
Argentina e Colômbia se enfrentaram no último domingo (14), em confronto válido pela final da Copa América. O jogo aconteceu no Hard Rock Stadium, em Miami, e terminou em 1 a 0, com gol na prorrogação. Com a vitória, a seleção argentina ultrapassou o Uruguai, e se tornou a maior vencedora da competição.
EXPECTATIVA INICIAL
O duelo colocou frente a frente as duas melhores seleções do torneio. A seleção colombiana sustentava 28 jogos de invencibilidade e chegava com moral. Foi primeira colocada no grupo do Brasil e passou goleando o Panamá e vencendo o Uruguai. A Argentina, defendendo seu título conquistado na edição de 2021, quando venceu a seleção brasileira no Maracanã, teve um jogo marcado por despedidas. A final foi a última partida do atacante Di María pela seleção e talvez tenha sido a última competição de Messi.
PRIMEIRO TEMPO
Antes da partida, confusões do lado de fora do estádio acabaram adiando o início do jogo em uma hora e vinte minutos. Mas com bola rolando, a Argentina teve a primeira chance com 30 segundos. O atacante Álvarez recebeu o cruzamento do lateral Montiel mas não pegou bem na bola. Os primeiros minutos foram melhores para a Colômbia, que pressionou a Argentina em seu campo de defesa. Aos cinco minutos, o atacante Luiz Días chutou rasteiro, mas o goleiro Emiliano Martinez defendeu. Um minutos depois do lance, o atacante Córdoba também finalizou com perigo.
Os 20 minutos iniciais foram de muita intensidade nas disputas e velocidade nos ataques, com quase todos eles terminando nas áreas adversárias. Nesse primeiro tempo, um duelo que chamou a atenção foi o entre John Árias e De Paul. O atacante colombiano, que foi improvisado de volante, conseguiu neutralizar o volante argentino, que não teve liberdade para construir. Nessa rapidez, Messi apareceu sozinho mas não conseguiu uma boa finalização e o goleiro Vargas fez uma defesa tranquila.
Aos 32, o volante colombiano Lerma arriscou um chute de longa distância que obrigou Martinez a colocar a bola para escanteio e aos 40, outra finalização de longe, mas de Richard Ríos. O primeiro tempo terminou com a Colômbia melhor, vencendo a maioria das disputas.

SEGUNDO TEMPO
Após a apresentação da cantora colombiana Shakira, começou o segundo tempo. Aos dois minutos, James Rodríguez deu um belo passe para Córdoba que desviou de cabeça para Jhon Árias bater cruzado levando perigo ao gol de Martinez. Logo depois, Mac Allister entrou na área finalizando, mas os defensores colombianos cortaram a bola que sobrou para Di María, mas o atacante finalizou para a defesa de Camilo Vargas
Aos onze minutos Di Maria, em jogada na linha de fundo, cruzou para a área. Mac Allister cabeceou em direção ao gol, com a bola sendo interceptada pela defesa colombiana. O jogo começou a ficar tenso, com muitas faltas. Messi, ao disputar uma bola, caiu em campo sentindo fortes dores e foi substituído por Nico González.
Aos 28 minutos, O VAR checou um possível pênalti em Córdoba, mas o árbitro de vídeo confirmou a decisão de campo. Logo depois, a Argentina fez boa jogada pela esquerda. Tagliafico passou a bola para Nico Gonzales que, impedido, finalizou para as redes. O bandeirinha sinalizou o impedimento, confirmado pelo árbitro brasileiro Raphael Claus.
Nos minutos finais, Di Maria cruzou na segunda trave para Nico Gonzalez, que cabeceou a bola, e Julian Alvarez não conseguiu chegar para finalizar.

PRORROGAÇÂO
Com o empate no tempo regulamentar, o jogo continuou com a prorrogação de trinta minutos. No reinício da partida, em grande jogada argentina, Di Maria tocou para De Paul que na linha de fundo cruzou rasteiro para Nico Gonzalez chutar de primeira para grande defesa do goleiro colombiano. O jogo ficou totalmente aberto, com os dois times procurando a vitória. Os argentinos controlaram o jogo e os colombianos procuravam roubar a bola para em velocidade criar oportunidades para abrir o placar. Fim do primeiro tempo da prorrogação com o placar em branco.
