Fazendo um recorte e analisando o Jornalismo Esportivo, essa realidade é ainda mais desafiadora. Apesar de hoje ainda não haver um equilíbrio no número de homens e mulheres falando de esportes nos meios de comunicação e ser uma área dominada por eles, é notório que o cenário teve mudanças e é possível ver mais a presença feminina nesse lugar.
Com o crescimento delas na editoria de Esportes, o interesse em motivar mais jovens a exercer a profissão também aumenta. Grandes nomes como Regiani Ritter, Isabela Scalabrini, Renata Fan e Glenda Kozlowski abriram as portas para que hoje possamos ver os programas esportivos sendo compostos pelas mulheres e falando mais sobre a participação delas em várias modalidades esportivas.
O chute inicial
A primeira mulher a trabalhar com esporte no jornalismo que se tem relatos, foi Maria Helena Rangel. Por volta de 1947, Rangel, que cursava jornalismo na Faculdade Cásper Líbero, fez participações na Gazeta Esportiva. Além de jornalista, ela era atleta de arremesso de peso e tinha formação em Educação Física pela Universidade de São Paulo (USP).
Alguns anos antes, porém, a carioca Mary Zilda Sereno já se aventurava no fotojornalismo em São Paulo. Suas primeiras fotos já foram ligadas ao futebol. Depois da Copa do Mundo de 1934, ela vendeu para o jornal O Globo uma foto de uma italiana que vivia no Brasil, comemorando o título de seu país natal, mas ela não foi contratada pelo periódico simplesmente por ser mulher. Sereno continuou tirando fotos de todas as editorias, mas sempre com foco no esporte.
Na televisão, Marilene Dabus se destacou após participar de um programa de conhecimentos gerais sobre o Flamengo na TV Tupi. Após sua participação, a jornalista foi contratada para ser setorista do clube no jornal Última Hora.

Marilene ganhou ampla notoriedade na cobertura jornalística do Flamengo e em meados dos anos 1980, deixou as redações para assumir o cargo de Vice-Presidente de Comunicações do clube. Ela teve grande impacto dentro da equipe da Gávea. Partiu de Marilene a ideia de batizar o Centro de Treinamentos (CT) de ‘Ninho do Urubu’.
Outra pioneira na cobertura esportiva foi a apresentadora Claudete Troiano, conhecida por ser a primeira mulher brasileira a narrar uma partida de futebol. Em entrevista ao programa “Sensacional" da RedeTV, Claudete afirma que o trabalho dela foi muito importante naquela época pois a mulher era colocada como objeto decorativo em programas esportivos. Atualmente, a jornalista apresenta programas de televisão voltados ao público feminino.

Porém, uma das maiores desbravadoras do jornalismo esportivo foi Regiani Ritter. Sua trajetória na editoria teve início nos anos 1980 ainda na Rádio Gazeta, cobrindo folgas de repórteres nas partidas de futebol; com o tempo, Ritter foi pegando gosto pela coisa e se tornou comentarista do programa Mesa Redonda na TV Gazeta.

Uma das marcas de Ritter era não ter receio de entrar nos vestiários após os jogos para conseguir entrevistas com jogadores. Em entrevista ao Uol, ela afirma: "correu jogador para todo lado. Mas, mais para frente, eles passaram a agir normal. Na quarta vez que entrei eles já estavam acostumados comigo".
Graças ao trabalho de Regiani, diversas outras mulheres ingressaram na cobertura de esportes entre os anos 1980 e 1990, como Kitty Balieiro, Simone Mello, Abigail Costa, Elys Marina, Lia Benthien, Marisa de França, Wania Westphal e Isabel Tanese, por exemplo. Tanese, por sua vez, foi a pioneira na direção de um caderno esportivo de um jornal impresso brasileiro e durante anos foi a titular da seção de esportes do Estado de S. Paulo.
Todas essas abriram espaço para Isabela Scalabrini tornar-se a primeira a apresentar o Globo Esporte - renomado programa esportivo da TV Globo. Mesmo com algumas mulheres nas redações, o preconceito ainda era muito grande. Para Isabela, “naquela época, eu não encarei como um obstáculo a ser superado. Eu simplesmente fui em frente. Eu sabia que entendia de futebol e que amava meu trabalho. Acho que essa atitude pode ter despertado a vontade de muitas mulheres fazerem o mesmo.”

