A partir de doações de cabelo, o projeto confecciona perucas gratuitas para pacientes em tratamento quimioterápico
por
João Pedro Lopes
Natália Perez
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30/04/2024 - 12h

“Quando estava carequinha e ganhei uma peruca, vi o quanto essa peruca me ajudou a enfrentar o tratamento, os olhares de pena e também o espelho”, diz Débora Pieretti, fundadora do projeto à AGEMT. Sua ideia foi criar eventos para corte de cabelo solidário, nos quais as mechas doadas são usadas para a confecção de perucas que são doadas para mulheres - que assim como ela - perderam seus cabelos para tratamentos contra o câncer ou queda de cabelo (alopecia).

Em 2017, no dia 8 de março nascia a ONG Instituto Amor em Mechas. Um mês depois, no Dia Mundial da Saúde, foram entregues as primeiras perucas. Distribuídas em salões de belezas, urnas do projeto reúnem doações de mechas de cabelo cortadas que provavelmente seriam descartadas. Desde então, a meta mensal da entidade é arrecadar 1 quilo de mechas por urna, nas mais de 400 espalhadas pelo país. 

“Na verdade, a gente doa mais que uma peruca, nós doamos o kit do amor que além da peruca tem lenço, álcool em gel, colar de pérola, brinco, maquiagem, máscara, livro de autoajuda, tudo isso dentro de uma bolsa, tudo de forma gratuita” conta Débora. Com uma média mensal de 110 kits, o projeto já doou mais de 6100 kits do amor.  

 

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Desde sua fundação em 2017, o Instituto Amor em Mechas já entregou milhares de perucas e kits do amor gratuitamente, promovendo a autoestima e a confiança de mulheres em tratamento contra o câncer em todo o Brasil.
Foto: João Pedro Lopes

Motivação 

Durante seu tratamento quimioterápico, em 2016, Débora participou de um evento para pacientes oncológicas, no qual enquanto o cabeleireiro cortava a  franja da peruca que acabara de ganhar, pensou: "Quando eu estiver melhor quero que outras mulheres tenham a oportunidade de sentir o que eu estava sentindo e de terem acesso a uma peruca gratuitamente”, afirma.

Um ano depois, ela começou o projeto na sala de casa. Não muito depois, viu a necessidade de expandir, ter uma sala comercial e um estatuto formal com a parte jurídica. Apresentou sua ideia para empresas e assim fechou ações do Amor em Mechas principalmente durante o Outubro Rosa, mês de conscientização e alerta sobre o câncer de mama. 

“Estar triste e deprimida interfere no sistema imunológico, por isso procuramos levar alegria em nossas ações, elevando a autoestima da mulher em tratamento, para se sentir bela e feminina” explica ela. Além de seus marcos próprios, o projeto conta também com parcerias com empresas como Magazine Luiza e Max Love para a promoção de mais eventos. “A gente acredita que se cada um faz um pouquinho podemos chegar lá, por isso a hashtag do projeto é #juntos_podemos_mais.” 

 

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A iniciativa do Instituto Amor em Mechas vai além da doação de perucas, abrangendo parcerias com empresas e eventos como o Outubro Rosa, visando levar alegria e apoio às mulheres em sua jornada contra o câncer.
​​​​Foto: João Pedro Lopes

Trote Solidário 

Há 3 anos a PUC-SP recebe o Instituto durante a semana de Recepção Solidária dos novos alunos. Promovido pela Pastoral Universitária e pela Pró-reitora de Cultura e Relações Comunitárias, o evento aconteceu no dia 5 de março no hall em frente à biblioteca da universidade. “Para nós é super importante essa arrecadação tanto da mecha como também do nosso bazar. As pessoas que aqui participam do bazar estão também participando do trote solidário.” 

