O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresenta aumento moderado, com destaque para os grupos de Transportes e Alimentação.
por
Marcello R. Toledo
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15/08/2023 - 12h

 

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal indicador de inflação no Brasil, registrou uma variação de 0,12% no mês de julho. O número representa um acréscimo de 0,20 ponto porcentual em relação à taxa de junho, que havia sido de -0,08%. No acumulado do ano, o IPCA apresenta uma alta de 2,99%, e nos últimos 12 meses, a variação é de 3,99%, superando os 3,16% registrados nos 12 meses anteriores. Em julho de 2022, a variação havia sido de -0,68%.

O IPCA  é uma ferramenta crucial para avaliar a evolução dos preços de produtos e serviços consumidos por famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos, ele serve como um indicador da inflação enfrentada e é calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), abrangendo diversas regiões metropolitanas do país, além de algumas cidades específicas.

Em linhas mais claras, o IPCA desempenha o papel de espelho do custo de vida experimentado por essa parte da população. Dessa forma, ele captura as variações de preços em uma variedade de produtos e serviços, permitindo que as autoridades econômicas, consumidores e demais interessados compreendam as tendências inflacionárias em diferentes partes do Brasil.
 

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Setores em Destaque

Dos nove grupos de produtos e serviços analisados pelo IPCA, cinco apresentaram alta no mês de julho. O grupo de Transportes teve o maior impacto, com 1,50% de variação e contribuição de 0,31 ponto porcentual. Nesse grupo, os preços da gasolina tiveram um aumento notável de 4,75%, sendo o item com maior contribuição individual para o índice do mês. Itens como gás veicular (3,84%) e etanol (1,57%) também tiveram alta, enquanto o óleo diesel apresentou uma queda de 1,37%. Passagens aéreas (4,97%) e automóveis novos (1,65%) também contribuíram para o aumento no grupo.

Em contrapartida, o grupo de Alimentação e Bebidas apresentou uma queda de 0,46%, com impacto de -0,10 ponto porcentual no índice. Esse resultado foi influenciado, principalmente, pela redução nos preços da alimentação no domicílio (-0,72%), destacando-se quedas em produtos como feijão-carioca (-9,24%), óleo de soja (-4,77%), frango em pedaços (-2,64%), carnes (-2,14%) e leite longa vida (-1,86%). Por outro lado, as frutas tiveram aumento de preço, com destaque para banana-prata (4,44%) e mamão (3,25%).

No grupo de Habitação, a taxa de -1,01% impactou o índice em -0,16 ponto porcentual. A maior contribuição para essa variação veio da energia elétrica residencial, que registrou queda de 3,89% devido à incorporação do Bônus de Itaipu (um desconto de até R$ 15 na conta de luz individual em residências de classes residencial e rural, que tiveram ao menos um mês, em 2022, consumo faturado inferior a 350 KWh) nas faturas emitidas em julho. A taxa de água e esgoto (0,18%) registrou alta devido a reajustes em algumas regiões.

Variações Regionais 

As variações regionais também tiveram impacto no IPCA de julho. Porto Alegre foi a região que apresentou a maior variação, com 0,53%, devido ao aumento do preço da gasolina (6,98%). Belo Horizonte teve a menor variação, registrando queda de -0,16%, influenciada pelas quedas nos preços dos ônibus urbanos (-17,50%) e na energia elétrica residencial (-4,23%).

INPC e Outros Indicadores

Além do IPCA, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), também foi divulgado (o Índice também mede a variação de preço de determinados produtos e serviços consumidos pelas famílias brasileiras, entretanto num recorte menor que o IPCA - considera rendimentos de 1 a 5 salários mínimos). O INPC registrou uma variação de -0,09% em julho, mantendo-se próxima à taxa de -0,10% observada no mês anterior. No acumulado do ano, o INPC acumula alta de 2,59%, e nos últimos 12 meses, a variação é de 3,53%, acima dos 3,00% registrados nos 12 meses anteriores.

Os números do IPCA e INPC demonstram que a economia brasileira segue passando por oscilações, com impactos variados nos diferentes setores e regiões do país. A análise detalhada desses indicadores é essencial para entender as dinâmicas econômicas em curso e tomar decisões informadas sobre investimentos e consumo.

Nota: Os dados e informações presentes nesta matéria foram fornecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e são referentes ao mês de julho de 2023. A análise dos indicadores deve considerar a conjuntura econômica e as possíveis variações ao longo do tempo

Seleção alemã faz 6 a 0 em jogo marcado por erros individuais e aplica maior goleada da Copa do Mundo até o momento.
por
Gusthavo Sampaio
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24/07/2023 - 12h

Na madrugada desta segunda-feira (24), Alemanha e Marrocos estrearam na Copa do Mundo Feminina FIFA 2023, em confronto pelo Grupo H. O primeiro jogo entre as equipes na história ocorreu no Estádio Melbourne Rectangular, na Austrália. A Alemanha, que nunca perdeu em uma estreia de Copa, manteve a marca e atropelou as estreantes marroquinas em um jogo que terminou 6 a 0.