Anos depois, em 1997, foi a vez de Luciana Mariano abrir novas portas para novas meninas. Após vencer um concurso que buscava uma voz feminina para as partidas de futebol, promovido pela Rede Bandeirantes, ela foi a primeira mulher narradora da televisão brasileira. Luciana concedeu uma entrevista ao site Notícias da TV e afirma ter sido muito difícil narrar futebol por conta da falta de oportunidades. Além disso, ela conta que não tinha em quem se espelhar.
A última grande conquista das mulheres na cobertura esportiva veio em 2022, com Renata Silveira. A jornalista tornou-se a primeira voz feminina a narrar uma partida de futebol na história da TV Globo. De lá pra cá, ela foi conquistando ainda mais espaço na TV aberta, narrando partidas de grandes clubes da Série A do Campeonato Brasileiro, além de ter sido a primeira mulher a narrar um jogo da seleção brasileira.
Driblando os desafios
Apesar de haver muitas referências na área que abriram muitas portas, os obstáculos ainda são desafiadores para as mulheres no Jornalismo Esportivo.
Renata Mendonça, comentarista de futebol do Grupo Globo e co-fundadora do Dibradoras – veículo de comunicação que destaca o protagonismo das mulheres no esporte –, nos conta que a mulher precisa sempre provar que é capaz de conhecer o assunto, exercer sua função e merecer estar ali. “Costumo dizer que quando você faz uma entrevista de emprego para um cargo numa redação esportiva, se você é um homem, você parte da nota 0 e vai pontuando conforme for agradando nas respostas. Se você é uma mulher, você parte do -5”.
Renata, que também atua há quatro anos como colunista de Esportes na Folha de São Paulo, relata que essa cobrança já fez com que ela duvidasse de si mesma no início da carreira, quando ouviu de um chefe que não confiava nela para cobrir os times e jogos, em razão de ela ser mulher. "Esse é o tipo de coisa que cansa, sempre ter que convencer os outros de que você é capaz de desempenhar seu trabalho”, afirma.
Além de enfrentar a pressão imposta por seus superiores e colegas de equipe, as jornalistas precisam lidar com a opinião dos torcedores e telespectadores. Sobre isso, Isabela Scalabrini observa que ao longo de sua trajetória na editoria de Esportes, ela nunca deixou de fazer alguma reportagem por ser mulher e a Rede Globo a colocou como pioneira para cobrir o futebol, mesmo sendo difícil lidar com os comentários vindos das arquibancadas. Ela diz que além de piadas machistas e xingamentos, a pergunta que mais ouvia era: “você entende de futebol?”.
Scalabrini não sabia muito como o público avaliava seu trabalho, pois na época a internet e as redes sociais ainda não estavam presentes como hoje. “A imprensa escrita registrava que a repórter Isabela Scalabrini, que tinha se destacado nas reportagens em campo, agora, também estava ganhando espaço no estúdio. Além disso, era um reconhecimento da Globo de que meu trabalho estava repercutindo e era bem feito”. Logo depois de sua estreia no Globo Esporte, ela foi escalada para apresentar o Esporte Espetacular, outro programa esportivo da grade, mas com uma duração maior e transmitido para todo o país, aumentando a audiência de Isabela.
Ainda não é o apito final
Isabela Scalabrini conta que fica muito feliz ao ver estudantes e jornalistas mais jovens dizerem que se inspiram nela. Hoje, ela reconhece que abriu caminhos para as mulheres nas coberturas esportivas e enfatiza que naquela época não encarava como um obstáculo a ser superado. Ela também cita que no começo de sua carreira, havia poucas mulheres nesse meio, algumas trabalhavam nos jornais impressos e era raro ver e ouvir uma mulher nos treinos de clubes ou nos estádios. A jornalista termina dizendo que em 1986, ano em que cobriu a Copa do México, era rara a presença feminina entre os jornalistas que cobriam o mundial.
Com o intuito de possibilitar a participação das mulheres em um meio que ainda é tão dominado por homens, cinco mulheres fundaram o Dibradoras, em maio de 2015. A jornalista Renata Mendonça foi uma delas. Apaixonadas por esportes, elas sentiam falta de uma cobertura que incluísse a mulher como personagem principal do esporte em diversas frentes: jornalista, atleta, árbitra, treinadora etc. “No começo, a abordagem era voltada ao futebol feminino. 2015 era ano de Copa do Mundo e não se ouvia falar sobre o Mundial das mulheres na imprensa ou redes sociais. [...] Após o Mundial do Canadá vieram os Jogos Pan Americanos e decidimos ampliar a cobertura sobre a presença feminina e passamos a abordar as outras modalidades também”, conta a comentarista.

