Na quinta-feira (20), pouco depois de anunciar a saída do técnico Fernando Lázaro, o Corinthians anunciou Cuca como seu novo treinador. O contrato tem duração de um ano e não possui multa rescisória para nenhuma das partes. A contratação gerou protestos por parte da torcida, o principal motivo é a condenação de Cuca por envolvimento no estupro de uma garota de 13 anos em Berna, na Suíça, em 1987. Na época, Cuca era jogador do Grêmio, de Porto Alegre, e foi condenado a 15 meses de prisão por atentado ao pudor com uso de violência. Além dele, outros três jogadores da equipe gaúcha - Eduardo Hamester, Henrique Etges e Fernando Castoldi - também estavam envolvidos.
O muro do Centro de Treinamento Doutor Joaquim Grava amanheceu com pichações na sexta-feira (21). Em uma das manifestações, uma faixa foi erguida com a frase “não estuprem o Corinthians”. Mesmo com os protestos, o nome de Cuca contou com o aval do apresentador e comentarista Neto, considerado ídolo do clube.
“Se eu fosse você, Duílio, eu contrataria o Cuca. Pra mim o nome é o Cuca. E outra coisa, esquece aí os lacradores em relação ao Cuca, esquece isso” - disse o apresentador em seu programa diário “Os Donos da Bola”, horas antes do treinador ser anunciado.

REAÇÃO DA ARQUIBANCADA
Em contrapartida, algumas das principais torcidas organizadas do Corinthians repudiam a contratação. A Camisa 12 relembrou a Democracia Corinthiana ao criticar o presidente do clube.
“Duílio, honre a história que seu pai construiu, como presidente da Democracia Corinthiana, e desfaça essa besteira histórica que você acaba de divulgar” - afirmou nota divulgada em uma rede social. Duílio Monteiro Alves é filho de Adilson Monteiro Alves, ex-diretor do clube, e integrante do movimento político que tinha como objetivo lutar contra a ditadura militar do Brasil, ficando conhecido como “Democracia Corinthiana”.
Outra torcida organizada a se manifestar foi a Pavilhão 9, que reafirmou seu descontentamento com o nome escolhido, e disse que não se pode pensar apenas em titulos.
“Não podemos abrir mão da nossa história somente por pensar em títulos” - finaliza a nota.
A Estopim da Fiel também se pronunciou através de nota em rede social e questionou o posicionamento do clube.
“O tal ‘time do povo’ será conivente com todas as atitudes vindas do técnico que foi apresentado em suas redes sociais hoje?”, diz a publicação.
Relembrando a hashtag “Respeita as Minas”, campanha promovida pelo Corinthians em favor dos direitos das mulheres, a Fiel Macabra emitiu uma nota em repúdio a contratação do treinador.
“A Hashtag Respeita As Minas, tanto propagada em suas campanhas publicitárias, cai por terra diante do que essa diretoria propõe a partir de agora para o futebol masculino [...] Jogaram a história do Corinthians no lixo” - diz um dos trechos do posicionamento.
Principal torcida organizada do Corinthians, a Gaviões da Fiel, foi uma das últimas a se pronunciar sobre a contratação de Cuca. Sem citar diretamente o treinador, a organizada republicou uma nota de um grupo político do clube, o Arquibancada 95, e direcionou as críticas ao presidente Duílio Alves.
“No último ano de seu mandato, Duílio Monteiro Alves deixou claro que o Corinthians está em um carro desgovernado ladeira abaixo. O maior clube do Brasil está à deriva e ele não tem a menor ideia do que fazer” - diz o posicionamento da chapa. (As notas na íntegra podem ser lidas abaixo).
APRESENTAÇÃO TENSA
Na primeira entrevista coletiva como comandante do clube, Cuca foi questionado sobre as acusações e manifestações por parte da torcida. O treinador se declarou inocente e contou a sua versão dos fatos.
“Tenho muita vaga lembrança de tudo que aconteceu, porque foi há muito tempo. Nessa lembrança que eu tenho, eu tinha 23 anos na época, nós iríamos jogar uma partida e pouco antes subiu uma menina no quarto que eu estava junto com mais três jogadores, era um quarto duplo, com duas camas de casal de um lado que fazia um ‘L’ e pegava duas camas do outro... Essa foi a minha participação nesse caso, eu sou totalmente inocente, eu não fiz nada” - disse o treinador.
Segundo Cuca, a vítima teria dito por três vez que ele não foi um de seus agressores.
