Após oito meses fechado para reforma, o Museu do futebol, no Pacaembu, reabriu suas portas em julho deste ano. De cara nova, o estabelecimento faz uma homenagem aos jogadores e times que foram essenciais para a história do esporte, dentre eles o Vasco da Gama, equipe de futebol que foi essencial para a luta contra o racismo na modalidade.
O futebol chegou ao Brasil no final do século dezenove, alguns anos após a abolição da escravidão, sendo algo exclusivo da elite branca do país. A inserção de pessoas negras no esporte era vista com maus olhos pela aristocracia brasileira, que não desejava dividir espaço com eles e por isso impuseram regras que dificultaram a participação desse grupo – e os que entravam estavam sujeitos a maus tratos dentro das equipes.
Não tardou para que a luta pela inserção dessa minoria começasse: em 1900 o time Ponte Preta foi fundado por Miguel do Carmo, Migué, conhecido como o primeiro afrodescendente a jogar em um clube de futebol. O time era originalmente um clube de bairro e tinha como marca dar oportunidade a jogadores negros que não eram admitidos em outras equipes, motivo esse que levou as torcidas rivais chamarem o time de “macacas”, que, em resposta, acatou com bom-humor como mascote do time até hoje.
O time Bangu também foi essencial na luta por igualdade racial no esporte. Em 1905, a equipe escalou o tecelão Francisco Carregal como um dos onze jogadores no elenco principal, sendo o primeiro de muitos negros que viriam a integrar o time, como Leônidas da Silva, por exemplo. Outro grande nome para o futebol afrodescendente brasileiro é Arthur Friedenreich ou El Tigre, como também era conhecido. Filho de pai imigrante alemão e mãe brasileira, Arthur conquistou o título da Sul-Americana para o Brasil em 1919, em uma partida contra o Uruguai. Por mais que fosse um nome grande, El tigre não estava livre do racismo no esporte, fato que o fazia alisar o cabelo e usar pó de arroz na intenção de parecer mais “europeu”. Em 1921 ele foi impossibilitado, junto de outros jogadores, a participar do Sul-Americano após decreto de Epitácio Pessoa, então presidente da época, que impossibilitava atletas negros e mulatos a representarem o país na seleção brasileira.
Mesmo o Vasco da Gama não sendo o primeiro time a ter negros em sua formação, sua atuação na democracia racial no esporte foi imprescindível. Em 1922, o clube disputava a segunda divisão com um time composto por afrodescendentes e operários, um ano depois já disputava a primeira junto de times consagrados, se tornando o campeão carioca de 1923. Em 1924, a AMEA (Associação Metropolitana de Esportes Atléticos) – fundada por clubes de elite, como Fluminense e Botafogo, impôs a exclusão de 12 jogadores do Vasco para aceitarem sua integração na associação, usando de justificativa a desculpa de que esses atletas não atendiam “condições sociais apropriadas para convívio esportivo”. Curiosamente, os nomes pertenciam a atletas negros e pobres.
José Augusto Prestes, presidente do clube na época, não concordou com as exigências pedidas e redigiu uma carta a próprio punho dizendo que o time estava desistindo da participação na AMEA, preferindo disputar em campeonatos com ligas alternativas, sem os clubes de elite. A decisão acabou no desmanche da associação e a volta do Vasco da Gama no campeonato de 1925.
A carta, que veio a ser conhecida como “Resposta Histórica”, se tornou um símbolo da luta antirracista no esporte por defender a permanência de afrodescendentes em uma época comandada pela aristocracia branca, o que culminou na popularidade do time, lotando arquibancadas sobretudo de torcedores oriundos de bairros suburbanos do Rio. Mantida hoje na sala de troféus de São Januário, a carta é o grande orgulho dos vascaínos.
Entretanto, a renumeração de jogadores negros só aconteceu em 1930, após clubes de elite perceberem o quão vantajoso era economicamente e estrategicamente ter atletas afrodescendentes em sua formação, pegando de referência as vitórias do Vasco. “Até então o futebol era um esporte de elite, você jogava pelo seu clube porque era rico ou de graça no amador porque não precisava do dinheiro, os negros não participavam disso, eles precisavam de um salário. Em algum momento, percebe-se que o talento desses jogadores era incontornável, os campeonatos cresceram e eles precisavam ser incorporados aos clubes” diz Renata Beltrão, monitora do museu, ao explicar a sala “origens”, incorporada ao local para contar a história do futebol, dentre elas a inserção de afrodescendentes no esporte enquanto apresenta personalidades importantes para a luta da igualdade racial, como Leônidas da Silva, jogador do Vasco mencionado acima que ganhou notoriedade durante a Copa do Mundo de 1928, na França.
