O fenômeno dos artistas sul-coreanos cada vez mais presentes no cenário da moda
por
Natália Perez
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10/05/2024 - 12h

Há quatro anos consecutivos, o principal evento do mundo da moda, o Met Gala, conta com a presença de ídolos da Coreia do Sul. Este ano, o grupo “Stray Kids” chamou atenção pela presença dos oito membros. É a primeira vez que um grupo inteiro de K-pop comparece junto ao tapete vermelho.

Embaixadores da Tommy na Ásia, o Stray Kids dividiu mesa com o estilista Tommy Hilfiger, sua esposa Dee Ocleppo e a atriz americana Madelyn Cline. Para o tema do ano “Belas Adormecidas: O despertar da moda”, o grupo apostou nos  sobretudos. Nas escadarias, reverenciaram nas peças a paleta de cores característica da marca: vermelho, branco e azul escuro, com detalhes em dourado. Cada terno apresentava detalhes individuais para combinar com o estilo do respectivo  membro, mas ainda de forma que o grupo combinasse como um todo.

“Eles são tão modernos quanto se pode imaginar. São super estrelas globais e uma banda de K-pop que lota estádios com 80 mil pessoas com uma base de fãs por todo mundo” foi como Tommy Hilfiger os apresentou em entrevista à Vogue.

A Lefty, plataforma de gerenciamento de influenciadores, elegeu o Stray Kids em décimo lugar como convidados com maior visibilidade da noite. Duas posições abaixo de Jennie do BLACKPINK, outra grande  estrela do gênero musical, que participava do evento pela segunda vez. No ano passado, foi a convite da Chanel. Agora, pela marca Alaïa.

 

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As estrelas do K-pop convidadas ao Met Gala 2024: Bang Chan, Han, Felix, Seungmin, Hyunjin, I.N, Lee Know e Chanbing (Stray Kids) e Jennie (BLACKPINK). Fotos: Getty Images

 

As parcerias de moda com celebridades sempre fizeram parte do marketing das principais grifes de luxo. Com o crescimento cultural exponencial da Coreia nos últimos anos, era só questão de tempo até o casamento entre o mundo da moda e o da música coreana. 

Atualmente, o K-pop é considerado um fenômeno cultural mundial com impacto digital que ultrapassa o de figuras ocidentais conhecidas há anos. De acordo com a base de dados oficial do X/Twitter, foram 20 milhões de publicações durante o MET (85% a mais do que no ano passado). Com cerca de 2 milhões de posts, o Stray Kids foi a celebridade mais mencionada durante a cerimônia, seguidos por Zendaya, Ariana Grande, Lana del Rey e Kim Kardashian.

No começo do ano, a maior presença de cantores sul-coreanos em desfiles já havia sido notada durante a Semana de Moda de Paris. Todas as seis grifes mais comentadas  nas redes sociais durante a semana contavam com a presença de mais de um artistas de K-pop como embaixador. Com praticamente o dobro de menções, a Louis Vuitton disparou em primeiro lugar depois de colocar Felix do Stray Kids para desfilar em sua passarela.  

 

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À esquerda, Felix do Stray Kids desfila a coleção outono-inverno 2024 ao lado dos demais modelos da Louis Vuitton na Paris Fashion Week. Foto: Getty Images

 

Agora no MET, Felix foi considerado pela Lefty o terceiro convidado com maior valor de exposição midiática dessa edição, por gerar cerca de 10,4 milhões de dólares, atrás somente de Ariana Grande (20,5M) e Kendall Jenner (11,6M). Assim, sendo o artista sul-coreano mais alto na lista e também o único homem no top 10.

“Eles significam muito para muitas, muitas pessoas” explica Steffi Cao, repórter de cultura da internet da Forbes, a revista Nylon. “Ver alguém não-branco e não-americano, especialmente fazendo música que não toca nas rádios nesses eventos é um reconhecimento de que o mundo é realmente global e que as estrelas vem de todos os lugares.” 

Mesmo com influência crescente, a quebra do padrão americano segue acompanhada de preconceitos. Em um dos vídeos da transmissão, fotógrafos do MET foram flagrados fazendo comentários desrespeitosos para os membros: “Nunca vi rostos tão inexpressivos” e “Como se fala fica reto na Coreia?” Em publicação online, a Billboard expressou a urgência para que a organização da cerimônia repense as credenciais de fotógrafos para o próximo ano. 

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MET-Gala,76° edição do jantar teve como tema e inspiração o conto “O Jardim do Tempo”, de J.G Ballard
por
Gabriela Jacometto
Helena Maluf
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07/05/2024 - 12h

O famoso MET Gala aconteceu nesta segunda-feira (06/05), na primeira segunda do mês de maio, fazendo jus a tradição do evento. A edição de 2024, em sinergia com a exposição realizada anualmente no Anna Wintour Costume Center - Ala no The Metropolitan Museum of Art especialmente voltada para exposição de moda, sempre no tema do MET Gala - tem como tema deste ano “Belas Adormecidas: O despertar da Moda”. 

