No dia 8 de abril (sábado), o UFC estará centrado em Miami, EUA, mais especificamente, na Miami-Dade Arena. Com um card cheio de estrelas, o UFC 287 terá como destaque a “tetralogia” entre Alex Pereira e Israel Adesanya no evento principal, valendo o cinturão dos médios (até 83,9 kg). Antes da disputa de título, o co-evento principal traz um embate entre dois grandes lutadores favoritos dos fãs. O duelo entre Gilbert Burns e Jorge Masvidal promete muita ação e tem grandes chances de não chegar para as decisões dos juízes. Para iniciar o card principal, o lutador mais jovem da história da organização, Raul Rosas Jr., fará sua segunda luta pelo UFC.
Alex Pereira vs. Israel Adesanya - "A Tetralogia"
O brasileiro Alex Poatan Pereira é, desde o UFC 281, o rei dos pesos-médios após ter derrotado o nigeriano Israel The Last Stylebender Adesanya. De ancestralidade indígena da tribo Pataxó, Poatan significa em tupi “Mãos de Pedra”, apelido que faz juz ao estilo mortal e nocauteador do lutador, principalmente com sua mão esquerda. Apesar de terem se encontrado pela primeira vez no UFC apenas no ano passado, esse não foi o primeiro encontro entre os lutadores. Ambos possuem um background de kickboxing, ou seja, antes de realizarem a transição para o MMA, disputaram a arte marcial no mais alto nível da modalidade. Nesse universo, seus caminhos se cruzaram duas vezes, com finais diferentes, mas com o mesmo resultado final.
No primeiro confronto, em 2016, o embate foi extremamente técnico e disputado até o final, com o brasileiro saindo vitorioso por decisão unânime na pontuação dos juízes. Já em 2017, o roteiro foi um pouco diferente. No combate que aconteceu no Ginásio de Ibirapuera, em São Paulo, Adesanya vinha vencendo a luta de maneira convincente, desferindo os principais golpes da luta, no entanto, foi no 3º round que o golpe letal da luta aterrissou. Com um poderoso cruzado de esquerda, Poatan nocauteou o nigeriano, que caiu praticamente inconsciente no chão do ringue e teve sua mão erguida mais uma vez.
Anos depois, em novembro de 2022, seus caminhos se cruzaram novamente e com um script semelhante ao da segunda luta. “The Last Stylebender”, campeão da categoria a época, vencia a luta de maneira confortável por três rounds a um, inclusive quase nocauteando o brasileiro ainda no final do 1º round, interrompido pelo soar do gongo, indicando o encerramento do round e que acabou salvando a pele do brasileiro.
Já no 5º round, vendo a vitória nas mãos de seu adversário, Alex Pereira acertou Adesanya, novamente com seu famoso cruzado de esquerda, dessa vez, seguido por diversos golpes variados. Assim, o árbitro Marc Goddard parou o combate, declarando vitória ao brasileiro por nocaute técnico e o coroando o novo campeão da divisão dos médios (até 83,9 kg).
Poucos meses depois, após perder sua sequência de cinco defesas de cinturão, Israel Adesanya enfrenta seu carrasco pela quarta vez, no UFC 287. O placar atual é de ampla vantagem para o brasileiro com 3 x 0 ao seu favor, entretanto, nas casas de apostas, Izzy é o favorito nesse confronto. Como foi dito anteriormente, ambos possuem um background de kickboxing, sendo assim, as expectativas giram em torno de um duelo majoritariamente em pé, com muitos chutes e trocação. Contudo, visto que esse estilo de luta resultou em três derrotas, o nigeriano pode tentar alterar seu plano de jogo, optando mais por tentativas de queda, o que torna o resultado final do confronto ainda mais imprevisível.

A Última Chance.
