Brasileirão tem hat-trick de Yuri Alberto, pênalti defendido por João Ricardo e demissão de Pepa no Sport
por
Felipe Pjevac
Tamara Ferreira
|
13/05/2025 - 12h

São Paulo 0x0 Fortaleza 

Empate pesa, e Leão do Pici cai para o 17° lugar na tabela

No jogo de abertura da sétima rodada do Brasileirão, realizado no Morumbis na última sexta-feira (02), São Paulo e Fortaleza desperdiçaram as chances que tiveram de marcar e ficaram no 0 a 0 com resultado ruim para ambas as equipes, mas pior para o Fortaleza, que agora ocupa a primeira posição na zona de rebaixamento.

O primeiro tempo foi morno, com o Tricolor paulista sem conseguir impor ritmo ou levar perigo ao time visitante. Por outro lado, o Fortaleza, que precisava da vitória, teve as melhores chances da etapa inicial. A primeira veio aos oito minutos, quando Yago Pikachu roubou a bola no campo de defesa e puxou o contra-ataque. A jogada terminou com Breno Lopes, que ganhou dos marcadores, mas foi bloqueado por Wendell na hora da finalização. Aos 12 minutos, Breno teve outra oportunidade, mas chutou para fora. Ainda no primeiro tempo, Lucero arriscou da entrada da área, mas a bola desviou e saiu pela linha de fundo.

O São Paulo só respondeu aos 25 minutos, com um cabeceio de André que passou à direita do gol. Aos 39, Breno Lopes recuperou a bola no meio de campo, avançou e arriscou de longe, mas Rafael defendeu com tranquilidade. A última chance da etapa foi  em uma cobrança de falta de Alisson que também saiu à direita da meta defendida por João Ricardo.

Jogadores do São Paulo e Fortaleza conversam com o árbitro da partida. Foto: Marcelo Zambrana/AGIF

A segunda etapa começou mais animada. Logo no primeiro minuto, André Silva roubou a bola e tocou para Lucas Ferreira, que com liberdade invadiu a área e finalizou para boa defesa de João Ricardo. Três minutos depois, Ferreirinha inverteu para Ferreira, que cortou para o meio e bateu — novamente o goleiro defendeu.

Aos 15, André Silva girou com categoria e tocou para Ferreirinha, que ganhou da marcação, invadiu a área sozinho e foi derrubado pelo goleiro. O árbitro marcou pênalti na hora. O próprio camisa 11 foi para a cobrança, mas João Ricardo defendeu com tranquilidade. 

Depois do lance, o jogo seguiu morno e a única chance real de gol saiu aos 41 e foi para os visitantes. Deyverson aproveitou um erro da defesa do Tricolor Paulista, recebeu a bola e chutou, mas foi travado por Ruan.

Com o empate, o São Paulo chegou a nove pontos e ocupa o 11° lugar na tabela. Por outro lado, a situação do Fortaleza se complicou: com sete pontos conquistados até aqui, a equipe caiu para a 17ª posição. Na próxima rodada, o Leão do Pici enfrenta o Juventude, no sábado (10), às 16h  (horário de Brasília). Já o Tricolor Paulista volta a campo no domingo (11), às 17h30 (horário de Brasília), contra o Palmeiras.

 

Corinthians 4x2 Internacional 

Com hat-trick do camisa 9, Alvinegro e Colorado protagonizam duelo com direito a oito gols

Na Neo Química Arena, Corinthians e Internacional realizaram um duelo eletrizante, com direito a viradas e oito gols marcados — seis deles validados. Com três gols de Yuri Alberto e um de Igor Coronado, o Timão venceu o Colorado por 4 a 2. Os tentos da equipe gaúcha foram anotados por Braian Aguirre e Thiago Maia. A expulsão do volante Bruno Henrique, no segundo tempo, pesou na queda de rendimento dos visitantes, que chegaram a estar vencendo por 2 a 1, mas não conseguiram sustentar a vantagem.

O primeiro tempo foi bem movimentado, a primeira grande chance foi para os donos da casa. Aos 11 minutos, Romero cruzou para Memphis Depay cabecear, acertando o travessão da meta defendida por Anthoni. Já a primeira finalização do Inter foi aos 22, com Bruno Henrique, mas o chute subiu demais e saiu pela linha de fundo.

Aos 24 minutos, Memphis tocou para Yuri Alberto limpar e chutar no cantinho para abrir o placar da partida. Depois do gol para o Alvinegro, a equipe gaúcha teve boas chances de marcar, mas até então, Hugo Souza estava se sobressaindo nos lances. Até que, aos 37, Wesley cruzou, o goleiro corintiano não conseguiu afastar e Braian Aguirre, livre de marcação, completou para empatar o placar. Quatro minutos depois, a equipe do Internacional virou. Aos 41, após troca de passes rápida, Thiago Maia recebeu sozinho para marcar e virar o jogo para o Colorado. 

Atrás no placar, a equipe do Corinthians voltou para mais intensa para a etapa inicial. Com chances de tirar o fôlego desde o primeiro minuto, a equipe empatou a partida logo aos sete minutos, com Yuri, que recebeu livre e chutou, mas após revisão do VAR, o lance foi anulado por uma falta de Matheuzinho sobre Wesley na origem da jogada.

Com 15 minutos do segundo tempo, Bruno Henrique, volante do Colorado, cometeu falta em Raniele recebeu o segundo cartão amarelo e deixou a equipe com um a menos. Três minutos depois, Matheus Bidu ajeitou de cabeça para Yuri Alberto completar e empatar o placar da partida — e, desta vez, o lance foi validado pela arbitragem. 

Yuri Alberto comemora seu gol com Foto: Rodrigo Coca/ Agência Corinthians

A virada quase veio aos 33, quando Carrillo cruzou para Memphis pegar de primeira e marcar um golaço. No entanto, o lance foi revisado e invalidado por uma falta de André Ramalho em Luis Otávio. 

Aos 45, o VAR entrou em campo novamente, desta vez a favor do Timão, e o árbitro marcou um pênalti de Óscar Romero em Bidu. Yuri foi para a cobrança e completou, virando o placar da partida e garantindo seu hat-trick. Ainda deu tempo de Igor Coronado receber livre, aos 57 minutos, e marcar o último gol do jogo.

Com o resultado, o Corinthians chegou aos 10 pontos e ocupa o oitavo lugar da tabela, um a mais do que o Internacional, que é o nono colocado. Na próxima rodada, o Timão enfrenta o Mirassol no sábado (10), às 18h30 (horário de Brasília) . Já o Inter encara o Botafogo, no domingo (11), às 18h30 (horário de Brasília), no Nilton Santos.

 

Ceará 1x0 Vitória 

                                                                                            Ceará conquista vitória magra em casa

Também no início da noite de sábado (03), às 18h30, O Ceará derrotou o Vitória por 1 a 0, com gol de Marlon na etapa final, e manteve a sua invencibilidade no Estádio Presidente Vargas.

O Leão da Barra teve mais chances no começo do primeiro tempo, utilizando-se de uma marcação alta e, consequentemente, criando boas chances de abrir o marcador. Aos cinco minutos, após cruzamento de Jamerson, Janderson cabeceou com força, mas a bola saiu em tiro de meta. Aos 14, Carlinhos se jogou para finalizar após cruzamento de Claudinho, mas, desequilibrado, mandou para fora. O Ceará respondeu aos 18 minutos, com uma cobrança de falta de Lucas Mugni que passou longe do gol.

Os minutos finais da etapa inicial, reservaram grandes chances para as duas equipes. Aos 43, Matheuzinho desarmou e partiu em contra-ataque, finalizando da entrada da área, mas o goleiro defendeu. Na sequência, Pedro Raul recebeu cruzamento para cabecear, mas Lucas Arcanjo defendeu. Aos 45 minutos, Galeano arriscou de longe, a bola desviou em Pedro Henrique e passou muito perto do gol. O Vitória respondeu cinco minutos depois, com finalização desviada de Lucas Braga que também passou muito perto da meta.

Na segunda etapa, o Ceará voltou mais agressivo. Logo aos dois minutos, após cobrança de falta ensaiada, Matheus Bahia chutou de longe e Arcanjo defendeu. No rebote, Pedro Henrique tentou finalizar, mas foi travado por Carlinhos. Aos oito minutos, Pedro Henrique cobrou falta e acertou o travessão. Dois minutos depois, Marllon aproveitou cruzamento e, sem precisar subir muito, cabeceou sozinho para abrir o placar.

Marllon comemora seu gol com Foto: Stephan Eilert / Ceará SC

Depois do gol, o Vozão ainda teve mais uma boa chance aos 15 minutos, com Pedro Henrique finalizando de fora da área e parando em boa defesa de Lucas Arcanjo. O Rubro-negro buscou o gol de empate em duas oportunidades, ambas com Wellington Rato. Na primeira, aos 26 minutos, o camisa 10 arriscou de fora da área, mas Fernando Miguel — em dois tempos — defendeu e na outra, aos 30 minutos, o atacante ficou com uma sobra com pouco ângulo, exigindo mais uma boa defesa do goleiro.

O Ceará voltou a assustar aos 36 minutos. Rômulo arriscou de longe, Arcanjo defendeu e, no rebote, Pedro Henrique chutou, mas parou mais uma vez no goleiro rubro-negro.

Com o resultado, o Vozão chegou aos 11 pontos e ocupa o sétimo lugar na tabela. Já o Vitória caiu para a 18ª colocação, com apenas seis pontos somados.

Na próxima rodada, o Rubro-Negro enfrenta o Vasco da Gama no sábado (10), às 18h30 (horário de Brasília), no Barradão. O Ceará entra em campo apenas na segunda-feira (12), contra o Santos, às 20h, na Vila Belmiro.

 

Fluminense 2x1 Sport

Após mais uma derrota, Pepa não é mais o técnico do Leão da Ilha

Na noite de sábado (03), o Fluminense marcou, no último minuto, o gol que garantiu a vitória de virada da equipe sobre o Sport, por 2 a 1, com gols de Pablo para o Leão e Serna e Everaldo para o Tricolor carioca.  Após a partida, o Sport anunciou a demissão do técnico Pepa.