Apesar dos negros terem se inserido na modalidade e conquistado muitos títulos ao longo dos anos, a discriminação racial ainda está presente no esporte. Em 2023, os ataques racistas contra Vinicius Junior no jogo contra o time espanhol Valencia chocaram o Brasil. No ocorrido, torcedores do time rival usaram palavras de baixo calão e sons de macaco para se referirem ao jogador brasileiro.
O caso resultou na prisão de três torcedores que praticaram a injúria racial e um pedido de desculpas para Vinicius Jr., além de uma multa para o Valencia. Aqui no Brasil se seguiram manifestações em prol do jogador na frente da baixada espanhola, enquanto na Espanha um cartaz com a foto de Vinicius foi vandalizado.
Desde sua chegada no país, o futebol progrediu em muitos aspectos. Entretanto, os casos de injuria racial mostram que parou no tempo em alguns pontos, tendo muito o que evoluir ainda. Ao propor essa volta ao passado, o museu abre essas questões sobre a origem da negritude no esporte brasileiro e sua importância para a propagação.
As semifinais da Copa do Brasil 2024 foram o destaque do futebol nacional neste fim de semana, reunindo quatro gigantes do esporte em confrontos empolgantes. Vasco, Atlético-MG, Flamengo e Corinthians entraram em campo com um único objetivo: conquistar uma vaga na final do torneio. Os duelos de ida aconteceram no dia 02 de outubro e os de volta nos dias 19 e 20.
Vasco x Atlético-MG
No jogo de ida, na Arena MRV, casa do Galo, o início foi marcado por intensa disputa física. O Vasco teve boas oportunidades pelos lados, mas não conseguiu finalizar. O Atlético-MG assustou primeiro com Hulk, aos 10’, mas a resposta do cruz-maltino foi imediata. Após um contra-ataque, Rodríguez deu um passe para Coutinho na entrada da área que abriu o placar aos 14’. 1 a 0.
O Galo respondeu aos 37’ com Arana, que, após algumas tentativas, aproveitou uma bola viva dentro da área e finalizou de primeira, com a canhota, na gaveta: 1 a 1. Seis minutos depois, a virada. Arana recebeu na esquerda e cruzou na medida para Paulinho cabecear, marcar e encerrar o primeiro tempo: 2 a 1.
Na segunda etapa, o Atlético pressionou, mas o Vasco também teve boas chances, com Sforza e Rodríguez se destacando. O Galo continuou a buscar o gol, com oportunidades de Hulk e Battaglia, mas não conseguiu ampliar a vantagem. Fim da partida.
Agora em São Januário, no Rio de Janeiro, os times tiveram mais 90 minutos para definir o jogo.
O Vasco começou a partida tentando pressionar, mas sem chances claras. Foi o Atlético-MG que levou perigo primeiro, com uma defesa espetacular de Léo Jardim em um chute de Battaglia que bateu na trave aos 20’. O momento decisivo veio nove minutos depois, quando o VAR confirmou um pênalti após toque de braço de Otávio. Vegetti converteu e empatou a disputa.
Aos 38’ Após o gol, o Vasco teve duas boas chances, com Puma e Léo. Já nos acréscimos, Lyanco quase empatou na sobra após Piton cabecear mal para o meio da área, mas a bola saiu por cima do gol de Léo Jardim. O segundo tempo começou intenso, com oportunidades para ambos os lados, mas foi aos 36’ que Hulk colocou o Atlético de volta à frente no placar agregado. Gustavo Scarpa deu boa bola para o camisa 7 do Galo mandar um chutaço de fora da área. 1 a 1 no jogo, 3 a 2 no placar agregado. O time mineiro administrou a vantagem até o fim, garantindo a classificação para a final da Copa do Brasil.
Flamengo x Corinthians
O Flamengo dominou o primeiro tempo da partida, pressionando o Corinthians e criando diversas oportunidades. O time comandado por Filipe Luís encurralou o de Ramon Díaz e só não abriu larga vantagem no placar devido a duas ótimas defesas do goleiro Hugo Souza: um chute de fora da área de Arrascaeta aos 3’, e um toque de calcanhar de Gabigol, aos 31’.
