse meio campo e ficará eternizado como o maestro dessa geração.

Croácia
O craque Modric em sua última Copa do Mundo. Foto: Reprodução/Twitter/@FIFAWorldCup

 

Mesmo ficando com a quarta colocação, Marrocos sai do Catar de cabeça erguida e o treinador Regragui fez questão de enaltecer.

“Lembraremos de muitos jogos, voltaremos mais fortes. Unimos o nosso país durante um mês, todos estavam felizes”, enfatizou. 

O comandante também falou sobre o legado que deixaram nessa Copa.

“Eu acho que mostramos nossa força. Mostramos que o futebol africano está preparado para enfrentar os principais times do mundo com eficiência e jogando no nível mais alto”, comentou. 

O técnico marroquino ainda deixou seu recado visando os próximos objetivos da equipe.

“Eu disse aos meus jogadores que não podemos ser reis do mundo antes de sermos reis do continente. Nós vamos trabalhar para ganhar a Copa Africana de Nações”, afirmou Regragui. 

Mundo fingiu não ver as contradições que só alguns denunciaram quando a atual sede foi escolhida. Às vésperas da abertura, polêmicas ganham força.
por
Felipe Abel Horowicz Pjevac
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19/11/2022 - 12h

23 de novembro de 2010 - foi nesse dia que um almoço entre os presidentes da França, da UEFA e um príncipe do Catar desmontou um ‘acordo de cavalheiros’ realizado meses antes por FIFA, Rússia e Estados Unidos. Em dezembro daquele ano, as sedes oficiais para as Copas do Mundo de Futebol de 2018 e 2022 seriam anunciadas, e havia uma grande movimentação dentro dos bastidores da entidade internacional para que essas duas potências mundiais fossem as escolhidas, como um sinal de paz no quadro esportivo mundial. No entanto, escândalos de corrupção e compra de votos acabaram mudando esse cenário e trazendo diversas polêmicas acerca do torneio que se aproxima.

 

Na tarde daquela terça-feira, reuniram-se na capital francesa Nicolas Sarkozy, então presidente da França, Michel Platini, então presidente da UEFA, e Tamim al-Thani, príncipe catari que 3 anos depois assumiria o cargo de emir. Platini e Sarkozy apoiavam a escolha do país asiático em sequência à Rússia como sede, e houve nesse encontro um planejamento para desfazer o tratado da FIFA e convencer o comitê executivo da organização, que uma semana depois elegeria de forma oficial o local destinado a receber o torneio em 2022.

 

Alguns indícios apontam o porquê dessa ligação entre os franceses e o Catar: em agosto de 2011, a Qatar Sports Investments (grupo de investimentos catari fundado por al-Thani anos antes) adquiriu o Paris Saint-Germain, clube de coração do ex-mandatário francês, em uma transação bilionária. Além disso, uma enorme quantidade de caças franceses foi vendida aos líderes cataris por um valor de mais de 14 bilhões de dólares; esses aviões foram fundamentais para que Tamim al-Thani assumisse o poder do país em 2013 sem um golpe de Estado.

 

Essa escolha controversa pelo Catar como sede da próxima Copa trouxe consigo diversas polêmicas e temas delicados; o primeiro destes foi em relação ao clima. A Copa do Mundo é um torneio usualmente realizado entre os meses de junho e julho; durante essa época do ano, um forte verão atinge o país asiático, que chega a sofrer com temperaturas acima dos 40 graus celsius.

 

Esse fator fez com que a FIFA precisasse alterar o calendário da competição para o fim do ano, a fim de evitar o desgaste excessivo de jogadores com o calor. A mudança gerou atritos entre a entidade e as federações nacionais europeias, visto que as ligas e campeonatos de clubes do continente tem seu início no meio do ano, e terão que ser interrompidos no meio da temporada para a realização do Mundial.

 

Em protesto, humorista atira dinheiro no então presidente da FIFA Joseph Blatter; processo que elegeu o Catar como sede da Copa 2022 foi questionável e envolveu denúncias de corrupção. FOTO: Fabrice Coffrini/AFP - 2015

 

Desde o início das obras de infraestrutura para receber a Copa no Catar, milhares de denúncias eclodiram a respeito das condições de trabalho às quais os cidadãos empenhados especialmente na construção dos estádios foram expostos. Diversas violações de direitos humanos vêm sendo relatadas ao redor do país, com destaque ao tratamento a trabalhadores migrantes. Desde que as reformas começaram, as construtoras e empresas cataris buscam funcionários de fora do país e os abrigam em alojamentos pequenos na zona industrial de Doha, capital do Catar.

