Professora de Ciências Sociais aponta a polarização intensificada como motivo da última eleição brasileira ter sido a mais acirrada da história
por
Pedro Rossetti
Gabriel Ferro
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18/09/2023 - 12h

As eleições no Brasil são, muitas vezes, um espetáculo de intensidade política e competição acirrada. Em 2022, a disputa entre Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Messias Bolsonaro pela Presidência da República se tornou a mais parelha e toda história democrática brasileira, com menos de dois pontos percentuais de votos, onde o candidato do PT foi eleito com 50,90% contra 49,10% do então presidente, com 99,96% das urnas apuradas em todo o país.

Desde a redemocratização em 1988, apenas 6 eleições haviam chegado ao segundo turno, sendo a primeira de 1989 e as últimas cinco que vão de 2002 até 2018. Analisando a diferença entre os percentuais dos candidatos é possível ver que não há muita discrepância entre eles, porém, cada vez mais, o país passou a se dividir e formar disputas muito acirradas pelo cargo de poder mais alto do país.

Lula e Bolsonaro em debate durante as eleições de 2022. Foto: Mauro Pimentel/AFP

Lula e Bolsonaro em debate durante as eleições de 2022. Foto: Mauro Pimentel/AFP

Para entendermos como o Brasil passou a separar se em partidos políticos, Rose Segurado, Professora de Ciências Sociais da PUC-SP, compartilhou em entrevista com a Agemt, alguns insights valiosos sobre os fatores que alimentam essa disputa eleitoral apaixonante, destacando o peso do poder econômico, a influência das elites políticas e os desafios inerentes a um sistema político diversificado.

Conforme Segurado afirma, “A influência das eleições depende do contexto e da conjuntura política do momento, variando ao longo do período eleitoral. No entanto, um fator crucial que sempre se destaca é o poder econômico. Os interesses do capital e das elites políticas estão constantemente presentes e influenciam os resultados à medida que financiam e investem em candidatos alinhados com seus projetos políticos.”. É inegável que o poder econômico desempenha um papel significativo nas eleições, conferindo vantagens consideráveis a candidatos apoiados financeiramente pelas elites. Esta influência não apenas molda a agenda política, mas também exerce impacto nas escolhas dos eleitores.

Outro ponto de destaque feito pela especialista é a complexa paisagem partidária do Brasil: “Atualmente, contamos com uma miríade de partidos políticos, chegando a cerca de 35. Muitos destes partidos têm abordagens fisiológicas, priorizando a manutenção de determinados grupos no poder ou servindo como apoio, especialmente os chamados ‘partidos nanicos’,” A fragmentação do sistema político brasileiro pode tornar a escolha dos eleitores uma tarefa desafiadora, já que muitos partidos têm agendas pouco claras e frequentemente buscam alianças com as principais forças políticas em busca de poder e recursos. O resultado é uma falta de clareza sobre as opções disponíveis.

A professora enfatiza que embora haja evoluções ao longo do tempo, as raízes dos desafios eleitorais persistem. Ela destaca, com urgência, a necessidade de uma reforma política abrangente no Brasil para abordar essas questões estruturais, porém existe um empecilho: “Claro que nós temos mudanças ao longo do tempo, mas não muda substancialmente, a raiz das questões continua as mesmas. É muito difícil fazer uma reforma política radical, porque quem vota por essa reforma são os próprios parlamentares, então, evidentemente, como eles querem a perpetuação de um dado jogo político, eles não têm interesses em mudanças que sejam mais substanciais.”

            Por fim, uma questão que tem sido pauta em diversas áreas na atualidade é o avanço tecnológico e principalmente, as redes sociais. Não é apenas no Brasil que as eleições passaram a ter uma divisão muito grande de opinião popular, Estados Unidos, Angola e Israel, por exemplo, tiveram suas últimas eleições marcadas pelos detalhes nos números de votos, que se tornaram as mais acirradas de suas histórias democráticas.

Rose buscou destacar essa influência da internet na última eleição, especialmente destacando a propagação de Fake News, “Pela influência das redes sociais, as campanhas se tornam mais pulverizadas e com usos tecnológicos, algorítmicos e muito dinheiro, financiam algumas candidaturas ou distribuem fake news e desinformação pelas redes para afetar adversários políticos dessa tal candidatura. Isso vem contaminando muito o processo eleitoral, sobretudo nos últimos anos e as pessoas acabam escolhendo muitas vezes um candidato ou partido com base em um conjunto de mentiras e informações que não tem base nos fatos, então, esse é um problema muito grande para a democracia representativa na atualidade”. Além disso, completa com a questão da falsa sensação de ligação entre o candidato e seus eleitores, “A gente pensa que as redes podem garantir uma comunicação direta com o candidato, e essa é uma sensação falsa obviamente, candidatos têm uma equipe para promover essa interação e fazer com que o eleitor sinta que o candidato está falando diretamente com ele, sem nenhum tipo de mediação”.