“A vítima não sou eu, a vítima é a moça, e por três vezes a moça teve lá na frente e disse: ‘o rapaz não está’, se a vítima falou que eu não estava e eu juro por nossa senhora, que é o que eu mais adoro e amo na vida, que eu não estava, como que eu posso ser condenado pela internet, que no mesmo momento que te julga, te pune? [...] Lógico que é cabido o protesto dentro de tudo que é lido e passado, mas é isso. [...] Do fundo do coração, pode ter protesto, pode ter o que for, não é maior do que minha vontade de estar aqui” - afirmou.

Durante a apresentação do treinador, o presidente do clube, Duílio Monteiro Alves, foi questionado por jornalistas sobre a condenação de Cuca. O presidente afirmou que havia pesquisado sobre o caso e que acreditava na inocência do técnico.
“Se ele tivesse envolvimento, jamais seria técnico do Corinthians, mesmo que o crime tivesse prescrito e passado 100 anos. Mas a vitima não reconhece Cuca como envolvido. Ele foi condenado à revelia, por não estar no julgamento. O Corinthians jamais contrataria um estuprador” - disse Duílio durante a apresentação.
VERSÃO CONTESTADA
Na última terça-feira (25), o advogado suíço Willi Egloff, que acompanhou a adolescente envolvida no caso na época, em entrevista portal UOL, afirmou que Cuca foi reconhecido pela vítima como um dos abusadores.
“A declaração de Alexi Stival (Cuca) é falsa. A garota o reconheceu como um dos estupradores. Ele foi condenado por relações sexuais com uma menor” - contestou o advogado.
ENTENDA O ESCÂNDALO DE BERNA
Em Julho de 1987, o Grêmio participava de um torneio amistoso de pré-temporada em Berna, na Suíça. Cuca, na época com 23 anos, era recém-chegado de empréstimo do Juventude e disputaria aquele torneio junto à equipe gremista. No dia 30 daquele mês, o Grêmio se encontrava hospedado no hotel Metrópole. Segundo testemunhas, uma garota invadiu o edifício acompanhada de dois amigos com o objetivo de conseguir uma camisa do clube.
O grupo teria batido na porta do quarto onde estavam acomodados quatro jogadores, dentre eles, Alexi Stival, o Cuca. Os dois amigos que acompanhavam a menina teriam sido expulsos do quarto enquanto a porta se fechava com a garota dentro. No boletim de ocorrência registrado pela garota, ela relatou ter sido abusada sexualmente dentro daquele quarto.
O caso foi parar na justiça, com o julgamento final acontecendo dois anos depois, quando o Jornal Der Bund, principal jornal de Berna à época, publicou sobre a condenação.
“O tribunal criminal de Berna condenou, ontem, os três jogadores de futebol brasileiros. Alexi (Cuca), Eduardo e Henrique, do Grêmio Porto Alegre, foram condenados por atentado ao pudor e coação. O tribunal condenou o quarto jogador, Fernando, apenas por coação” - destacava a matéria.

O jornal também revelou o resultado de um exame pericial feito na vítima pelo Instituto de Medicina Legal da Universidade de Berna.
“Foram encontrados vestígios de esperma de Alexi Stival e Eduardo, não havendo como comprovar marcas de violência física, a vítima relata que ficou paralisada e em estado de choque durante o ato. Por isso, não conseguiu gritar ou se desvencilhar” - detalhou a reportagem. Essa informação foi confirmada pelo advogado Willi Egloff ao portal UOl.
PROTESTOS INTERNOS
Logo em sua partida de estreia, Cuca foi novamente recebido com protestos por parte da torcida em frente ao estádio Hailé Pinheiro - popularmente conhecido como Serrinha - onde o Corinthians perdeu para o Goiás pelo placar de 3 a 1, na 2ª rodada do Brasileirão.
No minuto 87 da partida, profissionais do departamento de futebol feminino do Corinthians publicaram uma nota se posicionando sobre o assunto. Pelas redes sociais, atletas como Gabi Portilho, Tamires Dias, Carol Tavares e o técnico Arthur Elias publicaram a seguinte nota:
“Estar em um clube democrático significa que podemos usar a nossa voz, por vezes de forma pública, por vezes nos bastidores.
‘Respeita As Minas’ não é uma frase qualquer. É, acima de tudo, um estado de espírito e um compromisso compartilhado.
Ser Corinthians significa viver e lutar por direitos todos os dias.”
Ainda na noite de terça-feira (25), Cuca, através de sua assessoria, divulgou uma nota sobre os episódios de protesto que o treinador vem enfrentando e das notícias veiculadas sobre o caso. Na nota, a assessoria afirma que não vai tolerar ofensas e que, a partir de agora, o técnico apenas vai se manifestar sobre o caso por meio de advogados, que contam com representantes na Suíça. O texto é assinado pelos advogados Beatriz Saguas e Daniel Leon Bialski.
