Com acervo de 380 itens, o Instituto Moreira Salles (IMS) conta a história da comunidade de negros, ciganos e imigrantes judeus e italianos que se alojaram na Zona Portuária do Rio de Janeiro. Conheça na exposição “Pequenas Áfricas: o Rio que o samba inventou" (até 21 de abril de 2024) como esse grupo foi importante para a formação da cultura, a música e a diversidade religiosa brasileira como conhecemos hoje.
“Pequenas Áfricas: o Rio que o samba inventou" celebra a criação do samba para além do significado de apenas um ritmo musical, ela resgata suas origens, significados e principais figuras. Pixinguinha, Dona Ivone Lara, Clementina de Jesus e Cartola e as Tias são apenas alguns dos personagens que são evidenciados na amostra. Além disso, o surgimento das escolas de samba nos subúrbios cariocas é ressignificado como uma forma de luta por direitos e cidadania.
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Em cartaz de 23 de março a 28 de julho e com entrada gratuita, a exposição "Que País é este? A câmera de Jorge Bodanzky durante a ditadura brasileira" ocupa o 6° andar do Instituto Moreira Sales, localizado na Avenida Paulista. A mostra conta com alguns de seus principais longa metragens, reportagens para tevês alemãs e sua produção fotográfica. Grande parte da mostra reúne produções pouco conhecidas, seja por conta da censura, falta de financiamento ou circuito reduzido de exibição dedicado ao cinema ativista. Confira!
Condenado há quatro anos e meio de prisão por estuprar garota em uma boate de Barcelona, Daniel Alves, de 40 anos, foi solto na manhã de segunda-feira (25), após o pagamento de fiança no valor de 1 milhão de euros (cerca de R$ 5,5 milhões). O ex-atleta estava sob regime fechado desde janeiro do ano passado na penitenciária Brians 2, há 40 quilômetros da capital, e ficará em liberdade provisória até o julgamento de próxima instância, processo que pode levar dois anos até ser concluído.
A soltura se deu apenas três dias depois da prisão do ex-jogador Robinho, condenado há nove anos de reclusão por estupro coletivo cometido na Itália. O caso ocorrido em 2013, teve julgamento encerrado e condenação apenas quatro anos depois, em 2017, com a prisão efetiva sendo realizada no último sábado (22), mais de dez anos depois do crime. O ex-atacante, também de 40 anos, foi conduzido de Santos ao presídio 2 do Tremembé (SP), popularmente conhecido como ‘presídio dos famosos’.
Ao contrário da Espanha, o crime de estupro no Brasil é inafiançável, portanto, Robinho não poderá fazer o mesmo que Daniel, e só deixará a prisão antes do cumprimento da pena caso tenha sucesso em algum recurso no STJ (Superior Tribunal de Justiça) ou no STF (Supremo Tribunal Federal) ou se cumprir 40% da pena de nove anos, quando poderá solicitar progressão para o regime semiaberto.
“É um absurdo (a soltura de Daniel), um tapa na cara de todas nós mulheres (...) você pode cometer o crime, paga que você é solto. Isso não pode acontecer”, afirmou Leila Pereira, a primeira mulher chefe de delegação da história da seleção brasileira de futebol masculino, em entrevista ao Sportv.
“A gente precisa agir, não adianta só falar. Não é possível que as pessoas não tenham empatia ao sofrimento dessas meninas, ao sofrimento de todas nós”, completou Pereira. A repercussão dos casos se deu menos de um mês após a polêmica volta do técnico Cuca ao futebol, esse também envolvido em condenação por violência sexual, em julho de 1987. O treinador foi anunciado como novo nome do Athletico Paranaense, em contrato válido até o fim de 2024, sob fortes protestos da torcida, em especial, da parte feminina.
