O programa Big Brother Brasil (BBB), exibido desde 2002 pela Rede Globo, teve a sua 23ª final no final do mês de abril. A edição deste ano ficou marcada pelas festas e reviravoltas na opinião pública. Além disso, o programa teve episódios de racismo, intolerância religiosa, machismo e assédio.
O caso de assédio foi protagonizado pelos participantes do "Camarote" - como é chamado o grupo de celebridades que participam do programa - Antônio "Cara de Sapato", lutador de UFC, e o cantor MC Guimê. Os holofotes se voltaram para a situação por também envolver a participante Dania Méndez, intercambista do "La Casa dos Famosos", equivalente ao Big Brother no México.
Durante uma festa, Guimê passou a mão no corpo da mexicana e Cara de Sapato a beijou, mesmo após a participante ter dito diversas vezes que não queria beijá-lo. Em conversa com a produção do programa, exibida durante a edição do dia 16 de março, Dania disse que não percebeu a ação de Guimê e não se sentiu importunada com a atitude de Cara de Sapato. No entanto, mesmo assim a direção do programa entendeu que a conduta de ambos foi contra as regras do programa, e decidiu pela expulsão de ambos.
NÃO É DE HOJE
O primeiro caso registrado de assédio na história do reality show ocorreu no BBB12 com os participantes Daniel Echaniz e Monique Amin, o participante foi expulso após suspeita de estupro. Imagens do participante fazendo movimentos sob o edredom enquanto Monique estava desacordada bastaram para que a decisão fosse tomada por parte da produção do reality. O ex-BBB foi denunciado e absolvido após investigação policial.
Na edição de 2016, o participante Laércio de Moura foi acusado de pedofilia pela participante Ana Paula, após realizar gestos obscenos para as outras participantes inclusive a campeã da edição, Munik Nunes, que na epóca tinha 19 anos. O brother não foi expulso, porém, um mês após o término da edição o ex-BBB acabou preso por estupro de vulnerável e por fornecer bebidas alcoólicas a adolescentes. Preso desde 2016, Laércio cumprirá pena de 12 anos.
Em 2020, foram reportados dois casos de assédio, ambos envolvendo o ginasta Petrix Barbosa. No primeiro, durante uma festa, o ginasta passou as mãos nos seios da influenciadora Bianca Andrade, conhecida como Boca Rosa. Já no segundo caso, o ex-BBB encostou suas partes íntimas na cabeça da participante Flay. Após sua eliminação, Petrix foi intimado para depor na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (DEAM), localizada no Rio de Janeiro.
Petrix foi acusado de assediar duas participantes na mesma edição. Reprodução: Rede Globo
Na mesma edição, o participante Pyong Lee - também integrante do chamado "Camarote” - conhecido por seus truques de hipnose, tentou beijar sua colega de confinamento Marcela McGowan, além de passar a mão nas nádegas de Flay. Após ter sido eliminado, o mágico hipnólogo foi chamado para depor sobre o ocorrido na mesma delegacia em que Petrix foi intimado, porém não há mais notícias sobre ambos os casos.
Em 2021, a cantora Karol Conká, que alcançou o recorde de maior rejeição da história do programa ao ser eliminada com 99,17% dos votos, foi acusada de assediar o participante Bill Araújo ao tentar beijá-lo diversas vezes. Bill, que participou da “Fazenda 13”, comentou durante sua passagem no programa que “ficou traumatizado com o assédio da cantora”.
Na edição do BBB 22, a produção do reality chamou a atenção do participante Vyni, após ele dar zoom nas partes íntimas de Eliezer. Em outra situação, o participante Eliezer foi alertado ao tentar encurralar Jessilane na piscina da casa. Incomodada com a situação, a ex-BBB pediu para que o colega parasse e a produção do programa agiu.
Além dos episódios de assédio que geraram expulsão de MC Guimê e Antônio Cara de Sapato, na edição deste ano, o ator Gabriel Santana também relatou seu incômodo com relação às diversas vezes em que, ainda dentro da casa do BBB, o participante Bruno Gaga tentou beijá-lo à força durante as festas do programa. "No primeiro dia de programa o Gab disse estar disponível para meninos e meninas. Falta entender a diferença entre estar disponível e à disposição", comentou a equipe do brother em uma nota de repúdio.