O único gol da etapa inicial ocorreu aos 32 minutos, quando um chute inesperado de Alex Sandro surpreendeu o goleiro, que estava preparado para um cruzamento.
O segundo tempo foi mais equilibrado. Com três substituições, o clube alvinegro deixou o meio-campo mais forte, mas ainda estava vulnerável: com 69 minutos de jogo, Gabigol chegou a marcar o segundo gol, anulado pela posição de impedimento do atacante.
Cada equipe alcançou a trave duas vezes, Arrascaeta e De la Cruz pelo Flamengo e Romero e Matheuzinho pelo Corinthians. Fim de jogo com vantagem para o time carioca.
No primeiro tempo, o Flamengo dominou o meio-campo e anulou as jogadas do adversário. O rubro-negro abriu o placar aos 8 minutos com um gol de Alex Sandro, mas o árbitro anulou o lance após análise do VAR. A situação se complicou para o Flamengo com a expulsão de Bruno Henrique aos 28 minutos, quando ele levantou o pé e acertou a cabeça de Matheuzinho, recebendo cartão vermelho direto.
No lado do Corinthians, Yuri Alberto se destacou, criando perigo em duas ocasiões que exigiram defesas do goleiro Rossi. Na segunda metade da partida, o Corinthians partiu para o ataque e ameaçou novamente com uma cabeçada de Pedro Henrique aos 30 minutos (que estava impedido) e um chute rasteiro de Giovane aos 42 minutos, mas nenhuma das tentativas resultou em gol.
O Flamengo apenas controlou o jogo para garantir sua vaga na final. Fim de jogo, 0 a 0 na Neo Química Arena, 1 a 0 no agregado a favor dos rubro-negros.
A Final
Com os resultados, Atlético-MG e Flamengo irão se enfrentar na final da Copa do Brasil em busca do título. O clube carioca chega a sua décima final e, até agora, possui quatro taças (1990, 2006, 2013 e 2022).
Já o clube mineiro, por sua vez, obtém duas taças (2014 e 2021), e está na final pela quarta vez. Os confrontos decisivos acontecerão nos dias 03 e 10 de novembro. O sorteio dos mandos de campo foram realizados nessa quinta-feira (24). O primeiro jogo será mandado pelo Flamengo, no Maracanã. A partida de volta será na Arena MRV, casa do Atlético-MG.
Na terça-feira (22), o Santos recebeu o Ceará na Vila Viva Sorte, pela 33ª rodada do Campeonato Brasileiro da Série B. A equipe santista saiu vitoriosa com gol do meia Diego Pituca.
PRIMEIRO TEMPO
O alvinegro praiano começou a partida pressionando a saída do Ceará e conseguiu emplacar boas chances. Não demorou para o meia Serginho acertar um belo lançamento na cabeça de Diego Pituca, que abriu o placar aos 14 minutos. A frente no resultado, o Santos enrolou o jogo do Vozão, dificultando a chegada do time visitante, mas a equipe da casa não criou boas oportunidades.
SEGUNDO TEMPO
No começo da segunda etapa o Peixe teve uma chance desperdiçada por Serginho, depois o Ceará tomou conta das ações. O atacante Erik Pulga chutou forte para uma grande defesa do goleiro Gabriel Brazão. A segunda oportunidade veio com o atacante Saulo Mineiro, que saiu de frente para o gol, mas adiantou muito a bola. Por último, em uma falta cobrada na área, o zagueiro João Pedro cabeceou no cantinho para consagrar Brazão, que salvou a equipe santista de mais um empate. No fim, o Santos venceu pelo placar de 1 a 0.
DESEMPENHO GERAL
O Vozão, que ainda busca o acesso para a Série A, sabia que tinha um grande desafio pela frente, não é fácil jogar contra o Santos na Vila. A equipe conseguiu fazer uma partida equilibrada e mesmo não pontuando, o time promete para as próximas rodadas. O Peixe mais uma vez jogou o seu futebol burocrático, fez o seu gol e garantiu um resultado importante na briga pelo G4, ao menos nesta oportunidade foi o suficiente para sair com a vitória.
PRÓXIMOS JOGOS
O Santos volta a campo na segunda-feira (28), às 19h (horário de Brasília), contra o Ituano, no Novelli Júnior, pela 34ª rodada da Série B. Já o Ceará recebe o Paysandu, no sábado (26), às 17h (horário de Brasília), pela mesma rodada.
