A retirada aconteceu depois de Kimmel criticar Donald Trump, em um comentário sobre a morte do influenciador e ativista conservador Charlie Kirk. O caso reacendeu o debate sobre censura
por
Matheus Henrique
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06/10/2025 - 12h

O apresentador estadunidense Jimmy Kimmel teve seu programa retirado do ar, após criticar o presidente Donald Trump, no dia 15 de setembro, durante a repercussão da morte do influenciador e ativista conservador Charlie Kirk. Ele questionou a reação do líder norte-americano e sugeriu que Tyler Robinson, autor do atentado que vitimou Kirk, seria republicano e trumpista.
 


Kimmel iniciou seu monólogo afirmando que o fim de semana havia trazido mais uma cena vergonhosa ao comentar a tentativa do movimento conservador MAGA, sigla para “Make America Great Again”, de se desvincular do acusado: "A gangue do MAGA está tentando desesperadamente caracterizar o garoto que assassinou Charlie Kirk como algo diferente de um deles, e faz tudo o que pode para ganhar pontos políticos com isso.” 

Ele comentou também sobre a reação inusitada de Trump quando um repórter perguntou como ele estava lidando com a morte de Kirk. O presidente respondeu que estava muito bem e começou a falar sobre a construção de um novo salão de baile na Casa Branca. O apresentador ironizou a situação e disse que essa não é a forma de um adulto lamentar a morte de alguém de quem dizia ser amigo. 

A emissora se posicionou sobre o caso e afirmou que os comentários foram ofensivos, optando por suspender o programa. Nas redes sociais, o presidente comemorou a suspensão e aproveitou para pedir o cancelamento de outros programas que criticam a sua gestão. 
 

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Grande notícia para os Estados Unidos: a ABC finalmente teve a coragem de fazer o que precisava ser feito. Kimmel não tem NENHUM talento e tem uma audiência pior que a do [Stephen] Colbert, se é que isso é possível. Agora restam Jimmy [Fallon] e Seth [Meyers], dois completos perdedores, na mentirosa NBC. A audiência deles também é horrível. Faça isso, NBC!!! Presidente Donald Trump - Reprodução: Truth Social

A suspensão repercutiu também entre os Democratas. Barack Obama, ex-presidente dos Estados Unidos, acusou o governo de censura, enquanto o senador pelo Estado de Vermont, Bernie Sanders, classificou o caso como mais um episódio de autoritarismo da gestão Trump. Ambos insistiram que o atual presidente busca calar vozes críticas. 

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Depois de anos reclamando sobre a cultura do cancelamento, a atual administração levou isso a um novo e perigoso nível ao ameaçar rotineiramente com ações regulatórias contra empresas de mídia, a menos que silenciem ou demitam repórteres dos quais não gostam. -  Reprodução: X
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O autoritarismo é isso: o governo silenciando vozes dissidentes. Colbert. Kimmel. Um processo de 15 bilhões de dólares contra o New York Times. Muita gente lutou e morreu para defender a liberdade. Não vamos deixar que Trump a tire de nós. - Reprodução: X 

O apresentador voltou ao ar no dia 23 de setembro. Em seu discurso, esclareceu que nunca teve a intenção de menosprezar o assassinato de um jovem e aproveitou para provocar Trump novamente: “Ele fez o possível para me cancelar, mas, em vez disso, obrigou milhões de pessoas a assistir ao programa. O tiro saiu pela culatra. Talvez agora ele tenha que divulgar os arquivos de Epstein para nos distrair disso.”

Kimmel ainda comentou sobre a decisão de que conteúdos jornalísticos terão de ser submetidos à análise antes da publicação: "Pete Hegseth [Secretário de Defesa dos Estados Unidos], anunciou uma nova política que exige que jornalistas com credenciais de imprensa do Pentágono assinem um termo de compromisso, prometendo não divulgar informações que não tenham sido explicitamente autorizadas. Eles querem escolher as notícias." 

Neste ano, a emissora americana CBS anunciou o encerramento do programa The Late Show, apresentado por Stephen Colbert. A suspeita é de que as recorrentes críticas feitas pelo apresentador a Donald Trump tenham motivado a decisão.

Maior evento europeu do setor continua na rota por novidades eletricas e mais concorrência a cada ano
por
Vítor Nhoatto
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22/09/2025 - 12h

Ocorrido entre os dias 9 e 14 de setembro, o IAA Mobility recebeu mais de 500 mil visitantes, superando a sua última edição em 2023. Estiveram presentes as germânicas Audi, BMW, Mercedes, Opel, Porsche e Volkswagen, mas Fiat, Peugeot e nenhuma japonesa compareceu. Com isso, mais uma vez uma grande parte de Munique foi palco para as chinesas se consolidarem e expandirem.

Com o lema “It’s all About Mobility”, em tradução livre, “É Tudo Sobre Mobilidade”, o foco da mostra se manteve em soluções inteligentes e inovadoras. Startups como a Linktour com  seus micro carros elétricos, e marcas de bicicletas e motocicletas elétricas estavam por todos os lados do München Expo Center. E repetindo o formato aplicado desde 2021, com o chamado “Open Space”, uma área de experiências interativas gratuitas ao ar livre, os visitantes podiam experimentar tudo isso.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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 Além disso, a inovação tecnológica foi tema de muitos debates e coletivas de imprensa com representantes da indústria. Fornecedoras como a Bosch, Aisin e Revolt, além de empresas de carregadores como a Charge X e E-Mobilio e a gigante de baterias CATL foram só alguns dos mais de 750 expositores presentes. 

Setor premium atento

Falando em eletricidade, ela estava no centro das atenções de todas as marcas, apesar das vendas de carros elétricos (BEV) terem sido prejudicada na Europa no ano passado. O fim ou diminuição de subsídios governamentais e metas de descarbonização estagnadas na União Europeia foram os principais motivos segundo o Global EV Outlook 2025 da International Energy Agency (IEA). No entanto, as projeções para esse ano e os próximos são de crescimento.

De olho nisso a BMW lançou o novo iX3, modelo mais importante em anos ao inaugurar uma nova era para a alemã. A segunda geração do modelo estreia uma plataforma sob medida e exclusiva para elétricos de nova geração, chamada de Neue Klasse. O destaque fica com a nova bateria de 108.7kWh de capacidade integrada ao chassi, compatível com carregamento ultrarrápido de até 800V - ganha 372km em apenas dez minutos - e autonomia de 805km em uma carga segundo o ciclo WLTP. 

No quesito design a ruptura com o passado é ainda mais evidente, com uma nova linguagem visual, inspirado nos modelos da BMW dos anos 80. No interior foi inaugurado o Panoramic iDrive, com o painel de instrumentos correndo ao longo de todo o para-brisa, um novo volante de quatro raios e um multimídia com inteligência artificial de 17,5 polegadas. “A Neue Klasse é o nosso maior projeto futuro e marca um grande salto em termos de tecnologias, experiência de condução e design”, frisou o presidente do conselho de administração da marca, Oliver Zipse.

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Alemã aproveitou o evento para apresentar o futuro Sedan i3, que seguirá o capítulo iniciado pelo SUV iX3,  irmão de plataforma. Foto: BMW Group / Divulgação 

Do outro lado do pavilhão, a Mercedes-Benz fez um movimento parecido, lançando a segunda geração do GLC elétrico. O modelo foi o primeiro elétrico da marca, ainda em 2018 como EQC. Mas pelas vendas baixas havia sido descontinuado no ano passado, e agora retorna com o nome “GLC With EQ Technology”, para evidenciar as mudanças. Rival direto do iX3, segue a linguagem de design inaugurada no novo CLA no ano passado, aqui com uma grade iluminada e enormemente proeminente.

Construído sob a inédita plataforma elétrica MB.EA Medium, independente do GLC, a combustão portanto, possui carregamento de até 800V e uma bateria de 94kWh, traduzidos em 713 km de autonomia. No interior, o SUV inaugura o “Hyperscreen”, transformando o painel inteiro em uma tela de 39.1 polegadas. O interior pode ser todo vegano e certificado, e a comunicação Car-to-X - que coleta e envia dados para comunicar outros veículos - se destaca no quesito segurança. O preço inicial deve girar em €60 mil quando chegar às lojas ainda esse ano, tal qual o rival.

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Faróis possuem tecnologia Matrix, e sob o capô há um espaço de 128 litros para bagagens. Foto: Mercedes-Benz / Reprodução

Mas nem só de SUVs o mercado premium é formado, e a Polestar compareceu a Munique para o lançamento mundial do seu novo modelo de topo, o sedã 5. A marca do grupo Geely, divisão de performance da Volvo até 2017, aposta em sustentabilidade e alta performance, estreando a nova plataforma PPA do grupo. São 872 cavalos, tração integral, aceleração de 0 a 100 em 3,2 segundos e ausência de janela traseira, tal qual no crossover 4.

Um presente e futuro elétrico

Nas duas últimas edições do Salão de Munique, ambientalistas protestaram em frente ao evento em defesa de uma mudança sistêmica da indústria, o que se repetiu. As ONGs Extinction Rebellion e Attac levaram placas pedindo por mais investimento em transporte público e justiça social, jogando atenção para uma mentalidade individualista e o preço dos elétricos. 

Em relação a essa questão, um estudo da empresa de consultoria, Gartner, mostra que até 2027 os BEVs serão mais baratos de produzir que os carros a combustão (ICEVs), e o Grupo Volkswagen promete preços competitivos para sua nova geração de elétricos. 

Foram revelados no evento quatro modelos para o segmento B baseados na plataforma MEB Entry do conglomerado. O principal deles foi o ID.Polo da Volkswagen, com previsão de início de vendas em maio na casa dos € 25 mil. Como o seu nome sugere, é a versão elétrica do hatch Polo, e contará com baterias de 38 e 56 kWh, com uma autonomia de 350 e 450 km respectivamente. Uma versão GTI do modelo será também comercializada, com 223 cavalos.