 

Foto do elenco pré-jogo
Foto das jogadoras titulares na estreia alemã homenageando Carolin Simon. Foto: Reprodução/Twitter/DFB_Frauen

 

A seleção alemã iniciou sua jornada na Copa do Mundo homenageando a jogadora Carolin Simon, que foi cortada da convocação final após romper os ligamentos do joelho no último amistoso pré-copa contra a Zâmbia. Na foto em grupo do pré-jogo, as jogadoras posaram segurando uma camisa com o número 2 e o nome Simon.

Após o soar do apito, não demorou para as favoritas abrirem o placar. Com uma marcação alta logo de início, as alemãs não deram fôlego para as marroquinas e, aos 11 minutos, a capitã Alexandra Popp abriu o placar cabeceando livre na entrada da pequena área. A jogada começou com um erro da saída de bola da zagueira de Marrocos, que entregou a bola para a meia Jule Brand. Brand tocou na linha de fundo para a zagueira Hendrich que levantou a bola na área para Popp, de cabeça, mandar a bola para o fundo da rede.

Após o gol, a Alemanha manteve a posse e empurrou as marroquinas para seu campo de defesa, não sofrendo perigo durante a maior parte do primeiro tempo. Aos 39 minutos, após escanteio cobrado por Klara Buhl, Popp, novamente de cabeça e na pequena área, ampliou o placar para as alemãs.

O panorama durante o primeiro tempo foi positivo para a Alemanha, que sofreu somente um chute a gol e dominou a maior parte da posse de bola. Alguns erros na saída de bola geraram contra-ataques para as marroquinas, mas nenhum se concretizou. Apesar do panorama positivo, as germânicas subiram o nível na segunda etapa.

O segundo tempo começou com um gol relâmpago: Klara Buhl roubou a bola logo após um erro de passe segundos depois do apito inicial e finalizou a jogada que ela mesma construiu. O chute acertou na trave e, na sobra Buhl, apareceu e faz o terceiro. Pouco tempo depois do gol, Buhl teve outra chance clara de finalização, mas o chute parou na trave. O começo de segundo tempo alemão foi implacável, com menos de 10 minutos depois do terceiro, saiu o quarto gol. Na sobra de um cruzamento, Svenja Huth levantou na área a bola que foi cabeceada para o gol pela zagueira marroquina Hanane Ait El Haj, marcando contra.

O passeio continuou e a blitz alemã pelo quinto gol não parou até marcar. Aos 34 minutos, em mais um cruzamento alemão, a goleira Khadija Er-Rmich afastou contra a zagueira Yasmin M’Rabet, que marcou o segundo gol contra marroquino, e quinto da Alemanha. Quatro minutos após o gol, a capitã Alexandra Popp foi substituída, na caminhada até o banco de reservas foi ovacionada pelos torcedores. Mesmo com uma ampla vantagem no placar, as alemãs não colocaram o pé no freio. Aos 90 minutos, Lena Lattwein finalizou uma bola que, ao ser defendida pela goleira Er-Rmichi, sobrou nos pés da atacante Lea Schuller, que marcou o sexto e fechou a conta.

Como esperado, a seleção bicampeã do mundo não teve dificuldades em seu primeiro jogo, mas surpreendeu pela elasticidade da vitória. A Alemanha dominou o jogo do início ao fim, e terminou com 74% da posse de bola e 16 chutes no total, 7 desses no gol. Todo esse domínio sem a presença de uma das maiores jogadoras do elenco, Lena Oberdorf, poupada por conta de uma lesão.

 

Disputa de bola entre duas jogadoras durante o jogo
Sara Dabritz (esquerda) e Ghizlane Chebbak (direita) disputando a bola durante o jogo. Foto: Reprodução/Twitter/EnMaroc

 

Por outro lado, as marroquinas viveram um dia para ser esquecido. Em sua estreia pela Copa do Mundo, tiveram uma péssima atuação individual e coletiva, marcada principalmente pelos erros defensivos. Ainda no primeiro tempo, a postura de contra-atacar adotada pela equipe foi completamente suprimida, chutando apenas uma vez ao gol na primeira etapa. No final, quatro gols marcados pela Alemanha tiveram início a partir de erros diretos da defesa marroquina. Com essa derrota, o Marrocos vive uma sequência de 5 jogos sem vencer.

A seleção Marroquina volta a campo no domingo (30), para enfrentar a Coreia do Sul e continuar na luta pela classificação, às 01h30 (horário de Brasília). As alemãs jogam no mesmo dia contra a Colômbia, às 06h30 (horário de Brasília), para tentar garantir a classificação para a fase eliminatória.

Se não fosse sofrido, não era Argentina. Nos pênaltis a albiceleste derrota a França e é campeã mundial pela terceira vez na história
por
Fabrizio Delle Serre
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20/12/2022 - 12h

Após 36 anos de espera, os hermanos enfim comemoraram. A Argentina é tricampeã da Copa do Mundo. No último domingo (18) às 12h, o Lusail Stadium recebeu uma das melhores finais já vistas da história do torneio mundial.