Nos primeiros minutos, o Tricolor buscava controlar o ritmo da partida com troca de passes e jogadas pelos lados do campo, mas o Sport se defendia bem e levava perigo nos contra-ataques. Aos oito minutos, Cariús tocou para Chrystian Barletta, que apareceu livre e finalizou para boa defesa de Fábio.

Aos 23 minutos, Lucas Lima cruzou e Pablo, de cabeça, abriu o placar para o Leão da Ilha. O Sport seguiu se lançando ao ataque e aos 28 minutos, Pablo tocou para Barletta, que chutou dentro da área e Fábio defendeu. No rebote, Atencio acertou a trave, e na sequência, Lucas Lima finalizou, mas o goleiro do Flu segurou com segurança.

O time carioca respondeu um minuto depois, com chute de fora da área de Canobbio, que contou com um leve desvio de Caíque França antes de sair à esquerda do gol. Aos 37, o camisa 17 recebeu cruzamento de Arias, mas Caíque defendeu. O Tricolor ainda teve duas boas chances para empatar no fim da etapa inicial, aos 42, com Ganso, e aos 44, com Arias — ambos de cabeça —, mas a bola passou por cima do gol.

No segundo tempo, o Fluminense partiu para a pressão e aos 14 empatou o placar. Arias recebeu, se livrou da marcação e cruzou na medida para Serna completar para o fundo das redes. 

Aos 26, o árbitro chegou a apitar um pênalti em Arias, mas depois de analisar o lance, anulou o pênalti. Depois disso, o Flu seguiu buscando o gol e no último minuto da partida, aos 51 minutos, em cobrança de lateral, Arias repetiu o passe do primeiro gol e Everaldo marcou de cabeça, garantindo a virada e os três pontos para a equipe.

oi

Serna comemora seu gol. Foto: Lucas Merçon/Fluminense F.C

Com o resultado, o Sport permanece na lanterna do Brasileirão, com apenas dois pontos conquistados. Já o Fluminense chegou aos 13 pontos e ocupa a quinta colocação na tabela.

Ainda no sábado, o Sport anunciou oficialmente a demissão do técnico Pepa. O treinador, que comandava a equipe desde o ano passado e teve papel fundamental no acesso à Série A com aproveitamento de 64,5% em 28 rodadas, não resistiu ao mau início no campeonato. Nos sete jogos disputados até aqui, o time teve cinco derrotas e dois empates. Além dele, os auxiliares Samuel Correia, Hugo Silva, Pedro Oliveira e Pedro Azevedo também foram desligados.

Na próxima rodada o Sport receberá o Cruzeiro, no domingo (11), às 16h (horário de Brasília). Já o Fluminense enfrentará também no domingo (11), o Atlético-MG, fora de casa, às 17h30.

 

Bahia 1x0 Botafogo

Tricolor conquista mais um resultado importante no Brasileirão

No último sábado (3), o Bahia venceu o Botafogo por 1 a 0 na Casa de Apostas Arena Fonte Nova. O time baiano vinha em boa fase, com quatro vitórias consecutivas, enquanto o Botafogo vinha de dois triunfos seguidos.

Tomada pela forte chuva em Salvador, a partida foi marcada pelo equilíbrio no início, com ambas as equipes tendo dificuldades para criar chances claras de gol. Porém, o Bahia começou o primeiro tempo dominando o jogo, com seu estilo baseado em passes rápidos, e passou a pressionar o adversário.

Aos 30 minutos, o Botafogo tentou uma jogada ensaiada em falta cobrada por Marlon Freitas e Artur, mas a bola não levou perigo. Em seguida, Vitinho fez uma boa jogada pela direita, mas o cruzamento não foi aproveitado por Mastriani.

O Bahia seguiu com grande volume ofensivo e, aos 38 minutos, após uma jogada brilhante de Erick Pulga, que driblou três jogadores do Fogão, Cauly recebeu o passe e marcou um gol com muita categoria.

Sob forte chuva, Bahia comemora gol da vitória. Foto: Reprodução/Instagram/Bahia

No segundo tempo, os donos da casa tiveram um gol anulado após revisão do VAR, que marcou impedimento de Juba. O Glorioso tentou pressionar, e aos 24 minutos, Artur teve uma boa chance após um roubo de bola, mas finalizou em cima do goleiro Marcos Felipe.

O goleiro John, do Botafogo, foi expulso por colocar a mão na bola fora da área, mas após revisão do VAR, a punição foi revertida para cartão amarelo. O Tricolor conseguiu segurar o placar magro e garantiu a vitória.

Com o resultado, o Bahia subiu para a sexta posição no Campeonato Brasileiro, com 12 pontos, enquanto o Botafogo estacionou no meio da tabela, com 8 pontos.

O próximo compromisso das equipes é pela Copa Libertadores. O Fogão visita o Carabobo, da Venezuela, às 19h desta terça-feira (6), enquanto o Tricolor recebe o Nacional, do Uruguai, às 19h de quarta-feira (7).

 

Grêmio 1x0 Santos

Após seis partidas sem vencer, Grêmio se recupera com placar magro

Na tarde deste domingo (4), o Grêmio venceu o Santos por 1 a 0 na Arena e se recuperou após uma sequência sem vitórias. Em um jogo marcado por muitos erros e pouco brilho técnico, o destaque ficou por conta de Cristian Oliveira, autor do gol que garantiu a vitória do time gaúcho.

A partida começou com o Santos tomando a iniciativa e mantendo mais a posse de bola. Nos primeiros minutos, o jogo foi intenso, com entradas duras e cartões amarelos para ambos os lados.

A primeira grande chance foi do time paulista, quando Soteldo acionou Deivid Washington, mas a defesa gremista conseguiu interceptar. O Grêmio respondeu logo em seguida com uma boa chance de Cristian Oliveira, que parou na defesa do goleiro Brazão.

Apesar das tentativas, o primeiro tempo foi truncado, com muitas falhas defensivas e erros de passe dos dois times. O Peixe tentou pressionar no fim da primeira etapa, mas sem sucesso. O placar ficou no zero a zero até o intervalo.

Na volta para o segundo tempo, o time gaúcho apresentou mais intensidade e passou a controlar melhor as ações. Cristian Oliveira quase marcou aos 12 minutos, mas a jogada foi cortada por Zé Ivaldo.

Jogadores do Grêmio celebram gol de Cristian Olivera. Foto: Reprodução/Instagram/Grêmio

A insistência gremista foi recompensada aos 31 minutos, quando o próprio Cristian recebeu assistência de Alysson e finalizou com precisão para garantir o gol da vitória.

Após sofrer o gol, o Santos tentou reagir e buscou o empate, mas encontrou dificuldades para furar a marcação do Grêmio. A equipe gaúcha soube administrar a vantagem até o apito final, somando três pontos importantes.

O resultado alivia a situação do Grêmio, que subiu para a 12ª colocação com oito pontos, enquanto o Santos permanece em situação delicada, ocupando a vice-lanterna da tabela com apenas quatro pontos. Os gaúchos vão ao Peru para enfrentar o Club Atlético Grau, pela Copa Sul-Americana, enquanto o Peixe só volta a campo na próxima segunda (12), quando recebe o Ceará.

 

Vasco 0x1 Palmeiras

Vitor Roque marca pela primeira vez, e Verdão vence Vasco no Mané Garrincha

Em Brasília, o Palmeiras venceu o Vasco por 1 a 0, com gol de Vitor Roque — que balançou as redes pela primeira vez com a camisa alviverde — e retornou a liderar o Campeonato Brasileiro.

A primeira grande chance da partida saiu aos oito minutos e foi para o Palmeiras. Estêvão recebeu passe de Piquerez, invadiu a área e chutou para a defesa de Léo Jardim. O Gigante da Colina respondeu aos 14, com Loide Augusto, que recebeu cruzamento de Paulo Henrique e, livre de marcação, chutou de primeira, para defesa tranquila de Weverton. Um minuto depois, Loide ganhou de Giay e tocou para Rayan finalizar, mas o goleiro palmeirense defendeu mais uma.

Aos 17, foi a vez do Palmeiras responder, Estêvão cobrou escanteio para a entrada da área, Felipe Anderson cabeceou para o meio e Bruno Fuchs desviou para fora. A melhor chance da etapa inicial saiu aos 48 minutos, Nuno Moreira cobrou uma falta em direção à área, Weverton saiu da meta para afastar, mas a bola sobrou para João Victor chutar para o gol, mas Giay, de bicicleta, afastou o perigo.

O Alviverde voltou mais ofensivo para a segunda etapa e, logo aos três minutos, teve uma grande chance. Piquerez tocou para Emiliano Martínez finalizar de fora da área, a bola ainda desviou na zaga do Vasco, mas Léo Jardim se esticou todo e defendeu, evitando o gol do Verdão.

Antes de balançar as redes, o Palmeiras teve chances com Piquerez e Richard Rios, ambos em finalizações de fora da área. Aos 15 minutos, Facundo Torres pressionou Hugo Moura, que errou na saída de bola. Estêvão recuperou e rolou para Vitor Roque completar e marcar seu primeiro gol com a camisa do Alviverde.

Vitor Roque comemora seu gol. Foto: César Greco/Palmeiras

Com a vantagem no placar, a equipe comandada por Abel Ferreira controlou o ritmo de jogo e garantiu mais três pontos no campeonato nacional.

Com o resultado, o Palmeiras chegou aos 16 pontos e assumiu a liderança do Brasileirão. Por outro lado, o Vasco segue com sete pontos e caiu para o 14° lugar. 

O Gigante da Colina volta a campo no próximo sábado (10), às 18h30 (horário de Brasília), contra o Vitória, fora de casa. Já o Verdão recebe o São Paulo, às 17h30, no domingo (11). 

 

Cruzeiro 2x1 Flamengo

Rubro-Negro sofre primeira derrota no Brasileirão e deixa a liderança

Fechando o domingo (4), o Mineirão foi palco de um clássico nacional. O Cruzeiro venceu o Flamengo por 2 a 1, em uma partida marcada por emoções até o apito final.

O Flamengo começou o jogo com uma proposta ofensiva, mas foi o Cruzeiro que saiu na frente. Aos 14 minutos, Kaio Jorge driblou Léo Pereira, arrancou e acertou um chute no canto, abrindo o placar para o Cabuloso.