Além de participações em eventos, aquele que deseja colaborar pode ir até um dos pontos de coleta ou enviar pelo correio para o Instituto, sediado na Barra Funda. Durante o ano todo são bem-vindas doações financeiras, lenços ou bijuterias e principalmente mechas de cabelo de no mínimo de 15cm.  

“Eu sabia que ia ter, mas não tinha certeza se viria. Aí quando vi o pessoal aqui, me animei. Foi um pensamento de só ir, sabe? Cabelo cresce!” contou Letícia Patrocínio, uma das estudantes que mais doou cabelo no evento da Amor em Mechas na PUC. 

Para mais informações de como doar, acesse. Abaixo mais fotos do evento na PUC-SP.

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Letícia Patrocínio, uma das participantes do evento da Amor em Mechas na PUC-SP, compartilha sua experiência de doação, destacando a importância de contribuir para a causa e espalhar a mensagem de que 'cabelo cresce'.
Foto: João Pedro Lopes

 

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Em parceria com universidades como a PUC-SP, o Instituto Amor em Mechas promove eventos solidários, como o Trote Solidário, incentivando a doação de mechas de cabelo e contribuindo para a causa.
Foto: João Pedro Lopes

 

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Débora Pieretti, inspirada por sua própria jornada contra o câncer, fundou o Instituto Amor em Mechas, que oferece não apenas perucas, mas também um 'kit do amor' completo, incluindo itens essenciais e mensagens de esperança.
Foto: João Pedro Lopes

 

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Com mais de 400 urnas de doação distribuídas pelo país, o Instituto Amor em Mechas tem como meta mensal arrecadar 1 quilo de mechas por urna, demonstrando o poder da solidariedade em transformar vidas durante o tratamento contra o câncer.
Foto: João Pedro Lopes

 

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O Instituto Amor em Mechas, com sua missão de promover a beleza feminina e elevar a autoestima, oferece não apenas perucas, mas todo um kit do amor, repleto de cuidados e acessórios, para que cada mulher em tratamento contra o câncer possa sentir-se bela e confiante em sua jornada.
Foto: João Pedro Lopes

 

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Os eventos de corte de cabelo solidário do Instituto Amor em Mechas são momentos de solidariedade e esperança, onde cada mecha doada se transforma em uma oportunidade de fazer a diferença na vida de mulheres em tratamento.
Foto: João Pedro Lopes

 

A nova exposição do MASP explora designs contemporâneos, moda conceitual e a arte por trás das peças.
por
Livia Machado Vilela
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29/04/2024 - 12h

A coleção MASP RENNER reúne, pela primeira vez, as peças criadas por artistas e estilistas contemporâneos brasileiros especialmente para o acervo do MASP. O projeto durou três temporadas, entre 2017 e 2022, e envolveu 26 duplas de artistas e designers de moda, resultando em 78 trabalhos que compõem a exposição. 

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Sônia Gomes + Gustavo Silvestre, Vestido 3 (2020)

“A coleção foi pensada para exclusivamente para o museu, não sendo comercializada", afirma Leandro Muniz, curador-assistente da exposição. Ele explica, ainda, que existem diversos pontos de encontro entre moda e arte, como a técnica e o conceito por trás das obras. A exposição tem o objetivo de destacar estes pontos de encontro, aproximando a moda e arte aos olhos do público. 

A relação do MASP com a moda, no entanto, nasceu de um projeto anterior, que serviu de inspiração para a parceria do museu com seu patrocinador: a Renner. A coleção MASP Rhodia produziu 79 looks na década de 1960, que foram doados ao museu em 1972. O objetivo da coleção era continuar divulgando as ideias da indústria química Rhodia, que realizava desfiles no país para promover seus tecidos sintéticos e encomendava as peças aos seus criados, refletindo as tendências da arte e da moda.

Já na vez da coleção MASP RENNER, foram artistas e estilistas que atuam no cenário atual para colaborarem com a produção. Tendo em mente uma variedade de temas que abrangem questões de gênero, sexualidade, religiosidade, sustentabilidade e a pandemia da Covid-19.

