Quinta-feira, 29 de setembro de 2022, veja os destaques do Resumo AGEMT Especial Eleições:
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Datafolha divulga mais uma pesquisa; Lula tem 50% dos votos válidos contra 36% de Bolsonaro
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Eleições 2022: Campanha entra na fase final; a quatro dias do 1º turno, entenda como analisar as pesquisas eleitorais
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TV Globo realiza último debate presidencial nesta quinta-feira (29), o que esperar ?
50% X 36%
O Datafolha divulgou nesta quinta-feira (29) mais uma pesquisa eleitoral, contratada pela TV Globo e pelo jornal Folha de São Paulo. O levantamento entrevistou 6.800 pessoas, em 332 municípios de todas as regiões, durante os dias 27 e 29 de setembro. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número BR-09479/2022 e tem a margem de erro de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.
A pesquisa mostrou o ex-presidente Lula (PT) com 50% dos votos válidos, mantendo os números da pesquisa anterior, contra 36% do presidente Jair Bolsonaro (PL), que oscilou um ponto para cima. Para considerar os votos válidos, a amostra exclui os votos brancos, nulos e os indecisos. Vale destacar que para vencer em 1º turno, um candidato precisa obter 50% dos votos válidos mais um voto.
O levantamento mostrou, também, o candidato Ciro Gomes (PDT) com 6% e Simone Tebet (MDB) com 5%. Soraya Thronicke (União Brasil), oscilou um ponto para baixo, e apareceu com 1%.
Nos votos totais, a quatro dias do 1º turno, o cenário é este:
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Lula (PT) - 48%
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Jair Bolsonaro (PL) - 34%
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Ciro Gomes (PDT) - 6%
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Simone Tebet (MDB) - 5%
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Soraya Thronicke (União Brasil) - 1%
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Felipe D’Ávila (NOVO) - 0%
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Sofia Manzano (PCB) - 0%
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Vera Lúcia (PSTU) - 0%
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Léo Péricles (Unidade Popular) - 0%
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Eymael (Democracia Cristã) - 0%
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Padre Kelmon (PTB) - 0%
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Brancos/Nulos/nenhum - 0%
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Não sabe - 2%
Em um possível 2º turno, Lula segue à frente, com 54% contra 39% de Jair Bolsonaro. A pesquisa também perguntou aos eleitores sobre a rejeição dos candidatos, veja os números:
Jair Bolsonaro (PL) é rejeitado por 52% dos entrevistados, Lula (PT) é rejeitado por 39%, Ciro Gomes (PDT) por 24% e Simone Tebet (MDB) por 15%.
Pesquisa eleitoral
Uma disputa eleitoral é baseada no voto, é o eleitor quem define o vencedor de uma eleição. Mas até o dia da votação, as campanhas interessadas no pleito planejam suas ações de acordo com uma ferramenta muito importante: pesquisa eleitoral. Mas, afinal, o que são as pesquisas ?
Primeiro precisamos entender que pesquisa é tendência, ou seja, não necessariamente prevê o resultado, mas como o eleitorado está vendo a campanha e a intenção de como ele pretende votar. Os levantamentos realizados pelos institutos servem para mostrar como o candidato (a) está sendo avaliado até aquele momento da campanha.
A pesquisa é como uma foto, registra o momento e, justamente por isso, pode sofrer alterações com o passar dos dias de campanha. Portanto, pesquisa é eleitoral não serve para prever o resultado de uma eleição. Afinal, como uma foto, no momento seguinte o cenário pode ser completamente diferente.
Como funciona ?
Todas as pesquisas sérias precisam ser registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). No TSE também ficam os dados de cada pesquisa, como quem contratou o levantamento, quantas pessoas foram entrevistadas, quais as formas de entrevista, em quais cidades/estados, durante quais dias foi realizada e demais informações do gênero.
