O órgão público inaugurado no Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho, no dia 29 de setembro de 2008, possui o principal acervo de informações sobre o futebol no país. Nele é exposta a relação entre a formação da sociedade brasileira junto ao crescimento do esporte. Há a análise dos impactos das políticas internas sobre a população marginalizada e as mulheres, no meio social e esportivo, tanto na origem da conexão entre esses problemas, quanto nas consequências desse período atualmente.
O esporte inicia-se no Brasil em 1894, em um período de formação da sociedade brasileira. As práticas do futebol passam a ser exclusivas para homens, majoritariamente brancos e de classes sociais elevadas. Ao passar dos anos, porém ainda na década de 1930, o futebol começou a se popularizar e chegar nas várzeas urbanas.
Nas várzeas, o esporte serviu de resistência aos moradores daquela região. Por serem negligenciados pelas políticas estatais, a população marginalizada viu o futebol como uma maneira de lutar pelos seus direitos. No entanto, o Governo impediu o avanço do jogo, criando dificuldades para a permanência de estruturas para a prática do esporte, como demolições de campos, para a construção de novos edifícios.
Com o passar dos anos, o futebol de várzea foi resistindo às investidas contrárias do Estado. Assim, o esporte começou a se conectar com os moradores dessas regiões. Segundo o site do Museu do Futebol: “(o futebol) Incide nas economias locais, conecta-se à cultura, por meio de campeonatos, festas populares, escolas e rodas de samba, assim como desperta o espírito de pertencimento na população.” Dessa maneira, o jogo passa a ter um caráter social, e representa os aspectos vividos pela comunidade marginalizada.
O desenvolvimento do futebol nas várzeas possibilitou o avanço da prática do esporte nas margens das cidades. Nos últimos anos, o futebol varzeano está ganhando mais destaque, com atletas recebendo salários, cestas básicas. Ao passo que o esporte passou a ter visibilidade em todo país, com o torneio chamado Taça das Favelas, a cultura periférica recebeu o devido respeito e interesse de toda população, colocando, assim, em destaque, costumes que são vistos por jogadores profissionais (pois muitos deles saírem da periferia). O Museu do Futebol possui uma exposição temporária sobre esse assunto, enfatizando a importância do futebol varzeano para o esporte e a cultura brasileira.
Outro ponto presente no acervo de informações do museu é do futebol feminino. Este, no Brasil, foi proibido por mais de 40 anos, entre 1941 até 1979. De acordo com a coordenadora de comunicação do Museu do Futebol, Renata Beltrão “As mulheres resistiam a essa opressão, por meio de espetáculos nos circos, que simulavam as regras do futebol”. Segundo a especialista, outras mulheres praticantes do esporte nem sabiam que tal lei existia. Pelo fato que, por sua maioria, viviam as margens da cidade, onde as normas estatais não se aplicavam. No entanto, serviram como resistência às leis segregacionistas da época.
Atualmente, o futebol feminino vem ganhando seu devido destaque. Mesmo que menos comparando aos investimentos dados ao masculino. Apesar disso, os veículos de informação estão dando espaço para o avanço do esporte. Somado as grandes jogadoras, por exemplo a Marta, fazem que o futebol feminino ganhe espaço entre as pautas dos veículos midiáticos. Como se não bastasse uma excelente praticante, a seleção feminina realizou campanhas marcantes em campeonatos importantes, como nas Olimpíadas, as meninas receberam a medalha de prata. Devido a história e o sucesso recente, após a reforma de 2023, o Museu do Futebol, colocou em seu catálogo, um estudo a respeito do desenvolvimento do esporte feminino no Brasil.
O Museu do Futebol possui uma grande importância para o saber da história social e da formação da cultura brasileira. Por meio do esporte, o museu explica a relação entre Brasil e futebol, como forma de expor que o jogo também faz parte da luta contra as injustiças sociais.
