Ao longo da história brasileira, a luta das mulheres pelo direito político foi uma trajetória marcada por uma grande resistência. As mulheres foram privadas dos seus principais direitos políticos, como o de votar ou se candidatar a cargos políticos, fator que mudou a partir de 24 de fevereiro 1932, no governo Getúlio Vargas, por meio do decreto 21.076, quando o voto feminino no Brasil foi assegurado. Entretanto, mesmo com o direito garantido às mulheres, o Brasil permanece entre os governos com menor participação feminina na política.
O homem sempre foi considerado o elemento que dirige as relações culturais, sociais e políticas. Já a mulher, colocada em segundo plano, é aquela que sofre a influência do homem, geralmente acatando as suas decisões. Sofrendo a condição de ser submissa, além de ser a responsável pelo lar, de criar os filhos e cuidar do seu companheiro.
Nas últimas décadas o Brasil vem passando por uma grande transformação, com as mulheres conquistando seu espaço e buscando a igualdade de direitos entre os gêneros, tanto na vida profissional como política. A promulgação da Constituição Federal de 1988 acarretou a consideração de que todas as pessoas são iguais perante a ela, levando a compreender que a mulher possui os mesmos direitos do homem. A participação feminina na sociedade busca ultrapassar o que um dia lhes foi negado, principalmente quando se refere ao legislativo.
As primeiras mulheres a participarem ativamente no legislativo e executivo foram: Alzira Soriano, Eunice Michiles, Esther de Figueiredo Ferraz, Maria Pio de Abreu e Dilma Rousseff, a primeira mulher a ocupar o cargo de Presidente do Brasil, um marco da democracia e da luta das mulheres por igualdade social.
Segundo o IBGE, 51.8% da população brasileira é constituída por mulheres, e por isso a porcentagem de mulheres eleitas para cargos eletivos deveriam seguir essa mesma proporção. Entretanto, de acordo com o levantamento realizado pela Organização Terra de Direitos, as mulheres representam um pouco mais de 15% dos cargos. Essa baixa representatividade e participação feminina na política nacional é o reflexo das desigualdades entre os gêneros presente em tantas esferas da sociedade brasileira, entre elas está a violência política de gênero.
A violência política de gênero pode ser definida, segundo o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, como “qualquer tipo de agressão física, psicológica, econômica, simbólica ou sexual contra a mulher, com o objetivo de excluir, impedir o seu acesso ou induzi-la a tomar decisões contrárias à sua vontade. A violência pode ocorrer por meio virtual, nas ruas, em seus próprios partidos e até mesmo dentro de casa”. O assassinato da vereadora carioca Marielle Franco, é um dos inúmeros casos resultados da violência política específica contra as mulheres.
De modo a tentar sanar o problema da baixa representatividade, a lei de cotas foi criada. Previstas na lei 9.504/97, conforme artigo 10, parágrafo 3º, as cotas foram criadas com o objetivo de impedir que os partidos políticos lancem todos seus candidatos de um mesmo sexo.
“O projeto de cotas incentiva a participação feminina, não apenas para cumprir uma certa tabela, mas sim para uma participação efetiva. Os partidos terão que incluir cada vez mais mulheres nos espaços de decisão não apenas de forma cartorial, mas com qualidade, pois esses espaços de representação vão além dos 30% para completar as candidaturas, eles são, de fato, espaços de representação nos poderes.” Comenta, Pollyanna Dutra, deputada estadual, médica veterinária e ex-prefeita do município de Pombal, Sertão da Paraíba, posição na qual recebeu destaque e inúmeras premiações.
Em 2022, debates acerca da violência política de gênero se tornam ainda mais importantes, já que as eleições estão se aproximando e com ela novas oportunidades para as mulheres na política.
“É extremamente importante que esse debate seja colocado em destaque nas eleições deste ano. A violência de gênero contra a mulher é uma realidade cruel e, na política, não é diferente. Sofremos assédio, preconceito e violências que são normalizadas no dia a dia, muitas vezes por nós mesmas, mulheres, quando não encontramos uma rede de apoio que nos revele as inúmeras violências que sofremos por uma herança cultural patriarcal que ainda precisa ser desconstruída. 2022 é ano eleitoral. Pode ser sua chance de contribuir para a redução da violência política de gênero,” diz Dutra.