Continuando o apelo esportivo que a versão encurtada da plataforma em que os modelos do segmento C, ID.3 e ID.4, são construídos, a espanhola Cupra mostrou a versão de produção do Raval. Com dimensões e motorizações basicamente iguais às do ID.Polo, promete continuar a expansão da nova marca do grupo, antigamente uma divisão de performance da Seat.

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Cupra Raval, ID.Polo e ID.Polo GTI  (direita) serão lançados em março do ano que vem, enquanto os SUVs Epiq e ID.Cross (esquerda) chegarão no segundo semestre. Foto: Volkswagen AG / Divulgação

Como era de se esperar pela relação do Polo com o T-Cross, sua versão SUV, o conceito ID.Cross foi mostrado. Com o mesmo tamanho do modelo que substituirá em 2026, integra o segmento disputado dos B-SUV elétricos, formado por nomes como Peugeot e-2008, Renault 4 e Volvo EX30. Focando em espaço e ergonomia, marca a volta de botões físicos no volante e do ar condicionado, além de um maior uso de materiais reciclados. 

Por fim, a Skoda apresentou a sua versão do SUV, denominada Epiq. Tal qual os irmãos de plataforma, será construído em Pamplona, na Espanha, e contará com a capacidade de carregar dispositivos externos como eletrodomésticos (V2L). A velocidade de carregamento é de até 125 kW, indo de 10% a 80% em 20 minutos, e o modelo estreará uma nova identidade visual para a tcheca no ano que vem.

Ascensão chinesa continua 

Aprofundando essa questão dos preços, são as marcas chinesas que se destacam globalmente, como destaca a IEA. Com grandes reservas dos minérios utilizados nas baterias, as fábricas para construí-las e anos de investimento estatal na tecnologia, seguiram com sua expansão em solo alemão. 

A BYD, maior marca chinesa em números, marcou presença com o recém lançado Dolphin Surf - a versão europeia do Dolphin Mini. Avaliado com cinco estrelas pelo Euro NCAP, é um dos BEVs mais baratos hoje à venda na Europa, custando cerca de € 20 mil. No campo dos híbridos plug-in (PHEV) a Station Wagon do segmento D, Sealion 06, foi lançada, focada em conforto e tecnologia com até 1.092 km de autonomia combinada.

Outra marca com novidades foi a Leapmotor, que já vende o hatch subcompacto T03 e o D-SUV C10 no continente, de lançamento marcado para o Brasil ainda em 2025. Pertencendo 20% à Stellantis, que controla a sua operação internacional, apresentou o inédito hatch B05, rival de Volkswagen ID.3 e BYD Dolphin. Sob a mesma plataforma do C-SUV B10, terá cerca de 400 km de autonomia e início de vendas para o ano que vem por cerca de € 30 mil.

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"O B05 (direita) reflete nosso compromisso com a inovação, acessibilidade e a capacitação da próxima geração de motoristas em toda a Europa e além", declarou o CEO global da marca, Zhu Jiangming. Foto: Leapmotor / Divulgação

Munique foi para além de um lugar de novos modelos, mais uma vez o palco de marcas inteiras debutando em solo europeu. A marca AITO, do grupo Seres, que usa a tecnologia da Huawei, se lançou no mercado internacional com os SUVs 9, 7 e 5. Mirando as marcas premium alemãs nos segmentos E e D, podem ser tanto BEVs ou elétricos com extensor de autonomia (REEV), repetindo a abordagem da Leapmotor com o C10.

O grupo Changan Auto iniciou as operações da sua marca Deepal com os SUVs de apelo jovem e esportivo S05 e S07, ambos com opções de serem elétricos ou PHEVs. No campo de luxo, a marca Avatr da gigante chinesa mostrou seu primeiro concept car, o Xpectra, além dos modelos 06, 07 e 12, já comercializados em alguns países europeus e com planos de chegarem a 50 mercados em breve.

A premium Hongqi esteve presente e revelou o C-SUV elétrico EHS5, além de anunciar planos de expansão com 15 modelos e 200 pontos de venda pela Europa nos próximos anos. E aumentando a sua aposta no evento, a Xpeng teve um stand dentro do pavilhão e apresentou a nova geração do P7, sedã que começou a ser comercializado na Europa no IAA Mobility 2023.

Além disso, a recém chegada ao Brasil, GAC, estreou no velho continente levando cinco modelos para a mostra. Seguindo com o “European Plan Market” anunciado no ano passado, lançou como modelos de topo o novo GS7, um SUV grande híbrido plug-in, e a MPV híbrida (HEV) E9. Mas os destaques da marca foram o hatch AION UT, rival de BYD Dolphin, e o D-SUV rival de Tesla Model Y, o AION V.

O primeiro possui bateria de 60 kW/h com 430 km de autonomia e previsão de início da comercialização em 2026 na casa dos € 30 mil. Já para o segundo, comercializado no Brasil por R$214.990, o preço de € 35.990 foi anunciado, muito competitivo para o segmento. Com 510km de autonomia e cinco estrelas no teste do Euro NCAP - com mais ADAS que o brasileiro - será o primeiro a chegar às lojas, já em setembro em mercados como Portugal, Finlândia e Polônia. O plano é que a marca venda em todos os países europeus até 2028.

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Estava ainda em Munique o carro elétrico voador GOVI AirCab (ao fundo) buscando mostrar os avanços da indústria chinesa, segundo a empresa. Foto: GAC Group / Divulgação

Eletrificação em todos os níveis 

Para além das novatas, ícones do mercado aproveitaram os holofotes da feira para se renovarem completamente. Esse foi o caso da única francesa presente, a Renault, que lançou a sexta geração do hatch Clio, o segundo carro mais vendido no continente em 2024.

Construído sob a mesma plataforma que o seu predecessor, mantém o motor 1.2 TCe e uma opção movida a GPL, mas as semelhanças acabam por aqui. No powertrain, estreia um novo sistema full-hybrid (HEV) formado por um motor 1.8 e dois elétricos, resultando em 160 cavalos e modo de condução elétrico na cidade. Conforme a estratégia da marca, o Clio não terá versão elétrica, papel delegado ao hatch de estilo retrô, o 5.

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Hatch cresceu 6 centímetros em comprimento, evocando uma silhueta mais esportiva e afilada. Foto: Renault Group / Divulgação

No quesito design, o carro rompe por inteiro com a geração anterior, o oposto do que havia acontecido com a quinta geração em relação à quarta. A frente ostenta uma nova assinatura em DRL, que forma o símbolo da Renault, e a traseira possui lanternas duplas, nunca vistas em um Clio. O interior é todo novo também em relação ao antecessor, mas com o mesmo layout e sistema operacional do Google do irmão elétrico 5.

A Volkswagen foi outra que debutou no IAA uma nova geração de um best-seller, o T-Roc. Em sua segunda encarnação, também não terá versões elétricas, sendo o último novo carro a combustão desenvolvido pela marca. Haverão pela primeira vez no SUV opções micro-híbridas (MHEV), já conhecidas dos irmãos de plataforma como o Golf e A3, além de um novo sistema HEV, com 134 e 168 cavalos. Não haverá, pelo menos por ora, versões PHEV, sendo o único modelo sob a MEB Evo sem essa possibilidade, no entanto.

Seu exterior é uma evolução da primeira geração, mantendo linhas semelhantes e o seu apelo descolado, descrito pela marca. As dimensões aumentaram, 12 centímetros em comprimento, chegando a 4.37 metros, o colocando alinhado a rivais como o Toyota CH-R e Mazda CX-30. Por dentro a abordagem continua, com telas maiores e mais itens de conectividade e segurança assistida, mas com uma disposição de elementos clássica, vista nos últimos Golf e Tiguan.

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Modelo construído em Portugal foi o quinto carro mais vendido na Europa no ano passado. Foto: Volkswagen Group / Divulgação

Concorrência de todos os lados

Além das chinesas em franca expansão nos últimos anos no continente, outras concorrentes vêm se destacando na corrida pelos elétricos principalmente. A coreana Kia compareceu ao evento e mostrou ao público os novos integrantes da família EV, o EV4 e o EV5. 

O primeiro é um hatch do segmento C, acompanhado de uma variante sedã. Já o último se trata de um modelo lançado em 2023 - inclusive a venda no Brasil desde o ano passado - mas que chega só agora à União Europeia como a versão elétrica do Sportage. Sua conterrânea e marca irmã também esteve em Munique com o Concept 3, prevendo o futuro Hyundai Ioniq 3, equivalente do EV4.

Mas nem só da Ásia as novidades chegam, com a primeira marca turca de automóveis elétricos, a Togg, debutando em solo alemão a sua ofensiva no continente europeu. Fundada em 2018 e com a primeira fábrica inaugurada em 2022, apresentou o C-SUV T10X e o sedã T10F ao público. A pré-venda dos modelos começará em 29 de setembro na Alemanha, e no ano que vem a empresa pretende iniciar seus trabalhos na França e Itália, com meta de ter até 2030 um milhão de veículos em toda a Europa.

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Preços ainda não foram divulgados, mas devem ficar em torno de € 40 mil tomando como base as cifras no mercado turco. Foto: Togg / Divulgação

Construídos sob uma plataforma elétrica, ambos receberam nota máxima no Euro NCAP recentemente, com mais de 9% de proteção para adultos e 80% nos ADAS. A respeito do desempenho, a bateria possui 88.5 kWh de capacidade, e autonomias de até 500 e 600 km para o SUV e o sedã respectivamente. 