Para um levantamento ser considerado é preciso que ele reproduza a composição e a distribuição do eleitorado. As pesquisas são amostras do eleitorado, e levam em consideração os números do censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre a sociedade. Por exemplo: de acordo com o censo oficial, a população brasileira é composta por 53% de mulheres e 47% de homens, o levantamento deve obedecer essa distribuição, ou seja, entrevista mulheres e homens obedecendo essa proporção 53% a 47%.
Seguindo essa mesma lógica, as pesquisas entrevistam mais eleitores no sudeste do que em outras regiões, porque é nesta região que está concentrada a maior parte do eleitorado. Esses números do censo são usados para definir proporção de jovens, adultos, idosos, brancos, negros e etc.
Confiança e erro
Podemos confiar ? A resposta é sim, sempre destacando que as pesquisas divulgam as margens de erro. Por apontar tendência, como já explicamos, a pesquisa é como um exame de sangue que fazemos. Uma pequena amostra serve para um primeiro diagnóstico. O resultado final é no dia da eleição, com a apuração dos votos.
As pesquisas podem errar, já que diversos fatores podem mudar a intenção de voto do eleitorado. Um escândalo envolvendo um candidato ou partido, uma onda de notícias falsas direcionadas a uma campanha, uma fala de um candidato durante algum evento eleitoral, ou até mesmo uma catástrofe natural, tudo isso pode afetar e mudar o voto.
Para sintetizar: Pesquisa indica tendência de uma campanha, mas não prevê resultado. E pode errar, já que eventos inesperados podem fazer o eleitor migrar seu voto no dia da eleição.
Último debate
A TV Globo realiza nesta quinta-feira (29) o último debate entre os candidatos à presidência neste 1º turno. O debate acontece a quatro dias da votação e vai reunir todos os candidatos com representação no Congresso Nacional. Confirmaram presença no debate Ciro Gomes (PDT), Felipe D’Ávila (NOVO), Jair Bolsonaro (PL), Lula (PT), Simone Tebet (MDB), Soraya Thronicke (União Brasil) e Padre Kelmon (PTB).
Mas, o que esperar do último enfrentamento entre os candidatos ? Em tópicos, a nossa equipe destaca para você os pontos que devemos observar:
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Lula aparece liderando as pesquisas e deve ser o alvo dos demais candidatos, principalmente quando o assunto for corrupção. É preciso analisar como ele vai reagir e responder a essas perguntas
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Jair Bolsonaro chega ao debate com uma missão clara que é rivalizar com Lula e impedir que o ex-presidente liquide a fatura da eleição já neste primeiro turno, como as pesquisas indicam. Resta saber qual será o tom utilizado pelo presidente, na tradicional live presidencial nesta quinta-feira (29), Bolsonaro pareceu bastante irritado
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Ciro Gomes e Simone Tebet, 3º e 4º colocados nas pesquisas, chegam ao debate para conter a campanha de voto útil utilizada pelo PT nos últimos dias. Ciro tem atacado Lula de forma contundente, e tenta evitar a migração de seu eleitorado para o petista. Já Tebet se saiu bem nos debates, mas o desempenho não refletiu nas intenções de voto
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Felipe D’Ávila e Soraya Thronicke aparecem no final do pelotão e chegam para uma última cartada. Em especial, a candidata do União Brasil costuma agitar as redes sociais com muitos memes ao longo do debate. Também tem momentos de dobradinha com Simone Tebet, principalmente para rebater Jair Bolsonaro
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Por fim, Kelmon deve seguir o que fez no último debate, e ser linha auxiliar para o presidente Bolsonaro. Será interessante observar se Bolsonaro e Kelmon vão reeditar a dobradinha que fizeram no último debate, no SBT, quando o presidente perguntou a Kelmon nas duas oportunidades em que escolhia a quem perguntaria
A nova rodada da pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira (29) mostra que o ex-presidente Lula (PT) segue com a chance de vencer as eleições no 1° turno. O petista aparece com 50% dos votos válidos, ante 36% do atual presidente Jair Bolsonaro (PL). Uma diferença de 14%.