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Randolph Lamonier + Vicenta Parotta, Casa Transcomunal (2022)

Quatro modos de operar são destacados no trabalho dos designers: aqueles que traduzem a sua marca pessoal nas peças, os que brincam com modelagens e a estrutura das roupas, outros que usam a moda como um meio de expressão política e social, e os que desafiam o conceito e os limites da moda. Todas estas ideias apresentam o mesmo ponto de encontro e o mesmo incentivador: o MASP. 

Segundo Leandro Muniz, “Alguns estilistas optaram por representar resistência e focaram no quesito social. Enquanto outros representaram o corpo, a técnica e a escultura das peças”. Para o curador-assistente, três palavras resumem a exposição: Memória, narrativa e corpo.

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Leda Catunda + Marcelo Sommer, Roupa de noivo (2017)

Para acompanhar a cobertura da exposição, acesse o link do vídeo

 

 

Montadora alemã denunciava trabalhadores “subversivos” para a polícia
por
Matheus Almeida
Anderson Santos
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29/04/2024 - 12h

Em 2024 completamos 60 anos do início da Ditadura Militar Brasileira. Durante os 21 anos que permaneceu no poder, o governo praticou abusos de poder e crimes contra sua própria população. Porém a violência não foi apenas estatal, visto que existiram empresas que colaboraram com o regime ditatorial. Uma delas é a atual segunda maior montadora de carros no mundo, a Volkswagen. 

Durante os anos de repressão a empresa trabalhou em conjunto com os órgãos de segurança pública, mantendo um controle ideológico dos seus funcionários e denunciando aqueles que apresentam qualquer atividade considerada “subversiva”. Um exemplo foi a demissão do eletricista José Miguel, despedido por distribuir um jornal entre os trabalhadores, além disso suas informações pessoais foram entregues à polícia. Não só informações eram entregues como os empregados também, sendo permitido prisões ilegais dentro das fábricas. Henrich Plagge foi um deles. Preso dentro do local onde trabalhava, Plagge foi levado ao DOPS e ficou encarcerado por cerca de três meses, submetido a torturas. O verdadeiro paradeiro dele foi ocultado, no dia da prisão, um gerente da fábrica foi a casa de Henrich e contou para sua esposa, Neide, que ele havia viajado a trabalho. 

Os operários que tinham contato com sindicatos eram classificados como “indesejáveis” e colocados nas chamadas “Listas Negras”, documentos com nome e endereço dos observados. As pessoas presentes nessa lista eram proibidas de serem empregadas em outras empresas e principalmente cargos de gerência e chefia. Outras companhias também contribuíram com essa lista, porém foi a Volkswagen quem mais registrou funcionários, 73. 

Em 2015, dez centrais sindicais e outras entidades civis entraram com uma representação no Ministério Público contra a Volkswagen, com base em levantamentos feitos pela Comissão Nacional da Verdade, onde foi apontada coparticipação da empresa alemã em repressões realizadas durante o regime militar. O MP iniciou negociações para a assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta com a montadora em 2018, procurando um acordo para recompor danos causados às vítimas da repressão. Em 2020, mesmo com contradições, ambas as partes chegaram a um acordo com a empresa tendo que pagar R$36 milhões para ex-trabalhadores de suas fábricas que foram perseguidos durante o período. Isso livrou a Volkswagen de possíveis processos judiciais. 

O Ministério Público Federal (MPF) em 31 de março de 2021, divulgou o relatório final sobre a investigação da participação da Volkswagen na ditadura militar no Brasil (1964-1985), apontando que a montadora alemã se aliou de maneira autônoma ao regime e participou de diversos atos de repressão política. O relatório do MPF aponta que, apesar de não existirem provas que ligam a empresa alemã ao começo do Golpe, ela esteve presente no apoio a sua manutenção e obteve benefícios financeiros e de privação de direitos. Friedrich Schultz-Wenk, presidente da Volks em 1964, era ex-filiado ao partido nazista e demonstrava apoio aos militares em ações contra membros e apoiadores de partidos de esquerda.