“Nossos modelos proporcionam uma experiência de mobilidade voltada para o usuário e voltada para o futuro”, comentou Gürcan Karakaş, CEO da marca durante o evento. A marca anunciou ainda que trabalha no terceiro de cinco modelos que irá lançar até o fim da década, o B-SUV T8X. Karakaş finalizou destacando que prepara para introduzir baterias de pirofosfato de lítio (LFP), e que a indústria deve estar preparada para as mudanças e maior concorrência.

Macron enfrenta dificuldade para lidar com manifestantes
por
Chloé Dana
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17/09/2025 - 12h

 

Na terça-feira da semana passada,a (9) o primeiro-ministro, François Bayrou, perdeu o voto de confiança no Parlamento e renunciou ao cargo. A decisão foi tomada pela Assembleia Nacional com 364 votos contrários e 194 a favor, após o fracasso de Bayrou em obter apoio para o plano orçamentário de 2026. 

O presidente, Emmanuel Macron, já nomeou no dia seguinte o novo primeiro-ministro Sébastien Lecornu e foi o suficiente para gerar mobilizações. Os manifestantes tomaram as ruas de várias cidades, bloquearam rodovias, queimaram lixeiras e entraram em confronto com a polícia. O movimento, denominado “Bloqueie Tudo”, tomou força no verão europeu deste ano, ao motivar os cidadãos a se manifestarem contra uma redução no orçamento de 44 bilhões de euros divulgada pelo ex-primeiro-ministro François Bayrou. 

Entre as demandas estão um aumento nos recursos para serviços públicos, tributos para os mais ricos, a suspensão do aumento dos aluguéis, contra a classe política e cortes orçamentários, e a saída de Macron do cargo. Na quarta-feira (10), 80 mil forças de segurança foram acionadas em todo o território nacional, com 6 mil apenas em Paris. Conflitos foram registrados em lugares como Rennes, Nantes, Montpellier e Toulouse, além da cidade capital.

A crise atual se aprofundou com a recente renúncia de seu primeiro-ministro, François Bayrou. Essa foi a quinta mudança de primeiro-ministro em menos de dois anos, evidenciando fragilidade no governo.

A maior parte da oposição optou por votar contra a moção de confiança e expressou satisfação com o resultado. Isso era o que se esperava, após duas semanas de negociações diretas com o primeiro-ministro, que não trouxeram mudanças significativas à proposta orçamentária. 

Além disso, o problema não se limita apenas ao primeiro-ministro, mas também alcança o presidente. “Os ministros representam um obstáculo, mas a verdadeira questão é Macron e sua maneira de liderar. Ele deve se afastar”, declarou Fred, líder do sindicato de transportes em Paris, para um jornal francês. Especialistas em política na França sugerem que a crise revela a exaustão do modelo político de Macron, que está sob pressão tanto da direita quanto da esquerda, e que pode enfrentar, nos próximos meses, seu maior teste de governabilidade desde 2018.

A maior parte da oposição optou por votar contra a moção de confiança e expressou satisfação com o resultado. Isso era o que se esperava, após duas semanas de negociações diretas com o primeiro-ministro, que não trouxeram mudanças significativas à proposta orçamentária.

 

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Manifestantes vão à rua em protesto. Foto: Julia Braun, BBC 

 

Manifestações escalaram após bloqueio de redes, levando à renúncia do premiê
por
Kimberlly Ramos
Maria Clara Palmeira
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18/09/2025 - 12h

Protestos massivos liderados por jovens nepaleses da Geração Z (1995 - 2010), reivindicam o fim da corrupção generalizada e criticam a desigualdade social nepalesa. O país atravessa sua pior crise política desde o fim da monarquia, em 2008.

O estopim da revolta ocorreu na quinta-feira (4), com o bloqueio de mais de 20 redes sociais (entre elas Instagram, Whatsapp e X) no país, sob a alegação do governo de que as normas de regulamentação nepalesas não estavam sendo cumpridas pelas plataformas e também como meio para evitar a propagação de notícias falsas e discursos de ódio. As autoridades afirmaram ainda que prezam pela liberdade de expressão, mas que precisam que as plataformas tenham responsabilidade e sejam bem administradas, com a nomeação de representantes legais no país. 

A medida foi tomada durante uma campanha que estava viralizando nas mídias sociais, intitulada “nepo kids”, que denunciava a corrupção política no Nepal e a vida de ostentação exibida por filhos de governantes; isso, em contraste com as dificuldades que o restante da população enfrenta para sobreviver, segundo a trend. A proibição das redes foi recebida com revolta e foi vista pelos jovens como forma de silenciar as denúncias contra a corrupção. Os manifestantes se uniram contra o decreto, tomaram as ruas da capital nepalesa Katmandu e marcharam até o Parlamento em 8 de setembro. Em resposta ao movimento, a polícia utilizou bombas de gás lacrimogêneo, canhões de água e balas de borracha durante confronto para tentar conter a multidão; 19 pessoas morreram apenas no primeiro dia.

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Manifestantes nas ruas contra o bloqueio das redes sociais. Reprodução: @TheDailyPioneer/X
Manifestantes nas ruas contra o bloqueio das redes sociais. Reprodução: @TheDailyPioneer/X

As mortes levaram à intensificação dos protestos no dia 9, provocando incêndios em prédios do governo e no Parlamento Federal. Residências de políticos também foram incendiadas pelos manifestantes, como a do ex-primeiro-ministro Jhala Nath Khanal, resultando na morte de sua esposa, que estava dentro da casa no momento do ataque.

Com a escalada do conflito, o primeiro-ministro Khadga Prasad Oli renunciou ao cargo e o número de mortes foi atualizado para 25. O bloqueio das redes foi revogado, como meio de conter a revolta, mas as manifestações seguiram, com a insatisfação dos jovens nepaleses se ampliando em relação às práticas corruptas. 

Na sexta-feira (12), o presidente Ramchandra Paudel dissolveu o Parlamento e convocou novas eleições para 5 de março de 2026. Simultaneamente, Paudel nomeou Sushila Karki, ex-presidente da Suprema Corte, como primeira-ministra interina, tornando-se a primeira mulher a liderar o governo do Nepal. Karki, conhecida por decisões judiciais contra casos de corrupção e pela promoção da igualdade de gênero, recebeu apoio direto dos manifestantes, que debatiam os próximos passos em plataformas digitais como Discord.

No dia 13, a normalidade começava a retornar a Katmandu: lojas reabriram, veículos voltaram às ruas e a presença militar foi reduzida. Karki visitou jovens feridos e recebeu pedidos de familiares das vítimas, que exigiam reconhecimento dos mortos e compensações financeiras. Organizações internacionais de direitos humanos pedem que o novo governo acabe com a “impunidade do passado” e investigue os responsáveis pelas mortes.

O desafio de Karki será recuperar a confiança da população, conduzir as eleições em março e entender as reivindicações da juventude, que desempenhou papel central nas recentes mobilizações. Com 22% dos jovens entre 15 e 24 anos desempregados e um quinto da população vivendo na pobreza, a Geração Z nepalesa já demonstrava frustração. O bloqueio das redes sociais foi a faísca de um descontentamento acumulado.

“O tempo está passando rápido. Diariamente dezenas de palestinos são assassinados", afirma professor Rodrigo Amaral, da PUC-SP
por
Renata Bittar
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02/09/2025 - 12h

Em meio a tensões políticas e crises diplomáticas, o conflito entre Israel e Gaza se intensifica. Recentemente, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, anunciou a intenção de assumir o controle total da Faixa de Gaza. Embora a operação ainda não tenha sido confirmada, o governo de Israel afirma que o objetivo seria expulsar o Hamas (Movimento de Resistência Islâmica) e instaurar um governo civil no território. Em entrevista à BBC, Netanyahu declarou que Israel busca “libertar o povo de Gaza do terrível terror do Hamas”.

O Estado de Israel mantém os bombardeios e ataques contra Gaza. A recusa de um cessar-fogo imediato resultou em um aumento no número de mortes, destruição de cidades inteiras e no agravamento de uma crise humanitária de grande proporção.

Em entrevista exclusiva à AGEMT, o professor de Relações Internacionais da PUC-SP Rodrigo Amaral, pesquisador especializado em Estados Unidos e Oriente Médio, avaliou que a imagem de Israel no cenário internacional tem se deteriorado. “Mesmo que Israel mantenha fortes relações, sobretudo comerciais, com diversos países, o debate sobre boicotes — antes distante do imaginário internacional — começa a ganhar força”, afirmou.

Nos últimos meses, países como Canadá e França passaram a reconhecer a Palestina como um Estado legítimo. A decisão, vinda de nações com peso político relevante, chamou atenção e fortaleceu o movimento palestino. Para Amaral, o gesto reforça a percepção de que a comunidade internacional demonstra, de forma mais concreta, a intenção de apoiar a criação de um Estado palestino autônomo. “É um marco para esses países reconhecerem a Palestina, sobretudo por serem nações tradicionalmente alinhadas à lógica norte-americana”, destaca o professor.

Ao contextualizar o conflito, Amaral lembra que eventos como a Primeira Guerra Mundial, a Guerra Fria e a Crise de Suez contribuíram para o deslocamento forçado dos palestinos à Faixa de Gaza. Questionado sobre a possibilidade de o território voltar à “normalidade”, ele pondera que “nunca existiu normalidade em um espaço onde a população vive confinada”. “Gaza é controlada por autoridades estrangeiras, Israel e Egito. Dentro dessa realidade sociopolítica, tenta-se construir uma vida cotidiana, mas os palestinos sempre foram empurrados para esse território”, afirma.

Entre o impasse político e as operações militares, as ações de ambos os lados se intensificam. O próximo passo declarado por Netanyahu seria a desocupação total de Gaza pelos palestinos que ainda vivem no local e a busca por outros territórios que os recebam. “É importante lembrar que Gaza já era um espaço de refúgio, pois a maioria dos palestinos que vive lá não é originária do território”, acrescenta Amaral. Segundo ele, a tendência é a manutenção de um controle militar em Gaza, provavelmente acompanhado de presença ativa de Israel durante o processo de reconstrução.

