O primeiro turno das eleições na Turquia ocorreu neste domingo (14), e foi marcado por uma disputa acirrada entre o atual presidente, Recep Tayip Erdogan, e seu adversário e líder da oposição, Kemal Kilicdaroglu. Além disso, houve uma participação histórica dos eleitores, cerca de 95% compareceram às urnas.
Com mais de 99% das urnas apuradas a situação era a seguinte, segundo o Conselho Superior Eleitoral do país:
Recep Tayyip Erdogan: 49,49% dos votos
Kemal Kilicdaroglu: 44,79% dos votos
No entanto, o resultado difere do que as pesquisas mostravam, onde Kilicdaroglu aparecia com cerca de 48% das intenções de voto contra 43% de Erdogan.

A eleição deste ano é uma das mais importantes da história da Turquia, pois pode marcar o fim de 20 anos de governo do atual presidente. Além disso, a votação ocorreu apenas três meses depois de um terremoto que matou cerca de 50 mil pessoas no país e no norte da Síria e o atual governo foi acusado de ter liberado edifícios com projetos que não previam resistência ao tremor de terra.
A Turquia também passa por uma crise econômica, com baixas taxas de juros do governo que desencadearam uma espiral de problemas no custo de vida e alta da inflação que passou de 80% em 2022.
Outros países têm acompanhado de perto a votação, já que Erdogan reforçou alianças com a Rússia, apesar de ser membro da Otan, o que manteve relações tensas com aliados, como os EUA e a Alemanha nos últimos anos.
O segundo turno será dia 28 de maio.

Quem são os candidatos?
Recep Tayip Erdogan
Considerando tanto o período como primeiro-ministro quanto como presidente, Erdogan está no poder do país há duas décadas.
Em 2002 ascendeu ao poder após a criação do partido islamita AKP, o qual ele lidera. Após uma década como primeiro-ministro da Turquia, assumiu a posição de primeiro presidente eleito diretamente pelo povo em agosto de 2014. A maioria dos seguidores de Erdogan é composta por muçulmanos conservadores.
No ano de 2016, Erdogan enfrentou uma tentativa de golpe, - facções rebeldes do Exército enviaram veículos blindados para as ruas e aviões que sobrevoaram Istambul e Ancara, e bombardearam locais como o parlamento - à qual respondeu com medidas violentas, apelando para que seus seguidores fossem às ruas, o que resultou em confrontos que causaram a perda de aproximadamente 240 vidas. Essa crise levou a Turquia a adotar um estado de emergência. Além disso, a comunidade internacional, em especial a Otan, criticou as repressões, o que causou um isolamento político do país.
Quando chegou ao poder, o líder turco também alterou a constituição, estabelecendo um mandato presidencial de cinco anos, o que fez com que ele pudesse se candidatar novamente às eleições de 2023.
No entanto, a possibilidade de o líder manter seu governo por mais uma década está em risco, à medida que a nação se recupera dos ocorridos no início do ano.
A oposição, critica a forma como ele geriu a economia e de não ter se preparado para o desastre, já que a Turquia está em uma região propensa a fortes terremotos.
Kemal Kilicdaroglu
Visto como a única pessoa capaz de derrotar o atual presidente turco, é um político secular de centro-esquerda. Foi eleito para o Parlamento em 2002, o mesmo ano em que o Partido AK, de Erdogan, chegou ao poder.
É o líder do Partido Republicano do Povo (CHP) desde 2010. E lidera uma frente com mais seis partidos de oposição - um partido de centro-direita, um partido nacionalista, um partido islâmico e dois partidos que romperam com o partido governante de Erdogan. Também conseguiu o apoio do partido curdo, que tem cerca de 10% dos votos.
Entre suas principais propostas estão a volta do sistema parlamentar na Turquia, além de resoluções com a população curda e aproximação com a União Europeia e os Estados Unidos.
Os BRICS - acrônimo para Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul - é um grupo de cooperação internacional informalmente criado em 2006 e oficialmente em 2009, que nas últimas semanas voltou para as manchetes nacionais e internacionais depois de estar na sua flop era. Mas afinal, esse grupo é um bloco econômico? A moeda única dos BRICS é uma invenção do Lula? E a Dilma no “Banco dos BRICS”, vai estocar vento?