Lucio Bellentani
Lúcio Bellentani, ex-funcionário da empresa - Foto: Lucas Lacaz Ruiz/Folhapress

Segundo o relatório, a Volkswagen por meio do seu Departamento de Segurança Industrial, delatava os seus trabalhadores aos órgãos de repressão do regime e prisões foram efetuadas dentro das fábricas. Lúcio Bellentani, ex-funcionário da Volks, declarou à Comissão da Verdade de São Paulo: “na hora em que cheguei à sala de segurança da Volkswagen, já começou a tortura, já comecei a apanhar ali, comecei a levar tapa, soco” 

Bellentani também disse em entrevista ao Brasil de Fato que ainda sofre com as consequências psicológicas. "Eu passei a ser uma testemunha viva do ocorrido dentro da fábrica. Eu fui preso lá, comecei a ser torturado lá. Foram 48 dias de pancadaria e tortura, não tinha dia nem hora. O problema é a sequela psicológica. Quem paga o pato é a minha esposa. Principalmente nesse período que estou dando bastante depoimento, tem noite que eu sonho que estou brigando". 

A Volkswagen também esteve presente em mobilizações para enfrentar as greves dos metalúrgicos que ocorreram entre 1979 e 1980 demonstrando, segundo o relatório, que ela "agiu para criminalizar as lideranças sindicais, colaborando com a polícia política para reprimir o movimento". 

A mostra reúne obras de presos políticos, projeto realizado pelo coletivo “Mulheres Possíveis” e acervo de resistência LGBT durante a Ditadura Militar
por
Ana Julia Bertolaccini
Raissa Santos Cerqueira
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28/04/2024 - 12h

“Toda obra de arte precisa ser exposta, principalmente sobre um período tão sombrio da nossa história, tão triste, tão horroroso e que a gente não pode deixar de falar sobre", afirma Alberto Iszlaji Júnior, professor de história graduado pela PUC-SP durante visita à exposição “Sol Fulgurante: Arquivos de Vida e Resistência”. A parceria da Pinacoteca com o Memorial da Resistência reúne obras feitas por presos políticos durante o golpe militar que partem da Coleção Alípio Freire, doada ao Memorial em 2023, e ficará em cartaz até 18 de agosto na Pina Estação, com entrada gratuita aos sábados.

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(Obra “Fantasmas da Esperança” de Marcela Cantuária - 2018/Foto: Ana Julia Bertolaccini)

“Sempre que eu trago os alunos aqui (no Memorial), o objetivo é que eles reflitam sobre a luta pela liberdade e pelo estado democrático de direito que temos hoje”, afirma, em entrevista à AGEMT, Ronaldo Silva, professor de história e filosofia que levou seus alunos para uma visita ao local.

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(Entrada da Exposição/Foto: Ana Julia Bertolaccini)

A exposição se divide em três partes, sendo a primeira delas um conjunto de pinturas, colagens e outros tipos de arte, produzidas em presídios da cidade de São Paulo nos anos 1970, como Carandiru, Tiradentes e o Presídio Militar Romão Gomes (Barro Branco). A segunda seção, parte de um projeto artístico realizado pelo coletivo “Mulheres Possíveis”, concluído em 2019, composto por desenhos e cartas descritivas desenvolvidas por mulheres em situação de cárcere na Penitenciária Feminina da Capital.

A última parte é destinada ao Acervo Bajubá, com arquivos que registram as memórias de resistência da comunidade LGBT+ durante o período militar. “A gente não pode esquecer que entre os anos 1960 e os anos 1970, a liberdade dos corpos era muito latente, lá fora principalmente, e essas influências entravam aqui (no Brasil) apesar da ditadura, então tinha muita resistência.”, afirma Alberto.