 

Além de situações como o calor excessivo, a jornada de trabalho exaustante e salários baixos, abusos como retenção de pagamentos, confisco de passaportes, agressões e até mesmo tortura chegaram a ser alertados, tanto de dentro desses alojamentos quando vindos dos estádios e locais de obras. Em 2016, um relatório de 48 páginas da Anistia Internacional, um dos maiores grupos de direitos humanos do planeta, acusou as lideranças cataris de empregarem trabalho forçado no processo de preparação para a Copa, mostrando indícios de um regime análogo à escravidão.

 

O documento apontava para a falta de condições básicas de saúde e moradia nos acampamentos das empresas, diversas deduções ilegais e sem critério de salários dos funcionários e a manutenção do sistema de kalafa, que impede a saída do trabalhador de um emprego sem o consentimento do empregador. Também, diversos cidadãos que foram de suas terras de origem ao Catar eram incapacitados de mandar ganhos financeiros para a família, já que as alfândegas do país confiscavam notas de dinheiro nas fronteiras do território catari.

         

Diversas entidades voltadas à garantia de direitos humanos ao redor do mundo lançaram juntas uma campanha para que a FIFA reserve 440 milhões de dólares - valor equivalente ao das premiações concedidas às federações nacionais participantes do torneio - para indenizar aqueles que foram lesados e explorados no processo de imigração e trabalho para a Copa do Mundo.

 

Com relação ao número de mortes, no entanto, é necessário ter cautela. Em fevereiro de 2021, por exemplo, o jornal inglês The Guardian afirmou em uma matéria, republicada no mundo inteiro, que 6.5 mil trabalhadores imigrantes haviam morrido nas obras da Copa. Alguns dias depois, o título da reportagem foi corrigido, informando que esse número de mortos era um total de imigrantes das cinco nacionalidades mais comuns que fornecem não de obra ao país, desde que este foi anunciado como sede do evento. Não há como determinar se todas as mortes estão diretamente relacionadas com construções de estádios. Também não há dados oficiais confiáveis sobre óbitos

 

Outra grande incógnita que assusta imigrantes que estarão no Catar para acompanhar o torneio é a postura do governo catari em relação a alguns aspectos de liberdade e da vida pessoal desses turistas. Um exemplo é o da homossexualidade, que é estritamente proibida nas leis do país conservador. Jogadores e membros de delegações pertencentes à comunidade LGBTQIA+ já chegaram a demonstrar sua preocupação por não saber como serão recebidos no país.

 

Enquanto organizadores oficiais da Copa afirmam repetidamente que todos serão bem-vindos independentemente de qualquer orientação sexual, declarações locais acabam gerando mais polêmica. Khalid Salman, ex-jogador da seleção catari e embaixador da competição, declarou que “a homossexualidade é uma doença mental” e que espera que “visitantes no país aprendam a respeitar as regras de lá”. O consumo de bebida alcoólica também é restrito a determinados locais e horários.

 

Essa falta de garantia de diversos direitos humanos vem gerando repercussão e manifestações por parte de algumas figuras populares. Um exemplo é o da cantora britânica Dua Lipa, que teve seu nome veiculado como um possível show de apresentação do torneio, mas negou a possibilidade em seu Instagram. “Espero visitar o Catar quando eles cumprirem todas as promessas relativas aos direitos humanos que eles fizeram quando ganharam o direito de sediar a Copa”, declarou a cantora.

 

Além disso, diversos jogadores e treinadores pretendem realizar atos a favor do respeito aos direitos universais dentro da Copa do Mundo. A seleção da Dinamarca pretendia jogar com uma camisa que trazia os dizeres “Direitos humanos para todos”, mas a iniciativa foi barrada pela FIFA.

 

Com algumas surpresas e um futebol razoável, Gana vai ao Catar para não fazer tão feio.
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Gustavo Zarza & Leonardo De Sá
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18/11/2022 - 12h

 

Na costa noroeste do continente africano há um povo de 31 milhões de habitantes em um país não muito grande, mas que aos poucos têm mostrado um futebol muito firme e cheio de gana. 

 

História em Copas

A seleção ganesa é muito nova em Copas do Mundo. Sua primeira participação foi em 2006 na Alemanha, onde acabou sendo eliminada pela amarelinha nas oitavas de final. De lá pra cá só ficaram de fora da última copa do mundo de 2018 na Rússia. 

