Psicóloga explica as motivações emocionais e sociais que levam a este comportamento
por
Cecília Schwengber Leite
Helena de Paula Barra
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12/06/2025 - 12h

Nos últimos meses viralizaram na Internet diversos casos de “mães de bebê reborn”, em que mulheres adultas faziam vídeos cuidando e interagindo com as bonecas artesanais realistas como se realmente fossem suas filhas, dividindo opiniões sobre tal comportamento. A polêmica se acentuou quando começaram a surgir mulheres levando suas bonecas para supostamente serem atendidas em postos de saúde, ou até brigando pela sua guarda na justiça. Para entender melhor o assunto, ouvimos Kelly Vieira Ramos, psicóloga e especialista em análise do comportamento, em entrevista à AGENT. Para assistir ao vídeo, acesse o link:

 

Os famosos LPs batem recordes de venda e voltam a fazer sucesso, inclusive com as novas gerações
por
Helena Costa Haddad
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11/06/2025 - 12h

Revolucionando a indústria musical, os discos de vinil, criados em 1948 por Peter Carl Goldmark e Columbia Records, mudaram a forma de distribuição musical e marcaram a cultura mundialmente. No Brasil, eles chegaram em 1951 com o disco Carnaval em ‘long playing’ (tradução da sigla LP) e se mantiveram no auge até a década de 1990, quando os CDs apareceram para substituir os discos. Nos anos 2000, as mídias digitais tiveram seu boom e o streaming conquistou o público.  

Mas apesar das plataformas de streaming estarem em alta, jovens, que nem viveram a era dos LPs, começaram a procurar vinis e muitos novos artistas também estão atrás desse método de distribuição. Em 2024, um levantamento da Pró-Música Brasil mostrou que os discos de vinil representam 76,4% da venda de mídia física no país, os correspondentes a R$ 16 milhões. 

discos na galeria
Zeitgeist Music, Galeria do Rock. Imagem: Helena Haddad

Marco Antônio Cunha, vendedor desde 1984 na Galeria do Rock, no centro de São Paulo, contou que viveu a transição vinil para CDs e que agora, voltou a vender discos. “Agora, os discos pop de artistas internacionais são os mais procurados. Vamos atrás de fornecedoras e pagamos taxas altas, o que encarece muito, mas, é o que mais sai”. Discos como Brat, de Charli xcx e Mayhem, de Lady Gaga estão nas prateleiras e são sucesso de vendas garantido.  

 

O desafio da produção interna e das taxas 

Em março deste ano, o ministro da Fazenda Fernando Haddad comentou que iria tentar zerar a importação de discos de vinil.  “Eu nem sabia que disco era tributado, porque livro não é. Compro livro importado e nunca paguei tributo. Prometo ver isso, com carinho. Vou discutir com o Barreirinhas [secretário da Receita Federal]”, prometeu o ministro no Podcast Inteligência Ltda.  

Para Marco, a promessa do ministro não deve ir para a frente “no ano passado, elas [as taxas] foram cobradas fielmente. Como existe há muito tempo, duvido que vão diminuir ou zerar”. Francisco Troia, vendedor de vinil há cinco anos fala desse momento com curiosidade e concorda com a problemática das taxas: “os jovens redescobriram os vinis, eles estão se interessando mais. Procuram garimpos e discos novos, principalmente pop internacional, Taylor, Lady Gaga etc. Às vezes, alguns clientes pedem discos específicos e a gente vai atrás. A venda aumentou muito com os jovens. Mas a alfândega é um empecilho. Tudo fica caro com as taxas.”.  

O vendedor também trouxe outra questão: a falta de fábricas de vinil no Brasil, que dificulta e encarece o projeto de novos artistas. “A demanda é muito grande nas fábricas, tem uma fila extensa. Só que quando eles fazem, é em pequena quantidade o que deixa o produto muito caro, quase no preço dos discos importados.” 
 

Gen Z e os vinis 

Os jovens André Paz e Igor Pimentel, ambos com 19 anos, são colecionadores e contaram um pouco sobre essa jornada. “Foi uma forma de me manter mais próximo dos artistas que eu gosto, me sinto mais conectado com a música, além da estética que me agrada muito”, comenta André. “Acho que na vitrola você percebe sons que no spotify não são perceptíveis. O som é mais claro”, complementa Igor.   