Muitas das obras são da autoria do jornalista Alípio Freire (In Memorian), preso político encarcerado e torturado no presídio Tiradentes, e tem destinatários identificados, pois eram enviadas como cartas para parentes, amigos e conhecidos. O jornalista, escritor e artista plástico detido pelo regime militar aos 23 anos, passou cinco anos prisioneiro devido ao seu envolvimento com a militância contra a ditadura. “O Brasil nessa época tinha uma Lei de Segurança Nacional que prendia elementos subversivos e aí a definição de elemento subversivo era qualquer coisa.” Explica Alberto à AGEMT.

“Uma pessoa que estivesse andando na rua e fizesse alguma crítica a um militar poderia ser presa como elemento subversivo, assim como algum membro da luta armada.” Adiciona o professor. Alípio e todos os presos políticos detidos pelos militares entre 64 e 85 eram considerados elementos subversivos ao regime. 
“Na minha opinião, acho que a arte é uma forma de você resistir a alguma coisa, geralmente. E o estar preso naquelas condições, daquela forma é muito difícil você resistir, então encontrar na arte algum lugar pra resistência é fundamental.” Afirma Alberto.

Todas as obras expostas pela Pinacoteca foram produzidas por presos políticos encarcerados em diversos presídios de São Paulo, algumas das obras também foram produzidas por presos ainda no DOPS (Departamento de Ordem Política e Social). As produções se divergem entre pinturas explícitas que fazem referências claras à ditadura e pinturas mais poéticas que passam uma mensagem mais simbólica e menos explícita. “Pode ser tanto um recado que você está dando para o seu torturador mesmo que seja de forma não tão explícita assim porque você também não quer que isso seja algum tipo tipo de censura, seja atrapalhado de alguma forma; ou pode ser pura e simplesmente expressão de uma pessoa que está presa durante a ditadura”, opina o professor. 

O projeto artístico desenvolvido pelo coletivo “Mulheres Possíveis” traz a discussão sobre o sistema carcerário atual brasileiro e sua relação com o passado opressor e violento dos anos de chumbo. Para Alberto: “Boa parte da situação carcerária que a gente tem hoje, falando de problemas, falando sobre crime organizado principalmente, vem da ditadura. É um resquício dela” e, acrescenta: "o que a gente vê hoje da situação carcerária, da pessoa ser presa tendo um delito pequeno e entrando no sistema carcerário, não conseguir mais deixá-lo, de alguma forma é também um resquício disso.” completa. 

“O Brasil não olha para sua população carcerária de forma adequada, o Brasil teme, e parece que é um temor de discutir o assunto, é como se estivesse ‘defendendo bandido’ quando na verdade não". A área da exposição reservada à memória das resistências LGBT+ durante o período conta com revistas e jornais produzidos com foco na comunidade, usando principalmente capas do jornal “O Lampião da Esquina”, que foi o primeiro jornal de circulação nacional feito “por” e “para” homossexuais. Ele circulou entre abril de 1978 e julho de 1981 surgindo dentro do contexto de imprensa alternativa da época. Os itens foram reunidos pelo acervo Bajubá, um projeto comunitário que se dedica ao registro de memórias das comunidades LGBT+ brasileiras. Eles também reúnem  uma coleção de itens que registram a diversidade sexual e a pluralidade de expressões e identidades de gênero no Brasil. O Bajubá colabora com exposições, capacitações e projetos de produção, mediação e circulação de narrativas sobre as histórias de pessoas LGBT+ no território nacional.