OS DESDOBRAMENTOS
Em entrevista à AGEMT, a juíza Regiane dos Santos, que trabalhou por cinco anos na Vara de Execuções Criminais do Fórum da Barra Funda, destacou os cuidados que os magistrados devem ter em casos como esses. “O juiz deve, ao receber o processo, zelar pela veracidade das informações, buscar o princípio da verdade real e colheita de provas, além de assistir eventual vídeo/gravação antes da audiência”, disse a magistrada.
Algumas medidas estão sendo tomadas para combater o assédio em reality shows, como a implementação de treinamentos para os participantes, o aumento da supervisão e segurança no set e a adoção de políticas mais rigorosas para lidar com denúncias de assédio. “As condutas foram criminalizadas, a denúncia é sempre importante para a criminalização”, destaca a juíza sobre a proteção das vítimas.
A magistrada Regiane dos Santos destaca que o espaço em rede nacional de televisão deve colaborar na conscientização sobre o assunto e reavaliação da cultura do assédio no país. "Melhorar o combate à cultura do assédio é uma questão cultural, e a educação é o fator preponderante para a transformação da realidade”, finalizou Santos.
Influencer por seu ofício no Instagram, Sérgio escolheu utilizar como codinome, a palavra em inglês ‘’type’’ - que significa digitar. Nas redes, o nome completo Sérgio Henrique de Oliveira passa despercebido, já que por lá, ele é apenas sergiotype - nome que faz jus a sua paixão por máquinas de escrever.
Iniciou-se quando ainda era pequeno, e a partir disso, teve o primeiro contato com uma Olivetti Lexikon 80, pois seu pai, vez ou outra, o levava junto ao trabalho e lá havia este modelo. Aos 55 anos de idade, possui mais de 30 modelos em sua coleção. Apesar de manifestar-se apegado a cada uma, também faz o serviço de restaurar e vender por meio de seu perfil. Os valores variam bastante, as mais em conta começam em R$700,00 e podem atingir R$1.000,00 – R$1.500,00.
Embora tenha um vasto acervo em casa, sempre está em busca por novas unidades, desde que estejam com a parte mecânica com um bom funcionamento, pois sempre que obtém uma nova, tem como objetivo usá-la. Movido pelo fascínio do objeto, em 2015, começou a pesquisar quais máquinas seus autores prediletos utilizavam. Descobriu que Hemingway usou por muito tempo uma no modelo Royal Portable, Clarice Lispector escrevia com o auxílio de uma Underwood portátil e Paul Auster junto de sua Olympia SM9 Deluxe eram inseparáveis – tanto que ela foi sua ‘’musa’’ inspiração para um livro.
Sérgio é um fenômeno em seu ramo, tanto que chamou a atenção do rapper Emicida, que se interessou em adquirir um aparelho, mas com a condição de ter letra cursiva inclusa e foi presenteado com uma Hermes Baby. O modelo recebeu uma customização personalizada na cor amarelo – nome homônimo ao seu álbum de estúdio mais recente, além disso foram utilizados desenhos feitos em grafite por uma amiga do vendedor com o intuito de adequar o produto de forma a refletir a identidade do cantor.
Destaca que a procura das pessoas mais jovens por máquinas de escrever atualmente, se dá pelo fato de que na série da Netflix ‘’Wandinha’’ – que narra a história de uma das integrantes da Família Addams, a personagem aparecer em algumas das cenas teclando em uma Triumph Gabriele 35 vintage.
Todavia, ressalta que não é todo equipamento que permite conserto. Alguns por não serem cuidados da forma correta, acabam acumulando poeira, enferrujam ou estão com peças em falta. Há 30 anos que atua como redator na cidade de São Paulo. Trabalha em uma empresa de telecomunicação (Claro), além de administrar uma rede social que conta com mais de 4.000 seguidores.
Perder dias de trabalho, contrair doenças, sentir vergonha do funcionamento do próprio corpo e se isolar durante o período menstrual por péssimas condições de higiene são alguns dos problemas causados pela pobreza menstrual. As características acima ocorrem com mulheres em situação de vulnerabilidade social. O tema da pobreza menstrual tem ganhado repercussão desde outubro de 2021, quando Jair Bolsonaro vetou a distribuição de absorventes íntimos e outros itens de higiene que seriam direcionados para estudantes de baixa renda matriculadas na rede pública de ensino, mulheres em situação de rua ou em vulnerabilidade social, mulheres egressas e mulheres internadas participantes de programas de medidas socioeducativas.
