O golpe de 1964 que ainda ecoa como uma ferida aberta na história do Brasil
por
Bruna Domingos Beserra Da Silva
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25/04/2024 - 12h

Desaparecido político na América Latina refere-se a militantes que participaram de organizações opositoras à ditadura civil-militar, cujo paradeiro é desconhecido após sequestro e assassinato, sem esclarecimento das circunstâncias nem localização de seus corpos, configurando-se como "crimes continuados". 

Todos esses desaparecimentos eram realizados em espaços legais, como a “Casa da Morte” na cidade de Petrópolis no Rio de Janeiro que foi utilizada pelo Centro de Informações do Exército (CIE) como aparelho clandestino de tortura e foi localizada por Inês Etienne Romeu, única prisioneira política a sair viva da casa, conforme declarações prestadas ao Conselho Federal da OAB.  

Conforme a “Comissão da Verdade da PUC-SP” 191 brasileiros que resistiram ao golpe foram mortos e 210 estão desaparecidos até os dias atuais, em 22 de setembro de 1977 Policiais Militares comandados pelo coronel do Exército Erasmo Dias invadiram a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, estudantes, professores e funcionários foram presos e agredidos, além de causar um incêndio proposital no teatro da universidade TUCA. Dias afirmava: “Ato público é proibido. Está tudo mundo preso. 

     

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Aluna desmaiada na PUC pós incêndio no TUCA - — Foto: Memorial da Resistência/ Bruna Domingos  

Na entrada do teatro TUCA da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, há um memorial permanente dedicado aos cinco militantes que estudaram na Universidade e foram vítimas da ditadura civil-militar no Brasil, eles fazem parte da lista de mortos e desaparecidos políticos do país, os nomes deles podem ser encontrados também na página da comissão da verdade-mortos e desaparecidos da PUC. 

A história dos desaparecidos políticos é um triste testemunho das violações aos direitos humanos durante a ditadura civil-militar. O memorial da resistência é um lembrete contundente das injustiças e da luta pela democracia nesse período da história brasileira. Os números da "Comissão da Verdade da PUC-SP" ressaltam a gravidade dos crimes cometidos e a necessidade contínua de buscar justiça e memória para as vítimas desses regimes autoritários. Este memorial não apenas preserva a história, mas também nos convoca a defender os valores democráticos e os direitos humanos em nosso país e em todo o mundo. 

 

Esta matéria foi produzida como parte integrante das Atividades Extensionistas do curso de Jornalismo da PUC-SP.  

 

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A resistência na música e nas universidades, presentes na memória da cidade.
por
Carolina Hernandez
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25/04/2024 - 12h

Durante o período da ditadura militar no Brasil, que se estendeu de 1964 a 1985, São Paulo foi um dos epicentros, não só no cenário político, mas também no econômico do país. A cidade desempenhou um papel importante na implementação das políticas do Regime Militar, ao mesmo tempo em que virava um dos núcleos de resistência e luta pela democracia, principalmente através da música, que desempenhou um papel crucial como uma forma de resistência e expressão artística que se posicionava contra o regime autoritário. 

São Paulo, durante a ditadura, continuou crescendo economicamente, com a construção de rodovias, metrô e desenvolvimento da infraestrutura urbana. Contribuiu para o crescimento econômico, mas gerou problemas como a especulação imobiliária e aprofundou a desigualdade social. A censura também foi um fator que marcou muito a cidade. Os meios de comunicação foram sujeitos a uma forte censura e controle, controlada pelo governo, porém mesmo com restrições alguns meios de comunicação permaneceram com uma certa independência ao desafiar o regime. 

A cidade também foi palco de diversos movimentos sindicalistas e greves durante a ditadura. O sindicalismo ganhou força na região, com a formação do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, liderado por Luiz Inácio Lula da Silva. Greves significativas, como a greve dos metalúrgicos de 1978, desafiavam diretamente o regime militar. A cidade foi palco de grandes mobilizações pela abertura política, como as Diretas Já em 1984, que exigiam eleições diretas para presidente, marcando o retorno à democracia.  

São Paulo, como uma das maiores cidades do Brasil e um importante centro cultural e político, foi palco de muitas manifestações e eventos durante o período autoritário. Muitos artistas e músicos brasileiros usaram suas canções para protestar contra a repressão, denunciar injustiças sociais e crimes contra os direitos humanos e expressar empatia com aqueles que estavam sendo perseguidos. Em São Paulo surgiram movimentos importantes na música que refletiam esse contexto, como a Tropicália, liderada por artistas como Caetano Velozo e Gilberto Gil. 

A Tropicália foi um movimento cultural e musical revolucionário, originado na década de 1960. Foi uma manifestação artística que desafiou as convenções estabelecidas, mesclando bossa nova, o rock, a cultura popular brasileira e elementos artísticos internacionais. Artistas como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Os Mutantes e Tom Zé foram pioneiros desse movimento, que questionou as normas sociais, políticas e estéticas da época. A Tropicália representou uma ruptura com o autoritarismo e conservadorismo estabelecidos durante o regime. 