Já sobre os impostos, a resposta é unânime, apesar de ter mais sites, lojas, facilitando a compra, as taxas são “absurdas e desanimam”, como diz Igor. André, apesar de ter muitos discos importados, tem o costume de comprar discos nacionais: “Minha coleção é balanceada, tenho a discografia solo da Marina Sena completa em vinil. E já garimpei alguns.” 

A nova onda reafirma a relevância do vinil e devolve à discussão elementos como a qualidade do som e a experiência de ouvir música em si. Para os mais jovens, a prática também ajuda a reconectar com os hábitos dos seus pais, que muitas vezes passaram essa paixão para as gerações seguintes.  

A crise anunciada pelo vício em apostas online que atinge jovens e crianças
por
Leticia Falaschi
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10/06/2025 - 12h

O cenário quase que epidêmico gerado pelos aplicativos de aposta no Brasil desestabilizou diversas esferas da vida da população. Desemprego e a desigualdade econômica viram combustível para as empresas que operam as bets. Segundo uma pesquisa publicada em abril pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), 10,9 bilhões de brasileiros com mais de 14 anos de idade apostam de forma descontrolada em jogos de azar, dados esses pertencentes a terceira edição do Lenad (Levantamento Nacional de Álcool e Drogas), realizado entre 2023 e 2024. Os números, que crescem exponencialmente, alertam profissionais da saúde, principalmente na área da psiquiatria e psicologia.

Em contrapartida, a legalização de algumas plataformas parece não estar de acordo com o estado preocupante indicado pelo sistema de saúde brasileiro. A complexidade se encontra, principalmente, no perfil do público mais afetado pela jogatina. O estudo da Unifesp mostra que 1 a cada 8 desses 10,9 bilhões apresentam dinâmica mais comprometedora com as apostas, se enquadrando em diagnósticos de transtornos comportamentais ligados ao vício.

Segundo a psicóloga clínica Elen Ribeiro da Silva, formada pela Universidade Paulista (Unip), em entrevista à AGEMT, existe uma combinação de fatores que afeta, principalmente, classes socioeconômicas mais vulneráveis.  “Qualquer pessoa tem fácil acesso às apostas, e num país com altas taxas de desemprego e subemprego e com tantos brasileiros sem educação financeira, a promessa de se ganhar a vida em apostas online é muito atrativa, principalmente para aqueles em cenários financeiros mais delicados.”, afirma a entrevistada.

A conjuntura de descrença e crise na economia acabaram cooperando para que a febre das bets tomassem conta da vida dos brasileiros, uma ilusória perspectiva de vida. Segundo o Lenad, a dependência em jogos de aposta fica atrás somente do álcool e do tabaco, superando o vício no crack e na cocaína da população. As empresas usam mecanismos que fomentam a vontade de jogar, operando de forma apelativa, bombardeando o usuário com incentivos enganosos.

“Essas plataformas funcionam estimulando sistema de recompensa do nosso cérebro e com liberação de dopamina, o que se assemelha com a dinâmica neuroquímica causada pelo uso de drogas.”, explica a psicóloga.  A falta de regulamentação dessas operações, que lucram com o desespero dos brasileiros, assim como a publicidade predatória são fatores que podem estar relacionados com o imenso número de jogadores. 

Segundo Elen Ribeiro, a ludopatia (ou o jogo patológico) é um transtorno comportamental grave já reconhecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e já indicado no Manual de Diagnósticos Estatísticos de Transtornos Mentais (DSE-5) e é muito ameaçador pelo padrão comportamento compulsivo em apostas, mesmo diante de todas as consequências negativas. “É um pulso muito grande que foge do controle do jogador. Inicialmente vemos as perdas financeiras e endividamento, vêm os comportamentos ilegais... aí entra um fator ainda mais perigoso, que são os pensamentos suicidas, gerados pela desesperança em sair da situação. Muitas vezes, o indivíduo tem perda total da identidade", alerta Ribeiro.  

