Réus penduraram boneco enforcado com camisa do jogador antes de clássico em Madri
por
Henrique Baptista
Lucca Andreoli
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17/06/2025 - 12h
Vini Jr em gesto anti racista durante jogo do Real Madrid
Vini Jr em gesto anti racista durante jogo do Real Madrid Foto: Jose-Jordan/AFP

A Justiça da Espanha condenou quatro torcedores do Atlético de Madrid por crime de ódio e ameaças contra o atacante brasileiro Vinicius Junior. O caso está relacionado a um ato racista ocorrido em 26 de janeiro de 2023, quando os réus penduraram em uma ponte de Madri um boneco que simulava o enforcamento do jogador, vestindo uma camisa com seu nome. O episódio aconteceu às vésperas de um clássico entre Atlético de Madrid e Real Madrid, pela Copa do Rei.

De acordo com a sentença divulgada nesta segunda-feira (16) pelo Tribunal Provincial de Madrid, os condenados pertencem ao grupo “Frente Atlético” e receberam penas que variam entre 14 e 22 meses de prisão, além de multas e outras sanções. Um dos torcedores, responsável por divulgar imagens do boneco nas redes sociais, foi sentenciado a 15 meses de prisão por crime de ódio e mais sete meses por ameaças, além de multa de 1.084 euros, R$6.938 na cotação atual. Os outros três receberam pena de 14 meses, com multa de 720 euros (R$4.608) cada.

Torcedores do Atlético de Madrid simularam enforcamento de boneco com camisa de Vini Jr antes de clássico com o Real Madrid.
Torcedores do Atlético de Madrid simularam enforcamento de boneco com camisa de Vini Jr antes de clássico com o Real Madrid. Foto: Reprodução

Apesar das condenações, os réus não deverão cumprir pena em regime fechado, pois aceitaram medidas alternativas de reparação, como carta de desculpas e programas de reeducação. Eles assinaram uma declaração direcionada a Vinicius Junior, ao Real Madrid, à LaLiga e à Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), o que contribuiu para a atenuação das penas.

Entre as medidas adicionais impostas pela Justiça, os quatro torcedores estão proibidos de frequentar estádios durante quatro horas antes e depois das partidas do futebol espanhol, pelo período de quatro anos. Eles também deverão participar de cursos sobre igualdade e não discriminação.

A LaLiga, organizadora da elite do futebol espanhol, foi quem divulgou a decisão judicial. Em nota, a entidade reafirmou seu compromisso no combate ao racismo e ressaltou a importância do veredito como precedente na luta contra a discriminação nos estádios.

CS nacional volta a disputar uma semifinal do mundial após três anos
por
Henrique Baptista
Lucca Andreoli
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17/06/2025 - 12h
Fotos dos times da FURIA e paiN
FURIA e paiN disputarão a vaga para semifinal do mundial de Counter Strike. Fotos: Stephanie Lindgren e Michal Konkol/BLAST.tv

O Brasil está garantido nas semis finais do BLAST.tv Austin Major 2025. FURIA e paiN se enfrentarão nesta quinta (19) nos playoffs do Major, marcando a primeira vez em que duas equipes brasileiras se encontram em uma fase eliminatória de mundial da Valve e garantindo ao menos um representante brasileiro entre os quatro melhores times do mundo. Por outro lado, o domingo também marcou a despedida da Legacy, que foi eliminada após sofrer a virada contra a MOUZ em uma série acirrada de três mapas.

paiN vence e faz história com vaga inédita

A paiN Gaming conquistou sua vaga histórica aos playoffs com uma série intensa contra a Virtus.pro. No primeiro mapa, Mirage, os brasileiros dominaram o lado TR e fecharam por 13 a 8. A VP reagiu na Inferno, com um lado CT quase perfeito, empatando a série. Mas na Dust2, a paiN foi avassaladora: abriu 10 a 2 e, apesar da recuperação parcial dos adversários, venceu por 13 a 11.


Com o resultado, a paiN se classifica pela primeira vez aos playoffs de um Major chancelado pela Valve. A equipe havia batido na trave em 2023, caindo no Legends Stage dos dois Majors disputados naquele ano.

paiN comemorando classificação diante da Virtus.pro.
paiN comemora classificação diante da Virtus.pro. Foto: Divulgação/Radosław Makuch/HLTV

FURIA retorna ao mata-mata após três anos

Já a FURIA avançou para a fase final da competição após vencer três partidas no Stage 3, contra The MongolZ, Aurora e Virtus.pro, e avançar com campanha perfeita de três vitórias. A última aparição da equipe brasileira nos playoffs de um mundial havia sido no IEM Rio 2022, quando venceu a NAVI nas quartas e caiu na semifinal diante da HEROIC.