O financiamento dessas ações viria do Sistema Único de Saúde (SUS) e do Fundo Penitenciário Nacional, para o caso de mulheres egressas do sistema penitenciário. O veto e a omissão do Governo atrasaram o combate à pobreza menstrual e forçaram que movimentos envolvidos com as lutas das mulheres tomassem providências para tentar amenizar os danos. Absorventes sempre foram objetos que refletem as diferenças de classe entre as mulheres. O absorvente higiênico feito de algodão e plástico como conhecemos hoje surgiu no país apenas em 1930. Até aquele momento as mulheres usavam pedaços de pano reutilizáveis. Os panos eram lavados, secos e guardados para serem usados novamente no próximo período menstrual.
Hoje é sabido que a prática não é indicada, pois, os panos abafam a umidade do canal vaginal e potencializam a possibilidade de contrair doenças infecciosas. A inserção de tecidos não esterilizados com os devidos procedimentos assépticos pode causar a mudança do pH vaginal e a proliferação de bactérias. Mesmo quando chegaram ao Brasil, os absorventes higiênicos industrializados não eram acessíveis a todas as mulheres por conta de seu alto preço. Os preços altos permanecem até hoje. O conceito “taxa rosa” foi recentemente criado por economistas para explicar que produtos para meninas e mulheres custam até 7% mais caros.
O preço exorbitante de produtos ditos femininos combinado com o preconceito de gênero provoca a diferença salarial entre homens em mulheres, resultando em uma sociedade extremamente desigual que condiciona mulheres, sobretudo as de baixa renda, a uma vida indigna, em que um salário pouco paga as contas essenciais, e pouco ou nada sobra para gastos com itens de higiene, como é o caso dos absorventes.
A situação se agrava quando falamos, por exemplo, de mulheres egressas do sistema penitenciário. O coletivo Por Nós atua em várias cidades do Estado de São Paulo no combate à pobreza menstrual, e foi idealizado por um grupo de mulheres ainda em cumprimento de pena. Atualmente quem direciona as ações são Mary e Iyá Batia Jello, Helen Baum e Débora Antunes. Após o cumprimento da pena a qual foram condicionadas, algumas mulheres voltaram a conversar fora dos muros de concreto que as aprisionavam e perceberam que tinham as mesmas mágoas: a falta de apoio do Estado e das famílias.
Em prisões masculinas, em dia de visita, a fila é enorme no entorno das penitenciárias. No caso de prisões femininas, o que se observa é o abandono. Essa dupla penalização entre meio afetivo de rede de apoio e o cumprimento da pena, tornam a estadia dessas mulheres uma verdadeira tortura. Elas têm apenas elas mesmas e as colegas que fazem no sistema prisional. As mulheres que compõe e auxiliam o projeto viram no coletivo o apoio que precisavam de si próprias e de seus familiares para conseguir dar o primeiro passo ao processo de ressocialização e retomada da vida pós sistema carcerário.
Débora Antunes, membro do grupo e atuante na direção do Por Nós, é uma sobrevivente do cárcere. Há 9 anos em liberdade, é mãe de 5 filhos, avó de 4 netas, trabalha como diarista e é formada em educação social pela Falcons University, a universidade da ONG Gerando Falcões, que realiza a capacitação e formação profissional dos alunos em 6 meses buscando realizar o combate à pobreza nas periferias do país. Débora também participa do CUFA (Central Única das Favelas) no complexo Jd. João XXIII, na Zona Oeste da capital, além de integrar o projeto religioso GT Missões com ações principalmente na "Cracolândia".
De acordo com Débora, o movimento surgiu através da experiência desumana que todas elas compartilharam enquanto estavam em cárcere, como a falta de acesso a produtos de higiene menstrual: “recebíamos um pacote de absorvente por mês, de péssima qualidade e insuficientes para aquelas que tinham fluxo mais intenso. O coletivo hoje busca fortalecer as mulheres egressas e suas famílias, oferecendo informações e organizando ações nas datas das ‘saidinhas’ em algumas unidades penitenciárias do Estado de SP, marcando presença em importantes pautas para a população carcerária”, conta.
Parafraseando Iyá Batia, outra fundadora, Débora diz que “a menstruação na cadeia mostra como a mulher na prisão é desvalorizada e empobrecida” O coletivo Por Nós hoje conta com 20 participantes atuantes independentes, se mantendo através de doações de absorventes higiênicos, coletores menstruais e doações de valores para compra de itens de higiene menstrual. A principal forma de contato com o movimento para doar e se voluntariar, é através do perfil no Instagram @nos_por_nos. O simples ato de fornecer absorventes higiênicos traz às mulheres egressas o fortalecimento da autoestima e autoconfiança, devolvendo a essas mulheres excluídas a condição humana da vaidade.