O sistema público de saúde sofre uma grande ameaça com o aumento de viciados em apostas, principalmente por ser uma patologia enquadrada no campo da psiquiatria. A rede de atendimento psicológico na saúde pública já é extremamente sobrecarregada, e a falta de estrutura para lidar com transtornos comportamentais é maior ainda. Os Centros de Atendimentos Psicossociais, os CAPS, um dos poucos centros públicos efetivos de tratamentos, têm uma grande demanda para tratar pacientes com vícios ligados ao álcool e as drogas, o que, somado ao sucateamento, deixa os tratamentos a outros transtornos em segundo plano.

É mais uma demanda para o Sistema Único de Saúde (SUS), ainda mais quando o público mais afetado não tem acesso a serviços de saúde privatizados.  A maioria das pesquisas especificadas para analisar o fenômeno vieram depois do aumento expressivo do número de viciados, não houve uma análise prévia à inundação das bets. Os poucos dados dos efeitos desse vício, usados em estudos de possíveis tratamentos, são de pessoas que buscam ajuda em centros clínicos, ainda há uma imensa parcela de indivíduos e dados que não foram analisados. Ouça aqui a entrevista completa. 

 

Como memórias viraram tendência e movimentam bilhões no mercado cultural
por
GUILHERME PERIOTTO KATINSKAS
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09/06/2025 - 12h

Tênis antigos, brinquedos de infância, filmes que voltam com nova roupagem. A nostalgia virou um dos motores mais fortes da cultura pop e do consumo. Mas por que buscamos tanto o que já passou? Neste vídeo, investigamos como a memória virou mercadoria, para isso tive uma conversa com quem vive disso: um jovem artesão que transforma saudade em bonecos. Assista

Podcast analisa a nova legislação implantada e como ela influencia a rotina de alunos, professores e a dinâmica da aprendizagem
por
Júlia Polito
Luiza Zequim
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01/06/2025 - 12h

Com o avanço da tecnologia e a popularização dos smartphones, o uso de celulares dentro das escolas se tornou uma questão mais discutida por educadores, pais e autoridades. De um lado, o aparelho pode ser uma ferramenta de apoio ao aprendizado, de outro, representa uma grande fonte de distração. Diante desse cenário, foi sancionada em janeiro de 2025 Lei que regulamenta o uso dos celulares nas instituições de ensino, estabelecendo critérios claros para garantir que a tecnologia seja utilizada de forma responsável e educativa, sem comprometer o rendimento escolar nem a convivência dentro do ambiente acadêmico.

Para discutir sobre essa questão e como ela funciona na prática, trouxemos duas convidadas para o nosso POD Conta Aí. A professora da rede particular, especializada em orientação de alunos, Adriana de Moraes, e Lara Miyazaki, aluna da rede pública, que apresenta sua perspectiva sobre o uso dos celulares em sala de aula. Para acompanhar esse bate papo, acesse abaixo o Spotify

 

Isolamento social foi estimulo para que cães e gatos fossem companhias em tempos pandêmicos.
por
Ian Valente Rossignoli
Davi Garcia Valentini Vieira de Souza
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05/05/2022 - 12h

A adoção de animais de estimação, principalmente por parte dos “Pais de Pet” de primeira viagem, aumentou durante a pandemia da COVID-19, tornando-se uma saída para suprir a solidão decorrente do isolamento social.

 A União Internacional Protetora dos Animais (UIPA), apresentou uma pesquisa em que a procura por adoção de animais aumentou 400% durante o primeiro trimestre de 2020 e em um outro levantamento feito pelo Radar Pet 2021, foi observado que, 30% dos animais de estimação foram adotados durante o período pandêmico, sendo 23% foram os primeiros bichinhos de seus donos.

Esses dados se confirmam com as entrevistadas Jaqueline Gomes, 54, e Ágatha Chaignon, 18, que adotaram, respectivamente, o “vira-lata” Rock e o gato Alecrim, sendo a primeira vez que as duas adotaram um animalzinho. Elas confessam que antes de ter um bichinho de estimação em casa, elas sentiam falta de uma companhia e devido ao lockdown, agravou-se esse sentimento.