“Tragédia” - classificação da Isa Penna, candidata a deputada federal pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e ex-estudante da PUC-SP, para o Estado atual. O país retrocedeu com o governo do candidato do Partido Liberal (PL) - Jair Bolsonaro. Como demonstra o Índice de Desenvolvimento Humano da Organização das Nações Unidas (ONU), que avalia a escolaridade, renda e expectativa de vida.
Aos comandos do “capitão do povo”, o Brasil caiu três posições no ranking. Logo, agora é o 87º na lista de 191 países. Como se não fosse o bastante, a nação voltou ao Mapa da Fome da ONU, problema que havia sido extinto pelo governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - atual candidato pelo Partido dos Trabalhadores (PT). Porém, nos debates das eleições, o atual líder do Executivo nega que o seu povo esteja faminto. Os brasileiros estão roendo até os ossos - literalmente.
Os estrategistas de Bolsonaro focam no eleitorado feminino, entretanto a “simpatia” do presidente as afasta. Como foi o ataque contra a jornalista Vera Magalhães no debate da Band, o constrangimento de ser “imbroxável” no discurso do 7 de Setembro em Brasília e o assédio moral contra a deputada Maria do Rosário no corredor da Câmara dos Deputados no Rio de Janeiro em 2003.
A Casa Legislativa do Estado de São Paulo também não é um lugar seguro para mulheres. O Deputado Estadual Fernando Cury (UNIÃO) se tornou réu por importunação sexual após ter sido flagrado por uma câmera da ALESP apalpando indevidamente sua par, a então deputada estadual Isa Penna, durante a sessão de voto para o orçamento de 2021 do Estado. Em decisão inédita e unânime, Cury teve seu mandato e gabinete suspensos por seis meses.
Portanto, Jair Bolsonaro legitima a violência contra mulher. Pratica o assédio moral publicamente. De acordo com o livro “Sempre foi sobre nós: relatos da violência política de gênero no Brasil”, a ex-estudante de direito da PUC-SP escreveu sobre como o assédio é sobre o poder e a necessidade de um feminismo para todas/todos/todes contra o conservadorismo: “O feminismo luta pelo direito à individualidade e à liberdade da mulher. Eles tentam nos amarrar, mas não vamos ficar paradas".
Já Simone Nascimento, candidata a CoDeputada Estadual da bancada feminista do Partido Socialismo e Liberdade e ex-estudante de jornalismo da PUC-SP, alega a importância de construir um Estado sem necropolítica - conduta estatal de extermínio: “Em São Paulo, [devemos] eliminar essas décadas de Tucanistão, que tem feito um índice absurdo de morte da juventude negra, que tem lotado as cadeias de pessoas que poderiam estar com oportunidade na sociedade”. Segundo o Sistema Integrado de Informação Penitenciária (InfoPen), com vinte anos do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), São Paulo teve a maior taxa de prisões entre jovens negros no governo de Geraldo Alckimin - candidato à vice presidente de Lula. Nascimento destaca como o atual governo do tucano, Rodrigo Garcia, impede que São Paulo seja um “polo de resistência”.
Ambas de partidos diferentes, mas com o mesmo princípio: derrotar Bolsonaro e eleger Lula. Penna admitiu a complexidade dessas candidaturas ao combater o conservadorismo político. “Eu espero que vão ser eleições muito difíceis, vão ser as eleições mais importantes, seu dúvidas, da nova república [após a redemocratização], mas eu espero o fortalecimento da esquerda”. Ao contrário das eleições de 2018, grande parte dos partidos esquerdistas decidiram emplacar com uma candidatura ao invés de se fortalecerem.
A candidata a deputada federal sugeriu como o governo Haddad poderá construir uma nova São Paulo: “Escutando e estando ao lado dos movimentos sociais, convidando-os não só para a estrutura, mas para a elaboração da política“. Como a luta antirracista, antimanicomial, contra o marco temporal e feminista contra o liberalsimo conservador do atual presidente.