“O treinador Cuca esclarece que está totalmente concentrado e empenhando toda a sua energia para o jogo decisivo que o time enfrentará amanhã e, diante das notícias veiculadas nos últimos dias a seu respeito, comunica que a partir desta nota, ele se manifestará e será representado exclusivamente por meio de seus advogados que contam com representantes na Suíça.
Desta forma, refuta as acusações que lhe são atribuídas, que remontam há mais de trinta anos e que foram investigadas e apuradas na ocasião.
O treinador segue desempenhando seu trabalho com lisura e honradez há décadas e, por essa razão, não deverá tolerar afrontas e ofensas contra sua idoneidade, caráter e integridade”
O Corinthians se prepara para enfrentar o Remo nesta quarta-feira (26), na Neo Química Arena, às 21h30, pelo jogo da volta da Copa do Brasil. Depois de perder o primeiro jogo por 2 a 0, a equipe paulista precisará vencer por três gols de diferença para se classificar no tempo normal, ou vencer com vantagem de dois gols para levar a disputa para os pênaltis, caso contrário o time estará eliminado da competição.

Confira a íntegra das notas divulgadas pelas torcidas organizadas do Corinthians:
CAMISA 12
“Viemos a público manifestar nossa total repulsa a uma das maiores vergonhas que o Corinthians acaba de nos impor, que é a contratação desse treinador. Nossa história jamais pode aceitar uma pessoa com um crime hediondo (condenado em trânsito em julgado) e que não cumpriu sua pena de 15 meses, entre seus quadros de funcionários.
O Corinthians foi fundado para ser o clube dos excluidos, dos pobres, que abraçou muita gente. O que está em jogo é a reputação de um dos maiores movimentos sociais desse País.
Não aceitamos que esse treinador use a camisa da Democracia Corinthiana, tão representativa em nossa história. Duilio, honre a história que seu pai construiu, como presidente da Democracia Corinthiana, e desfaça essa besteira histórica que você acaba de divulgar”.
PAVILHÃO 9
“Cuca não! Não queremos nossa história marcada, é inadmissível!
Um clube com a história do Corinthians, não pode aceitar uma contratação dessa e rasgar toda nossa luta. Direção, por acaso vocês já se esqueceram do escândalo de Berna?
Não podemos aceitar, porém o que esperar de uma diretoria que não possui o mínimo de preparo para comandar um clube da altura do Corinthians, não possui limites éticos. Alias, o que tem a dizer a diretoria de responsabilidade social sobre esse tipo de contratação?
E responsabilidade da torcida do Corinthians assumir o protagonismo no fomento a uma cultura responsável com relação ás violências que atingem a maioria de sua torcida. Não podemos abrir mão da nossa história somente por pensar em títulos”.
ESTOPIM DA FIEL
“Caros Corinthianos(as), por meio deste, viemos a público manifestar nossa total insatisfação com a contratação do técnico Cuca.
É inadmissível que um clube com a história do Corinthians tenha sua equipe principal dirigida por alguém que NÃO tem ética, e respondeu um processo criminal de tamanha crueldade.
Nossa história não pode ser rasgada dessa maneira, e não podemos admitir algo do tipo.
O tal "time do povo" será conivente com todas as atitudes vindas do técnico que foi apresentado em suas redes sociais hoje? Redes Sociais essas, que são usadas todos os dias com campanhas que vão de contrapartida ao que ele (cuca) foi condenado.
Exigimos a saída imediata de Cuca, nunca seremos coniventes com isso, e ressaltamos que nunca fomos procurados para tal decisão. Sem mais!”.
FIEL MACABRA
“Um clube de excluídos, de todas as raças, credos e crenças, não poderia jamais nos colocar na situação em que o Corinthians nos impôs hoje.
Um clube, cujo presidente, de uma familia Corinthiana tradicional, desonra toda a luta dos seus antepassados.
A luta pela democracia, perpetuada na história do Corinthians, está sendo manchada por uma diretoria incompetente e sem responsabilidade social como tanto pregam.
A Hashtag Respeita As Minas, tanto propagada em suas
campanhas publicitárias, cai por terra diante do que essa diretoria propõe a partir de agora para o futebol masculino.
Somos, e estamos totalmente contra, repudiando a contratação desse senhor, o qual não pronunciaremos o nome, como técnico de futebol do clube.
Jogaram a história do Corinthians no lixo.
Como Corinthians de alma, seguiremos apoiando sempre os 90 minutos. Mas que fique clara nossa posição totalmente contrária ia contratação deste senhor para o comando técnico.
O Corinthians é maior que tudo isso. E isso um dia acaba.
Fora Diretoria Incompetente.