O museu do Futebol localizado na cidade de São Paulo ao lado do estádio municipal Paulo Machado de Carvalho conhecido popularmente como (Pacaembu) é considerado um dos museus mais visitados do Brasil, desde a sua inauguração no dia 29 de setembro de 2008. A obra do museu foi realizada em um consórcio da prefeitura de São Paulo com o governo estadual. A iniciativa para a construção do Museu do futebol contou com a ajuda da secretaria Municipal de Esportes e da São Paulo Turismo – com concepção e realização da Fundação Roberto Marinho. A gestão do museu é realizada pela IDBrasil Cultura, Educação e Esporte, que também administra o Museu da Língua Portuguesa. O museu retrata diferentes assuntos envolvendo histórias e curiosidades do futebol brasileiro e mundial. O principal objetivo do museu do futebol é contar a história do futebol desde seu início no Brasil até os dias atuais. Durante o passeio, aspectos como a relação do esporte com a arte, a história das Copas do Mundo, o impacto do futebol na vida das pessoas em geral é explicado. Os visitantes têm acesso, a partir de experiências sonoras e visuais, a uma sequência de informações didáticas e ilustrativas que relacionam o esporte á vida dos brasileiros no século XX. É um passeio sensorial repleto de história, emoção e diversão para todo o público, até mesmo os menos fãs do esporte se emocionam. Há diversos painéis interativos no acervo do museu com homenagens aos jogadores brasileiros e estrangeiros, além de objetos como camisas autografadas e troféus conquistados pelos atletas que fizeram história no futebol masculino e feminino. O museu do Futebol foi indicado pela quarta vez por visitantes do mundo todo através do site Trip Advisor como um dos melhores museus da América do Sul. A infraestrutura do museu e projetos são reconhecidos por sua excelência no atendimento a todos os públicos, incluindo pessoas com deficiência e idosos. Recebeu importantes prêmios na área de educação em museus, como o Prêmio Darcy Ribeiro e o prêmio Ibermuseus, ambos pelo projeto (Deficiência Residente), e o certificado 5 estrelas da Secretaria Municipal de Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida de São Paulo (2009).Os custos do ingresso é no valor de 24 reais a inteira e meia para estudantes e idosos.
Segundo a entrevistada a estudante de jornalismo da Pontifícia Universidade Católica Liliane Aparecida Barbosa Gomes de 28 anos, a ida ao Museu do Futebol foi uma experiência incrível e inesquecível, devido ao fato de ser uma grande fã do futebol brasileiro. A estudante menciona que foi a segunda vez que teve a oportunidade de ir visitar o museu paulista. E acrescenta que a paixão pelo time do coração o Corinthians, surgiu quando ainda era criança por influência da família toda. A jovem relata que voltará novamente ao museu com os familiares e amigos.
O estádio do Pacaembu foi inaugurado na década de 1940 com capacidade para 70 mil torcedores e na época, era considerado o mais moderno estádio da América do Sul. Além do campo de futebol, o estádio também abriga o Complexo Esportivo, aberto gratuitamente aos cidadãos, que contém estruturas para atividades físicas. O museu do Futebol foi construído em baixo das arquibancadas do estádio. No âmbito esportivo, sua principal utilização, o club Corinthians foi a equipe que mais atuou no local, tendo disputado 1690 jogos. Dessa forma, o estádio, que foi um dos principais palcos da Copa do Mundo de 1950, atualmente sofre com subutilização, já que os principais clubes da cidade possuem os seus próprios campos. A equipe paulista que mais conquistou títulos no estádio do Pacaembu foi a Sociedade Esportiva Palmeiras com 13 no total. O estádio municipal recebeu o nome de Paulo Machado de Carvalho em virtude de uma homenagem ao chefe da delegação brasileira da Copa do mundo de 1958, que rendeu o primeiro título mundial de futebol ao país. O estádio representa uma imagem clássica da cidade de São Paulo, em decorrência de ser um projeto antigo, mas inteligente e ecológico. As primeiras arquibancadas, aproveitaram a inclinação das encostas, no Vale do Rio Pacaembu, hoje subterrâneo. A Construção do estádio teve como objetivo principal acomodar as torcidas em virtude da popularização do futebol na cidade.