Para Chaignon, após a chegada do animal, o ambiente é outro: “Muda totalmente o clima, ele gosta muito de ficar perto quando estou fazendo minhas coisas em casa.” Ela conta ainda que  “com certeza virou um amigo muito importante, não vivo mais sem ele.”

Jaqueline Gomes acredita que a reclusão em casa com o seu recém adotado trouxe uma confiança a mais na relação entre eles, aprendendo a conviver e amar um ao outro. Segundo ela “acima de tudo eu tinha que cumprir com todas as responsabilidades da adoção, sabendo dos meus compromissos e que ele teria que me acompanhar pra cima e para baixo”.

No âmbito do pós-pandemia, a jovem de 18 anos afirma que a socialização do seu animal de estimação foi tranquila, e que o contato com pessoas e outros animais não foi um problema, e que, se houver a possibilidade, adotaria novamente.

Com a diminuição de casos e o início da volta ao normal o Rock teve que descobrir o mundo fora de um apartamento e acompanhar seus donos no máximo de coisas que ele possa fazer, mas o isolamento contribui para adquirir confiança e ter um crescimento seguro.

Já Paola Giordani, 50, é presidente da UPA (União Protetora dos Animais) em Lorena, interior de SP, há 10 anos, e confirma que, durante a pandemia, houve uma procura maior em relação ao período anterior ao vírus, mas que os critérios de adoção continuavam os mesmos.

 
Entretanto, o índice de abandono também cresceu: “Houve muito mais abandono, de todos os tipos de animais.
Alguns eu acredito por não ter como sustentar, nem com o básico ou mesmo sem condições de levar num veterinário que sabemos que é caro. Outros porque adotaram de impulso, se arrependeram e pra muita gente o mais fácil é prático é se ver livre abandonando.”


A instituição cuida de vacinar, alimentar e castrar o animal, para garantir a adoção responsável, e entregá-lo saudável para o futuro dono. A associação não possui fins lucrativos, e sobrevive a partir de doações e patrocínios.

A partir do aumento da vacinação e a flexibilização das medidas restritivas, Giordani lamenta que a situação relacionada a adoção e abandono piorou. “O abandono e os maus tratos continuam, sinceramente a humanidade não aprendeu nada com essa pandemia, a cada dia os animais sofrem mais. Ficou pior e a procura diminuiu.”

 

 

Visto como algo possível apenas para a classe média-alta, a causa vegana divide opiniões.
por
Sônia Xavier
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26/04/2022 - 12h

O veganismo é um estilo de vida que busca excluir, na medida do possível e praticável, todas as formas de exploração e crueldade animal, seja na alimentação, no vestuário ou em outras esferas do consumo, de acordo com a Vegan Society, a mais antiga e respeitada sociedade vegana do mundo. 

Esse movimento difere do vegetarianismo pelo fato de que o segundo restringe-se ao regime alimentar e que, segundo a Sociedade Vegetariana Brasileira(SVB), sofre variações entre os adeptos .As principais vertentes do vegetarianismo são o ovolactovegetarianismo que mantém na alimentação ovos, leite e lacticínios, o lactovegetarianismo que consomem leite e lacticínios, o ovovegetarianismo que utiliza ovos na alimentação e o vegetarianismo restrito que não utiliza nenhum produto de origem animal. Não há pesquisas no Brasil sobre o número de praticantes do veganismo, mas segundo estimativa da SVB, dentre os 30 milhões de adeptos do vegetarianismo, 7 milhões seriam veganos, em 2018

Caroline Soares, arquivo pessoal
A ativista vegana e estudante de nutrição Caroline Soares adiou a adesão ao veganismo por achar que seria caro.

Afinal, o veganismo é ou não é caro? Depende, é o que ressalta a ativista vegana e estudante de nutrição Caroline Soares. “Eu adiei meu veganismo por achar que era caro porque eu sou uma mulher periférica, mas eu comecei a entender que a alimentação vegana é básica, é o arroz e o feijão”

Ainda assim, a ativista percebe que há certa elitização do movimento a partir da apropriação do mesmo realizada pela indústria. “Assim como qualquer alergia alimentar, a cabeça da indústria funciona assim: se ela [pessoa vegana] não comer essa opção, ela não vai comer nada, então se tem uma opção vegana no cardápio por R$ 40, as pessoas que são veganas vão ter que consumir porque é isso ou é nada”, explica a ativista.

