
“Uma guerra que já havia sido cantada pela Rússia há muito tempo, tanto pela anexação de territórios quanto pela aproximação cada vez maior da Ucrânia em relação à OTAN e à União Europeia, esses são os principais motivos para o início do conflito", relatou Carla Cristina Garcia, mestre e Doutora em Ciências Sociais.
A invasão da Ucrânia por tropas russas ocorreu no dia 24 de fevereiro, em plena Semana de Moda de Milão. O papel político e social da moda como meio de transmitir uma mensagem ao mundo se concretizou nos desfiles. Giorgio Armani, por exemplo, demonstrou apoio à Ucrânia desfilando sua coleção em completo silêncio que, segundo o designer, foi uma ação em respeito às pessoas envolvidas na tragédia no país. Mais um exemplo notável foi o desfile da grife espanhola Balenciaga, que fez referências a refugiados, com a presença de peças práticas de serem vestidas, dobradas e reduzidas, como trench-coach. A praticidade e facilidade de compactação e armazenamento sugerem uma vida em constante movimento ou, até mesmo, nômade. Outras referências foram a bolsa desfilada, que se assemelha a um saco de lixo, e modelos desfilando de toalha e peças íntimas, assimilando a pessoas que tiveram que deixar suas casas às pressas - correlação direta à situação entre Rússia e Ucrânia.
Além das manifestações no grande palco midiático das passarelas e desfiles, a moda se faz presente como uma importante ferramenta de mobilização em períodos de conflitos, guerras e crises. Empresas e marcas ligadas aos setores da moda optaram por responder ao conflito suspendendo suas atividades na Rússia. A revista Vogue ucraniana fez uma publicação nas redes sociais, pedindo o embargo à exportação de todo tipo de itens de moda e bens de luxo, que serviu como apelo para grandes marcas e grifes citadas tomarem um posicionamento diante de toda a situação. A grife Hermes foi a primeira a se pronunciar e anunciar o fechamento de suas lojas russas, além de paralisar todas as suas atividades no país. A Chanel, que também fechou suas lojas em território russo, doou dois milhões de euros com intuito de ajudar refugiados nas fronteiras da Ucrânia. A Adidas suspendeu a parceria com a União Russa de Futebol, além de doar cem mil euros, roupas e calçados para institutos que oferecem apoio às crianças refugiadas.
A especialista em História da Moda, Laura Ferrazo, ressalta que a moda possui diversas maneiras de manifestação: “Eu acho que o mundo da moda tem muita influência, é importante a manifestação de muitas formas. Os desfiles que fazem referências, homenagens ou críticas à guerra, mas também os boicotes às vendas de produtos e importação de matérias-primas”.
Membros da indústria da moda iniciaram um manifesto contra a guerra, contando com um abaixo-assinado firmado por mais de 1.500 profissionais de todos os ramos, desde a fotografia até a direção criativa: "Como designers, estilistas, fotógrafos, professores, estudantes, pesquisadores, modelos, artistas, designers gráficos, diretores criativos, agentes, escritores e editores, lutamos continuamente por um mundo onde a expressão criativa, o intercâmbio cultural e a colaboração possam florescer. A violência da invasão na Ucrânia vai contra tudo o que defendemos. Esta guerra não traz nada além de destruição, sofrimento e tristeza", diz o manifesto.
“A moda tem poder. A moda é uma indústria de trilhões de dólares, com gigantesca influência cultural, econômica e até política. Em tempos de crise, é fácil descartar esse poder, chamá-lo de supérfluo, frívolo, surdo, hipócrita ou não-essencial. Mas nossas cadeias de suprimentos conectam países em todo o mundo, nossa mídia alcança massas de seguidores em todos os lugares, nossa linguagem compartilhada de criatividade é universal. Somos uma indústria repleta de talentos, habilidades, redes e conexões. Essas ferramentas sempre podem melhorar a vida das pessoas ao nosso redor – seja em larga escala ou íntima. Onde quer que você esteja hoje, não vire as costas, não feche os olhos”, ressalta o texto.