Muitas canções foram proibidas de tocar no rádio ou de serem apresentadas ao público, levando artistas a buscar formas criativas de contornar a censura e transmitir suas mensagens de forma velada. 

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Capa do Álbum-manifesto da Tropicália (fonte: https://g1.globo.com/musica/blog/mauro-ferreira/post/album-manifesto-da-tropicalia-faz-50-anos-como-retrato-fiel-da-geleia-geral-brasileira.ghtml)

O Memorial da Resistência, em São Paulo, é um testemunho da luta do povo brasileiro contra os horrores da ditadura civil militar que esteve presente no país por duas décadas, após um golpe de estado no dia 1 de abril de 1964. Ele se encontra no edifício que abrigou o Departamento Estadual de Ordem Política e Social de São Paulo (DEOPS-SP) durante a ditadura, um dos principais locais de repressão política. O prédio foi reconfigurado para se tornar um museu e centro cultural dedicado à preservação da memória histórica e à reflexão sobre os períodos de opressão. 

Dia 9 de março, 60 anos após o período autoritário, foi inaugurada uma exposição no Memorial, em parceria com a PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) chamada “Resistências na PUC-SP". A PUC-SP desempenhou um papel fundamental durante os anos de repressão política, já que sempre apoiou posições progressistas. Sob o regime militar, muitos estudantes, professores e funcionários da universidade enfrentaram perseguição e censura devido às suas posições políticas e atividades de resistência. A universidade tornou-se um pilar de pensamento crítico e resistência intelectual contra o regime autoritário.  

No dia 20 de setembro de 1977, a PUC-SP adotava posturas políticas mais progressistas e ganhava destaque no cenário político nacional. A ocupação da universidade durante o III Encontro Nacional de Estudantes (ENE) resultou em um encontro violento entre estudantes e as forças de segurança. Apesar da resistência da Reitoria da PUC, os alunos optaram por realizar uma manifestação pública em frente ao Teatro da Universidade. 

A ação policial, coordenada pelo Secretário de Segurança, empregou bombas tóxicas e cassetetes elétricos, dispersando os estudantes reunidos. Cerca de 900 alunos foram detidos, alguns acusados com base na legislação de Segurança Nacional. O incidente resultou em feridos e evidências de violência no campus, com relatos de agressões a docentes, estudantes e até mesmo frequentadores da biblioteca. 

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Alunos da PUC-SP durante a invasão em 1977 (fonte: https://j.pucsp.br/noticia/lembrar-e-resistir-40-anos-da-invasao-da-puc-sp)

Apesar dos abusos aos direitos humanos, da repressão, e da censura intensa, São Paulo também é conhecida e lembrada por atos de resistência e pela luta pela democracia. A memória desses períodos sombrios continua presente na sociedade e na cidade, incentivando uma busca constante por liberdade. 

 

Esta matéria foi produzida como parte integrante das Atividades Extensionistas do curso de Jornalismo da PUC-SP.   

 

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Historiadora corajosamente lutou por democracia durante a ditadura, e continuou lutando por justiça após o fim dela.
por
Henrique Silva Rodrigues
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25/04/2024 - 12h

Nascida em 1942, em Pouso Alegre (MG), Inês Etienne Romeu foi uma guerrilheira integrante da Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares), que tinha como objetivo combater o regime militar instalado em 1964.  

Foi presa em cinco de maio de 1971, na avenida Santo Amaro, por uma operação comandada pelo Delegado Sérgio Paranhos Fleury. Foi levada para o Departamento Estadual de Ordem Política e Social de São Paulo (DEOPS) e foi interrogada. Em seguida, foi levada à ala de tortura, onde foi submetida ao “pau de arara” somado a espancamento, assim como choques elétricos na cabeça, mãos e pés. 

Para escapar da tortura, alegou ter um encontro com um companheiro da organização no dia seguinte, no Rio de Janeiro. Levada ao suposto local de encontro, se jogou na frente de um ônibus em uma tentativa de suicídio, temendo a continuação de sua tortura. Foi levada para o Hospital da Vila Militar onde recebeu transfusão de sangue, antes de ser transferida para o Hospital Carlos Chagas. 

Antes mesmo de se recuperar, foi retirada a força do hospital, vendada e jogada em uma caminhonete. Foi interrogada no caminho e sua viagem teve como destino final a “Casa da Morte” em Petrópolis (RJ), local em que ficou presa por 96 dias, sofrendo tortura, estupro e humilhação. Foi forçada a escrever três documentos: uma análise sobre as esquerdas, o motivo de sua saída da organização e uma crítica sobre os órgãos de repressão do governo, que não necessariamente refletiam seu verdadeiro ponto de vista sobre estes assuntos, dadas as condições em que os escreveu. 