A equipe carioca respondeu rapidamente, com uma ótima defesa de Cássio após cabeçada de Léo Ortiz. Kaio Jorge ainda teve nova oportunidade aos 31 minutos, mas parou no travessão.

O empate veio aos 43 minutos, quando Gerson ajeitou e Arrascaeta chutou no ângulo de Cássio; o uruguaio,que jogava no Cruzeiro, não comemorou o gol em respeito ao ex-clube.

O segundo tempo teve ritmo ainda mais intenso, com chances claras para os dois lados. O Cruzeiro foi quem mais pressionou, exigindo boas defesas do goleiro Rossi, principalmente em finalizações de Matheus Pereira e Kaio Jorge.

Gabigol pega rebote de pênalti perdido para desempatar o jogo nos acréscimos. Foto: Reprodução/X/Cruzeiro

Aos 43 minutos, Gabigol, ídolo do Flamengo, entrou em campo pela primeira vez contra a equipe carioca. E foi dele o lance final: aos 48, perdeu um pênalti, defendido por Rossi, mas aproveitou o rebote para marcar o gol da vitória cruzeirense.

Com o resultado, a equipe mineira manteve-se no G4, próxima do topo da tabela, enquanto o Flamengo perdeu a invencibilidade e a liderança da competição, agora ocupada pelo Palmeiras.

Os dois clubes entram em campo nesta quarta-feira (7), às 21h30, por competições internacionais. O Flamengo vai à Argentina encarar o Central Córdoba pela Libertadores, enquanto o Cruzeiro visita o Mushuc Runa no Equador, pela Copa Sul-Americana.

 

Juventude 0x1 Atlético-MG

Com gol de Scarpa, Galo conseguiu sua segunda vitória no campeonato

O Atlético-MG conquistou sua primeira vitória fora de casa no Brasileirão ao derrotar o Juventude por 1 a 0 nesta segunda-feira (5), em uma partida repleta de lances polêmicos e revisões do VAR.

O gol da vitória foi marcado por Gustavo Scarpa, em cobrança de falta com desvio, ainda no primeiro tempo. O resultado tirou o Galo da zona de rebaixamento, levando o time à décima colocação, enquanto o Juventude caiu para o 15º lugar.

O jogo começou agitado, com boas chances para os dois lados. O Juventude quase abriu o placar logo no início, com Jadson driblando o goleiro Everson, mas Fausto Vera salvou de cabeça. O Atlético chegou a marcar com Rony após lançamento de Cuello, mas o gol foi anulado por impedimento.

Gustavo Scarpa comemora o gol da vitória do Galo. Foto: Reprodução/X/Atlético-MG

Aos 29 minutos, após perder chance clara, Scarpa cobrou falta em direção à área, a bola passou por todos os defensores e morreu no fundo das redes, abrindo o placar para o Galo.

O time mineiro manteve o domínio durante todo o primeiro tempo e voltou para a segunda etapa pressionando ainda mais. Apesar das oportunidades criadas, o Galo pecou nas finalizações.

O Juventude, mesmo com dificuldades, conseguiu balançar as redes aos 22 minutos com Nenê, mas o gol foi anulado por toque de mão de Ênio na origem da jogada.

A partida seguiu com o Atlético desperdiçando chances e o Juventude crescendo no jogo. Aos 34 minutos, o time da casa teve pênalti marcado, mas novamente o VAR entrou em ação e anulou a jogada por impedimento, frustrando a torcida mandante. Apesar da pressão final, o placar não se alterou, e o Atlético confirmou uma vitória importante fora de casa.

Agora, o Juventude se prepara para enfrentar o Fortaleza no próximo sábado (10), enquanto o Atlético-MG viaja ao Chile para encarar o Deportes Iquique às 19h de quinta-feira (8), pela Copa Sul-Americana.

 

Red Bull Bragantino 1x0 Mirassol

Com a vitória em casa, Massa Bruta empatou com o Palmeiras em pontos

O Red Bull Bragantino venceu o Mirassol por 1 a 0 nesta segunda-feira (5), e assumiu a vice-liderança da competição, com 16 pontos — mesma pontuação do líder Palmeiras, que leva vantagem no saldo de gols.

O jogo também marcou a estreia do novo estádio do clube, o Estádio Cícero de Souza, em Bragança Paulista, e contou com um gol salvador do atacante Isidro Pitta nos acréscimos do segundo tempo.

O primeiro tempo foi movimentado e com boas chances para ambos os lados. O Bragantino foi mais ofensivo e acertou duas bolas na trave com Jhon Jhon e Lucas Barbosa. Walter, goleiro do Mirassol, fez defesas importantes, evitando gols em finalizações de Juninho Capixaba e Sasha.

Pitta salva o Bragantino com gol nos acréscimos. Foto: Reprodução/X/Red Bull Bragantino

Do lado do Mirassol, Reinaldo quase surpreendeu em cobrança de falta direta, mas parou em Cleiton.

No segundo tempo, o Mirassol voltou com mais intensidade e quase abriu o placar com Fabrício Daniel e Edson Carioca, que levaram perigo em jogada de contra-ataque.

O Bragantino seguiu com mais posse de bola e criou oportunidades importantes com Vinicinho e Juninho Capixaba, mas sem sucesso nas finalizações. A defesa do Mirassol, liderada por Yago Felipe, conseguiu afastar o perigo em várias ocasiões.

A partida parecia caminhar para um empate, até que, aos 46 minutos da etapa final, Pedro Henrique fez boa jogada e encontrou Isidro Pitta livre na área. O atacante dominou e bateu cruzado para garantir a vitória do Massa Bruta, que segue firme na briga pela liderança do Brasileirão.

O Bragantino vai a Porto Alegre para enfrentar o Grêmio no próximo sábado (10), enquanto o Mirassol, que tem 7 pontos e está na 16ª posição, recebe o Corinthians, também no sábado.

Trio se junta à FURIA como representantes do Brasil na Kings World Cup Clubs
por
Fernando Muro Schwabe
Daniel Santana Delfino
|
13/05/2025 - 12h

A Kings League, liga de futebol sete fundada pelo ex-jogador Gerard Piqué em 2022, está em sua primeira temporada no Brasil. Disputada na Oreo Arena, em Guarulhos (SP), o torneio definiu, na última sexta-feira (9), as quatro equipes classificadas para as semifinais e que representarão o Brasil no mundial da categoria, que acontece em Paris, no mês de junho. 


Capim FC 4 X 5 Desimpedidos Goti

Abrindo o mata-mata da Kings League Brazil, o Capim FC começou com tudo, marcando com o goleiro Barata ainda no primeiro minuto. A equipe ampliou quatro minutos depois com boa finalização de Igo. O terceiro gol do Capim foi marcado por GB Medeiros, aos dez minutos da etapa inicial. Antes do apito final no primeiro tempo, Luisinho marcou e diminuiu para o Desimpedidos Goti.

Desimpedidos Goti chegou a perder por 3 a 0, mas buscou a virada e a vaga na semifinal da Kings League Brazil. Foto: Reprodução/Kings League Brazil
Desimpedidos Goti chegou a perder por 3 a 0, mas buscou a virada e a vaga na semifinal da Kings League Brazil. Foto: Reprodução/Kings League Brazil

No segundo tempo, Marcelinho diminuiu a desvantagem do Desimpedidos no primeiro minuto, cobrando pênalti. Aos 30, Cadu acertou chute preciso e empatou o jogo. O camisa 6 voltou a marcar um minuto depois e virou o jogo para o Desimpedidos Goti. Aos 36 minutos, o Capim FC empatou com o presidente Jon Vlogs cobrando pênalti. No lance seguinte, foi a vez de Toguro converter o pênalti presidente, colocando o quinto gol do Desimpedidos no marcador e dando números finais à partida.

Com a vitória, o Desimpedidos Goti está classificado para as semifinais da competição e também vai ao Kings World Cup Clubs 2025. 

Nyvelados FC 1 X 4 Fluxo FC

Na segunda partida da noite, o Fluxo FC saiu na frente com Boolt aos sete minutos. Aos 19, Luan marcou e empatou para o Nyvelados. A igualdade no placar não durou muito tempo, já que Vini voltou a colocar o Fluxo na frente aos 20 minutos de jogo.

O Fluxo FC surpreendeu o favorito Nyvelados FC nas quartas de final da Kings League Brazil. Foto: Reprodução/Kings League Brazil
O Fluxo FC surpreendeu o favorito Nyvelados FC nas quartas de final da Kings League Brazil. Foto: Reprodução/Kings League Brazil

Precisando empatar, o Nyvelados teve grandes oportunidades. A equipe, entretanto, acabou não conseguindo vazar a rede adversária. Aos 32 minutos, Chaveirinho marcou o terceiro do Fluxo na cobrança de shoot out. Aos 37, Helber mandou a bola para o fundo da rede, marcando o quarto do Fluxo e carimbando o passaporte da equipe para o mundial de clubes em Paris. 

Dendele FC 8 X 4 G3X FC

Na última partida da noite, o jogo começou movimentado. Aos quatro minutos, o Dendele abriu o placar com Lucas Hector. Aos oito, Romarinho mandou contra o próprio gol e empatou para o G3X FC. Aos 13, Lucas voltou a ampliar para o Dendele. Um minuto depois, a equipe presidida por Gaules empatou com Rufino. O G3X virou o placar aos 19, com Ton empurrando a bola pro fundo da rede. 

No segundo tempo, o Dendele FC utilizou a carta secreta, o Jogador Estrela, em Tuco. O camisa 92 marcou aos 22. Devido ao power up da carta, o gol valeu por dois, virando o placar para o Dendele. Aos 24, Luqueta converteu o pênalti presidente e aumentou a vantagem de sua equipe.