Com 58,5% dos votos, cerca de 18.779.641 votos, Emmanuel Macron (República Em Marca!), candidato à reeleição, venceu o segundo turno realizado neste domingo (24) contra a candidata de extrema-direita, Marine Le Pen (Reunião Nacional), que conquistou 41,5% dos votos, equivalente a 13.297.760 votos. O resultado fez de Macron o primeiro presidente reeleito nos últimos 20 anos, o último a se reeleger havia sido o conservador Jacques Chirac (1995-2007).
A eleição também foi marcada pelo expressivo número de abstenções. De acordo com o Ministério do Interior francês, a taxa de abstenção foi de 28%, a maior marca para um segundo turno desde 2002.
"O presidente de todos"

Pouco menos de duas horas da divulgação das projeções de sua vitória, e ao som do hino europeu conhecido como "Ode à Alegria", de Friedrich Schiller, Emmanuel Macron foi recepcionado por seus apoiadores no Champs de Mars, próximo a Torre Eiffel, para seu discurso da vitória. “Desde agora não sou mais o candidato de um lado, mas o presidente de todos”, afirmou Macron.
Em seu discurso, o centrista disse saber que muitos foram às urnas não para apoiá-lo ou para votar em favor de seus projetos, mas sim, “para barrar as ideias da extrema-direita”, porém, afirmou que governará também por eles. Sobre os votos direcionados a Le Pen, Macron disse que é dever dele, enquanto presidente, encontrar as respostas para os votos na extrema-direita. “Será minha responsabilidade e de quem me cerca”, disse o presidente reeleito.
Sobre os 28% de abstenção, Macron disse que o “silêncio é uma negação ao direito de responder”, e tem um significado.
Para seus eleitores, Macron falou sobre seu compromisso no novo governo. “Hoje (vocês) escolheram um projeto humanista, ambicioso pela independência do nosso país, pela nossa europa, um projeto republicano nos seus valores, um projeto social e ecológico, um projeto baseado no trabalho e na criação”.
O presidente afirmou, também, que continuará trabalhando pela igualdade. “Este projeto, quero levá-lo com força para os próximos anos, sendo também um repositório das divisões que se manifestaram e das diferenças, e garantindo a cada dia o respeito de cada um, e continuando a trabalhar por um sociedade e igualdade entre mulheres e homens”.
Macron ressaltou que os próximos cinco anos não são continuidade de seu mandato, mas uma “invenção coletiva a serviço do nosso país e da nossa juventude”. “Esta nova era não será a continuação do quinquénio que está a terminar, mas a invenção coletiva de um método revisto por mais cinco anos, ao serviço do nosso país, da nossa juventude. Cada um de nós terá uma responsabilidade. Cada um de nós terá que se comprometer com isso”, disse o presidente francês.

No encerramento de seu pronunciamento, Macron disse que terá “orgulho de servir novamente”, e foi ovacionado pelos eleitores.
“É isso que faz do povo francês essa força singular que amo tão profundamente, tão intensamente, e que tenho tanto orgulho de servir novamente. Viva a república e viva a França!” - Emmanuel Macron
"Histórico"
O relógio marcava por volta das 20h15, horário local de Paris, quando Marine Le Pen discursou a seus apoiadores reconhecendo a derrota, em um pavilhão no Bois de Boulogne, região oeste de Paris. A manifestação ocorreu cerca de 15 minutos depois do fechamento das urnas e da divulgação das projeções. “Um grande vento de liberdade poderia ter soprado sobre nosso país, mas as urnas decidiram o contrário”, disse Le Pen em seu pronunciamento.

Em 2002, Jean Marie Le Pen, pai de Marine Le Pen, causou espanto na política francesa ao conseguir avançar com a extrema-direita ao segundo turno. Na ocasião, houve uma grande união das forças democráticas para apoiar e reeleger o presidente republicano Jacques Chirac, que venceu o segundo turno com 82% dos votos.
Exatos 20 anos depois, Marine Le Pen comemorou o crescimento da Frente Nacional regida por sua família nas últimas décadas, e disse que o resultado conquistado nesta eleição foi “histórico” e uma “vitória brilhante” que colocou seu partido em uma “excelente posição” para as eleições parlamentares de junho.