Ronaldo
Ronaldo driblando o goleiro ganês em 2006 no mundial na Alemanha. Foto: Folha - UOL

 

Em 2010 na África do Sul, Gana conseguiu sua melhor campanha em uma copa. A seleção realizou um jogo antológico contra o Uruguai. Os ganeses ficaram muito perto de ser a primeira seleção africana a chegar em uma semifinal de copa do mundo. Infelizmente, ficaram parados nas mãos de Suárez e na trave de Muslera, sendo eliminados nas quartas de final daquele ano.  

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Gyan se lamenta pelo pênalti perdido na copa da África do Sul em 2010. Foto: Trivela 
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Eliminatórias

Gana não vem muito bem ultimamente. Em 2021 foi eliminada na primeira fase da Copa das Nações Africanas e por muito pouco não se classificou para a Copa do Catar.  Na primeira fase somente passou por ter um gol a mais do que a seleção sul-africana, segunda colocada no grupo. 

 

Na fase final, Gana conseguiu a vaga  ao empatar o primeiro jogo e o segundo. Classificando pelo gol fora de casa, por empatar sem gols na primeira partida e por o um a um no jogo da volta, eliminando a forte seleção nigeriana, jogando na casa dos adversários. 

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Classificação de Gana para o mundial no Catar. Foto: Goal.com

Táticas 

Gana não demonstra que irá conseguir grandes coisas nesta Copa. O time joga no 4-2-3-1, com dois volantes e dois meias abertos. No papel pode até parecer bonito, mas na prática é bem ruim. A classificação sofrida é um dos exemplos disso. 

 

Estrelas da Seleção

Para tentar jogar um bom futebol, a seleção ganesa conta com Thomas Partey, volante do Arsenal que vem fazendo uma ótima temporada. 

 

Além de Partey, Iñaki Williams estará com a seleção no Catar. Ele é basco (espanhol) e ídolo do Athletic Bilbao. É filho de pais ganeses e por isso irá representar a seleção de Gana, jogando a sua primeira copa do mundo aos 28 anos.

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Iñaki Williams jogando amistoso pela seleção de Gana contra a Nicarágua. Foto: Be Soccer 

 

Mas mesmo com jogadores desse nível, é muito clara a fragilidade de Gana, basta ver o amistoso contra o Brasil e a atuação do time nos últimos jogos. 

 

Os ganeses irão para essa copa como franco-atiradores, sem grandes ambições. Em um grupo com Portugal e Uruguai será  necessário muita gana para poder passar. 

Com muita história e vontade de lutar até o final, o Uruguai vai ao Catar para brigar com os gigantes pelo título mundial.
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Gustavo Zarza & Leonardo De Sá
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18/11/2022 - 12h

 

Na terra Cisplatina há um país modesto, com uma área de 176 mil km² e uma economia à base de grãos. Sua população é de apenas 3,4 milhões de pessoas.  Por conta disso, esse lugar acaba levando um apelido muito carinhoso, "paisito".

Quem olha de longe não pensa que um país como esse pode ir tão longe em uma competição no nível da Copa do Mundo da Fifa. Mas a garra desse povo é o que faz da seleção uruguaia ser o que é.

 

História em Copas

O Uruguai é uma seleção histórica, devido aos seus títulos em 1930 e em 1950. Também fez boas campanhas até a Copa do Mundo de 70, onde parou na semifinal pelo Brasil, em um jogo que ficou famoso pelo gol que Pelé não fez.

seleção uruguaia, campeã em 1950. Foto: Conmebol
Seleção uruguaia, campeã do mundial de 1950. Foto: Conmebol

 

Nos anos seguintes suas campanhas foram pífias. Viviam caindo nas primeiras fases, às vezes nas oitavas e até mesmo ficando de fora de algumas edições. Até que com Óscar Tabárez a Celeste ressurgiu em 2010, sendo eliminada na semifinal. 

 

Essa seleção vem se mostrando cada vez mais competitiva ao longo das últimas copas, disputando as fases finais e sempre com um ótimo plantel de jogadores. 

 

Eliminatórias 

O Uruguai chega ao Catar como uma seleção que pode dar trabalho ao Brasil em seu rumo de conquistar a sexta estrela, como também a outras seleções candidatas ao título. 

 

A Azul Celeste passa por um processo de renovação. Depois de uma campanha ruim nas eliminatórias da copa, o homem que revolucionou o futebol uruguaio, Óscar Tabárez,  não resistiu e foi demitido.  O novo comandante é Diego Alonso, que  assumiu o time em dezembro de 2021. Com quatro vitórias nas eliminatórias, após a saída de Tabárez,  os uruguaios carimbaram o passaporte para o Catar.