O capitão Tuco virou o jogo pro Dendele FC. Foto: Reprodução/Kings League Brazil
O capitão Tuco virou o jogo pro Dendele FC. Foto: Reprodução/Kings League Brazil

Aos 35, Kelvin Oliveira acabou perdendo o shoot out, utilizado no lugar do pênalti presidente. Três minutos depois, o G3X utilizou sua carta secreta, que deu nova cobrança de shoot out para o camisa 9, que converteu. Aos 40 minutos, o VAR revisou uma disputa na área e marcou pênalti para o Dendele. Lucas Hector bateu e converteu. Como a partida já estava nos minutos finais, o gol do camisa 29 valeu por dois. Aos 41 minutos, Rufino acabou expulso por falta dura, encerrando o sonho do G3X FC em buscar o empate. 

Com a vitória surpreendente, o Dendele, que se classificou para o mata-mata no último lance da fase regular, também representará o Brasil em Paris, no mês de junho. 

Na segunda-feira (12), as semifinais da Kings League Brazil trazem emoção e definem os finalistas da primeira edição do torneio. A decisão acontece no domingo (18), no Allianz Parque, em São Paulo (SP). 

Vale ressaltar que a FURIA já estava classificada para as semifinais da Kings League Brazil porque terminou a fase regular na primeira posição geral. Confira os horários dos confrontos:

 

  • 19h: FURIA FC X Desimpedidos Goti
  • 20h: Fluxo FC X Dendele FC
O time venceu a primeira na Inglaterra e garantiu a classificação na França
por
Lorrane de Santana Cruz
|
13/05/2025 - 12h

Na última quarta-feira (7) Paris Saint Germain e Arsenal voltaram a campo para disputar o segundo jogo válido pela semifinal da Liga dos Campeões.

Jogando em casa, o PSG precisava de um empate para classificar, enquanto os ingleses viajaram precisando de dois gols para garantir a classificação direta. O técnico Luis Enrique escalou o time francês com Dembélé no banco, o artilheiro é o principal jogador da equipe e marcou o gol da vitória na Inglaterra no primeiro jogo. No placar agregado a partida acabou 3 a 1 para os franceses.

Perdendo por 1 a 0, o Arsenal iniciou o primeiro tempo mantendo a posse de bola, diferente do que foi na primeira partida. Com 2 minutos de jogo, Declan Rice, camisa 41 do time inglês subiu mais que Marquinhos e cabeceou em direção ao gol, mas a bola foi para fora. Logo depois, em uma cobrança de lateral, Thomas Partey lançou a bola para área francesa e Martinelli apareceu de trás para chutar, mas a bola parou em Donnarumma que salvou o Paris de tomar gol cedo.

Uma das defesas do goleiro do Paris na partida
Uma das defesas do goleiro Donnarumma na partida (imagem: Instagram oficial @psg)

Aos 7 minutos em outra cobrança de lateral realizada por Partey, a bola entrou na meta do Paris, e os zagueiros sumiram para tirar, porém no rebote Odegaard chutou e obrigou o goleiro do time francês a fazer outra difícil defesa. Com a pressão feita pelo Arsenal, o PSG teve sua primeira boa oportunidade aos 16 minutos, quando Doué tocou para Kvaratskhelia que chutou firme, carimbando a trave de Raya.

Em um erro da defesa inglesa aos 22, Barcola roubou a bola e arrancou em direção a área onde achou Doué livre, o camisa 14 do Paris bateu fraco em direção ao gol e o goleiro do Arsenal defendeu.

O time de Londres acumulou chances perdidas de abrir o placar ainda no primeiro tempo. Com 26 minutos, Rice deu uma entrada forte em Kvaratskhelia e foi punido com o cartão amarelo.

O Paris Saint-Germain aproveitou a falta e lançou a bola na área que foi interceptada pela defesa do Arsenal, no entanto, Fabián Ruiz aproveitou o rebote e lançou um chute em direção ao gol para abrir o marcador no Parc des Princes.

Na volta do intervalo, os visitantes se mantiveram no ataque. A equipe treinada por Arteta via a pressão aumentar junto com o placar agregado de 2 a 0. Saka tentou levar perigo em uma cobrança de escanteio, porém o goleiro do Paris interceptou. Aos 18 minutos, o Arsenal seguia buscando diminuir a diferença no placar, Bukayo Saka recebeu um passe, entrou na área e chutou forte no alto e no canto do gol de Donnarumma, que mais uma vez brilhou na partida.

No entanto, um minuto depois em uma jogada criada pelo Paris, Hakimi, chutou em direção a trave inglesa, mas a bola desviou na mão de Lewis-Skelly e o árbitro foi chamado pelo VAR que após revisão marcou pênalti para o time francês. Na cobrança, Vitinha bateu no canto e Raya foi buscar.

Os donos da casa voltaram a marcar aos 27 minutos, quando Hakimi recebeu a bola e bateu livre em direção ao gol, ampliando o placar para 3 a 0 e confirmando sua classificação para a final.

A equipe inglesa só conseguiu marcar um gol aos 30 minutos, quando Saka aproveitou um desvio do goleiro do Paris Saint-Germain e fez o primeiro do time na semifinal. Porém, o roteiro do primeiro tempo se repetiu, e a equipe voltou a perder chances de gol.

Comemoração dos jogadores do Paris Saint-Germain após classificação
Comemoração dos jogadores do Paris Saint-Germain após classificação (imagem: Instagram oficial @psg)

A final acontece dia (31) deste mês, às 16h (horário de Brasília), na Alemanha, no estádio Allianz Arena, em Munique.

A CBF finalmente conseguiu o “sim” do técnico italiano após anos de espera
por
Amanda Campos
Lorena Basilia
|
12/05/2025 - 12h

 

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou, nesta segunda-feira (12), oficialmente, Carlo Ancelotti como o novo técnico da Seleção Brasileira. O renomado treinador italiano, de 65 anos, deixará o comando do Real Madrid ao final da La Liga, campeonato espanhol, e assumirá o cargo no dia 26 de maio. O anúncio aconteceu pelas redes sociais da associação, após semanas de especulações e expectativas.

As idas e vindas da decisão expôs o quanto a CBF estava disposta a tudo para garantir o nome de peso. Nas redes sociais, a entidade se tornou "chacota", desde discursos públicos até silêncios constrangedores, todas as fichas foram apostadas em um nome que não demonstrava interesse.

 

Uma enrolação digna de novela

No fim de 2022, com a eliminação do Brasil nas quartas de finais da Copa do Mundo e a saída de Tite, Ancelotti passou a ser tratado como “plano A",  a CBF garantiu que ele viria. Em 2023, o presidente Ednaldo Rodrigues falou publicamente sobre a vinda dele, como se o contrato estivesse fechado – sem nunca ter um anúncio oficial. Enquanto isso, Ancelotti seguia em silêncio, focado no Real Madrid e nas vitórias, e nunca confirmou nada. 

Sem técnico fixo, a Seleção ficou à deriva. O técnico do sub-20 da amarelinha, Ramon Menezes, assumiu como interino e comandou o Brasil em amistosos e no início da preparação olímpica. Era um nome de transição e a pressão pós-copa não ajudou. Logo após, Fernando Diniz entrou como técnico interino enquanto, ao mesmo tempo, comandava o Fluminense. Nesse cenário, a campanha nas Eliminatórias foi um desastre. O Brasil colecionou derrotas e ficou pela primeira vez fora do G-6 da América do Sul.

Em 2024, Dorival Júnior foi chamado para arrumar a casa, e ainda assim, o nome do italiano continuava a circular.  A “Era Ancelotti” era uma ilusão sustentada pela esperança e promessas. 

Com a demissão do último técnico, Dorival Júnior, no fim de março, o nome de Ancelotti foi novamente citado como um possível substituto. A ideia era convencer o técnico a vir imediatamente, para encerrar de vez o ciclo. Mas o clima esfriou de novo. Internamente, pesava o fato de ele ainda estar no Real Madrid e sem dar sinais claros de querer mudar os ares. O nome sumiu no noticiário por alguns dias, até reaparecer, dessa vez com mais força.

A contratação é histórica, por ser a primeira vez em quase 60 anos que um estrangeiro assume a Seleção Brasileira. O último foi o argentino Filpo Núñez em 1965, que comandou o time por apenas uma partida, em um amistoso contra o Uruguai. 

É oficial e imediato. Ancelotti vai fazer sua primeira atuação ainda neste mês de maio, para a convocação de dois jogos das eliminatórias da Copa de 2026. O primeiro acontecerá no dia 05 de junho, contra o Equador no Estádio Monumental Banco Pichincha, em Guayaquil. O segundo acontecerá no dia 10 de junho, contra o Paraguai, na Neo Química Arena, em São Paulo. 

 

 A escalação de estrelas do futebol 

Carlo Ancelotti começou a treinar clubes no futebol italiano em 1995,  assumiu o comando do Reggiana, depois Parma e Juventus. Mas sua trajetória de maior destaque iniciou em 2001 no Milan.

A palavra que define o esquema tático de Ancelotti é adaptabilidade, quando o técnico escalava o Milan em 4-3-2-1, o que possibilitava que um meio campo de Kaká, Pirlo, Seedorf e Gattuso pudessem, juntos, criar jogadas para o atacante mais avançado. Com a equipe italiana, ele conquistou duas Liga dos Campeões (2002-3, 2006-07) e um Mundial de Clubes FIFA em 2007, além das competições nacionais.

Kaká e Ancelotti na época de Milan — Foto: AFP PHOTO PHILIPPE MERLE
Kaká e Ancelotti na época de Milan — Foto: AFP PHOTO PHILIPPE MERLE
 

Em 2009, Carlo precisou se adequar aos moldes ingleses quando decidiu migrar para o Chelsea. As diferenças do futebol jogado não foram um problema para ele, na temporada de estreia já venceu a Premier League. Ao assumir um esquema tático mais ofensivo e móvel, o técnico conseguia dar espaço para as estrelas Lampard e Drogba serem artilheiros. A era no futebol inglês ficou marcada por uma posição mais conservadora na defesa e de inovação do meio para a frente.

Dois anos depois, Ancelotti recebeu o desafio para comandar um clube de uma liga de segundo escalão e com um jejum de títulos de quase duas décadas. Pode-se dizer que existiu um PSG antes e outro, totalmente diferente, da passagem do técnico. O italiano saiu de Paris com o sonhado título nacional e uma base para uma equipe em evolução rumo à elite do futebol.