O reencontro com a fase final reacende a esperança dos torcedores brasileiros de voltar a vencer o campeonato após nove anos, quando conquistou dois títulos com as equipes da SK e Luminosity Gaming. Além do clássico verde-amarelo, os playoffs contam com as potências europeias NAVI, Vitality, FaZe, Spirit, MOUZ, e os asiático da TheMongolZ, top 5 do ranking mundial.

Despedida da Legacy após virada da MOUZ

A Legacy encerrou sua campanha no Austin Major com uma eliminação amarga. A equipe brasileira teve a chance de fechar a série contra a MOUZ em 2 a 0, mas sofreu a virada por 2 a 1. Após vencer a Ancient com autoridade por 13 a 4, a Legacy foi superada na Inferno por 13 a 11 e na Nuke por 13 a 10.


Com o resultado, a Legacy fecha o Stage 3 com campanha de duas vitórias e três derrotas, e se despede do Major após protagonizar momentos marcantes, incluindo a quebra da invencibilidade da Vitality na estreia desta fase.

 

Glossário Counter-Strike:
Mirage / Inferno / Dust2: Mapas do jogo. Cada partida é disputada em um ou mais mapas, com estilos e táticas próprias.
Melhor de três (MD3): Série em que vence quem ganhar dois mapas.
Playoffs: Etapa eliminatória do torneio, que reúne as melhores equipes após a fase de grupos.
Stage: Etapa do Major. O Stage 3 reúne os oito melhores times da competição.
TR / CT : Funções assumidas por cada equipe durante o jogo; os times trocam de lado na metade do mapa.

Saída do treinador argentino liga alerta para crise no clube paulista
por
Carolina Zaterka Ajzen
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16/06/2025 - 12h

   A diretoria são-paulina vinha manifestando apoio público a Zubeldía há pouco tempo, apesar da pressão externa. Ainda em meados de abril, quando oscilavam os primeiros resultados da temporada, o diretor de futebol Carlos Belmonte afirmou que não havia risco de demissão e que o treinador seguiria no cargo “independentemente do resultado” de um jogo-chave, citando confiança total no trabalho do argentino. Na ocasião, Belmonte garantiu à ESPN que não havia risco de demissão e que a gestão tinha total convicção no trabalho do Zubeldía, enfatizando também que os jogadores confiavam no argentino. 
   O dirigente chegou a cravar que Zubeldía continuaria no comando pelo menos até o clássico seguinte, numa demonstração pública de respaldo ao treinador. Além disso, Belmonte fez questão de rechaçar rumores de que o clube estaria negociando com outro técnico pelas costas: “Nós nunca faríamos isso. Só podemos buscar um treinador quando não tivermos um. Essa especulação nunca existiu.”, disse ele, negando que Dorival Júnior (na época, livre no mercado) estivesse apalavrado para um retorno.
   Nos bastidores, porém, a cúpula tricolor já demonstrava preocupação. Pessoas próximas ao presidente Julio Casares revelaram que ele era um dos últimos defensores de Zubeldía dentro do clube, tentando dar voto de confiança ao técnico em meio à má fase. Entretanto, o clima no conselho deliberativo e entre outros diretores era de ceticismo crescente. Após a derrota para o Vasco, a pressão atingiu níveis “próximos do insuportável”, conforme definiu uma fonte ouvida pelo blog do jornalista Jorge Nicola. Dirigentes e conselheiros passaram a duvidar que Zubeldía teria capacidade de reverter a situação, diante de um time estagnado que não reagia mesmo após mudanças táticas e retornos de lesionados.
 