Foi oferecida uma saída “humana” para sua condição por um de seus algozes, uma nova tentativa de suicídio, a qual queriam que fosse pública e sugeriram que refizesse o feito de se jogar na frente de um ônibus. Chegando ao local, não teve coragem de seguir em diante com o plano e foi severamente punida com mais sofrimento físico e psicológico. Dias depois, atentaria contra a própria vida novamente. Desta vez cortando o pulso com um pedaço de armação da cama de campanha, fracassando devido à falta de capacidade de cortar do material. 

Fingiu aceitar a proposta dos torturadores de tornar-se agente da repressão e se infiltrar na sua antiga organização. Período no qual passou por recuperação física, assinou uma declaração ditada pelos seus algozes, assinou um “contrato de trabalho” e foi forçada a gravar um vídeo, no qual lia seu contrato e dizia ter sido bem tratada por seus carcereiros. Todas eram mentiras previamente ensaiadas. 

Recebeu histórias falsas para dizer à sua família e aos ex-companheiros de organização e um plano para seguir, mas graças a conversas que escutou de madrugada, passou a suspeitar de uma cilada que resultaria em sua morte. Para não colaborar com sua morte forjada, tentou suicídio mais uma vez, cortando seus pulsos. Arrependeu-se graças a esperança de futuramente poder denunciar tudo que viveu e presenciou. Gritou então por socorro, recebendo suturas e transfusão de sangue. Esta foi sua terceira, mas não sua última tentativa. Antes do fim de seu cárcere fez uma quarta tentativa, engolindo vidro moído. Apesar de tudo isso, Etienne declarou que nunca foi uma suicida em potencial e que só tentou se matar tantas vezes pelo tratamento desumano que foi submetida. 

Foi deixada na casa da irmã, em Belo Horizonte (MG), e posteriormente levada a um hospital para recuperação. Teve sua prisão oficializada em novembro de 1971 e foi julgada no ano seguinte. Condenada à prisão perpétua pela morte de um segurança do embaixador suíço Giovanni Bucher, durante seu sequestro, teve sua pena reduzida para 30 anos após concluírem que Inês não cometeu crime de morte e novamente reduzida para 8 anos. Deixou a prisão em 1979, após cumprir sua sentença. É considerada a última presa política a ser libertada e foi anistiada em 2001. 

Única sobrevivente da casa da morte, ajudou a encontrar seu endereço secreto, apontou vítimas que passaram pelo local e identificou muitos de seus captores nas investigações da Comissão Nacional da Verdade. 

Em 2003, foi encontrada ensanguentada no chão por uma faxineira após a visita de um marceneiro. A polícia considerou um acidente doméstico, porém o relatório médico dizia que o traumatismo craniano havia sido causado por “múltiplos e diversos golpes”. O autor do crime nunca foi identificado e Etienne passou a ter dificuldades para se movimentar e comunicar. 

O governo brasileiro, em 2009, homenageou-a com o prêmio de direitos humanos na categoria de Direito à memória e à Verdade. 

Morreu em 27 de abril de 2015 aos 72 anos, em Niterói (RJ), deixando um legado de luta, resistência e resiliência. 

Inês Etienne Romeu é personagem de destaque no Memorial da Resistência de São Paulo, que possui uma parte de seu espaço reservado a evidenciar a história do regime militar da perspectiva feminina. “Não ouvimos muito sobre as mulheres na ditadura, só coisas básicas, como o cárcere da Dilma. É ótimo que a exposição mostre parte da história construída por mulheres, que boa parte da sociedade desconhece. É inspirador e uma representatividade muito válida”, relata Laura, estudante de jornalismo que visitou o memorial. 

Na exposição podemos encontrar cópias do relatório da Ordem dos Advogados do Brasil, nos quais Etienne relata sua trajetória desde a captura até a internação na casa da Saúde Santa Maria, onde se recuperava quando dava seu depoimento, pouco antes de sua prisão. Além disso, encontram-se outros documentos, como cartas que recebeu e que escreveu, e uma amostra do filme “Inês” (1974), de Delphine Seyrig, que denunciou internacionalmente as situações vividas por Inês na ditadura militar.

Esta matéria foi produzida como parte integrante das Atividades Extensionistas do curso de Jornalismo da PUC-SP.

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Como a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo teve forte participação na oposição à ditadura militar de 1964
por
LUCCA CANTARIM DOS SANTOS
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25/04/2024 - 12h

Em março de 2024, a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP) inaugurou uma exposição no Memorial da Resistência, local dedicado à memória política das resistências e da luta pela democracia no Brasil, como consta no site oficial da instituição. A mostra da universidade tem como objetivo expor sua própria participação na luta contra um dos períodos mais cruéis da história brasileira.

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Visitantes apreciam a exposição da PUC no memorial da resistência   Divulgação: Jornal da PUC

“Foi uma experiência tocante e inspiradora. No ano em que se completa 60 anos do golpe, ter uma exposição sobre a PUC-SP e a sua marcante resistência, justamente no memorial, que não deixa que esse momento terrível seja esquecido é incrível, ainda mais para mim, aluno de jornalismo da Universidade”, afirma Vitor Henrique Nhoatto Bagattini, estudante do segundo semestre de jornalismo, em entrevista ao Jornal oficial da Universidade após visitar o museu.