Como se a sua glória fosse infinita, em 2014 Ancelotti somou ao extenso histórico de títulos a La Décima, o 10º título da Liga dos Campeões pelo Real Madrid. No ataque o trio BBC e o meio campo seguro de Toni Kroos e Luka Modric, criaram um 4-3-3 sólido que não deixava espaço para o adversário marcar.

Carlo Ancelotti
Ancelotti com os jogadores do Real Madrid após o título da Champions League em 2024. — Foto: Reprodução/X Twitter/ Carlo Ancelotti

Depois de Itália, Inglaterra, França e Espanha, Carlo chegou aos estádios alemães. Em 2016, no Bayern de Munique, para não perder o costume,  venceu a Bundesliga no ano em que estreou. O técnico manteve a flexibilidade e espaço para as estrelas do time brilharem. 

O retorno do craque tático para a Espanha não fugiu do esperado, o Real Madrid de 2021 estava em processo de adaptação aos jovens que chegavam e Ancelotti soube administrar e lapidar jogadores. Os brasileiros Vinicius Jr e Rodrygo foram conquistando a confiança do técnico e cresceram dentro do time de veteranos. A equipe ficou marcada por viradas históricas e a conquista da tríplice coroa em 2022.

 

Expectativa para a Copa de 2026

Com a Copa do Mundo de 2026 se aproximando, Ancelotti assume com tempo suficiente para testar, errar e acertar. Mas não há espaço para o fracasso, a pressão é imensa. O Brasil não vence a Copa há mais de 20 anos, e a seleção masculina anda colecionando frustrações. A chegada do italiano é vista como um divisor de águas, para dar esperança à torcida desesperada para resgatar o protagonismo que o país já teve. 

O placar agregado ficou 7 a 6 a favor da Inter contra o Barcelona
por
Guilherme Carvalho
|
12/05/2025 - 12h

 

Nesta terça-feira (6), a Inter de Milão garantiu sua vaga na final da Champions League ao derrotar o Barcelona por 4 a 3 na prorrogação, pela segunda partida da semifinal. 

 

Assim como no jogo de ida no estádio do Barcelona, o tempo normal neste jogo da volta também encerrou com 3 a 3, no qual o placar agregado ficou em 6 a 6, levando a decisão para o tempo extra, onde o jogador Davide Frattesi marcou o gol decisivo para a Inter de Milão.

Comemoração do Davide Fratessi, jogador da Inter da Milão, após marcar o gol da classificação do time italiano para a final da Champions League
Comemoração de Davide Fratessi após ter feito o gol da classificação da Inter para a final. Foto: Divulgação/Inter de Milão

Desde o apito inicial, os italianos sufocaram o Barcelona, impedindo que os espanhóis construíssem jogadas com sua tradicional posse de bola.

 Aos 21 minutos, a recompensa veio: Dimarco interceptou um passe descuidado na saída de bola do Barcelona e, com um toque preciso, encontrou Dumfries invadindo a área. O lateral holandês, em vez de finalizar, rolou com altruísmo para Lautaro Martínez, que, sem goleiro, apenas empurrou para o gol, fazendo 1 a 0 e incendiando o San Siro. 

O Barcelona, apesar de ter mais posse, não conseguia furar o bloqueio defensivo da Inter, com Çalhanoglu e Barella neutralizando as tentativas de Pedri e Dani Olmo no meio-campo. O time italiano ainda criou chances, como um gol anulado de Acerbi por impedimento após cruzamento de Çalhanoglu.

Nos acréscimos, o momento decisivo: O atacante Lautaro Martínez da Inter foi derrubado pelo zagueiro Cubarsí na área após um giro rápido. Inicialmente, o árbitro mandou seguir, mas após revisão no VAR confirmou o pênalti. Çalhanoglu, com frieza, bateu forte no canto direito, enganando o goleiro Szczesny, que caiu para o lado oposto, fechando o primeiro tempo em 2 a 0. 

O placar refletiu a superioridade italiana, enquanto o Barcelona parecia perdido, sem criar chances claras.

O segundo tempo trouxe um Barcelona completamente diferente, impulsionado pela urgência e ajustes táticos de Hans Flick. Os espanhóis voltaram com intensidade, utilizando a velocidade de Lamine Yamal e Raphinha pelas pontas e a criatividade de Pedri no meio. 

Aos 8 minutos, a reação começou: o espanhol Gerard Martín, explorando o corredor direito, cruzou na medida para o zagueiro Eric García, que acertou um chute colocado no ângulo, sem chances para Sommer, reduzindo para 2 a 1. O gol deu vida ao Barcelona, que passou a pressionar. 

Apenas sete minutos depois veio o empate. Martín brilhou novamente, cruzando com precisão para Dani Olmo, que ganhou no corpo da zaga “interista”e cabeceou para empatar em 2 a 2. 

A Inter, atordoada, dependia das grandes defesas de seu goleiro, Sommer. Primeiro, salvou um chute à queima-roupa de Eric García após novo passe de Martín, depois, se esticou para desviar um chute de Yamal de fora da área.  

Após diversas chances empilhadas pelo Barcelona, aos 42 minutos, veio a virada. Pedri achou Raphinha perto da área no lado esquerdo, o brasileiro chutou, Sommer defendeu, mas, no rebote, Raphinha bateu no contrapé do goleiro, fazendo 3 a 2 no estádio San Siro. 

A eliminação parecia iminente, mas a Inter mostrou resiliência. Aos 48 minutos, com o tempo esgotado, Thuram avançou pela direita e cruzou rasteiro para o zagueiro Acerbi, que, posicionado como centroavante, finalizou de primeira no ângulo, empatando em 3 a 3 e levando o jogo à prorrogação. 

No tempo complementar, as equipes estavam visivelmente desgastadas, mas a Inter encontrou forças para buscar a vaga. 

Aos 9 minutos do primeiro tempo extra, Thuram deu um show de força e habilidade pela direita, segurando a marcação e tocando para Taremi. O iraniano, com inteligência, deixou a bola passar para Frattesi, que chegou livre e finalizou de canhota, vencendo Szczesny e colocando a Inter de Milão na frente, 4 a 3.

 O gol reacendeu o San Siro, e o clube italiano passou a jogar com inteligência, fechando espaços. O Barcelona, desesperado, tentou reagir. Aos 12 minutos, Yamal quase empatou com um chute colocado da direita, mas Sommer, em noite inspirada, voou para fazer outra defesa espetacular. 

No segundo tempo da prorrogação, Lewandowski teve uma chance de ouro, cabeceando livre após cruzamento improvável de Yamal, mas mandou por cima, desperdiçando a oportunidade. 

A Inter, com Sommer seguro e uma defesa sólida, segurou o resultado nos minutos finais, garantindo a classificação. Yamal, novamente, ainda tentou uma última finalização com efeito, mas Sommer, mais uma vez, salvou, consolidando-se como o grande destaque da partida.

A grande final está marcada para 31 de maio, às 16h (horário de Brasília), na Allianz Arena, em Munique, contra o vencedor da outra semifinal entre PSG e Arsenal.

Falta de incentivo, pouca visibilidade e desigualdade salarial. A AGEMT conversou com a ex-jogadora Adriana e a técnica Pia Sundhage sobre os desafios do futebol feminino.
por
Giulia Cicirelli
Isabella Santos
|
09/11/2022 - 12h

     O futebol feminino está em constante evolução e tendo uma visibilidade maior, porém, muitas vezes o esporte para as mulheres ainda é estigmatizado pela sociedade, fruto de um preconceito enraizado que se desfaz em um processo lento. O interesse das mulheres pelo esporte sempre existiu, mas por ser tratado como atividade feita apenas para os homens, foi reprimido por anos.


    No entanto, as mulheres que decidiram encarar o preconceito de frente, seguindo sua paixão pelo futebol, enfrentaram muitos obstáculos para consolidar uma carreira séria e reconhecida. Enquanto para os homens a prática desse esporte gerava riqueza e fama, para as mulheres ele gerava preconceito e desprezo. Enquanto eles nunca precisaram provar seu lugar no esporte para terem visibilidade, para as mulheres isso é uma luta constante que mesmo com a evolução do pensamento da sociedade ainda permanece.


    Muitas jogadoras que possuem as mesmas habilidades de atletas homens não têm seu trabalho reconhecido e valorizado apenas por serem mulheres. Um grande exemplo disso é a comparação entre o salário da camisa 10 da seleção brasileira feminina, a jogadora Marta, e o camisa 10 da seleção masculina Neymar.


    Marta já foi eleita 6 vezes a melhor jogadora do mundo pela FIFA, prêmio cobiçado pelo camisa 10 da seleção masculina, e ainda sim, a campanha, voltada para igualdade salarial entre homens e mulheres no esporte, mostrou que Marta recebe o equivalente a 1% da receita e Neymar durante toda uma temporada.


    A equipe da AGEMT conversou com a jogadora Adriana Oliveira, atleta que atuou profissionalmente de 2000 a 2013, que ressaltou o fato de em todos esses anos jogando por clubes como Corinthians, Palmeiras, São Caetano, São Bernardo, nunca ter obtido um patrocínio. “Na minha primeira participação com o Palmeiras, eles só davam a camisa e ponto, nós nem treinávamos no centro de treinamento, não tínhamos direito a usar estádio ou qualquer outra coisa do clube. Então, essa coisa de patrocínio é algo muito recente.


    Há também uma grande importância na atuação das mulheres fora de campo, especialmente em modalidades femininas. Ter um modelo feminino para incentivar as próximas gerações de atletas a seguirem no esporte e lutarem por mais direitos é essencial para a constante evolução da modalidade, servindo também como uma inspiração por quem admira e ama o esporte. Adriana reforçou a importância da representação feminina nos esportes. “Eu me considero até mãe dessas meninas, por ser de outra geração e participar dessa evolução ao longo dos anos”, afirmou a ex-atleta.

 

Mídia e visibilidade


    A mídia também tem contribuição para a evolução do futebol feminino, quanto maior o número de notícias mostrando ídolas do esporte e prestigiando seu trabalho maior a visibilidade para o grande público.

    Em 2022, o Campeonato Brasileiro Feminino passou a ser televisionado tanto na TV aberta quanto em canais fechados, além de algumas competições como o Campeonato Paulista, transmitirem os jogos pelas redes sociais.