Mesmo com a luta principal sendo a história da noite, o co-evento principal definitivamente não deixa a desejar e é uma das lutas mais esperadas deste sábado. Estamos falando do confronto entre o brasileiro Gilbert “Durinho” Burns e o norte-americano Jorge “Gamebred” Masvidal. Com um duelo entre dois lutadores muito explosivos, a chance dos fãs do Ultimate serem presenteados com momentos marcantes é altíssima.
Entretanto, por mais esperada que essa luta seja, o momento atual de ambos os lutadores não poderia ser mais diferente. Burns vem de uma vitória dominante contra Neil Magny no UFC 283, em frente ao público brasileiro e está no topo da divisão, além de ser um dos claros desafiantes ao cinturão dos meio-médios (até 77,1 kg). Do outro lado, Masvidal vem de uma sequência dura de três derrotas seguidas, dois desses reveses em disputas pelo título. Gamebred teve uma escalada brilhante em sua carreira e se tornou uma das principais estrelas da organização no ano de 2019, quando venceu o popular Nate Diaz e derrotou Ben Askren com uma joelhada voadora em apenas cinco segundos, o tornando o detentor do recorde de nocaute mais rápido da história do Ultimate.
Para Jorge Masvidal, essa é sua última chance de mostrar que merece figurar no topo e quem sabe lutar futuramente pelo cinturão. Inclusive, existe uma grande especulação por parte dos fãs de que caso venha a perder a luta, o norte-americano se aposente de uma vez por toda do esporte, o que traz um toque de suspense e curiosidade ainda maior para o combate de sábado. Pelo momento, Durinho é o claro favorito nas casas de apostas, porém, é difícil simplesmente descartar qualquer possibilidade de vitória por parte de alguém como o Masvidal, que por um bom tempo lutou contra algum dos melhores lutadores da organização.
A Jornada de uma Estrela.
Abrindo o card principal, o mexicano Raul Rosas Jr. enfrenta o norte-americano Christian Rodriguez e pretende continuar trilhando seu caminho no Ultimate rumo ao cinturão. A jovem estrela fez história no UFC 282 quando se tornou o lutador mais novo a competir pela organização com apenas 18 anos de idade. Com uma vitória dominante ainda no 1º round por meio de finalização, El Niño Problema se encaminha para sua segunda luta no UFC.
Contratado pela organização através de uma performance impressionante no Dana White’s Contender Series, o jovem mexicano busca alçar voôs altos e ficar marcado como o campeão mais novo da história do UFC, recorde de Jon Jones, quando venceu o cinturão com apenas 23 anos. Para sábado, Raul é o claro favorito nas casas de apostas e quer passar por cima de seu adversário, Rodriguez, que por sua vez, vai querer dar uma pausa no frenético “hype-train” do mexicano.

Card Completo de Lutas:
→ CARD PRINCIPAL. (23:00 BRT)
- Alex Pereira (C) vs Israel Adesanya #1 (Cinturão Peso-Médio)
- Gilbert Burns #5 vs Jorge Masvidal #11 (Peso Meio-médio)
- Rob Font #6 vs Adrian Yanez #12 (Peso-Galo)
- Kevin Holland vs Santiago Ponzinibbio (Peso Meio-médio)
- Raul Rosas Jr. vs Christian Rodriguez (Peso-Galo)
→ CARD PRELIMINAR. (21:00 BRT)
- Chris Curtis #14 vs Kelvin Gastelum #15 (Peso-Médio)
- Michelle Waterson #10 vs Luana Pinheiro #15 (Peso-Palha feminino)
- Gerald Meerschaert vs Joe Pyfer (Peso-Médio)
- Karl Williams vs Chase Sherman (Peso-Pesado)
→ PRELIMINARES INICIAIS. (19:00 BRT)
- Cynthia Calvillo #15 vs Loopy Godinez (Peso-Palha feminino)
- Ignacio Bahamondes vs Trey Ogden (Peso Casado)
- Shayilan Nuerdanbieke vs Steve Garcia (Peso-Pena)
- Jaqueline Amorim vs Sam Highes (Peso-Palha feminino)
Por Daniel Santana Delfino, Rodrigo Silva Marques
Todo profissional que deseja trabalhar com jornalismo esportivo, especificamente como repórter, tem o sonho de entrevistar um jogador famoso ou técnico de prestígio, dependendo do campeonato, até mesmo algum coordenador de futebol. Nessa reportagem fomos ao Clube Atlético Juventus, no bairro da Mooca, em São Paulo, bater um papo com os integrantes do quase centenário time paulista.