Fora todo mundo”.
GAVIÕES DA FIEL / ARQUIBANCADA 95
“No último ano de seu mandato, Duílio Monteiro Alves deixou claro que o Corinthians está em um carro desgovernado ladeira abaixo. O maior clube do Brasil está à deriva e ele não tem a menor ideia do que fazer.
No terceiro e último ano do seu mandato, é nítido que ele jogou na lata do lixo todo o planejamento e toda a pré-temporada do Corinthians. Ele não tinha nenhum plano B para colocar no lugar do Fernando Lázaro (este quando assumiu o cargo de técnico no maior time do Brasil, não tinha as credenciais mínimas para ser técnico), a quem ele jogou na fogueira sabendo que não daria certo.
Duilio viu, jogo após jogo, o Corinthians piorar seu rendimento, ser eliminado pelo Ituano em casa, se complicar na Copa do Brasil e perder o primeiro jogo em casa na Libertadores.
E não telefonou pra ninguém, não examinou nomes, não fez contatos, nada. Nenhum plano.
Então fez o que sabe fazer de melhor: trouxe para o Corinthians o técnico mais controverso da história e o que menos tem a ver com o corinthianismo.
Que em alguns momentos jogou o nome do Corinthians na lama em suas entrevistas coletivas quando estava nos rivais. Duílio apagou incêndio com gasolina porque não tinha nem nunca teve um plano B e dividiu o povo corinthiano quando precisávamos de união.
O grupo Renovação & Transparência não pode continuar no poder na figura de Duilio, Andrés e todos os seus sucessores. O Corinthians precisa ser gerido com profissionalismo, e a camisa e a história do Corinthians precisam ser respeitadas”.
Em semana movimentada no UFC, Sergei Pavlovich mostrou que está pronto para lutar pelo cinturão dos pesos pesados (até 120,2 kg) ao derrotar o norte-americano Curtis Blaydes, por nocaute técnico, no evento do último sábado (15) na Apex Arena, em Las Vegas, EUA. Poucos dias antes, o presidente da organização, Dana White, anunciou em suas redes sociais diversas lutas, entre elas, o combate entre Gilbert Burns e Belal Muhammad como co-evento principal do UFC 288 e o confronto entre Robert Whittaker e Dricus du Plessis no UFC 290.
UFC FIGHT NIGHT: Sergei Pavlovich vs. Curtis Blaydes
Em um confronto pouco disputado, o russo Sergei Pavlovich não tomou conhecimento de seu adversário Curtis Blaydes e garantiu uma vitória dominante por nocaute técnico no UFC Vegas 71, na Apex Arena, em Los Angeles, EUA. Em uma luta entre dois dos principais lutadores dos pesos pesados, valendo uma vaga para disputar o cinturão da categoria, mesmo sabendo que as chances da luta se encerrar rapidamente, ainda assim, os fãs do Ultimate esperavam um confronto mais disputado do que o que se apresentou.
Com um jogo de grappling fortíssimo e sendo detentor do maior número de quedas por um peso pesado, era claro para o público que Blaydes iria levar a luta para o chão. Entretanto, esse não foi o plano de jogo do norte-americano que optou pela trocação com Pavlovich, um dos mais poderosos e eficientes strikers da divisão. Com a luta em pé, foi um domínio completo por parte do russo, que através principalmente do seu jab, manteve a distância e evitou as tentativas de quedas de seu oponente. Ainda no 1ª round, Sergei derrubou Razor com uma blitz de golpes, que culminaram em um uppercut de direita seguidos de golpes no chão, levando a vitória por nocaute técnico.
A luta entre dois lutadores dentro do top 5 dos rankings era vista como uma title eliminator. Agora com seis vitórias seguidas por nocaute no 1º round, Pavlovich se apresenta como uma das principais ameaças ao campeão Jon Jones, inclusive, na opinião de muitos fãs, o russo já deveria ser o próximo a lutar pelo cinturão. Entretanto, como o UFC já está determinado para fazer acontecer a luta de Jon Jones x Stipe Miocic, como a próxima luta pelo título, é muito provável que o vencedor desse duelo acabe enfrentando Sergei.

Gilbert Burns e Belal Muhammad salvam o UFC 288
Com o adiamento da luta entre Charles do Bronx e Beneil Dariush para o UFC 289, grande parte do apelo do UFC 288 havia acabado. Entretanto, o brasileiro Gilbert Durinho Burns, que acabou de lutar há menos de um mês atrás, no UFC 287, prontamente em suas redes sociais, se disponibilizou para lutar no evento, desafiando inclusive, todos os principais lutadores dos pesos meio-médios. Quem acabou respondendo, foi o norte-americano Belal Muhammad, que rapidamente se mostrou apto para enfrentar o brasileiro e aceitar a luta em um curto espaço de tempo para o embate.