“O jogo ainda não acabou” - Marine Le Pen
Líderes europeus e das américas parabenizam Macron
Após o resultado, representantes da União Europeia parabenizaram Emmanuel Macron pelo resultado. O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, afirmou que a Europa poderá “contar com a França por mais cinco anos” e disse que “nestes tempos difíceis precisamos de uma Europa forte, e uma França comprometida com uma União Europeia mais soberana e estratégica”.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, também parabenizou Macron e disse esperar que continuem com a excelente cooperação. “Caro Emmanuel Macron, gostaria de parabenizá-lo por sua reeleição como presidente da República. Espero continuar nossa excelente cooperação. Juntos, vamos fazer a França e a Europa avançarem”, disse através do Twitter.
O chanceler Olaf Scholz, da Alemanha, e os presidentes Alberto Fernández, da Argentina, Ivan Duque, da Colômbia, e o primeiro-ministro Pedro Sánchez, da Espanha, exaltaram a vitória de Macron e o fortalecimento da democracia.
3º Turno
Com a divulgação do número de abstenções nesta eleição pelo Ministério do Interior, o candidato de esquerda e terceiro colocado no 1º turno, Jean-Luc Mélenchon (França Insubmissa) foi às redes sociais para criticar Macron. “Macron é o presidente eleito nas piores condições da V República. Ele nada em um oceano de abstenção, votos brancos e nulos”, falou Mélenchon.
Mesmo com a crítica ao presidente eleito, o progressista parabenizou os franceses pela derrota da extrema-direita, o que classificou como “uma boa notícia para o país”.
Mélenchon convocou os franceses para participarem das eleições parlamentares que ocorrem em junho, e pediu “coragem e determinação”. O candidato pretende liderar uma coalizão entre partidos de esquerda e ambientalistas, com o objetivo de se eleger primeiro-ministro. “O terceiro turno começa hoje à noite”, disse o líder de esquerda.
“Eu peço aos franceses que me elejam primeiro-ministro ao votarem por uma maioria de deputados insubmissos e de integrantes da União Popular”, acrescentou Mélenchon.
As eleições parlamentares acontecem entre 12 e 19 de junho. Vale lembrar que é a Assembleia Nacional, parlamento francês, que indica o primeiro-ministro, podendo ou não ser aliado do presidente.
Os franceses voltam às urnas no próximo domingo (24) para definir a disputa do segundo turno das eleições presidenciais no país. No páreo está Emmanuel Macron (República Em Marcha!), candidato centrista à reeleição, e Marine Le Pen (Reunião Nacional), tradicional líder da extrema-direita na França.
Durante a campanha, Macron tentou se colocar como um líder do bloco europeu, capaz de gerir situações de crise, buscando uma saída diplomática no conflito entre Rússia e Ucrânia. Já Marine Le Pen se apresentou ao eleitor como a candidata que devolveria à população francesa o poder de compra e fez esforços para afastar a imagem de extremista tanto dela, como de seu partido, considerado uma sigla xenofóbica e racista.
Pela primeira vez nesta eleição, Macron e Le Pen se encontraram para discutir suas propostas de governo, o debate ocorreu na quarta-feira (20). Segundo pesquisa Ifop em conjunto com a Rádio Sud, os eleitores acham Macron mais confiável que Le Pen, em um número maior de temas que preocupam os franceses.

O Ifop divulgou a pesquisa na quinta-feira (21), mostrando como os franceses viram o desempenho dos candidatos no debate. O levantamento ouviu 1.006 pessoas, acima de 18 anos de idade. O nível de confiança da pesquisa é de 95%.
Os reflexos do debate na disputa
Segundo levantamento do Ifop em conjunto com a Rádio Sud, 65% dos franceses acompanharam o debate, e de forma geral, 89% assistiram ou ouviram falar dele, a conta foi feita reunindo a audiência de todos os canais combinados (TF1, France 2 e outros meios).