No final de um treino pré-jogo, o técnico do Clube Atlético Juventus, Jorge Luís da Silva, conhecido popularmente como Jorginho, falou sobre como é a expectativa às vésperas de um jogo importante. Recém-chegado ao clube, ele contou como foi recebido pelo seu torcedor e de que maneira equilibra no time os veteranos com os mais jovens. O técnico também deu sua opinião se de fato existe essa história de jogador derrubar treinador. "Para se manter você precisa vencer o máximo de jogos possíveis, pois não vai ganhar todos", diz Jorginho. No futebol, você deve estar preparado para vencer, não para empatar”. Jorginho afirma que a concentração total está no próximo jogo, contra o Novorizontino, sendo lucro o que vier depois. Em sua chegada ao time, ele diz ter sido muito bem recebido e com muito carinho por parte dos torcedores, mesmo historicamente sendo adversário do Juventus em suas passagens anteriores pela Portuguesa de Desportos. Na sua visão, um time verdadeiramente competitivo é aquele que balanceia a experiência de jogadores veteranos com a capacidade dos jovens que vem da base, ao mesmo tempo em que mantém o bom relacionamento com o elenco como um todo.

Imagem: Daniel Santana
Sobre a polêmica de que o mal desempenho dos jogadores é proposital para derrubar um técnico, Jorginho diz que “isso sempre existiu e sempre existirá, é uma questão de caráter e não acontece apenas no futebol”. Ele enfatiza que se sente feliz no clube onde está e na hora em que perceber que não está entregando a qualidade que deveria, ele mesmo saberá o momento de sair. Na sua carreira como técnico, Jorginho além da passagem pela Portuguesa, teve um período como interino no Palmeiras, em 2009, e treinou a Chapecoense que, sob seu comando, goleou o Internacional de Porto Alegre por 5 a 1, no Brasileirão de 2014.
Na conversa com Marcel Barbosa, coordenador técnico do clube, que já morou e trabalhou no Canadá, também exerceu o cargo como treinador pelo sub 20 do próprio Juventus, foi questionado a dificuldade de exercer a profissão no meio futebolístico, Para ele, o desafio é conciliar várias atividades. “Sou formado e licenciado pela CBF e hoje aqui no clube estou como coordenador. Hoje, a minha função aqui é fazer toda a gestão do departamento de futebol, cuidar do departamento médico. Estruturar, olhar a gestão de cada departamento, de futebol, médico, de atletas até a rouparia, cuidar de todos os registros e dar o suporte técnico no campo, ver como estão atuando os atletas, se o treinador precisa de algum suporte e discutir toda a relação dos treinamentos e jogos com o clube’’ enfatizou.

Imagem: Rodrigo Marques
Em relação à dificuldade de um coordenador em colocar o atleta sempre em alto nível, de modo a obter o máximo rendimento, Barbosa diz que “às vezes o atleta pode não estar num dia bom, mas você quer dar aquela cobrada, assim não vamos tentar jogar. O importante é nós entendermos esse lado do jogador, ele é um ser humano, né? O importante é a gente entender essa relação social”. Ele ainda observa que a cobrança dentro de campo já é grande, então é preciso saber dosar “É muito difícil você extrair do ser humano o seu máximo. Se ele não estiver bem estruturado você não consegue tirar o melhor de ninguém. Como coordenador, é preciso entender o processo”, pondera. O coordenador acredita que a parte mais importante do seu trabalho é agregar junto com a comissão técnica, identificando quem tem potencial que pode ser mais bem utilizado em cada momento. “É uma relação do ser humano, no sentido de uma comunidade. A comunidade é bem dividida e a gente entende quando as pessoas estão em situações menos privilegiadas e tenta estabelecer a igualdade. Essa é a ideia do coordenador e a nossa gestão é fazer isso”.