Depois de uma troca de farpas entre os lutadores no Twitter, ambos conseguiram chegar a um acordo e entraram oficialmente como o co-evento principal do evento, em uma luta de cinco rounds. A luta entre Burns e Belal, respectivamente, os números #5 e #4 do ranking, tem muito em jogo. Com o UFC determinado a realizar a próxima defesa do cinturão de Leon Edwards contra Colby Covington, é visto por muitos que o vencedor de cada embate acabem se enfrentando futuramente.

Robert Whittaker vs. Dricus du Plessis no UFC 290
Em seus perfis oficiais, o presidente da organização, Dana White, confirmou a luta entre o australiano Robert The Reaper Whittaker (#2 no ranking) e o sul africano Dricus Stillknocks du Plessis (#6 no ranking) para o UFC 290, durante a International Fight Week, no dia 9 de julho. Segundo Dana, o vencedor do confronto receberá a oportunidade de lutar pelo cinturão dos pesos médios (até 83,9 kg) contra o campeão Israel Adesanya. A luta pelo título deve ocorrer em Sydney, na Austrália, na reta final do ano.
Para poder entender melhor o embate, é preciso compreender a difícil e complexa divisão dos médios. O campeão, Israel Adesanya, já varreu boa parte dos principais adversários de sua categoria, mais especificamente, todos os lutadores dentro do top 5 perderam para o campeão, inclusive Whittaker que perdeu duas vezes. O domínio completo de Izzy acabou dificultando a vida do UFC, que não consegue apresentar novos oponentes para fazerem frente ao campeão.
Sendo assim, Du Plessis aparece como um rosto novo da divisão, um novo oponente para Israel. Contudo, pela experiência e o nível técnico de ambos os lutadores, Whittaker é o grande favorito do confronto e mesmo tendo perdido duas vezes para o campeão, por ser talvez o único que apresente uma ameaça real ao campeão, o UFC não se incomodaria em marcar um terceiro encontro entre os dois lutadores.

No dia 13 de agosto de 1961, durante a Guerra Fria, o muro mais emblemático da história começara a ser construído. Motivado pela constante fuga da população da Alemanha Oriental, economicamente atrasada, para a Alemanha Ocidental, o governo da República Democrática Alemã (RDA), em conjunto com a URSS, tomou uma decisão drástica ao dividir o país, simbolizando um dos principais movimentos da Guerra Fria.
Durante todo esse período, o futebol alemão foi muito influenciado pelas disputas políticas. Economicamente estável, a parte ocidental era governada da perspectiva capitalista e recebia apoio das nações parceiras, ajudando no seu desenvolvimento industrial.
Com grande incentivo, a Alemanha do Ocidente venceu duas Copas do Mundo, em 1954 e 1974. Em seu primeiro título, desbancou a Hungria de Ferenc Puskás, e em 74, a Holanda de Johan Cruyff. Do outro lado, a Alemanha Oriental disputou apenas uma Copa, em 1974, na qual enfrentou de forma histórica a Alemanha Ocidental e venceu por 1 a 0 com gol de Jürgen Sparwasser, que garantiu o 5º lugar da seleção na competição.
Em 1989, após a crise do bloco socialista e manifestações populares, Günter Schabowski, porta-voz do governo, anunciou a abertura das fronteiras com a Alemanha Ocidental. Ainda que de forma equivocada, a população foi as ruas e não havia mais o que fazer senão permitir a passagem com a derrubada do muro, e assim foi feito por Egon Krenz, comandante da RDA que substituiu Erich Honecker.
Como reflexo das seleções, demorou 30 anos para uma equipe da Berlim Oriental figurar na primeira divisão. O Union Berlim, ao subir na temporada 2019/20, foi apenas o quinto que disputou a extinta Oberliga (competição da RDA). Os demais quatro: Dynamo Dresden, Hansa Rostock, VfB Leipzig e Energie Cottbus nunca conseguiram se manter na elite alemã.
Fundado como FC Olympia 06 Oberschöneweide, em 1906, se tornou Union em 1910. O apelido de “Eisern Union” (União de ferro) e “Schlosserjung” (garotos metalúrgicos) surgiu com a participação de operários, que faziam referência à classe trabalhadora.
Nos anos seguintes, o clube manteve sua modéstia e não fez grandes campanhas. Durante a Alemanha Nazista, o Union Oberschöneweide foi excluído, pois o segundo nome fazia referência a uma das regiões na ofensiva do Exército Vermelho, sendo dissolvido pelas autoridades comunistas.