Em resumo, as eleições no Brasil são constantemente disputadas devido a uma série de fatores complexos. A influência do poder econômico, a fragmentação do sistema político, a necessidade de reforma política e a crescente influência das redes sociais e da tecnologia são elementos que contribuem para a intensidade desse processo democrático. A compreensão desses desafios é essencial para fortalecer a democracia e buscar soluções que promovam eleições mais transparentes e representativas.

 

Esta reportagem foi produzida como atividade extensionista do curso de Jornalismo da PUC-SP.

 

Em seu próximo governo, "centrão" será peça fundamental
por
Antônio Bandeira de Melo
Gustavo Manfio
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18/11/2022 - 12h

No dia 30 de outubro de 2022, Luiz Inácio Lula da Silva, Partido dos Trabalhadores (PT), foi, pela terceira vez, eleito presidente do Brasil. Com 50,9% dos votos válidos, Lula derrotou Jair Bolsonaro, Partido Liberal (PL), no 2° turno mais apertado da história. Pouco mais de 2,1 milhões de votos separaram os dois candidatos. Lula já havia ocupado o cargo duas vezes, sendo a autoridade máxima do Poder Executivo entre 2003 e 2011. Mas, este seu terceiro mandato tem uma grande diferença para os anteriores: a base de apoio ao presidente parece enfraquecida. Nos últimos anos, com a polaridade da política brasileira o antipetismo se fez forte, o que levou ao crescimento da extrema direita no Brasil. Dessa vez Lula enfrentará maiores desafios para sua governabilidade.

Oswaldo Amaral, cientista político e professor da UNICAMP, explica que a pouca diferença entre os candidatos ocorreu por dois fatores. O primeiro é uma corrida eleitoral injusta. “Muitas das regras eleitorais foram violadas ou burladas, especialmente no que se toca a gastos. Foram mais de 50 bilhões de reais gastos em poucos meses, com clara finalidade eleitoral. Então isso fez com que, mesmo com a mal avaliação do governo Bolsonaro na maior parte do tempo, as eleições fossem equilibradas. A quantidade de recursos despejadas na economia fez o atual presidente ser mais competitivo.” O segundo era o antipetismo, e o fato de serem dois concorrentes com grande rejeição.

O Congresso Nacional é órgão constitucional que exerce as funções do poder legislativo. Ele é bicameral, então, é composto por duas casas: o Senado Federal, câmara alta, e a Câmara dos Deputados, câmara baixa. O Senado é integrado por 81 senadores que representam as 27 unidades federativas. Os mandatos são de 8 anos, então a cada 4 anos se renova um ou dois terços do Senado. Para exemplificar: em 2022, foram 27 senadores eleitos, um de cada unidade federativa, ou seja, um terço do Senado foi renovado. Nas próximas eleições serão dois terços. Ao todo, cada estado é representado por 3 senadores. Para 2023, os partidos políticos com mais eleitos são: PL (13), União (12), PSD (11), MDB (10) e PT (9).

Já na Câmara dos Deputados são 513 deputados federais que representam o povo. O número de deputados federais eleitos por estado leva em consideração o tamanho de sua população. Desse modo, o limite máximo por unidade federativa é de 70 deputados, caso de São Paulo, e o mínimo é 8, caso do Acre. Seus mandatos são de 4 anos, e em cada eleição se renova toda a Câmara Baixa. Se somarmos os partidos considerados de esquerda, que tendem a apoiar Lula, são 126 eleitos, sendo 68 do PT. Em contrapartida, o partido com maior número de representantes é o PL, de seu opositor, e atual presidente, Jair Bolsonaro, com 99 representantes. União Brasil (59), PP (47), PSD (42), MDB (42) e Republicanos (41) são os outros partidos com mais representantes. Os números mostram uma governabilidade difícil para o futuro chefe de poder.

Amaral cita algumas diferenças entre o futuro mandato de Luís Inácio e seu primeiro, em 2002. “A presidência da República está mais enfraquecida na sua relação com o Parlamento. Então, antes, o presidente tinha o poder de agenda maior, o que facilitava para ele a construção das coalisões para governar. Agora, com as mudanças que aconteceram durante o governo Bolsonaro, mudanças no regimento interno da Câmara, com alterações na forma de distribuição das emendas dos parlamentares, isso deu mais poder para o presidente da casa e os parlamentares. A construção das alianças e da coalisão pós-eleitoral, que torna possível a administração do governo fica mais difícil do que quando Lula assumiu pela primeira vez.”

Andréa Freitas, cientista política e professora da UNICAMP, aponta que os atores políticos mudaram significativamente do seu primeiro mandato para agora.  “Mudaram os partidos com as maiores bancadas, na época em que foi presidente pela primeira vez, as maiores bancadas eram do PT, PSDB, PFL e PMDB. E, agora vemos o surgimento de dois atores muito fortes o PL, mais a direita, e o União Brasil, antigo PFL, repaginado em uma fusão com o PSL. Tem também o PSD, do Kassab. Do ponto de vista dos partidos políticos a variável constante é o PT, à esquerda. Embora, o União Brasil venha do antigo PFL ele passou por muitas mudanças ao longo do tempo. Não dá para dizer que é a mesma coisa de 2003.”