Questionado sobre o ambiente dentro do vestiário, a exemplo do que ocorreu em 2022 com o Corinthians e Vitor Pereira, onde os jogadores falam mal do ex-treinador e exalta o novo técnico Fernando Lazaro, Marcel Barbosa diz que é difícil trabalhar com gestão de pessoas. Para ele, tudo faz parte de um processo e que acredita no ser humano. Na sua visão, é sempre bom um ambiente leve e produtivo, o que também depende de o próprio atleta estar num rendimento bom. O ambiente fora do vestiário conta muito. “Eu faço a relação disso com os atletas nas minhas conversas com eles, na hora de mostrar a eles o erro e o acerto. Em casa, você é um pai de família, como é que se relaciona com seus filhos? Porque a decisão do treinador para eles é sempre errada? Procuro fazer eles enxergarem um horizonte perfeito e se questionarem. Estou treinando bem? Estou dando o meu máximo? Como eu cobraria o meu filho? Que exemplo eu daria a ele? Resumindo, ambiente sempre é importante pra que a gente possa sempre entregar o melhor”, acredita Barbosa.
Para entender como funciona a mente de um jogador, nada melhor do que ouvir eles mesmos: o ex-atacante Bruno Moraes da Juventus e o goleiro André Dias.
Ao ultrapassar a marca de duzentos jogos com a camisa do Juventus, o goleiro Dias diz que já teve oportunidade de sair do clube, mas se sente feliz onde está e na sua decisão, pesou a possibilidade de ficar perto da família. De acordo com ele, mudar de clube implica em mudanças de cidade e distanciamento dos familiares. “Criei raízes aqui no clube, o que foi muito importante para a minha carreira e a minha perspectiva é crescer junto e trazer o Juventus de volta à elite", destaca.

Imagem: Reprodução Internet
Dias entende que o preparo pré-jogo é importante, já que o foco é alto rendimento em qualquer partida, mas não esconde que as disputas eliminatórias e clássicas exigem mais preparo psicológico. Ele discorda que os atletas façam em campo algum tipo de pressão para a troca de treinador. “Fazer corpo mole não existe, isso prejudica o próprio jogador. Os jogos são televisionados, sempre vai ter alguém olhando. Se existiu no passado, hoje isso não funciona mais”, acredita. Como veterano, ele entende que a conduta dentro e fora de campo é o melhor exemplo para a nova geração.
Em relação ao papel no time, Dias reflete que o goleiro está numa linha tênue entre o milagre e o erro. “O nível de atenção e de cobrança do goleiro nos treinamentos e em campo é sempre maior. A cada jogo é entrar em campo com a faca nos dentes, não dá para errar”. Mesmo assim, ele entende que a cobrança é sempre positiva, mas é preciso saber filtrar o que vê de positivo e negativo. “nem tudo é verdade, nem nada é mentira. O importante é na hora do jogo, dar zero atenção ao entorno”.
Se por um lado a preparação física é necessária, o preparo psicológico é fundamental na opinião do goleiro, quando o atleta está em alta, seu desempenho naturalmente é melhor. Mas quando ele se abate, “o melhor é focar nas jogadas profissionais dos treinos, elevar a concentração e saber trabalhar as oscilações que acontecem em todos os jogos”. Como um dos mais experientes do time, ele se mesmo se encaixa no papel de mais cobrador, “no bom sentido, para dar o incentivo e o bom exemplo para a molecada”, finaliza.