Ao retomar o nome em 1948, o Union passou por diversas mudanças durante a divisão da Alemanha. Após reivindicar o seu lugar no Campeonato Alemão-Oriental, após ser vice-campeão do campeonato regional de 1949/50. Barrados pelo regime comunista ao tentar viajar para Kiel, onde enfrentaria o Hamburgo, atletas na maioria titulares encararam as autoridades e realizaram a partida. No placar final, uma derrota por 7 a 0.
Após os jogadores que foram ao duelo fundarem o Union 06 Berlim na Alemanha Ocidental, o Union Oberschöneweide, ainda que enfraquecido, foi integrado a Oberliga, sendo rebatizado como Motor Oberschöneweide, momento em que trocaram o azul do uniforme pelo vermelho, que segue até os dias atuais.
Na sequência do acesso a primeira divisão em 1962, após sofrer uma queda em 1953, o clube começou a crescer no cenário oriental. No ano de 1968, venceu a Copa da Alemanha Oriental, batendo o Carl Zeiss na grande final por 2 a 1.
Nas décadas seguintes, viveu em uma gangorra entre a primeira e segunda divisão da Oberliga, rivalizando com o Dynamo Berlim. No final dos anos 1980, a torcida do Union ecoava “Die Mauer muss weg” (O muro vai cair) e seguia forte o seu lado operariado.
Com a queda do muro, o Union se fortaleceu como a equipe da capital, fazendo uma união com o Hertha em um amistoso assistido por 51 mil torcedores, oficializando a reunificação alemã.
Agora juntos, os Eisernen tiveram que disputar a terceira divisão do Campeonato Alemão. Apesar das dificuldades financeiras, o clube contou com patrocinadores e a própria torcida, que auxiliaram a equipe a se estabilizar na segundona.
Ao subir para a Bundesliga em 2019, após disputar playoff para a promoção, contra o Sttutgart, e se classificar pela regra do gol fora após dois empates, o clube protagonizou um momento histórico. Enfrentando o RB Leipzig, vindo da Alemanha Oriental, mas odiado por ser gerido por uma empresa de energéticos, que representa o capitalismo, o Union goleou por 4 a 0 o “rival”. Nas arquibancadas, a torcida protagonizou 15 minutos de silêncio em resposta ao futebol moderno, figurado no Leipzig.
Desde a temporada 2019/20 na elite, o Union Berlim vem crescendo nas posições finais. No ano em que estreou, terminou o campeonato em 11º lugar. Na sequência, figurou na sétima e quinta colocação.
Atualmente, disputando a Bundesliga 2022/23, o clube da capital segue cada vez melhor, representando um passado desafiador na Alemanha Oriental. O clube está atualmente na 3ª posição do torneio, com 55 pontos, cinco atrás do líder Borussia Dortmund.
O sucesso do time passa pela mão de Urs Fischer, técnico do Union desde 2018. Um dos principais nomes do acesso em 2019, o comandante tem contrato até o final deste ano.
Contando com a melhor defesa do campeonato até o momento, o Union Berlim quer mais uma vez fazer história e garantir a sua melhor posição, podendo disputar a Champions League pela primeira vez, após cair nas oitavas da Europa League neste ano.
Em confronto válido pela 33ª rodada da Premier League, o vice-líder Manchester City recebe o líder Arsenal nesta quarta (26), às 16h (de Brasília), no Etihad Stadium, em Manchester, Inglaterra. No momento, os Gunners têm 75 pontos na competição, enquanto os Citizens somam 70 pontos, mas com dois jogos a menos em relação ao rival.
Faltando seis rodadas para o fim do campeonato, a partida se torna uma das mais importantes e decisivas da temporada, sendo tratada como uma “final” por ambos os times e pela imprensa, mesmo em um torneio por pontos corridos.
Como chegam os times?
Classificado para as semifinais da Liga dos Campeões da Europa e para a final da Copa da Inglaterra (FA Cup), após eliminar Bayern de Munique e Sheffield United, respectivamente, o Manchester City chega para o jogo vivendo um grande momento.
Em ascensão na Premier League, o time comandado por Pep Guardiola venceu seus últimos seis jogos na competição e agora depende só de si para conquistar o tricampeonato consecutivo. O City tenta igualar os feitos do seu arquirrival Manchester United, que venceu três títulos consecutivos da Premier League em duas oportunidades: a primeira entre 1998 e 2001; e a segunda entre 2006 e 2009.
O Arsenal, por sua vez, já foi eliminado da Liga Europa para o Sporting e da FA Cup para o próprio Manchester City. Sendo assim, nesta reta final de campeonato, os Gunners tem a “vantagem” de poder se concentrar em apenas uma competição, enquanto os Citizens divide sua atenção em três campeonatos.
