O último sábado (13) começou com o convite para adentrar em um universo de ilhas paradisíacas com as peças masculinas de Gefferson Vila Nova. Nomeada "Jornadas", a coleção trouxe à passarela do Iguatemi São Paulo um guarda-roupa utilitário viajante, com referências ao universo do desenho animado "Aventuras de Tintim".
O estilista baiano apostou em peso no conceito de um homem moderno e viajante, sem destino final. Afirmando sua tradição, trouxe para o desfile um grande número de camisarias atemporais e intercalaveis. Todas as peças traduziram a concepção desejada pela marca: praticidade.
Foram explorados também o tafetá, o paetê e, pela primeira vez na história criativa do estilista, o jeans. Alguns modelos carregavam câmeras fotográficas e garrafas d'água, com o intuito de enfatizar o espírito aventureiro da coleção. Outro ponto cativante nas peças eram os desenhos gráficos da ilustradora Gabriela Cruz, que traziam profundidade e relevo para a viagem de Vila Nova.
Outro dos principais nomes da moda masculina, Igor Dadona, chocou o público com sua primeira coleção feminina. Um desfile dividido em duas metades, mostrou sua dualidade de criação quando mostra um cruzamento entre os gêneros em peças de alta alfaiataria, marca principal de sua grife homônima.
Um trabalho muito aplaudido pela sofisticação, com mesclas entre padronagens tradicionais, patchwork de seda e cetins acolchoados, marcou uma evolução discreta e coesa para a marca, em contrapartida ao histórico de imagens fortes da SPFW.
Já no começo da tarde, o único estilista indigena da edição N57 marcou sua presença no line-up do evento. Maurício Duarte trouxe a piracema - palavra originária do Tupi-Guarani para "subida do peixe"- para a passarela, com uma moda fluída, em tons monocromáticos.
A fonte de inspiração para o estilista foi o fenômeno natural do trânsito que os peixes fazem contra a corrente para fazerem a desova. Usando de muitas pregas e drapeados, a coleção do amazonense apresentava muitas peças que imitavam o efeito molhado, além de bolsas com longas franjas, que faziam alusão às ondas do mar.
Em parceria com o designer mineiro Carlos Penna, escamas do peixe pirarucu viraram ornamento em vestidos de crochê, realizando, assim, uma homenagem às culturas e vivências do estado de origem de Duarte.
O desfile mais esperado do dia iniciou a noite. Dendezeiro trouxe uma coleção mais introspectiva nesta edição da SPFW, abandonando brevemente seu apreço pelo streetwear.
A partir da pergunta "Se a gente morrer, qual impacto vamos deixar no mundo e na moda?", que os criadores da marca, Pedro Batalha e Hisan Silva, criaram a coleção. Peças de alfaiataria caracterizaram um perfil mais maduro para coleção, junto com croppeds e sobreposições, que serviram como último suspiro do espírito divertido, característico da marca.
Outro destaque do desfile foi a parceria com a Vult na campanha #RespeitaMeuCapelo, um movimento que questiona e propõe o redesenho do modelo clássico do acessório. Segundo o Centro de Ensino, Pesquisa e Extensão da Universidade de Brasília (UnB), o capelo ainda não atende à diversidade de cabelos da população brasileira, o que gera desconforto e ações nada inclusivas. Pensando nisso, a colaboração criou versões para atender e ressaltar a diversidade e beleza brasileira dos vários estilos, curvaturas e tipos de cabelo, gerando uma experiência mais inclusiva durante a formatura.
Para finalizar o sábado, a Forca Studio, queridinha da elite jovem paulistana, mostrou seu lado diurno no desfile nomeado “Everyday It’s 1989” e dividido em três partes: Office, Sport e Noite, uma estratégia para oferta de peças além do DNA clubber da marca.
A primeira parte, com foco em peças corporativas, trouxe muitos blazers, alfaiataria, trench coats e camisas. O segundo bloco, Sport, em colaboração com a marca Kappa, apostou em peças de performance, trazendo acessórios como bonés e chuteiras. A parte final foi o espelho do estilo balada característico da marca: muito veludo, couro e vinil e os tons fortes de preto e oliva.
A Força honrou sua tradição de elementos visuais exóticos na passarela. Se drones e carvão já foram utilizados em desfiles anteriores, neste a presença foi marcada por um cão robótico, que acompanhava os modelos ao longo do caminho, além de telões exibindo o fashion film e um drone na coleira.