Ela também explica que o Congresso não é muito diferente do qual o Lula governou pela primeira vez, quando se divide entre esquerda, direita e centro. “O PT tinha grande bancada, mas os partidos de esquerda não. Vale lembrar que em seu primeiro governo, o PSOL se separa do PT, então mesmo na esquerda tinha uma oposição. De forma geral, a divisão da casa se mantém, um quarto a direita, um quarto a esquerda e dois quartos para o centro.” A professora analisa que “a direita, o PL, e talvez outros pouco pequenos partidos fiquem a oposição. O resto dos partidos de centro, nessa ideia que se convencionou de ‘centrão’, já tem declarado apoio ao Lula e a intenção de fazer parte da coalisão. No primeiro governo ele tinha oposição muito forte no PSDB e no PFL que tinham duas grandes bancadas e faziam a oposição de forma sistemática. Hoje, o União Brasil, novo PFL, com as mudanças das características, já declarou a intensão de formar coalisão com o governo. E, o PSDB declarou que pode votar favoravelmente as medidas de Lula se isso se alinhar com as preferências do partido. Então existe uma coalisão pré-montada em termos de intenções, que, claro, vai depender das negociações da composição dos gabinetes dos ministérios. Como o Lula vai distribuir os ministérios entre esses partidos vai decidir se eles vão ‘jogar juntos’ ao longo do governo.”

Em termos de formação da coalisão Freitas explica que Lula deve negociar com o mesmo número de partidos. “Além dos partidos de esquerda e da federação que ele faz parte, alguma coisa entre 7 ou 8 partidos para formar a coalisão de governo”.

Diante do cenário conturbado e da grande polarização política, Lula deu início às estratégias muito antes de seu mandato começar. Participando das eleições desde 1989 e de volta à concorrência presidencial, o candidato do PT formou a maior coligação de sua carreira política e das eleições de 2022. A aliança juntou 9 partidos políticos: PT, PV, PCdoB, PSOL, REDE, Solidariedade, Avante, Agir e PSB, partido do vice Geraldo Alckimin, o adversário principal de Lula na eleição de 2006. Além disso, para o 2º turno teve o apoio oficial dos dois principais concorrentes que ficaram pelo caminho, Simone Tebet (MDB), terceiro lugar em votos, que participou de sua campanha, e Ciro Gomes (PDT), quarto lugar em votos, que acompanhou a decisão do seu partido.

Nas eleições do segundo turno, as 27 unidades federativas se dividiram em 13 vitorias para o candidato do PT, e 14 para Bolsonaro, mesmo Lula tendo ganhado em votos absolutos, sendo que o único local onde teve alteração no resultado do primeiro para o segundo turno foi o Amapá, onde na primeira disputa Lula venceu, mas na segunda Bolsonaro saiu vencedor. Dentro dos locais onde o eleito presidente ganhou, fica muito claro sua soberania no nordeste, mas também fica a insatisfação do centro-oeste, sul e sudeste, que mostraram a preferência pelo atual presidente. Algo já tradicional, segundo a professora.

Entretanto, para Freitas, o fato de ele não ter ido bem nessas regiões não implica em menos apoio no legislativo federal. Para ela, “a preocupação é com os governadores. Mas, como estados e municípios são muito dependentes do governo federal em recursos financeiros, não deve haver uma oposição muito forte. Não no sentido que eles vão se alinhar, ou defender as propostas encabeçadas pelo presidente, mas no sentido que eles não devem ser uma oposição quando o assunto não implicar em temas caros para os próprios estados. Os governos estaduais não devem implicar na redução nas taxas de sucesso ou na capacidade de governar do Lula, pensando na relação entre executivo e legislativo. A coalisão entre os líderes partidários é mais importante.”

“A luta pelas mudanças climáticas é indissociável da luta contra a pobreza”.
por
Francisco Barreto
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17/11/2022 - 12h

 

futuro presidente discursando
Lula faz pronunciamento na COP 27 (imagem reprodução)

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silvia, nesta quarta-feira, (16) discursou na 27.ª conferência do clima da Organização das Nações Unidas (COP 27) em Sharm El Sheikh, Egito. As declarações do próximo líder brasileiro expressaram as intenções do futuro governo: em relação às mudanças climáticas; ao modelo de produção agropecuário do país; e ao desejo de mudança das posições diplomáticas brasileiras.

A conferência ocorrida na parte da tarde com Lula foi marcada por um enorme entusiasmo das alas favoráveis ao político, como por boa parcela dos estrangeiros aqui presentes e pela imprensa. Entrar na conferência foi um esforço homérico visto a enorme multidão que se aglomerava na entrada do pavilhão. O clima esquentou quando a maioria do público, não jornalista foi barrado de entrar. A organização precária dos dirigentes da conferência decidira realizar o evento em um salão pequeno com apenas uma entrada; desta maneira, jornalistas e curiosos disputaram palmo a palmo o estreito acesso ao salão.