Clube que mais venceu e que menos perdeu na Premier League até o momento, o Arsenal acumula três empates seguidos – Liverpool e West Ham, fora de casa; e Southampton, no Emirates Stadium. O time londrino sonha novamente com a conquista do título mais importante do país, que não vence desde a temporada 2003-2004, quando foi campeão de forma invicta.
Em entrevista ao canal “SkySports”, Gabriel Jesus, destaque do time na temporada, reconhece que o rendimento da equipe caiu, mas ressalta que, apesar disso, os Gunners estão vivos na briga pelo título.
Tudo pode acontecer. Obviamente não estamos felizes com os últimos três jogos. Caímos um pouco o nosso nível e foco. É a Premier League, é muito difícil ganhar essa competição. Ainda estamos no páreo, vamos lutar até o final – disse o atacante.
Expectativas
Considerando que se trata de um jogo de extrema importância para a temporada, a expectativa é de uma partida bastante equilibrada no duelo desta quarta (26), com ambas as equipes sabendo que um resultado negativo pode definir o campeonato a favor de seu adversário.
O City vai com força máxima para o jogo. Destaque do time na temporada, o atacante norueguês Erling Haaland já igualou e agora tem a chance de superar o recorde de gols em uma única temporada da Premier League, que pertence ao egípcio Mohamed Salah (32 gols na temporada 2017-2018).
O Arsenal tem um importante desfalque: o zagueiro francês William Saliba. O jogador desfalcou a equipe nos últimos cinco duelos e, curiosamente, o time sofreu gols em todas essas partidas. De resto, o técnico espanhol Mikel Arteta, deve contar com seus principais jogadores para o jogo.
Prováveis escalações
Manchester City: Ederson; Akanji, Stones, Ruben Dias, Laporte; Rodri, Gundogan e Bernardo Silva; Kevin De Bruyne, Grealish e Haaland.
Arsenal: Ramsdale; Ben White, Holding, Gabriel Magalhães, Zinchenko; Thomas Partey, Fábio Vieira, Odegaard; Martinelli, Saka e Gabriel Jesus.
Lebron James dando enterrada acrobática. Foto: Reprodução/ Google Pixel.
No último sábado (22), o Los Angeles Lakers enfrentou a equipe do Memphis Grizzlies, pelo terceiro jogo da série - de melhor de sete - dos Playoffs da NBA. Os dois primeiros duelos foram em Memphis e os dois times saíram com uma vitória para cada lado. Os confrontos três e quatro, acontecerão em Los Angeles e marcam os primeiros combates da franquia a frente de sua torcida nos Playoffs.
Após o Memphis vencer o jogo dois, sem Ja Morant e empatar a série, a equipe vem confiante e, dessa vez, contará com o armador. No primeiro jogo dos Playoffs, Morant caiu de mal jeito, em cima da mão, na tentativa de atacar o aro e converter a cesta. Para o alívio dos torcedores, antes da partida, os médicos afirmaram: "Não há nenhum problema além da dor. A dor está incomodando bastante o atleta, mas nada que o tire do time”.
O jogo três, para quem acompanhou os bastidores, foi muito aguardado. Em entrevistas após o segundo duelo, Dillon Brooks - do Grizzlies - teceu comentários ácidos para a equipe de L.A. e principalmente para Lebron James. O atleta afirmou que não respeita Lebron porque ele está velho e não é o mesmo de anos atrás. Ainda completou dizendo que não admira ninguém até que essa pessoa faça 40 pontos nele e que James não é capaz de vencê-lo no um contra um.
D. Brooks é conhecido como aquele tipo de jogador que gosta do “Trash Talk”, que são aquelas provocações que o atleta tenta desestabilizar o adversário, seja ofendendo ou até mesmo agredindo o oponente, sem que a arbitragem observe. Mas ninguém esperava que ele usasse esse tipo de estratégia para cima de Lebron James, afinal ninguém provocava o jogador do Lakers há muito tempo. Lebron tem o apelido de "King James”, ou seja, o rei da NBA, e justamente por isso, é quase intocável e pouco se houve de negativo a seu respeito. O que surpreende ainda mais essa atitude de Dillon Brooks.
A última vez que provocaram Lebron James não deu muito certo. O ano era 2016, a final da NBA entre Cleveland Cavaliers - de Lebron James - e o Golden State Warriors. Em 2015, Lebron tinha perdido para o mesmo G. S. Warriors e buscava sua revanche, mas até então perdia por 3 a 1. Na ocasião, Klay Thompson - do Warriors - provocou Lebron dizendo que imaginava o astro abalado. Lebron respondeu apenas rindo e os jogos passaram e Lebron reverteu a desvantagem e foi campeão da NBA.