De acordo com o levantamento, 29% dos eleitores afirmaram que o debate definiu o seu voto do próximo domingo (24). Deste percentual, 11% disseram que vão votar em Macron, 10% em Le Pen, 6% em branco ou nulo e 2% disseram que vão se abster.
A pesquisa também perguntou qual candidato era mais confiável para realizar propostas sobre alguns temas. Em relação à guerra na Ucrânia, 53% acham que Macron é mais confiável, 17% acham Le Pen, e 30% acredita que nenhum dos dois. Sobre a proteção climática e a desordem ecológica, 39% apostam que Macron é mais confiável para realizar, contra 22% de Le Pen, outros 39% acreditam que Macron e Le Pen não são confiáveis.
No quesito educação, 39% acreditam que Macron é confiável, 32% acreditam em Le Pen, e 29% não confiam em nenhum dos dois. Em relação à saúde, 37% acham Macron mais confiável, 36% apostam em Le Pen, e 27% não confiam em ambos.
Os únicos dois temas em que Le Pen é considerada mais confiável pelos eleitores são: aumento de salário e do poder de compra com 42%, contra 32% de Macron, e 26% do eleitorado considerando que nenhum dos dois são confiáveis. E também, a luta contra a insegurança e a delinquência, onde Le Pen aparece como confiável para 51% dos eleitores, contra 28% de Macron e 21% que não consideram ambos confiáveis.

De acordo com a pesquisa de intenção de voto divulgada também pelo Ifop após o debate, o eleitor gostou mais da atuação de Macron, e o centrista aumentou em 10% a sua vantagem nas pesquisas. Pela pesquisa, Macron soma 55% das intenções de voto, contra 45% de Le Pen. No dia 11 de abril, dia seguinte ao primeiro turno, as pesquisas eleitorais mostravam Macron com 52,5% das intenções, contra 47,5% da candidata de extrema-direita.
O encontro realizado pelo TF1 e France 2 na noite de quarta-feira (20), opôs o centrista Emmanuel Macron (República Em Marcha!) e a líder de extrema-direita Marine Le Pen (Reunião Nacional), para o primeiro debate das eleições de 2022. Os candidatos estavam menos truculentos do que no debate do 2º turno de 2017. Curiosamente, ambos vestiram ternos azul marinho, parecidos com os que usaram no debate da eleição passada.
A proposta diferente na forma de atuação no debate tinha objetivo, os candidatos queriam convencer os eleitores indecisos, e principalmente, atrair os eleitores de Jean-Luc Mélenchon, terceiro colocado na disputa do 1º turno, com 21,95% dos votos. No 1º turno, Macron conquistou 27,8% dos votos, e Le Pen alcançou 23,1%.
Em 2017, Macron foi o vencedor do 2º turno, obtendo 66,06% dos votos, contra 33,04% de Le Pen. Porém, na atual disputa, as pesquisas de intenção de voto mostravam um cenário diferente, onde a tradicional líder de extrema-direita havia diminuído a vantagem do atual presidente em relação a eleição passada, e já sonhava com uma possível vitória.
O Debate
Apesar de menos truculento em relação ao do pleito passado, as duas horas e meia de debate foram de tensão, ironia e troca de acusações. Os candidatos falaram sobre temas como educação, segurança, reforma da aposentadoria, indústria, relações internacionais, imigração, e também, meio ambiente e saúde.
O início do debate tratou sobre a queda do poder aquisitivo, principal bandeira da campanha de Le Pen, que se colocou como “porta-voz dos franceses”. Para a candidata, “a população foi negligenciada nos últimos anos”. O atual presidente retrucou, e disse que as propostas de sua opositora não são realizáveis e que o plano de governo dela não trata sobre o desemprego.
“O Mozart das finanças, como o senhor às vezes foi apresentado, teve um balanço econômico muito modesto e um balanço social que é ainda pior”, ironizou a líder da extrema direita.