Ainda que os holofotes estejam voltados para a disputa entre Lula (PT) e Bolsonaro (PL), são mulheres como Nascimento que batalham em prol dos projetos políticos onde tudo começa: na base.
"A Bancada Feminista do PSOL", nos conta Nascimento, "tem cumprido a seguinte tarefa: passar pelas cidades do Estado falando sobre a importância de derrotar Bolsonaro, o Tucanistão paulista", se referindo aos 27 anos de governo PSDBista em São Paulo, "e de eleger nossa bancada para a Assembleia Legislativa do Estado. Quando a gente conversa olho no olho com as pessoas, nós estamos espalhando essa luta." - concluiu Simone.
Um vídeo que circula pelas redes sociais mostra a apresentadora do Jornal Nacional, Renata Vasconcelos, anunciando o resultado de uma Pesquisa de Intenção de Votos divulgada na quarta-feira, 17 de agosto de 2022. Com duração de cerca de 40 segundos, a voz da apresentadora afirma que o candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro lidera com 44%, seguido de Luiz Inácio Lula da Silva e Ciro Gomes, com 32% e 6%, respectivamente.
O fragmento inaugura a era da chamada “Deepfake” como ferramenta de manipulação nas eleições para presidência de 2022, tendo em vista que o material foi alterado, invertendo a posição dos dois primeiros candidatos.
O que é “DEEPFAKE”?
A Deepfake nada mais é que a junção de informações do audiovisual, como a imagem e o som, para distorcer um fato. Isso é feito através de recursos de Inteligência Artificial (AI), como softwares que produzem uma arquitetura específica para aquele conteúdo, de maneira que se tenha um material “palpável” que de credibilidade para as falas de determinado indivíduo, além de fomentar meios para consolidar as suas ideologias.
A nova ramificação da fake news é capaz de unir um rosto a um corpo, para que assim se tenham as feições da pessoa junto aos gestos. O conjunto de imagens, combinado a voz alterada do indivíduo em questão, cria narrativas que nunca existiram, mas que distorce a realidade e pode servir como argumentos ficcionais em ambientes de disputa, como é o caso das eleições.
O jornalista Bruno Sartori, também conhecido como “Bruxo dos vídeos”, tem em seu Instagram desde 2018 uma série de vídeos que utilizam da técnica de distorção para mostrar para as pessoas que isso é mais acessível do que se imagina. Em tom de brincadeira, Bruno usa dos recursos para criar materiais com figuras políticas em situações inusitadas, o que leva o público a refletir desde a singularidade da situação até a indignação sobre a veracidade do vídeo apresentado.
Como isso impacta nas eleições?
Em entrevista, a Professora do Programa de Tecnologia da Inteligência e Design Digital (TIDD) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da PUC-SP Dora Kaufman afirma que as Deepfakes não tem um segmento específico do eleitorado, uma vez que as estratégias de criação e disseminação dependem dos objetivos da campanha, seja propagar fake news para engajar sua militância ou sensibilizar uma parte do eleitorado, já que os propósitos não são fixos durante o período eleitoral.
Dora explica que as redes sociais são os canais prioritários de disseminação dessas informações falsas, mas que a velocidade e o alcance da distribuição dependem de vários fatores: “Posts de ódio, por exemplo, tem maior propensão a provocar reação e a serem repassados, pois é função da natureza humana”. Isso implica diretamente na propagação de Deepfakes já que elas são um instrumento de ataques diretos ao outro.
A desinformação passa a se estabelecer de forma massificada, uma vez que servindo como “argumento concreto”, os vídeos agregam ao conteúdo falso a imagem e voz da personalidade manipulada , ampliando a percepção de autenticidade, logo as pessoas não sentem necessidade de averiguar os fatos. Culturalmente os usuários tendem a repassar informações sem investigar as fontes, o que torna a disseminação uma prática facilitada nas redes.
Durante participação na palestra Fake news e Desinformação nas Eleições de 2020, de 2 de setembro de 2022, a professora Pollyana Ferrari, escritora e pesquisadora em Comunicação Digital e coordenadora da Rede PUC CHECK da PUC-SP esclarece que, devido ao barateamento dos custos de produção das Deepfakes, no período mais sensível das eleições haverá um grande volume de desinformação sendo propagada, principalmente em veículos de informação não-oficiais e as redes sociais.