Weider Silveiro, estilista piauiense, que fundou sua marca homônima em 2002, apresentou nesta edição da SPFW, uma coleção que exaltava a beleza africana sem deixar de lado as técnicas artesanais,que contavam com a presença de bordados e crochês. O estilista que participou durante quinze anos da ‘Casa de Criadores’, e é um dos idealizadores da Célula Preta - um coletivo organizado por estilistas negros da Casa de Criadores, com o propósito de fornecer equidade de oportunidades a esse grupo em relação aos branco - embalou seu desfile ao som de batuques.
As modelos desfilaram na passarela vestindo tons terrosos, com toques de amarelo e verde-água. Apostando em cinturas bem marcadas, a coleção também carregava tecidos fluidos, sem deixar o streetwear de lado (sua marca registrada!). Vestidos com franjas, conjuntos de alfaiataria com bolas penduradas, estampas da Vênus Grega em algumas peças, e até chegou a resgatar uma técnica chamada ‘panejamento’, que significa dar volume a partir de novas sobreposições e amarrações nas roupas.
Rafael Caetano
Homenageou o escritor modernista Mário de Andrade em uma coleção chamada ‘Intransitivo’, que a partir do instrumental da canção de Tom Jobim, ‘Carinhoso’, tocado para embalar o desfile, os modelos transitaram na passarela usando lurex, peças em cetim que continham estampa de pássaros, calças e camisas listradas. Essa é uma das primeiras vezes que o estilista paulista, especializado em moda masculina, se debruça sobre uma personalidade concreta para inspiração de suas criações. Sem deixar de lado sua marca registrada de pele à mostra, essa coleção de Caetano abaixou um pouco o tom de suas anteriores. As referências a obra de Mário de Andrade se dava através da transposição com símbolos marcantes da capital paulista.
Catarina Mina, marca cearense criada por Celina Hissa há catorze anos, tem como foco desde o começo de sua história a produção handmade de crochês. E a coleção ‘ Guardiãs da Memória’, apresentada na noite desta sexta-feira não poderia ser diferente, reverenciando as artesãs do Ceará, que estavam presentes no evento e, ao final, receberam aplausos da plateia.
A protagonista do dia, foi a renda labirinto - uma técnica que se encontra quase que em extinção, e só é praticada pelas costureiras mais antigas, pois é algo considerado muito difícil de executar. Além disso, usou palha de uma árvore chamada carnaúba e do croá - extraída de palmeiras. Usou e abusou do crochê, do bordado, da marchetaria, da alfaiataria feita de seda e de linho.
Thear, marca inaugurada pelo goiano Theo Alexandre especializada em fibras naturais, como algodão e linho, impactou com a coleção denominada Elementos". Nela foi exaltado a beleza natural do cerrado. A silhueta marcada em forma de corset ou simplesmente pela modelagem e os os diferentes tipos de corpos foram destaque, assim como as peças que visavam o conforto. As cores transitavam do neutro para simbolizar as paisagens da região do Centro-Oeste, e o vermelho que ilustrava as flamas do calor exacerbado que vêm dilacerando o segundo maior bioma do país.
Walério Araújo, etiqueta vanguardista que habita o cenário da moda nacional há 30 anos.
Consagrou-se pelos acessórios de cabeça, e era o queridinho da cantora Rita Lee. Trabalha com frequência criando adereços para a compositora Gaby Amarantos, Marisa Monte, Cléo, Pabllo Vittar, entre outras. E, já desenhou roupas para a apresentadora Sabrina Sato, a cantora Ivete Sangalo, a jornalista Glória Maria, etc.
É famoso pelo seu estilo excêntrico e pela sua mente brilhantemente criativa. Suas últimas coleções tiveram como inspiração a personalidade famosa, Ehlke Maravilha, e a Astrologia, onde cada modelo representava um signo do zodíaco.
Nesta edição, transformou a passarela do shopping em um tributo às suas raízes nordestinas e a matriarca da família, sua mãe. O compasso do desfile foi marcado pela canção ‘As Andorinhas’ da banda sertaneja Trio Parada Dura, ritmo musical que sua mãe aprecia.
Coincidência ou não, a data do desfile calhou de ser no mesmo dia em que completou 54 anos de vida. As modelos vestiam trajes de gala no melhor estilo que Walério sabe oferecer, com balões estampados nos vestidos pretos de gala, estampas de porcos que remetiam a um período de sua infância, peças verdes que faziam alusão a samambaias e espadas-de-são-jorge, ambas plantas que sua mãe vendia e ele ajudava.