Hoje, o projeto também é formado pela publicitária Angélica Souza e pela jornalista Roberta Nina Cardoso, carregando o lema “Lugar de mulher é no esporte!”. A partir dessa iniciativa, elas puderam dar mais atenção para questões importantes como a ausência de rostos femininos na cobertura esportiva, a falta de visibilidade para o futebol feminino e a cobertura objetificada que se fazia de esportes femininos. “Já vemos mulheres narrando e comentando futebol em quase todas as emissoras e também nos canais de streaming, há muito mais transmissões de jogos do futebol feminino, e há um olhar mais adequado para cobrir as atletas sem aquela sexualização que sempre sobressaía. Ainda é preciso avançar muito mais e principalmente abrindo espaço para mulheres negras terem também protagonismo, mas seguimos na luta para mais mudanças”, destaca Renata.
O Dibradoras segue mostrando que as meninas podem praticar e gostar de esportes, bem como exercer uma função relacionada a qualquer modalidade. Para isso, Renata relata que os planos futuros visam garantir mais incentivo e visibilidade. A jornalista aponta que a plataforma está focada na cobertura in loco das Olimpíadas de Paris, trazendo notícias do futebol e de outras modalidades disputadas por mulheres.
Cartão vermelho para o preconceito
Scalabrini destaca que foi e tem sido demorada a aceitação feminina nos comentários e na narração de jogos e aponta a estrutura machista da sociedade como um reflexo do pouco espaço da mulher. “Vocês conhecem alguém que muda de canal quando a narradora é mulher?”, ela questiona. Com isso, Scalabrini traz à tona o fato de que ainda há resistência de alguns homens em relação à participação das mulheres na cobertura de futebol, especialmente nessas funções de destaque.
Renata Mendonça, por sua vez, conta que sua causa de vida é a luta pelo espaço da mulher na área. Ela se orgulha ao dizer que conseguiu juntar em seu trabalho a causa com a paixão por esportes e enfatiza: “meu sonho é poder ver no futuro um mundo onde as meninas sejam tão incentivadas à prática esportiva quanto os meninos são, acho que os benefícios disso seriam imensuráveis”. Ela finaliza dando ênfase à união das mulheres nessa luta e incentiva aquelas que querem seguir seus passos, pois sabe que o caminho é árduo.
É fato que as mulheres estão garantindo seu espaço no Jornalismo Esportivo. Porém, podemos ver que foi algo atrasado e lento. Mas dia a dia essas bravas mulheres vão escrevendo novos capítulos dessa história.
Maria Helena Rangel, Regiani Ritter, Claudete Troiano, Luciana Mariano e tantas outras abriram espaço para que hoje, Natalie Gedra, Gabriela Ribeiro, Estella Gomes, Renata Silveira e outras meninas e mulheres sonhadoras, pudessem ocupar lugares de destaque na TV, rádio, jornais e redes sociais. Que no futuro, mais referências femininas estejam em evidência em diversos âmbitos do esporte.
Com a crescente presença feminina nos veículos de comunicação, a visibilidade das atletas e suas respectivas modalidades tendem a aumentar e consequentemente, despertam o interesse da audiência feminina. Dessa forma, veremos mais jovens querendo seguir carreira tanto praticando esportes, quanto falando deles, além de motivar e abrir mais portas para outras que virão.
Sempre que o MSG (Madison Square Garden) é o palco de um evento do UFC, os fãs já sabem que uma grande noite está por vir, e o UFC 295 não foi diferente, com grandes lutas e histórias, amplificadas pela atmosfera eletrizante da arena. Na luta da noite, realizada em Nova Iorque, EUA, no último sábado (11), o brasileiro Alex Pereira conquistou o cinturão dos pesos meio-pesados (até 93 kg) após derrotar o ex-campeão da divisão Jiri Prochaska. No coevento principal da noite, o inglês Tom Aspinall nocauteou Sergei Pavlovich em apenas 70 segundos para conquistar o cinturão interino dos pesos pesados (até 120 kg). Além disso, ainda no card principal, uma nova onda de lutadores surge, mandando um recado claro para suas respectivas divisões.