O jogo recomeçou e logo aos dois minutos, Di Maria cruzou fechado na área e Lautaro Martinez não conseguiu chegar para desviar a bola, que saiu para a linha de fundo. Logo depois, Carrascal deu um leve toque na bola para Miguel Borja chutar, mas foi interceptado por Lisandro Martinez.
Aos seis minutos, Lautaro Martinez, o artilheiro do time argentino, recebeu um passe precioso de Lo Celso e na entrada da área finalizou para as redes, abrindo o placar para a seleção argentina.
Logo após o gol, a Argentina substituiu Di Maria, que fez sua última partida pela seleção argentina. Em seu lugar entrou o zagueiro Otamendi.

Ao fim do jogo, Argentina conquistou o 16० título da Copa América, sendo o maior campeão do torneio. A Colômbia, que disputou sua terceira final da Copa América, não conseguiu conquistar o bicampeonato da competição. As duas seleções voltam a campo em setembro, para disputar a sétima e a oitava rodada das qualificatórias para a Copa do Mundo.
Em jogo realizado nesta terça-feira (9), a Argentina enfrentou o Canadá na semifinal da Copa América. O confronto foi realizado no MetLife Stadium, East Rutherford, Nova Jersey e valeu a vaga para a final do campeonato.
A seleção canadense, sem a posse da bola, jogou com duas linhas muito próximas de quatro jogadores, dificultando a troca de passe dos argentinos no último terço do campo. Quando roubava a bola, o Canadá saía em velocidade para criar situações de perigo ao gol de Martinez.
Aos 11 minutos do primeiro tempo, Di Maria tabelou com Messi que chutou da entrada da área. A bola foi para fora, para alívio do goleiro Crépeau. Já aos 22 minutos, o meia argentino De Paul, do meio de campo, lançou para Julian Alvarez que escapou da marcação do zagueiro Bombito. O argentino dominou a bola, e na cara do gol, finalizou entre as pernas do goleiro adversário, e abriu o placar.

Logo após o gol, a Argentina recuou as suas linhas e ocupou todo o espaço do campo defensivo, o que dificultou a troca de passes dos canadenses. No final do primeiro tempo, em uma jogada de velocidade, Di Maria tocou para Messi, que invadiu a área, logo deu um corte no defensor e de pé direito mandou para fora.
No início do segundo tempo, De Paul, na linha de fundo, cruzou para trás. A defesa afastou a bola e no rebote, Enzo Fernandes chutou colocado. A bola, porém, foi sutilmente desviada por Messi, não dando chance para o goleiro canadense impedir o segundo gol argentino.

A partir do segundo gol, a Argentina, muito confortável na partida, administrou o placar sem sofrer riscos. Recuou as suas linhas e de forma compacta não permitiu que o Canadá criasse oportunidades para reduzir a diferença de gols.
Passou a trocar passes em seu campo de defesa, procurando gastar o tempo.
O Canadá, sem forças para buscar a virada, aceitou o jogo argentino, trocando passes, sem criar situações de perigo ao gol de Emiliano Martinez.
Fim de jogo. A Argentina, atual campeã do torneio e campeã mundial, confirmou o favoritismo e avançou para a grande final da Copa América Conmebol 2024. A final do torneio será realizada no próximo domingo, 14/07, às 21 horas (de Brasília) no Hard Rock Stadium, na Flórida. A Argentina enfrentará o vencedor entre Uruguai ou Colômbia.
No dia 1 de maio de 1994, Ayrton Senna da Silva escreveu pela última vez em sua carreira. Em Ímola, Itália, o piloto brasileiro sofreu um acidente fatal e não resistiu aos ferimentos. Com uma carreira vitoriosa, em que esteve no pódio 80 vezes, nas quais foi vitorioso em 41 delas, Senna impactou uma geração de fãs e jovens pilotos que viriam a ser os protagonistas da era atual da Fórmula 1.