“Cerca de 70% do conteúdo do TikTok não é verificado, isso potencializa a forma dos grupos de instrumentalizar e acelerar ainda mais o click dentro dessas plataformas”
A desinformação chega até a população de forma extremamente fácil, diferentemente da verdade e dos dados concretos, a alternativa dentro do mundo conectado é buscar fontes confiáveis para checar as informações e só repassar aquilo que se sabe que é verídico. Invenção é sinônimo de Mito.
No último dia 1°, a ex-presidente e atual vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, sofreu uma tentativa de homicídio em Buenos Aires. O atentado aconteceu em frente à casa da estadista, que contava com inúmeros apoiadores fazendo vigília onde ela reside, após o Ministério Público da Argentina pedir a prisão
de Cristina. A promotoria a acusa de desvio de dinheiro público enquanto era presidente da Argentina.
Em meio às acusações e mais de dez processos contra a atual vice-presidente, voltou-se a acender a chama do Kirchnerismo - legião de seguidores e opositores conquistados por ela e seu marido, o também ex-presidente Néstor Kirchner, pelo modelo político que criaram. Por isso, ao chegar em sua casa
em Buenos Aires, Cristina passa com seus seguranças pela multidão. No dia 1° de setembro, ela é abordada e atende seus apoiadores. Outros presentes filmam a chegada da governante quando uma arma de fogo chega a quase encostar seu rosto e apesar do gatilho ter sido acionado, não há nenhum disparo.
Cristina Kirchner e sua carreira pública: o que pode ter causado a ira de um extremista
Após a ditadura na Argentina, Cristina Kirchner e seu marido Néstor Kirchner ingressaram na carreira política. Néstor foi prefeito e depois, governador. Cristina foideputada e senadora. Com um plano bem delineado, os dois chegam à presidência da Argentina, ela como primeira-dama e ele, como presidente. Em 2007, ela substituiu o marido na presidência e Néstor faleceu 3 anos depois. Cristina continuou na presidência até 2015.
Enquanto presidente, seu governo foi marcado por políticas protecionistas e programas de assistência social, com vários subsídios que exacerbaram os gastos públicos. Além disso, ela enfrentou setores poderosos como proprietários rurais, conglomerados de mídias e instituições financeiras internacionais. Estreitou laços com líderes de esquerda que governavam Brasil, Bolívia, Equador e Venezuela, referia-se com carinho à Fidel Castro, líder político revolucionário e comunista e à Hugo Chávez. Também durante o seu mandato, o casamento homoafetivo e a lei de identidade de gênero foram aprovadas, tornando a Argentina um país pioneiro neste campo na América Latina. Entretanto, ela impediu maiores debates sobre a legalização do aborto durante seu mandato, mas em 2018, votou de forma favorável à pauta enquanto senadora.
Segundo o cientista político e professor de relações internacionais, Pedro Costa Junior, Cristina era criticada pelo seu autoritarismo e pela falta de diálogo de sua administração: “Cristina radicalizou muito o discurso. Ela era muito ruim de diálogo, e isso fica muito evidente depois que o Néstor morreu” e acrescenta: “Ela
foi colecionando inimigos, enfrentou o principal grupo de comunicação da Argentina, o Clarín e aprovou a Lei de Meios - que limita e controla as licenças e a abrangência dos meios de comunicação do país. Seu estilo é combativo e agressivo, não é aquela política agregadora”, afirma.
Como o atentado à vice-presidente fomenta a crise política argentina
A tentativa de assassinato à atual vice-presidente da Argentina instigou ainda mais a crise política vivida no país. O ataque ocorreu justamente enquanto os cidadãos acompanhavam as críticas públicas feitas por Cristina contra os rumos do governo liderado pelo presidente Alberto Fernandez, e dez dias após o pedido do Ministério Público de 12 anos de prisão para a ex-presidente por supostas irregularidades nos tempos em que governou o país.
