Com gol de Stina Blackstenius, o Arsenal conquistou o título da UEFA Liga dos Campeões Feminina. O triunfo foi sobre o favorito Barcelona, no último sábado (24), no Estádio José Alvalade, em Lisboa, Portugal.

O caminho até a final
O Arsenal veio dos playoffs, após eliminar o Rangers, da Escócia, o Rosenborg, da Noruega, e o Hacken, da Suécia. No grupo C, se classificou em primeiro lugar com 15 pontos. Nas quartas de final, perdeu o primeiro jogo por 2 a 0 para o Real Madrid, na Espanha, mas reverteu o placar no jogo de volta, na Inglaterra, por 3 a 0. Nas semis, enfrentou o gigante Olympique Lyonnais, maior campeão da competição com oito títulos e que esteve em sete das últimas dez finais. Em casa, as gunners perderam o jogo por 2 a 1, mas, após ótima partida na França, avançaram à final com um 4 a 1.
Já o Barcelona se classificou em primeiro no grupo D com 15 pontos. Nas quartas, vitória nos dois jogos contra o Wolfsburg: 4 a 1 na Alemanha e 6 a 1 na Espanha. Nas semis, contra o Chelsea da Inglaterra, duas vitórias por 4 a 1.
A última batalha
O time de Londres já entrou em campo com um feito histórico. As gunners foram as primeiras a chegarem à final da competição, neste formato, tendo passado pelos playoffs. Já o time catalão, pela quinta vez consecutiva na final, estava em busca do tricampeonato seguido e o tetra de sua história.
Nos minutos iniciais, o jogo estava equilibrado. Aos dez minutos, Caitlin Foord recebeu cruzamento e cabeceou para fora. Em seguida, Aitana Bonmatí respondeu. A culé, dentro da área, driblou e chutou para o gol, mas a bola desviou na zaga e sobrou para a goleira Domselaar.
A partir daí, pressão inglesa. Aos 21, Frida Maanum cruzou para dentro da área e Irene Paredes, ao tentar cortar, fez gol contra, mas o VAR sinalizou impedimento no lance. Quatro minutos depois, Maanum bateu forte de fora da área, porém, a goleira Catalina Coll mandou para escanteio.
No segundo tempo, o Barcelona foi para cima. Aos três minutos, Clàudia Pina mandou a bola no travessão, Hansen ficou com a sobra e tocou para Bonmatí, que finalizou de letra na mão da goleira. Quatro minutos depois, Ona Batlle bateu forte de fora da área, porém a bola passou ao lado da trave esquerda.
As culés permaneciam superiores. Aos 14 minutos, Bonmatí parou novamente na goleira e Batlle, aos 17, chutou por cima do gol.

No sufoco, a treinadora Renee Slegers fez duas substituições no time do Arsenal: saíram Maanum e Chloe Kelly, entraram Stina Blackstenius e Bethany Mead.
A tática deu certo. Aos 29 minutos, Mead recebeu a bola na meia-lua e deu bom passe para Blackstenius que chutou para o fundo da rede. O placar de 1 a 0 garantiu a vitória do time londrino.

Além de terem levado a taça para a Inglaterra, feito que não ocorria desde a temporada 2006-07, as gunners serão as representantes da Europa na Copa das Campeãs da FIFA, que terá sua primeira edição disputada entre os dias 28 de janeiro e 01 de fevereiro de 2026.
O Arsenal Guarulhos, time do Jardim Bela Vista, na Grande São Paulo, conquistou a Copa OMO Varzenal na última segunda-feira (19) ao vencer o Arsenal Raiz, também conhecido como 13 do Arsenal, do Jaçanã, na zona norte da capital paulista, por 3 a 0. A final, disputada no Emirates Stadium, em Londres, foi a primeira partida de futebol da várzea brasileira realizada fora do país.
Para que os clubes chegassem ao gramado inglês, era requisito indispensável ser um Arsenal – como o time londrino de 138 anos – e, então, superar seis adversários no mata-mata do torneio: Arsenal Aclimação F.C, Arsenal Jardim Senice, Arsenal Cidade Tiradentes, Arsenal Vila Suíça, Arsenal E.G. (Embu-Guaçu) e Arsenal Ipiranga. As equipes, todas de São Paulo, disputaram as fases eliminatórias em março, em um campinho de terra de Santo André.
O campeonato foi idealizado pela marca de produtos de limpeza OMO, em colaboração com o clube inglês Arsenal e a produtora brasileira Kondzilla. A relação entre eles aconteceu a partir da parceria entre a multinacional britânica Unilever, dona da OMO, e o Arsenal. Já a produtora foi chamada por seu trabalho ligado à cultura das comunidades. Ela foi responsável pela escolha dos elencos participantes e está preparando um documentário sobre a Copa.
O projeto teve como objetivo mostrar a força, a importância, a essência e a identidade periférica do futebol de várzea.