Depois de perder duas decisões para a paiN, em 2023 e no começo desse ano, a Rise enfim se tornou campeã da Ignis Cup — o campeonato inclusivo de League of Legends (LoL), onde jogam somente mulheres e membros da comunidade LGBTQIAPN+. A equipe de Sorocaba venceu a Vivo Keyd Stars por 3 a 2, em uma série pegada e com picks diferentes. A organização ainda conquistou vinte mil reais de premiação. Confira mais detalhes da final:
Jogo 1 - Rise na frente
O early game foi marcado por muitos abates solos e lutas nos objetivos, um começo bem disputado. A Rise saiu na frente da VKS, com boas movimentações, levou as torres e abriu o mapa para o controle de visão. Com uma team fight vencida no barão, elas conseguiram ampliar sua vantagem e cadenciar o jogo para chegar à vitória.
MVP: Millicent (Jax) 5/3/3
Jogo 2 - As guerreiras vieram para a batalha!
A VKS não deu chances para a Rise impor seu jogo. A Keyd teve um começo de jogo bem agressivo e, com isso, conseguiu um ótimo controle de visão e de objetivo. Ryuko acertou belas ultimates com sua Miss Fortune e garantiu que a Rise não voltasse para a partida. Com o segundo barão da partida, as Guerreiras marcharam para a base inimiga e empataram a série.
MVP: Cristal (Orianna) 7/0/2
Jogo 3 - Foi no detalhe…
A Vivo Keyd esteve com vantagem no início do jogo, graças a Crystal (Diana) que fez uma lane fase agressiva para cima da Strangers (LeBlanc). Contudo, o Viego (Junny) acumulou abates e favoreceu o scaling da composição da Rise. Aos 29 minutos, as guerreiras encaixaram uma luta, conquistaram o Barão e começaram a dominar o mapa. O terceiro jogo foi decidido em um backdoor da Exiladissima (Renekton), depois de 45 minutos e com várias reviravoltas, garantindo a vitória para a VKS.
MVP: Ryuko (Ashe) 10/1/9
Jogo 4 - Volta por cima
A Rise não se mostrou abalada com as duas derrotas anteriores e fez uma partidaça. A Juny trouxe uma escolha diferente para esse game, a Briar, e mostrou seu domínio com a campeã. Entre roubo de dragão e ótimas lutas, a equipe de Sorocaba dominou a VKS por completo e levou a série para o último jogo.
MVP: Juny (Briar) 5/2/9
Jogo 5 - Ascensão coroada!
No último jogo da série, a Rise não deixou dúvidas de quem seria a campeã. O time foi dominante desde o começo, anulando completamente a principal ameaça adversária, a Crystal (Azir), impedindo qualquer chance de reação das guerreiras. Após garantir a alma do dragão e o dragão Ancião, a Rise marchou diretamente para a base inimiga e, depois de duas finais seguidas sem sucesso, a equipe venceu e conquistou o título do segundo split do campeonato.
MVP: Junny (Vi) 6/0/8
Coletiva
Junny (jungler) abriu a coletiva falando sobre a sinergia com sua equipe para conseguir um bom desempenho na série:
“O que mais ajuda na hora de jogar é a boa convivência que tenho com o meu time. Todo mundo costuma se ajudar muito, dentro e fora do treino, e isso é o que mais importa. Eu estava bastante confiante para jogar.’’, falou a tricampeã da Ignis Cup
A MVP da série também contou como é lidar com a pressão de ser uma peça chave:
“Eu sinto pouca [pressão], porque todo mundo espera que eu jogue sempre bem, falo para mim que ‘eu não posso jogar abaixo’, porque quero mais do que isso. É um pouco de pressão, mas tenho que deixar isso de lado.”, complementou.
Perguntado sobre a diferença entre as lines que já passou na Riise, Yato (adcarry) destacou a união que a equipe tem:
“A diferença é que nesse time a gente tem realmente um entrosamento muito grande, por que a gente realmente tem essa amizade. São pessoas que se conhecem há anos, com exceção da Millicent. Mas ela entrou no time, sabia que tinha que correr atrás e correu e entrosou com a gente e deu tudo certo . Acho que essa é a maior diferença, o clima é realmente muito bom.”, disse
Glossário
Ace: Quando uma equipe abate todos os jogadores do time adversário
Barão: um dos principais objetivos do jogo, após sua execução, cada jogador aliado recebe mais dano de ataque, e retorno acelerado à base.
Bot: posição no mapa.