Localizado no Estádio Pacaembu, o Museu desde sua inauguração em 2008, não incluía em seu acervo o futebol feminino, algo muito cobrado pelo público. Agora, após a reforma foram inclusos os registros mais antigos já noticiados: imagens da década de 1920 de mulheres brasileiras jogando futebol. Além da Sala das Origens e da Sala das Copas, que protagonizam o futebol feminino e elevam a sua importância para a história do esporte.
Telas com imagens do futebol feminino na Sala das Origens (Foto: Reprodução/
Site Museu do Futebol)
O novo Museu do Futebol inclui 4 salas novas, dentre elas estão: a Sala Dança do Futebol, que documenta momentos históricos do futebol masculino e feminino; a Sala Raízes do Brasil, que mostra a celebração do povo brasileiro, entre as décadas de 1930 e 1950, com mais de 100 fotografias espalhados pela sala; a Sala Pelé, que mostra a sua trajetória com imagens e vídeos que emocionam os visitantes; e por fim, a Sala Jogo de Corpo, que possibilita a interatividade do público com elementos de uma partida de futebol por meio da movimentação corporal.
“O Museu está lindo. Mais interativo, com salas novas, histórias do futebol nunca contadas antes, o futebol feminino ganhando seu devido espaço e a recordação do maior jogador de todos os tempos: o Rei Pelé” diz Giovanna Holanda, estudante da universidade PUC - SP.
Exposição de imagens e vídeos do jogador Pelé na Sala Pelé (Foto: Reprodução/
Site Museu do Futebol
A reforma do Museu do Futebol está aproximando os fãs do esporte brasileiro de sua própria história. Apresentando o futebol como fenômeno inseparável da identidade cultural brasileira.
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Futebol de mesa– Museu do Futebol Imagem: Arquivo pessoal A arte de colocar emoção na voz é dominada por poucos e vai além do simples ato da fala. Assim como uma música traz lembranças de algo bom, sentimentos inesperados, ou até mesmo uma conexão com algo ou alguém, uma narração de futebol de determinado narrador pode causar o mesmo impacto ou até maior. No Museu do Futebol, em São Paulo, há uma exposição que celebra a história do futebol e sua chegada ao Brasil através de Charles Miller (esportista nascido na cidade que trouxe o futebol da Inglaterra). Celebra também, a trajetória de narradores de futebol ícones do nosso país. Através de uma linha do tempo interativa no formato de dial (painel que indica as frequências das emissoras e permite ajustar a sintonia), o visitante explora trechos das locuções que marcaram a história do futebol, além disso, evoca uma nostalgia das tardes de domingo, quando assistir ao futebol na TV era um ritual familiar. Entre os nomes mais emblemáticos desse dial, especificamente da década de 1970, encontram-se Fiori Gigliotti, Waldir Amaral, José Silvério e Osmar Santos, um dos narradores mais importantes da história da narração futebolística do nosso país. Osmar, era conhecido como “O Pai da Matéria” e se tornou um dos comentaristas esportivos de rádio e TV mais lendários. Conhecido por sua criatividade, irreverência e seu jeito inovador de transmitir as partidas de futebol, cativava e emocionava o torcedor de qualquer torcida.