Palmeiras e São Paulo na semifinal do Paulistão 2025 - Reprodução Cesar Greco/Palmeiras

Palmeiras e São Paulo na semifinal do Paulistão 2025 - Reprodução Cesar Greco/Palmeiras

 

   No âmbito nacional e internacional, o desempenho de Zubeldía foi paradoxal. Na Copa Libertadores 2025, o time fez uma campanha histórica na fase de grupos: eles conseguiram a conquista inédita de vencer todos os jogos fora de casa (algo que o clube nunca havia feito antes na história da competição). Com a força desse desempenho, o São Paulo avançou para as oitavas de final como o primeiro colocado do grupo. A equipe também avançou na Copa do Brasil, para as oitavas de final, na qual o Athletico-PR é seu adversário. 
   Por outro lado, o calcanhar de Aquiles foi o Campeonato Brasileiro. O São Paulo do antigo técnico não conseguiu embalar uma boa sequência na liga nacional. Em 12 rodadas disputadas até a pausa de junho, o time conquistou apenas 12 pontos (2 vitórias, 6 empates e 4 derrotas) e ocupa a 14ª colocação na classificação – somente um ponto acima da zona de rebaixamento. Esse rendimento aquém do esperado no Brasileirão foi apontado unanimemente como o principal fator para a queda do treinador. Mesmo com a vaga assegurada nas oitavas da Libertadores e da Copa do Brasil, a diretoria não tolerou o risco de ver o Tricolor envolvido na luta contra o rebaixamento  no campeonato nacional.
   Outro aspecto marcante da passagem de Zubeldía foi seu estilo explosivo à beira do gramado. O argentino rapidamente caiu nas graças da torcida pelo jeito enérgico com que vivia as partidas, comemorando gols efusivamente e reclamando de arbitragens com veemência. No entanto, essa característica cobrou seu preço: em 85 jogos no comando, Zubeldía recebeu nada menos que 35 cartões (32 amarelos e 3 vermelhos) – um recorde negativo que o fez cumprir diversas suspensões e desfalcar o time no banco em partidas importantes. 
  Em determinado momento de 2025, o técnico acumulava mais cartões amarelos do que vitórias na temporada, estatística que evidenciou problemas de disciplina e certa desorganização em campo. As escolhas táticas de Zubeldía também ficaram sob escrutínio conforme os resultados pioravam. Por exemplo, a insistência em escalar o atacante Luciano improvisado como meio-campista gerou muitas críticas dos analistas e torcedores, que viam o time sem criatividade no setor ofensivo.

 

Luis Zubeldía tomou cartão vermelho diante do Athetico-PR, na Ligga Arena. Foto: Reprodução: Nelson AlmeidaTV Globo
Luis Zubeldía tomou cartão vermelho diante do Athetico-PR, na Ligga Arena. Foto: Reprodução: Nelson AlmeidaTV Globo


   A diretoria são-paulina vinha manifestando apoio público a Zubeldía há pouco tempo, apesar da pressão externa. Ainda em meados de abril, quando oscilavam os primeiros resultados da temporada, o diretor de futebol Carlos Belmonte afirmou que não havia risco de demissão e que o treinador seguiria no cargo “independentemente do resultado” de um jogo-chave, citando confiança total no trabalho do argentino. Na ocasião, Belmonte garantiu à ESPN que não havia risco de demissão e que a gestão tinha total convicção no trabalho do Zubeldía, enfatizando também que os jogadores confiavam no argentino. 
   O dirigente chegou a cravar que Zubeldía continuaria no comando pelo menos até o clássico seguinte, numa demonstração pública de respaldo ao treinador. Além disso, Belmonte fez questão de rechaçar rumores de que o clube estaria negociando com outro técnico pelas costas: “Nós nunca faríamos isso. Só podemos buscar um treinador quando não tivermos um. Essa especulação nunca existiu.”, disse ele, negando que Dorival Júnior (na época, livre no mercado) estivesse apalavrado para um retorno.
   Nos bastidores, porém, a cúpula tricolor já demonstrava preocupação. Pessoas próximas ao presidente Julio Casares revelaram que ele era um dos últimos defensores de Zubeldía dentro do clube, tentando dar voto de confiança ao técnico em meio à má fase. Entretanto, o clima no conselho deliberativo e entre outros diretores era de ceticismo crescente. Após a derrota para o Vasco, a pressão atingiu níveis “próximos do insuportável”, conforme definiu uma fonte ouvida pelo blog do jornalista Jorge Nicola. Dirigentes e conselheiros passaram a duvidar que Zubeldía teria capacidade de reverter a situação, diante de um time estagnado que não reagia mesmo após mudanças táticas e retornos de lesionados.
 