Buff: mais forte
Dive: Tentativa de matar o adversário na torre dele
Engage: Iniciação
Even: igual
Farm: quantidade de tropas e monstros da selva abatido pelo jogador
Fight: luta
Gold: ouro
Jungler: caçador
Lane: Rota na qual os jogadores se deslocam
Late game: terceira fase do jogo, quando passa dos 30 minutos, campeões que precisam de mais itens para ficar forte, ou personagens como Smolder, Veigar e Nasus, são mais fortes nessa etapa da partida
Match up: Confronto direto entre os campeões de cada rota, por exemplo, Garen x Darius (Top), Orianna x Syndra (Mid)…
MVP: Sigla de Most Valuable Player, que indica o melhor jogador da partida
Nexus: Estrutura na qual a equipe precisa destruir para ganhar a partida
Over: Quando uma das equipes estende demais uma jogada que já era para ter acabado.
Patch: Atualizações que ocorrem a cada duas semanas para balancear o jogo e adicionar conteúdo
Pick off: emboscar e matar um jogador isolado da equipe adversária
Play: Jogada
Reverse sweep: quando um time está perdendo em uma série de partidas, mas consegue virar o placar e vencer todas as partidas restantes
Seed: classificação inicial de uma equipe em um torneio, com com base no desempenho regional e ou internacional anterior
Snowball: Efeito bola de neve
Summoner's Rift: é um dos mapas mais importantes em que acontece o jogo, utilizado nos campeonatos profissionais
Vastilarva: criatura associada à campeã Bel'Veth, que vem do Vazio, uma região destrutiva no universo do jogo; essas criaturas, quando abatidas, concedem ao jogador e aos colegas de equipe um acúmulo do fortalecimento que chega a 6. A melhoria ajuda a derrubar mais rápido as torres
Winners bracket: Chave dos vencedores
Elder: Ancião, em inglês (Elder Dragon)
Depois de um mês sem corridas, a Fórmula 1 voltou aos Estados Unidos para o GP de Austin, no Texas. O fim de semana foi marcado pela imprevisibilidade nos resultados, que variou entre equipes. Sainz liderou o treino, Verstappen era pole e venceu a Sprint e Norris conseguiu a primeira posição no grid da corrida de domingo.
Antes de qualquer disputa na pista, durante a semana, a Red Bull foi centro de especulações e discórdias por conta de um dispositivo que permitia ajustar a altura da parte dianteira por meio de uma mudança nas configurações do cockpit. Isso, se feito durante os treinos, seria permitido.
Todas as equipes possuem um dispositivo desse tipo, porém, o design que permite alterar o carro pelo cockpit fez com que as outras equipes suspeitassem que o ajuste estava sendo feito em parque fechado, — período entre a classificação e a corrida — o que é estritamente proibido. As suspeitas iniciaram logo após o GP de Singapura, mais de um mês atrás, porém só vieram à tona na última semana.
Um representante da equipe confirmou a existência do dispositivo, mas negou que seria possível utilizá-lo depois da montagem do carro. Outras equipes como Mercedes e McLaren exigiram uma investigação minuciosa, mas depois da Red Bull anunciar que iria mudar o carro, a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) decidiu acabar com as discussões. “Honestamente, posso dizer com total certeza se alguma vez houve algo irregular? Não. Posso dizer que o assunto está encerrado? Sim, absolutamente", disse Nikolas Tombazis, representante da FIA.
Com a corrida Sprint e a corrida de domingo, 137 pontos estavam em jogo para as equipes, importantes principalmente para Red Bull, McLaren e Ferrari que disputam a liderança e vice-liderança do Campeonato Mundial de Construtores.
A Ferrari se demonstrou dominante no único treino em Austin, com Carlos Sainz em primeiro e Leclerc como segundo mais rápido. Em terceiro ficou o tricampeão Max Verstappen, que diferente do ano passado, em que conseguiu dez vitórias em sequência, já está a nove corridas longe do primeiro degrau do pódio.
Durante o treino, muitos pilotos rodaram e extrapolaram os limites de pista por conta do asfaltamento novo, logo nas primeiras curvas.
Mais tarde, ainda na sexta-feira (18), aconteceu a qualificação para a corrida Sprint. A Ferrari dominou boa parte da classificação, porém Max Verstappen fez a volta mais rápida no SQ3 e conseguiu a pole. Russell foi o segundo e completou a primeira fila. Os carros da Scuderia ficaram em terceiro e quinto, com Lando Norris entre eles. Oscar Piastri (McLaren), que não teve um bom desempenho, caiu logo no SQ1 e acabou na 16ª posição.