Em um discurso em cadeia nacional de rádio e televisão, o presidente Alberto Fernández atribuiu a setores políticos, à Justiça e à imprensa o momento delicado vivido no país: “Estamos obrigados a recuperar a convivência democrática que se quebrou com o discurso de ódio espalhado por parte de diferentes setores políticos, judiciais e midiáticos da sociedade argentina”, disse ele.
Analistas políticos, entretanto, não concordam com a afirmação e distribuição de culpa pelo atentado aos veículos de mídia e Justiça do país. A Argentina vive uma situação instável em que a inflação é a maior preocupação dos argentinos, que deve bater recorde ao chegar aos 90% este ano. Além disso, a troca de farpas e acusações em transmissão nacional entre políticos é constante. Esta, então, parece ser a motivação perfeita para um extremista: um país enfrentando uma das maiores crises econômicas e políticas de sua história, juntamente a líderes políticos que incitam a polarização e não instigam o diálogo democrático.
A nova rodada da pesquisa Datafolha, contratada pela TV Globo, divulgada nesta quinta-feira (01), mostra que o ex-presidente Lula (PT) se mantém na liderança isolada para a disputa do Palácio do Planalto. O petista aparece com 45% das intenções de voto, ante 32% do atual presidente Jair Bolsonaro (PL). Uma diferença de 13%.
Embora o candidato do PT siga na dianteira, a sua porcentagem de votos diminuiu 2% quando comparada a pesquisa anterior de 18 de agosto
No cenário atual, Lula não venceria o pleito no primeiro turno. Segundo o DataFolha, o petista tem 48% dos votos válidos, excluindo brancos e nulos.
A descida de Lula já era esperada pela campanha do petista, pois o candidato vem sofrendo ataques de três adversários ao mesmo tempo e sobre o mesmo tema, que é a corrupção. Embora já fosse esperado, o sinal de alerta está ligado no Partido dos Trabalhadores.
A pesquisa só não foi pior para Lula, pois Jair Bolsonaro não se movimentou. Ao que tudo indica, a margem de crescimento do atual presidente acabou. Bolsonaro tem 32% das intenções de votos no primeiro turno.
- Luiz Inácio Lula da Silva (PT): 45% (na pesquisa anterior, de 18/8, estava com 47%)
- Jair Bolsonaro (PL): 32% (32% na pesquisa anterior)
- Ciro Gomes (PDT): 9% (7% na pesquisa anterior)
- Simone Tebet (MDB): 5% (2% na pesquisa anterior)
Para o candidato à reeleição, o cenário de estabilidade não é nada bom. Isso porque o presidente gastou bilhões de reais em benefícios sociais que colocam em xeque o futuro do país para nada. Essa estratégia para reeleição há tempos daria certo, porém o desastre governamental de Bolsonaro foi tão grande que nem isso pode salvá-lo.
TERCEIRA VIA
Se os dois dianteiros tem pontos a lamentar, Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) tem algo para comemorar. O ex-ministro subiu dois pontos percentuais e agora tem 9% e a candidata do MBD tem 5%, um acréscimo de 3 pontos percentuais em comparação com a última pesquisa.
Ciro comemora, mas de maneira comedida o seu avanço. O bom desempenho do candidato do PDT no debate promovido pela Band, TV Cultura, portal UOL e Folha de São Paulo o fez crescer dentro da margem de erro, que pode ser enxergado como nada demais. O ex-ministro ainda está muito longe do 2° turno e faltam 30 dias para as eleições. Ou seja, pouco tempo para uma subindo exponencial.
Se de um lado Ciro Gomes comemora timidamente, Tebet celebra com mais força. Embora a candidata do MBD siga com a porcentagem abaixo dos dois dígitos, ela foi a única a subir acima da margem de erro. Isso é notável, pois o ótimo desempenho no debate da semana passada colocou Tebet em evidência.
Se a senadora manter o desempenho nos próximos debates, há margem de crescimento. Talvez não para ir ao segundo turno deste ano, mas sim para ser conhecida pelo público para o próximo pleito.
O Datafolha ouviu 5.734 pessoas em 285 municípios de terça (30) a esta quinta (01). O levantamento foi registrado no TSE sob o número BR00433/2022.