 

Nova operação de Israel intensifica bombardeios na Cidade de Gaza em 28/08/2025 Imagem: Reprodução/Reuters/ Dawoud Abu Alkas

 

 

 

 

Apesar do apoio crescente de diversos países à causa palestina, o cenário das relações internacionais ainda é fortemente influenciado pelas grandes potências ocidentais. Esses atores exercem papel decisivo na definição da ordem global e, frequentemente, detêm o poder de determinar os rumos das ações multilaterais. Segundo Rodrigo Amaral, é incomum observar um consenso entre nações como Canadá, França e Austrália ao se posicionarem contra a ofensiva israelense em Gaza. Por meio de mecanismos intergovernamentais, como a Organização das Nações Unidas (ONU), esses países podem contribuir propondo cessar-fogo e planos de retirada militar da região.

Além da pressão diplomática, Amaral aponta que as nações contrárias à atuação de Israel podem adotar boicotes econômicos como forma de protesto. Essa medida, explica ele, visa prejudicar setores estratégicos da economia israelense e pressionar o governo pelo encerramento das operações militares. “O tempo está passando rapidamente. Diariamente, dezenas de palestinos são assassinados. Ações concretas ainda não foram tomadas; pelo contrário, observamos um aumento dos impasses diplomáticos”, afirma o professor.

Atualmente, estima-se que a ocupação militar israelense em Gaza já abrange quase 90% do território. O governo de Benjamin Netanyahu mantém a meta de ampliar o controle e promover a retirada total dos palestinos que ainda vivem na região. De acordo com Amaral, o número de vítimas ultrapassa 60 mil palestinos desde o início do conflito. “A tendência é que o desfecho desse confronto resulte na consolidação dos interesses israelenses. Apesar do posicionamento da comunidade internacional e das pressões de movimentos sociais transnacionais, persiste um cenário de impunidade e continuidade das ações militares de Israel”, conclui.

 

 

Controverso e acusado de crimes de guerra, político americano pautou a política internacional dos Estados Unidos no século XX.
por
Artur Maciel Rodrigues
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04/12/2023 - 12h

 

(Kissinger em 2023, foto: Janek Skarzysnki/AFP)

 

Morreu aos 100 anos o diplomata estadunidense Henry Kissinger. A informação foi divulgada na quarta-feira (29) através de um comunicado da Kissinger Associates Inc. Ainda segundo a nota, o diplomata morreu em sua casa em Connecticut, nos Estados Unidos. Dono de um Nobel da Paz. Uma das principais personalidades internacionais do século 20, Kissinger é apontado por muitos como criminoso de guerra, pelas suas ações na Indochina e pelo seu apoio a ditaduras no mundo, em especial na América Latina. 

 

Refugiado de família judaica, Kissinger nasceu na Alemanha, em 1923, e se naturalizou estadunidense aos 20 anos. Durante sua juventude, participou do Exército americano na 84° infantaria, onde participou na Batalha das Ardenas, a última ofensiva do exercito nazista. Se tornou parte da corporação de contrainteligência, responsável por rastrear membros da Gestapo, uma espécie de polícia secreta do governo nazista. Na volta da guerra, iniciou sua carreira acadêmica estudando em Harvard, onde se tornou doutor e, posteriormente, professor da universidade.

 

Desde da década de 1960, Kissinger foi um importante consultor internacional do governo Americano. Em 1969, foi parte importante dos bombardeios no Camboja, e nos anos seguintes organizou a campanha de invasão ao país e os ataques ao Khmer Vermelho, seguidores do partido comunista que governou o país de 1975 até 1979. Os bombardeios deixaram cerca de 500 mil mortes e resultaram no genocídio da população do Camboja onde mais de dois milhões de pessoas morreram.

 

Durante a gestão de Richard Nixon, na década de 1970, o diplomata foi secretário de Estado e teve destaque na política de abertura diplomática da China. Kissinger também foi responsável pela mediação das tensões entre Israel e os países árabes vizinhos na Guerra do Yom Kippur. 

 

A relevância de Kissinger não diminuiu mesmo com a renúncia de Nixon. Até no atual governo Biden, o diplomata continuou sendo uma força da agenda política internacional do país. Em 2023, por exemplo, foi a Pequim para um encontro surpresa com o presidente chinês Xi Jinping. 

 

O ex-secretário sempre será lembrado na América Latina pela Operação Condor, que bancou as ditaduras nas Américas. A postura de Kissinger é bastante criticada, principalmente seu apoio à ditadura no Chile. Comandada por Augusto Pinochet, a ditadura começou com um golpe de estado - apoiado pelo serviço secreto americano - no presidente eleito Salvador Allende. Pinochet permaneceu no poder de 1973 até 1990, e o resultado foi mais de três mil mortes, milhares de torturados e cerca de 200 mil chilenos exilados. 

 

Outra atuação questionada foi o apoio estadunidense a Margaret Thatcher, Primeira-Ministra do Reino Unido, na disputa das Ilhas Malvinas, arquipélago localizado a 500 quilômetros da costa Argentina. Em 1982, ingleses e argentinos travaram uma guerra de dois meses pelo território, que terminou se mantendo sob poder dos britânicos. 

 

Sobre a Guerra do Vietnã, Kissinger disse em entrevista à jornalista italiana, Oriana Fallaci, que se tratava de: “Uma guerra inútil”. Foi justamente pelo cessar fogo desta guerra que o diplomata recebeu um prêmio Nobel da Paz, em 1976. A premiação foi em conjunto com Le Duc Tho, diplomata do Vietnã do Norte. No entanto, Duc Tho recusou o prêmio, na que é considerada umas das premiações mais controversas da história do Nobel da Paz. 

 

Em 2023, ano do seu centenário, Henry Kissinger seguiu concedendo entrevistas a jornais renomados sobre conflitos internacionais como Rússia e Ucrânia. No dia 11 de outubro, falou sobre a ofensiva entre Hamas e Israel. “Foi um ato de agressão aberto. O único objetivo foi mobilizar o mundo árabe contra Israel e seu histórico de negociações pacíficas”, disse Kissinger para o jornal Die Welt, subsidiário alemão da revista Insider.

 

A morte de Kissinger foi repercutida por figuras públicas e nas redes sociais. Em nota, o ex-presidente americano George W. Bush, o chamou de “uma das vozes mais fiáveis e mais ouvidas na política externa”. Vladimir Putin, presidente da Rússia, descreveu o diplomata como “visionário”. “Morreu um diplomata muito notável, um estadista sábio e visionário”, disse Putin. 

 

Nas redes sociais a comoção foi oposta. Uma das publicações que viralizaram foi um trecho do livro “A Cook’s Tour: Global Adventures in Extreme Cuisines” de Anthony Bourdain, escritor e documentarista. “Uma vez que você for no Camboja, você nunca mais vai parar de querer espancar Henry Kissinger até a morte com as próprias mãos”, escreveu Bourdain.  

Uma conta intitulada “Is Henry kissinger dead yet?” ( “Henry Kissinger está morto? - em tradução para o português) repostou a morte do diplomata, rendendo ao post 22 milhões de visualizações e quase meio milhão de curtidas.

Composto por performances e discursos gravados, evento não é mais o que se espera de uma premiação
por
Victória da Silva
Vitor Nhoatto
|
23/11/2023 - 12h

Estreando seu novo formato totalmente digital e acontecendo em nova data, o Billboard Music Awards 2023 consagrou neste domingo (19) artistas como Karol G, Drake e Taylor Swift. No entanto, formado por vídeos pré-gravados e sem  tapete vermelho ao vivo. A premiação foi marcada pela baixa repercussão midiática e desapontamento com o modelo adotado.

Tradicionalmente realizado nos Estados Unidos, desde 2011, anualmente em maio, o evento promovido pela revista Billboard este ano foi reagendado para substituir o American Music Awards (AMAs). A empresa Dick Clark Production, dona de ambas as premiações, realocou o AMAs para o ano de 2024, o que gerou certa estranheza dos espectadores desde o início.

Somado a isso e a configuração inédita de performances e discursos gravados, o público ainda foi surpreendido pela transmissão não televisionada do evento pela primeira vez, tendo ficado restrita ao site da Billboard. A lista de vencedores foi divulgada durante o evento. No entanto, os artistas já haviam sido informados semanas antes do programa, e já estavam com as estatuetas nos vídeos de agradecimento. 

Performances

Cantora americana Bebe Rexha durante uma performance da música I’m Good (Blue) com os braços abertos em um cenário escuro profundo com fumaça ao fundo e uma orquestra sinfônica. Ela está em frente a um microfone e veste um vestido preto com detalhes em prateado e luvas de renda preta e com um cabelo platinado liso.
Performance de Bebe Rexha da sua música "I'm Good (Blue)” feat. David Guetta. - Foto: Reprodução/Youtube

Abrind os trabalhos da noite de domingo, Karol G apresentou um medley das músicas ‘QLONA’, ‘Labios Mordidos’ e ‘OJOS FERRARI’. Gravada em Los Angeles, a performance da cantora colombiana contou com vários dançarinos e coreografia afiada em um palco coberto por água, sendo marcada por movimentos sensuais e belos efeitos no molhado cenário.

Mesmo com o ‘flop’ do evento, fãs de Mariah Carey conseguiram apreciar a performance da aclamada música natalina ‘All I Want For Christmas Is You’ que teve pela primeira vez uma apresentação em premiações. Além disso, a cantora foi homenageada pelo prêmio Billboard Chart Achievement, já que marcou a lista Hot 100 da Billboard em várias décadas diferentes, em especial com a canção de natal apresentada — que todo final de ano volta a aparecer na parada de sucesso norte-americana.