Outros destaques incluem os dois pilotos da Haas, que chegaram no SQ3 e qualificaram em sexto e oitavo. Franco Colapinto, novato da Williams, chegou à última etapa da classificação e ficou na 10ª colocação.
Sábado (19) foi o dia da Sprint e da classificação para a corrida no domingo. Verstappen, que largou na dianteira, se manteve ali até a bandeirada. O holandês é recordista na modalidade e chega a 11 vitórias desde 2021.
Logo na largada, Norris subiu de quarto para segundo e durante a prova, tentou se aproximar da Red Bull, mas sem sucesso. Sainz e Leclerc disputaram a posição por algumas voltas, mas quando o espanhol conseguiu ultrapassar, acelerou e passou Russell, em seguida Leclerc também deixou o britânico para trás. No final da corrida, Lando travou os pneus ao frear, o que permitiu que Carlos Sainz conseguisse a segunda posição no pódio.
Na classificação da corrida principal o destaque negativo ficou com as Mercedes: Lewis Hamilton caiu logo no Q1 e largou em 17°, e George Russell bateu na curva 19, depois do conserto do carro ele foi obrigado a largar do pitlane.
Nos dois minutos finais do Q3, Norris estava com a volta mais rápida e Max a 0s031 atrás, seguidos de Sainz e Leclerc. Russell atingiu o muro e garantiu a pole da McLaren de Lando. Essa foi a sexta pole do inglês, porém, apenas em uma dessas oportunidades, ele conseguiu se manter na posição e garantir a vitória.
No domingo (19), logo na largada, Charles Leclerc fez uma ultrapassagem tripla quando seu companheiro de equipe abriu caminho para a curva e Verstappen brigava com Norris pela posição. Sainz quase foi junto, mas o holandês voltou à pista a tempo de se defender do espanhol. Lando, que largou em primeiro, ficou atrás dos três.
Com a estratégia certa, Carlos Sainz fez um undercut em Verstappen, — quando o piloto entra para os boxes algumas voltas antes, para ultrapassar enquanto o adversário está trocando os pneus — e garantiu a segunda posição até a bandeirada.
A Mercedes teve um final de semana para esquecer. Além do mau resultado na Sprint e a batida de Russell, Lewis precisou abandonar a prova depois de rodar e ficar preso na brita. O Safety Car foi acionado novamente depois de dez corridas — não entrava em cena desde o Grande Prêmio do Canadá. George, que largou dos boxes, apesar de levar cinco segundos de punição, por empurrar Valtteri Bottas (Kick Sauber) para fora da pista, conseguiu terminar a corrida em sexto, marcando oito pontos.
Os dois pilotos que entraram na metade deste ano, Liam Lawson (Racing Bulls), que substituiu Daniel Ricciardo, e Colapinto da Williams, que substituiu Logan Sargent, terminaram a corrida na zona de pontuação, em nono e décimo, respectivamente.
Nas últimas dez voltas, Norris se aproximou muito de Verstappen e os dois travaram uma batalha pelo terceiro lugar do pódio até o último segundo. Apesar das defesas espetaculares da Red Bull, a McLaren conseguiu fazer a ultrapassagem na volta 52, das 56 da corrida, porém ambos acabaram saindo do traçado, o que gerou reclamações do holandês, pedindo que o britânico fosse punido por passar por fora da pista.
Norris se defendeu dizendo que, como ambos estavam fora da pista, ele não deveria ser punido. Na última volta, quando Leclerc e Sainz consagraram a dobradinha da equipe, foi anunciada a punição de cinco segundos para Norris. Verstappen então herdou a posição e completou o pódio.
A decisão de punir o britânico foi muito debatida, pois outras situações semelhantes ocorreram durante a mesma corrida e as consequências foram diferentes. Na primeira volta, Verstappen empurrou Norris na mesma curva e não teve consequência. Russell empurrou Bottas no mesmo ponto e foi punido com cinco segundos.
A primeira vista, acreditava-se que a punição seria por sair do limite de pista pela quarta vez, porém, quando o documento oficial saiu, os comissários informaram que seria pela ultrapassagem e que a pena deveria ser de dez segundos, mas como Norris não tinha como reagir, diminuíram para cinco.
A Fórmula 1 volta na próxima sexta-feira (25) para o Grande Prêmio do México.