Pedro Antunes é um dos exemplos dos que se inspiram no atleta. O jovem de 17 anos é piloto da Fórmula Delta, uma categoria de base do automobilismo brasileiro, e, mesmo com a pouca idade, tem o Ayrton como ídolo.
“Para mim Senna é herói, meu ídolo no esporte. O Senna é uma grande fonte de inspiração. As suas conquistas me motivam a continuar me esforçando e buscando ser o melhor, tanto no esporte quanto no dia a dia”, aponta Pedro.
Outro grande fã do símbolo brasileiro é Davi Miguel Leite ou Davi Batata, de apenas 7 anos. O apaixonado mirim conta que mesmo sem assistir uma corrida ao vivo do piloto brasileiro, considera Ayrton como o maior atleta de todos os tempos: “O Senna é um ótimo ótimo ótimo piloto. O maior de todos”.
O legado do Senna no mundo digital
Mesmo que Ayrton Senna tenha morrido há 30 anos, o seu legado parece estar mais vivo do que nunca e é transmitido de geração em geração por diversas maneiras, sendo a internet o principal canal. A irmã de Davi, Gabriela Leite, conta que eles conheceram o ídolo brasileiro através das histórias contadas pelo pai deles. Com apenas três anos, o pequeno fã já assistia as corridas emblemáticas do Senna através do celular: “A gente cresceu com isso, assistia tudo que o Senna fez e falou na televisão. Assistimos várias vezes aos documentários dele. Então o Davi já cresceu sabendo que o Ayrton Senna é um grande ídolo do esporte”, afirma Gabriela.
Davi não perdeu tempo e hoje produz conteúdo para as redes sociais sobre a fórmula 1, e claro, contando para as futuras gerações quem é o seu ídolo no esporte. O mini influenciador digital já possui mais de 25 mil seguidores e vídeos que chegam a 400 mil visualizações.

A internet também foi a porta de entrada para o piloto Pedro Antunes descobrir a carreira e conquistas de Senna. Antunes afirma que a partir de vídeos do Youtube e do Tiktok chega à figura do herói nacional.
A conta oficial da categoria automobilística possui, hoje, mais de 60 milhões de seguidores se somam todas as suas redes sociais, atingindo um crescimento de 29% em relação ao ano passado. Para efeito de comparação, a conta do Tik Tok da Fórmula 1 supera os 7 milhões de seguidores, números próximos aos da Premier League, UFC e NFL.
O jornalista esportivo da categoria e autor do livro “Ayrton Senna e a Mídia esportiva”, Rodrigo França, afirma que o grande acervo de imagens do Senna facilitou a reprodução do legado do piloto: “A carreira do Senna é muito documentada em vídeos, há diversas entrevistas dele, muitas coisas do que ele falou estão aí presentes na internet. Então é isso que faz com que os pais possam falar para os seus filhos sobre o Senna, e os filhos têm a oportunidade de buscá-lo nas redes sociais e conhecê-lo”.
Senna: Herói nacional
Não é difícil ouvir de muitos brasileiros que o seu principal ídolo no esporte é o Ayrton Senna. Imagens históricas são revividas como lembranças frescas na memória nacional, como: as corridas terríveis na chuva do piloto, as comemorações com a bandeira do Brasil após uma vitória, além da música típica ouvida nas transmissões da Globo, o seu primeiro troféu em Interlagos com o Troca de sua Mclaren quebrada, além das lembranças do trágico acidente em Ímola e o cortejo fúnebre que parou o país.
Ayrton Senna não foi só um piloto vitorioso, mas uma figura mítica para o brasileiro, é o que afirma o Professor de Ciências Sociais com ênfase em sociologia do esporte da PUC-SP, José Paulo Florenzano: “Ayrton Senna ocupa um lugar chave no panteão dos heróis esportivos, destacando-se nas pistas de corrida pelo estilo arrojado”.
Rodrigo França vai ao encontro desse pensamento e coloca Ayrton Senna como herói nacional pela sua garra, superação e amor pela sua pátria: “Senna não era só um esportista, ele era o Brasil que dava certo, uma representação de valores que estavam em falta naquela época e até hoje”.