 

Lionel Messi foi decisivo, Kylian Mbappé marcou um hat-trick, porém, não foi suficiente. Nos pênaltis, a Argentina bateu a França e ficou com o troféu mais cobiçado do futebol, que tem uma nova capital pelos próximos 4 anos: Buenos Aires.

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Jogadores argentinos comemorando o tricampeonato mundial. Foto: Divulgação / FIFA

 

A decisão da Copa foi em um jogo eletrizante. Para os amantes do futebol foi mais um motivo para se apaixonar pelo esporte. A raça e a entrega dos argentinos foi recompensada. O mundo é azul e branco.

 

A Copa do Mundo de 2022 acabou. Com direito a um encerramento de gala. Diego Armando Maradona, viu e vibrou lá do céu com os “muchachos”, campeões do mundo. A comando do novo deus albiceleste: Messi.

 

Destaque também para Di Maria. O camisa 11 voltou ao time titular de Lionel Scaloni e correspondeu. Sofreu pênalti e balançou as redes.

Primeiro Tempo

A final iniciou com as equipes tensas e com entradas mais duras por ambos os lados. Os franceses até tiveram certo domínio, porém, erraram passes e estavam nervosos.

 

A Argentina percebeu o abalo emocional do adversário e tomou conta da partida. Os hermanos ditaram o ritmo da primeira etapa. Aos 20 minutos, Dembelé derrubou Di Maria dentro da área e o pênalti foi marcado.

 

Lionel Messi foi para a bola. Respirou, bateu e estufou a rede. Bola para um lado, Lloris para o outro, o placar estava aberto, 1 a 0 Argentina.

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Messi na cobrança de pênalti que abriu o placar da decisão. Foto: @EPA / Toga Bozoglu

Além do gol, Messi naquele momento se tornava o artilheiro da competição com 6 gols, deixando para trás Mbappé.

 

Mesmo com o placar aberto, a França parecia que ainda estava no vestiário. A Argentina continuou dominando a partida. O objetivo era o segundo gol.

 

Aos 35 minutos em um erro de Upamecano os hermanos partiram para o contra-ataque. Uma linda jogada. Mac Allister tocou para Messi que passou para Julián Álvarez. O atacante lançou pelas costas da linha de defesa francesa.

 

Mac Allister recebeu e ajeitou para Di Maria que bateu na saída de Llorris. 2 a 0 e a partida parecia estar definida.

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Di María aprontou das suas mágicas e só tirou de Lloris para marcar o segundo gol
@FRANCK FIFE / AFP

Ao final dos primeiros 45 minutos, o domínio era total da equipe de Scaloni. Ganhavam nas estatísticas e no placar. Os franceses ainda não haviam finalizado.

Segundo Tempo

O segundo tempo começou e o controle argentino ainda era nítido. Assim como na primeira etapa, as ações ofensivas eram sempre direcionadas ao gol de Llorris.

 

A Argentina teve a chance de ampliar: De Paul de voleio aos 3 minutos e com Julián Álvarez aos 13. Ambas as chances pararam nas mãos do goleiro francês.

 

Aos 22 minutos, a primeira finalização da França foi realizada. Kolo Muani de cabeça. A tentativa não levou perigo algum ao gol de Martinez.

 

O jogo foi avançando e a França parecia estar entregue. Era questão de tempo para o fim da fila de 36 anos dos hermanos longe do topo do mundo.

 

Faltavam 12 minutos para o fim do tempo regulamentar, até que Otamendi derrubou Kolo Muani dentro da área. Pênalti para a França. Tensão total no Lusail Stadium.

Então, a estrela de Kylian Mbappé começou a brilhar.

 

O garoto de 23 anos com muita frieza foi para a cobrança da penalidade máxima. Correu, bateu e diminuiu, 2 a 1.

 

A Argentina entrou em curto-circuito. Após 1 minuto do primeiro gol francês, Kylian Mbappé recebeu um bom passe de Thuram. O camisa 10 em um lindo chute de perna direita balançou a rede novamente. Tudo igual. 2 a 2

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Finalização de Mbappé que colocou a França de volta na final. Foto: @EPA / Toga Bozoglu

 

O juiz apitou o final dos 90 minutos.  Os argentinos estavam tentando entender o que havia acontecido, enquanto os franceses haviam feito uma revolução em menos de 5 minutos.

Empate? Mais 30 minutos!

Haja coração, amigo! A prorrogação foi simplesmente encantadora. Os primeiros 15 minutos foram tensos. Com chances para os dois lados, mas sem efetividade tanto da Argentina quanto da França.

 

A única boa chance dos hermanos no primeiro tempo foi no chute de Lautaro, que foi travado por Upamecano. No rebote Montiel finalizou, mas Varane afastou de cabeça.