Do campo de terra em Santo André para a arena no norte de Londres
Normalmente, times amadores reúnem jogadores que já foram de clubes profissionais e outros que conheceram apenas a várzea. Para alguns integrantes das duas equipes, cruzar o oceano Atlântico foi a primeira viagem internacional de suas vidas.
Os finalistas visitaram pontos turísticos da cidade antes do jogo, que foi transmitido pelo Youtube, no canal oficial da Kondzilla. Fora os telões disponibilizados nas comunidades dos respectivos clubes, que fizeram festa antes, durante e depois da decisão.
Os grupos se encontraram em gerações diferentes, o Arsenal Guarulhos está em ação desde 1968 e o adversário de Jaçanã foi fundado em 2020. Isso mostra a diversidade que a várzea proporciona aos seus adeptos.
As equipes estiveram nos vestiários do Emirates e ganharam, do dono da casa, camisas personalizadas com seus nomes. O Arsenal Raiz entrou em campo com o uniforme principal vermelho e branco, as cores que já utilizam, e o elenco do Jardim Bela Vista, que tem como cores fixas o azul e branco, foi para o jogo com a camisa 2 preta.

Além de ter o ponta-esquerda do anfitrião, Gabriel Martinelli, na arquibancada durante o duelo, os atletas conheceram dois ídolos dos Gunners, Ian Wright, segundo maior artilheiro do clube, e o pentacampeão da Seleção Brasileira Gilberto Silva, que emocionou os integrantes dos grupos de São Paulo.

A campanha do campeão foi invicta. No decorrer do torneio, o Arsenal Guarulhos venceu por 10 a 0 o Arsenal Vila Suíça nas quartas de final. Na semifinal e na final, o mesmo placar de 3 a 0 deu a vitória sobre o Arsenal Cidade Tiradentes.
Os três gols em solo britânico foram anotados por Ronaldo Henrique, o ganhador do troféu de melhor jogador da partida, que aos 23 minutos do primeiro tempo, chutou de fora da área depois de um passe errado do rival e falha do goleiro; por Gui Marques, que finalizou sem dar chances para Hungaro defender, aos 29 minutos; e pelo capitão Jeremias que, no primeiro minuto da segunda etapa, aproveitou um cruzamento após cobrança de falta sobre Ronaldo e, de cabeça, fechou o placar, para a celebração dos Arseloucos e para o Glorioso se sagrar o primeiro time de várzea campeão internacional.
Na última quarta-feira (21), o Tottenham Hotspur derrotou o Manchester United na final da Liga Europa, conquistando a competição pela terceira vez em sua história. A final era tratada, por ambos os lados, como uma forma de salvar a temporada de um dos times. O United teve sua pior campanha na história da Premier League, acabando na 16ª colocação, mesmo com um investimento de mais de 200 milhões de euros em contratações. Além disso, a equipe contou ainda com troca de técnicos, demissões de mais de 200 funcionários do clube e diversos protestos da torcida para com os donos do clube, a família Glazer.
No lado dos Spurs, a situação era ainda pior. Aparecendo na 17ª colocação da Premier League, apenas uma posição acima das três vagas para o rebaixamento, que já tinham sido definidas antes. O clube também não conquistava um título oficial há 17 anos, sendo a última glória do Tottenham a Carabao Cup da temporada 2007/08.
Para a final, disputada no estádio San Mamés, casa do clube espanhol Athletic Bilbao, os dois clubes foram com grandes desfalques para o jogo. Os titulares do Spurs, James Maddison, meia e líder de assistências do time, e Kulusevski, ponta norueguês, não foram para o jogo. Heung Min-Son, protagonista e capitão da equipe, voltou de lesão para a final, mas começou na reserva.
No lado do Manchester United, os Red Devils não contavam com os zagueiros Matthjis de Ligt e Lisandro Martinez.
O jogo começou equilibrado, sem grandes chances para nenhum lado. A equipe de Manchester ia mais ao ataque, mas não convertia em gol. Até que, aos 41 minutos de jogo, Pape Sarr cruzou para Brennan Johnson finalizar e abrir o placar para o Tottenham, contando com um desvio de Luke Shaw. Essa foi a única oportunidade certeira da equipe de Londres. Após o gol, o jogo se transformou ainda mais em ataque do United contra a defesa do Tottenham.