O processo, que já havia sido prescrito, foi anulado devido a solicitação de novo julgamento por parte da equipe de Cuca, em busca da absolvição. “Segundo os meus advogados, a nossa chance era próxima aos 100%, nos dava uma confiança grande. Infelizmente, pela prescrição não pôde. O que de melhor ocorreu foi a anulação, descondenação e indenização.”, afirmou Cuca, em entrevista exclusiva aos canais oficiais do Athletico, logo após sua apresentação no clube.
Na época do crime, o tribunal de Berna, na Suíça, condenou Cuca, então jogador do Grêmio, e mais três atletas da equipe porto-alegrense, por terem violentado sexualmente uma menina de 13 anos em hotel durante excursão da equipe. A garota morreu aos 28 anos, com tentativa de suicídio registrada poucos meses após o estupro. “O que alguns chamam de uma noite de farra, para gente é a morte, mesmo que a gente não morra, a gente nunca mais vive. Uma mulher abusada, estuprada, assediada acaba um pouco no ato”, explica Milly Lacombe, jornalista do portal UOL, ao analisar o pronunciamento de Cuca.
“É um reflexo da nossa sociedade que vem a se espelhar no futebol. Essas mulheres passam por provações ou por pensamentos que nós enquanto homens não passamos, como pensar com que roupa vão sair por (medo de) um julgamento, ou por estar abrindo um suposto precedente para qualquer coisa”, afirmou Danilo, atual lateral-direito e capitão da seleção brasileira, funções já exercidas por Daniel Alves, em entrevista coletiva.
“Conversando com uma pessoa outro dia, ela me disse: ‘eu, se tiver um caminhão parado na rua, não passo atrás porque eu fico com receio de que possa ter alguém ali que possa me fazer mal’, nós enquanto homens não temos esse tipo de receio”, concluiu.
O presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Roberto Barroso, apresentou uma aula magna intitulada “Quem é o Brasil? Democracia plena como o Norte do país” foi realizada no dia 4 de março, no Teatro Tuca. Tem como objetivo destacar a importância da democracia e dos direitos humanos na sociedade brasileira.
Luiz Roberto Barroso é uma figura importante no meio jurídico brasileiro, reconhecido por suas significativas contribuições à legislação e à proteção dos direitos humanos. O seu trabalho em questões como a igualdade de género, a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo e a defesa da democracia fizeram dele uma pessoa única que inspira não só a profissão jurídica, mas a sociedade como um todo sobre a importância destas regras.
Em entrevista, Ana Carolina Macedo, estudante de Direito da ESPM, explicou a importância da escolha do local da aula. “O local tem significado especial: aqui está um ambiente histórico da PUC e do movimento estudantil, principalmente durante a ditadura militar. Sempre foi dos principais espaços de discussão sobre democracia, cidadania e direitos humanos na sociedade. "
"É um símbolo de resistência cultural e uma vitrine da diversidade da arte brasileira”, disse ela. O tema escolhido para a aula não poderia ser mais moderno e relevante para o ambiente sócio-político do país. No seu discurso, o Ministro Barroso enfatizou a importância da democracia inclusiva e da luta pela proteção dos direitos garantidos pela Constituição.
Macedo também destacou a importância de palestras como essa em faculdades. “É animador ver o presidente do STF destacando esses valores em nossos espaços acadêmicos, pois nossas aulas de debate garantem que não sejam apenas teóricas, mas tenham um impacto real na sociedade.”
Entre as palavras do Ministro ocorreu uma homenagem à Professora Flávia Piovesan, destacando o seu estilo de vida como primeira Reitora do Instituto de Educação, uma defensora dos direitos humanos e combatente da aviação que estava cansada da democracia e dos direitos humanos. "A dedicação da professora Flávia é realmente inspiradora. Ela é um exemplo para todos nós de que podemos fazer a diferença mesmo em momentos difíceis", disse Ana Carolina.
"Acredito que eventos como esse são essenciais para nossa formação como cidadãos conscientes e engajados" completou a estudante.