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Imagem: Arquivo pessoal “O que me chamou atenção, ou o que eu gostei bastante, foi a parte onde podemos escolher e escutar as narrações. Quando criança eu não tinha noção da importância da locução de futebol, mas através do meu pai e de vídeos na internet pude experienciar um dos locutores, que na minha opinião, transmitia a emoção como nenhum outro: Osmar Santos.”, diz Gabriel Moraes, estudante de inteligência artificial, na PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo). Osmar, foi influenciado por grandes nomes da literatura como: Carlos Drummond de Andrade, Camões e Eça de Queirós. Apaixonado por poesia, viu nela uma maneira de moldar sua abordagem narrativa e criativa na locução esportiva. Com grande senso de humor, Osmar criava bordões com a mesma facilidade que narrava uma partida de futebol. Seus bordões, foram imortalizados e continuam ecoando nas memórias dos brasileiros que o admirava. Quem nunca ouviu o famoso bordão “Parou por quê? Por que parou?” e o “E que gooool”. Entre todos os seus bordões, os que eram mais conhecidos e viraram sucesso na boca do povo foram: “Ripa na chulipa” e “Pimba na gorduchinha”, comumente utilizados no momento crucial da partida: o tão esperado gol. |
Nesta quinta-feira (24), com uma falha do goleiro Cássio, o Cruzeiro perdeu por 2 a 1 para o Palestino, em partida válida pela terceira fase da Copa Sul-Americana. Com a derrota, a Raposa está quase fora do torneio.

A Raposa, com um recorde de 30 anos sem perder para uma equipe do Chile, protagonizou mais uma vergonha em sua história. O time sofreu uma dura derrota para o Palestino fora de casa e está praticamente fora da Copa Sul-Americana. O clube Celeste ocupa a última posição do grupo E, sem ter conquistado qualquer ponto.
O início para a Raposa foi catastrófico. A equipe Celeste dominou o jogo, criou oportunidades, mas falhou na hora de finalizar. A primeira chance surgiu com Lautaro. Gabigol recebeu na ponta esquerda e fez um passe para o meio da área, onde Lautaro Díaz chutou e o goleiro defendeu. Na sequência, o meio-campista, Rodriguinho, chutou e a defesa afastou.
O Cruzeiro pressionava o frágil Palestino, Rodriguinho teve uma nova oportunidade. Após um cruzamento de Lautaro, o goleiro defendeu e a bola sobrou para Rodriguinho, que acabou chutando para fora. O mesmo teve uma nova chance, quando recebeu um passe livre de frente para o goleiro, mas acabou sendo desarmado pelo goleiro do Palestino.
Os donos da casa tiveram apenas uma chance, após um escanteio cobrado pela Raposa, a defesa afastou a bola da área. No entanto, sobrou para o meio-campista Benítez que chutou, desviou e não deu chances para o goleiro Cássio. Palestino 1 x 0.
Na segunda etapa, o Cruzeiro não conseguiu se sobressair como fez na primeira, fazendo com que o Palestino ganhasse confiança no jogo. A primeira chance pertenceu ao time chileno, quando o atacante Marabel teve a oportunidade de frente para Cássio, mas acabou chutando para fora.
Ao ver a chegada do Palestino, o técnico do Cruzeiro realizou quatro mudanças simultâneas. Saíram os atacantes Dudu e Lautaro, juntamente com o meio-campista Rodriguinho e o lateral esquerdo Kaiki. Os atacantes Marquinhos, Kaique Kenji, Kaio Jorge e Wanderson foram introduzidos. Apesar das alterações, a equipe não foi capaz de criar chances, sendo a mais clara com Gabigol, que chutou e o goleiro fez uma boa defesa.
A Raposa foi se adaptando ao jogo e, em um contra-ataque, Marquinhos recebeu no meio e partiu em disparada. Ele encontrou Wanderson que fez o lançamento e Eduardo, de cabeça, igualou o placar para a equipe.
Depois de marcar o gol, o Palestino partiu para o ataque e em uma saída imprudente de Cássio, a equipe quase empatou. No escanteio subsequente, o atacante Arias desviou de cabeça e Cássio acabou aceitando, recolocando o Palestino na liderança do placar. Final, Palestino 2 x 1 Cruzeiro.
A Raposa agora enfrenta o Muschuc Runa, fora de casa, na próxima quarta-feira (07), para tentar uma sobrevida e se classificar na Sul-americana.