O jornalista ainda destaca o papel fundamental do Instituto Ayrton Senna na consolidação do legado do atleta, além de continuar o sonho do piloto no incentivo à educação. Rodrigo ainda reverencia a imagem de que o piloto deixou para as futuras gerações: “O nome do Senna sempre está associado a alguma coisa positiva para o Brasil, com os valores que ele defendia nas pistas, então acho que isso é um fator determinante”.
Tanto Davi, quanto Pedro destacam as habilidades do ídolo de ser um piloto corajoso, confiante e que os ensinou a nunca desistir. Pedro ainda agradece a contribuição de Ayrton ao deixar o esporte mais seguro, luta que Senna batalhou durante toda a sua carreira.
Senna eternamente lembrado
Desde o início de diversas homenagens a Ayrton Senna foram feitas. No GP de Ímola, que aconteceu em 19 de maio, os pilotos se juntaram e vestiram a camisa verde e amarela em homenagem ao Senna. Além disso, durante a corrida diversos competidores estavam com capacetes e equipamentos que faziam referência ao ídolo brasileiro.
No mesmo GP, aconteceu uma das homenagens mais emocionantes feitas ao Senna. O tetracampeão da F1 Sebastian Vettel pilotou uma réplica da famosa McLaren usada pelo brasileiro em 1993, numa volta de apresentação pelo circuito. O momento foi marcante para todos os que estavam presentes no local, como afirma Rodrigo França: “Em Imola, eu estava lá e teve uma geração de torcedores que viu o carro da McLaren de 93 pela primeira vez. A maioria das pessoas nunca tinha visto esse carro andar”. Ele conclui contando a importância do feito: “Então, você terá um tetracampeão mundial, como Sebastian Vettel pilotando esse carro, mostrando a reverência que ele tem do Senna e num GP emblemático como o Imola”.
As homenagens não pararam na Itália. No Grande Prêmio de Mônaco, a McLaren utilizou as cores da bandeira do Brasil, utilizou o capacete do Senna, na pintura do carro. Zac Brown, CEO da equipe, rasgou elogios para o “Rei de Mônaco”: “A equipe tem orgulho de reconhecer e celebrar a vida extraordinária e o legado automobilístico de Ayrton Senna através desta pintura da McLaren. Senna continua reverenciado e respeitado como o maior ícone da Fórmula 1 e o piloto mais condecorado da McLaren”.
No Brasil, uma corrida de rua em Interlagos foi realizada para comemorar a carreira do piloto brasileiro. O evento conta com mais de 10 mil pessoas, entre adultos e crianças. Ainda, no túmulo onde Senna foi enterrado, diversos fãs também prestaram homenagem ao ídolo levaram flores e bandeiras.
“Daqui a 200 anos a Fórmula 1 será disputada em aeronaves espaciais, mas ainda vamos falar de Ayrton Senna, porque é o cara que mais representou a Fórmula 1. Senna vai ser sempre um sinônimo de automobilismo no mundo inteiro”, conclui Rodrigo.
Um mundo novo: Liberty media e a imagem da Fórmula 1
O crescimento da categoria e o consequente interesse de gerações mais novas em personalidades marcantes do esporte como Senna passa por um processo recente na modalidade. Em 2017, a Liberty Media, empresa americana, iniciou essa mudança, que focou nas estratégias para conquista de audiência e engajamento, quando se tornou dona da Fórmula 1. Desde então, os números dos fãs da categoria subiram. De acordo com relatórios anuais sobre automobilismo, a audiência cumulativa cresceu de 1.758 bilhões em 2017 para 1,9 bilhões em 2023.
Ainda segundo dados divulgados no final do ano passado, a modalidade sofreu a queda da média de idade de seu público de 36 anos para 32. Nas transmissões esportivas, a audiência teve um crescimento de 44% entre os torcedores de até 35 anos, devido aos últimos cinco anos (2018 a 2022).