 

Lautaro teve nos acréscimos outra oportunidade de desempatar, mas bateu para fora e desperdiçou.

 

Os 15 minutos finais foram emocionantes. Com quase 3 minutos, Lautaro finalizou e Lloris deu o rebote. Lionel Messi estava no lugar certo e na hora certa.  Dessa vez, de perna direita o camisa 10 tirou o empate do placar. 3 a 2, os hermanos estavam de novo na frente.

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Segundo gol de Messi na decisão. Foto: Tarso Sarraf / O Liberal

Os minutos passavam, o fim estava se aproximando e a Argentina estava próxima da tão sonhada conquista da Copa do Mundo. Mas, Mbappé ainda estava em campo e não facilitou para a albiceleste.

 

Há pouco mais de 4 minutos do fim, o garoto bateu e a bola tocou no braço de Montiel que estava dentro da área. Mais um pênalti para a equipe de Deschamps.

 

Novamente, Mbappé na cobrança. O craque do PSG deslocou o goleiro Martínez para empatar a partida, 3 a 3. O futebol viveu naquele momento sua emoção no estado mais puro. Além do gol, o francês se tornou o artilheiro da competição com 8 gols.

 

Na última chance  dos franceses, Kolo Muani ficou cara a cara com Martínez. O goleiro Argentino defendeu com o pé. Dibu foi brilhante e salvou a seleção de mais um vice.

Pênaltis

Com o empate na prorrogação, a Copa foi decidida nas penalidades máximas pela terceira vez em sua história. Os franceses iniciaram a disputa. Mbappé converteu.

 

Na sequência, Lionel Messi abriu as penalidades para os argentinos e também balançou as redes.

 

Martinez pegou a cobrança de Coman, acertando o canto escolhido pelo francês. A taça estava saindo de Paris com rumo a Buenos Aires.

 

Dybala fez o dele, bateu no meio com segurança. O próximo pênalti foi cobrado por Tchouaméni, o meia do Real Madrid bateu pra fora. Comemoração de Dibu com direito a dancinha.

 

Na sequência, Paredes converteu. Kolo Muani não desperdiçou e a França ainda estava viva.

 

29 de junho de 1986. Essa data ficou marcada na história dos Argentinos. Montiel tinha que fazer para acabar com a espera de 36 anos. O Tricampeonato estava próximo.

 

Montiel correu, bateu e fez. Argentina tricampeã do mundo.

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Argentina Campeã do Mundo. @EPA / Friedemann Vogel

A Terceira estrela e Messi

18 de dezembro de 2022. Um novo feriado para os argentinos. Uma data histórica para Lionel Messi que fez a ilusão virar realidade. O ET conquistou o único troféu que faltava em sua vitoriosa carreira.

 

35 anos de idade. Dores de 2014, 2015 e 2016 com 3 vices consecutivos. Acabou. Lionel Messi provou para si e para o mundo que ainda é o melhor.

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Messi levantando a principal taça do futebol. Foto: Divulgação / FIFA

Gênio, divino, predestinado. Como definir quem conseguiu superar Maradona? O mundo é da Argentina pela terceira vez, a estrela de número 3 finalmente foi costurada no escudo albiceleste.

 

Duas delas foram a comanda de D10S, que agora passa seu bastão para um imortal na Argentina e no mundo do futebol: Lionel Messi.

 

1978, 1986, 2022. Tricampeões, os muchachos conseguiram conquistar o mundo. A taça voltou para Buenos Aires. A terra de Diego y Lionel tem o mundo novamente. Os Argentinos não precisam mais “ilusionar”, o título é realidade. 

 

 

Meu pai estava errado sobre muitas coisas, esta é uma delas
por
Bianca Novais
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20/12/2022 - 12h

Na primeira vez que fui ao estádio, eu já era adulta. Para meu pai, o estádio não era lugar de menina. E para nossa situação financeira, o estádio também não era exatamente o lugar do meu pai. Parece um clichê da internet, não é? Tal lugar não é lugar de mulher. O pior é que existe na vida real e a gente acredita. Eu acreditei por muitos anos.

Mesmo vendo a Rainha Marta ser a melhor futebolista do mundo cinco vezes seguidas, a maior artilheira das seleções brasileiras, a primeira atleta a marcar gols em cinco edições de Copa do Mundo da FIFA.

Mesmo vendo Formiga ser a única pessoa a ter participado de sete Copas do Mundo e de sete Olimpíadas, a que mais vezes entrou em campo com a amarelinha.

Mesmo vendo Cristiane se tornar a maior artilheira das Olimpíadas, vencer a primeira edição feminina da Libertadores, ao lado de Marta, e ser artilheira também desta competição.

Todas mulheres pretas, como eu.

Apesar de ver, eu não enxergava. Muito por isso fiquei assustada e apreensiva com o convite do amigo Luan Leão para tocar o barquinho da cobertura da Copa do Mundo pela AGEMT, com ele e o inenarrável Bruno Scaciotti.

Se meu lugar não era nem no estádio, imagina em posição de liderança frente a 20 homens falando sobre bola?