A publicidade alimenta ainda mais a ideia do veganismo ser para pessoas ricas e não considera a realidade da maioria dos brasileiros. Caroline aponta que a classe média-alta aborda o veganismo associando à alimentação saudável, o que não é, necessariamente, verdade. ”Nós temos que ter consciência de classe dentro do movimento para aproximar as pessoas da luta porque, quando a gente olha para preços assim, a gente imagina que o movimento é burguês, sendo que não é”.

Renata Herrera, arquivo pessoal
A nutricionista Renata Herrera destaca a importância de complementar nutrientes.

Uma das preocupações de pessoas que aderem à dieta vegetariana é o suprimento das necessidades nutricionais, o que, segundo a nutricionista Renata Herrera, é totalmente possível “O que acontece é que, às vezes, é preciso um volume maior (de alguns nutrientes) em uma refeição”.

Quando se fala em veganismo popular, outra pauta que emerge é a insegurança alimentar, que impacta principalmente a parcela mais pobre da população brasileira, ainda mais no cenário socioeconômico atual. “Eu comecei a estudar nutrição porque, na periferia, não existe esse papo de nutrição. A favela já é ‘vegetariana forçada’ porque carne é algo que não entra, então a periferia tem péssimos hábitos alimentares. Ela come o resto do resto da indústria da carne, enquanto a burguesia come bem, tem atendimento nutricional e come na quantidade certa”, ressalta Soares

Renata também se posiciona sobre o papel do profissional de nutrição diante desse contexto. ”O nosso papel é conseguir te ajudar independentemente do seu poder de compra. Se não dá pra comprar o leite vegetal enriquecido com ferro ou b12, dá pra ensinar a fazer o leite em casa com amêndoas ou até amendoim, que é uma opção mais barata”.

Além dos benefícios para a saúde, como a redução do risco de desenvolver doenças cardiovasculares, e ao meio ambiente com a queda na emissão de gases do efeito estufa por exemplo, o movimento vegano resulta ainda em uma aproximação da alimentação mais natural.’ ”Falamos sobre autonomia alimentar, porque depois de me tornar vegana passei a ter mais consciência do que eu tô comprando. A gente tem que aproximar as pessoas da alimentação para que elas saibam o que estão comendo”, ressalta Caroline.

 

 

 

 

Há uma semana da data limite, número de títulos de eleitores de 16 e 17 anos ainda é baixo
por
Carolina Raciunas; Isabela Gama; Henrique Baptista
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26/04/2022 - 12h

Em março houve um aumento considerável e o percentual de jovens para quem o voto é facultativo chegou a 13,6%. Apesar disso, o número total ainda é baixo, principalmente quando em comparação com fevereiro de 2018, quando o número chegou a 23,3%.

Em fevereiro deste ano, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) registrou a menor quantidade de adolescentes de 16 e 17 anos com título de eleitor da história. Naquele mês, foram emitidos 12.297 documentos. Já em março, o cenário mudou para melhor. Houve um crescimento de novos título - tudo em meio à manifestações de artistas incentivando jovens a emitirem o título de eleitor. Um dos principais eventos em que isso ocorreu foi o Lollapalooza Brasil. Para saber mais sobre a atuação dos jovens nas eleições de 2022, confira a reportagem em vídeo sobre o assunto. 

Três lugares em São Paulo em que você pode chegar, respirar, relaxar e aproveitar a vida
por
Henrique Alexandre
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08/04/2022 - 12h

Que São Paulo é uma correria, todos nós sabemos. Avenidas movimentadas, transporte públicos, em sua maioria, lotados, trabalhadores atravessando a cidade para chegar aos seus empregos e suas casas. Ações típicas de uma metrópole. 

Nesse vai e vem da maior cidade da américa latina, o paulistano procura lugares e atividades para distrair a cabeça. Se você é uma dessas pessoas, nesse texto vai encontrar algumas dicas de lugares na capital paulista que dá para relaxar, aprender e se divertir. Tá preparado? Vamos nessa: 

 

PARQUE DO IBIRAPUERA

 

Normalmente, quando falamos de São Paulo, uma das primeiras coisas que lembramos é do parque do Ibirapuera, o mais famoso da capital paulista. 