Austin Reaves e Lebron James se cumprimentando antes do jogo. Foto: Reprodução/ Instagram Austinreaves12
Antes do jogo começar, no aquecimento, Dillon Brooks foi vaiado pela torcida dos Lakers. Estava claro que grande parte dos torcedores do “LakeShow”presentes na Cripto.com Arena levaram isso para o pessoal e iriam fazer questão de aterrorizar o jogo de D. Brooks. Fato que realmente aconteceu, já que a cada momento que ele tocava na bola durante a partida, ele era vaiado.
O jogo começou com uma cesta de Lebron James, animando a torcida. Em meio a um Memphis Grizzlies irreconhecível, os Lakers vencia por 18 a 2, restando 6:13 no relógio para o final do primeiro período. A equipe de Memphis não conseguia encaixar uma reação. Taylor Jenkins, técnico dos Grizzlies, pediu tempo na esperança de acalmar os ânimos da equipe da casa. A decisão não surtiu efeito.
O Lakers fechou o quarto inicial vencendo por 35 a 9. Esse placar quebrou o recorde e se tornou a maior vantagem da história de um primeiro quarto de Playoff de toda a NBA. Lebron, Anthony Davis e D’Angelo Russell, do Lakers, contribuíram cada um para oito pontos. Já para o Memphis, apenas Ja Morant fez mais que três pontos (4).
O segundo quarto começou e o Grizzlies, novamente, não conseguiu reagir. A defesa agressiva do Lakers fez com que o Memphis anotasse apenas 15 pontos, em contraste com os 44 do Los Angeles Lakers, restando 7:20 no relógio. Com Ja Morant, a vantagem que era de 29 de Los Angeles, foi para 24 (46 a 22), o que continuou extremamente distante e complicado para o Grizzlies voltar para o jogo. Mesmo com a lesão, Morant foi a esperança para o time visitante e seguiu na partida. Em uma corrida de 10 a 0 no final do quarto, o Grizz perdia por 53 a 37. Domínio da equipe de LA, que foi para o intervalo com o torcedor contente na Crypto.com Arena.
Lebron James ultrapassando Dillon Brooks no contra ataque. Foto: Reprodução/ Instagram Lakersscene.
O terceiro quarto começou com uma expulsão. No início da disputa, Dillon Brooks acertou as partes íntimas de Lebron James com força e com a ajuda da análise de vídeo, os árbitros reviram o lance e decidiram ejetar Dillon Brooks por atitude antidesportiva.
Após a expulsão, aos 8:46, com uma enterrada acrobática de Lebron “King” James, o Lakers liderava por 63 a 42, não tomando conhecimento do time adversário. Vantagem essa que se manteve até o fim do terceiro quarto, que terminou em 88 a 68 para o Purple and Gold. Anthony Davis anotou 15 pontos apenas nesse quarto.
O último quarto foi o melhor para a equipe de Memphis e principalmente para Ja Morant, que marcou 22 pontos consecutivos para o time. Com duas cestas de 3 de Morant, o Grizzlies encostou no placar e aos 6:55 restantes, o Memphis perdia por 94 a 80. Ainda assim, muito distante. Com a administração de Lebron, o Lakers soube garantir a vitória e venceu o terceiro jogo, por 111 a 101. A série agora está 2 x 1, a favor do Lakers.
Os principais nomes da partida foram: Lebron James, com 25 pontos, 9 rebotes e 5 assistências; Anthony Davis, com 31 pontos, 17 rebotes, 2 roubos e 3 tocos; e Ja Morant, com 45 pontos, 9 rebotes e 13 assistências.
No intervalo da partida, a transmissão americana foi atrás das estatísticas de Lebron James quando tem Dillon Brooks como marcador principal. As estatísticas são: 26 pontos de média, com um aproveitamento de 61,1% geral e 42,9% de três pontos, com 0 turnovers (erros). Estatísticas essas que reforçam que Dillon Brooks apenas provocou Lebron, e que até hoje, Lebron não tomou conhecimento da “poderosa” defesa de D. Brooks.
O Lakers venceu o primeiro jogo em casa e abriu 2 x 1 na série, jogando a pressão para o adversário e podendo abrir vantagem maior nesta segunda-feira (24) - às 23h00 horário de Brasília - ainda em casa, pelo 4° jogo da série.
Para o Memphis, o que se tirou de positivo da partida foi a bela atuação de Ja Morant, que mesmo com dores na mão, contribuiu para 45 pontos, sendo 22 só no último quarto.
Anthony Davis comemorando uma cesta de 3 pontos. Foto: Reprodução/ Instagram Lakersscene