    A técnica da seleção brasileira Feminina, Pia Sundhage, em entrevista a AGEMT destacou a importância da mídia e das redes sociais na valorização da modalidade. “É ótimo quando se tem a mídia por perto e eu sempre tento fazer um bom trabalho ao contar histórias, histórias pessoais sobre o quão importante é o futebol é pra mim, além de você ter as redes sociais, que é um papel importante para espalhar boas notícias", salienta a treinadora.


    Vencedora de dois ouros olímpicos com a seleção feminina dos Estados Unidos em 2008 e 2012, e prata com a seleção da Suécia em 2016, Sundhage também falou sobre a motivação para seguir na carreira. “Começou com a paixão, sem me importar com os obstáculos e ser persistente, então se você tem essas duas palavras para si você pode superar qualquer tipo de obstáculo. É desconfortável quando você é a única mulher, é desconfortável quando você é excluída em discussões algumas vezes, mas persistir é um começo, mesmo que seja desconfortável sua paixão vai te fazer passar por isso”, disse a treinadora sueca.

 Seleção Brasileira Feminina.
Pia Sundhage em seu primeiro treino com a Seleção Brasileira
Feminina. Foto: Mauro Horita/CBF


    A popularização das competições e a visibilidade na mídia, atrai o público para os estádios, a final do Brasileirão entre Corinthians e Internacional, em 24 de setembro deste ano, estabeleceu não apenas o recorde de público do futebol feminino no Brasil como na América do Sul. Com um público de 41.070 pessoas na NeoQuímica Arena, o Corinthians bateu o Inter por 4 a 1 e levantou mais uma taça.

 

E aí, CBF ?


    A luta por igualdade e direitos das mulheres deve ter participação também das instituições. Até 2013, por exemplo, não exista nenhum tipo de competição oficial de futebol brasileiro feminino organizado pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol). Em 2022, o campeonato brasileiros feminino passou a ter primeira e segunda divisão, um modelo inédito, com 16 times nas duas divisões.


Um passo de cada vez


    Nos últimos anos a modalidade tem obtido pequenos avanços, fundamentais para a afirmação das mulheres no futebol. Um grande exemplo disso é o fim da diferença no pagamento das diárias das jogadoras convocadas para a Seleção. Agora, homens e mulheres que atuam pelo Brasil recebem o mesmo valor.

    Um acordo entre a empresa de material esportivo Puma e as jogadoras do Palmeiras também é motivo de comemoração. Pelo acordo, as "palestrinas" são patrocinadas individualmente pela marca, algo inédito no futebol feminino.


    Esse reconhecimento é importante e essencial para as atletas superarem os obstáculos e continuarem na luta pelos seus sonhos, afinal, o lugar delas é dando espetáculo com a bola nos pés.

 

Undeca ou hendeca, chame como quiser. Palmeiras o único 11 vezes campeão brasileiro!
por
Luísa Ayres Dias de Oliveira
|
03/11/2022 - 12h

Quando a gente é pequeno, ouve dos adultos que pra se acalmar basta respirar e contar até 10. Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez. Assim.

Quando cresci, e passei a acompanhar mais de perto o futebol, comecei a duvidar da eficácia desse método. Às vezes, não dava tempo de contar até 10, o gol saia antes e o grito de emoção se misturava à contagem. Às vezes, contar até 10 soava como contar até mil e o fôlego acabava pela metade.

Mas no dia 2 de novembro, com a derrota do Internacional e o baile do Palmeiras em casa - literalmente, dá pra ver o oposto de tudo isso.

Para qualquer palmeirense, a partir dessa noite, contar até 11 é a melhor sensação de todas! E contar até 10, não é mais o que era antes. Já para o resto… Que eles continuem contando até 8, no máximo. E que aos de verde caiba contar até 11. Não para relaxar, mas para comemorar!

Contar até 10, agora, não é mais suficiente. É preciso contar até onze.

É preciso encher duas mãos e acrescentar mais um dedo. Colocar mais uma taça naquela sala de troféus. É preciso entender que, se em 2018, contar até 10 bastava, agora, em 2022, não basta mais.

O que acalma mesmo um torcedor alviverde hoje é contar, mais e mais - e não só títulos!

Entender que a tarefa do palestrino também é a de contar sobre ídolos, academias, sobre crianças de 16 anos que jogam como adultos e de adultos com tamanho de criança que jogam e encantam. 

Aquela mesma menina que eu era e que até aqui contava até 10, hoje é uma mulher que comemora poder contar até onze. O que soava como um castigo de infância, uma espécie de bronca em momentos de birra - respira! Conta até 10-, agora é um prazer inestimável.

Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez, ONZE.

Sinto muito mãe, mas não vou ensinar meus filhos a contar até dez quando estiverem nervosos. Vou ensinar-lhes o prazer de torcer pra um time que pode contar até onze!

Palmeiras: 11 vezes campeão brasileiro!

Legenda: Comemoração do 11º título alviverde do brasileirão no Allianz Parque, na noite de ontem (02/11). Créditos: autoria própria (Luísa Ayres).
Comemoração do 11º título alviverde do brasileirão no Allianz Parque. Crédito: Luísa Ayres

 

Como funciona a participação feminina na elite do futebol profissional brasileiro
por
Vitor Palhares
Cristiane Santos
|
28/10/2022 - 12h

 

                O futebol é o esporte mais consumido do mundo. Segundo relatório da FIFA (Federação Internacional de Futebol) metade da população mundial assistiu a copa do mundo realizada em 2018 na Rússia (cerca de 3.5 bilhões de espectadores). A competição feminina ministrada pela mesma entidade contou com audiência superior a um bilhão de pessoas, um aumento de 30% em comparação a anterior. Esses números compravam a popularidade e o alcance do esporte.

No Brasil não é diferente, conhecido como país do futebol, quase metade da população tem interesse no jogo e um a cada seis diz frequentar estádios, dados da ESPN Brasil. A popularidade é um fato e a prática movimenta bilhões de reais no país. Os clubes profissionais contam com estruturas pomposas, repletas de profissionais qualificados. Porém, a divisão entre gêneros dentro do quadro de funcionários está longe de igualitária, em matéria publicada pelo Metrópoles em agosto de 2020 aponta que 85% das comissões técnicas do futebol feminino são compostas por homens, no masculino esse número ultrapassa os 95%.

Alguns pontos podem explicar essa discrepância, em território nacional as mulheres foram proibidas de praticar futebol por 38 anos (1941 a 1979) devido às condições de sua natureza, escancarando o machismo estrutural que o gênero sofre não só no esporte, mas em todos os âmbitos sociais.

Após se deparar com a pesquisa do Metrópoles, Maria Victoria Poli Cipeda (chefe de conteúdo da 90 min) explicou: “Esses números assustam, mas não surpreendem aqueles que conhecem o meio” seguindo com o questionamento “você conhece quantas mulheres trabalhando no futebol masculino, não digo apenas do seu clube do coração, mas no contexto geral nacionalmente? Consegue citar nominalmente alguma”? Ela completa “existem profissionais mulheres altamente qualificadas para toda a hierarquia que um clube de futebol necessita, mas só as encontramos em funções indiretas a tática ao campo e bola, como nutricionista e massagistas, você nunca vê uma mulher comandar o corpo técnico ou ser diretora de futebol de uma agremiação masculina”.

Entre os 3 principais times da capital paulista (Corinthians, Palmeiras e São Paulo) trabalham mais de 130 profissionais em diversas áreas, desde assessoria de imprensa até técnicos, apenas 12 são mulheres, com o Corinthians totalizando mais da metade delas. Os sites oficiais validam as falas de Maria Victoria Poli, nenhuma participa do chamado “corpo técnico” dos times citados, composto pelo técnico, auxiliares e diretores de futebol.

Football Manager

                                                                                    (comissão técnica da seleção masculina de futebol. Crédito: Lucas Figueredo/CBF)

              Matérias de cunho sexista, falas machistas de profissionais do meio, proibições passadas foram responsáveis por transformar o futebol numa área ainda mais tomada pela presença masculina nos cargos de liderança, problema da sociedade como um todo. Alguns movimentos, dentro e fora do futebol, estão contribuindo para quebrar esse paradigma, portais voltados a divulgação da mulher no futebol como “dibradoras” ou “ESPNW” servem como fonte de notícias imparciais, além de referência para outras mulheres que não se sentem representadas.

              “O caminho é longo, mas nos últimos tempos nós mulheres começamos a quebrar barreiras, até na Globo, em TV aberta, temos uma narradora mulher comandando o jogo (referindo-se a Renata Silveira). Precisamos ocupar todas as áreas do futebol, criar referência para as meninas que sonham em se envolver. A sociedade como um todo passa por essa mudança e o futebol não pode caminhar na linha contrária”.

 

Renata Silveira narrará jogos da Copa do Mundo em TV aberta

                                                                                                                   (Renata Silveira – Foto: João Cotta / TV Globo)

             

 

 

 

 

 

 

A Ucrânia, apesar de estar no conflito com a Rússia, continua ativa no futebol profissional
por
Octávio Alves
|
28/10/2022 - 12h

 

O futebol é o esporte mais famoso do mundo, é praticado praticamente em todos os países do mundo, trazendo alegria para muitas pessoas,  e ainda pode trazer um sentimento de esperança  e diversão para populações no meio de um conflito interno ou uma guerra de alta escala.

Isso está ocorrendo na Ucrânia, que está em guerra com a Rússia, ainda ocorrendo futebol profissional e disputando competições europeias.

 Shakhtar vs Metalist 1925 Kharkiv  jogo no Estádio Olímpico, em Kiev . Imagem :REUTERS/GLEB GARANICH
Shakhtar vs Metalist 1925 Kharkiv  jogo no Estádio Olímpico, em Kiev . Foto :REUTERS/GLEB GARANICH

 

 

Para isso ser possível precisou-se esperar o andamento da guerra  logo após 9  meses,23 de agosto, a competição voltou para ficar. Mudando o regulamento do campeonato local, Premier Liga Ucraniana, implementando novas regras de segurança como a proibição de público, para segurança  devido a possibilidade de um bombardeiro.