Fazendo história novamente!
Desde os estilos de luta completamente diferentes até as personalidades intrigantes e comoventes, sem precisar recorrer ao bom e velho trash-talk, venderam a luta com maestria e os fãs do UFC estavam na beira de seus assentos, ansiosos pelo combate. De um lado do octógono o “Samurai Tcheco”, ex-campeão dos pesos meio-pesados, buscando recuperar o cinturão após ter deixado o título por conta de uma lesão. Do outro, “Poatan”, apelido que vem do tupi-guarani, significa “mão dura”, ex-campeão dos médios e em busca de se tornar apenas o nono campeão de duas categorias diferentes do UFC e o segundo brasileiro a realizar o feito (Amanda Nunes, 2018).
Já dentro da grade, enquanto Bruce Buffer anunciava os seus nomes, pesos e alturas, os lutadores não tiravam os olhos um do outro. Nas palavras do comentarista norte-americano Joe Rogan, “essa é a encarada mais intensa que eu já vi”. O palco estava pronto para dois dos lutadores mais violentos da organização nos proporcionarem um show. No 1º round, ambos se estudaram bastante, na primeira etapa, Alex, com seus chutes baixos, foi minando as pernas de Jiri, inclusive desequilibrando e derrubando o lutador com um chute potente na panturrilha. Na reta final, o theco chegou a marcar uma queda em cima do brasileiro, equilibrando o round, no entanto, não obteve sucesso no ground and pound.

No embate, chamava atenção a postura dos dois. O brasileiro, muito técnico, sempre preciso e calculando seus ataques, enquanto Prochaska lutava relaxado, com sua guarda completamente baixa. Pereira continuou com seus chutes baixos, que visivelmente surtiam efeito em Jiri, que por sua vez, aproveitava da guarda baixa para desferir golpes inusitados e imprevisíveis, como seu overhand de direita que chegou a conectar no rosto do brasileiro.
Faltando praticamente um minuto para o final do 2º round, Jiri acertou uma sequência de golpes e acelerou, colocando Poatan contra a grade, no entanto, acabou se afobando e deixou sua defesa exposta. Com essa clara abertura, o brasileiro acertou um cruzado de direita, seguido por um de esquerda que derrubou o tcheco. Em sequência, enquanto seu adversário tentava se segurar em suas pernas, desferiu oito ou mais cotoveladas no lado de sua cabeça, obrigando o árbitro da luta, Marc Goddard a interferir e parar a luta, concretizando a vitória de Alex Pereira.
O ex-campeão duplo de kickboxing pelo Glory (organização de Kickboxing), em apenas 11 lutas no MMA, sendo apenas sete delas no UFC, se tornou campeão de duas categorias diferentes da principal organização de lutas do mundo. Após a luta, dentro do octógono e com o microfone em mãos, desafiou seu rival de longa data Israel Adesanya para subir de categoria e encerrar de uma vez por todas sua rivalidade. Entretanto, ao que tudo indica, os planos de Izzy são de se manter afastado do mundo da luta por um longo período de tempo, com o objetivo de cuidar mais de si mesmo. Sendo assim, o ex-campeão dos pesos meio-médios Jamahal Hill, quando sarado por completo de sua lesão, deve ser o próximo adversário de Poatan.