O candidato de PT e o atual presidente da república mantiveram os mesmos patamares, dentro da margem de erro, da pesquisa divulgada em 22 de setembro. Essa notícia é ruim para Bolsonaro que vê Lula com chance real de vencê-lo já neste domingo. Dentro da margem de erro, segundo a pesquisa, o ex-presidente pode ter entre 48% e 52% dos votos válidos.
- Lula (PT): 50% (50% na pesquisa anterior, em 22 de setembro)
- Jair Bolsonaro (PL): 36% (35% na pesquisa anterior)
- Ciro Gomes (PDT): 6% (7% na pesquisa anterior)
- Simone Tebet (MDB): 5% (5% na pesquisa anterior)
2º TURNO
O Datafolha também mostrou o cenário de um possível 2° turno. Luiz Inácio Lula da Silva segue na dianteira com 54% das intenções de votos contra 39% de Jair Bolsonaro. Em relação à pesquisa anterior, Lula manteve o mesmo patamar, enquanto Jair Bolsonaro oscilou um ponto para cima. A diferença entre os dois candidatos é de 15 pontos percentuais
- Lula (PT): 54% (54% na pesquisa anterior, de 22 de setembro)
- Bolsonaro (PL): 39% (38% na pesquisa anterior)
TERCEIRA VIA
Disputando um campeonato a parte, Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) se digladiam pela terceira posição. O candidato do PDT vê a sua candidatura se desintegrar ao passar do tempo e já enxerga Tebet na sua dianteira. O ex-ministro, que chegou a ter 10% dos votos válidos, agora amargura 6% após críticas contundentes contra Lula e se vê presa fácil pelo voto útil para o petista. Ciro até tentou ganhar sobrevida com uma "Manifestação à Nação" na última segunda-feira, mas viu sua estratégia virar chacota nas redes sociais.
Já Simone Tebet está cada vez mais próxima de alcançar o objetivo de seu partido - que é ultrapassar Ciro Gomes. A Senadora vem em uma subida tímida, mas suficiente para ultrapassar o candidato do PDT na reta final - tinha 2% em meados de agosto e agora tem 5%. Passar para o terceiro lugar seria um fato histórico para o MDB, pois nunca esteve nesta posição em uma disputa presidencial.
A pesquisa ouviu 6.800 pessoas em 332 municípios entre os dias 20 e 22 de setembro. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. O levantamento foi registrado no TSE sob o número BR-09479/2022.
Por João Victor, Malu Araújo
O debate entre os candidatos ao governo de São Paulo ocorreu nesta terça-feira (27), na Rede Globo. A projeção dos cabos eleitorais da campanha de Fernando Haddad (PT) e Tarcísio de Freitas (Republicanos) os acompanhou durante todo o tira-teima. Tarcísio e Haddad fizeram dobradinha em seus ataques, enquanto Rodrigo Garcia ficou mais isolado no debate.
O primeiro bloco de perguntas ficou definido por temas livres, no qual os candidatos poderiam explorar os planos de governos e as campanhas de seus adversários.
O republicano Tarcísio de Freitas foi o primeiro a dar uma investida em Haddad, perguntando quais as propostas "imediatas" do petista para a geração de empregos para os eleitores paulistanos. Durante réplica, Haddad aproveitou para questionar Freitas sobre a "obstinação" do candidato em defender o Governo Federal, perguntando se ele levaria o mesmo protagonismo ao seu governo.
Em resposta, Tarcísio afirmou que o governo do mandatário Jair Bolsonaro (PL) "entregou resultados", mesmo com os fatores internos e externos do país.
Já no segundo bloco no qual os temas eram definidos, o tucano Rodrigo Garcia questionou o republicano sobre as obras inacabadas durante seu cargo como Ministro da Infraestrutura, alegando, inclusive, sobre suas obras serem todas de papel.