O cuscuz e o ovo frito, comidas que com forte apelo nostálgico para o estilista, foram retratadas de uma maneira ousada, usando tule e vinil. Uma parcela das peças continham retratos de família com porta-retratos acoplados nas roupas. Os cabelos de algumas modelos eram estilizados igual ao que sua mãe costuma usar, com muito laquê adornado com lenço que seguia a mesma estampa do vestido.
Para finalizar a noite, Walério apagou as velinhas em uma festa privada para amigos e clientes em um dos endereços mais badalados do centro histórico de São Paulo.
Martins, criada por Tom Martins, com foco em peças oversized, trouxe uma coleção dividida em dois momentos. A atriz Agatha Moreira abriu o desfile e fez seu retorno à passarela após dez anos fora. Em contrapartida, o ator Rodrigo Simas fazia sua estreia.
O primeiro ato, se baseou no estilo marinheiro, com listras azul e branco, lenço amarrado na cabeça dos modelos como se fossem piratas, os colares eram conchas em formatos diversos, e os brincos continham pérolas.
No segundo, o punk rock dominou. A maquiagem das modelos era marcada por olhos pretos com aplicações de piercings fake. Os acessórios iam de meias arrastão com tênis all star preto e coturnos a cintos de oncinha e colares prateados de correntes. As roupas mesclavam camisetas de banda do estilo como Sex Pistols, Misfits, The Runaways com saias de tule com babados na ponta, cintos coloridos e grandes de ilhós e uma padronagem que visava totalmente o maximalismo. Uma das novidades da marca neste ano, foi que algumas estampas foram feitas por meio de uma IA (Inteligência Artificial).
Publicado nessa quinta feira (11) pela Earthsight, organização não governamental voltada para investigações de crimes ambientais, o relatório Fashion Crimes: the European retail giants linked to dirty Brazilian Cotton, relacionou o algodão utilizado nas confecções das varejistas H&M e Zara com terras suspeitas de grilagem e desmatamento no cerrado brasileiro.
“Este relatório mostrará que a corrupção, a violência e a negligência do governo ajudaram a transformar o Cerrado baiano em um foco de agronegócio violento e insustentável nos últimos 25 anos” aponta a Earthsight.
Segundo a ONG, o algodão utilizado pelas empresas é oriundo de duas grandes produtoras na Bahia, a SLC Agrícola e o Grupo Horita, ligadas a desmatamento ilegal e crimes ambientais na região.
Apesar de o algodão da região baiana ser certificado pela Better Cotton (BC) grupo mundial que promove padrões éticos no cultivo do insumo, a Earthsight julga falhos os métodos de fiscalização do grupo. Essa falha é concretizada quando analisou-se que parte das terras das duas empresas foram obtidas por meio da grilagem, prática criminosa de invasão e obtenção ilícita da posse de terra sem autorização governamental. Ainda, as empresas SLC Agrícola e o Grupo Horita acumulam acusações de desmatamento ilegal na região, ameaçando a fauna e flora local, além de oprimir e assediar as comunidades tradicionais locais.
Na investigação, a ONG rastreou cerca de 816 mil toneladas de algodão advindas das duas produtoras entre 2014 e 2023, produzindo cerca de 250 milhões de artigos para as lojas da H&M, Zara, Pull&Bear, entre outras. Outras investigações lideradas pela Earthsight concluíram que, na verdade, foram exportadas mais de 1,5 milhões de toneladas das duas empresas para fábricas da China, Vietnã, Indonésia, Bangladesh e Paquistão.
O contraponto dessa alegação nasce na divergência entre a procedência do algodão usado pelas marcas e suas campanhas de marketing: em 2020, a H&M afirmou que até o fim daquele ano usaria 100% de algodão sustentável em suas peças; já a Zara, desde de 2019, anunciou uma campanha em que o objetivo seria uma marca totalmente sustentável a partir de 2025. Para isso, ambas contavam com o selo Better Cotton, uma certificação internacional da produção de vestuário.
O Brasil é o maior produtor licenciado na gama da certificadora, acumulando 42% da produção, mas, muito desse volume pode ser questionado. A Better Cotton é conhecida internacionalmente pelas acusações de promover greenwashing (lavagem verde) do algodão e, principalmente, pela falta de transparência no rastreamento total das cadeias de produção. Desse modo, segundo a Earthsight, a BC não pode ser apontada como uma certificação de responsabilidade social e ambiental.