Bruno Moraes também entende o peso de sua responsabilidade, ao comentar o resultado de marcar três dos quatro gols na partida contra o Lemense. Ele diz que centroavante vive de gols e lamenta que a decisão da classificação tenha ficado para o último jogo antes do mata-mata. Quando a questão é desempenho profissional, o centroavante entende que seja qual for a posição em campo, quando o desempenho não está dentro do esperado, o atleta se sente incomodado e vai buscar ajuda para voltar a dar bom resultado. “Como em qualquer profissão, a gente também tem um dia ruim”, reflete. Ele compartilha da opinião de Jorginho, quando o assunto é derrubar técnico. “Quando existe caráter, ninguém pensa em tirar o emprego de uma pessoa que tem família para cuidar”.

Imagem: Reprodução Internet
Independentemente de como esteja o quadro de pontuação para o Juventus, Moraes acredita que cada jogo é a responsabilidade do jogador cumprir com o seu papel. “Não adianta ficar olhando o resultado dos outros, Vamos focar no nosso objetivo e depois ver o que vai acontecer”. Vindo da Inter de Limeira, Moraes destaca que o Juventus é um clube de uma torcida familiar e tradicional e isso representou um tom de acolhimento muito positivo para ele, embora não esteja nos seus planos se aposentar no clube. “Tenho muita lenha para queimar ainda”, finaliza.
Próximo de completar os 100 anos de existência, o tradicional clube da Mooca jogou contra o forte Novorizontino fora de casa, precisando vencer para garantir a classificação para tentar conseguir o acesso novamente à elite do futebol paulista. Infelizmente, o time acabou perdendo por 1 a 0, e terá que amargar mais um ano na série A2 do campeonato paulista.
Por Felipe Oliveira e Jalile Elias
As plataformas de streaming esportivo estão crescendo cada vez mais no Brasil. De acordo com um levantamento feito neste ano pela Hibou, organização voltada para pesquisas de consumo e tecnologias, sete a cada dez brasileiros têm assinatura em pelo menos uma plataforma de streaming. O que era antes uma limitação para se ter acesso aos jogos de diferentes campeonatos e de ligas estrangeiras, dependendo apenas dos canais fechados, hoje em dia podemos ter o controle do que assistir na “palma das nossas mãos”, em diversos dispositivos como smartphones, tablets e TVs. Desta forma, o ato de torcer e acompanhar seu time de coração ou jogador favorito ficou ainda mais fácil. As plataformas de streaming mais famosas no Brasil e seus preços (valores mensais): Amazon Prime Video (R$14,90), HBO Max (R$34,90), Star Plus (R$32,90), Paramount Plus (R$19,90) e DAZN (R$34,90).
Primeiramente, é importante analisar possíveis diferenças entre transmissões televisivas e de streaming, visando entender as vantagens e desvantagens que cada uma pode trazer para o público. De acordo com Bruno Maia, CEO da Feel The Match, desenvolvedora de propriedades intelectuais voltada para streaming e blockchain, e executivo de inovação e novas tecnologias no esporte e entretenimento, uma das únicas diferenças impactantes aos telespectadores é o meio de transmissão, já que é necessário uma conexão com a internet para consumir um streaming, diferentemente dos canais de televisão. "A diferença entre o streaming para TV é o meio onde ela é feita e as características inerentes ao meio. Naturalmente, a TV se transmite via satélite, para streaming você transmite via dados, então você precisa ter algumas questões técnicas de estrutura com alguma diferença. Antigamente você tinha uma unidade móvel e vendo sinal por um satélite, hoje você precisa ter uma conexão ligada a uma estrutura de internet para poder transmitir o sinal".
Em contrapartida, para os profissionais da área há uma grande diferença na roteirização e, consequentemente, na comunicação com o telespectador, que pode ser feita de maneira mais livre e informal. Com isso, é gerada uma aproximação entre quem transmite determinado conteúdo e quem o assiste. Jordana Araújo, repórter da BandNews FM e do canal do Paulistão no YouTube, comentou que a diferença mais clara é justamente a leveza e criação de novas possibilidades dentro da transmissão. "Acho que a primeira e mais perceptível diferença é a leveza. O compromisso com a informação está presente na transmissão, mas a forma como ela é levada a quem está consumindo o streaming é diferente. As possibilidades no âmbito da liberdade de poder criar durante o ao vivo é uma outra coisa legal. A roteirização também passa por algumas mudanças técnicas que permitem interações mais livres e mais espaço para o público que acompanha também com enquetes e comentários", diz Jordana.