Um dos novos fãs que chegaram nessa nova era foi o Davi. A irmã dele, Gabriela, conta um pouco sobre como ela e o irmão foram inseridos em um momento de renovação da categoria, principalmente no que se refere ao público-alvo.
“Em 2022, meu pai e eu fomos ao GP Academy em Interlagos, onde comentaram sobre o foco da Liberty Media em atrair um público mais jovem. Até cerca de oito anos atrás, a Fórmula 1 era seguida principalmente por pessoas mais velhas, mas agora a audiência está se tornando cada vez mais jovem”, disse Gabriela.
Determinadas decisões e ações fizeram a diferença nessa revitalização da marca da Fórmula 1. Entre elas está a criação da série sobre os bastidores da categoria chamada “Drive to Survive”, lançada em 2019. Segundo a Liberty Medida aproximadamente mais de 800 milhões de usuários foram alcançados nos dois primeiros anos de lançamento da série, o que a fez conquistar mais de 50 milhões de visualizações desde o lançamento da quarta temporada, em 2022.
Com o sucesso do programa e a influência de Senna, a Netflix resolveu seguir o mesmo formato e decidiu lançar uma minissérie sobre o piloto. O anúncio foi feito no final do ano passado, mas as primeiras imagens e o teaser foram lançados no final de abril, pouco antes dos 30 anos de sua morte. Entre homenagens e ações realizadas no período, as movimentações sobre a produção fazem parte deste interesse de novos fãs de automobilismo.
Teremos um novo Senna?
Mas o que muitas pessoas ainda se perguntam é se um novo piloto brasileiro terá o mesmo, ou destaque semelhante ao que o Senna teve. O professor José Paulo Florenzano afirma que é difícil prever o futuro dos pilotos brasileiros na Fórmula 1 e concorda que há, sem dúvida, um vazio na história recente da modalidade esportiva, levando-se em consideração a presença marcante de pilotos brasileiros nas pistas de corrida , de Emerson Fittipaldi e Ayrton Senna.
Rodrigo complementa dizendo que a influência do ídolo brasileiro e os talentos que vêm despontando nas categorias de base dão esperança para que o logo um atleta brasileiro entre no grid da principal categoria de automobilismo, mas que, atualmente, outros fatores são levados em consideração como o apoio financeiro de marcas: “A gente sabe que não é só o talento tem que ter outros fatores, então é por isso que é um pouco mais complicado de acontecer”.
“O meu problema sempre estava na minha cabeça, eu treinava super bem, mas meus treinadores não entendiam o porquê que eu não aprendia saltar o que eu tinha para saltar, porque era algo totalmente psicológico e eu não entendia, eu realmente não entendia”. Esse é o depoimento da educadora física Ysnaira dos Santos, 23 anos, que até o ano passado era atleta de salto com vara e disputava diversos campeonatos nos Estados Unidos.
A jovem desistiu da carreira por conta da pressão por resultados, dores e a saudade de casa. A fala dela ecoa vários outros casos no meio do esporte, e, comprova a importância do cuidado com a saúde mental em uma rotina exaustiva, que leva o corpo e a mente aos seus limites.
Nas últimas olimpíadas, Simone Biles, uma das principais ginastas do mundo, decidiu não disputar as medalhas da competição para cuidar do seu psicológico. A decisão na época chocou o mundo, afinal ela era favorita em todas as disputas. “Acho que a saúde mental é mais importante nos esportes neste momento. Temos que proteger nossas mentes e nossos corpos e não apenas sair e fazer o que o mundo quer que façamos”, conta Biles sobre sua decisão.
O psicólogo Ricardo Picolli, especialista em psicologia do esporte, alerta para os cuidados sobre a saúde mental. Para o mestre, essa é uma parte importante da saúde como um todo de um atleta. Ele afirma que todo o desempenho e todo fazer de um esportista tem a saúde mental implicada nesse processo, logo se o atleta não tiver bem mentalmente, não terá um bom desempenho: “A saúde mental é a base para construção de outras habilidades e competências psicológicas ”, afirma Ricardo.