Garcia também chega a enumerar a quantidade de concessões e melhorias feitas por Tarcísio para o Rio de Janeiro, um dos exemplos dados foi “quando ele fez a concessão da Dutra preferiu dar desconto maior lá no Rio de Janeiro, no pedágio, deixando que os estudantes de Guarulhos paguem essa conta”, enfatiza o tucano.
Em réplica, o republicano comentou sobre feitos do seu período como ministro de Bolsonaro, onde segundo ele, acabou com diversas obras do PAC que estavam inacabadas, incluindo a transposição do Rio São Francisco. Além disso, o candidato citou investimentos na malha ferroviária do estado de São Paulo e prometeu maiores investimentos no setor - como o trem Intercidades.
No bloco seguinte, o candidato Elvis Cezar do PDT perguntou sobre impostos no estado de São Paulo para Tarcísio, após inicialmente ter ironizado Tarcísio não saber onde votaria. O pedetista também reclamou da postura de Tarcísio enquanto ministro, o qual acusou de deixar São Paulo por último.
Na resposta, Tarcísio deu uma resposta vaga sobre a questão de impostos e declarou que não pode fazer muito por São Paulo no que tange às estradas pelo fato da maior parte das rodovias já serem concedidas a empresas privadas. E após isso, novamente citou o modal ferroviário.
Na tréplica, o petista enfatizou novamente que as obras de Tarcísio não saíram do papel e que o povo não as vê. Além disso, relembrou que o candidato esteve junto de deputados que ofenderam o papa, envolvidos em agressão a mulher e corruptos. Em seguida, Tarcísio voltou a dizer que seu mandato terá gestão técnica e eles não farão parte.
Após isso, Tarcísio voltou ao assunto sobre impostos, mas desta vez perguntando a Rodrigo Garcia. O tucano foi criticado pelo republicano pela modesta política de transferência de renda.
Todavia, não apresentou também uma grande solução para o problema e voltou a apenas repetir os feitos como ministro de Bolsonaro.
Em suas considerações finais, Tarcísio agradeceu a sua família e aliados políticos e focou o seu discurso no desenvolvimento econômico de São Paulo, o qual prometeu alcançar com as suas obras.
A última pesquisa da TV Globo/IPEC sobre a disputa entre os candidatos, divulgada nesta terça-feira (27), mostra a liderança de Fernando Haddad (PT) com 34% de intenção de votos, sendo seguido por Tarcísio de Freitas (Republicanos) com 24% e por Rodrigo Garcia, com 19%.
Influencers bolsonaristas compõem núcleos de disseminação da Fake News e têm alcance considerável nas redes sociais. Alguns desses apresentam um crescimento significativo em perfis, como é o caso de Cristina Graeml da Jovem Pan, que, em duas semanas, ganhou 60 mil seguidores no Instagram.
Diariamente nos grupos de telegram bolsonaristas apurados pela AGEMT, são enviadas listas com canais, veículos de imprensa e influenciadores digitais de direita conservadora que pautam seus vídeos e produções na ameaça esquerdista no Brasil, e, ultimamente, na perseguição de conservadores no período eleitoral, além da “parcialidade” da imprensa na cobertura das eleições da Itália.
Sobre as eleições da Itália (nas quais a previsão de vitória é do partido ultra conservador “Irmãos da Itália” representado por Giorgia Meloni), os comentários desses grupos afirmam que a abordagem da mídia brasileira representa um “terrorismo midiático comunista”, “Imprensa falida vermelha”, além de apoiarem a candidatura: “felizes estão os italianos”.
Dentro das listas de influenciadores enviadas diariamente nos grupos, estão listados sempre os mesmos 76 nomes como indicação de fontes de informação. Dentro deles estão figuras como Alexandre Garcia (ex-porta voz do General João Batista Figueiredo e atual comentarista da Jovem Pan), Augusto Nunes, Caio Coppolla e Daniel Lopez, que, sozinhos, somam 4,7 milhões de seguidores no Instagram e 476 milhões de visualizações no Youtube, aproximadamente.