O tema é uma analogia sobre roupas frágeis e delicadas demais para serem usadas novamente. A exposição, assim como o tapete vermelho do MET, conta com peças da Loewe, patrocinadora do evento, Alexander McQueen, Dior e muito mais. E teve como co-anfitriões, Bad Bunny, Chris Hemsworth, Zendaya, Jennifer Lopez ao lado da diretora  e organizadora do evento: Anna Wintour. 

Já o tema dos figurinos faz alusão ao conto ‘O Jardim do Tempo’, do escritor inglês J.G Ballard. O conto reflete sobre a passagem do tempo e as mudanças que o mesmo carrega. O jardim envelhece rapidamente, as plantas crescem e morrem em um ritmo acelerado, tudo isso acompanhado das reflexões do narrador. 

O tapete vermelho do jantar, foi marcado por roupas florais e elementos botânicos, que remetem à natureza, além das interpretações de peças antigas de famosos designers e seus arquivos.  

Roupas que fazem metáfora com a passagem de tempo marcaram presença, como o vestido que a cantora Tyla utilizou, da marca Balmain, feito inteiramente de areia esculpida, acompanhado de uma bolsa no formato de ampulheta. 

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Foto: Getty Images

 

Um dos destaques da noite foi a presença de celebridades como Ariana Grande, Taylor Russell, entre outros, que deslumbraram com looks da marca Loewe, como mencionado antes, patrocinadora do evento. 

Com um vestido todo branco, a cantora Ariana Grande tirou o fôlego dos presentes ao passar pelo tapete. A peça foi feita sobre medida, com um corpete feito inteiro com madrepérolas.

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Foto: Getty Images

 

Novamente investindo no corpete, a Loewe produziu para a atriz Taylor Russell uma peça esculpida em madeira e pintada à mão.

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Foto: Marleen Moise//Getty Images

 

Outro ponto alto da noite foi a presença da atriz Zendaya, que brilhou com não uma, mas duas interpretações únicas do tema. Em seu primeiro look, ela usou um vestido azul royal e verde esmeralda, com ornamentos que pareciam inspirados em árvores frutíferas, uma criação de John Galliano, diretor criativo da marca Maison Margiela. 

 

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Foto: Jamie Mccarthy//Getty Images                                                                                                                                                                                                                    


Em seu segundo look, a atriz reapareceu com um vestido preto,  uma peça de 1996 da era Givenchy de John Galliano,  combinando com um chapéu da marca Alexander Mcqueen, que remete a um buquê inteiro de flores. 


 

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Foto: Theo Wargo//Getty Images

 

A cantora Lana del Rey também se destacou no retorno deslumbrante ao evento, após 5 anos ausente. Ela usou um custom-made da marca Alexander Mcqueen, inspirado em uma peça de archive da grife. O vestido em tule com detalhes que imitavam galhos espinhentos por toda a peça, e o mesmo tecido do vestido transpassado pelo rosto e cabeça.


 

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Lana Del Rey homenageando o icônico look da coleção de Alexander McQueen. Foto: Getty Images 
 

 

Prestigiando o Brasil, a atriz Bruna Marquezine fez sua estreia no tapete do evento. Usando um vestido longo branco da marca Tory Burch, com silhueta marcada e flores na barra retratando o tema.
 

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Foto: Getty Images 

 

O evento também foi marcado por uma performance artística da cantora Ariana Grande, que vestia Maison Margiela feito pelo designer atual da marca: John Galliano. Instalações interativas e discursos inspiradores que destacaram a importância da criatividade, e do poder da moda como uma forma de expressão e de contar histórias.
 

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Foto: Getty Images

 

Com a exposição “Sleeping Beauties: Reawakening Fashion”, a edição deste ano acontece na próxima segunda-feira (06)
por
Carolina Johansen Saraiva de Carvalho
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02/05/2024 - 12h

O Met Gala foi criado em 1948 pela publicitária e fundadora da semana de moda de Nova York, Eleanor Lambert, com o objetivo de arrecadar fundos para o departamento de moda do Metropolitan Museum (The Costume Institute). Na época, o ingresso custava 50 dólares e era apenas um jantar beneficente. O evento costuma não ser  realizado no próprio museu, como nos dias de hoje, mas em espaços como o Central Park e Waldorf Astoria. Somente em 1962, quando  Diana Vreeland se tornou editora chefe da Vogue, o evento mudou sua localização para as famosas escadarias do MET e passou a contar com a presença de celebridades convidadas como Elizabeth Taylor, Diana Ross, Elton John, Cher, Andy Warhol, Jackie Kennedy, Lady Di e Bianca Jagger. A instauração do dresscode como conhecemos ocorreu apenas no ano de 1973. O marco inaugural dessa prática foi "O mundo da Balenciaga", uma homenagem para o designer Cristobal Balenciaga que havia falecido no ano anterior (1972). 