A menstruação faz parte do funcionamento saudável do corpo feminino, mas as condições econômicas, culturais e sociais fazem do período menstrual um tabu, um assunto a ser evitado e digno de vergonha. O documentário Absorvendo o Tabu retrata como o constrangimento por menstruar afeta as mulheres indianas de um pequeno povoado. Indicado ao Oscar 2019, o filme demonstra para nós mulheres brasileiras as semelhanças entre as culturas brasileira e indiana. Em ambos em países a presença da pobreza menstrual dificulta a rotina de mulheres, as fazem perder dias de aula e de trabalho, faz com que sejam vistas como sujas e impróprias por menstruar, e são excluídas de atividades durante a menstruação.
O grande acontecimento do filme ocorre quando uma máquina de produção de absorventes acessíveis foi instalada, transformando a vida das mulheres envolvidas com o projeto. Mais de 40% mulheres indianas não tem acesso a absorventes higiênicos e assim como no Brasil a utilização de panos e outros objetos improvisados ainda é uma realidade.
Na cidade de São Carlos no interior do Estado de São Paulo, um grupo de combate à pobreza menstrual surgiu quando um coletivo de estudantes da Universidade Federal de São Carlos percebeu a carência de projetos de distribuição de absorventes para mulheres em vulnerabilidade social na cidade. Mariela Salvini, de 25 anos, hoje linguista formada pela UFSCar conta que quando ingressou no projeto Unidas pelas Mulheres com suas colegas tinha pouco conhecimento sobre pobreza menstrual e sobre como executar as ações, mas que concordou em participar por vontade de ajudar mulheres a ter um período menstrual digno e a passar mais informações sobre a saúde da mulher.
O projeto é custeado a partir de doações presenciais de absorventes, por PIX, doação de dinheiro e transferência bancária, e já utilizaram também das plataformas de financiamento coletivo Vakinha e Benfeitoria. O Unidas pelas Mulheres aceita também aliados para participar das ações e de projetos de arrecadação de valores. Para entrar em contato com o projeto basta acessar a página oficial no Instagram @unidaspelasmulheres.sc e se informar que deseja doar ou se voluntariar para a causa.
A sanção da Lei 17.525/2022 está em execução pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (ALESP) para implementação do programa Dignidade Íntima, que prevê a distribuição de absorventes e outros itens de higiene menstrual para meninas matriculadas nas escolas da rede estadual de ensino, inclusive Etecs e Fatecs.
A medida merece ser comemorada, pois significa uma tentativa de política pública de proporcionar as alunas melhores condições menstruais. Apesar disso, ainda não é o suficiente para erradicar a pobreza menstrual, pois não abrange meninas que não estão matriculadas em escolas estaduais de São Paulo e exclui outras pessoas que menstruam e que se encontram em situação de vulnerabilidade social.
É preciso continuar lutando para que todas as pessoas que menstruam tenham acesso não apenas à absorventes, mas a todos os itens de higiene menstrual como coletores, calcinhas absorventes, absorventes internos, lenços umedecidos e o que mais for necessário. É preciso lutar contra a desinformação e mistificação da menstruação para que nossas mulheres, meninas e pessoas que menstruam não sintam nojo ou vergonha em realizar o único sangramento que não vem de uma violência contra o corpo: a menstruação.
Por Lucca Andreoli
Um menino alegre, brincalhão e esperto. Heitor é pequeno. Muito menor que a maior parte dos meninos na sua idade. Tem cinco anos agora, mas por seu tamanho, seria facilmente confundido com alguém de dois ou três anos de idade. Essa é uma característica que sua síndrome apresenta. Ele tem Cri-Du-Chat, o que explica sua dificuldade de falar e seus movimentos destoantes.
Uma das preocupações que acometeram sua família a seu respeito, em especial sua mãe, Lilian, é o aprendizado que ele deveria receber, e quais tratamentos se mostrariam eficazes e importantes para uma melhor adaptação de seu filho na sociedade. Felizmente, hoje sabe-se muito mais, e pode-se tratar muito melhor pessoas com tal síndrome. Entre seus aliados nessa luta, a tecnologia é um de seus mais valiosos. Como fora dito anteriormente, tem dificuldade na fala, mas não pense que não sabe se comunicar e que não entende as coisas a seu redor. Desde muito cedo, demonstra ter uma memória magnífica, e isso se deve em grande parte pela presença dessa tecnologia.