Lula abriu seu discurso com agradecimentos ao convite do governo egípcio e, em seguida prometeu o retorno da participação efetiva do Brasil aos assuntos de preservação ecológica e controle climático. Teceu críticas a guerra na Ucrânia e afirmou que a fortuna investida no conflito seria melhor empregada a favor do combate ao aquecimento global.

tumulto entre a imprensa e curiosos na entrada do pavilhão onde Lula discursou
Insatisfação generalizada entre o publico impedido de entrar no saguão onde o pronunciamento ocorria (imagem autoral)

O ex-presidente salientou a situação alarmante de fome no mundo e pressionou os líderes presentes de países desenvolvidos a cumprirem suas promessas feitas no passado para que as nações menos favorecidas possam enfrentar as consequências das mudanças climáticas provocadas por suas ações.

O político também aproveitou os holofotes para alfinetar o governo atual taxando-os de negacionistas climáticos. E se comprometeu a abandonar a postura diplomática isolacionista adotada pelo o atual chefe de Estado.

“Entre 2004 e 2012 reduzimos a taxa de devastação amazônica em 83%, ao mesmo tempo, o PIB agropecuário cresceu 75%”, reforçando a disposição do estadista em apaziguar os setores do agronegócio.

Em seguida foi prometido reforçar os laços com países latino-americanos e caribenhos através da realização da cúpula dos países membros do Tratado de Integração e Desenvolvimento da América Latina e Caribe (CALC), respeitando a soberania dos membros signatários. Também firmou que irá retomar o compartilhamento de tecnologia e de desenvolvimento com os países africanos aliados e combaterá a fome ao nível nacional e internacional.

“Ninguém está a salvo” disse o ex-presidente, explicitando a seca recorde no território nacional e os ciclones nos EUA. “Segundo projeções da Organização Mundial da Saúde, entre 2030 e 2050 o aquecimento global poderá matar 250 mil pessoas por ano”.

Prosseguindo o discurso, Lula reafirmou a desigualdade climática que existe no planeta: “O 1% mais rico do mundo emite 70 mil toneladas per capita de CO₂ por ano, enquanto os 50% mais pobres emitem cerca de uma tonelada, segundo dados disponibilizados na COP 26.” Continuando no mesmo tema, Luís Inácio alega que: “A luta pelas mudanças climáticas é indissociável da luta contra a pobreza”.

Lula reafirma a importância da Amazônia e se compromete a lutar contra o desmatamento em seu governo: “A população Amazonense e os povos originários possuirão papel chave nesta empreitada”. O político demonstrou seu interesse em reativar o Fundo Amazônia sem abrir mão da soberania nacional. Fez questão de expressar seu desejo de que a COP 30, que ocorrerá em 2025, seja realizada em solo Amazonense.

O líder petista prometeu expandir as matrizes energéticas verdes. Além de afirmar que, em seu governo, pretende ampliar a produção agropecuária sustentável com sequestro de carbono, reafirmando que o setor do agronegócio é um importante aliado estratégico.

Foi endossada a continuidade do Acordo das Florestas entre os governos do Brasil, Indonésia e Congo firmados na primeira semana da COP 27.

Lula criticou, também, o atual funcionamento das Nações Unidas (ONU); e que a enfatizando que a organização reflete, de forma antiquada, o cenário político da Segunda Guerra Mundial, em que poucos Estados possuem relevância. Prosseguindo, redirecionou as críticas ao modo de funcionamento da Cúpula de segurança da ONU, especificamente para a política de veto, exigindo uma participação democrática e igualitária de todos os continentes nas Nações Unidas.

A manifestação foi convocada por grupos de extrema direita nas redes sociais, pede intervenção e nega resultado das urnas
por
Artur dos Santos
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02/11/2022 - 12h

Apoiadores do atual presidente Jair Bolsonaro (PL), que perdeu as eleições no último domingo (30), convocaram manifestações em diversos quartéis militares no país para pedir intervenção militar, intervenção federal e a aplicação do artigo 142 da Constituição Federal nesta quarta-feira (2). Em São Paulo, a maior concentração foi no região do Monumento dos Bandeirantes e do Quartel General do Exército.

Desde segunda-feira (31) mensagens circulavam em grupos do Telegram convocando a presença de apoiadores na frente dos quartéis de todos os estados para que pedissem Intervenção Militar. As manifestações ocorrem em cidades de São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rio de Janeiro, entre outros estados. 

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Foto encaminhada em grupos do Telegram

As manifestações conversam diretamente com os bloqueios a estradas de diferentes estados do país - que nos últimos dias foram dispersados pela Polícia Federal e por torcidas organizadas - que também discordam dos resultados das eleições.

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"Eu, particularmente, peço Intervenção Federal", diz manifestante à AGEMT
Foto: Artur dos Santos

Em entrevista à AGEMT, um manifestante afirmou que “a grande maioria não concorda com o resultado das urnas”. Segundo ele, haveria urnas que apenas computaram 200 votos durante todo o período de votação, além de cidades com 30 mil habitantes que registraram 70 mil votos. Ambas as afirmações foram desmentidas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

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Placa com os dizeres:"Houve fraude nas urnas, queremos o exército art. 142 (sic)"
Foto: Artur dos Santos
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Foto: Artur dos Santos

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Para outro manifestante, esse vestido com roupas camufladas, o Brasil teria chegado em um limite: “chegamos em um limite do Brasil virar um país comunista”. Ainda diz, em meio a estouros de fogos de artifício, que “ninguém aceita um ladrão no poder, então a gente quer todo mundo na cadeia. Todo mundo que tem culpa no cartório que fosse preso”. 