Primeiramente, não, os BRICS não são um bloco econômico tal como o Mercosul ou a União Europeia, na verdade eles se configuram como um grupo de cooperação internacional. Ou seja, não há um estatuto ou um secretariado fixo, pois os objetivos estão centrados na colaboração dos Estados-membros em áreas de convergência, como infraestrutura e desenvolvimento sustentável, e não por exemplo, consonância em segurança internacional.
Apesar de não possuir uma carta fundadora ou tratado, os objetivos e princípios do BRICS são expressos nas declarações oficiais do grupo, frequentemente na forma de declarações de cúpulas anuais. O conjunto dessas declarações pode ser considerado como regras, mas sem possuir qualquer qualidade legal, como ocorreria com tratados formais.
De acordo com o artigo “Has BRICS lost its appeal? The foreign policy value added of the group” do cientista político Malte Brosig, há quatro valores que regem esse agrupamento. O primeiro é o apoio à estabilidade dos regimes domésticos, em segundo o gerenciamento de interferências externas indesejadas, em terceiro a possibilidade de seguir uma estratégia de alinhamento múltiplo e por fim, melhorar a imagem e poder geopolítico de seus membros. E é importante mencionar que também possuem visões de mundo com temas em comum, como questões de defesa da soberania, multipolaridade e oposição em sanções unilaterais.
Os BRICS, por excelência, não são uma agência de implementação de políticas, mas sim um agrupamento de política externa flexível. Inclusive, de acordo com o internacionalista Nikolas Gvosdev:
"Uma das vantagens do processo BRICS é que ele continua sendo uma associação pouco estruturada de estados com interesses diferentes, então nenhum esforço é feito para impor uma posição comum quando os estados do BRICS não podem concordar com uma. Mas esses estados também encontraram uma maneira de discordar em algumas questões-chave...sem acabar toda a empreitada".
Tal como no filme “Meninas Malvadas” em que o grupo das Plastics possuem regras “informais” de como por exemplo usar rosa nas quartas-feiras, Brosig observou algo similar com os BRICS:
Moeda única dos BRICS?
A questão de existir uma moeda única dos BRICS que tire a hegemonia do dólar no comércio exterior não começou com o discurso do Lula. Na verdade, é uma das razões de existência do próprio grupo, pois no contexto de sua criação oficial em 2009, eram ainda as consequências da crise financeira de 2008. Ou seja, instabilidade na economia mundial dolarizada.
Entretanto, não foi apenas a crise que trouxe esse desejo à tona dos países-membros. O desejo de quebrar com a hegemonia dos Estados Unidos no comércio internacional vem desde a década de 1960 - com o contexto da bipolaridade da Guerra Fria - segundo o colunista Joseph W. Sullivan em um texto para a revista estadunidense Foreign Policy. Assim, o antigo economista da Casa Branca considera que apesar de estar em estágios iniciais, essa nova moeda pode dar certo.
Ter uma outra moeda tão sólida quanto o dólar - e que é lastreada em ouro - é desejável não só para a estabilidade de diversos Estados. Mas, em especial, os BRICS sejam menos vulneráveis a sanções dos Estados Unidos, pois a própria existência de sanções se torna desnecessária.
O "Banco dos BRICS"
Durante a Copa do Mundo de 2014 no Brasil, apesar do país passar por seu maior trauma recente em sua história, o 7x1, houve a oportunidade dos chefes de Estado dos BRICS se encontrarem em Fortaleza, no que posteriormente resultou na criação do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB em inglês).
Popularmente conhecido como “Banco dos BRICS”, essa organização tem como objetivos mobilizar recursos para projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável de Estados emergentes além dos BRICS. Além disso, possui presidência rotativa de 5 anos e atualmente está na gestão brasileira. O primeiro presidente foi indicado por Jair Bolsonaro e assumiu o cargo de junho de 2020 até o começo de 2023. Com sede em Xangai, esse banco além de ter os integrantes do grupo, também conta com os atuais Estados-sócios: Emirados Árabes Unidos, Uruguai, e Egito.