Em toda sua história de resistência, a PUC-SP passou por eventos traumáticos e marcantes. O principal sendo a invasão do campus sede, localizado em Perdizes, no dia 22 de setembro de 1977. Na data, ocorria uma reunião de alunos, propondo a reorganização da União Nacional dos Estudantes (UNE). Em resposta ao pacífico encontro, o Coronel Erasmo Dias comandou uma invasão à universidade, acompanhado de uma tropa armada com bombas. Naquela trágica noite, centenas de alunos, professores e funcionários foram presos e muitos gravemente feridos.

Horrorizada com a situação, a então reitora Nadir Gouvêa Kfouri, primeira mulher no mundo a chefiar uma universidade católica, expressou sua indignação: “Não dou a mão a assassinos”, foi a marcante frase que disse à Erasmo, quando ele foi cumprimentá-la. Até hoje a história do ataque perdura como um dos maiores, se não o maior exemplo de resistência dentro da Pontifícia.

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Emblemática fotografia de Nadir Kfouri em 22 de setembro de 1977, dia da invasão  Divulgação: Jornal da PUC

Outro feito importantíssimo, foi a postura da universidade quanto ao aluno João Maria Ximenes de Andrade, do curso de Ciências Econômicas. João tinha 41 anos quando foi sequestrado no bairro de Vila Medeiros por militares, em 23 de março de 1974.

Após anos recebendo cartas dos familiares do aluno desaparecido, a PUC-SP, em sua Comissão da Verdade interna, noticiou e divulgou o desaparecimento dele para a Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP), órgão da secretaria de direitos humanos. E finalmente em 19 de novembro de 2019, a instituição ministrou a diplomação simbólica de João Ximenes.

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Cerimônia de homenagem e diplomação ao aluno desaparecido João Ximenes. Divulgação: Jornal da PUC

Segundo Ana Paula de Albuquerque Grillo, procuradora da Fundação São Paulo (que é mantenedora da Pontifícia) em entrevista ao Jornal da PUC: “Diplomar João Maria Ximenes de Andrade é uma forma de homenageá-lo, de mostrar à família que sua história está escrita, resgatada e presente dentro da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo”.

Relembrar é resistir, e o memorial, é uma forma de não deixar que essa memória se perca, afinal, atos de resistência como os de Nadir Kfouri não devem ser esquecidos, só assim poderemos evitar que esse período hediondo se repita.

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Durante visita ao Memorial da Resistência, somos convidados a pensar sobre o que foi a ditadura militar brasileira e sobre aqueles que a negam. 
por
Matheus Henrique
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25/04/2024 - 12h

O Memorial da Resistência, localizado na região central da capital paulista, oferece aos visitantes um espaço dedicado à recordação política da luta pela democracia no Brasil durante o período militar. Em uma época marcada pela forte repressão e violência, o espaço proporciona o conhecimento da memória e da história dos 21 anos de regime, suas vítimas e os eventos que levaram a esse triste episódio da política brasileira. Durante a visita, temos contato com inúmeros depoimentos sobre a crueldade do período e como os mártires resistiram em pleno momento de coibição de seus direitos, unindo os mais distintos grupos sociais. 

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Manifestação pelo fim da ditadura - fonte: https://diplomatique.org.br 

Ainda há aqueles que tentam retratar o regime ditatorial como algo benéfico, como o ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, que exaltou o período durante a votação do processo de impeachment da ex-presidenta do Brasil, Dilma Rousseff. "Perderam em 64, perderam agora, em 2016. Pela família e pela inocência das crianças em sala de aula, que o PT nunca teve, contra o comunismo, pela nossa liberdade, contra o Foro de São Paulo, pela memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o terror de Dilma Rousseff, pelas Forças Armadas, por um Brasil acima de tudo, por Deus acima de todos".  

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Dilma Rousseff em Tribunal Militar - Foto: Arquivo Nacional da Comissão da Verdade

Recentemente, uma pesquisa realizada durante uma manifestação bolsonarista em 25 de fevereiro de 2024, pelo Monitor do Debate Político no Meio Digital, da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP e divulgada pela Sputnik Brasil, revelou que cerca de 42% dos manifestantes afirmaram que Bolsonaro deveria ter invocado o artigo 142 da Constituição para solicitar a intervenção das Forças Armadas. Ao todo, 575 pessoas foram entrevistadas no ato, com uma margem de erro estimada em quatro pontos percentuais para mais ou menos, para um grau de confiança de 95%. Isso indica que uma parcela dessa população gostaria de reviver um período de ditadura. 

Nesse contexto de revisionismo histórico deturpado, não apenas alimentado por Bolsonaro e outras personalidades da direita, há uma tentativa de negar esse período histórico como algo violento. Pelo contrário, exalta-se o regime e as figuras militares que participaram de um dos mais cruéis períodos da história brasileira, desrespeitando a memória das inúmeras vítimas e desaparecidos. 