O uso de tablets e smartphones tem papel fundamental na fixação de informações e na complementação da dinâmica e da mecânica. Para sua comunicação, são fundamentais, visto que as imagens e as cores têm o grande poder de mantê-lo focado enquanto aprende, algo que é difícil de realizar sem a presença das telas.
Assistir animações infantis e vídeos na Internet, é um hábito que sempre teve. Antes, quando queria assistir algo, costumava pedir que alguém colocasse para ele. Não precisava ser alguém conhecido, qualquer um que estivesse próximo e pudesse ajudar era bem-vindo. Surpreendentemente, hoje raramente pede ajuda para isso. Descobriu a senha do celular de sua mãe e costumeiramente o pega escondido para assistir o que deseja. Não sabe ler ou escrever ainda, mas isso não o impede de chegar aonde quer.
Jogos também são grande estímulo para ele. Como são em sua grande maioria, jogos que exigem atividade motora, são bastante benéficos para ele, e divertidos também, visto que sempre se diverte com eles. Para quem tem essa síndrome, o tratamento é individualizado, variando de paciente para paciente. No caso do Heitor, ou “pequeno príncipe” como é chamado por sua semelhança com o personagem, foi necessário passar por fisioterapia. Esse processo contou com a presença de diversos aparelhos técnicos, que, por mais que não gostasse na época, hoje com o resultado, pode ser visto grande avanço e melhora em praticamente todos os aspectos.
Neste sábado (12), ocorreu a primeira edição do festival de música GP WEEK, na cidade de São Paulo. Com shows de Fresno, The Band Camino, Hot Chip, Twenty One Pilots e The Killers.
Em referência ao ‘Grande Prêmio’ de Fórmula 1, o evento trouxe bandas que caminham entre sub estilos do rock e atraíram públicos de todas as idades. Com performance eletrizante de Twenty One Pilots e The Killers, a GP Week conquista espaço no grande calendário de festivais da cidade.
Fresno, a única banda brasileira a participar, abriu a sequências de shows às 14 horas e trouxe aos palcos o emo, juntando clássicos com novidades para conquistar a plateia que timidamente começava a preencher o Allianz Parque. Lucas Silveira, vocalista, finalizou a participação do grupo questionando o fato de ser apenas uma banda com canções em português, mas instigou os ouvintes a valorizarem o som nacional com uma versão de Eva, originalmente da Banda Eva, que foi cantada por todos ali presente.
As homenagens ao Brasil não acabaram por aí, pois The Band Camino não poupou palavras para descrever a emoção de, pela primeira vez, tocarem no Brasil - e na América Latina. Pela formação recente, a presença de um público significativo em outro território pareceu surpreender os musicistas, pois não deixavam de agradecer recorrentemente a presença de todos. Aproveitando a oportunidade, convidaram ao palco Mateus Asato, guitarrista brasileiro, famoso internacionalmente por ter tocado com Bruno Mars e Jessie J. Vestidos com a camisa do Palmeiras, a banda encerrou sua participação com uma energia contagiosa.
A banda The Hot Chip, criou um clima ainda mais animado para as bandas mais esperadas da noite, Twenty One Pilots e The Killers. O primeiro transformou o estádio às 19:00, o uníssono dos ouvintes era eletrizante e a entrega do duo incomparável. Com momentos surpreendentes, como a escalada da torre de apoio pelo Tyler Joseph e a bateria em cima da plateia por Josh Dun, a banda cria mais um show inesquecível em solo brasileiro. A interação com o público foi fundamental para que pudessem ser considerados os protagonistas da festa, sendo ovacionados ao finalizarem com “Heathens”.
O atestado da união de gerações ficou ainda mais claro com o show de The Killers, que encerraram a noite. O Allianz, que à tarde encontrava um público mais jovem, encarava durante o show espectadores maduros, mas com a vitalidade de Brandon Flowers, vocalista da banda. Com as letras na ponta da língua, os 50 mil presentes, entregaram todos os hits da banda de forma excepcional, demonstrando que a pergunta de Brandon “vocês esqueceram da gente?” era apenas ironia. Porém, um destes fãs foi convidado ao palco para tocar “For Reasons Unknown” e o fez perfeitamente em meio a aplausos e gritos. A GP Week conquista através das atrações e do público, o espaço necessário para se consagrar como mais um festival paulista no calendário nacional.