Dilmãe era
No dia 24 de março de 2023 a ex-presidente do Brasil, Dilma Rousseff foi eleita por unanimidade Presidente do NDB. Em nota o banco declarou:
“Como presidente do Brasil, Dilma Rousseff concentrou sua agenda em garantir a estabilidade econômica do país e a geração de empregos […], o combate à pobreza […] Como resultado de um dos mais amplos processos de redução da pobreza da história do país, o Brasil foi retirado do Mapa da Fome da ONU. Internacionalmente, promoveu o respeito à soberania de todas as nações e a defesa do multilateralismo, do desenvolvimento sustentável, dos direitos humanos e da paz. Sob seu governo, o Brasil esteve presente em todos os fóruns internacionais de proteção do clima e do meio ambiente, culminando com participação decisiva na consecução do Acordo de Paris.”
No dia de sua posse, em 13 de abril de 2023, Dilma defendeu a promoção de financiamentos em moedas locais e também na valorização de relações Sul-Sul. Assim é importante ressaltar que o Sul Global não é o mesmo que o Sul Geográfico, pois o primeiro se refere a Estados com histórico de terem sofrido colonialismo e/ou neocolonialismo e também estão se desenvolvendo, em sua maioria no Sul Geográfico (perto de Hemisfério Sul).
Além disso, o cargo da ex-presidente do Brasil é de caráter executivo, ou seja ela terá que se reportar ao Conselho de Governadores - que possuem maior peso decisório - composto pelos ministros de finanças dos Estados-sócios. Abaixo na linha hierárquica, está o Conselho de Administração, do qual a presidência executiva faz parte, mas sem direito a voto.
Desta maneira, Dilma possui diversos desafios até o final de seu mandato, principalmente em relação à Invasão Russa na Ucrânia, a criação de uma nova moeda comercial e a ampliação de Estados-sócios.
BRICS+
Nos últimos anos tanto as economias do Brasil e da África do Sul entraram em recessão, a Índia e a China não cresceram tanto quanto o projetado e a Rússia além de recessão também tem seu foco na Ucrânia. Portanto, houve um esquecimento da mídia desde 2016 até 2022, quando na décima quarta cúpula houve o anúncio de que a moeda dos BRICS terá seu valor lastreado em ouro e outros metais preciosos. Mas de fato o comeback veio com a visita do presidente do Brasil a China em abril.
Usando um vocabulário jovial, a internet quebrou. Desde estadunidenses chorando no Twitter, a edits de kpop no TikTok, só se falava sobre os BRICS. Realmente um revival digno de diva do pop!
— 🦭🐻❄️ (@femalekissinger) November 22, 2022
Mas não foram apenas os internautas que enlouqueceram com essa volta do grupo. Até o final de abril de 2023, cerca de 20 Estados já expressaram seu desejo de entrar nos BRICS, inclusive a Argentina, que tem sua candidatura apoiada por Brasil e China. Segundo o embaixador sul africano para os BRICS, Anil Sooklal, 13 países formalmente requisitaram para entrar - como o Egito - e 6 pediram informalmente.
As possibilidades para o futuro dos BRICS são diversas e indicam um forte crescimento, como grupo e para o NDB. Por isso, analisando pelo viés de visibilidade, colocar a ex-presidente Dilma Rousseff como presidente de um órgão central dos BRICS é uma escolha interessante, pois além de ter um perfil técnico-burocrata, Dilma foi presidente de um dos países fundadores do grupo.
No último sábado (08), a China deu início a uma sequência de três dias de exercícios militares próximo ao território de Taiwan, em resposta ao encontro da presidenta taiwanesa, Tsai Ing-wen, com o atual presidente da Câmara dos Estados Unidos, Kevin McCarthy. O encontro foi realizado terça-feira (04) na Biblioteca Presidencial Ronald Reagan, em Los Angeles.
Segundo uma nota publicada pela Xinhua, agência oficial de notícias do governo chinês, o Ministério das Relações Exteriores declarou que as manobras militares configuram-se como "medidas firmes e eficazes para salvaguardar a soberania nacional e a integridade territorial" da república chinesa.
Mesmo com explícitas ameaças vindas da China, a líder taiwanesa reforçou o preparo e prontidão da ilha em se proteger. A presidenta afirmou que Taiwan tem demonstrado à Comunidade Internacional sua capacidade de gerenciar riscos com serenidade, manter a paz e a estabilidade regional.