Sobre as manifestações do 7 de Setembro, Alexandre Garcia afirma que foram “pacíficas, ordeiras e, sobretudo, democráticas”.
Quanto ao cenário atual da imprensa no Brasil, Augusto Nunes comenta que “a Jovem Pan é o único veículo que apresenta comentaristas com opiniões divergentes” reforça que “a Folha é um coro desonesto contra o governo'' e que a Revista Piauí “ não tem importância, é um brinquedinho dele [João Moreira Salles]”. As três afirmações de teor falacioso reforçam o esforço destes grupos em desmobilizar a credibilidade de veículos de imprensa.
Comentários com teor de ameaça ao Quarto Poder foram encontrados em diversos grupos apurados pela AGEMT. Dentre umas das formas que os jornalistas são apelidados dentro desses grupos está o termo, derivado de trocadilho, “Jornazistas”.
A AGEMT fez uma apuração de dois desses canais que disseminam fake news e fazem ameaças à imprensa brasileira.
“Boletim Coppolla” - quadro de Caio Coppolla na Jovem Pan (JP), comentarista político, o qual refere-se às eleições, economia e justiça. Retrata como o Datafolha induz o eleitorado a antecipar as suas escolhas.
Segundo Caio, os institutos de pesquisas favorecem os números petistas. Nos seus vídeos, ao invés de se referir ao ex-presidente como Luiz Inácio, optou por classificá-lo como ex-condenado por corrupção: “Lula, um mentiroso confesso” - denuncia o influenciador.
Coppolla insiste na narrativa a qual diz o como a inocência do candidato do Partido dos Trabalhadores (PT) é uma farsa: “Essa ladainha inverídica é um mantra da propaganda petista” - martiriza o comentarista da JP. No seu canal do Youtube, nomeou como seu vídeo mais importante o que convoca os seus seguidores a aderirem às manifestações do 7 de Setembro.
Nessa mesma plataforma digital, o seu conteúdo ataca a o petismo, repudia o Poder Jurídico como o Superior Tribunal Federal (STF), insinua que a imprensa é petista - já que não favorece o candidato do Partido Liberal (PL) - e iguala a figura de Lula com a do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.
Já no seu Twitter, Caio eternizou na sua descrição um abaixo-assinado do impeachment do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) - Alexandre de Moraes. O ministro investiga o inquérito das fake news, preocupando não só o clã da família Bolsonaro, mas também seu eleitorado.
Coppolla divulga o seu conteúdo nos seus tweets como no vídeo o qual alega que Geraldo Alckmin (vice da chapa do candidato Luiz Inácio Lula da Silva) é um “cúmplice” do petista.
Além da JP, Coppolla participou do quadro da CNN Brasil chamado “O grande debate”. A sua participação contou com argumentos questionando a eficácia do isolamento social no período de quarentena, parabeniza não só a operação Lava-Jato e chama o ex-juiz Sergio Moro de icônico.
Seguida pelo presidente Jair Bolsonaro no Twitter, "Bárbara do Te Atualizei" é a mente por trás do canal Te Atualizei - marcado por opiniões contraditórias e disseminação de fake news. Suas redes sociais (dentre elas Instagram, Youtube e Twitter) somam 2 milhões de seguidores. Além de sua presença nas redes, já foi à Jovem Pan conversar com o comentarista Caio Coppolla no quadro “Conversa de Boletim”.
O seu conteúdo é voltado para elogios da conduta presidencial de Bolsonaro, como fez quando aclamou o discurso do presidente na Organização das Nações Unidas (ONU). Tipicamente, usufrui do antipetismo. Bárbara descreve o ex-presidente e candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como “multi condenado, depois descondenado mas nunca inocentado”. Abordou o conceito de “Globo Lixo” devido ao jornalista, William Bonner, ser “coleguinha” do ex-presidente.