O streaming pode ser caracterizado como uma transmissão de vídeo ou áudio on demand (sob demanda), mas visando as partidas desportivas que não têm essa propriedade - já que tem hora para acontecer -, os assinantes da plataforma optam por assistir as transmissões ao vivo. Bruno Maia diz que o esporte pode ser considerado como uma linguagem nativa do streaming que se coloca como meio de transmissão e aumentando seu engajamento. "Eu entendo o esporte como uma linguagem nativa de streaming, mas se pluga como um meio de transmissão. Quando ele encontra esse meio de transmissão, ele está encontrando canais fechados. É assim que a NBA começa com o seu AT&T, então o canal tem como foco transmitir basquete para quem gosta, e às vezes com dez tipos de transmissões diferentes de um mesmo jogo. As pessoas querendo escolher qualquer esporte e tendo ferramentas para viverem mais aquilo, certamente faz com que a qualidade e quantidade do consumo dela seja maior. Eu acho que o esporte se beneficia sim com esses usuários".
Outro debate diante das características dos streamings e os possíveis benefícios em relação às transmissões televisivas está no fato de que para consumir um streaming, é necessário, na grande maioria, uma assinatura. Logo, será que é de fato para todo mundo ou essas plataformas acabam criando uma ‘elitização’ no público? Bruno Maia acredita que o streaming cria uma reflexão sobre as escolhas feitas pela sociedade e que por ser um produto mais customizado e, claro, mais caro que a comunicação de massa, acaba sendo elitista como um efeito, não como a causa.

"O streaming não cria nada, o streaming reflete. Reflete uma sociedade de nicho, onde a gente cada vez tem mais acesso à informação, mais capacidade de curar o que a gente gosta, o que a gente não gosta, em todos os nossos níveis de consumo. Ele é um espelho disso materializado em transmissão de conteúdo. O outro ponto é você pagar e poder ver o que você quer na hora que você quer. Esse poder de consumo não chega para todo mundo, nem todo mundo pode escolher o que vai ver, nem sequer tem tempo para isso. Eu acho que o streaming não é causa, o streaming é mais uma das milhares de consequências de produtos contemporâneos de uma sociedade altamente conectada, com alto poder de customização de hábitos e de consumo, sendo naturalmente mais cara do que a comunicação de massa. O efeito no final do dia, sim, é mais elitista em algum sentido porque quem pode pagar para um posto produto customizado, naturalmente é quem tem mais tempo para poder customizar seu tempo, para quem tem mais dinheiro para poder gastar com isso. Então acaba gerando isso como efeito, mas eu não acho que isso é causa", afirma o CEO da Feel the Match.
Um dos principais objetivos dos streamings é prender a atenção de seus telespectadores e satisfazê-los. Para isso, as plataformas usam uma série de estratégias para assegurar e aumentar sua audiência. Bruno conta que a precisão do que deve ser dito é crucial para cativar ainda mais quem está em frente à tela. Ele também afirma que se contenta com isso. "O streaming é uma plataforma que de fato o telespectador tem que escolher ver você. A sua precisão no que está contando tem que ser muito maior. A pessoa está o tempo todo meio que te avaliando para ver se continua ali, porque ao contrário da TV - que o programa que está passando aqui e agora - ele tem dezenas de opções naquela mesma hora para ver. No consultório eu cadencio, dou ritmo, ponho muito detalhe, muita gordura na informação para causar um impacto. E isso me dá prazer, como profissional eu sei que estou ali manipulando a linguagem também. Quanto coloco uma série no ar na qual a pessoa fala, 'não consigo levantar pra beber água', isso me traz prazer", conclui.