Com uma área de mais de 1.584.000m², o Ibira, como é chamado pelos paulistanos, tem espaço para andar de bicicleta, praticar esportes com bola, como futebol e basquete, para fazer um piquenique com a família toda e passear com seus pets. 

 

Parque do Ibirapuera
Parque do Ibirapuera, o parque mais famoso de São Paulo

Além de tudo isso, o parque mais visitado da américa latina dispõe de museus agradáveis para serem visitados. Os museus Afro Brasil, de Arte Moderna e de Arte Contemporânea estão à disposição dos visitantes. E eles são de graça. Oportunidade de, além de relaxar, ter ainda mais conhecimento sobre a história do Brasil e do mundo. 

 

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO-USP

 

Uma das maiores universidade da américa latina também é um ótimo lugar para relaxar, sabia? A USP tem mais de 75 milhões de metrôs quadrados e pode, de fato, ser considerada uma cidade. Os paulistanos podem aproveitar a universidade, principalmente de final de semana, para fazer uma caminhada, corrida e até mesmo piquenique. 

 

 

 

USP
Praça do Relógio na Universidade de São Paulo - Crédito: Cecília Bastos

A USP tem a disposição os institutos de estudo para visita e conhecimento das práticas adotadas na maior universidade do Brasil. Além disso, a cidade universitária conta com estátuas imponentes e com memoriais que homenageiam heróis que lutaram contra a ditatura militar que ocorreu entre 1964 e 1985. 

Porém, o que mais chama a atenção na USP e que os visitantes devem ficar atento é a Praça do Relógio. Situada no coração da universidade, a praça tem espaço aberto e lindo para fazer piqueniques e corridas, além de disponibilizar ciclofaixa para ciclistas. 

 

PARQUE VILLA-LOBOS

 

Assim como grande maestro Heitor Villa-Lobos marcou história na cultura brasileira, o parque que recebe o nome do artista também faz história na cultura da zona Oeste da cidade de São Paulo. Com uma área de mais de 730 mil m², o parque da zona oeste paulista dispõe de um espaço grande o suficiente para os visitantes realizarem atividades físicas e de lazer diverso.

 

 

Villa-Lobos
A área de lazer do parque Villa-Lobos

O local tem quadras de basquete, futsal, tênis e de vôlei, r uma das bibliotecas mais diversas da cidade de São Paulo, a biblioteca Parque Villa-Lobos, e também uma área verde de deixa a boca-aberta. 

Além de tudo isso, o Villa-Lobos também tem outro parque acoplado a ele para aumentar ainda mais as opções dos visitantes. O parque estadual Cândido Portinari foi criado em 2013 e tem como principais atrações a pista de skate para quem gosta de do esporte e a maior roda gigante da América Latina, que dá ao visitante a oportunidade de ver a cidade de São Paulo de um ponto de vista privilegiado. 

 

Roda Gigante
A maior roda-gigante da América Latina se encontra no parque Cândido Portinari 
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Conta para gente, gostou das dicas de lugares para relaxar em São Paulo? Caso tenha algum local que não citamos que queira indicar aos nossos leitores, mande mensagem no Instagram da Agemt: @jornal.age.

 

Carol Stauch fala sobre como o Tiktok está revolucionando o conteúdo fashion
por
Beatriz Vasconcelos, Laura Naito, Rafaela Dionello, Giovanna Rahhal
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07/04/2022 - 12h

A internet tem e sempre teve uma forte influência na moda. Durante a última década, com a ascensão do Instagram e do Tumblr, todos compartilhavam o seu estilo pessoal diariamente, com isso, todos queriam as roupas e maquiagens que os outros estavam usando - em especial os famosos. Desse modo, o mercado teve que se adaptar às tendências lançadas nas plataformas, assim como ocorre agora com o TikTok. 