Aos 22 minutos do segundo tempo, em uma jogada de bola parada, o zagueiro Van den Ven tirou uma bola em cima da linha para evitar o empate do United. O Tottenham se defendia em uma linha de cinco e se portava de forma reativa por todo o segundo tempo, tendo duas chances em contra-ataques mal executados, por atacarem apenas com dois jogadores. O United ainda teve uma pressão nos acréscimos, mas não conseguiu furar a defesa do Tottenham e viu o goleiro italiano Vicário fechar o gol.
Além de quebrar um jejum de 17 anos, os Spurs ganharam uma vaga para a Liga dos Campeões da próxima temporada, garantindo uma receita de pelo menos 50 milhões de libras por disputar a competição.
Na temporada 2024/25, os times se enfrentaram quatro vezes e em todas as partidas o clube londrino saiu vencedor. Os comandados de Ange Postecoglou venceram os Red Devils por 1 a 0 e 3 a 0 na Premier League, 4 a 3 pelas quartas de final da Copa da Liga Inglesa, e 1 a 0 na decisão da Liga Europa.
No último sábado, (17), o Crystal Palace escreveu um capítulo inesquecível em sua história ao conquistar a Copa da Inglaterra pela primeira vez, derrotando o poderoso Manchester City por 1 a 0 em uma final eletrizante disputada no icônico estádio de Wembley.
Com uma atuação defensiva impecável e um goleiro inspirado, os Eagles, comandados pelo técnico Oliver Glasner, ergueram o troféu mais importante dos 120 anos do clube, que até então tinha como maiores conquistas os títulos da segunda divisão inglesa nas temporadas 1978/79 e 1993/94.
O jogo começou com o Manchester City, favorito absoluto, impondo seu estilo de posse de bola e pressão ofensiva. Nos primeiros minutos, os Citizens criaram chances claras. Erling Haaland, após receber um cruzamento preciso, finalizou no contrapé, mas o goleiro Dean Henderson, ex-Manchester United, fez uma defesa espetacular.
Logo depois, Josko Gvardiol subiu mais alto em um escanteio e cabeceou com perigo, mas Henderson, novamente, mostrou reflexos impressionantes para evitar o gol.
Contra o roteiro esperado, o Crystal Palace, que apostava em uma defesa sólida e saídas rápidas, abriu o placar aos 16 minutos. Em um contra-ataque fulminante, Jean-Philippe Mateta encontrou Daniel Muñoz na ponta direita. O colombiano avançou em velocidade e cruzou rasteiro para Eberechi Eze, que, bem posicionado, antecipou o zagueiro Akanji e finalizou no canto direito do goleiro Stefan Ortega, incendiando a torcida dos Eagles.