Com superioridade, o Manchester City venceu o Liverpool por 4 a 1, no último sábado (1), no Etihad Stadium, em Manchester, na Inglaterra. Em partida válida pela Premier League, os comandados de Pep Guardiola não tomaram conhecimento da equipe comandada pelo alemão Jürgen Klopp, golearam e ainda sonham com a conquista do campeonato inglês pela terceira vez consecutiva e pela nona vez na sua história.
Como foi o jogo ?
No melhor estilo Pep Guardiola, o Manchester City se impôs coletivamente na partida desde o primeiro minuto. Mesmo com todo este domínio, quem saiu na frente foi o Liverpool. Após lançamento para Diogo Jota, a bola sobrou para Mohammed Salah mandar, de chapa, no canto direito de Ederson, e abrir o placar aos 17 minutos do primeiro tempo.
Dez minutos depois, aos 27, em uma jogada rápida e muito bem trabalhada pelo City, Julián Álvarez empatou o jogo no Etihad, após cruzamento rasteiro de Jack Grealish pela esquerda. Na partida, o argentino foi o substituto do astro Erling Haaland, que era dúvida para a partida por conta de uma lesão na virilha. O primeiro tempo acabou com igualdade no placar.
No segundo tempo, o Manchester City foi avassalador. Logo no primeiro minuto, Mahrez recebeu pela direita e tocou para o belga Kevin De Bruyne, sem goleiro, virar o jogo para o City.
Aos 7 minutos da etapa complementar, Gündogan aproveitou sobra na área e ampliou o placar, 3 a 1. Jack Grealish, confirmando uma grande atuação, fez o quarto gol aos 30 minutos, fechando a goleada a favor da equipe de Manchester, 4 a 1 - fora o passeio.
E a temporada ?
Com o resultado, o Manchester City chegou aos 64 pontos na Premier League e segue na vice-liderança da competição. A equipe não conseguiu reduzir a diferença em relação ao líder Arsenal, mas, com uma partida a menos, mantém viva a esperança do título, faltando dez rodadas para o fim do campeonato. No sábado (01), os Gunners venceram o Leeds United, no Emirates Stadium, também pelo placar de 4 a 1.
Na temporada, o City ainda disputará a semifinal da FA Cup, a Copa da Inglaterra, contra o Sheffield United, e as quartas de final da Liga dos Campeões, em dois jogos contra o Bayern de Munique.
Já o Liverpool vive uma temporada para o torcedor esquecer. A irregularidade toma conta do time de Jürgen Klopp, que soma três derrotas consecutivas – Bournemouth (Premier League), Real Madrid (Liga dos Campeões) e Manchester City (Premier League) – após a goleada histórica de 7 a 0 aplicada no Manchester United, seu maior rival, no início de março.
Os Reds já foram eliminados da FA Cup e da Liga dos Campeões, para Brighton e Real Madrid, respectivamente. A oito pontos do Manchester United, 4º colocado da Premier League, o objetivo do Liverpool na temporada é conseguir uma vaga para a próxima edição da Liga dos Campeões.
Na madrugada do domingo (02) aconteceu a terceira etapa do calendário da Fórmula 1, em Melbourne, na Austrália. O pódio foi ocupado pelos três campeões mundiais do grid, com Max Verstappen (Red Bull) na primeira colocação, seguido por Lewis Hamilton (Mercedes) e Fernando Alonso (Aston Martin). O treino classificatório, na madrugada do sábado (01), consagrou o holandês com a pole position, mas não foi tão positiva para o seu companheiro de equipe, Sérgio Pérez.
O mexicano teve problemas técnicos nos freios, ainda no Q1, o que obrigou a equipe a fazer ajustes no seu carro para a corrida. A bateria e a central eletrônica do carro de número 11 foram trocadas e, por isso, o piloto teve que largar do pitlane. Junto com ele, o finlandês Valteri Bottas (Alfa Romeo) teve que fazer um acerto na suspensão e largou da última colocação.