Com direito à orquestra sinfônica e efeitos cinematográficos, Bebe Rexha entregou uma performance impecável do seu estrondoso sucesso 'I'm Good (Blue)' em parceria com David Guetta. Em seguida, em um cenário diferente e com várias dançarinas, a cantora americana cantou o seu último lançamento em conjunto ao DJ, 'One In A Million', indicada ao Grammys 2024. 

Outro destaque foi a apresentação de Tate McRae com a música 'Greedy', que viralizou no TikTok recentemente e domina as paradas de sucesso do mundo todo. Gravada em um hotel em Los Angeles, a performance foi marcada pela intensa coreografia por parte de Tate e das dezenas de dançarinos.

Para a felicidade dos stays, o grupo sul-coreano Stray Kids apresentou as faixas “S-Class” e “LALALA” com uma performance coreografada, figurinos impactantes e vários dançarinos. Mesmo não sendo ao vivo, a apresentação foi um marco para os fãs do octeto e para o próprio grupo de K-pop, já que foi sua estreia no palco da Billboard Music Awards.

Sendo o maior vencedor da edição deste ano com 11 estatuetas no total, o cantor country Morgan Wallen também se apresentou. Envolvido em polêmicas com falas racistas em 2021, ele fechou a premiação cantando sua música em homenagem ao time de baseball Atlanta Braves intitulada '98 Braves'. 

Premiações

Cantora norte-americana Karol G em um vestido de látex quase transparente bem colado ao corpo com cabelo loiro molhado segurando um troféu do Billboard Music Awards na mão esquerda com o braço para baixo, e com um microfone na mão direita para cima ao comemorar a recepção do prêmio em um estúdio de gravação totalmente branco com luzes dando um efeito degradê levemente alaranjado
Karol G durante vídeo de agradecimento ao receber prêmios no BBMAs 2023. -  Foto: Gilbert Flores 

Mesmo com a informação de que os ganhadores da BBMAs haviam sido notificados com antecedência sobre seus prêmios e não com os gritos e reação do público, ainda houve a curiosidade de quais foram os principais vencedores. De várias partes do mundo, os ganhadores enviaram vídeos já com os troféus em mãos, muitos nos cenários de suas performances e com o mesmo look do tapete vermelho.

Nessa noite de domingo, Taylor Swift levou para casa 10 das 20 estatuetas que estava concorrendo, se igualando ao rapper Drake como artista com mais BBMAs, cada um com 39 no total. Ela faturou categorias como Melhor Artista e Melhor Música em Vendas com 'Anti-Hero'. Enquanto isso, o rapper norte-americano ganhou 5 das 14 indicações que teve, dentre elas Melhor Artista de Rap e Melhor Artista Masculino de Rap. 

Tendo sido o grande vencedor da noite, o cantor Morgan Wallen ganhou 11 categorias das 17 indicações que teve, incluindo: Melhor Artista Masculino, Melhor Álbum da Billboard 200 com ‘One Thing at a Time’ e ainda, Melhor Música Hot 100 e Melhor Música em Streaming com a canção “Last Night”.

Zach Bryan se destacou ganhando 4 prêmios, dentre eles Melhor Artista Novo e Melhor Álbum de Rock com “American Heartbreak”. Além disso, Karol G marcou presença além da performance ao faturar dois prêmios, sendo eles Melhor Artista Feminina Latina e Melhor Artista Latino de Turnê, enquanto Bebe Rexha junto a David Guetta levou em Melhor Música Dance/Eletrônica por I'm Good (Blue).

SZA ganhou 4 das 17 categorias em que havia sido indicada, incluindo Melhor Artista de R&B, Melhor Artista Feminina de R&B, Melhor Álbum de R&B com ‘SOS’ e Melhor Música de R&B com a faixa “Kill Bill”. The Weeknd também brilhou na edição deste ano, recebendo a estatueta de Melhor Artista Masculino de R&B.

No gospel, pela terceira vez consecutiva, Kanye West ganhou a categoria de Melhor Artista Gospel, causando um certo alvoroço nas redes sociais. O rapper competiu pela estatueta devido às suas composições de Hip-Hop Cristão presentes no álbum “Jesus is King” de 2019 e “Donda” de 2021. Como em todas as categorias da premiação, somente o desempenho em vendas e streams nas plataformas musicais é levado em consideração, não havendo votação aberta. 

Ganhando como Melhor Trilha Sonora, “Barbie: The Album” recebeu prestígio depois de todo o sucesso cinematográfico do filme de Greta Gerwig. Contando com artistas como Sam Smith, Dua Lipa, Tame Impala e Nicki Minaj, o trabalho também está indicado ao Grammys 2024.

Uma polêmica que repercutiu entre os kpoppers foi a nova categoria de Melhor Música de K-pop, que teve como ganhador o single “Seven” do cantor Jungkook em parceria com a rapper norte-americana Latto. No momento em que o prêmio foi anunciado, somente a imagem da cantora aparece, causando revolta nas armys que tanto admiram o compositor sul-coreano.

Abaixo a lista completa de vencedores das 71 categorias:

MELHOR ARTISTA
Drake
Luke Combs
Morgan Wallen
SZA
Taylor Swift (VENCEDORA)

ARTISTA REVELAÇÃO
Bailey Zimmerman
Ice Spice
Jelly Roll
Peso Pluma
Zach Bryan (VENCEDOR)

MELHOR ARTISTA MASCULINO
Drake
Luke Combs
Morgan Wallen (VENCEDOR)
The Weeknd
Zach Bryan

MELHOR ARTISTA FEMININA
Beyoncé
Miley Cyrus
Olivia Rodrigo
SZA
Taylor Swift (VENCEDORA)

MELHOR DUO/GRUPO
Eslabon Armado
Fifty Fifty
Fuerza Regida (VENCEDOR)
Grupo Frontera
Metallica

MELHOR ARTISTA BILLBOARD 200
Drake
Luke Combs
Morgan Wallen
SZA
Taylor Swift (VENCEDORA)

MELHOR COMPOSITOR HOT 100 [NOVA CATEGORIA]
Ashley Gorley
Jack Antonoff
SZA
Taylor Swift (VENCEDORA)
Zach Bryan

MELHOR PRODUTOR HOT 100 [NOVA CATEGORIA]
Jack Antonoff
Joey Moi (VENCEDOR)
Metro Boomin
Taylor Swift
Zach Bryan

MELHOR ARTISTA HOT 100
Drake
Luke Combs
Morgan Wallen (VENCEDOR)
SZA
Taylor Swift

MELHOR ARTISTA – STREAMING
Drake
Morgan Wallen (VENCEDOR)
SZA
Taylor Swift
Zach Bryan

MELHOR ARTISTA – VENDAS
Jason Aldean
Miley Cyrus
Morgan Wallen
Oliver Anthony Music
Taylor Swift (VENCEDORA)

MELHOR ARTISTA – RÁDIO
Miley Cyrus
Morgan Wallen
SZA
Taylor Swift (VENCEDORA)
The Weeknd

ARTISTA GLOBAL 200
Bad Bunny
Morgan Wallen
SZA
Taylor Swift (VENCEDORA)
The Weeknd

ARTISTA GLOBAL (EXCLUSIVO NOS EUA)
Bad Bunny
Ed Sheeran
NewJeans
Taylor Swift (VENCEDORA)
The Weeknd

MELHOR ARTISTA R&B
Beyoncé
Chris Brown
Rihanna
SZA (VENCEDORA)
The Weeknd

MELHOR ARTISTA R&B MASCULINO
Chris Brown
Miguel
The Weeknd (VENCEDOR)

MELHOR ARTISTA R&B FEMININA
Beyoncé
Rihanna
SZA (VENCEDORA)

MELHOR TURNÊ R&B
Beyoncé (VENCEDORA)

Bruno Mars
The Weeknd

MELHOR ARTISTA RAP
21 Savage
Drake (VENCEDOR)
Lil Baby
Metro Boomin
Travis Scott

MELHOR ARTISTA RAP MASCULINO
21 Savage
Drake (VENCEDOR)
Travis Scott

MELHOR ARTISTA RAP FEMININA
Doja Cat
Ice Spice
Nicki Minaj (VENCEDORA)

MELHOR TURNÊ RAP
50 Cent
Drake (VENCEDOR)
Snoop Dogg & Wiz Khalifa

MELHOR ARTISTA COUNTRY
Bailey Zimmerman
Luke Combs
Morgan Wallen (VENCEDOR)
Taylor Swift
Zach Bryan

MELHOR ARTISTA COUNTRY MASCULINO
Luke Combs
Morgan Wallen (VENCEDOR)
Zach Bryan

MELHOR ARTISTA COUNTRY FEMININA
Lainey Wilson
Megan Moroney
Taylor Swift (VENCEDORA)

MELHOR DUO/GRUPO COUNTRY
Old Dominion
Parmalee
Zac Brown Band (VENCEDOR)

MELHOR TURNÊ COUNTRY
George Strait
Luke Combs
Morgan Wallen (VENCEDOR)

MELHOR ARTISTA ROCK
Jelly Roll
Noah Kahan
Stephen Sanchez
Steve Lacy
Zach Bryan (VENCEDOR)

MELHOR DUO/GRUPO ROCK [NOVA CATEGORIA]
Arctic Monkeys (VENCEDOR)

Foo Fighters
Metallica

MELHOR TURNÊ ROCK
Coldplay (VENCEDOR)

Depeche Mode
Elton John

MELHOR ARTISTA LATINO
Bad Bunny (VENCEDOR)

Eslabon Armado
Fuerza Regida
Karol G
Peso Pluma

MELHOR ARTISTA LATINO MASCULINO
Bad Bunny (VENCEDOR)