"As relações Taiwan-Estados Unidos continuam a se aprofundar e a cooperação bilateral - em vários intercâmbios: economia, comércio e segurança - tiveram um progresso significativo nos últimos três anos", destacou Tsai Ing-wen em Nova York.
Kevin McCarthy, em seu discurso de boas-vindas à presidenta, por vezes, elogiou a atuação de Ing-wen e reforçou o compromisso estadunidense com a ilha: "A amizade entre o povo de Taiwan e a América é um assunto de profunda importância para o "mundo livre" e é fundamental para manter a liberdade econômica."

Os discursos dos representantes enfatizam a valorização da democracia, a manutenção da paz e o progresso autônomo de Taiwan, sem mais a tutela chinesa. O posicionamento da China, no entanto, permanece firme no reconhecimento da ilha como uma “província rebelde” que faz, indiscutivelmente, parte de seu território. O governo chinês não cede e mantém-se fiel ao projeto de “uma só China”.
Com o objetivo de evitar maior provocação da república chinesa, a reunião da líder taiwanesa com a delegação de políticos estadunidenses foi classificada como não oficial pelo Departamento de Estado americano, o qual pediu moderação nos exercícios militares da China.
Em agosto de 2022, uma visita da ex-presidenta da Câmara dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, a Taiwan teve resposta semelhante. A China arquitetou manobras militares que visavam cercar a ilha por meio de navios e aviões de guerra. O país usufruiu, inclusive, do lançamento de mísseis sobre a "província rebelde". Em tom de formalização, o governo chinês classificou a atuação militar como uma resposta aos "atos negativos dos Estados Unidos com relação a Taiwan" e declarou que as manobras serviam como alerta às forças separatistas.
Ainda no sábado (08), a porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China, Mao Ning, disse que o governo chinês não reage exageradamente, apenas se posiciona em oposição à promoção da "agenda separatista" formalizada no encontro de Ing-wen e McCarthy. O Ministério da Defesa de Taiwan declara ter detectado um total de 49 aviões de guerra vindos da China nos arredores da ilha.


Na última terça-feira (04/04), Donald Trump se tornou o primeiro ex-presidente americano a ser acusado em um processo criminal. Durante sua aparição em um tribunal em Manhattan, ele afirmou sua inocência perante as 34 acusações feitas contra ele. As principais denúncias envolvem falsificação de registros contábeis no momento da campanha de 2016.
O caso mais marcante foi a compra do silêncio da atriz pornô Stormy Daniels, no valor de US $130 mil (aproximadamente R$671 mil reais) para que seu caso extraconjugal não se tornasse público. Segundo a agência de notícias Reuters, Trump pode receber pena de até 136 anos.
Os advogados de Trump negociaram com a promotoria de Manhattan e chegaram a um acordo de não necessidade do uso de algemas e também não ter um registro em retrato, aquele onde o preso segura uma plaquinha com o nome e idade. A defesa alegou que o ex-presidente já é uma pessoa bastante conhecida e deveria ser poupado disto. Já na questão das algemas, alegou que o empresário corre pouco risco de fuga.

Trump também não ficará em uma cela, pois a natureza do seu crime não põe a sociedade em risco, como por exemplo, a de um assassino. O ex-presidente deixou o tribunal sem pagar fiança, no mesmo dia do julgamento, apenas deixando suas digitais no banco de dados.
Apesar de ser réu, isso não impossibilita Donald Trump de participar da corrida eleitoral em 2024, já que nos Estados Unidos não existe uma lei equivalente à lei da ficha limpa no Brasil. A única maneira dele ser impedido de concorrer novamente à presidência dos EUA seria sendo condenado pelo ataque ao Congresso. O fato ocorrido em janeiro de 2021, poderia acabar com a carreira política de Trump, caso a Justiça concluir que ele violou a 14ª Emenda da Constituição que barra candidaturas a cargos públicos de pessoas que "se engajaram em insurreição ou rebelião" ou forneceram "ajuda ou conforto" a inimigos dos EUA.