Quanto ao pronunciamento de Jair Bolsonaro feito na terça-feira (1), disse ter sido perfeito: “ele falou o que tinha que falar, quem quiser entender que entendeu. Ele tem as cartas na manga”. Durante a manifestação, a reportagem presenciou uma manifestante perguntando para um policial militar se ele estaria “do nosso lado”; a isso, o policial em questão respondeu que sim. 

 

Presidente diz que manifestações pacíficas são bem vindas e que últimas movimentações são fruto de indignação e sentimento de injustiça
por
Artur dos Santos
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01/11/2022 - 12h

Jair Messias Bolsonaro (PL) realizou nesta terça feira (1) em Brasília seu primeiro pronunciamento após derrota no segundo turno para o candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em seu breve discurso, o atual presidente menciona “manifestações populares” e as associa com “sentimento de indignação e injustiça de como se deu o processo eleitoral”.

Também defendeu que os métodos dessas manifestações, que desde domingo (30) bloqueiam as estradas de 25 estados do país impedindo a circulação de remédios, alimentos e pessoas e questionam os resultados das eleições, “não podem ser os métodos da esquerda”. Segundo Bolsonaro, esses métodos “sempre prejudicaram a população”. O atual presidente também mencionou o surgimento da direita no país com os resultados das eleições para o senado e para a câmara, além de afirmar que nunca foi antidemocrático durante seu mandato. 

 

Quando mais de 90% das urnas estavam apuradas apuradas, o candidato do Republicanos fez uma coletiva de imprensa e afirmou que o seu projeto está sendo bem abraçado pelo eleitorado
por
Artur dos Santos
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06/10/2022 - 12h

Tarcísio de Freitas (Republicanos), candidato a governador de São Paulo e líder no primeiro turno, acompanhou a apuração das urnas na casa de seu chefe de campanha, o ex-vice-governador Guilherme Afif Domingos, na Zona Oeste da capital.

Durante a coletiva de imprensa, Tarcísio agradeceu ao eleitorado paulista; “sempre fomos bem recebidos e vimos um entusiasmo com o projeto” e apontou que as projeções das pesquisas eleitorais foram contestadas e a realidade apresentou uma grande vitória da candidatura do atual presidente. Afirmou também que nunca havia criticado as urnas eletrônicas e que o resultado de Bolsonaro em São Paulo  foi “extraordinário”.

Sobre o segundo turno, a campanha do candidato pelo partido Republicanos pretende atuar com prefeitos e trazer para esses a “garantia de que nenhum projeto vai ser descontinuado”; adicionou que, durante sua atuação no Ministério da Infraestrutura, buscou concluir obras que estavam inacabadas e conclui que “é essa a tranquilidade que queremos passar [para os prefeitos]”.

Quanto à sua candidatura ter superado o PSDB (Partido da Social Democracia do Brasil) dentro de São Paulo, o ex-ministro diz que “a população percebeu um esgotamento, há muito tempo o PSDB está no poder, isso cansa”, além de afirmar que sua campanha traz a novidade e a modernidade a São Paulo.

“A gente percebeu a força do presidente”, diz Tarcísio sobre o cenário no Senado após a conclusão das apurações, o que acabou “desfazendo algumas previsões que eram bem ruins para ele”. No Senado, o Partido Liberal de Bolsonaro elegeu 13 cadeiras, enquanto na Câmara, 99. O Republicanos de Tarcísio elegeu 41 cadeiras na Câmara dos Deputados.

Seu oponente, Fernando Haddad do PT (Partido dos Trabalhadores), analisou que a situação do voto útil é uma migração já concluída durante este primeiro turno e que não ocorrerá no segundo. O líder na corrida pelo Palácio dos Bandeirantes, entre risos de seus apoiadores, afirmou que “cada um acredita no que quer, eu acho que não é assim que vai funcionar”.

 

Atual governador de São Paulo almeja o enfraquecimento do PT no Sudeste
por
Lucas Santoro Galvani
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05/10/2022 - 12h

 

Após ser derrotado na disputa para governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB) manifestou, nesta terça-feira (04), apoio ao seu ex-adversário Tarcísio de Freitas (Republicanos) e ao candidato à presidência Jair Bolsonaro (PL). Ambos enfrentarão candidatos do PT em seus respectivos segundos turnos.

Desde 1994, o PSDB não era derrotado em uma eleição para o executivo do estado de São Paulo, o que fez com que fosse uma campanha muito marcante para o partido. Inclusive pelo fato de Rodrigo ter recebido apenas 18,4% dos votos computados, deixando-o na terceira colocação.

 “Eu, como candidato a governador pelo partido e como governador de São Paulo, declaro meu apoio incondicional ao presidente Bolsonaro e ao Tarcísio”, afirmou o ex-vice de João Dória, acompanhado de ambos os candidatos em encontro na capital paulista.