No Twitter, a criadora do Te Atualizei alega que Jair não é homofóbico, defende o quanto ele ajudou na deflação econômica e afirma o abuso de poder do presidente Alexandre de Moraes. O ministro, a quem condena de abusar de seu poder, cortou a monetização do seu canal pelo inquérito das fake news.
Bárabra mantém a narrativa de “Lula ladrão, seu lugar é na prisão”. Ironicamente, chama o petista de “nine” - por ter nove dedos. Referência já dita pelo seu candidato à presidência: o capitão do povo - Jair Messias Bolsonaro.
(Fotos: Fernanda Querne e Gabriela Figueiredo)
“Não cutuque onça com a sua vara curta”. O segundo debate presidencial para as eleições de 2022, aconteceu neste sábado (24) em um pool promovido pela SBT, CNN, Estadão/Rádio Eldorado, Veja, Rádio Nova Brasil e Terra. O evento foi marcado por farpas direcionadas aos históricos dos candidatos e críticas à ausência do ex-presidente Lula (PT), que também impactou na audiência - o debate ficou em segundo lugar nos programas mais vistos.
A audiência média do debate foi de 5 pontos, número abaixo dos esperados 7 pontos. Durante os discursos, a Globo obteve 17,6 e a Record 5,6. Portanto, as falas não tiveram tanto impacto na escolha do eleitorado.
Os candidatos presentes foram Jair Bolsonaro (PL), Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB), Soraya Thronicke (União Brasil), Felipe D’Ávila (Novo) e Padre Kelmon (PTB) e um dos assuntos mais abordados foi corrupção.
Atacar o primeiro lugar é quase uma estratégia para se colocar nele. Sendo a primeira candidata a comentar a ausência de Lula, Soraya Thronicke compara o debate a uma entrevista de emprego e questiona se os eleitores contratariam um candidato faltante. A advogada completa afirmando que o ex-presidente "não merece o seu voto de maneira nenhuma".
Ciro Gomes também coloca a falta do ex-presidente enfatizando o salto do oponente nas pesquisas, “não veio, por estar com salto alto ou achar que já ganhou” e afirma que o candidato não tem como explicar suas promessas. Se referindo ao público, aponta que Lula não cumpriu os dois mandatos, nem a denúncia de corrupção - Lava Jato, da qual foi preso, sendo uma tática da dita terceira via para enfraquecer a soberania do petista.
Simone Tebet também adota o discurso e justifica a ausência do candidato por falta de coragem de colocar suas propostas. Jair Bolsonaro volta a atacar o petista o chamando de "presidiário" e Felipe D’Ávila responsabiliza o STF pela soltura e candidatura do adversário o colocando como "criminoso'' e diz que pretende “enquadrar o Supremo”.
O candidato Lula justifica sua ausência, em ato do Rio de Janeiro, neste domingo (25), afirmando que os outros cinco concorrentes apenas objetivam o atacar por estar em primeiro nas pesquisas e que já tinha marcado, anteriormente ao debate, dois compromissos de campanha. O petista ainda diz que pretende comparecer à sabatina na Globo e que deve aproveitar o espaço da televisão para conversar com os eleitores.
Abençoai Bolsonaro, padre
Foto: Fernanda Querne
O Padre Kelmon desviou todas as pedras em direção à cruz do Messias. Substituto de Roberto Jefferson, o religioso intrigou os eleitores com a sua figura pitoresca. Ele também provocou os candidatos com pautas polêmicas - como a legalização do aborto, enalteceu o atual presidente da República e demonizou, literalmente, o mandato do petista “vermelho como o próprio diabo”.
Ora imbrochável, ora vara curta, Bolsonaro não só subestima as candidatas, mas as ataca com o seu discurso mentiroso delas não terem votado contra o orçamento secreto. O candidato do PL usa o patriarcalismo a seu favor. Portanto, prefere retrucar o que ele denomina de “elo mais fraco”. Entretanto, Tebet e Soraya demonstraram resiliência no combate.