As equipes ucranianas disputam os torneios do continente europeu; Champions League( Shakhtar Donetsk), Europa League( Dynamo Kiev) e Conference League( SK Dnipro-1, Zorya Lugansk, Vorskla Poltava).Esses jogos internacionais estão sendo realizados em países vizinhos, principalmente na Polônia, pois a UEFA não autorizou a realização dos jogos no território ucraniano .

Pré-jogo da Chanpions Real Madrid x Shakhtar Donetsk
Real Madrid x Shakhtar Donetsk. Pré-Jogo Champions; foto: site oficial Shakhtar. Imagem transmissão ao vivo do jogo

                                    

O principal motivo para a volta do futebol foi para trazer alegria para a população  ucraniana e assim motivar os soldados a lutarem pela sua nação.

Nem tudo foi flores para a volta deste campeonato, pois 2 equipes tiveram que ser removidas do campeonato por terem fechado as portas por causa da distribuição da infraestrutura dos clubes, os times foram Desna Chernihiv e FC Mariupol.

Estádio de Densa Chernihiv. Imagem divulgada pelo governo ucraniano.
Estádio do Densa Chernihiv destruído. Foto divulgada pelo governo ucraniano 

Ocorreu também uma grande saída de jogadores estrangeiros que resultou em um grande impacto na qualidade dos elencos ucranianos, como ocorreu com o Shakhtar Donetsk  que na temporada passada possuía um quartel de 14 estrangeiros( 12 brasileiros)e 2 brasileiros naturalizados ucranianos, na atual só há 4 estrangeiros( 1 brasileiro), segundo o Transfermarkt.

Enquanto a Ucrânia luta pela sua soberania e usando o futebol como esperança, a  Rússia ainda continua com seu futebol profissional como se nada estivesse ocorrendo, apesar do país ter sido expulso de disputar  qualquer competição internacional e também ter tido uma debandada de estrangeiros na competição, claro de proporções bem menores do que ocorreu na Ucrânia.

Pré-jogo Zenit x FC Sochi. Print do canal (Russian Premier League) Highlights da partida.
Pré-jogo Zenit x FC Sochi. Print do canal (Russian Premier League) Highlights da partida.
​​​​
Estudo realizado pela reportagem demonstra como clubes argentinos e brasileiros quase "extinguiram" outras nacionalidades da competição continental
por
Matheus Marcolino
|
28/10/2022 - 12h

No próximo sábado (29), em Guayaquil, no Equador, Flamengo e Athletico-PR lutarão pelo título da Copa Libertadores da América de 2022. A competição terá a terceira final consecutiva apenas com clubes brasileiros, um recorde — mas não o único recorde superado durante os últimos seis anos na Libertadores.

Um processo de dominação do torneio, iniciado em 2017, parece ter atingido seu auge (ou algo muito próximo disso). Em toda a história da Libertadores, brasileiros e argentinos nunca foram tão dominantes.

Para tentar entender os motivos dessa supremacia, esta reportagem fez um levantamento que considerou todos os participantes das fases avançadas da Copa Libertadores da América desde sua primeira edição, disputada em 1960, em moldes muito diferentes dos atuais. Foram feitos cinco recortes temporais, que separam bem as diferentes “eras” da competição continental: de 1960 a 1970, de 1971 a 1988, de 1989 a 1999, de 2000 a 2016 e, por fim, de 2017 a 2022.

 

linha do tempo da libertadores
As “eras” da Copa Libertadores; divisão foi feita para facilitar o entendimento das estatísticas

 

A ERA DA SELETIVIDADE

Antes de falar sobre os dias atuais, é preciso voltar um pouco no tempo.

No início de tudo, a Libertadores tinha a mesma (simples) premissa da “Copa dos Campeões” da Europa: reunir todos os campeões nacionais numa disputa pela soberania no continente — o que justificava o número de participantes bastante limitado. Até 1966, somente o vencedor do campeonato nacional de seu país obtinha o direito de participar da competição. Na temporada de 1967, os vice-campeões nacionais foram introduzidos, mas a fórmula de disputa se manteve: num período de 11 anos entre 1960 e 1970 (tendo 1969 como exceção, quando teve quartas com um clube de cada país), as fases de mata-mata existentes na Libertadores eram somente semifinais e finais.

Os brasileiros demoraram a se estabelecer no torneio, que teve domínio argentino e uruguaio. Durante essa “era”, 77% dos clubes que disputaram as finais da Libertadores pertenciam aos países platenses; o Brasil foi o terceiro com mais representações: 4, ou 18% do total.

O modelo de disputa foi modificado para a temporada de 1971, trazendo novidades para as fases decisivas da competição. A partir daquela edição, as semifinais passaram a ser disputadas com dois grupos de três equipes; além disso, o atual campeão recebia o direito de começar a competição já nesta fase, enfrentando alguns dos primeiros colocados de cada um dos cinco grupos.

Essa configuração de disputa se manteve até 1987 (com um ensaio de mudança em 1988, recebendo uma “terceira fase” antes das semis, que voltaram a ter quatro equipes) e, como cada grupo contava com quatro times (sendo dois de cada país) a variação de nacionalidades marcou este período da competição: apesar de 40% dos times que disputaram as semis entre 1971 e 1988 pertencerem a Brasil ou Argentina, os dez países representados na Libertadores tiveram ao menos três participações na primeira fase decisiva da competição até então.

texto

 

"MAIS OU MENOS" COMO HOJE

A Libertadores assumiu o formato de mata-mata que conhecemos hoje, com oitavas, quartas, semis e finais, a partir de 1989. As fases anteriores, no entanto, foram recebendo cada vez mais clubes com o passar dos anos.

Entre 1989 e 1997, cada país recebia duas vagas na competição (três para o país com o atual campeão, que entrava nas oitavas). Com a chegada dos clubes mexicanos, em 1998, a competição passou de 21 para 23 participantes e criou uma primeira fase, na qual os representantes mexicanos enfrentavam os venezuelanos em busca de duas vagas na fase de grupos.

O sistema de disputa só foi modificado em 2000, quando a Libertadores passou a ter 32 equipes; os países participantes receberam uma vaga a mais — indo de duas para três -, com exceção de Brasil e Argentina (que foram de duas para quatro) e de México e Venezuela (que mantiveram as mesmas duas vagas).

Em 2005, um novo aumento no número de vagas entrou em vigor e, com ele, o sistema de “pré-Libertadores” ao qual nos acostumamos, com confrontos ida e volta para definir a classificação à fase de grupos. Brasil e Argentina tinham cinco vagas, enquanto todos os outros países tinham direito a três, totalizando 38 vagas.

Algumas mudanças relevantes aconteceram no início da temporada 2017. Antes disputada durante o primeiro semestre, a Libertadores passou a ser jogada por todo o ano e, por conta de divergências de calendário, os clubes mexicanos não puderam mais participar da competição. Além disso, ocorreu também o mais recente “boom” de vagas, subindo o número de participantes de 38 para 47; duas novas fases preliminares foram introduzidas — para acomodar tantos clubes sem precisar mudar o formato de disputa de fase de grupos e mata-matas tradicionais.

Com um grande número de vagas disponíveis e a esperada dominância dos clubes dos países mais ricos, que se acentuou no período, bizarrices como o Brasil conseguir nove vagas (2022) na competição passaram a ser normalizadas.

 

A DISCREPÂNCIA ATUAL

Desde 2017, só uma final de Libertadores não teve um clube brasileiro: a edição de 2018, que teve simplesmente um Boca Juniors x River Plate, o maior clássico argentino. Todas as finais tiveram apenas clubes brasileiros e argentinos nos últimos seis anos.

Os dados das fases de mata-mata, para além da grande final (que passou a ser disputada em jogo único na edição de 2019), são assustadores. Não é exagero dizer que a Libertadores, principal competição da América do Sul, se tornou a Copa Brasil-Argentina.

Nunca argentinos e brasileiros foram tão dominantes na competição continental — não em todas as fases de mata-mata, pelo menos. Desde 2017, a fase de oitavas de final da Libertadores contou com 96 participantes; 65 deles brasileiros ou argentinos, o que representa 68% do total. Esse número representa um claro aumento em relação aos 39% registrados entre 1989 (quando a fase foi inserida no mata-mata) e 2016.

texto

 

Os dados das oitavas de final, porém, representam a menor predominância numa só fase. Nos últimos seis anos, 39 dos 48 participantes das quartas de final da Libertadores foram de Brasil ou Argentina, 81% do total. Se comparado com outros recortes de tempo, o número é muito maior que os 56% registrados entre 2000 e 2016 ou os 39% do recorte de 1989 a 1999.

texto

 

Terceiro clube com mais participações em fases avançadas da Liberta no levantamento desta reportagem, o Nacional-URU só passou das oitavas de final em uma única oportunidade no período (2020); seu maior rival Peñarol, quinto colocado nesta mesma contagem, não participou do mata-mata da competição nenhuma vez.

times com mais mata-matas

 

As semis (junto da final) apresentam os dados mais impressionantes: desde o “boom das vagas” em 2017, 92% dos participantes nesta fase de mata-mata — ou 21 dos 24 times — foram brasileiros ou argentinos. É, por larga margem, a maior representação desde a primeira edição da competição: a média histórica desta fase, desconsiderando os últimos seis anos, é de 47% dos clubes pertencentes a Brasil ou Argentina. A dominância foi crescendo com o tempo, atingindo 59% entre 2000 e 2016, mas foi acelerada de forma incrível nos últimos anos.

 
texto

 

texto

 

BUSCANDO UMA EXPLICAÇÃO

Existe algo que pode explicar tamanho domínio da dupla Brasil-Argentina? Apesar de não existir uma resposta certa, existem algumas teses: uma delas defende que a questão predominante é, essencialmente, financeira.