Cher e Paulette Bettes no Met Gala de 1974
Cher e Paulette Bettes no Met Gala "Romantic and glamorous Hollywood design" de 1974. Foto: Ron Galella/WireImage

 

Em 1995, a atual editora chefe, Anna Wintour, assume e desde então comanda a festa. O evento sempre ocorre na primeira semana de maio, com exceção da edição de 2021 que foi em setembro em decorrência da pandemia. O ingresso individual custa $30.000 (aproximadamente R$150.000) e as mesas a partir de $275.000 (aproximadamente R$1.400.000), porém boa parte das celebridades são financiadas por grandes marcas, que as vestem por publicidade. Ainda assim, todos convidados e suas roupas têm que ser pré-aprovados pela Anna Wintour e a lista passa por uma peneira meticulosa, deixando muitas celebridades e pessoas influentes frustradas ao serem barrados do evento. 

 

Hosts do Met Gala: JLO, Bad Bunny, Anna Wintour, Chris Hemsworth e Zendaya
Co-Anfitriões Met Gala 2024: Jennifer Lopez, Bad Bunny, Anna Wintour, Chris Hemsworth e Zendaya - Fotos: Vittorio Zunino Celotto/Getty Images; David Becker/Getty Images; Charles Sykes/Invision por Associated Press; Aliah Anderson/Getty Images; Jeff Spicer/Getty Images

 

Além de temas distintos, há também o papel de co-anfitriões. Podem variar em número – entre dois a quatro por ano – e algumas das suas responsabilidades incluem auxiliar a lista de convidados, no menu e na decoração. Apenas o tapete vermelho é transmitido ao público; o resto do evento acontece a portas fechadas, onde os convidados são proibidos de usarem seus celulares e redes sociais. O Met Gala deste ano acontecerá no dia 6 de maio, sob comando dos co-anfitriões Zendaya, Bad-Bunny, Jennifer Lopez e Chris Hemsworth.

O dresscode, intitulado "The Garden of Time", foi inspirado em um conto de mesmo nome do autor J.G. Ballard de 1961 e segue a exibição nova “Sleeping Beauties: Reawakening Fashion”. A exibição conta com 250 obras raras diretamente da reserva permanente do departamento de moda do Metropolitan Museum, abrangendo mais de 400 anos de história da moda. Andrew Bolton, um dos curadores responsáveis, disse que a exposição é um ode à natureza e à poesia emocional do mundo da moda e estará dividida entre três zonas: Mar, Terra e Céu. A lista de convidados oficial ainda não foi divulgada e o evento poderá ser acompanhado ao vivo pela Vogue.com

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A nova exposição do MASP explora designs contemporâneos, moda conceitual e a arte por trás das peças.
por
Livia Machado Vilela
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29/04/2024 - 12h

A coleção MASP RENNER reúne, pela primeira vez, as peças criadas por artistas e estilistas contemporâneos brasileiros especialmente para o acervo do MASP. O projeto durou três temporadas, entre 2017 e 2022, e envolveu 26 duplas de artistas e designers de moda, resultando em 78 trabalhos que compõem a exposição. 

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Sônia Gomes + Gustavo Silvestre, Vestido 3 (2020)

“A coleção foi pensada para exclusivamente para o museu, não sendo comercializada", afirma Leandro Muniz, curador-assistente da exposição. Ele explica, ainda, que existem diversos pontos de encontro entre moda e arte, como a técnica e o conceito por trás das obras. A exposição tem o objetivo de destacar estes pontos de encontro, aproximando a moda e arte aos olhos do público. 

A relação do MASP com a moda, no entanto, nasceu de um projeto anterior, que serviu de inspiração para a parceria do museu com seu patrocinador: a Renner. A coleção MASP Rhodia produziu 79 looks na década de 1960, que foram doados ao museu em 1972. O objetivo da coleção era continuar divulgando as ideias da indústria química Rhodia, que realizava desfiles no país para promover seus tecidos sintéticos e encomendava as peças aos seus criados, refletindo as tendências da arte e da moda.

Já na vez da coleção MASP RENNER, foram artistas e estilistas que atuam no cenário atual para colaborarem com a produção. Tendo em mente uma variedade de temas que abrangem questões de gênero, sexualidade, religiosidade, sustentabilidade e a pandemia da Covid-19.

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Randolph Lamonier + Vicenta Parotta, Casa Transcomunal (2022)

Quatro modos de operar são destacados no trabalho dos designers: aqueles que traduzem a sua marca pessoal nas peças, os que brincam com modelagens e a estrutura das roupas, outros que usam a moda como um meio de expressão política e social, e os que desafiam o conceito e os limites da moda. Todas estas ideias apresentam o mesmo ponto de encontro e o mesmo incentivador: o MASP. 