Open Safety Car
Apesar de largar na primeira posição, instantes depois, Verstappen foi ultrapassado pelos dois carros da Mercedes. George Russell assumiu a ponta, seguido pelo seu companheiro de equipe Lewis Hamilton, deixando o holandês da Red Bull para trás.
Ainda na primeira volta, Charles Leclerc (Ferrari) disputou a posição e colidiu levemente com Lance Stroll (Aston Martin), sendo obrigado a abandonar a corrida. O piloto monegasco acabou causando a entrada do Safety Car, que permaneceu por duas voltas.
O Safety Car fez outra aparição no início da etapa, quando o piloto da Willians, Alexander Albon, escapou em uma curva e bateu, deixando seu carro atravessado na pista. Após uma volta, foi decidido pela organização a interrupção da corrida com a bandeira vermelha, para limpeza dos resquícios da colisão na pista. Quinze minutos depois, os carros se posicionaram para relargada.
O maior prejudicado com a situação foi Russell, atrapalhado pela decisão antecipada de ir para o box, antes da bandeira vermelha, perdeu a liderança. Mas o azar do britânico não acabou por aí: na 18ª volta, o motor de seu carro quebrou e pegou fogo, obrigando o piloto da Mercedes a abandonar a prova. Mais uma vez o Safety Car é acionado por duas voltas.
Enquanto isso, durante 12ª volta, Verstappen realizou, sem grandes dificuldades, uma bela ultrapassagem em cima de Hamilton, abrindo uma boa vantagem e garantindo o primeiro lugar no pódio.
Dois é bom, três é demais...
A corrida seguiu tranquila, com algumas disputas de posição no meio do pelotão. Na volta 54, Kevin Magnussen (Haas) bateu a traseira direita na barreira da curva 2, perdeu o pneu e deixou muitos detritos na pista, obrigando a entrada do Safety Car - mais uma vez - e posteriormente, ocasionando a segunda bandeira vermelha da corrida.
Com duas voltas para o fim, o reinício da prova seria estático, e sem o uso de DRS no final da prova. Na nova largada, o caos foi instaurado: Logan Sargeant (Williams) atingiu Nyck De Vries (Alpha Tauri) e os dois abandonaram a corrida; Pérez caiu algumas posições depois de sair do traçado e Lance Stroll (Aston Martin) escapou para a brita, mas conseguiu voltar para a corrida.
Além disso, um toque de Carlos Sainz (Ferrari) em Alonso fez o veterano rodar na pista. Em uma rivalidade conhecida desde o kart, as Alpines também saíram prejudicadas após Pierre Gasly espremer o companheiro de equipe, Esteban Ocon, na parede e os dois franceses terem danos significativos nos carros, forçando a saída da dupla da corrida.
Advinha?! Nova bandeira vermelha foi balançada, a terceira da prova. A direção investigou o procedimento de largada e resolveu punir Sainz com 5 segundos, fazendo o espanhol cair para 12ª colocação. Os comissários, porém, decidiram não punir Gasly, com a justificativa de se tratar de um ‘incidente de primeira volta’; curiosamente, o francês está a um ponto na licença de ser suspenso por uma corrida.
A corrida terminou com o Safety Car liderando o pelotão, na mesma ordem da largada anterior, sem a permissão de ultrapassagens. Com os incidentes, apenas doze pilotos terminaram a corrida, com Sainz e Bottas sendo os únicos fora da zona de pontuação.
Tabela
Com a vitória, Verstappen abriu uma vantagem maior sobre Sergio Perez, que terminou a prova na quinta colocação e conseguiu pontuar mesmo largando do pitlane. No campeonato de construtores, a Aston Martin, que teve os pilotos em 3º e 4º lugar, conseguiu 28 pontos em Melbourne e se estabelece no segundo lugar.
A Fórmula 1 tem uma pausa de quase um mês, e retorna no dia 28 de abril, no circuito de rua de Baku, no Azerbaijão, para a quarta etapa da temporada.