Esta matéria foi produzida como parte integrante das Atividades Extensionistas do curso de Jornalismo da PUC-SP.  

 

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O Memorial de Resistência expõe a, às vezes esquecida, força feminina no período da Ditadura Civil-Militar brasileira
por
Julia Naspolini
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23/04/2024 - 12h

Localizado no centro de São Paulo, o Memorial da Resistência, conta com uma exposição temporária sobre a participação de mulheres na oposição do regime militar que comandou o Brasil por 21 anos. Em busca de valorizar e honrar a memória e a luta de jovens como Inês Etienne Romeu, Beatriz Nascimento e Laudelina de Campos Mello, são exibidos depoimentos, imagens e documentos que ilustram a participação delas. 

De 1964 a 1985, muitas artistas se destacaram por se posicionarem contra a violência do sistema, como por exemplo, as legendárias, Elis Regina e Rita Lee. Mas, além delas várias outras mulheres foram oposição de outras formas e merecem ser lembradas também, um grande exemplo é Inês Etienne Romeu.  

Foto em reto e branco de Inês Etienne sentada durante julgamento olhando pro lado
Inês Etienne durante julgamento. Foto: AGÊNCIA O GLOBO/ARQUIVO reprodução 

 

Nascida em Minhas Gerais em 1942, Inês participou de grupos de guerrilha como Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares) e Organização Revolucionária Marxista Política Operária (Polop).  Em maio de 1971, a mineira foi presa acusada de participar do sequestro de Giovanni Bucher, embaixador suíço; e levada para Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) onde foi torturada.  

Depois de um breve tempo, Inês foi para a chamada Casa da Morte – um espaço clandestino de tortura localizado em Petrópolis, RJ – onde passou 72 dias. Com apenas 29 anos, foi estuprada duas vezes, submetida a choques elétricos, tortura psicológica e diversos tipos de humilhação, como limpar a cozinha nua.  

 

Maquete em preto e branco da Casa da Morte. A representação mostra a casa e seu terreno com árvores; além de morros atrás dela , já que a casa ficava na serra do Rio de Janeiro.
Imagem da maquete Casa da Morte no Memorial da Resistência. Foto: Julia Naspolini    

 

A guerrilheira foi a única sobrevivente da Casa da Morte, e razão pela qual a conhecemos hoje.  

A história de Inês é exposta, no Memorial, com fotos, ilustrações, depoimentos e uma mostra do filme que conta seu tempo na Casa da Morte, deixando claro os horrores cometidos durante a Ditadura.  

Letícia Falaschi, aluna de jornalismo da PUC-SP, afirma que a parte mais impactante de sua visita foi a parte de Inês. “Sai de lá muito tocada, muito sensível. Particularmente, a parte da Inês, a exposição dela me tocou muito, foi muito forte. Os depoimentos, o documentário da Inês e os registros em carta foram os que mais mexeram comigo”  

Letícia ainda comentou que “Por não ter acesso na escola, conheci muitas mulheres que fizeram parte da Resistência que eu não conhecia, como a Leslie Denise Beloque a Inês”. 

A exposição está no Memorial da Resistência, a entrada é gratuita e estará aberta até 28 de julho de 2024.  

 

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As lutas pela defesa da liberdade e da democracia em uma época totalitária e violenta e os impactos na contemporaneidade na Pontifícia Universidade Católica
por
Juliana Salomão
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23/04/2024 - 12h

O Memorial da Resistência, localizado no Centro de São Paulo, é dedicado à memória da Ditadura Civil-Militar, onde muitos presos políticos foram detidos sob o autoritarismo imposto, afetando e prendendo pessoas que faziam parte, principalmente, à imprensa e à educação. Com várias exibições presentes, a PUC-SP é uma das instituições que está promovendo uma nova exposição que destaca os espaços de memória em um dos locais culturais mais relevantes da capital paulista. 

Durante a ditadura, o jornalismo foi impactado brutalmente, sendo alvo da censura, tirando o que há de mais importante nesta profissão: a liberdade de expressão. Na educação, não foi diferente; a censura chegou a níveis de exclusão de materiais didáticos, como livros. Na mostra, a universidade revela formas de tentar driblar o totalitarismo imposto pelo governo, e o professor de jornalismo, Fábio Cypriano, comenta: “Boa parte de resistência à ditadura aconteceu na PUC de São Paulo. Essa exposição, ela fala sobre isso, então, nós organizamos a mostra em cinco módulos.” 

Dividida em cinco módulos, uma seção inclui o papel de abrigar professores expulsos ou demitidos de outras instituições, como Florestan Fernandes e Paulo Freire. A outra parte da exposição é dedicada à Comissão da Verdade, que foi estabelecida para investigar o que aconteceu na universidade durante essa época, incluindo a homenagem para cinco alunos que eram da PUC e foram mortos. Um dos espaços mais importantes que é o teatro TUCA, que é um local de luta eterna, também é uma pauta importante discutida na exibição em relação a memória. O último módulo é dedicado à “Defesa radical da democracia” e inclui iniciativas como o "Tribunal do Idiota", que abordou o que aconteceu no país durante a pandemia. 