Um novo rei nos pesos pesados! (ou quase isso)
No dia 23 de Julho de 2022, em Londres, na Inglaterra, em confronto contra Curtis Blaydes com apenas 15 segundos, Tom Aspinall sofreu uma lesão séria no joelho. Afastado dos octógonos por praticamente um ano completo, voltou em 22 de julho de 2023, novamente em sua terra natal. Na ocasião, derrotou Marcin Tybura em 73 segundos, mandando uma mensagem: ele estava de volta e pronto para ir em busca do cinturão. Após a lesão de Jon Jones ter sido confirmada e seu confronto com Stipe Miocic cancelado, o caminho em busca do seu objetivo final estava aberto, sem obstáculos remanescentes.
Ao som de “Englishman In New York” do Sting, o inglês fazia sua caminhada até o octógono. Calmo e confiante, o peso pesado tinha a sua frente um tremendo desafio: o russo imparável chamado Sergei Pavlovich. O número 1 do ranking, conhecido por seu poder de nocaute fora da curva, vinha em uma sequência de seis vitórias seguidas, todas por meio de finalização no primeiro round. Era o bicho papão da divisão.
Logo no início do embate se tornou evidente as estratégias de ambos. Enquanto Sergei tentava encurtar a distância para golpear Tom, o inglês usava de sua movimentação exímia dentro do octógono para manter uma distância confortável e esperar por oportunidades de atingir seu adversário. O russo chegou a acertar uma combinação em Aspinall, que sentiu os golpes e recuou, no entanto, quando buscou mais uma sequência de golpes, Tom esquivou, mostrando excelente movimentação de cabeça.
Poucos segundos depois, Aspinall conectou um cruzado de direita que balançou Pavlovich e emendou com mais dois golpes que apagaram completamente o russo, que desabou na lona. Após o confronto, visivelmente emocionado, se jogou no chão, comemorando o triunfo que buscou a vida inteira e dividindo esse lindo momento com seu pai, que sempre acreditou e incentivou seu filho no mundo da luta e que estava no corner do filho durante a luta, lhe orientando.
Com a grande atuação, se tornou apenas o terceiro inglês campeão na história do UFC e pela primeira vez, a organização possui dois campeões do país simultaneamente (Leon Edwards e Tom Aspinall). Agora, o campeão interino se encontra em uma posição difícil, afinal, ainda é muito incerto o que está por vir. O óbvio seria um confronto contra Jon Jones para unificar ambos os cinturões, entretanto, a teimosia de Dana White somada a falta de interesse do atual campeão, sugere que o confronto entre Jones e Miocic ainda venha a acontecer no ano de 2024. Sendo assim, Tom Aspinall deve defender seu título interino antes de enfrentar o vencedor do confronto válido pelo cinturão peso pesado.

A nova onda de grandes lutadores
Abrindo o card principal, o brasileiro Diego Lopes nocauteou Pat Sabatini logo no 1º round. Após um enrolo entre os dois, Lopes acertou um overhand de direita quando seu adversário estava se levantando, o desequilibriando e seguindo com um ground and pound poderoso, apagando Sabatini no chão. O brasileiro estreou na organização ainda em 2023, quando aceitou enfrentar Movsar Evloev com poucos dias de antecedência e, mesmo perdendo, mostrou garra e vontade, fazendo com que parte do público se tornasse fã. Além disso, o seu estilo de luta e a maneira como se porta - com sua franja característica - também ajudaram a popularizar Diego, que com sua performance no UFC 295, chega a duas vitórias no ano e promete figurar entre os grandes lutadores da divisão atual dos penas.

Também no card principal, o francês Benoit Saint-Denis derrotou Matt Frevola por meio de nocaute, com um chute na cabeça primoroso. Em um espaço curto, demonstrou muita técnica e precisão para derrotar seu adversário e acertar o golpe corretamente. Agora, com apenas 27 anos, o lutador francês que vem de quatro vitórias consecutivas adentra o top 15 no ranking dos pesos leves e desafia os principais lutadores da divisão, prometendo entregar ao público lutas emocionantes e cheias de ação. Em seus últimos confrontos, Benoit demonstrou ser extremamente versátil e desponta como um futuro desafiante ao título que hoje está nas mãos de Islam Makhachev.

TODOS OS RESULTADOS DO UFC 295:
Luta da Noite - Nazim Sadykhov vs. Viacheslav Borshchev
Performance da Noite - Alex Pereira; Tom Aspinall; Benoit Saint-Denis; Jéssica Andrade; Diego Lopes.
*** (Os vencedores recebem uma premiação extra de 50 mil dólares) ***
→ Card Principal.
- Alex Pereira derrotou Jiri Prichaska por Nocaute (socos) no 2º round;
- Tom Aspinall derrotou Sergei Pavlovich por Nocaute no 1º round;
- Jéssica Andrade derrotou Mackenzie Dern por Nocaute Ténico (socos) no 2º round;
- Benoit Saint-Denis derrotou Matt Frevola por Nocaute (chute) no 1º round;
- Diego Lopes derrotou Pat Sabatini por Nocaute (socos) no 1º round.
→ Card Preliminar.
- Steve Erceg derrotou Alessandro Costa por Decisão (unânime) - 29/28, 29/28, 29/28;
- Lupita Godinez derrotou Tabatha RIcci por Decisão (Dividida) - 27/30, 29/28, 29/28;
- Mateusz Rebecki derrotou Roosevelt Roberts por Finalização verbal (chave de braço) no 1º round;
- Nazim Sadykhov vs. Viascheslav Borschchev acabou em Empate (majoritário) - 29/28, 28/28, 28/28.
→ Preliminares Iniciais.
- Jared Gordon derrotou Mark Madsen por Nocaute Técnico (socos) no 1º round;
- John Castañeda derrotou Kang Kyung-Ho por Decisão (unânime) - 30/27, 30/27, 30/27;
- Joshua Van derrotou Kevin Borjas por Decisão (unânime) - 29/28, 29/28, 29/28;
- Jamall Emmers derrotou Denis Buzukja por Nocaute Técnico (socos) no 1º round.