 

Zubeldía à beira do campo em partida contra o Vasco. Foto: Rubens Chiri e Paulo Pinto/Saopaulofc.net
Zubeldía à beira do campo em partida contra o Vasco. Foto: Rubens Chiri e Paulo Pinto/Saopaulofc.net

 

   O clube segue vivo em duas frentes importantes. Na Copa Libertadores da América enfrentará o Atlético Nacional, da Colômbia, em agosto. Já na Copa do Brasil, disputa vaga contra o Atlético-PR e o primeiro jogo acontece no dia 31 de julho, no Morumbi. Ao mesmo tempo, a equipe convive com a ameaça de uma campanha desastrosa no Brasileirão. O novo treinador herdará um cenário desafiador, porém com oportunidades. A possibilidade de conquistar um título continental ou nacional de mata-mata é real e pode dar brilho à temporada. Por outro lado, o técnico estreante precisará, com urgência, estancar a sangria no Campeonato Brasileiro para afastar o fantasma do rebaixamento.
   Felizmente para o Tricolor, o calendário reserva uma janela valiosa para arrumar a casa. Devido à realização da Copa do Mundo de Clubes da Federação Internacional de Futebol Associado (FIFA) em junho e julho, as competições serão paralisadas por quase um mês. Com isso, o São Paulo só volta a campo pelo Brasileirão no dia 11 de julho, quando enfrentará o Flamengo, no Maracanã. 
   Essa pausa deverá ser aproveitada como uma espécie de “mini pré-temporada” pelo elenco. Os jogadores entraram em férias logo após a partida contra o Vasco e tem retorno marcado para 26 de junho, data em que a comissão técnica – possivelmente a nova – iniciará os trabalhos visando a retomada dos torneios. A ideia manifestada nos bastidores é anunciar o novo treinador antes dessa reapresentação, justamente para que ele possa dispor de cerca de duas semanas de treinamentos ininterruptos com o grupo completo, sem a pressão imediata de jogos oficiais.
   Esse período também servirá para recuperar jogadores lesionados. Atualmente, o Departamento Médico conta com  nomes importantes, como Oscar e Lucas, em fase final de reabilitação. 
   No entanto, nem tudo são boas notícias. A tabela de reestreia no Brasileirão promete ser ingrata, exigindo que o eventual “efeito positivo” da troca de comando seja imediato. Logo apósvisitar o Flamengo no Rio de Janeiro, o Tricolor enfrenta na sequência, ainda fora de casa, o Red Bull Bragantino, terceiro colocado na tabela, em Bragança Paulista. Depois recebe, no Morumbi, o Corinthians, no clássico Majestoso, em duelo que pode ter contornos decisivos para as pretensões do Tricolor no campeonato. 
   Assim, a consequência direta da saída de Zubeldía é que o São Paulo aposta numa espécie de “recomeço” no meio da temporada. A margem de erro diminuiu: se antes havia esperança de recuperação com o treinador antigo, agora a expectativa recai sobre um novo nome para extrair mais deste elenco. A diretoria sinaliza que irá “fazer de tudo para salvar o ano”, o que inclui eventualmente reforçar o time com contratações pontuais indicadas pelo próximo técnico, aproveitando a janela de transferências de julho. 
   Entretanto, qualquer plano passa por uma variável fundamental: a resposta dos jogadores dentro de campo. Se o grupo conseguir assimilar bem as mudanças e reagir, o São Paulo ainda pode almejar uma campanha digna em 2025. Caso contrário, a saída de Zubeldía terá sido em vão, e o clube poderá enfrentar um segundo semestre tão ou mais conturbado quanto o primeiro.
 

Com um compilado de quatro reportagens, textos trazem diferentes perspectivas sobre o tema
por
Nathalia de Moura
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16/06/2025 - 12h

O site Donas da Bola, idealizado por Nathalia de Moura para a disciplina de Jornalismo Contra-Hegemônico, lecionada pela Professora Doutora Anna Flávia Feldmann, visa, a partir de dados, imagens, entrevistas e diferentes perspectivas, mostrar a desvalorização do futebol feminino, além de impulsionar e dar voz à luta e às atletas.

Com um compilado de quatro reportagens, o primeiro texto contextualiza historicamente o futebol feminino, trazendo o olhar de Renata Beltrão, Mestre em Museologia e Coordenadora de Comunicação do Museu do Futebol. O segundo texto aborda a realidade das categorias de base feminina de clubes brasileiros. Com depoimentos das atletas Laryssa Lourenço e Giovanna Holanda, temos um panorama das equipes jovens e o sentimento das jogadoras perante a realidade enfrentada.

A terceira reportagem foca na cobertura jornalística na modalidade feminina, os desafios enfrentados e o que pode ser feito para melhorar, tudo isso com a ajuda da Jornalista do jornal Lance!, Juliana Yamaoka. Na quarta e última reportagem, uma entrevista com a goleira do Corinthians, Kemelli Trugilho, mostra um panorama do futebol profissional feminino e a situação dos clubes da elite brasileira, além das medidas que podem ser tomadas para alavancar e valorizar o esporte.