Peso Pluma
Rauw Alejandro

MELHOR ARTISTA LATINA FEMININA
Karol G (VENCEDORA)

ROSALÍA
Shakira

MELHOR DUO/GRUPO LATINO
Eslabon Armado
Fuerza Regida (VENCEDOR)
Grupo Frontera

MELHOR TURNÊ LATINA
Daddy Yankee
Karol G (VENCEDORA)
RBD

MELHOR ARTISTA GLOBAL K-POP [NOVA CATEGORIA]
Jimin
NewJeans (VENCEDOR)
Stray Kids
TOMORROW X TOGETHER
TWICE

MELHOR TURNÊ K-POP [NOVA CATEGORIA]
BLACKPINK (VENCEDOR)

SUGA
TWICE

MELHOR ARTISTA AFROBEATS [NOVA CATEGORIA]
Burna Boy (VENCEDOR)

Libianca
Rema
Tems
Wizkid

MELHOR ARTISTA DANCE/ELETRÔNICA
Beyoncé (VENCEDORA)

Calvin Harris
David Guetta
Drake
Tiësto

MELHOR ARTISTA CRISTÃO
Brandon Lake
Elevation Worship
for KING & COUNTRY
Lauren Daigle (VENCEDORA)
Phil Wickham

MELHOR ARTISTA GOSPEL
CeCe Winans
Elevation Worship
Kanye West (VENCEDOR)
Kirk Franklin
Maverick City Music

ÁLBUM BILLBOARD 200
Drake & 21 Savage, Her Loss
Metro Boomin, HEROES & VILLAINS
Morgan Wallen, One Thing at a Time (VENCEDOR)
SZA, SOS
Taylor Swift, Midnights

MELHOR TRILHA SONORA
Barbie: The Album (VENCEDORA)

Pantera Negra: Wakanda para Sempre
ELVIS
Homem-Aranha Através do Aranhaverso
Top Gun: Maverick

MELHOR ÁLBUM R&B
Beyoncé, RENAISSANCE
Brent Faiyaz, WASTELAND
Drake, Honestly, Nevermind
Steve Lacy, Gemini Rights
SZA, SOS (VENCEDOR)

MELHOR ÁLBUM RAP
Drake & 21 Savage, Her Loss (VENCEDOR)

Future, I Never Liked You
Lil Baby, It’s Only Me
Metro Boomin, HEROES & VILLAINS
Travis Scott, UTOPIA

MELHOR ÁLBUM COUNTRY
Luke Combs, Gettin’ Old
Luke Combs, Growin’ Up
Morgan Wallen, One Thing at a Time (VENCEDOR)
Taylor Swift, Speak Now (Taylor’s Version)
Zach Bryan, American Heartbreak

MELHOR ÁLBUM ROCK
HARDY, the mockingbird & THE CROW
Jelly Roll, Whitsitt Chapel
Noah Kahan, Stick Season
Steve Lacy, Gemini Rights
Zach Bryan, American Heartbreak (VENCEDOR)

MELHOR ÁLBUM LATINO
Bad Bunny, Un Verano Sin Ti (VENCEDOR)

Eslabon Armado, DESVELADO
Ivan Cornejo, Dañado
Karol G, MAÑANA SERÁ BONITO
Peso Pluma, GÉNESIS

MELHOR ÁLBUM K-POP [NOVA CATEGORIA]
Jimin, FACE
NewJeans, 2nd EP ‘Get Up’
Stray Kids, 5-STAR (VENCEDOR)
TOMORROW X TOGETHER, The Name Chapter: TEMPTATION
TWICE, READY TO BE: 12th Mini Album

MELHOR ÁLBUM DANCE/ELETRÔNICO
Beyoncé, RENAISSANCE (VENCEDOR)

Drake, Honestly, Nevermind
ILLENIUM, ILLENIUM
Kim Petras, Feed the Beast
Tiësto, DRIVE

MELHOR ÁLBUM CRISTÃO
Anne Wilson, My Jesus (VENCEDOR)

Brandon Lake, House of Miracles
CAIN, Rise Up
Elevation Worship, LION
Lauren Daigle, Lauren Daigle

MELHOR ÁLBUM GOSPEL
Jonathan McReynolds, My Truth
Maverick City Music x Kirk Franklin, Kingdom Book One (VENCEDOR)
Tye Tribbett, All Things New
Whitney Houston, I Go to the Rock: The Gospel Music of Whitney Houston
Zacardi Cortez, Imprint (Live in Memphis)

MÚSICA HOT 100
Metro Boomin, The Weeknd & 21 Savage, “Creepin’”
Miley Cyrus, “Flowers”
Morgan Wallen, “Last Night” (VENCEDORA)
SZA, “Kill Bill”
Taylor Swift, “Anti-Hero”

MELHOR MÚSICA – STREAMING
Miley Cyrus, “Flowers”
Morgan Wallen, “Last Night” (VENCEDORA)
SZA, “Kill Bill”
Taylor Swift, “Anti-Hero”
Zach Bryan, “Something in the Orange”

MÚSICA MAIS VENDIDA
Jason Aldean, “Try That in a Small Town”
Jimin, ‘Like Crazy”
Miley Cyrus,“Flowers”
Oliver Anthony Music, “Rich Men North of Richmond”
Taylor Swift, “Anti-Hero” (VENCEDORA)

MELHOR MÚSICA – RÁDIO
Metro Boomin, The Weeknd & 21 Savage, “Creepin’”
Miley Cyrus, “Flowers” (VENCEDORA)
Rema & Selena Gomez, “Calm Down”
Taylor Swift, “Anti-Hero”
The Weeknd & Ariana Grande “Die for You”

MELHOR COLABORAÇÃO
David Guetta & Bebe Rexha, “I’m Good (Blue)”
Metro Boomin, The Weeknd & 21 Savage, “Creepin’” (VENCEDORA)
Rema & Selena Gomez, “Calm Down”
Sam Smith & Kim Petras, “Unholy”
The Weeknd & Ariana Grande, “Die for You”

MÚSICA GLOBAL 200
Miley Cyrus, “Flowers” (VENCEDORA)

Rema & Selena Gomez, “Calm Down”
SZA, “Kill Bill”
Taylor Swift, “Anti-Hero”
The Weeknd & Ariana Grande, “Die for You”

MÚSICA GLOBAL (EXCLUSIVO NOS EUA)
David Guetta & Bebe Rexha, “I’m Good (Blue)”
Harry Styles, “As It Was”
Miley Cyrus, “Flowers” (VENCEDORA)
Rema & Selena Gomez, “Calm Down”
The Weeknd & Ariana Grande, “Die for You”

MELHOR MÚSICA R&B
Metro Boomin, The Weeknd & 21 Savage, “Creepin’”
Miguel, “Sure Thing”
The Weeknd & Ariana Grande, “Die for You”
SZA, “Kill Bill” (VENCEDORA)
SZA, “Snooze”

MELHOR MÚSICA RAP
Coi Leray, “Players”
Drake & 21 Savage, “Rich Flex” (VENCEDORA)
Gunna, “fukumean”
Lil Durk ft. J. Cole, “All My Life”
Toosii, “Favorite Song”

MELHOR MÚSICA COUNTRY
Bailey Zimmerman, “Rock and a Hard Place”
Luke Combs, “Fast Car”
Morgan Wallen, “Last Night” (VENCEDORA)
Morgan Wallen, “You Proof”
Zach Bryan, “Something in the Orange”

MELHOR MÚSICA ROCK
Jelly Roll, “Need A Favor”
Stephen Sanchez, “Until I Found You”
Steve Lacy, “Bad Habit”
Zach Bryan ft. Kacey Musgraves, “I Remember Everything”
Zach Bryan, “Something in the Orange” (VENCEDORA)

MELHOR MÚSICA LATINA
Eslabon Armado x Peso Pluma, “Ella Baila Sola” (VENCEDORA)

Fuerza Regida x Grupo Frontera, “Bebe Dame”
Grupo Frontera x Bad Bunny, “un x100to”
Karol G & Shakira, “TQG”
Yng Lvcas x Peso Pluma, “La Bebe”

MELHOR MÚSICA K-POP [NOVA CATEGORIA]
Fifty Fifty, “Cupid”
Jimin, “Like Crazy”
Jungkook ft. Latto, “Seven” (VENCEDORA)
NewJeans, “Ditto”
NewJeans, “OMG”

MELHOR MÚSICA AFROBEATS [NOVA CATEGORIA]
Ayra Starr, “Rush”
Libianca, “People”
Oxlade, “KU LO SA”
Rema & Selena Gomez, “Calm Down” (VENCEDORA) 
Victony, Rema, & Tempoe ft. Don Toliver, “Soweto”

MELHOR MÚSICA DANCE/ELETRÔNICA
Bizarrap & Shakira, “Shakira: Bzrp Music Sessions, Vol. 53”
David Guetta, Anne-Marie & Coi Leray, “Baby Don’t Hurt Me”
David Guetta & Bebe Rexha, “I’m Good (Blue)” (VENCEDORA)
Elton John & Britney Spears, “Hold Me Closer”
Tiësto ft. Tate McRae, “10:35”

MELHOR MÚSICA CRISTÃ
Brandon Lake, “Gratitude” (VENCEDORA)
Chris Tomlin, “Holy Forever”
for KING & COUNTRY with Jordin Sparks, “Love Me Like I Am”
Lauren Daigle, “Thank God I Do”
Phil Wickham, “This Is Our God”

MELHOR MÚSICA GOSPEL
CeCe Winans, “Goodness of God” (VENCEDORA)

Crowder & Dante Bowe ft. Maverick City Music, “God Really Loves Us”
Elevation Worship ft. Chandler Moore & Tiffany Hudson, “More Than Able”
Maverick City Music & Kirk Franklin ft. Brandon Lake & Chandler Moore, “Fear is Not My Future”
Zacardi Cortez, “Lord Do It for Me (Live in Memphis)”

Após madrugada de intensas negociações, representantes de Israel e do Hamas concordaram em estabelecer pausa de quatro dias
por
Manuela Troccoli
|
23/11/2023 - 12h

Depois de vários dias de impasses, ataques e troca de acusações após ofensiva do Hamas contra Israel no dia 7 de outubro de 2023, Israel e Hamas concordaram em uma trégua de quatro dias, que foi mediada pelo Catar. O anúncio foi feito na quarta-feira (22). 