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(Jornais que pertencem ao Acervo Bajubá/Foto: Ana Julia Bertolaccini)

 

Pinturas, Esculturas, Cerâmica e outros segmentos artísticos compõem Feira que acontece aos domingos em frente ao Parque Trianon
por
Ana Julia Bertolaccini
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26/04/2024 - 12h

A Feira de Arte, Artesanato e Cultura acontece todo domingo das 09:00 às 17:00 na Avenida Paulista, em frente ao Parque Siqueira Campos, conhecido como Parque Trianon. Cerca de 126 expositores se dividem entre as Artes Plásticas, o Artesanato, a Gastronomia e a Floricultura.

 

Os artistas e artesãos que apresentam, vendem e produzem seus trabalhos não se limitam ao local da feira. Composições feitas de crochê, acrílico, material reciclável e muitos outros elementos podem ser encontradas ao longo da Avenida, nas calçadas e na rua, que é restrita para a circulação de automóveis aos domingos das 09:00 às 16:00.

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(Santinhos de cerâmica sendo esculpidos pelas mãos de uma artesã/foto: Ana Julia Bertolaccini)
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(Esculturas de cerâmica finalizadas e expostas na Avenida Paulista/Foto: Ana Julia Bertolaccini)
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(Neide e suas esculturas e itens feitos em acrílico, expostos na feira do Trianon/ Foto: Ana Julia Bertolaccini)
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(Cláudia e sua barraca de artesanato sustentável, feito com garrafas pet, cápsulas de café e latas de alumínio/Foto: Ana Julia Bertolaccini)
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(Item de decoração feito de garrafa pet e lacre de latinha/Foto: Ana Julia Bertolaccini)
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(Everson na produção de suas esculturas feitas com Fibra de Vidro/Foto: Ana Julia Bertolaccini)
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(Esculturas de Girafas feitas com fibra de vidro/Foto: Ana Julia Bertolaccini)
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(Pinturas sobre tela expostas na Avenida/Foto: Ana Julia Bertolaccini)
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(Xohã, Artista Indígena Pataxó/Foto: Ana Julia Bertolaccini)
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(Arte indígena exposta na Avenida Paulista/Foto: Ana Julia Bertolaccini)
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(Feira de antiguidades do Masp/Foto: Ana Julia Bertolaccini)
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(Zilda e seus bonecos feitos de crochê/Foto: Ana Julia Bertolaccini)

 

Em exibição até o final de abril, a exposição aborda a construção do samba brasileiro a partir da resistência negra
por
Mohara Ogando Cherubin
Julia da Justa Berkovitz
Giulia Fontes Dadamo
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16/04/2024 - 12h

Com acervo de 380 itens, o Instituto Moreira Salles (IMS) conta a história da comunidade de negros, ciganos e imigrantes judeus e italianos que se alojaram na Zona Portuária do Rio de Janeiro. Conheça na exposição “Pequenas Áfricas: o Rio que o samba inventou" (até 21 de abril de 2024) como esse grupo foi importante para a formação da cultura, a música e a diversidade religiosa brasileira como conhecemos hoje. 

“Pequenas Áfricas: o Rio que o samba inventou" celebra a criação do samba para além do significado de apenas um ritmo musical, ela resgata suas origens, significados e principais figuras. Pixinguinha, Dona Ivone Lara, Clementina de Jesus e Cartola e as Tias são apenas alguns dos personagens que são evidenciados na amostra.  Além disso, o surgimento das escolas de samba nos subúrbios cariocas é ressignificado como uma forma de luta por direitos e cidadania.

Saiba mais sobre a exposição por meio do link

Inaugurada em 23 de março, a exposição traz fotografias e cenas dos principais filmes do cineasta
por
Julia Barbosa
Maria Clara Magalhães
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26/03/2024 - 12h

Em cartaz de 23 de março a 28 de julho e com entrada gratuita, a exposição "Que País é este? A câmera de Jorge Bodanzky durante a ditadura brasileira" ocupa o 6° andar do Instituto Moreira Sales, localizado na Avenida Paulista. A mostra conta com alguns de seus principais longa metragens, reportagens para tevês alemãs e sua produção fotográfica. Grande parte da mostra reúne produções pouco conhecidas, seja por conta da censura, falta de financiamento ou circuito reduzido de exibição dedicado ao cinema ativista. Confira!