Pouco mais de três meses de planejamento, 28 dias de Copa do Mundo, 99 textos no site, 9 episódios do podcast Expresso Catar, 4 episódios do programa Manual de Sobrevivência da Copa do Mundo, 37 edições do boletim diário em vídeo Já É Copa, fora o baile.

Não vi o Brasil ser hexa, mas pude ver Marrocos ser a primeira seleção africana a chegar nas semifinais de uma Copa. Vi Cristiano Ronaldo ser o terceiro atleta a marcar gol em cinco edições do mundial de seleções. Neymar se igualar em gols pela seleção com Pelé. Kylian Mbappé ser o segundo jogador a marcar um hat-trick em final de Copa do Mundo. Messi ser consagrado como um dos deuses do futebol ao conquistar o tricampeonato argentino. E o primeiro trio de arbitragem feminino a apitar um jogo da Copa do Mundo masculina.

Nada mal para quem não está no lugar.

Marta, Cristiane e Formiga, a Santa Trindade do futebol feminino brasileiro. Foto: NICHOLAS KAMM/GettyImages
Marta, Cristiane e Formiga, a Santa Trindade do futebol feminino brasileiro. Foto: Nicholas Kamm/GettyImages

 

Pela terceira vez em sua história, o time xadrez sobe ao pódio e consagra a geração liderada por Modric
por
Arthur Campos
João Victor Fogagnolo
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18/12/2022 - 12h

No último sábado (17), ocorreu a penúltima partida da Copa do Mundo Catar 2022. Croácia e Marrocos estiveram frente a frente no estádio Internacional Khalifa para definir o terceiro e quarto lugar do torneio. 

As seleções se reencontraram 24 dias depois do confronto na primeira rodada do grupo F na fase de grupos. Naquela ocasião o jogo terminou em um 0 a 0 nada saudoso. 

Em lados opostos do chaveamento, os Leões dos Atlas, tal qual Davi, foram desafiados por vários Golias e assim como na passagem bíblica de Samuel 17, triunfaram diante dos gigantes. Posteriormente, sucumbiram apenas perante a atual campeã, França. 

Já a seleção eslava, repetindo o feito de 2018, precisou passar por duas prorrogações para manter-se na competição. Da mesma forma que na edição passada, os embates contra Japão e Brasil chegaram até as penalidades máximas, nas quais as duas saíram derrotadas, com o goleiro Dominik Livakovic sendo o protagonista. Somente a Argentina foi capaz de impedir os croatas de irem a mais uma final. 

Croácia
Foto oficial da seleção croata. Imagem: Reprodução/Twitter/@fifaworldcup_pt

 

Dentro de campo as equipes vieram bem mexidas devido ao desgaste acumulado durante a Copa. O técnico Walid Regragui, que sofreu com desfalques nos duelos contra Portugal e França, promoveu descanso a alguns jogadores. Mais uma vez o comandante não teve a disposição o lateral esquerdo Noussair Mazraoui, que não estava no banco de reservas, cedendo espaço para Yahia Attiyat Allah. Já os atletas Roman Saiss, Nayef Aguerd, Selim Amallah e Azzedine Ounahi foram preservados, sendo substituídos por Achraf Dari, Jawad El Yamiq, Abdelhamid Sabiri e Bilal El Khannouss respectivamente. 

Por motivos semelhantes, o treinador Zlatko Dalic deu oportunidades para outros jogadores do plantel. Em comparação ao confronto anterior, houve três mudanças na linha de defesa, o recuo de Ivan Perisic para variar entre lateral e ala pela esquerda, junto com as entradas de Josip Sutalo e Josip Stanisic, nas vagas de Dejan Lovren e Josip Juranovic, nesta ordem. Na parte ofensiva, Lovro Majer, Mislav Orsic e Marko Livaja também ganharam chances nos lugares de Mario Pasalic, Borna Sosa e Marcelo Brozovic. 

Dado o apito inicial, os 44.137 expectadores viram um começo de partida movimentado. Em jogada ensaiada na cobrança de falta, Majer bateu para dentro da área, Perisic escorou de cabeça e Josko Gvardiol completou para abrir o marcador aos 7 minutos, numa bela trama croata.

Croácia
Gvardiol mergulhou e fez 1x0 para o time xadrez. Foto: Reprodução/Twitter/@FIFAWorldCup

 

No minuto seguinte, novamente em bola parada, o cruzamento de Hakim Ziyech desviou e sobrou para Dari empatar a disputa. Antes do intervalo, aos 42, numa recuperação dos eslavos na zona de ataque, Livaja passou para Orsic finalizar com chapa do pé, e resvalando levemente na trave, morreu dentro das redes do goleiro Bono. 

Na volta para o segundo tempo, o fator físico pesou e o ritmo do jogo caiu. Apesar da posse de bola marroquina, os leões não conseguiram concretizá-la em reais perigos de gol. Sem grandes emoções na etapa final, o placar terminou em 2 a 1, com a Croácia conquistando o terceiro lugar da Copa do Mundo.  