Pronunciamento
Após sua audiência em Nova York, o ex-presidente voou de volta para a Flórida e se pronunciou para seus apoiadores. Argumentou que está acontecendo uma “caça às bruxas” nos Estados Unidos e atacou os promotores e juízes. Além disso, acusou o promotor do caso, Alvin Bragg, de ter motivações políticas para indiciá-lo . Em suas próprias palavras, "o único crime que eu cometi foi defender a nossa nação daqueles que tentam destruí-la”. O juiz do caso, Juan Merchan, alega ter recebido ameaças de morte também. A polícia de Nova York está reforçando o policiamento dos ameaçados.
Ao chegar em Nova York, se hospedou em uma de suas propriedades, a Trump Tower, onde havia um forte policiamento e barricadas na calçada. Manifestações foram convocadas em frente ao prédio. Em nota, o departamento de polícia de Nova York disse que os policiais estão em alerta e o departamento pronto para responder, garantindo que todos possam exercer seus direitos pacificamente. Alguns desses manifestantes pedem a prisão, outros acham que é tudo uma perseguição política e que ele está sendo julgado injustamente.

“Eu não penso que os crimes dele contra mim são passíveis de encarceramento. Eu sinto que outras coisas que ele fez, se ele for condenado, com certeza [deveriam implicar uma pena de prisão]”, diz Stormy Daniels em entrevista para a rede de TV Fox, após o ex-presidente virar réu no processo que teve iniciou com o suborno pela compra de silêncio dela.
Ao voltar às redes sociais, no dia 21/03 (terça-feira), Trump utilizou a “Truth", plataforma de mídia social criada pelo Trump Media & Technology Group, e pediu para que seus apoiadores fossem às ruas contra as ameaças vindas da atriz pornô Stormy Daniels. O ex-presidente foi banido das mídias tradicionais após envolvimento no ataque ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021.

Linha do Tempo
As acusações indicam a compra do silêncio da atriz , sobre ter tido uma noite com Trump, e o mesmo não ter declarado financeiramente. O pagamento teria sido feito pelo seu advogado Michael Cohen em 2016 (antes de ganhar as eleições) em um valor estimado em US $130 mil (aproximadamente R$671 mil reais). Implicando em um falso testemunho por declarações falsas de pagamento (delito menor) ou por financiamento das campanhas (delito penal).
O advogado já foi condenado à prisão e afirmou que pagou a pedido do então candidato na época. Já o ex-presidente nega todas as acusações e diz que a investigação tem viés político. Se ele for realmente indiciado, será a primeira vez na história dos Estados Unidos que um ex-presidente poderá ser preso.

O que acontece se ele for culpado?
Após a promotoria de Nova York ouvir as testemunhas, Trump se recusou a se defender e o processo está sendo analisado na busca de evidências suficientes para prosseguir a acusação. O promotor Alvin Bragg virou alvo de comunidades de extrema direita apoiadoras do republicano. As principais críticas o descrevem como ativista progressista e associado a George Soros - filantropo húngaro que encabeçou projetos progressistas e um dos inimigos dos supremacistas brancos. Caso o processo prossiga, Donald Trump será obrigado a se apresentar à justiça ou a mesma mandará prendê-lo.
A não adesão de seus apoiadores
Ali Alexander, uma das lideranças da extrema direita americana e um dos organizadores do ataque ao Capitólio, anunciou que não iria ao protesto, assim como outros diversos importantes apoiadores do ex-presidente.
Ao incentivar possíveis manifestações, cidades se preparam para um cenário de caos e violência. Porém, seus apoiadores não foram às ruas como Trump pediu.
O motivo principal desse cenário é uma teoria da conspiração que ronda os trumpistas. Segundo eles, progressistas estariam infiltrando protestos de extrema direita e os deixando mais violentos. Esse argumento começou com o ataque ao Capitólio onde uma grande violência foi televisionada e os apoiadores começaram a afirmar que essas violências viriam de pessoas que seriam contra o ex-presidente, com intuito de manchar e deslegitimar o que eles estavam reivindicando. Tudo isso seria comprovado por documentos secretos que mostrariam que informantes do FBI estariam presente no acontecimento de janeiro de 2021.
Um jogo político?
O republicano quer se tornar candidato nas eleições presidenciais de 2024, ou seja, as acusações são um teste para sua popularidade. Até agora, nenhum processo impede ele de concorrer à presidência. Há também, quem acredita que, se Trump voltar ao poder, poderá criar mais caos à imagem estadunidense. Já outros acham que tudo isso não passa de uma “perseguição política".