Em nota, a H&M afirmou sua preocupação com as informações trazidas pela Earthsight e que a BC está realizando uma investigação independente sobre as acusações.
A Zara, por sua vez, considerou que a sua dona, Inditex, não adquire algodão de forma direta, mas também está pressionando a Better Cotton para adotar medidas de fiscalização mais sérias.
Para a ONG, “[...] além de reforçar estas normas, a Better Cotton deve também implementar um sistema de rastreabilidade significativo e garantir que ambos são devidamente aplicados. A H&M, a Zara e outros grandes varejistas devem pressioná-la nesse sentido. Até que o faça, as empresas devem ir além da utilização de sistemas de certificação para garantir que os seus produtos são de origem ética e devem instituir as suas próprias políticas e controlos mais rigorosos”.
A estilista carioca, Patricia Vieira, abre o terceiro dia de São Paulo Fashion Week no shopping Iguatemi, com sua coleção inspirada no Vale Sagrado dos Incas.
A coleção apresenta peças feitas com couro reaproveitado de seu ateliê, em estampas e paletas de cores que remetem aos trajes tradicionais peruanos. Muitas peças também trazem um pouco do estilo country, com o uso de franjas, botas altas e paleta de cores em tons terrosos.
A Fauve, marca da estilista Clara Pasqualini, fez sua estréia nas passarelas da SPFW N57 com a coleção “Prelúdio”, que apresenta o processo de amadurecimento da mulher trazendo elementos que remetem à uma inocência e experimentação “infantil” em um primeiro momento, e posteriormente evolui para peças de roupa mais sofisticadas e até corporativas, em uma certa medida, representando o poder da mulher adulta.
A coleção apresenta peças que fogem da estrutura convencional, experimentando com formato e materiais diferentes, como vestidos com formato circular fora de proporção e acessórios feitos de madeira. As peças contrapõem o branco, o tule e a ideia de pureza com a sensualidade do nu e da transparência.
Renata Buzzo traz uma temática poética em formato de fábula para a sua coleção. A estilista baseou a sua criação em um poema autoral sobre a dinâmica entre a mulher e a sociedade. A obra retrata uma raposa, que representa a figura feminina, que é perseguida por um porco, alegoria para sociedade, com o objetivo final de julgar a raposa.
As peças, para combinar com a ambientação da fábula, fazem alusão à uma floresta, com tons de marrom e verde, florais e composições que lembram animais.
Segundo a estilista, a coleção também é uma referência à caça às bruxas. As peças apresentam um estilo medieval, com corsets marcados, acessórios extravagantes para a cabeça, decotes com corte reto, meia calça branca e casacos de “faux fur”.
A marca da estilista Cíntia Felix, AZ Marias, desfilou no Teatro Oficina para apresentar a coleção “Florescer - Ato IV: Ar”, que traz sustentabilidade, representatividade e cultura afro-brasileira, especialmente religiões de matriz africana. A coleção se inspira no conto das borboletas de Oyá, a senhora dos ventos.
A composição das peças representa a fluidez do vento, as cores das borboletas e o formato de seus seus casulos. Os looks mesclam sobreposições de tecidos, com cores brilhantes e peças em jeans – que são o ponto forte da marca.
O casting do desfile contou a presença de personalidades como: Rebecca, Sarah Aline, Lumena, Pepita e Tati Quebra barraco
Apresentando as raízes cearenses de suas criadoras, a nova coleção da marca Marina Bitu foi inspirada na região do Cariri. Além de destacar a moda cearense, o projeto também traz visibilidade aos alunos de moda do Senac Crato que fizeram parte da confecção da coleção.
As peças trazem elementos regionais característicos como fibras de palhas de bananeira, tingimentos com cascas de romã que remetem à pedra de calcário e estampas pintadas à mão que reproduzem a paisagem cearense.
Os looks tem cortes ultrafemininos e seguem uma paleta de cores em tons terrosos, mesclam diferentes materiais e texturas, desde a transparência até a mistura de crochê com linho e algodão.
Rafael Silvério dá continuidade no enredo romântico.
O estilista muda o foco streetwear da sua marca e lança sua nova coleção no SPFW N57, fazendo sua estreia na moda noiva de uma forma menos tradicional e mais inclusiva.