A campanha coroou um possível fim da brilhante trajetória de Luka Modric na seleção. O camisa 10 foi o destaque desse meio campo e ficará eternizado como o maestro dessa geração.

Croácia
O craque Modric em sua última Copa do Mundo. Foto: Reprodução/Twitter/@FIFAWorldCup

 

Mesmo ficando com a quarta colocação, Marrocos sai do Catar de cabeça erguida e o treinador Regragui fez questão de enaltecer.

“Lembraremos de muitos jogos, voltaremos mais fortes. Unimos o nosso país durante um mês, todos estavam felizes”, enfatizou. 

O comandante também falou sobre o legado que deixaram nessa Copa.

“Eu acho que mostramos nossa força. Mostramos que o futebol africano está preparado para enfrentar os principais times do mundo com eficiência e jogando no nível mais alto”, comentou. 

O técnico marroquino ainda deixou seu recado visando os próximos objetivos da equipe.

“Eu disse aos meus jogadores que não podemos ser reis do mundo antes de sermos reis do continente. Nós vamos trabalhar para ganhar a Copa Africana de Nações”, afirmou Regragui. 

O ex-jogador esteve na PUC-SP e conversou com exclusividade com a Agência Maurício Tragtenberg sobre Copa do Mundo, seleção brasileira e política.
por
João Victor Martins Fogagnolo
Arthur Campos
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06/09/2022 - 12h

 

Na última terça-feira (23), a convite do Centro Acadêmico 22 de Agosto, o comentarista esportivo Walter Casagrande Júnior participou de uma palestra na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo para abordar o tema “Democracia, Futebol e Trabalho: o Futebol na Modernidade”.  

A equipe de reportagem da AGEMT PUC-SP o entrevistou com exclusividade. Confira: 

 

Favoritos 

 

Com discurso semelhante ao do atual jogador do Paris Saint-Germain, Kylian Mbappé , para quem os europeus chegam mais prontos e por isso têm levado a melhor nas últimas edições, Casagrande cita as seleções europeias como as favoritas e justifica: 

“Eu acho que as seleções europeias são as favoritas, mais do que Brasil e Argentina [...] O Brasil não joga com nenhuma seleção média da Europa faz 4 anos, e numa Copa do Mundo, é possível uma seleção europeia ser campeã sem jogar contra uma Sul-americana, mas o contrário, é impossível", pontuou. "Se você olhar o Campeonato Inglês, Eurocopa, Liga das Nações e comparar com a Copa América por exemplo, a agressividade é completamente diferente, intensidade de jogo é outra", completa o ídolo do timão.   

Mesmo dando ênfase às nações do velho continente, Casagrande não descarta a seleção brasileira dentre os candidatos ao título. 

“O Brasil tem um bom time. São 7 jogos, e se, se acertar, pode ser campeão porque é sempre considerado um dos favoritos. Tem peso, história da camisa e todos os caras respeitam", elucidou Casão. 

 

Imagens: Eduardo Machado
Imagens: Eduardo Machado 

 

Experiência x Inexperiência 

 

Um dos assuntos tratados foi a inexperiência de alguns jogadores da seleção brasileira, que pode ser um problema durante a competição. Casagrande, que disputou o Mundial de 1986, compartilhou a sensação de estar representando sua pátria. 

“A energia e a atmosfera são completamente diferentes, não existe nada igual. Você pode jogar qualquer campeonato, mas quando você chega na Copa do Mundo é outra parada, o mundo todo está olhando aquilo e você está defendendo seu país", contou.  

O ex-atacante destacou os aspectos psicológicos e emocionais despertados por uma partida de Copa do Mundo, e disse ter preocupação com alguns atletas, em especial com o ponta direita Raphinha, recém-contratado pelo Barcelona, vindo do Leeds United, da Inglaterra 

“É jovem porque nunca tínhamos visto jogar na seleção brasileira, daí foi convocado há pouco tempo pelo Tite, mas não é novo o suficiente pra você falar que talvez ele se assuste. O cara já tem 25 anos, vai jogar a primeira Copa do Mundo e ele está começando a disputar jogos importantes agora, que foi pro Barcelona", analisou Casagrande. "No Leeds, o campeonato inglês é difícil e tal, mas sempre jogando pra fugir do rebaixamento. Não está numa Champions, não cruza com grandes jogadores fora da Inglaterra, então pra ele, talvez possa pesar um pouco mais. Sobre a garotada, é questão de experiência, de pegar a primeira bola e ter confiança", concluiu. 

 

Futebol X Política  

 

Walter Casagrande Júnior está eternizado nos corações da fiel torcida. Com 256 partidas e 103 gols marcados, ele conquistou 2 títulos do Campeonato Paulista (1982 e 1983), sendo em 1982, o artilheiro da competição com 28 gols. Porém, há quem se engane ao achar que seus feitos se resumem somente dentro das 4 linhas. 