 

Desde que Alonso assumiu o comando da seleção uruguaia foram cinco vitórias e uma derrota, contando eliminatórias e amistosos. 

uruguai classificado para a copa
Classificação do Uruguai para o mundial de 2022. Foto: Globo Esporte

Táticas 

O time do Uruguai possui uma defesa bem sólida, sempre composta pelas duas linhas de quatro. Também conta com um ataque conservador formado por uma dupla de atacantes. 

 

A seleção utiliza muito das laterais do campo para avançar, além de ótimos contra-ataques que são muito bem feitos por essa nova geração uruguaia. 

 

Estrelas da seleção 

O processo de renovação uruguaia conta com grandes nomes. Como Valverde do Real Madrid e Darwin Núñez do Liverpool que estão sendo cada vez mais utilizados, dando liga a experiência de Cavani e Suárez, por exemplo.

 

Suarez e Nunez
Luis Suárez e Darwin Núñez. Foto: CNN Portugal 

 

Os Uruguaios ainda contam com nomes muito conhecidos do futebol brasileiro. Os finalistas da Libertadores, Giorgian De Arrascaeta do Flamengo e Augustín Cannobio do Athletico Paranaense jogaram as eliminatórias com a seleção e estarão no Catar. 

Arrascaeta
De Arrascaeta jogando pelo Uruguai. Foto: ESPN

Quando se fala do Uruguai é sempre bom ter cuidado. Eles não gostam de muita fama, chegam miúdos, quietos, como quem não quer nada, mas quando pisam em campo mostram quem são, deixando toda a garra e lutando até o final.

A seleção das Quinas, liderada por Cristiano Ronaldo, pode brigar pelo título da copa do mundo
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Leonardo de Sá
Gustavo Zarza
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18/11/2022 - 12h

Portugal é um país localizado na Europa Ocidental, mais especificamente na Península Ibérica, com uma população de aproximadamente 10,3 milhões de habitantes distribuídos por um território de 92.212 km². Sua capital Lisboa é conhecida pelos moradores como a luz da Europa, pois possui, em média, 2.786 horas de sol por ano. Comparando com outras capitais europeias, a capital portuguesa chega a ter o dobro de horas luminosas.

O sistema de governo português é a República Constitucional Unitária Semipresidencial, na qual vigora o semipresidencialismo, isto é, quatro órgãos são responsáveis pelas funções do governo: Presidente da República, Assembleia da República, Governo e Tribunais. 

Uma curiosidade histórica dos lusos é que, durante o século XIV, o país chegou a se tornar, através dos processos das grandes navegações e colonizações, uma potência europeia.

O fado é o estilo musical tradicional do país. Na maioria das vezes é cantado por uma só pessoa (fadista) acompanhado por uma viola e uma guitarra portuguesa. A importância desta expressão cultural é tão grande, que foi elevada à categoria de Patrimônio Imaterial da Humanidade pela UNESCO.

seleção Portugal
Lisboa. Foto: @hugosophotography

Os lusitanos

A seleção de Portugal coleciona 7 aparições em copas do mundo, indo pra sua oitava em 2022. 

Em sua estreia em copas no ano de 1966, a seleção das Quinas, como também é conhecida, obteve sua melhor campanha. A equipe liderada por Eusébio chegou nas semifinais, porém foi eliminada pela campeã daquele ano, a Inglaterra. Na disputa pelo terceiro lugar, Portugal venceu a seleção da União Soviética. 

seleção Portugal
Eusébio em ação durante a Copa do Mundo de 1966, torneio do qual foi o grande destaque. Foto: Getty Images / ESPN Brasil

Sem Sossego 

Para se classificar para a copa do Catar, os lusos não tiveram vida fácil. Nas eliminatórias europeias, só conseguiram a classificação na partida final da repescagem, em um jogo realizado em 29 de março de 2022, entre Portugal e Macedônia do Norte, que terminou    2 x 0 para os lusos.

seleção Portugal
Bruno Fernandes comemora gol marcado contra a Macedônia do Norte. Foto: Getty Images

 

Prancheta de Fernando Santos 

Aos 68 anos, Fernando Santos comanda a seleção de Portugal. Com passagens pelos três grandes clubes portugueses: Porto, Sporting e Benfica, Santos se consolidou como um grande nome para liderar. Antes de chegar à seleção das Quinas, foi técnico da seleção grega.