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Módulo da exposição da PUC-SP (Reprodução: Juliana Salomão)

Em relação a essa exposição e a comemoração de 60 anos de resistência democráticas (1964-2024), Hélio Campos, editor da revista ‘Isto é’ e fotógrafo, conta um pouco mais sobre as mobilizações feita na PUC-SP e como isso afetou e marcou os dias atuais: “Os estudantes começaram a se organizar, a se mobilizar; a gritar abaixo a ditadura; a sair às ruas, porque o governo já estava fragilizado com pouco sucesso em termos econômicos e com muita tortura [...] Muita coisa justifica o que estamos vendo aqui!”, assim apresenta a importância desse espaço que é a universidade e o poder dos movimentos estudantis.

O editor conta como era o seu dia a dia e como lidava com a censura, os riscos que corria, as perseguições e a violências que sofria: “Eu trabalhava na revista ‘Isto é’.  A ‘Isto é’ era uma divergência da ‘Veja’ — apoiava a ditadura. Nesta época, o que eu mais cobria era estudantes e metalúrgicas”, destacando que Campos fazia registros de grupos considerados revoltosos, que eram presos no DOPS, onde eram submetidos à tortura, e em muitos casos, faleciam.

O DOPS (Departamento de Ordem Política e Social) foi um órgão fundamental e violento durante esse período, no qual eles decretaram crimes de ordem pública e social relacionados à prática de capoeira, a manifestações religiosas afro-brasileiras e ao combate de movimentos de esquerda no país. Torturas, execuções e prisões ilegais eram extremamente presentes. Atualmente, é um prédio de pesquisa sobre esse período e fica localizado no Memorial da Resistência, sendo um dos principais locais de visita. O aluno de jornalismo, Wildner Felix, expressou: “Não tinha muito conhecimento sobre a época da Ditadura e como foi. Eu achei que foi muito incrível, as fotografias, a organização. Ficou muito lindo e eu pretendo ir de novo.”  

Para a instituição católica, a defesa da liberdade e da democracia é uma pauta que é recorrente e permeia a todos pertencentes dessa comunidade, não só por sua história dos impactos e confrontos nessa época totalitária, mas como se posiciona até os dias de hoje, como filantrópica e comunitária. 

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As marcas da Ditadura evidenciam a violência enraizada no Brasil
por
Beatriz Lima
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23/04/2024 - 12h

O Memorial da resistência surgiu com intuito de retratar e sensibilizar a sociedade brasileira em relação ao Período Ditatorial no Brasil. Veio como forma de eternizar as causas e lutas dos grupos oprimidos e preservar a memória do Golpe Militar no Brasil, revelando as diversas violações de Direitos Humanos que aconteciam corriqueiramente durante o período. 

 O museu abriga também a Estação Pinacoteca e ocupa o espaço do antigo DEOPS (Departamento Estadual de Ordem Política e Social de São Paulo), órgão público de repressão social, e, por isso, conta com um vasto acervo material ao estudo da História. 

Antigo prédio do DEOPS, que mais tarde se transformou no Memorial da Resistência. Acervo fotográfico do Museu da Cidade de São Paulo.
Antigo prédio do DEOPS, que mais tarde se transformou no Memorial da Resistência. Acervo fotográfico do Museu da Cidade de São Paulo.

O espaço passou por obras de revitalização antes de sua inauguração em 2009, de modo que seu espaço retratasse o máximo possível do que ocorria naquele espaço durante o Regime Ditatorial. O memorial dispõe de exposições fixas do próprio espaço físico e também exposições itinerantes focadas na memória da Ditadura. 

Seu acervo conta com celas de presos políticos reconstituídas como as da época, trazendo uma reflexão profunda sobre as consequências do poder na mão dos militares.  

 “Ao entrar nas celas senti uma atmosfera pesada se formando. O peso da história daquele lugar me deixou emocionado e também incomodado, sabendo de tudo de terrível que aconteceu. Ao ler os relatos nas paredes tudo ficou ainda mais intenso, o desconforto e a inquietação de saber que aqueles escritos são reais.”, diz um Vitor Nhoatto, aluno universitário que visitou a exposição. 

 Antigamente, o espaço era um dos principais centros de tortura na cidade de São Paulo e, com isso, a Instituição torna evidente a extrema violência militar com aqueles que não compartilhassem de seus mesmos ideais. 

O aluno diz ainda sobre suas interpretações em relação política a tudo que é exposto no Memorial. “Devido a todos os elementos do espaço, como as cartas, os vídeos, as fotos e os objetos nas celas, com certeza a exposição tinha como foco dar uma dimensão de como o período ditatorial foi horrível e violento. A linha do tempo na sala ao lado das celas também destaca algumas ações do período, como o AI-2 e o AI-5, frisando toda a repressão militar. E principalmente, as imagens de algumas manifestações reforçavam a censura e violência da época.” 