Fora delas, Casão foi figura fundamental na luta pelo fim da ditadura militar com a famosa e histórica "Democracia Corintiana", movimento liderado por símbolos como o próprio Casagrande, Sócrates e outros atletas do plantel corintiano.  

Mesmo depois de pendurar as chuteiras,  o atual colunista do UOL Esportes não deixou de lado seu posicionamento político e suas críticas a sociedade. 

Durante a palestra, Casagrande voltou a criticar o silêncio dos jogadores brasileiros após vivenciarem momentos críticos na pandemia e comentou a escassa postura deles sobre o atual estado do país.  

“Parece que não, mas a gente vive numa democracia. Então, eles não são obrigados a se manifestar, porém, nunca falar nada, nunca tocar em nenhum assunto, faz falta porque o Brasil ainda é o país do futebol, e a voz dos jogadores tem eco. É muito importante que eles se manifestassem pelo menos em alguma causa social (racismo, homofobia, machismo etc.), já que isso não interfere na política”, finalizou.  

Jornalista esteve na PUC-SP e falou sobre o histórico da seleção brasileira, além de fazer projeções para a copa do mundo.
por
Gusthavo Sampaio
Leonardo de Sá
Fabrizio Greco
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01/09/2022 - 12h
Foto do Jornalista Mauro Beting
Mauro Beting
Foto: Leonardo de Sá / AGEMT

Na última terça-feira (23) a convite do centro acadêmico 22 de agosto, da faculdade de direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) o jornalista esportivo Mauro Beting participou da palestra “Democracia, Futebol e Trabalho: Futebol na Modernidade”.

O jornalista conversou com a equipe da Agência Maurício Tragtenberg (AGEMT), entre os temas abordados estiveram a Copa do Mundo no Qatar e o desempenho da seleção brasileira. Veja a entrevista na íntegra.

 

Apesar de uma história vitoriosa, a seleção coleciona derrotas marcantes. Dentre essas, qual a mais dolorida? É possível uma revanche?

“O maracanaço, eu acho que é a única derrota que não tem como reverter no futebol, e se bobear em outro esporte coletivo-individual. Primeiro 200 mil pessoas você não vai ter em lugar nenhum do mundo. Um país que na fase final, meteu 7x1 na Suécia, 6x1 na Espanha. O Uruguai havia empatado. Quer dizer que o Brasil jogava pelo empate. Faz 1x0 com 2 minutos com o Friaça, toma o empate, e toma a virada. Não tem como. Nem se o Brasil vencesse em uma Copa no Uruguai, você poderia devolver.

O 7x1, acho que se o Brasil jogar uma semifinal em Berlim ou em Düsseldorf, ainda se dá para dizer chupa Alemanha. O maracanaço não tem como, o Uruguai um país que caberia na Zona Leste de SP, os caras já tinham 2 olimpíadas e 2 copas do mundo. 82 é dolorido pra caramba, junto com Hungria 54 e Holanda 74, outras grandes seleções que perderam. Perderam copas, mas conquistaram o mundo, mas o maracanaço não tem igual.

Até por se ter poucas imagens, uma outra época, 72 anos. O maracanaço não tem como repetir”.

 

Depois de 20 anos do penta, a copa de 2022 pode ser o palco para uma nova conquista, o hexacampeonato. Com tanta expectativa e euforia, quais são suas projeções para a seleção brasileira no Qatar?

“Embora palmeirense e jornalista esportivo, eu costumo ser otimista. Acredito que o Brasil vai ter pauleira desde o começo. Na história da seleção, quanto mais pauleira, maior a chance de ser campeão. Quando a gente vai incensado, como lamentavelmente foi em 1982, 2006, até 2018, acaba que o Brasil não vai tão bem. O Brasil tá indo com um desempenho muito bom, apesar de uma das piores eliminatórias que eu já vi na minha vida. Acho que a seleção tem bola para chegar na Copa, também porque não se tem uma grande seleção.

A França talvez esteja melhor do que esteve, porém desde 62 não se tem um bicampeão, além de também não ter um grande craque desequilibrante. Apenas Portugal com Cristiano e Argentina com Messi levam essa vantagem, mesmo com os dois em final de carreira. Acho que é a copa do Messi, a Argentina deve ir longe, até uma semifinal. O Brasil se tiver sorte, passa por um grupo mais difícil que 2018. Dando uma lógica, a seleção pega o Uruguai de cara. Vai ser uma pauleira, principalmente com essa geração uruguaia.

Depois, talvez, um confronto com a Espanha, seleção muito boa, muito bem trabalhada, mas muito jovem. De repente o Brasil passa. Numa semifinal pega a melhor geração portuguesa. Pode pegar uma Argentina com Messi, e a Argentina tá muito bem. E de repente pode ser Brasil e França, não acho absurdo o Brasil ganhar.