Popularizado como uma plataforma de vídeos curtos de humor e dancinhas, o aplicativo cresceu e hoje conta com vários nichos, entre eles o “Fashion Tiktok”, que movimenta não apenas no mundo virtual, mas também o real. A tag #fashion tem 134.3B de visualizações, sendo a maior parte do público a Geração Z, os responsáveis pela popularização do aplicativo. Entre as trends relacionadas, a mais famosa é Get Ready With Me ou Arrume-se Comigo, que consiste em incluir o telespectador no processo do influencer de se arrumar para certa ocasião.

Com o crescimento do TikTok, principalmente em 2020, o consumo da moda foi modificado mais uma vez. A rede social criou um espaço virtual que permite que qualquer um viralize com seu look ou sua análise sobre um desfile. Atualmente, os influenciadores que surgiram do "Fashion Tiktok" são os principais criadores e propagadores de tendências. Em entrevista, Carol Stauch (@neverleavenaked), designer fashion e stylist formada em Moda pela Santa Marcelina, falou sobre essa transformação: "Não é só saber analisar desfile, que significa você sabe moda ou você sabe se vestir para aquela parcela de pessoas que gostam do seu estilo ou você tem uma bolsa de grife que você sabe sobre moda, não é sobre isso, é muito além, é toda uma história, é todo um segmento", afirma.


Carol Stauch, em conversa com a AGEMT. 

Nenhuma geração teve tanto acesso ao conhecimento sobre a história da moda nas palmas das mãos, principalmente com a volta de estilos de anos anteriores. Porém, por conta do livre acesso à informações deste gênero, é muito fácil produzir conteúdo mesmo sem uma formação ou um estudo do tema.“E essa questão de a moda ser tão “fácil de ser estudada por todos” acaba desvalorizando quem realmente estudou [...] é todo um processo, é conhecer a vestimenta, os acabamentos, a história, a moda, é muito mais do que só estudar, você precisa entender a moda”, comenta a stylist. 

Com essa superficialidade e grande quantidade do conteúdo criado em cima do tema, surge uma necessidade de viralizar os vídeos produzidos, gerando muitas oportunidades, já que o Tiktok permite que todos, até mesmo aqueles que não seguem o criador, consumam esse material. “Eu acho que realmente estamos perdendo a noção dos conteúdos [...] as pessoas estão cada vez mais querendo crescer em cima dos outros”, diz, adicionando "[ridicularizando] o que a pessoa compra, veste, e é sempre assim, uma comparação explícita, postando nomes, mostrando a cara da pessoa, e ela sabe que aquilo vai dar visualização [...] pegam aquele nicho que eles veem que dá certo e eles começam a criar esse tipo de conteúdo”. 

Ela também deu sua opinião sobre a onda de ódio gratuito gerado dentro da plataforma: “Independente do conteúdo que você faça, ninguém gosta de receber hate, ninguém gosta de se sentir julgado [...].  É melhor ter constância e seguidores fiéis do que viralizar e no mês seguinte ninguém lembrar de você”. Em um post em seu perfil do Instagram, Carol fez uma reflexão em torno de como a necessidade de viralizar nas redes tornou o hate uma trend. 

A forma de compartilhar e consumir moda também gera um debate entre o que é de fato estilo e aquilo que é apenas grife. A stylist explica: “eu acho que as pessoas ficam muito fixadas no que é estilo, o que é caro, o que é barato [...] para mim você tem que gostar porque faz sentido para você no dia a dia, e não porque tem uma marca ou um nome. Eu não acredito que isso torne a roupa mais estilosa. Estilo é uma coisa muito pessoal e as pessoas não conseguem entender isso ainda”.

"As pessoas querem comprar o que o influenciador está mostrando, mas não necessariamente é uma coisa cabível no bolso de qualquer um. É toda uma cadeia que, por querer estar ‘na moda’, acaba criando competições dentro do mercado. Já a tiktoker Malu Borges (@maluborgesm) foi muito criticada pelo seu consumo e estilo próprio recentemente, viralizando com a bolsa The Pouch da Bottega Veneta. Custando quase 25 mil reais e esgotada em lojas da grife italiana em todo o mundo, o acessório ficou famoso por lembrar uma toalha de banho enrolada, virando meme na internet. Malu ficou marcada como a dona da tal bolsa e ridicularizada por gastar tanto dinheiro em algo julgado como banal e ostentativo.