Quando o assunto foi relações internacionais, Le Pen defendeu que a França continue apoiando os ucranianos, mas disse que o país não pode parar de comprar gás-natural russo. Enquanto isso, Macron fez questão de lembrar da ligação entre Le Pen e a Rússia na eleição de 2017. “Quando a senhora fala com a Rússia, não está falando com outros dirigentes, e sim com seu gerente de banco”, disse Macron com sarcasmo. Em 2017, a líder do RN recebeu dinheiro de um banco russo para financiar a campanha eleitoral.
Sobre a União Europeia, Macron exaltou a aliança franco-alemã durante a pandemia da COVID-19. Le Pen, que possui histórico de declarações anti-europa, afirmou que quer se manter no bloco europeu, porém, “quer mudá-lo profundamente”. A candidata também criticou os acordos de livre comércio e afirmou ser contra as exigências para a compra do frango brasileiro.
Nesse momento, Macron falou sobre o respeito ao Acordo de Paris e a biodiversidade. “Nós lutamos contra o desmatamento graças à Europa e a escolha de nossos agricultores”, afirmou o presidente.
A questão climática foi tratada de forma secundária no debate, Le Pen falou em “acabar com a hipocrisia”, ao admitir que as importações representam 50% das emissões de gases do efeito estufa, a candidata aproveitou para voltar a tecer críticas sobre o livre comércio, e defendeu a ideia de evitar a importação de frutas e legumes, do que chamou de “patriotismo econômico”.
Macron disse que o programa climático de Le Pen não tinha “nem pé nem cabeça” e chamou a adversária de “climatocética”. De imediato, a líder de extrema-direita respondeu: “Não sou climatocética, mas o senhor é climatohipócrita”.
A polêmica
O assunto que já vinha causando polêmica durante a campanha acirrou os ânimos no debate. Pauta fundamental no programa de governo de Le Pen, a imigração é um assunto de grande divergência entre os candidatos. A candidata do RN ligou a insegurança no país a imigração, e disse que “é preciso resolver esse problema”, afirmando que a imigração “contribui para a violência no país.”
Desde a campanha, Le Pen tem defendido um referendo à Constituição sobre a imigração, o que facilitaria a expulsão de criminosos estrangeiros e dificultaria o direito à nacionalidade francesa para filhos de estrangeiros nascidos no país. “A nacionalidade francesa se merece”, insistiu a candidata.
O tom do debate subiu quando o assunto foi a proibição do uso do véu islâmico em locais públicos, pauta defendida por Le Pen, que disse que “muitas mulheres não tem escolha” e “é preciso libertá-las”. Macron disse ser totalmente contra a ideia, lembrando que o país seria o primeiro no mundo a ter tal proibição. “Se a senhora fizer isso, vai criar uma guerra civil”, disse o centrista.

2º Turno
O segundo turno está previsto para este domingo (24), e segundo o Ifop, a expectativa é de que pelo menos 74,5% dos eleitores compareçam às urnas. Ao final do debate, em pesquisas de intenção de votos preliminares, a atuação de Macron pareceu ter convencido mais os eleitores do que Le Pen.
O correspondente de Guerra, especialista em conflitos internacionais e mestrando em Governança Global e Formulações de Políticas Internacionais, que estava na Ucrânia durante a invasão russa, foi o convidado para uma conversa com alunos, desenvolvida pelo departamento de Relações Internacionais da PUC-SP.
Na sua exposição, Boechat ressaltou a assimetria pela qual a atual guerra se difere dos demais conflitos que cobriu, por causa do envolvimento de duas nações, e a compreensão de que "todo conflito é um debate maniqueísta", que acaba sendo simplificado por parte dos jornalistas estrangeiros. Além disso, o repórter também disse ser surpreendente ver o quanto as cidades atingidas seguem seu curso, mesmo com a existência de um conflito de tamanha proporção.
Na parte da cobertura especificamente, o correspondente declarou não procurar fontes oficiais, mas buscar ouvir e entender o contexto e as noções de continuidade do conflito com as próprias populações locais. Há regras implícitas e explícitas que são fundamentais para jornalistas. Por fim, ressaltou a importância de estudar a história e estar atento às divisões e aspectos que compõem todos os seus lados.
Confira aqui uma entrevista exclusiva com Yan Boechat, feita logo após o evento.