A pausa permite a libertação de 50 reféns mantidos em Gaza - sendo mulheres e crianças - em troca de 150 palestinos - também mulheres e crianças - que estão detidos em Israel. Além da troca, o cessar-fogo interrompe os bombardeios israelenses em Gaza e viabiliza a entrada de ajuda humanitária. Segundo a Qahera, TV estatal do Egito, a trégua começa às 10h, no horário local (4h, horário de Brasília). Além disso, ainda nesta quarta-feira (22), foi destacado que Israel permitiu a entrada de combustível e ajuda humanitária em Gaza.

Em comunicado oficial enviado a Doha, o governo de Israel afirmou que a trégua humanitária pode durar mais tempo. “A soltura de cada dez novos reféns resultará em um dia adicional de pausa”, disse o comunicado. Nas redes sociais, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que “não queria, honestamente”, ao responder o comunicado oficial sobre o cessar-fogo. 

“O governo de Israel está empenhado em devolver todos os reféns para casa. Hoje à noite, ele aprovou o acordo proposto como um primeiro estágio para atingir esse objetivo”, diz o documento, divulgado após horas de deliberação.

O representante da ala política do Hamas, Musa Abou Marzouk, celebrou o acordo de trégua humanitária, que garante a troca de prisioneiros. "As disposições deste acordo foram formuladas em conformidade com a visão da resistência e da determinação que buscam servir o nosso povo e reforçar sua tenacidade diante da agressão", e acrescentou: "confirmamos que nossos dedos vão continuar nos gatilhos e que nossos batalhões triunfantes vão permanecer de prontidão", disse Marzouk.

Apesar da trégua, no início da reunião do governo, Netanyahu manteve o status de guerra no país. “Estamos em guerra e continuaremos a guerra até atingirmos todos os nossos objetivos. Destruir o Hamas, devolver todos os nossos reféns e garantir que nenhuma entidade em Gaza possa ameaçar Israel”, afirmou o premiê israelense.

Sob olhares do mundo

A mediação por parte do primeiro-ministro do Catar, Mohammed Ben Abdel Rahmane Al-Thani, teve início no domingo (19), em colaboração com o Egito e os Estados Unidos. Os países desempenharam um papel fundamental neste acordo, para garantir uma pausa momentânea no conflito, e a mediação de Al-Thani foi aprovada por Israel, Hamas e Estados Unidos.


Antes da aprovação do acordo, o presidente dos EUA, Joe Biden, manifestou otimismo sobre a proposta de libertação dos reféns. “Tenho conversado com as pessoas envolvidas todos os dias. Eu acredito que isso vai acontecer. Mas não quero entrar em detalhes”, disse Biden a repórteres na Casa Branca.

Sem citar lados, durante a cúpula do G20, na quarta-feira (22), o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, fez questão de saudar publicamente o acordo. “Espero que esse acordo possa pavimentar o caminho para uma saída política e duradoura para este conflito e para a retomada do processo de paz entre Israel e Palestina”, comentou Lula.

Além de ter criticado a atuação dos organismos internacionais, incluindo o Conselho de Segurança das Nações Unidas, no G20, o chefe do executivo brasileiro também fez questão de apontar a demora da trégua humanitária, que aconteceu após 40 dias de guerra.

"Nós estamos vendo o que está acontecendo em Israel. Nós estamos vendo o que está acontecendo na Faixa de Gaza. Vocês viram que foi feito um acordo ontem (21) depois de 14 mil mortos, depois de quase 6 mil desaparecidos, depois de quase 6 mil crianças mortas. Depois de centenas de mulheres fazerem cesariana para tirar o filho antes de morrer", discursou Lula em evento no Palácio do Planalto.

A lista

O Ministério da Justiça de Israel publicou uma lista de 300 palestinos que podem ser libertados. A lista é composta, em sua maioria, por adolescentes presos no ano passado por delitos menos graves, incluindo membros do Hamas, Fatah, a Jihad Islâmica e a Frente Popular para a Liberação de Palestina.

Com 55% dos votos, ultralibertário ganhou a corrida presidencial contra Sérgio Massa e toma posse no dia 10 de dezembro.
por
Manuela Troccoli
|
21/11/2023 - 12h

Neste domingo (19), o candidato Javier Milei, da coalizão La Libertad Avanza, foi eleito o novo presidente da Argentina. Milei venceu Sérgio Massa, atual Ministro da Economia do país, candidato da coligação peronista União pela Pátria, que pleiteava uma vitória progressista nas eleições gerais de 2023.

Às 20h do domingo (19), com 98,93% das urnas apuradas, o deputado Javier Milei foi considerado eleito após receber 55,72% dos votos válidos contra 44,27% dos votos válidos recebidos por Massa. A diferença de quase 12% foi a maior vantagem de um candidato eleito a presidente nas eleições da Argentina.

No 1º discurso como vencedor, o presidente eleito agradeceu a Patrícia Bullrich - candidata que foi terceira colocada no 1° turno e declarou apoio a Milei no 2° turno - e Maurício Macei, ex-presidente do país. “Hoje começa a reconstrução da Argentina”, disse Milei, ao afirmar que começou “o fim da decadência”. 

Antes mesmo da divulgação dos resultados oficiais, Sérgio Massa reconheceu a vitória de Milei. Através de um discurso aos apoiadores, Massa agradeceu os votos recebidos e parabenizou seu adversário. “O mais importante que temos que deixar esta noite é a mensagem de que a convivência, o diálogo e o respeito pela paz é o melhor caminho que podemos percorrer”, afirmou o ministro da economia. “Hoje terminou uma etapa em minha vida política e seguramente a vida me prepara outras possibilidades, mas sempre poderão contar comigo defendendo os valores do trabalho, a educação pública, a indústria nacional [e] o federalismo como valores centrais da Argentina", concluiu Massa.

 

Milei celebrando vitória
Cr: Divulgação

Repercussão do resultado

A vitória de Javier Milei nas eleições presidenciais da Argentina gerou repercussão internacional e incertezas sobre o futuro do país.

Nos Estados Unidos, o The New York Times descreveu Milei como um "economista e ex-personalidade televisiva praticamente sem experiência política". O jornal americano classificou o presidente eleito com "um estilo ousado, uma adoção de teorias da conspiração e uma série de propostas extremas que ele diz serem necessárias para derrubar uma economia e um governo falidos".
O ex-presidente americano Donald Trump parabenizou Milei pelo resultado e afirmou que estava “orgulhoso”.

No Brasil, sem citar Javier Milei, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva exaltou a democracia, as instituições argentinas e desejou boa sorte ao novo governo. Vale lembrar que em declarações recentes, ainda durante a campanha, Milei chamou Lula de “comunista nervoso”. Abertamente, Lula apoiou o candidato Sérgio Massa, e manteve uma estreita relação com o atual presidente argentino, Alberto Fernández.

O ex-presidente Jair Bolsonaro - apoiador de Milei durante toda campanha - o parabenizou pela vitória. "Parabéns ao povo argentino pela vitória com Javier Milei. A esperança volta a brilhar na América do Sul. Que esses bons ventos alcancem os Estados Unidos e o Brasil, para que a honestidade, o progresso e a liberdade voltem para todos nós", publicou o ex-presidente em uma rede social. 

O novo presidente argentino também recebeu saudações do presidente chileno, Gabriel Boric, e do presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou.

Dentro da Argentina, os jornais apresentam pontos de vista de ambos os lados. Enquanto o jornal Info Bae define a vitória como “mérito sujo”, o Clarín afirma que sua eleição representa “uma vitória para o movimento global de extrema direita”.

Quem é Javier Milei?

Economista, libertário e representante do partido La Libertad Avanza, Javier Milei atualmente constitui a câmara dos deputados. Apesar de ter vencido as eleições e demonstrar força nas urnas, Milei se destacou graças a seu desempenho fora da política, na música e no futebol. O agora presidente argentino classifica seu discurso como “liberal libertário”, e foi através de suas aparições neste sentido que conquistou espaço na política Argentina.

O deputado surpreendeu ao lançar sua candidatura à presidência ainda em 2020, três anos antes da eleição. O anúncio foi crucial para a carreira política, visto que marcou a consolidação da coligação “La Libertad Avanza”. Milei surgiu como nova força política e suas propostas atraíram pessoas que estão descontentes com a situação atual e desejam um fator novo na política.

A Argentina enfrenta um momento econômico delicado, com inflação de 138%, desvalorização do peso argentino e cerca de 40% da população na pobreza. Foi justamente este cenário que enfraqueceu a campanha de Massa - atual Ministro da Economia - e deu fôlego a Milei. O novo presidente terá de apresentar medidas efetivas e de rápido efeito, para mudar o quadro econômico nacional.

Entretanto, sua postura combativa também assusta algumas pessoas, e muitas vezes é tida como “descontrolada”.Chamam atenção também as polêmicas nas quais Javier Milei já se envolveu. Entre elas estão os discurso acerca da portabilidade de armas, criminalização do aborto, criação de um mercado de órgãos e a eliminação de ministérios.