Segundo Leandro Muniz, “Alguns estilistas optaram por representar resistência e focaram no quesito social. Enquanto outros representaram o corpo, a técnica e a escultura das peças”. Para o curador-assistente, três palavras resumem a exposição: Memória, narrativa e corpo.

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Leda Catunda + Marcelo Sommer, Roupa de noivo (2017)

Para acompanhar a cobertura da exposição, acesse o link do vídeo

 

 

No penúltimo dia de desfiles, a marca paulistana apresentou sua nova coleção com a presença das veteranas Yasmin Brunet e Vitória Strada, e do estreante Pedro Novaes, no Shopping JK Iguatemi.
por
Giovanna Montanhan
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29/04/2024 - 12h

lA noite de sábado, 13 de abril, foi marcada por visuais que vislumbravam a ideia de futuro que a Forca Studio desejou transmitir, e já na abertura tivemos a atriz e modelo Vitória Strada com um drone ao seu lado. O desfile foi marcado por três blocos: Office - com foco em peças corporativas, de alfaiataria; Sport - uma colaboração com a marca esportiva italiana Kappa, com a presença de camisas de time, bonés e chuteiras, totalmente focada no streetwear; e Noite - com roupas festivas, de paetês e peças de couro. Cada uma dessas fases era acompanhada de um pequeno vídeo antes dos modelos entrarem na passarela. 

A marca nasceu em 2022, oriunda da amizade da estilista Vivi Rivaben e do DJ Silvio de Marchi, conhecido por agitar as noites paulistanas. O nome surgiu dos próprios criadores como uma forma de retratar as minorias da sociedade. Para a revista L’Officiel, eles disseram ‘’sempre fomos mandados para a forca por ser quem somos. Decidimos tomar e virar essa forca para o outro lado.” 

O ator Pedro Novaes, filho dos atores Letícia Spiller e Marcello Novaes, fez sua estreia na passarela da SPFW, e contou para o portal Elas no Tapete Vermelho, que sempre teve vontade de modelar, mas tinha a sensação que nunca era o momento ideal, e que naquele dia, conseguia se sentir preparado para o novo ofício, não só fisicamente como também mentalmente. A atriz, modelo e ex-BBB, Yasmin Brunet, retornou após 12 anos fora desse universo, e disse que apesar de sua vasta experiência, ficou nervosa. Sua mãe, também modelo, Luiza Brunet, já lhe deu diversos conselhos, como beber água e descansar bastante, e ela revela que não segue-os à risca da maneira como deveria! Já, Vitória Strada, estava há oito anos fora, mas ainda sim, mantinha uma boa relação com a marca, então, quando surgiu o convite, não pensou duas vezes. 

 

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Reprodução: @agfotosite

 

 

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Reprodução:AgNews

 

 

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Reprodução: Agnews

A principal proposta da grife foi evocar uma ideia de como eles imaginam que será o futuro. Além do drone, teve também a inclusão de um cão-robô que desfilou junto de um modelo. E pode parecer apenas uma excentricidade passageira, mas na verdade, foi uma simulação de um lembrete perturbador do que realmente está em jogo. Será que, no futuro, veremos os animais, de uma maneira geral, sendo substituídos por máquinas? Se sim, que tipo de mundo estamos construindo? Um onde a natureza é reduzida a uma mera conveniência tecnológica? E a realidade não está tão distante; temas que o evento não tratou neste ano.

 

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Reprodução: Divulgação SPFW. 

E quanto aos seres humanos? Será que estamos caminhando para um cenário digno de "Metropolis" (filme de 1927, dirigido pelo cineasta alemão Fritz Lang), onde os seres humanos são subjugados ao papel de servos de uma tecnologia dominante? A moda está intrinsecamente ligada aos valores e as aspirações de uma sociedade, podendo, por vezes, acidentalmente, apresentar uma visão de um futuro distópico. No entanto, a realidade é que essa visão pode se concretizar em um amanhã que mora logo ali. E por fim, pode-se dizer que nem mesmo a mais eficiente das ciganas seria capaz de desvendar o curso dos acontecimentos da contemporaneidade.

 

Gigantes do mercado são acusadas por ONG britânica pelo uso de algodão não certificado.
por
Maria Luiza Costa
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14/04/2024 - 12h

Publicado nessa quinta feira (11) pela Earthsight, organização não governamental voltada para investigações de crimes ambientais,  o relatório Fashion Crimes: the European retail giants linked to dirty Brazilian Cotton, relacionou o algodão utilizado nas confecções das varejistas H&M e Zara com terras suspeitas de grilagem e desmatamento no cerrado brasileiro.

“Este relatório mostrará que a corrupção, a violência e a negligência do governo ajudaram a transformar o Cerrado baiano em um foco de agronegócio violento e insustentável nos últimos 25 anos” aponta a Earthsight.