Bem vindos a última etapa da temporada do GP, em Abu Dhabi. O paddock foi oficialmente montado no Yas Marina Circuit, onde vai acontecer a decisão do segundo lugar do campeonato de construtores. Depois de Las Vegas, com Charles Leclerc em P2 entre os Red Bulls, a Scuderia se anima, ainda mais estando apenas quatro pontos atrás da Mercedes.
Tudo começa na sexta-feira (24), com o TL1 às 06h20, e o TL2 às 09h50. No sábado (25), teremos o TL3 às 07h20 seguido da classificação às 10h30. Já no domingo (26), teremos a corrida padrão prevista para às 09h00, transmitida ao vivo pela Band. Um diferencial dessa semana é que, graças às regras que exigem que cada piloto de corrida deve ceder seu lugar a um novato no TL1 em pelo menos uma ocasião em cada temporada, o primeiro treino livre terá metade do grid substituído.
Com o primeiro lugar do campeonato de corredores e de construtores já decidido por Max Verstappen e a RBR, a maior batalha entre as equipes nessa última fase é pelo segundo lugar no campeonato de construtores. Até o fim das férias de verão, a Mercedes estava confortável com 51 pontos de vantagem sobre a Ferrari e tinha desempenho consistente. Mas desde Monza a diferença diminui para apenas quatro pontos rumo a Abu Dhabi, com Carlos Sainz na pole seguindo com outra pole e vitória em Cingapura – a única vez que a Red Bull foi derrotada este ano, e com Charles Leclerc conquistando a pole position em três das últimas quatro corridas.
Apesar da boa fase da Scuderia, a Mercedes não vai desistir da posição facilmente, além de ainda possuir a vantagem dos pontos e também carregam o privilégio do recorde de maior número de vitórias (5) e de pole positions (5) na Yas Marina Circuit por Lewis Hamilton. Em coletiva de imprensa, Russell diz: “Será uma luta acirrada com a Ferrari, eles obviamente estão vindo de uma corrida forte, mas definitivamente prefiro estar na posição que estamos do que no lugar deles.”
Leclerc, por sua vez, tem esperança. “Vai ser apertado”, disse ele sobre a batalha. “Temos um bom momento para esta corrida, já que as últimas corridas foram positivas para nós. No entanto, a Mercedes é historicamente muito boa aqui em Abu Dhabi, então teremos que juntar tudo para enfrentá-los e vencê-los no campeonato de construtores, mas este é claramente o objetivo.”
Na quarta-feira (25), Fluminense e Goiás se enfrentaram em disputa válida pela 29° rodada do Campeonato Brasileiro, em Volta Redonda, no Rio de Janeiro. O Tricolor levou a melhor e encerrou o jejum de quatro rodadas sem vitórias, o placar final foi de 5 a 3. O resultado é importante para a equipe permanecer no pelotão de frente do Brasileirão e nutre as expectativas dos torcedores para a final da Conmebol Libertadores contra o Boca Juniors no dia 04 de novembro. O Goiás, embora tenha tido sucesso nas finalizações, permanece no Z-4.
O Esmeraldino abriu o placar aos 4 minutos do primeiro tempo com gol de Allano. Minutos depois, Matheus Babi ampliou o placar a favor do Goiás. Aos 16 minutos, o capitão tricolor Felipe Melo aproveitou a cobrança de escanteio de Ganso e balançou a rede adversária com um gol de cabeça. Em disputa de bola com Babi, Felipe sentiu dores na coxa e foi substituído por Lima. Aos 37 minutos, o zagueiro colombiano John Arias marcou o gol de empate após receber um passe de inversão de Keno.