Novo livro de Daniela Arbex enche livraria de fãs e militantes da causa no incêndio do CT do Flamengo
por
Beatriz Barboza
Giuliana Zanin
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26/03/2024 - 12h
Ex-capitão da seleção brasileira é solto na Espanha, atacante preso em São Paulo e treinador é anunciado em clube de Série A
por
Vinícius Evangelista
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26/03/2024 - 12h

Condenado há quatro anos e meio de prisão por estuprar garota em uma boate de Barcelona, Daniel Alves, de 40 anos, foi solto na manhã de segunda-feira (25), após o pagamento de fiança no valor de 1 milhão de euros (cerca de R$ 5,5 milhões). O ex-atleta estava sob regime fechado desde janeiro do ano passado na penitenciária Brians 2, há 40 quilômetros da capital, e ficará em liberdade provisória até o julgamento de próxima instância, processo que pode levar dois anos até ser concluído.

A soltura se deu apenas três dias depois da prisão do ex-jogador Robinho, condenado há nove anos de reclusão por estupro coletivo cometido na Itália. O caso ocorrido em 2013, teve julgamento encerrado e condenação apenas quatro anos depois, em 2017, com a prisão efetiva sendo realizada no último sábado (22), mais de dez anos depois do crime. O ex-atacante, também de 40 anos, foi conduzido de Santos ao presídio 2 do Tremembé (SP), popularmente conhecido como ‘presídio dos famosos’.

Ao contrário da Espanha, o crime de estupro no Brasil é inafiançável, portanto, Robinho não poderá fazer o mesmo que Daniel, e só deixará a prisão antes do cumprimento da pena caso tenha sucesso em algum recurso no STJ (Superior Tribunal de Justiça) ou no STF (Supremo Tribunal Federal) ou se cumprir 40% da pena de nove anos, quando poderá solicitar progressão para o regime semiaberto.

“É um absurdo (a soltura de Daniel), um tapa na cara de todas nós mulheres (...) você pode cometer o crime, paga que você é solto. Isso não pode acontecer”, afirmou Leila Pereira, a primeira mulher chefe de delegação da história da seleção brasileira de futebol masculino, em entrevista ao Sportv.

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Leila Pereira discursa ao se juntar à delegação do Brasil em Londres para amistosos. Foto: Rafael Ribeiro / CBF

“A gente precisa agir, não adianta só falar. Não é possível que as pessoas não tenham empatia ao sofrimento dessas meninas, ao sofrimento de todas nós”, completou Pereira. A repercussão dos casos se deu menos de um mês após a polêmica volta do técnico Cuca ao futebol, esse também envolvido em condenação por violência sexual, em julho de 1987. O treinador foi anunciado como novo nome do Athletico Paranaense, em contrato válido até o fim de 2024, sob fortes protestos da torcida, em especial, da parte feminina.
O processo, que já havia sido prescrito, foi anulado devido a solicitação de novo julgamento por parte da equipe de Cuca, em busca da absolvição. “Segundo os meus advogados, a nossa chance era próxima aos 100%, nos dava uma confiança grande. Infelizmente, pela prescrição não pôde. O que de melhor ocorreu foi a anulação, descondenação e indenização.”, afirmou Cuca, em entrevista exclusiva aos canais oficiais do Athletico, logo após sua apresentação no clube.

 

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Cuca ao lado de companheiros também condenados na Suíça. Reprodução / UOL

Na época do crime, o tribunal de Berna, na Suíça, condenou Cuca, então jogador do Grêmio, e mais três atletas da equipe porto-alegrense, por terem violentado sexualmente uma menina de 13 anos em hotel durante excursão da equipe. A garota morreu aos 28 anos, com tentativa de suicídio registrada poucos meses após o estupro. “O que alguns chamam de uma noite de farra, para gente é a morte, mesmo que a gente não morra, a gente nunca mais vive. Uma mulher abusada, estuprada, assediada acaba um pouco no ato”, explica Milly Lacombe, jornalista do portal UOL, ao analisar o pronunciamento de Cuca.