Segundo a ONG, o algodão utilizado pelas empresas é oriundo de duas grandes produtoras na Bahia, a SLC Agrícola e o Grupo Horita, ligadas a desmatamento ilegal e crimes ambientais na região. 

Apesar de o algodão da região baiana ser certificado pela Better Cotton (BC) grupo mundial que promove padrões éticos no cultivo do insumo, a Earthsight julga falhos os métodos de fiscalização do grupo. Essa falha é concretizada quando analisou-se que parte das terras das duas empresas foram obtidas por meio da grilagem, prática criminosa de invasão e obtenção ilícita da posse de terra sem autorização governamental. Ainda, as empresas SLC Agrícola e o Grupo Horita acumulam acusações de desmatamento ilegal na região, ameaçando a fauna e flora local, além de oprimir e assediar as comunidades tradicionais locais.

Na investigação, a ONG rastreou cerca de 816 mil toneladas de algodão advindas das duas produtoras entre 2014 e 2023, produzindo cerca de 250 milhões de artigos para as lojas da H&M, Zara, Pull&Bear, entre outras. Outras investigações lideradas pela Earthsight concluíram que, na verdade, foram exportadas mais de 1,5 milhões de toneladas das duas empresas para fábricas da China, Vietnã, Indonésia, Bangladesh e Paquistão.

Loja da Zara com manequins
Imagem: Getty Images

O contraponto dessa alegação nasce na divergência entre a procedência do algodão usado pelas marcas e suas campanhas de marketing: em 2020, a H&M afirmou que até o fim daquele ano usaria 100% de algodão sustentável em suas peças; já a Zara, desde de 2019, anunciou uma campanha em que o objetivo seria uma marca totalmente sustentável a partir de 2025. Para isso, ambas contavam com o selo Better Cotton, uma certificação internacional da produção de vestuário. 

O Brasil é o maior produtor licenciado na gama da certificadora, acumulando 42% da produção, mas, muito desse volume pode ser questionado. A Better Cotton é conhecida internacionalmente pelas acusações de promover greenwashing  (lavagem verde) do algodão e, principalmente, pela falta de transparência no rastreamento total das cadeias de produção. Desse modo, segundo a Earthsight, a BC não pode ser apontada como uma certificação de responsabilidade social e ambiental.

Em nota, a H&M afirmou sua preocupação com as informações trazidas pela Earthsight e que a BC está realizando uma investigação independente sobre as acusações.

A Zara, por sua vez, considerou que a sua dona, Inditex, não adquire algodão de forma direta, mas também está pressionando a Better Cotton para adotar medidas de fiscalização mais sérias.

Vitrine com manequins da Loja H&M
Imagem: DAVID THUNANDER / THUNANDER

Para a ONG, “[...] além de reforçar estas normas, a Better Cotton deve também implementar um sistema de rastreabilidade significativo e garantir que ambos são devidamente aplicados. A H&M, a Zara e outros grandes varejistas devem pressioná-la nesse sentido. Até que o faça, as empresas devem ir além da utilização de sistemas de certificação para garantir que os seus produtos são de origem ética e devem instituir as suas próprias políticas e controlos mais rigorosos”.

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Terceiro dia do evento traz o romantismo e as vivências pessoais dos estilistas como narrativa.
por
Bruna Quirino Alves
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12/04/2024 - 12h

A estilista carioca, Patricia Vieira, abre o terceiro dia de São Paulo Fashion Week no shopping Iguatemi, com sua coleção inspirada no Vale Sagrado dos Incas.

A coleção apresenta peças feitas com couro reaproveitado de seu ateliê, em estampas e paletas de cores que remetem aos trajes tradicionais peruanos. Muitas peças também trazem um pouco do estilo country, com o uso de franjas, botas altas e paleta de cores em tons terrosos. 

 

Foto do desfile de Patricia Vieira. Modelo com roupa com franjas marrons
Peça com franjas característica do estilo country. Foto: Ze Takahashi/ @agfotosite

 

A Fauve, marca da estilista Clara Pasqualini, fez sua estréia nas passarelas da SPFW N57 com a coleção “Prelúdio”, que apresenta o processo de amadurecimento da mulher trazendo elementos que remetem à uma inocência e experimentação “infantil” em um primeiro momento, e posteriormente evolui para peças de roupa mais sofisticadas e até corporativas, em uma certa medida, representando o poder da mulher adulta. 

A coleção apresenta peças que fogem da estrutura convencional, experimentando com formato e materiais diferentes, como vestidos com formato circular fora de proporção e acessórios feitos de madeira. As peças contrapõem o branco, o tule e a ideia de pureza com a sensualidade do nu e da transparência. 