Esse método de controle por meio da força visto na Ditadura, traça um paralelo com a tragédia de 1992, na Casa de Detenção de São Paulo localizado no bairro Carandiru. O Massacre do Carandiru foi um caso que chocou o país, visto que a reação violenta dos policiais militares como forma de controle dentro do presídio resultou em 111 mortos e 110 feridos. 

Carandiru cercado de policiais após o episódio do “Massacre do Carandiru” no dia 02/10/1992. Crédito: Itamar Miranda. Arquivo Estadão
Carandiru cercado de policiais após o episódio do “Massacre do Carandiru” no dia 02/10/1992. Crédito: Itamar Miranda. Arquivo Estadão.

Esse acontecimento mostra que, assim como na Ditadura, as forças militares sempre procuram maneiras de dominar a sociedade brasileira, mostrando que a preservação da memória da ditadura é de extrema importância para impedir um novo Golpe Militar na República brasileira.  

“O local é como um farol para que a gente se lembre sempre do terror da época.”, conclui o estudante. 

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A escola e companhia de dança realizou sua primeira visita monitorada do ano.
por
Camila Bucoff
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23/04/2024 - 12h

No dia 12 de abril, a academia abriu as portas para que os visitantes pudessem conhecer o espaço e a história do Ballet. A experiência, guiada por Monica Tarragó, diretora e fundadora da instituição, também contou com uma apresentação da recém-formada companhia e uma roda de conversa com os bailarinos. 

A sede de três andares, localizada em Paraisópolis, Zona Sul de São Paulo, é berço de grande potencial artístico. Com várias paredes pintadas por artistas famosos, como Kobra e Mena, e mais de 200 bailarinos uniformizados, a escola se tornou um ponto de arte, cor e cultura na região. 

Figurinos expostos no segundo andar. Foto: Isabella Ogassavara/Arquivo pessoal
Figurinos expostos no segundo andar. Foto: Isabella Ogassavara/ Arquivo pessoal
Paraisópolis vista do terceiro andar. Foto: Isabella Ogassavara /Arquivo pessoal
Paraisópolis vista do terceiro andar. Foto: Isabella Ogassavara/ Arquivo pessoal

A formação dos bailarinos é totalmente gratuita e aberta para o público, porém, como o limite de vagas já foi excedido, existe uma lista de espera que conta com mais de 2000 jovens interessados. Sábado 6/4, 70 novas crianças ingressaram na academia. Sob essa ótica de inclusão, existe um comprometimento da atual diretora em tornar o espaço acessível em todos os sentidos: os três andares possuem mapas táteis para os alunos portadores de deficiência visual e o próximo passo será a instalação de elevadores.

A formação básica é de 10 anos e consiste em 3 aulas por semana, com 60 minutos diários, que exploram as mais variadas expressões artísticas, desde o ballet clássico, contemporâneo, até a história da dança. Para as crianças mais dedicadas, há uma pequena turma de 15 estudantes entre 8/10 anos, chamada de “infantil”, que é ainda mais intensiva e preparatória para a carreira na arte. Durante a visita, a fundadora revelou que o Ballet busca, ao máximo, dar as condições necessárias aos alunos para que eles, com força de vontade e persistência, tornem o desejo de dançar uma realidade.

Por ser uma instituição sem fins lucrativos, o Ballet Paraisópolis é patrocinado por algumas empresas privadas e financiado por projetos de incentivo governamental, além de doações. Contudo, todos os funcionários são remunerados, assim como os bailarinos da companhia, que embora tenha sido fundada em 2022, só foi oficializada no mês passado, representando um passo importante para a profissionalização e reconhecimento dos artistas. As obras "Grand Pas de Deux de Don Quixote", montado por Weverton Aguiar, e "Véspera", por Christian Casarin, marcaram o lançamento. 

Além disso, os 18 integrantes da cia recebem bolsa para formação no ensino superior, direcionamento nutricional e assistência fisioterapêutica. Logo, o cuidado com o bailarino vai desde o início de sua formação até sua atuação profissional. Entre os dançarinos presentes durante a visita, oito já eram da escola, enquanto os sete, que vieram de fora, tiveram que passar por uma audição antes de serem contratados.

Visitantes e companhia após apresentação e roda de conversa. Foto: Reprodução/Instagram/@balletdeparaisópolis
Visitantes e companhia após apresentação e roda de conversa. Foto: Reprodução/Instagram/@balletparaisopolis

Por fim, a organização interna da academia incentiva um senso de comunidade entre os estudantes. A limpeza das áreas de convivência e dos banheiros é de responsabilidade da companhia, que influencia os mais novos a seguirem seu exemplo. Outro hábito dos bailarinos é oferecer auxílio aos professores, mantendo a sala organizada durante as aulas, e à coordenação, colaborando com ideias de marketing, sugestões e levantando demandas dos dançarinos. 