Em 2002 no penta, a seleção passou por 4 treinadores que convocaram 104 jogadores, para 18 partidas, o Brasil estava muito mal, mas foi o craque do mês. Como em 1982 o Brasil só perdeu para uma Itália, que naquela época, ganhou só 4 jogos, os 4 que precisava na Copa da Espanha. Muitas vezes a Copa é um festival de futebol, quase sempre [...]".  

 

Foto do Jornalista Mauro Beting e do ex-jogador Walter Casagrande Júnior
Mauro Beting e Walter Casagrande Júnior durante a palestra
Foto: Leonardo de Sá/AGEMT

 

Recentemente o atacante Kylian Mbappé disse que a preparação das seleções europeias é melhor que a das seleções Sul-Americanas. O fato de as últimas quatro copas do mundo terem campeões europeus é uma confirmação disso?

“Isso eu confesso que também não sei a resposta. Se você for pensar pelos brasileiros, argentinos, uruguaios, (...) os caras tão cada vez mais na Europa. Pelo nível de competitividade era para eles estarem mais preparados, mas é interessante, acho que é meio que uma coincidência. Diferente do que a gente tem visto em campeonatos mundiais de clube. Desde a Lei Bosman de 1995, que permitiu que os clubes possam ter uma seleção internacional, você pode fazer um time como a Internazionale.

A Inter foi campeã da Europa e do mundo em 2010 com apenas 6 italianos, o começo do time era Júlio Cesar, Maicon e Lucio, quer dizer, toda uma base brasileira. Mas se pergunta:  Por que esses caras em clubes rendem e na seleção não estão rendendo? Não sei. Realmente, a nível de seleção não sei explicar o porquê.

Se você pensar, todos os caras estão jogando lá, tem bons treinadores, acho o Tite um ótimo treinador, mas não rola. Eu sinceramente não tenho uma resposta para isso. Para os clubes é fácil, Lei Bosman ferrou, desequilibrou muito, mas para seleção confesso não saber".

 

Com nomes como Raphinha e Vinícius Júnior (herói do décimo quarto título de Champions League do Real Madrid) você acredita que uma “Neymar dependência” está menor comparado a 2014 e 2018?

“Grande questão, acho que sim. Eu não quero tirar o peso do Neymar, mas sim, dar mérito a ele. Nunca na história da seleção Brasileira, mesmo se você pegar lá em 30, quando eu ainda estava na faculdade, você pegava Domingos da Guia e Leônidas, depois Zizinho, Jair Rosa Pinto, Ademir, que foi o artilheiro na copa de 50 e do próprio mundial, sempre tinha 2, 3, 4, 5 ou 6 jogadores. Desde que o Neymar estreou em agosto de 2010, é Neymar e rapa. Você pode falar que é o Philippe Coutinho, mas muito abaixo dele, mas acho que nesse novo período, nesse novo ciclo é o Paquetá, até por que para mim o Vinícius Júnior teve poucas chances dadas pelo Tite.

Mas mesmo com a excelência do Raphinha que tá muito bem no Barça, e o Vinícius Júnior não precisa nem dizer, cara, não tem ninguém na altura do Neymar. O Neymar quase que carregou sozinho nas costas como ele levou a porrada do Zuñiga lá contra a Colômbia nas quartas de 14.

Então assim, o Brasil está criando maneiras de ser menos dependente do Neymar, mas não tem muito jeito, até porque não é só para a seleção agora com o Tite, é na história do futebol. Você tem o Messi, você vai ser dependente dele, você tem o Cristiano, você vai ser dependente, um Puskás, um Cruijff, um Rivelino. Mas realmente a discrepância, a diferença para usar do termo recente é um outro patamar do Neymar pro resto.

É Neymar e rapa, então realmente a gente tem ótimos jogadores. Quase todos que estão na copa serão, somente do meio pra frente, até do meio para trás, vai sobrar gente boa de fora da copa do Mundo. Mas do nível do Neymar, não, pois eu acho que o Tite tem trabalhado também nisso, não se livrar do Neymar mas tentar potencializar outros nomes.

É uma saída mesmo, se o Neymar tiver uma gripe, ou ficar rolando como não deve, vai ser muito complicado. Mas eu 'tô' muito animado, porque eu acho que o Neymar está muito preparado e muito focado para fazer a melhor copa dele (...).”

 

Por ser talvez a última Copa do Mundo de Lionel Messi e Cristiano Ronaldo, você acha que isso é um combustível a mais para a última dança dos dois?

“Com certeza, Last Tango, o último tango no Qatar e o último Fado, sei lá, embora o Cristiano a gente pode aguardar tudo, né? Para mim, o Cristiano é o maior atleta que já jogou futebol, não é o maior jogador, para mim quem mais jogou futebol nesse planeta é o Messi, porque o Pelé é de outro. E para mim quem mais jogou bola, que não é necessariamente jogar futebol é o Maradona.

Mas assim pode ser, e eu acho que as duas seleções podem se enfrentar na semifinal, por que tem muito potencial. É a melhor geração de Portugal, não necessariamente o melhor time, e a melhor Argentina, mais competitiva desde 2002.”