“Esse apoio do Rodrigo é muito bem-vindo, agradeço de coração a ele”, disse o presidente durante o encontro. O foco principal por detrás da declaração é a de que Rodrigo tente, de alguma forma, manter-se vivo na política. Algo complicado, tendo em vista seu desempenho abaixo do esperado na eleição.

Tarcisio de Freitas afirmou que “não faz sentido ter o apoio do PSDB em seu palanque”, apesar de demonstrar satisfação com a declaração de suporte dos tucanos. O povo paulista decidirá no dia 30/10 quem será seu novo governante.

 

No dia das eleições, o candidato do Partido dos Trabalhadores disse que irá buscar apoio dos outros candidatos que não passaram para o 2° turno
por
Ana Coelho
Laura Boechat
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05/10/2022 - 12h

Os candidatos Fernando Haddad (PT) e Tarcísio de Freitas (Republicanos) vão disputar o segundo turno para o governo de São Paulo no dia 30 de outubro. O resultado do 1° turno foi divulgado perto das 20h30 do último domingo (02).

Tarcísio de Freitas aparece na frente com 42,32% e Haddad, 35,70%. O atual governador de São Paulo e candidato do PSDB, Rodrigo Garcia, ficou em 3° lugar com 18,40% dos votos. Na véspera das eleições, o instituto Datafolha projetava 41% dos votos válidos para Haddad, 31% para Tarcísio e 22% para Rodrigo Garcia. 

Trata-se de uma derrota para o PSDB, partido que governou o estado de São Paulo desde 1994, quando ganhou a eleição com Mário Covas.

Haddad acompanhou a apuração dos votos do Hotel Braston, localizado na Consolação, região central da capital paulista. Após a confirmação do 2° turno, o candidato realizou uma coletiva com a presença da imprensa, familiares e apoiadores. 

O petista afirmou ter “todo interesse” em dialogar com as forças políticas que apoiam Garcia para sentar à mesa e discutir as pautas que os unem. Além disso, Haddad disse que no 2° turno tem a vantagem de ter maior tempo de TV para apresentar as propostas dele.

"Eu acho que os votos que migraram para o Tarcísio e Bolsonaro do primeiro turno são os votos que migrariam no segundo turno. E os votos que podem migrar pra mim e pro Lula não migraram. Acho que houve uma contenção do voto progressista [...]. Mas o que o Rodrigo perdeu, acho que ele perderia no segundo turno [...]", analisou o ex-prefeito de São Paulo.

Haddad acredita que a migração de voto útil, estratégia amplamente adotada pelas candidaturas da coligação petista nas últimas semanas, ocorreu a favor do bolsonarismo. "Acho que essa migração aconteceu do lado da extrema-direita e a centro-esquerda aguardou os acontecimentos", completou o candidato. 

Apesar da surpresa, o candidato do PT se mostrou otimista para o segundo turno. "Eu estou muito confiante de que se isso aconteceu como eu penso, as chances do Lula aumentar os 2 pontos que faltam para 50,01% é uma tarefa absolutamente exequível, assim como a nossa. Disputar os 18% que a campanha do Rodrigo fez, disputar uma parcela disso, para que a gente possa ser bem sucedido em São Paulo", comentou Haddad.

O petista ainda destacou que é hora de comemorar, já que "o campo progressista foi para o segundo turno''. Isso não acontece há 20 anos", pontuou.


RODRIGO GARCIA PARA O LADO DE BOLSONARO 

O candidato derrotado do PSDB à reeleição ao governo de São Paulo, Rodrigo Garcia, anunciou na última terça-feira (04) apoio a Bolsonaro (PL) e Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Em uma transmissão que contou com a participação de Jair Bolsonaro e Tarcísio de Freitas, o atual governador declarou “apoio incondicional” para que o atual presidente se reeleja, dificultando a estratégia do petista.

A migração de votos de Garcia para o candidato do Republicanos no estado não deve ser direta, porque a decisão de apoio foi individual. Caciques do partido se mostraram surpresos com a decisão. Garcia inclusive perdeu três secretários de governo após o anúncio, entre eles, o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia.  

 

O candidato do PT lidera as pesquisas das eleições no próximo domingo (2).
por
Fernanda Querne
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02/10/2022 - 12h

A nova rodada de pesquisa IPEC divulgada neste sábado (1), ainda mostra um primeiro turno esperançoso, para o ex-presidente Lula (PT). Excluindo os votos brancos, nulos e os eleitores indecisos, o petista lidera com 51%, diminuindo um ponto em relação à última pesquisa do dia 26 de setembro. Já o atual presidente, Jair Bolsonaro, cresceu em três pontos, agora com 37%.


 

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Lula no auditório Celso Furtado, no Anhembi, em São Paulo. Imagem: Ricardo Stuckert 


 

Belivaldo Chagas (PSD), governador de Sergipe, e Lula durante encontro em SP

Votos válidos 

 

Lula (PT): 51% (52% na pesquisa anterior, em 26 de setembro)

 

Jair Bolsonaro (PL): 37% (34% na pesquisa anterior)

 

Ciro Gomes (PDT): 5% (6% na pesquisa anterior)

 

Simone Tebet (MDB): 5% (5% na pesquisa anterior)

 

Soraya Thronicke (União Brasil): 1% (1% na pesquisa anterior)

 

Felipe D’Ávila (Novo): 1% (1% na pesquisa anterior)





 

Jair Bolsonaro no debate presidencial do SBT. Imagem: Fernanda Querne




 

Votos totais 

 

Contando os votos brancos, nulos e os eleitores indecisos.