 

Modelo desfilando com roupa branca com saia de tule transparente
Peça com transparência e floral da coleção Prelúdio. Foto: Ze Takahashi/ @agfotosite

 

Renata Buzzo traz uma temática poética em formato de fábula para a sua coleção. A estilista baseou a sua criação em um poema autoral sobre a dinâmica entre a mulher e a sociedade. A obra retrata uma raposa, que representa a figura feminina, que é perseguida por um porco, alegoria para sociedade, com o objetivo final de julgar a raposa.

As peças, para combinar com a ambientação da fábula, fazem alusão à uma floresta, com tons de marrom e verde, florais e composições que lembram animais. 

Segundo a estilista, a coleção também é uma referência à caça às bruxas. As peças apresentam um estilo medieval, com corsets marcados, acessórios extravagantes para a cabeça, decotes com corte reto, meia calça branca e casacos de “faux fur”.  

 

Modelo desfilando com vestido branco e acessório florido na cabeça
Peça de pelúcia com acessório floral e estilo monárquico. Foto: Marcelo Soubhia/ @agfotosite

 

A marca da estilista Cíntia Felix, AZ Marias, desfilou no Teatro Oficina para apresentar a coleção “Florescer - Ato IV: Ar”, que traz sustentabilidade, representatividade e cultura afro-brasileira, especialmente religiões de matriz africana. A coleção se inspira no conto das borboletas de Oyá, a senhora dos ventos. 

A composição das peças representa a fluidez do vento, as cores das borboletas e o formato de seus seus casulos. Os looks mesclam sobreposições de tecidos, com cores brilhantes e peças em jeans – que são o ponto forte da marca. 

O casting do desfile contou a presença de personalidades como: Rebecca, Sarah Aline, Lumena, Pepita e Tati Quebra barraco

 

MC Rebecca desfilando com um vestidoparecendo uma nuvem e um defumador
Rebecca desfilando com uma peça em formato de nuvem levando um defumador. Foto: Ze Takahashi/ @agfotosite

 

Apresentando as raízes cearenses de suas criadoras, a nova coleção da marca Marina Bitu foi inspirada na região do Cariri. Além de destacar a moda cearense, o projeto também traz visibilidade aos alunos de moda do Senac Crato que fizeram parte da confecção da coleção. 

As peças trazem elementos regionais característicos como fibras de palhas de bananeira, tingimentos com cascas de romã que remetem à pedra de calcário e estampas pintadas à mão que reproduzem a paisagem cearense. 

Os looks tem cortes ultrafemininos e seguem uma paleta de cores em tons terrosos, mesclam diferentes materiais e texturas, desde a transparência até a mistura de crochê com linho e algodão. 

 

Modelo desfilando com vestido degradê
Marina Bitu SPFW N57. Foto: Marcelo Soubhia/ @agfotosite

 

Rafael Silvério dá continuidade no enredo romântico. 

O estilista muda o foco streetwear da sua marca e lança sua nova coleção no SPFW N57, fazendo sua estreia na moda noiva de uma forma menos tradicional e mais inclusiva. 

Sua coleção foca no traje cerimonial voltado para o público LGBTQIAP+ e mistura elementos streetwear com os clássicos de casamento. 

As peças contam com mangas bufantes, paletós com ombreiras, vestidos com recortes e babados. A paleta de cores vai desde tons de preto, branco e azul escuro, até peças com cores mais vibrantes como rosa choque e rosa pastel. 

 

Modelo desfilando com conjunto preto e branco
Silvério SPFW N57. Foto: Marcelo Soubhia/ @agfotosite

 

O último desfile do dia celebra as várias formas do amor. 

A marca LED, do estilista Célio Dias, encerra o terceiro dia de SPFW apresentando a sua coleção “O lindo baile do amor”. 

A coleção tem o jeanswear como protagonista, com diversas lavagens, formatos e estampas. As peças seguem uma linha monocromática, com algumas cores vibrantes como amarelo, rosa e vermelho em estampas que lembram o fogo.

Peças forradas com a palavra “tesão” se destacam, reforçando o conceito do desfile. 

O casting contou com a participação da modelo Barbara Fialho abrindo o desfile e da presença da Banda Uó, composta por Davi Sabbag, Mateus Carrilho e Mel Gonçalves, que anunciou seu reencontro recentemente.

 

Banda Uó desfilando
Banda Uó desfilando para LED no SPFW N57. Foto: Ze Takahashi/ @agfotosite

 

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Segundo dia do evento, Cria Costura trouxe originalidade da Zona Leste de SP para a passarela.
por
Giovanna Montanhan
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12/04/2024 - 12h

A quarta-feira (10) no Shopping Iguatemi começou com a celebração dos 18 anos da marca Lilly Sarti.  Com uma seleção de peças  que abusava de  couro, alfaiataria, crochê, tules, bordados, kimonos transpassados e  jeans,  a coleção carregava o nome da mãe da estilista, "Sofia".  Além de utilizar elementos que caracterizam o estilo boho, como por exemplo, as franjas e os tons terrosos, ela também trouxe  contrastes  com visuais que exibiam a glamourização dos metalizados. 