Fernando Santos preza por um estilo de jogo com um grande controle da posse de bola, utiliza muito os esquemas 4-3-3 e 4-2-3-1, nos quais preza por uma defesa sólida e firme, fazendo com que os meias tenham maior liberdade de tomada de decisões. A recuperação de bola e um ataque vertical e veloz fazem com que o time se destaque na partida. Quando estão sem a posse de bola, pressionam no erro adversário.

seleção Portugal
Fernando Santos, seleccionador nacional.
Foto: REUTERS / JOHN SIBLEY

De olho nos gajos
 

Jogando em alto nível no Manchester City, Bernardo Silva domina o meio campo dos lusos. O camisa 10 da seleção é peça fundamental para o funcionamento da equipe.

seleção Portugal
Bernardo Silva. Foto: DIOGO CARDOSO / DEFODI / GETTY IMAGES
 

Ao lado de Bernardo, Bruno Fernandes do Manchester United vive grande momento na equipe inglesa, portanto as expectativas de uma boa copa são altíssimas.

seleção Portugal
Bruno Fernandes. Foto: Francisco Para / FPF 

Na ponta esquerda, uma joia portuguesa: o jovem Rafael Leão, de apenas 23 anos. Com sua velocidade e dribles, Leão dita uma dinâmica nova nos jogos pelo seu país. O ponta vem se destacando no Milan, por isso a convocação é tão aguardada.

seleção Portugal
Rafael Leão. Foto: Octavio Passos / Getty Images

A defesa dos lusitanos não fica para trás. Com os jogadores do Manchester City Rúben Dias e João Cancelo, a zaga portuguesa está nas mãos dos melhores em suas respectivas posições.

seleção Portugal
Ruben Dias e João Cancelo, defensores de Portugal.
Foto: Simon Stacpoole / Offside via Getty Images

Robozão

O grande craque da seleção das Quinas é Cristiano Ronaldo dos Santos Aveiro. Colecionando cinco bolas de ouro, Cristiano chega para sua quinta copa do mundo, e provavelmente sua última. Sendo um artilheiro nato, Ronaldo é o maior dos destaques dos lusos. Com seus 818 gols, é o maior goleador da seleção portuguesa.

Robozão, como os torcedores brasileiros carinhosamente o apelidaram, não vive grande fase no United, porém com o mundial no Catar, muitos fãs acreditam que possa ser a grande redenção para ele neste ano.

Um dos melhores da história caminha para sua última dança.

seleção Portugal
Cristiano Ronaldo. Foto: Getty Images

Convocação

GOLEIROS: Diogo Costa (Porto), José Sá (Wolverhampton), Rui Patrício (Roma).

DEFENSORES: António Silva (Benfica), Danilo Pereira (Paris Saint-Germain), Pepe (Porto), Rúben Dias (Manchester City), Diogo Dalot (Manchester United), João Cancelo (Manchester City), Nuno Mendes (Paris Saint-Germain), Raphael Guerreiro (Borussia Dortmund).

MEIAS: João Palhinha (Fulham), Rúben Neves (Wolverhampton), Bernardo Silva (Manchester City), Bruno Fernandes (Manchester United), João Mário (Benfica), Matheus Nunes (Wolverhampton), Otávio (Porto), Vitinha (Paris Saint-Germain), William Carvalho (Betis).

ATACANTES: André Silva (RB Leipzig), Cristiano Ronaldo (Manchester United), Gonçalo Ramos (Benfica), João Félix (Atlético de Madrid), Rafael Leão (Milan), Ricardo Horta (Braga).


 

Liderada por Son, seleção busca boa campanha para conseguir uma vaga em grupo difícil.
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Leonardo de Sá
Gustavo Zarza
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18/11/2022 - 12h

A Coreia do Sul é um país localizado no Leste da Ásia, com uma população de aproximadamente 51,74 milhões de habitantes distribuídos em uma área de 100.210 km2. Sua capital Seul é bem populosa, chegando a aproximadamente 10 milhões de habitantes.

A política da República da Coreia é constituída por uma república representativa semi-presidencial democrática, em que o presidente é o chefe de Estado, e de um sistema partidário plural.