 

Lula (PT): 47% (48% na pesquisa anterior)

 

Jair Bolsonaro (PL): 31% (34% na pesquisa anterior)

 

Ciro Gomes (PDT): 5% (6% na pesquisa anterior)

 

Simone Tebet (MDB): 5% (5% na pesquisa anterior)

 

Soraya Thronicke (União Brasil): 1% (1% na pesquisa anterior)

 

Felipe D’Ávila (Novo): 1% (1% na pesquisa anterior)

 

Vera (PSTU): 0% (0% na pesquisa anterior)
 

Léo Péricles (UP) 0% (0% na pesquisa anterior)

 

Padre Kelmon (PTB) 0% (0% na pesquisa anterior)

 

Sofia Manzano (PCB): 0% (0% na pesquisa anterior)

 

Constituinte Eymael (DC): 0% (não foi citado na última pesquisa)

 

Branco/nulos: 4% (4% na pesquisa anterior)

 

Não sabem/não responderam: 3% (eram 4% na pesquisa anterior)



 

Segundo turno

 

O Ipec simulou as porcentagens em um eventual próximo turno:

 

Lula (PT): 52% (tinha 54% na pesquisa anterior do dia 26 de setembro)

 

Jair Bolsonaro (PL): 37% (tinha 34% na pesquisa anterior) 

 

Análise: Faltou Brasil no último encontro entre presidenciáveis antes do 1º turno. Veja as regras para a votação no domingo (2) e o perfil do eleitorado brasileiro. Furacão Ian deixa mortos na Flórida, e mais.
por
Ana Beatriz Vilela
Letícia Coimbra
Luan Leão
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30/09/2022 - 12h

Sexta-feira, 30 de setembro de 2022, veja os destaques do Resumo AGEMT Especial Eleições:
 

  • Análise: Último debate presidencial faltou Brasil;

  • Veja as regras para a votação no próximo domingo (2);

  • Perfil do eleitorado brasileiro;

  • Furacão Ian deixa mortos na Flórida; 

  • Explosão mata 19 e deixa 27 feridos no Afeganistão; 

último debate
Último debate presidencial foi marcado por ataques. Foto: Pedro Kirilos / Estadão 

Faltou Brasil 

Diferente dos outros dois debates entre os presidenciáveis ocorridos antes do 1° turno, neste último, o nível despencou. Com diversos ataques, muito abaixo da cintura, estava desenhado que 5 candidatos foram para debater propostas e ideias, e os outros 2 apenas para atrapalhar o andamento.

Mas, para não embaralhar as ideias, vamos entender o que estava em jogo no debate. Um candidato foi para o debate disposto a buscar o voto útil para encerrar a eleição já no próximo domingo (2), em 1º turno. O segundo colocado nas pesquisas se planejou para que a disputa fosse para o segundo turno, misturando uma série de narrativas populares entre seus apoiadores.

No meio dessa disputa, a desidratada terceira via ainda tenta, à força, defender o voto por convicção no 1º turno. Em um debate fraco, até Simone Tebet (MDB), sempre muito bem nos debates, foi discreta. O desempenho mediano de Ciro Gomes (PDT) e Tebet pode atrapalhar os planos de Lula de encerrar a eleição já no próximo domingo (2), uma vez que o candidato petista faz campanha pelo voto útil, justamente buscando o eleitorado desses candidatos.

O desempenho da dita terceira via é importante, porque em um eventual segundo turno entre Lula (PT) e Bolsonaro (PL), o terceiro colocado pode despontar como um possível nome para liderar uma oposição pelos próximos 4 anos e pensar na eleição de 2026.

O candidato Kelmon, que não é padre, protagonizou os momentos mais cômicos do debate. Sem vergonha de servir como linha auxiliar do presidente Bolsonaro, foi chamado de “padre de festa junina”, “candidato laranja” e “cabo eleitoral”. Desconhecido, cumpriu à risca sua função no debate: tumultuar. 

Não houve vencedores no debate, mas sobrou perdedores. O Brasil perdeu ao assistir ao show de horrores entre os presidenciáveis. Faltou falar de fome, desemprego, de empobrecimento e endividamento do brasileiro. Faltou discutir o Brasil no último debate.

 

Eleições 2022
Eleições gerais acontecem neste domingo (2), veja as regras. Foto: LR Moreira / Secom / TSE

Regras para a votação

Neste domingo (2), serão realizadas as eleições gerais do primeiro turno no Brasil. Confira o que é permitido e o que não é neste dia.