 

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Estilo boho apresentado pela marca Lilly Sarti. - Foto: Divulgação/@agfotosite

No meio da noite, Lino Villaventura, apresentou  um casting estrelado, contando com presenças como Isabella Fiorentino, Ticiane Pinheiro - que desfilou no evento pela primeira vez e retornou às passarelas após 27 anos, Reynaldo Gianecchini, Thiago Oliveira, Bruno Fagundes, sem deixar de mencionar as suas modelos veteranas Vivi Orth, Eliana Weirich, Daniela Rotelli. 

O tom principal de sua coleção foi concedido pela estruturação com arames nos vestidos e casacos. A parte masculina, tinha uma vertente mais esportiva, com bermudas e calças cargo e tênis de malha com solado macio.

Paetês, all black, óculos que simulavam uma máscara, jaquetas que remetiam  capas, patchwork, peças assimétricas, sandálias de plataforma coloridas e texturizadas, botas, um mix de cores clássicas e ao mesmo tempo vibrantes e slip dress foram alguns dos destaques do desfile.

A maquiagem seguiu nessa linha dramática e teatral, característica dos desfiles do Lino, com os olhos bem marcados, a boca vermelha e a pele bem contornada. 

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Peça estruturada por arames da coleção  - Foto: Ze Takahashi/ @agfotosite


Cria Costura, um projeto criado em 2021 por um time de costureiros das regiões Cidade Tiradentes ,Vila Carrão e Brasilândia (Zona Leste) foi a estrela da noite. Esta foi a quinta vez que eles mostraram suas criações no evento.As peças apresentadas carregavam  rendas, paetês, babados, ombreiras, recortes assimétricos, metalizados, alguns modelos eram adornados com cintos que marcavam bem a cintura, tecidos esvoaçantes, muito volume em tons de pink. Os colares eram bem agarrados ao pescoço, como uma espécie de coleira estilizada. 

O show na passarela é o clímax final deste trabalho dedicado à capacitação profissional criado pela Prefeitura com Inmode. Ao final da apresentação, foi formado uma linha na passarela de todos os alunos, homens e mulheres, dos 16 aos 75 anos, para receberem os aplausos de quem estava presente na plateia. 



 

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Cria Costura   -  Foto: Sergio Caddah/ @agfotosite

 

A marca Reptilia finalizou o segundo dia valorizando a beleza da mulher madura. Focou em criar peças minimalistas e casuais, com a presença de maxi brincos prateados, alfaiataria bem cortada em forma de camisas, camisas oversized, blazers e saias. As botas de couro tinham o bico prateado, além das calças jeans, hot pants e sapatilhas. 

 

O casting da marca trouxe modelos com mais de 40 anos, contrariando o senso comum do mundo da moda de exaltar apenas mulheres mais novas. A marca brasileira seguiu a tendência europeia das últimas semanas de moda internacionais ao trazer aos olhos do público linhas finas e cabelos grisalhos como significado de beleza nas passarelas. Modelos experientes, como Naomi Campbell, de 51 anos, seguem sendo as favoritas de grifes consagradas como Michael Kors e Valentino, assim provocando um início da mudança neste universo extremamente excludente.

 

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Casting da Reptilia composto apenas por mulheres com mais de 40 anos.  -  Foto: Agência Fotosite/Ze Takahashi
 

 

 

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A 57a edição da semana de moda de São Paulo começou nesta terça-feira (09), e se estende pelos próximos cinco dias
por
Carolina Johansen Saraiva de Carvalho
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10/04/2024 - 12h

A São Paulo Fashion Week teve sua primeira edição em 1993. Na época chamada de Phytoervas Fashion, a semana contou com nove desfiles em um galpão na Vila Olímpia e foi formulado a partir de uma parceria entre Paulo Borges, diretor criativo da SPFW,  e Cristiana Arcangeli, empresária da marca Phytoervas. Três anos mais tarde, a parceria entre Borges e Arcangeli foi encerrada e a Phytoervas Fashion se transformou em Morumbi Fashion Week. Foi só em 2001 que a semana adquiriu seu nome atual, ano marcante para o evento, contando com o desfile homenagem de Ronaldo Fraga para estilista Zuzu Angel e a presença das modelos Adriana Lima e Gisele Bündchen. 

Modelo Adriana Lima em desfile para a SPFW
Adriana Lima no SPFW em 2001 — Foto: Getty Images

O tema da temporada atual de número 57 é “sintonia”. As apresentações estão divididas entre os shoppings JK Iguatemi e Iguatemi, a galeria Nara Roesler, o Teatro Oficina, Love Cabaret e o Edifício Martinelli – no qual ocorrerá o desfile de encerramento. A semana de moda contará com 27 desfiles em seus seis dias, dentre eles haverá a estreia de duas marcas: Celina Hissa de Catarina Mina e Reptilia de Heloisa Strobel. 