Para além da beleza da sede, ela traz visibilidade à região, oportunidade de acesso à cultura e à arte, e com isso, um desenvolvimento social significativo. Nesse sentido, a sensação de coletividade extrapola a infraestrutura do Ballet e contamina Paraisópolis. Em junho de 2021, a instituição recebeu o título de “Ponto de Cultura do Ministério da Cidadania”, e em outubro, o “Selo Municipal de Direitos Humanos e Diversidade”.

Ainda sem previsão da próxima visita, é indicado acompanhar as páginas do Ballet nas redes sociais para outras oportunidades. 


 

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Evento gratuito de música no Parque Villa Lobos traz grandes atrações e anima o fim de semana dos paulistanos
por
Beatriz Yamamoto
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17/04/2024 - 12h

No último fim de semana (13/4), São Paulo recebeu a 8ª edição do Festival BB Seguros de Blues e Jazz. Patrocinado pela Lei de incentivo à cultura, o festival proporcionou shows gratuitos ao ar livre, reunindo grandes músicos nacionais e internacionais. As apresentações aconteceram na Ilha Musical do Parque Villa-Lobos, em São Paulo, proporcionando ao público a oportunidade de desfrutar de boa música em meio aos espaços verdes urbanos da cidade.

Festival BB Seguros de Blues e Jazz no Parque Villa Lobos/Foto: Beatriz Yamamoto
Festival BB Seguros de Blues e Jazz no Parque Villa Lobos/Foto: Beatriz Yamamoto

 

Os espectadores trouxeram cangas, fizeram piqueniques e desfrutaram do evento, imersos em músicas no ambiente descontraído. Para as crianças, pintura facial, oficina de desenho e malabares.

O primeiro show foi do Monk's Dream Jazz Group, um quarteto em homenagem a um dos maiores pianistas e compositores do jazz moderno, Thelonious Monk.

Show do Monk's Street Festival BB Seguros de Blues e Jazz/Foto: Beatriz Yamamoto
Show do Monk's Dream Jazz Group no Festival BB Seguros de Blues e Jazz/Foto: Beatriz Yamamoto

Durante os intervalos, a Orleans Street Jazz Band alegrava o público, trazendo a energia das ruas de Nova Orleans com músicas conhecidas do jazz.

Em seguida, a banda Bixiga 70, assim chamada por ter nascido no número 70 da Rua Treze de Maio, no bairro do Bixiga, misturou elementos da música africana, afrobeat, brasileira, latina e jazz. Houve muita animação, e ainda tocaram músicas do “Rei do Baião” Luiz Gonzaga.

Durante o outro intervalo, a Orleans Street Jazz Band tocou mais músicas, incluindo composições de Jorge Ben e Tim Maia, deixando o público ainda mais animado.

 

Orleans Street Jazz Band no Festival BB Seguros de Blues e Jazz/Foto: Beatriz Yamamoto
Orleans Street Jazz Band no Festival BB Seguros de Blues e Jazz/Foto: Beatriz Yamamoto

 

Como já é tradição no festival, o show especial do grupo O Bando Rock & Blues fez o público vibrar e cantar junto músicas icônicas que marcaram a história entre esses dois estilos.

Em seguida, Renato Borghetti, entrou no ritmo gaúcho com seu acordeão e seus músicos, incluindo seu flautista que deu um show ao interpretar "Asa Branca". Foi uma experiência emocionante, com o gramado totalmente tomado pelos amantes da música.

O mais aguardado, um dos maiores nomes do blues e jazz nacional e internacional, era o renomado trompetista cubano Arturo Sandoval, vencedor de dez prêmios Grammy. A verdadeira lenda do jazz e sua banda subiram ao palco depois da apresentação de Borghetti. Inspirado por grandes nomes do jazz como Charlie Parker e Dizzy Gillespie, Sandoval proporcionou um show único e bem-humorado, trazendo elementos da cultura cubana. O trompetista e sua banda impressionaram o público, tornando o espetáculo verdadeiramente inesquecível.

 

Show de Arturo Sandoval no Festival BB Seguros de Blues e Jazz/Foto: Beatriz Yamamoto
Show de Arturo Sandoval no Festival BB Seguros de Blues e Jazz/Foto: Beatriz Yamamoto

 

Show de Alabama Mike no Festival BB Seguros de Blues e Jazz/Foto: Beatriz Yamamoto
Show de Alabama Mike no Festival BB Seguros de Blues e Jazz/Foto: Beatriz Yamamoto

O público permaneceu em qualquer clima. À medida que a noite caía e a garoa típica de São Paulo começava, a multidão continuava animada para o último show, protagonizado por Alabama Mike, o bluesman americano que encerrou o evento.

Além de São Paulo, o festival também acontece em Brasília (20/4) e Recife (18/5), ampliando seu alcance e impacto cultural em todo o país. Em cada cidade, o evento reafirma sua missão de democratizar o acesso à cultura e à música de qualidade, oferecendo ao público a oportunidade única de vivenciar performances que normalmente estariam confinadas a espaços mais restritos e exclusivos.

O festival se despede de mais um ano de sucesso e os espectadores já aguardam ansiosamente pelo próximo encontro com a magia do blues e jazz.

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