-Neste ano, o eleitor não é obrigado a apresentar o título, desde que saiba o número da seção de cor;

-É exigido um documento com foto, que pode ser o RG, CNH, Passaporte, Carteira profissional, Certificado de reservista ou Carteira de trabalho. Eleitores com biometria cadastrada podem apresentar somente o e-Título;

-Eleitores com registro biométrico devem coletar a biometria em até quatro tentativas, se na última não for possível, o presidente da seção solicitará a assinatura no caderno de votação;

-Não será permitido entrar com telefone celular na cabine de votação, o eleitor deverá deixá-lo com o mesário antes de votar;

-Na cabine de votação não é permitido nenhum aparelho que comprometa o sigilo do voto;

-Eleitores com deficiência poderão contar com auxílio de um cuidador, mesmo que não tenha sido feito requerimento anterior;

-No dia da votação é permitido a manifestação individual e silenciosa por meio de bandeiras, broches, adesivos, camisetas e outros adornos;

-Passeatas, carreatas e utilização de alto-falantes ou carros de som são permitidos somente até as 22h da véspera da eleição;

-É permitido manter nas redes sociais, sites e blogs publicações com conteúdos relacionados à campanha eleitoral, desde que publicados até a véspera da votação. As publicações no dia do pleito são proibidas, além do impulsionamento de conteúdos, ainda que publicados anteriormente;

-É crime: fazer comício, boca de urna, divulgar dados inverídicos e aliciar eleitores;

-Os eleitores são incentivados a levar cola com o número dos candidatos em papel a fim de tornar mais rápida a digitação dos números na urna e ajudar a lembrar a ordem da votação;

-A ordem de escolha na urna eletrônica é:

1- Deputado federal

2- Deputado estadual

3- Senador

4- Governador

5- Presidente da República

 

Quem vai às urnas ?

No próximo domingo (2) acontece o 1º turno das eleições gerais no Brasil, esta será a 9ª eleição desde a redemocratização do país. Mas, quem vai às urnas? 

O Brasil tem 156.454.011 eleitores aptos a votar, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Cerca de 52,65% desse eleitorado é composto por mulheres, um total de 82.373.164. O percentual de homens é de 47,33%, com 74.044.065 eleitores. Ainda há outros 36.782 votantes sem informação, em um total de 0,02%.

Ainda segundo o TSE, 118.151.926 eleitores serão identificados por meio das impressões digitais, o que corresponde a 75,51% do total. O órgão informa que 38.320.884 de brasileiros, ou 24,48%, ainda estão sem o cadastro da biometria.

Na divisão por regiões do país, o sudeste possui 42,64% dos eleitores. Em seguida vem o nordeste com 27,11%; sul com 14,42%; região norte com 8,03% e 7,38% está no centro-oeste.

Comparando com a eleição de 2018, o número de eleitores entre 16 e 17 anos cresceu 51,13%, em números absolutos, 2.116.781 de jovens anos poderão votar. O Brasil possui 2.637 zonas eleitorais, divididas em 496.512 seções eleitorais. 


 

Furacão Ian
Furacão Ian já deixou ao menos 21 mortos na Flórida. Foto: REUTERS

Furacão Ian

Pelo menos 21 pessoas morreram após a passagem do furacão Ian, segundo o governo da Flórida, nos Estados Unidos, e centenas de pessoas estão desaparecidas.

O Ian havia sido rebaixado para a categoria de tempestade tropical. Porém, por volta das 18h30 desta quinta (29), o Centro Nacional de Furacões (NTH, na sigla em inglês) emitiu um alerta no qual informa que o fenômeno voltou a ser enquadrado como furacão. 

"Este pode ser o furacão mais letal da história da Flórida", disse o presidente americano, Joe Biden, durante uma visita ao escritório da agência federal que combate desastres naturais, FEMA, em Washington.

Até o momento, já houve mais de 700 pessoas resgatadas, de acordo com o governador da Flórida, Ron De Santis.

Mais de 2,5 milhões de casas estão sem energia em todo o estado da Flórida e diversas residências tiveram danos estruturais após a passagem do furacão.

 

Contra a educação

Um ataque suicida em uma escola em Cabul no Afeganistão deixou pelo menos 19 mortos e 27 feridos, informou a polícia nesta sexta-feira (30). Segundo as autoridades, a explosão veio de um homem-bomba no bairro de Dasht-e-Barchi. O local é habitado, predominantemente, pela religião muçulmana xiita que abriga a comunidade Hazara (uma minoria étnica alvo de ataques anteriores lançados pelo grupo militante Estado Islâmico e o Talibã).

Em 2021, antes que o Talibã voltasse ao poder, 85 pessoas morreram depois que três bombas explodiram em um colégio no mesmo bairro. Tanto o grupo quanto o Estado Islâmico são contra a educação, principalmente de meninas e mulheres. Estima-se que a maioria das vítimas do atentado desta sexta-feira são mulheres adolescentes.

"Atacar alvos civis prova a crueldade desumana do inimigo e a falta de padrões morais", afirmou o porta-voz da polícia de Cabul,  Khalid Zadran, sem especificar quais grupos são suspeitos do ataque. Além disso, relatou que as vítimas são alunos do ensino médio que faziam um exame de admissão à universidade (em geral, os colégios do Afeganistão não funcionam às sextas): “Os alunos estavam se preparando para um exame quando um homem-bomba atacou este centro educacional”, disse.