O gênero musical predominante entre o povo sul coreano é o K-POP (Korean Pop), esse estilo musical faz sucesso no mundo todo com sua estética moderna e coreografias ousadas. As boy bands e as girl bands dominam os palcos em diversos países, atingindo, principalmente, o público jovem e adolescente. Dentre os maiores grupos estão o BTS e a EXO.

seleção Coreia do Sul
Outono no Palácio Gyeongbokgung – Seul – Coreia do Sul. Foto: Shutterstock

Guerreiros

A seleção sul-coreana participará de sua décima edição da Copa do Mundo em 2022. Sem muito destaque em suas primeiras participações, a seleção coreana surpreendeu no ano de 2002, jogando em casa por ser anfitriã junto ao Japão, quando chegou ao 4º lugar, após perder para a Alemanha na semifinal e para a Turquia na disputa pelo 3º lugar.

seleção Coreia do Sul
ul-coreanos comemoram gol em frente à barulhenta torcida. Foto: NBC Sports

Passaporte carimbado

Para se classificarem para a copa, a seleção sul coreana bateu a Síria por 2 a 0, assim garantindo uma vaga direta para o Catar. O jogo foi realizado no dia primeiro de fevereiro de 2022.

seleção Coreia do Sul
Sul-coreanos celebram: país vai para a 10ª Copa do Mundo seguida. Foto: Getty Images

Prancheta de Paulo Bento

Após passagens por times como Sporting, Cruzeiro e Portugal, Paulo Jorge Gomes Bento assumiu a seleção da Coreia do Sul. 

Paulo Bento preza por um estilo de jogo típico da escola lusitana, utilizando pontas ágeis e hábeis, explorando sempre as costas da defesa, e tentando ter o maior controle da posse de bola. Neste estilo ofensivo, utiliza de 4-2-3-1, as vezes até 4-1-4-1. Quando enfrenta times mais fortes, tende a mudar o estilo de jogo para 4-4-2, no qual a não pressiona a saída de bola do adversário e explora os contra-ataques com seus pontas. 

seleção Coreia do Sul
Paulo Bento. Foto: EPA / KFA HANDOUT

Os astros

Fazendo uma temporada espetacular no Napoli, Kim Min Jae é um grande destaque defensivo para a seleção. A contratação de Kim pelo Napoli foi contestada e muito duvidada, porém o jogador já foi eleito o zagueiro do mês no campeonato italiano, além de ter tomado a titularidade na seleção e em seu clube.

seleção Coreia do Sul
Kim Min Jae. Foto:  Eurasia Sport Images / Getty Images

Hwang Ui-jo, que joga como atacante no Olympiacos, e Hwang In-beom, que joga como meio-campista também no time grego, se destacam na seleção sul coreana.

Sonaldo

Son Heung Min é o grande craque da vez. O ponta esquerda do Tottenham é uma peça fundamental para o clube e para a seleção. Com sua agilidade, dribles e finalização, Son se tornou um dos melhores em sua posição, sendo até mesmo chamado carinhosamente pelos fãs brasileiros de Sonaldo ou Sonaldinho, em referência a outros grandes craques como Cristiano Ronaldo e Ronaldinho.

O camisa 7 da seleção da Coreia irá jogar com uma fratura em seu rosto, mesmo assim os fãs e espectadores esperam uma grande copa do jogador.

seleção Coreia do Sul
Son Heung Min. Foto: Getty Images

Convocação

GOLEIROS: Kim Seung-gyu (Al Shabab), Jo Hyeon-woo (Ulsan Hyundai) e Song Bum-keun (Jeonbuk Motors).

DEFENSORES: Kim Min-jae (Napoli), Kim Jin-su (Jeonbuk Motors), Hong Chul (Daegu FC), Kim Moon-hwan (Jeonbuk Motors), Yoon Jong-gyu (FC Seoul), Kim Young-gwon (Ulsan Hyundai), Kim Tae-hwan (Ulsan Hyundai), Kwon Kyung-won (Gamba Osaka) e Cho Yu-min (Daejon Citizen).

MEIO-CAMPISTAS: Jung Woo-young (Al Sadd), Na Sang-ho (FC Seoul), Paik Seung-ho (Jeonbuk Motors), Son Jun-ho (Shandong Taishan), Song Min-kyu (Jeonbuk Motors), Kwon Chang-hoon (Gimcheon Sangmu), Lee Jae-sung (Mainz), Hwang Hee-chan (Wolverhampton), Hwang In-beom (Olympiacos), Jeong Woo-yeong (Freiburg) e Lee Kang-in (Mallorca).

ATACANTES: Hwang Ui-jo (Olympiacos), Cho Gue-sung (Jeonbuk Motors) e Son Heung-min (Tottenham).