Sobre a portabilidade de armas, o economista defende a desregulamentação do porte de armas de fogo e argumenta, com ênfase, que um Estado com livre porte de armas tem menos delitos. No âmbito da saúde, Milei se demonstrou a favor da proibição do aborto no país e sugeriu a criação de um mercado de órgãos, tendo em vista aumentar o fluxo de compra e venda na Argentina.

Ponto central na campanha, Milei defende uma redução no número de ministérios, que passariam de 18 para apenas 8. Com o enxugamento, os ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação, Cultura, Obras Públicas e Mulheres, Gênero e Diversidade, seriam alguns dos dissolvidos. 

Os rumos da Argentina de Milei

A vitória de Milei simboliza uma sociedade que optou por se distanciar da política tradicional, elegendo um homem que nunca fez parte da estrutura que governou o país. O presidente eleito tem ideias econômicas que expressam uma variante extrema do neoliberalismo e com valores que, em muitos sentidos, contrastam com tudo o que parece irreversível na Argentina.

Durante a campanha, o candidato do partido Libertad Avanza falou sobre a “dolarização” da economia Argentina, dissolução de alguns Ministérios, 'dinamitar' o Banco Central, flexibilização Trabalhista, saída do Mercosul e afastamento da China e Brasil e a privatização de empresas e obras estatais. 

Segundo Milei, a “dolarização” será feita em dois anos e meio, é uma das propostas que mais recebeu holofotes. O ultralibertário afirmou que a medida irá retirar a Argentina da inflação, junto a flexibilização do mercado e com isso promover mais trabalhadores no país. 

Dolarizar um país significa adotar o dólar americano como moeda oficial, substituindo a moeda nacional, nesse caso o peso argentino. Isso implica em usar o dólar para transações cotidianas, preços, salários e demais atividades econômicas dentro do país, a fim de conter problemas econômicos e buscar uma moeda estável. Países como El Salvador e Equador já adotaram essa prática.

Entretanto, dolarizar um país é uma mudança complexa e envolve vários desafios, sobretudo constitucionais, e pode resultar na perda de controle sobre a política monetária nacional.

Seguindo a ideologia libertária, o novo presidente também falou sobre 'dinamitar' o Banco Central. Na prática, o que Milei defende é eliminar ou reduzir significativamente o papel e a influência do agente emissor de Pesos Argentinos - chamados por ele de "excremento" - na economia. O ultralibertário argumenta que o Banco Central interfere excessivamente no mercado financeiro e monetário, e que uma abordagem descentralizada será mais benéfica para a economia do país. 

Na política externa, o novo morador da Casa Rosada revelou a pretensão de se afastar de países de ideologias que classificou como “comunistas”, citando países como Brasil e China. "Não tenho parceiros socialistas" e “Eu não promoveria a relação nem com China, nem com Cuba, nem com Venezuela, nem com Nicarágua e nem com a Coreia do Norte”, foram algumas falas durante a campanha.

O novo presidente também falou sobre a retirada da Argentina do Mercosul, bloco econômico constituído por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Milei também se mostrou contra o ingresso dos argentinos no BRICS - grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

"A todos que estão nos olhando de fora da Argentina, quero dizer que a Argentina vai voltar a ocupar no mundo o lugar que nunca devia ter perdido", afirmou Milei em seu primeiro discurso após a eleição.

Dentre as falas voltadas à educação, se destaca a proposta da criação de “vouchers” para tirar dos jovens a obrigatoriedade de estudar, implementando uma lógica de "cheques educativos", presente no Chile. Os "vouchers de educação" referem-se a um sistema em que o governo subsidia a educação pública e privada, dando às famílias um vale para ser usado nas instituições de ensino. Este vale pode se dar de maneira monetária e mistura setores público e privado na oferta de educação, ou seja, pode ser usado para pagar a mensalidade em escolas particulares credenciadas ou em algumas escolas públicas que aderiram ao sistema.

O sistema de vouchers pode ser visto de maneira controversa: de um lado, tem aqueles que argumentam que o modelo leva a disparidades no acesso à educação de qualidade, enquanto outros veem benefícios na liberdade de escolha e na competição entre as instituições.

Em saúde, Milei falou durante toda a campanha sobre o desejo de eliminar o sistema de saúde pública. No entanto, em seu último discurso, três dias antes das eleições, recuou. “Não vamos privatizar a saúde. Não vamos privatizar a educação. Não vamos reformar o Incucai (Sistema argentino de transplante de órgão). Não vamos privatizar o futebol. Não vamos permitir o porte irrestrito de armas”, afirmou o presidente eleito.

Primeiro turno

As eleições argentinas possuem peculiaridades. Assim como no Brasil, são realizadas a cada 4 anos, no entanto, para ser eleito presidente no 1º turno, é necessário conquistar ao menos 45% dos votos válidos ou 40% dos votos com uma diferença de 10 pontos percentuais em relação ao segundo colocado. Como isso não aconteceu após a votação do dia 22 de outubro, quando Massa obteve 36,64% dos votos válidos contra 30,01% de Milei, os candidatos partiram para a disputa do 2º turno, que colocou Milei no posto de Presidente da República após receber maior quantidade bruta de votos.

Próximos passos

A transição de governo já começou, e o primeiro encontro de Alberto Fernández e Javier Milei aconteceu na manhã de terça-feira (21). No país, esta etapa segue um protocolo específico que prevê vários encontros e coordenação entre o governo em exercício e a equipe do presidente eleito, para garantir uma transferência eficiente de responsabilidades que visa assegurar uma transição suave e estável entre as administrações.

O presidente eleito assume a Casa Rosada a partir do dia 10 de dezembro de 2023. Como primeira movimentação, os cidadãos aguardam ansiosamente a formação do gabinete de ministros, o que dará uma fotografia interessante do que esperar nos próximos quatro anos. Até o momento já foram anunciados o advogado Mariano Cúeno Liberona, que assumirá o cargo de ministro da Justiça, e a ex-candidata ao governo de Buenos Aires, Carolina Píparo, que comandará a Administração Nacional da Segurança Social (Anses). 

Além disso, é importante reforçar que Javier Milei não possui maioria no Legislativo argentino. Na Câmara dos Deputados, o partido de Milei tem apenas 37 das 257 cadeiras, enquanto no Senado, a sigla tem apenas oito das 72 vagas. O partido de Sérgio Massa, derrotado no pleito, segue com maioria na Câmara (107 deputados) e no Senado (34 senadores). A segunda maior bancada nas duas casas é a do partido Juntos pela Mudança, do ex-presidente Maurício Macri, com 93 deputados e 24 senadores. A composição do legislativo indica uma fragilidade de Milei, que terá desafios para emplacar suas pautas.

Com divisões e alianças políticas, eleições no país se complicam cada vez mais
por
Artur Maciel Rodrigues
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18/11/2023 - 12h

 

(debate presidencial do dia 12 de novembro, foto: AFP)

O segundo turno das eleições na Argentina acontecerá neste domingo, 19. A disputa presidencial acontece entre Javier Miliar e Sergio Massa, após um primeiro turno concorrido e, para alguns, surpreendente. O ministro da Fazenda ganhou 36% dos votos no país, Milei teve 30% e Patricia Bullrich, da coligação "juntos por el cambio", ficou com 26% do total.

 

O contexto eleitoral passa por uma mudança grande após membros de partidos se dividem entre si, em especial, “Juntos por el Cambio”, como explica o professor De Relações Internacionais da PUC-SP, Tomaz Oliverio Paoliello “Ele ficou muito mais marcado como um partido contra o kirchnerista do que como um partido ideológico em qualquer sentido. E o candidato anti-kirchnerista nessas eleições, é Milei.” 

 

Sergio Massa, da coligação peronista, teve sua candidatura diretamente influenciada pela situação da Argentina, que passa uma de suas maiores crises econômicas e uma forte seca, além de uma crise energética. “Todo o contexto dessa eleição é um contexto de crise econômica. É até surpreendente que Massa, sendo um pouco a representação dessa crise econômica tenha conseguido terminar essa primeira etapa em primeiro lugar”, acrescenta Paoliello. 

 

Além de atual ministro da Economia, Massa também atuou no governo de Cristina Fernández de Kirchner como chefe do gabinete dos ministros em 2009 e tornou-se presidente da Câmara dos Deputados, durante a presidência de Alberto Fernández. 

 

Javier Milei, passou os últimos meses entrando em contato com personagens importantes da política Argentina, como o ex-presidente Macri, denominado pelo candidato, em outros momentos, como "Socialista Nojento". Apesar disso, Milei afirma que suas ideias e do ex-presidente concordam em 90%. 

 

Sobre a aliança dos partidos mais centrais à Javier, Paoliello acredita que seja somente pela “conveniência eleitoral”. “Vários partidos dessa centro-direita acreditam que um futuro governo Milei vai ser fraco, e vai ser mesmo, não vai ter uma grande base congresso, não vai ter apoio popular de variados setores, a sociedade Argentina já está muito dividida” complementa.

 

O professor acrescenta que as divergências entre os dois candidatos aparecem muito na televisão, com Milei tendo mais atenção midiática, por alimentar a ideia de um personagem louco, por mais que tenha se “moderado” nos últimos meses. 

 

“Ele tem um tipo de posição política que funciona bem melhor quando não tem debate, quando ele tá falando por conta própria, esse estilo livre. Quando tem contraponto ele se dá muito pior” analisa o internacionalista.

 

Em contrapartida Massa é bem mais tradicional, em entrevista para o EL país o peronista, comenta sua história com a política, sua crença com os outros partidos e fala que no fim é “Milei sim ou Milei não”. 

 

Apesar da vantagem no primeiro turno, Paoliello chama atenção para uma possível queda no favoritismo de Massa. “|Como é típico em qualquer processo eleitoral, ele apareceu como candidato com mais votos, portanto é o candidato que mais pode perder votos”.