O especialista ainda exalta atitudes como a que foi feita pela ginasta Simone Biles ao falar sobre o seu caso. Ele acredita que dessa forma muitos estigmas e tabus podem ser quebrados: “Faz com que exista uma sensibilização da população e até mesmo um entendimento maior de que a falta de saúde mental não significa loucura nem fraqueza”.
Realidade de um atleta
Ysnaira começou no atletismo desde os seus 12 anos, ainda na escola que frequentava. Aos 13, foi convidada a integrar um dos principais clubes de São Paulo, o Centro Olímpico. Desde então começou a colecionar medalhas. Foi medalhista no campeonato brasileiro sub-16 de salto com vara, campeã brasileira sub-18, vice-campeã no sub-23 e em 2018 disputou o mundial em Marrocos. Mas mesmo com uma trajetória tão vitoriosa, a realidade vivida por ela não era fácil. O apoio aqui no Brasil era pequeno e ela conta que nem mesmo recebia um salário-mínimo e precisava conciliar a rotina de treinos junto com um outro emprego como telemarketing.
A decisão então foi agarrar uma oportunidade vinda de fora. A faculdade norte americana Vincennes University viu o seu talento e ofereceu uma bolsa para ela estudar educação física e competir pela instituição. Em 2023 ela embarcou para os Estados Unidos e iniciou uma nova etapa.
Porém o início não foi fácil. Logo que chegou sofreu uma lesão no quadríceps e a pressão para retornar e apresentar bons resultados aumentou ainda mais, já que dependeria do esporte para manter a sua bolsa de estudos. Ysnaira lembra que aquela não tinha sido a sua primeira lesão grave em sua carreira e que o processo de recuperação é sempre complicado psicologicamente: “É um processo muito lento, mexe muito com a nossa cabeça, com o nosso psicológico, porque você sai totalmente da sua rotina de treinos e planos”. A ex-atleta ainda complementa que o retorno às pistas é muito difícil: “Dependendo da idade que você 'tá' e se você não tiver todo um suporte, já não tem mais essa paciência de querer esperar esse processo saber?”. Ysnaira chegou à competição mesmo lesionada e ficou na terceira colocação.
A distância da família foi outro fator que Ysnaira sofreu em seu período como atleta nos Estados Unidos, chegando ao ponto de se sentir sozinha já que não sabia falar fluentemente inglês: “Eu sentia muita falta de casa, me sentia muito sozinha também pelo fato de não ter muita comunicação, não me aceitando comunicar muito bem com as pessoas”.
A jovem desabafava que a falta de resultados junto a esses dois fatores a fez repensar sobre sua carreira esportiva e o quanto aquilo estava fazendo mal psicologicamente para ela: “Eu percebi que o esporte, apesar de eu entregar muito, ele me devolveu pouquíssimo. Isso começou a se tornar muito desgastante para mim, porque é uma entrega tremenda, eu deixei coisas aqui para viver esse sonho”. “Então começou a ser algo muito frustrante, ter uma entrega diária e não enxergar o resultado”, complementa a jovem.
Importância do apoio de um profissional
Ricardo Picoli afirma que é importante que os atletas entendam o contexto em que eles estão vivendo e entendam também o que do contexto os faz bem e o que os prejudica. Além disso, os esportistas precisam ter consciência de que há mecanismos de ajuda para questões de saúde mental, como profissionais capacitados para fazerem esse atendimento e acompanhamento: “Se expressar, falar sobre isso dentro do seu entorno de segurança e buscar esses profissionais é bastante importante ”.
O psicólogo ainda declara que é também da responsabilidade dos clubes atuarem nessa questão, garantindo mais espaço para o atendimento especializado: “Ter uma equipe fixa relacionada à questão da saúde mental é de suma importância para essa população de atletas. considerando que eles são também seres humanos, mas que vivem num contexto que os afeta num grau muito maior”.