Sua coleção foca no traje cerimonial voltado para o público LGBTQIAP+ e mistura elementos streetwear com os clássicos de casamento.
As peças contam com mangas bufantes, paletós com ombreiras, vestidos com recortes e babados. A paleta de cores vai desde tons de preto, branco e azul escuro, até peças com cores mais vibrantes como rosa choque e rosa pastel.
O último desfile do dia celebra as várias formas do amor.
A marca LED, do estilista Célio Dias, encerra o terceiro dia de SPFW apresentando a sua coleção “O lindo baile do amor”.
A coleção tem o jeanswear como protagonista, com diversas lavagens, formatos e estampas. As peças seguem uma linha monocromática, com algumas cores vibrantes como amarelo, rosa e vermelho em estampas que lembram o fogo.
Peças forradas com a palavra “tesão” se destacam, reforçando o conceito do desfile.
O casting contou com a participação da modelo Barbara Fialho abrindo o desfile e da presença da Banda Uó, composta por Davi Sabbag, Mateus Carrilho e Mel Gonçalves, que anunciou seu reencontro recentemente.
A quarta-feira (10) no Shopping Iguatemi começou com a celebração dos 18 anos da marca Lilly Sarti. Com uma seleção de peças que abusava de couro, alfaiataria, crochê, tules, bordados, kimonos transpassados e jeans, a coleção carregava o nome da mãe da estilista, "Sofia". Além de utilizar elementos que caracterizam o estilo boho, como por exemplo, as franjas e os tons terrosos, ela também trouxe contrastes com visuais que exibiam a glamourização dos metalizados.
No meio da noite, Lino Villaventura, apresentou um casting estrelado, contando com presenças como Isabella Fiorentino, Ticiane Pinheiro - que desfilou no evento pela primeira vez e retornou às passarelas após 27 anos, Reynaldo Gianecchini, Thiago Oliveira, Bruno Fagundes, sem deixar de mencionar as suas modelos veteranas Vivi Orth, Eliana Weirich, Daniela Rotelli.
O tom principal de sua coleção foi concedido pela estruturação com arames nos vestidos e casacos. A parte masculina, tinha uma vertente mais esportiva, com bermudas e calças cargo e tênis de malha com solado macio.
Paetês, all black, óculos que simulavam uma máscara, jaquetas que remetiam capas, patchwork, peças assimétricas, sandálias de plataforma coloridas e texturizadas, botas, um mix de cores clássicas e ao mesmo tempo vibrantes e slip dress foram alguns dos destaques do desfile.
A maquiagem seguiu nessa linha dramática e teatral, característica dos desfiles do Lino, com os olhos bem marcados, a boca vermelha e a pele bem contornada.
Cria Costura, um projeto criado em 2021 por um time de costureiros das regiões Cidade Tiradentes ,Vila Carrão e Brasilândia (Zona Leste) foi a estrela da noite. Esta foi a quinta vez que eles mostraram suas criações no evento.As peças apresentadas carregavam rendas, paetês, babados, ombreiras, recortes assimétricos, metalizados, alguns modelos eram adornados com cintos que marcavam bem a cintura, tecidos esvoaçantes, muito volume em tons de pink. Os colares eram bem agarrados ao pescoço, como uma espécie de coleira estilizada.
O show na passarela é o clímax final deste trabalho dedicado à capacitação profissional criado pela Prefeitura com Inmode. Ao final da apresentação, foi formado uma linha na passarela de todos os alunos, homens e mulheres, dos 16 aos 75 anos, para receberem os aplausos de quem estava presente na plateia.
A marca Reptilia finalizou o segundo dia valorizando a beleza da mulher madura. Focou em criar peças minimalistas e casuais, com a presença de maxi brincos prateados, alfaiataria bem cortada em forma de camisas, camisas oversized, blazers e saias. As botas de couro tinham o bico prateado, além das calças jeans, hot pants e sapatilhas.
O casting da marca trouxe modelos com mais de 40 anos, contrariando o senso comum do mundo da moda de exaltar apenas mulheres mais novas. A marca brasileira seguiu a tendência europeia das últimas semanas de moda internacionais ao trazer aos olhos do público linhas finas e cabelos grisalhos como significado de beleza nas passarelas. Modelos experientes, como Naomi Campbell, de 51 anos, seguem sendo as favoritas de grifes consagradas como Michael Kors e Valentino, assim provocando um início da mudança neste universo extremamente excludente.