O ataque da onça
Foto: Fernanda Querne
A política do União Brasil relatou o como mantém as informações públicas. Ao contrário do atual presidente, o qual impôs cem anos de sigilo em diversos assuntos. Soraya afirmou que o atual presidente “estelionatário é quem usa dinheiro vivo” - relembrando o caso dos imóveis comprados pela família Bolsonaro.
Em entrevista exclusiva à AGEMT, Soraya explicou a razão de Jair se sentir tão confortável ao atacar mulheres como ela e Tebet: “Ele precisa procurar tratamento psiquiátrico, e se tratar”. Não abordou a questão do machismo, congruentemente. Pois, já se declarou como uma “não feminista”.
Também abordou como não prometeria pessoas negras como ministros, mas sim baseados na competência. Incerta da sua resposta, explicou como a raça não deve ser um fator de decisão para o governo. Logo, decidirá pelas habilidades técnicas. Consequentemente, a inclusão não será o seu foco.
A estratégia de demonstrar como Jair apoia as mulheres, está cada vez mais falha. Pois a cada aparição pública, expõe a sua apatia em relação ao eleitorado feminino - maioria dessa eleição. Nos debates, a figura da primeira-dama não o pôde salvar do seu discurso truculento. Michele Bolsonaro suaviza o Bolsomito de 2018, retrata o seu marido como o “capitão do povo” - salvação do nosso Brasil. Porém, qual seria a razão de sermos salvos de um governo em que já estamos?
Confissões de professora
Já o maior destaque da noite foi a política do MDB, Simone Tebet. Desviando das falas do padre Kemel à favor do aborto, a senadora afirmou que não se confessaria com o religioso. O político do PTB a indagou de ser uma “verdadeira feminista” e cristã ao mesmo tempo, pois, na lógica de Kemel, quem defende a paridade entre os gêneros não deve ser devota à Jesus Cristo. Porém, Tebet não se submeteu a esse jogo de poder e logo se desculpou para a sua igreja por ter um cristão como o padre do PTB.
Em entrevista exclusiva com a AGEMT, Simone abordou temas como a paridade entre os ministros homens e mulheres. Confirmou que pretende incluir essa igualdade. Entretanto, ao ser questionada sobre a paridade entre negros e brancos, afirmou que não poderia prometer isso. Em contrapartida, comprometeu-se a promover diversidade no seu mandato - ao contrário da sua antiga aluna, Soraya. Auto declarada defensora dos direitos de todas as mulheres, Tebet tenta se desvirtuar do feminismo liberal o qual exclui mulheres negras e/ou pobres.
O NOVO das privatizações
Foto: Fernanda Querne
Durante o debate, Felipe D'Ávila quase desapareceu com seu discurso contínuo a favor do corporativismo e privatização como solução. O momento em que melhor se destaca é no questionamento relacionado a política de controle de armas, em que se coloca como liberal e diz considerar um direito do cidadão ter a posse e porte de armamentos. Ainda, afirma que não é fácil portar no Brasil e defende o banco de dados com histórico do cidadão a fim de "não banalizar este direito".
Em resumo…
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O desespero de Bolsonaro para alcançar o segundo turno é evidente. Até aclamou para ajuda divina, mas padre não faz milagre. Logo, optou por atacar as candidatas. Pior estratégia possível, pois as acusações de Tebet e Soraya o intimidaram.
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A senadora do MDB merece destaque pela sua segurança e firmeza no seu discurso feminista, contra as fake news do Bolsonaro e questionando a ausência petista.
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Já o Ciro Gomes, tentou abrir os olhos dos seus “irmãos e irmãs” devido ao maior obstáculo da terceira via - a polarização.
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O político do PDT insinuou sobre o fascismo de Bolsonaro e um petista o qual lhe falta coragem para pautar as suas ideias em um debate.
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Lula mesmo não presente, foi um dos assuntos mais comentados pelos candidatos.
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Já Felipe D’Ávila passou despercebido com o seu discurso robótico sobre privatizações e corporativismo.