Ysnaira lamenta não ter usufruído mais da ótima infraestrutura da área de saúde mental esportiva fornecida pela sua universidade. Um jovem afirma que esse foi um dos erros dela em sua passagem pelo país: “Passei durante um tempo, mas não me adaptei ao psicólogo em si. Então eu parei e acredito que esse foi um erro meu dentro do esporte. Não adianta a gente achar que a gente consegue”. “Eu encontrei muito meu corpo, mas a minha mente ficou um pouco de lado e um atleta com a mente fraca… Você pode ter o corpo mais forte do mundo que as coisas não vão funcionar.” concluir a educação física.
O esporte não é o fim
No final de 2023, Ysnaira retornou ao Brasil. Atualmente ela estuda educação física e trabalha numa academia. Ela redescobriu uma outra área que sempre foi apaixonada: A musculação. Hoje ela se diz feliz e busca ser bem-sucedida nesse novo ramo: “(O esporte) Foi um sonho que eu vivi e hoje eu estou buscando viver meu outro sonho, ser um grande profissional no mundo da educação física”.
Ricardo conclui dizendo que um atleta precisa de um ambiente que o acolha e o faça feliz para que assim casos de transtornos mentais diminuam no contexto esportivo: “Penso que ter um ambiente acolhedor, um ambiente mais aberto a falar dessas questões facilita com o que a gente toma ações e faz alguma coisa para que isso seja diminuído e cuidado de fato”.
No sábado (29), a anfitriã da competição venceu a Dinamarca por 2 a 0 no Signal Iduna Park, em Dortmund, e avançou de fase. Empurrada pela torcida, o time da casa se lançou ao ataque nos primeiros minutos. Com uma marcação muito intensa e mostrando força na bola parada, os donos da casa marcaram logo aos três minutos, mas Schlotterbeck cometeu falta no lance, e o gol foi anulado.
Acuada, a Dinamarca não conseguiu trocar passes em sequência antes dos 20 minutos. O gol anulado não esfriou a Alemanha, que seguiu em cima. Kimmich, Schlotterbeck e Havertz pararam em boas defesas de Schmeichel, o grande personagem do início da partida.

Passados 34 minutos de jogo, o árbitro Michael Oliver interrompeu a partida por conta das condições climáticas. A chuva, que havia começado há cerca de cinco minutos, ganhou a companhia de raios e os jogadores voltaram para o vestiário. A partida foi retomada 25 minutos depois e continuou com a mesma intensidade.
A Dinamarca se acertou e ameaçou os alemães com contra-ataques velozes e eficientes. Eriksen, aos 44 minutos, acertou um passe de gênio para Delaney, que cruzou no meio da área em busca do atacante Hojlund, e Manuel Neuer foi obrigado a fazer uma intervenção crucial para manter o empate no placar.
Após um primeiro tempo bastante equilibrado, os donos da casa conseguiram assumir o controle da partida na segunda etapa, para o alívio dos torcedores. Mas, apesar do domínio alemão, a Dinamarca ainda conseguiu assustar os anfitriões. Com menos de 5 minutos depois da volta do intervalo, os dinamarqueses abriram o marcador com o zagueiro Joachim Andersen em um lance de bate-rebate dentro da área vindo de um cruzamento de Christian Erisken, porém o gol foi anulado por conta da posição irregular do meio-campista Thomas Delaney.
Com o placar novamente zerado, a Alemanha cresceu no jogo e logo após a anulação do lance anterior, Andersen acabou cometendo um pênalti, a bola bateu em seu braço dentro da grande área. A penalidade máxima foi marcada pelo árbitro de vídeo, Kai Havertz converteu a cobrança e assim marcou o primeiro gol dos anfitriões no jogo.

Mesmo com a vantagem, os alemães não pararam de atacar o adversário, utilizando o atacante do Arsenal como principal arma ofensiva. Porém, quem aumentou o placar foi Jamal Musiala, depois de receber um longo lançamento do zagueiro Schlotterbeck, fechando assim, o caixão da Dinamarca e chegando no posto de um dos artilheiros da Eurocopa, sendo o único dos três que joga por uma equipe ainda viva na competição.
Com a equipe classificada para as quartas de final, Julian Nagelsmann prepara a Alemanha para enfrentar a única seleção ainda com 100% de aproveitamento, a Espanha de Luis de la Fuente.