A equipe carioca voltou ao campo com Diogo Barbosa no lugar de Marcelo. Já do lado esmeraldino, Higor Meritão substituiu Guilherme Marques. O gol de desempate pintou no primeiro minuto da segunda etapa. Diogo Barbosa encontrou John Arias na segunda trave, cruzou para o colombiano que dominou e bateu de canhota. 3 a 2 para o Fluminense, de virada.
Em seguida, Morelli derrubou Keno dentro da área e a penalidade foi marcada para o Tricolor. O goleiro Tadeu se deslocou mal e Keno converteu o pênalti no quarto gol do Flu na noite. Aos 16 minutos, Ganso encontrou Keno, que driblou a zaga adversária e aproveitou a saída do goleiro para balançar, novamente, a rede esmeraldina. Em jogada pelo lado direito, Alleson cruzou para Julián Palácios que marcou um golaço a favor do Goiás. Findado o jogo em Volta Redonda, 5 a 3 para o Fluminense.
As equipes retornam ao campo no final de semana para os jogos da 30ª rodada do Brasileirão. O Fluminense visita o Atlético - MG no sábado, dia 28, na Arena MRV, às 21h. O Goiás enfrenta o Vasco no domingo, dia 29, às 16h, no Estádio da Serrinha, em importante disputa para definir as equipes que permanecerão na Zona de Rebaixamento.
A seleção brasileira nunca havia perdido dois jogos seguidos na história das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo. Na última quinta (16), no entanto, essa marca foi quebrada. Após revés por 2 a 0 contra a seleção do Uruguai em outubro, o Brasil voltou a sentir o amargo gosto da derrota ao perder por 2 a 1, de virada, para a Colômbia, no Estádio Metropolitano, em Barranquilla.
Com a ausência forçada de jogadores importantes, como Ederson, Neymar, Gabriel Jesus e Casemiro, que estão lesionados, o técnico Fernando Diniz optou por começar a partida com a seguinte escalação:
Alisson; Emerson Royal, Marquinhos, Gabriel Magalhães e Renan Lodi; André, Bruno Guimarães, Raphinha e Gabriel Martinelli; Rodrygo e Vini Junior.
Apesar da maior posse de bola da seleção brasileira na partida (61% x 39%), a Colômbia foi quem levou mais perigo e teve quase o dobro de finalizações: 23 contra 12.
O Brasil começou bem o duelo, pressionando os colombianos com tabelas envolventes e passes curtos, no melhor estilo Fernando Diniz, e abrindo o placar logo aos 4’ de jogo. Gabriel Martinelli tabelou com Vini Jr. e ficou cara a cara com o goleiro Vargas, finalizando rasteiro para o fundo das redes.
Depois disso, a Colômbia mandou no jogo, terminando o primeiro tempo melhor do que o Brasil, apesar de ainda estar atrás no placar. O cenário se manteve no segundo tempo, mas mesmo com muita pressão, os colombianos não conseguiam chegar ao gol.
Foi então que brilhou a estrela do atacante Luis Díaz, que viveu recentemente um pesado drama familiar após seu pai ter sido sequestrado pelo grupo guerrilheiro Exército de Libertação Nacional (ELN), da Colômbia, e mantido em cativeiro por 12 dias.
O jogador do Liverpool marcou dois gols de cabeça em um intervalo de quatro minutos, aos 30’ e 34’ da etapa complementar, decidindo o jogo para os colombianos e estabelecendo uma grande festa em Barranquilla. Afinal, essa foi a primeira vitória da Colômbia contra o Brasil na história das Eliminatórias Sul-Americanas.
A seleção brasileira volta a campo na próxima terça (21), para enfrentar em sua última partida no ano a atual campeã do mundo Argentina, no Maracanã. O jogo pode ser o último de Lionel Messi em solo brasileiro. Os argentinos lideram a competição, com 12 pontos, mas vêm de uma derrota por 2 a 0 para o Uruguai, em Buenos Aires.
Depois disso, o Brasil volta a campo apenas em março do ano que vem, para enfrentar duas potências europeias em jogos amistosos: a Inglaterra no estádio de Wembley, em Londres; e a Espanha, no Santiago Bernabéu, em Madrid. Essas podem ser as duas últimas partidas da seleção sob o comando de Fernando Diniz, já que, nos bastidores, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) dá como certa a vinda do italiano Carlo Ancelotti, técnico do Real Madrid, no meio de 2024.