O gol abalou o Manchester City, mas os Citizens reagiram. Aos 32 minutos, Bernardo Silva sofreu um pênalti após um carrinho de Tyrick Mitchell. O egípcio Marmoush, escalado para a cobrança, bateu com força no canto direito, mas Henderson, em mais um momento de brilho, adivinhou o lado e defendeu a penalidade, mantendo o Palace à frente.
Ainda no primeiro tempo, o City criou outra grande chance com Jeremy Doku, que driblou pela esquerda, invadiu a área e chutou rasteiro com a perna direita. Henderson, porém, estava intransponível e fez outra defesa crucial..
No segundo tempo, o cenário permaneceu inalterado: o Manchester City dominava a posse e pressionava, enquanto o Crystal Palace se defendia com organização e explorava contra-ataques.
Aos 12 minutos, os Eagles quase ampliaram. Após uma jogada confusa na área, Muñoz aproveitou uma sobra, finalizou, a bola desviou em Ismaila Sarr e, após Ortega não segurar, o colombiano completou para o gol. A comemoração, porém, foi interrompida pelo VAR, que flagrou um impedimento de Sarr na construção da jogada, anulando o lance.
O susto acordou o City, que voltou a pressionar. Em uma jogada brilhante, Kevin De Bruyne lançou Claudio Echeverri na área com um passe milimétrico. O jovem argentino chutou a queima-roupa, mas Henderson, mais uma vez, apareceu para salvar o Palace com uma defesa monumental.
Nos minutos finais, o Manchester City tentou de tudo, mas esbarrou na muralha defensiva do Crystal Palace e na noite inspirada de Henderson, que terminou a partida com cinco defesas decisivas.
O apito final desencadeou uma festa histórica em Wembley, com os torcedores do Palace celebrando o primeiro grande título do clube. A campanha invicta dos Eagles na FA Cup, com apenas um gol sofrido em seis jogos, foi marcada por classificações contra o Stockport County, Doncaster Rovers, Millwall, Fulham e Aston Villa antes da final.
O São Paulo Futebol Clube anunciou oficialmente nesta segunda-feira (19) o fim das atividades do seu time de basquete profissional masculino. O encerramento do projeto marca o desfecho de uma trajetória iniciada em 2018 e que teve como ponto alto o título invicto da Basketball Champions League Americas (BCLA), em 2022.
Mesmo com campanhas consistentes nos torneios nacionais e participações frequentes nos playoffs do Novo Basquete Brasil (NBB), o Tricolor foi eliminado nas quartas de final da temporada 2024/25. A decisão ocorreu após a derrota contra o Bauru.
Com o fim do projeto, pelo menos 21 atletas ficam livres no mercado e começarão a procura por um novo time. Entre os nomes mais relevantes do elenco estão os norte-americanos Tyronne Curnell e Malcolm Bennett, além do experiente pivô Vitor Faverani e o armador Ricardo Fischer.
A equipe de basquete do São Paulo teve um retorno promissor em 2018, após anos fora das quadras. Logo em sua temporada de estreia, ficou com o vice-campeonato da Liga Ouro, conquistando o acesso ao NBB. O crescimento foi rápido: em 2020, ficou em terceiro lugar na liga; em 2021, foi vice-campeão; e na temporada 2021/22 viveu seu auge, ao conquistar o Campeonato Paulista e a BCLA, considerada a “Libertadores do basquete”.
No entanto, a boa fase do clube perdeu força. A partir de 2022, a instituição viu o orçamento da equipe diminuir e, consequentemente, o rendimento do elenco. Ainda assim, a temporada 2022/23 rendeu dois vice-campeonatos, sendo um na Copa Intercontinental e um na NBB.

Nas duas últimas edições da liga nacional, o São Paulo enfrentou dificuldades. Em 2024/25, por exemplo, terminou a fase regular apenas na 13ª colocação, com 13 vitórias em 34 partidas, resultando em seu pior desempenho desde o retorno ao NBB.
Com a fase financeira apertada da instituição no futebol, já era visto que um aporte financeiro não seria possível tão cedo. Por esse motivo, o clube optou por encerrar o ciclo do basquete profissional.
Leia a nota oficial do clube na íntegra:
O São Paulo Futebol Clube comunica o encerramento das atividades da equipe basquetebol masculino profissional. O projeto, que contou com grandes nomes do esporte no País e foi inicialmente idealizado e executado pelo diretor Carlos Belmonte, foi um sucesso da modalidade em âmbito nacional e internacional, com a coroação com títulos e inúmeros grandes jogos e disputas de finais das principais competições da modalidade. O São Paulo agradece a dedicação de todos atletas, profissionais e dirigentes que contribuíram durante estes anos em que as cores do Tricolor foram defendidas com honra, garra e empenho dentro das quadras. O Clube também agradece o apoio incondicional de torcedores e sócios ao time ao longo de todo o projeto. Futuros projetos à parte do futebol, modalidade que é motivo da existência do São Paulo Futebol Clube, só serão iniciados a partir da prévia obtenção de recursos novos para a manutenção.