“É um reflexo da nossa sociedade que vem a se espelhar no futebol. Essas mulheres passam por provações ou por pensamentos que nós enquanto homens não passamos, como pensar com que roupa vão sair por (medo de) um julgamento, ou por estar abrindo um suposto precedente para qualquer coisa”, afirmou Danilo, atual lateral-direito e capitão da seleção brasileira, funções já exercidas por Daniel Alves, em entrevista coletiva.

“Conversando com uma pessoa outro dia, ela me disse: ‘eu, se tiver um caminhão parado na rua, não passo atrás porque eu fico com receio de que possa ter alguém ali que possa me fazer mal’, nós enquanto homens não temos esse tipo de receio”, concluiu.

Em palestra dada, Ministro expõe a necessidade da luta constante pela democracia
por
João Paulo Di Bella Soma
Pedro José de Oliveira Zolési
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26/03/2024 - 12h

O presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Roberto Barroso, apresentou uma aula magna intitulada “Quem é o Brasil? Democracia plena como o Norte do país” foi realizada no dia 4 de março, no Teatro Tuca. Tem como objetivo destacar a importância da democracia e dos direitos humanos na sociedade brasileira.

Luiz Roberto Barroso preparando-se para seu discurso inicial. Foto: João Paulo Di Bella
Luiz Roberto Barroso preparando-se para seu discurso inicial. Foto: João Paulo Di Bella Soma

 

Luiz Roberto Barroso é uma figura importante no meio jurídico brasileiro, reconhecido por suas significativas contribuições à legislação e à proteção dos direitos humanos. O seu trabalho em questões como a igualdade de género, a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo e a defesa da democracia fizeram dele uma pessoa única que inspira não só a profissão jurídica, mas a sociedade como um todo sobre a importância destas regras.

Em entrevista, Ana Carolina Macedo, estudante de Direito da ESPM, explicou a importância da escolha do local da aula. “O local tem significado especial: aqui está um ambiente histórico da PUC e do movimento estudantil, principalmente durante a ditadura militar. Sempre foi dos principais espaços de discussão sobre democracia, cidadania e direitos humanos na sociedade. "

"É um símbolo de resistência cultural e uma vitrine da diversidade da arte brasileira”, disse ela. O tema escolhido para a aula não poderia ser mais moderno e relevante para o ambiente sócio-político do país. No seu discurso, o Ministro Barroso enfatizou a importância da democracia inclusiva e da luta pela proteção dos direitos garantidos pela Constituição.

 

Bancada da aula magna ministrada pelo Luiz |Roberto Barroso. Foto: João Paulo Di Bella Soma
Bancada da aula magna ministrada pelo Luiz Roberto Barroso. Foto: João Paulo Di Bella Soma

Macedo também destacou a importância de palestras como essa em faculdades. “É animador ver o presidente do STF destacando esses valores em nossos espaços acadêmicos, pois nossas aulas de debate garantem que não sejam apenas teóricas, mas tenham um impacto real na sociedade.”

Entre as palavras do Ministro ocorreu uma homenagem à Professora Flávia Piovesan, destacando o seu estilo de vida como primeira Reitora do Instituto de Educação, uma defensora dos direitos humanos e combatente da aviação que estava cansada da democracia e dos direitos humanos. "A dedicação da professora Flávia é realmente inspiradora. Ela é um exemplo para todos nós de que podemos fazer a diferença mesmo em momentos difíceis", disse Ana Carolina.

"Acredito que eventos como esse são essenciais para nossa formação como cidadãos conscientes e engajados" completou a estudante.