A abertura aconteceu ontem (09) no shopping JK Iguatemi pela marca Aluf de Ana Luisa Fernandes ao som da Orquestra Sinfônica de Heliópolis. A coleção leva o nome de “Prosopopeia” em homenagem ao poema de Bento Teixeira e foi inspirada no movimento barroco brasileiro. Feita somente com materiais nacionais, a coleção trouxe silhuetas fluidas, uma paleta de cores amena, a predominância  do dourado e muitos acessórios como chapéus e laços. A intenção da estilista-chefe da grife era trazer um tom lúdico e de teatralidade às roupas feitas para serem usadas no cotidiano. O encerramento do desfile sobre os porquês da arte. 

Atriz Débora Nascimento na passarela da Aluf no SPFW
Aluf, SPFW N57. Foto: Agência Fotosite/Marcelo Soubhia

Além das novas localidades e marcas estreantes, outra novidade da 57ª edição da SPFW foi a restrição do acesso ao público geral, limitando-o apenas aos convidados. Essa mudança não foi bem recebida e tem sido alvo de discussões acaloradas sobre como esta decisão não apenas é um retrocesso na democratização do evento, como também  aprofunda ainda mais a exclusão e as desigualdades já existentes na indústria da moda.

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Na última sexta-feira (22), Pierpaolo Piccioli anunciou, de maneira inesperada, a sua saída do cargo como diretor criativo da grife italiana.
por
Giovanna Montanhan
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25/03/2024 - 12h

Pierpaolo Piccioli estava na marca desde 1999, e fez o pronunciamento por meio de um post no Instagram, onde escreveu uma longa mensagem: ‘’nem todas as histórias têm começo e fim, algumas vivem uma espécie de presente eterno que brilha com uma luz intensa, tão forte que não deixa sombras. Estou nesta empresa há 25 anos, e há 25 anos existo e convivo com as pessoas que comigo teceram os fios desta linda história que é minha e nossa. (...) Obrigado ao Sr. Valentino e Giancarlo Giammetti que me deram seus sonhos. (...) Com amor, PP.’’

A história da Valentino começa bem antes do jovem designer Piccioli, em 1959, quando o estilista italiano Valentino Garavani fundou a casa de moda em Roma, na Itália. Garavani, desde cedo, demonstrou seu talento para o ofício, atraindo a atenção da elite hollywoodiana e da alta sociedade mundo afora. Suas criações repletas de glamour e bossa conquistaram uma clientela fiel que fizeram da maison  uma das principais marcas de moda do mundo. 

Durante as décadas de 60 e 70, ele se consolidou como um dos principais nomes da alta-costura italiana, conhecido por suas criações elegantes e sua atenção minuciosa aos detalhes. Vestiu celebridades como as atrizes Audrey Hepburn, Elizabeth Taylor e a ex-primeira dama dos Estados Unidos, Jacqueline Kennedy Onassis, assim solidificando sua reputação como um dos estilistas favoritos das mulheres mais influentes da época.

Em 2008, Maria Grazia Chiuri e Pierpaolo Piccioli foram nomeados co-diretores criativos da Valentino, trabalhando lado a lado para revitalizar a marca. Juntos, proporcionaram  uma estética moderna, combinando a herança da marca com toques contemporâneos. Suas coleções foram bem recebidas tanto pela crítica quanto pelo  público, e rapidamente se tornaram uma das duplas mais celebradas da moda.

 

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Pierpaolo Piccioli e Maria Grazia Churi - Reprodução: Ansa

 

Em 2016, Maria Grazia Chiuri deixou o cargo  para assumir a cadeira  de diretora criativa da Dior (onde permanece atualmente ), deixando o companheiro como diretor solo. Desde então, Piccioli comandou a Valentino com esmero, concebendo coleções que despertavam desejo tanto nos consumidores quanto nos amantes da marca, além de ter contribuído para a manutenção da lucratividade da empresa,  o que fez com  que o legado da grife continuasse a prosperar sob sua liderança.

Como diretor criativo  criou desfiles icônicos, destaque para o último , coleção  inverno de 2024, intitulada 'Le Noir'. Como o próprio nome sugere, a cor preta era a protagonista, deixando de lado a sua marca registrada, que são as cores vibrantes. As peças tinham muitos recortes, fendas e transparências. Para o inverno de 2022, fez a passarela cair na tinta através de uma atmosfera rosa-choque, que incluía até a decoração no mesmo tom. Em parceria com a Pantone, criaram a cor ‘’Pink PP’’ - cuja sigla faz referência às suas iniciais. 

 

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Reprodução: Getty Images

 

 

 

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Reprodução: Getty Images

 

 

Ainda não se sabe quem irá assumir o seu posto, mas a Valentino se pronunciou dizendo que em breve será anunciada a nova ‘’organização criativa’’. 

 

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