Brasileiros e argentinos detém os clubes mais ricos na América do Sul desde que a Libertadores foi criada. A distância financeira para os outros países, porém, só vem aumentando, ano após ano. Realizado pela Pluri Consultoria em 2019, o estudo “Gigantes das Américas” mostra que, assim como na sociedade, no futebol o dinheiro se concentra entre os mais ricos. Seis dos 10 times com maior arrecadamento no ano de 2018 eram do Brasil; três, argentinos — o melhor deles, Boca Juniors, ocupou a sexta posição do ranking.

texto
Os 20 maiores faturamentos da América no ano de 2018. Fonte: Pluri Consultoria
 
 

Mas a desigualdade na parte sul da América é evidenciada por outro número: apenas três clubes sul-americanos fora da dupla Brasil-Argentina estavam na lista dos 60 maiores faturamentos do continente americano: do Chile, Colo Colo (26º) e Universidad de Chile (46º); do Equador, o Barcelona de Guayaquil (55º). Em 2018, o arrecadamento do Colo Colo foi de 52 milhões de dólares, enquanto o Flamengo, segundo colocado do ranking, faturou U$149 milhões; o Palmeiras, primeiro colocado, faturou 179 milhões de dólares —quase o dobro da arrecadação de Colo Colo, La U e Barcelona somados (U$110 milhões).

O domínio Brasil-Argentina, causado pela falta de competição financeira à altura, se explica, também, por meio de um marco na Copa Libertadores, justamente no ano de 2017. No ano em questão, em que aconteceu o “boom” de vagas e que inicia o atual recorte temporal da competição, os clubes mexicanos deixaram de disputar o torneio continental.

A saída dos times do México foi extremamente relevante. No período em que estiveram na Libertadores (entre 1998 e 2016), os clubes do México foram os que mais rivalizaram com o TOP2 da América do Sul nas fases avançadas do torneio. Nesse recorte de tempo, apenas Brasil e Argentina tiveram mais participações que os mexicanos nas fases de quartas de final e semifinais.

texto

 

Além da questão técnica (que deixou de acontecer em campo), a competição entre Brasil-Argentina e México segue ativa no “quesito grana”. Em 2018, oito dos 30 maiores faturamentos do continente americano vinham de clubes mexicanos, de acordo com o levantamento Gigante das Américas — o Chivas Guadalajara, inclusive, tinha a terceira maior receita entre os clubes analisados, à frente de todos os argentinos, com 131 milhões dólares (um milhão a mais do que o Corinthians, quarto colocado do ranking).

Como o dinheiro comanda, a saída de um dos países ricos contribuiu bastante para a dominação argentino-brasileira. O problema (para o lado que fala castelhano) é que, nos últimos quatro anos, a soberania está pendendo apenas para o país do samba e do carnaval.

 

BRASIL DOMINANDO A ARGENTINA?

Como o campeão da Libertadores 2022 será Flamengo ou Athletico-PR, é garantido dizer que o Brasil terá seu quarto título consecutivo na competição — o quinto em seis anos, depois do boom das vagas. Se o domínio das fases de mata-mata da Libertadores se dá por brasileiros e argentinos, por que os títulos ficam com apenas um dos lados da “parceria”?

Também é uma questão difícil de ser solucionada, mas essa resposta (a mais provável, pelo menos) segue na mesma linha das anteriores: dinheiro. Não dinheiro, simplesmente, mas a junção da explosão de receitas brasileiras à crise do futebol argentino. Vamos por partes.

A situação econômica do futebol brasileiro vem sendo inversamente proporcional à do povo do país nos últimos anos. Enquanto o Brasil voltou ao mapa da fome e convive com o desemprego e a desvalorização do salário mínimo, o futebol nacional jamais movimentou tanto dinheiro em sua história.

texto
Campeão brasileiro em 2021, o Atlético-MG faturou R$33 milhões apenas com a premiação do título. Foto: Pedro Souza / Atlético
 

Segundo o levantamento “A Evolução das Receitas no Futebol Brasileiro”, realizado pela PLURI Consultoria em 2020, a receita dos principais clubes do país cresceu 250% entre 2010 e 2019, quase o triplo da inflação oficial (IPCA) acumulada para o mesmo período (76,31%). Se descontada a inflação, o número representa um crescimento real de 98% (7,1% ao ano). A receita com direitos de TV e premiações de participação em campeonatos — maior fonte de renda dos clubes brasileiros — cresceu 330% na década passada.

Enquanto isso, no país ao lado, os hermanos vivem uma grande crise econômica, que obviamente assola o futebol. No momento do fechamento desta reportagem, um dólar equivale a mais de 150 pesos argentinos. A situação era diferente em 2015, quando, no fim do governo de Cristina Kirchner, a cotação era de um dólar para nove pesos. Mauricio Macri, ex-presidente do Boca Juniors, assumiu o governo argentino em dezembro daquele ano e, contrariando promessas de campanha, anunciou mudanças num programa que esteve ao lado da ex-presidente Kirchner desde 2009: o Fútbol Para Todos.

Durante 2009 e 2017, o “Fútbol Para Todos” foi um programa estatal argentino que buscou democratizar o acesso ao esporte. Ao vencer uma disputa com o principal grupo midiático da Argentina, o Clarín, o governo federal comprou os direitos de transmissão do campeonato nacional e passou a exibir as partidas na TV Pública Digital, uma rede estatal. Além de facilitar a exibição do futebol, que foi para a TV aberta, os valores de direitos de TV foram distribuídos de forma mais igualitária durante os anos em que o programa esteve ativo.

 

texto
Cristina Kirchner, presidente da Argentina entre 2007 e 2015, ao lado de Diego Maradona, no anúncio do programa Fútbol Para Todos. Foto: Marcelo Carroll

 

Coincidentemente — ou não — dois clubes que não estão entre os mais ricos do país conquistaram a Libertadores durante o período do Fútbol Para Todos (Estudiantes, em 2009, e San Lorenzo, em 2014). Macri encerrou o programa em 2017 e renegociou os direitos de transmissão para os grupos Clarín, FOX e Turner, retirando o futebol da TV aberta argentina. O acordo foi selado por cinco anos, tendo um piso de 3.2 bilhões de pesos como valor definido.

O dinheiro com direitos de TV, inclusive, é o mais relevante nessa discrepância econômica entre brasileiros e argentinos desde 2017. De acordo com o Levantamento Financeiro dos Clubes Brasileiros 2021, da EY Consultoria, os clubes brasileiros faturaram R$3,6bi com premiações e direitos de TV no ano passado.

Em matéria publicada em 2020, Carlos Aira, escritor argentino, divulgou dados sobre valores de direitos de transmissão do futebol do país. O último contrato do Fútbol Para Todos, em 2015, repartiu 1.6 bilhão de pesos (185 milhões de dólares, na cotação da época) aos clubes da Superliga; no balanço da temporada 2018/19, o valor repartido foi de 2.6 bilhões de pesos — como o dólar flutuou entre 30 e 65 pesos, fixando o câmbio em 50 pesos, o montante equivale a 52 milhões de dólares. Para se ter ideia, em 2019, o dólar equivalia a cerca de R$4; no ano em questão, o Flamengo, campeão da Libertadores e do Brasileirão, faturou R$329 milhões em direitos de transmissão — o equivalente a cerca de 82 milhões de dólares. Um único clube brasileiro provavelmente ganhou da TV mais do que toda a liga argentina somada.

eee
Gabigol beija a taça da Libertadores após a conquista de Lima, em 2019. Foto: Alexandre Vidal / Flamengo

Em entrevista concedida à reportagem, o jornalista argentino Agustin Troyano disse não conseguir enxergar os clubes de seu país conseguindo competir com os brasileiros a curto prazo. “Não vão poder competir porque a Argentina, hoje, passa pelo seu pior momento econômico. Um futebol que não tem organização, em que um dia se diz que jogam 20 equipes [na primeira divisão], no outro dizem que jogam 30. Isso vai fazendo com que o futebol se desgaste e que mais futebolistas decidam ir mais jovens daqui da Argentina até o exterior, ou a outro futebol”, afirma.

Agustin cita, também, como clubes e federação tentam buscar formas de conseguir dinheiro. “A Argentina não teve um representante nos últimos anos, com bastante força nas finais da Sulamericana e da Libertadores. Se você notar, eles foram, por exemplo, Boca e River — que apostaram na Copa Libertadores e não no torneio local. Apostaram em um torneio internacional que te dá mais poder econômico que um torneio local. Obviamente tudo isso não vem de agora, mas com a pandemia se agravou ainda mais e saiu um pouco mais para a luz. Por isso também a Argentina firmou esse contrato para a Supercopa da Argentina ser disputada na Arábia Saudita. Obviamente pela questão econômica e para vender os direitos televisivos”, afirma o jornalista, que é setorista do River Plate.

Nada parece ser coincidência: na edição de 2022, a Libertadores contou com cinco brasileiros e três argentinos na fase de quartas de final; dentre os cinco clubes do Brasil que chegaram a esta fase, estão as quatro maiores receitas de direitos de TV e premiações: Palmeiras (R$551 mi), Flamengo (R$450 mi), Atlético-MG (R$279 mi) e Corinthians (R$266 mi). 50% de todo o valor arrecadado com TV e prêmios está concentrado em apenas 5 clubes — o São Paulo se junta aos quatro primeiros da lista. A tendência, inclusive, é de que o abismo vá aumentando a cada ano. Em 2021, 13 clubes da Série A do Brasileirão faturaram ao menos R$100 milhões em direitos de transmissão e premiações. Nunca existiu tanto dinheiro à disposição no Brasileirão.

texto

 

O argentino Felipe Silveyra, também jornalista, destaca que a maioria dos clubes argentinos se aproximam mais dos chilenos do que dos brasileiros, economicamente falando: “Hoje, o futebol chileno lida com orçamentos maiores do que muitos dos times argentinos que participam da Libertadores. Posso garantir que qualquer jogador da Universidade Católica ganha mais do que qualquer jogador de Talleres, Colón ou Vélez”, conta.

“O futebol argentino está cada vez pior. Hoje não há time que jogue bem e seja favorito na Libertadores. River e Boca sim, […] mas não os vejo como candidatos. Logicamente, eles botam medo por causa do nome e do que geram, mas não são mais os mesmos de antes da pandemia. Se você quer saber, acho muito difícil que a Libertadores saia do Brasil”, completa Felipe.

A base de dados utilizada como fonte das estatísticas citadas provavelmente será disponibilizada ao público em breve. As porcentagens foram arredondadas para simplificar os dados.