Para acessar as reportagens, basta clicar no link a seguir: https://donasdabola.my.canva.site/

Conheça o podcast gol de pátria
por
Matheus Henrique
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16/06/2025 - 12h

O Gol de Pátria é um podcast universitário e independente, produzido por Matheus Henrique, estudante de Jornalismo da PUC-SP.

O objetivo do projeto é discutir política a partir do futebol, mostrando como clubes, torcidas e seleções carregam identidades nacionais e disputas históricas. A proposta aqui é investigar de que forma o esporte reflete e influencia noções políticos, culturais e sociais.

No primeiro episódio do Gol de Pátria, falamos sobre a fundação de alguns clubes e o contexto político em que surgiram. Na primeira parte, analisamos como a ditadura franquista na Espanha se relacionou com times como o Barcelona F.C. e o Athletic Bilbao. Na parte final do episodio, vamos até a Escócia para entender como a rivalidade entre Celtic F.C. e Rangers F.C. expressa questões profundas entre unionismo e separatismo no país.

Trabalho realizado para a disciplina de Jornalismo Contra-hegemônico, lecionada pela professora Anna Flávia Feldmann.

Ficha técnica:

Produção, locução, direção e edição: Matheus Henrique

Trabalhos técnicos: Ernesto Foschi

Duração: 25:56

Líder do ranking mundial não perdia desde fevereiro deste ano
por
Henrique Baptista
Lucca Andreoli
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13/06/2025 - 12h

 

Brasileiros da Legacy cumprimentam a equipe europeia após vitória Foto: Divulgação/Radosław Makuch/HLTV
Brasileiros da Legacy cumprimentam a equipe europeia após vitória Foto: Divulgação/Radosław Makuch/HLTV

Os brasileiros da Legacy tiveram uma estreia histórica no Stage 3 do BLAST.tv Austin Major 2025. Com uma atuação dominante, os brasileiros atropelaram a Vitality pelo placar de 13 a 3 e quebraram uma impressionante sequência de 30 partidas invictas da equipe europeia, que não perdia desde fevereiro.


Até então, o time da estrela mundial Zywoo havia vencido todos os seus confrontos no ano em partidas decisivas, conquistando seis campeonatos em sequência e alcançando o primeiro lugar do ranking global de forma isolada. 


Apesar da grande vitória, os brasileiros foram superados no segundo jogo do dia pela Virtus.Pro por 13 a 11 no mapa Ancient, em duelo bastante equilibrado. Com isso, a campanha da Legacy no Stage 3 agora é de uma vitória e uma derrota, e a classificação para os playoffs será decidida nas próximas duas rodadas.

FURIA brilha no primeiro dia do Stage 3

A FURIA fez bonito no início do Stage 3. A equipe venceu seus dois compromissos da quinta-feira: primeiro contra a The MongolZ, em partida acirrada na Inferno, e depois contra a Aurora, com uma performance mais sólida. Os Panteras chegam ao placar de 2 a 0 em vitórias e precisam ganhar apenas mais uma para se garantirem entre os oito melhores do Major.

Molodoy foi o destaque do segundo confronto, com rating de 1.92  Foto: Divulgação/Radosław Makuch/HLTV
Molodoy foi o destaque do segundo confronto, com rating de 1.92  Foto: Divulgação/Radosław Makuch/HLTV

paiN em risco após duas derrotas

Para os brasileiros da paiN Gaming a situação é delicada no Major. Após as derrotas para a G2 Esports e Team Spirit, a equipe fecha o primeiro dia do Stage 3 na zona de eliminação, onde qualquer nova derrota resultará na despedida do torneio. A próxima partida será nesta sexta-feira (13), contra a Nemiga, em confronto decisivo.

Glossário Counter-Strike:

Inferno / Anubis / Ancient / Mirage / Dust2: Mapas do jogo. Cada partida é disputada em um ou mais mapas, com estilos e táticas próprios.
Melhor de um (MD1) / Melhor de três (MD3): Formatos de série. No MD1, a vitória é decidida em um único mapa. No MD3, vence quem ganhar dois mapas.
Playoffs: Etapa eliminatória do torneio, que reúne as melhores equipes após a fase de grupos.
Stage: Etapa do Major. O campeonato é dividido em diferentes stages, e o Stage 3 reúne os oito melhores times da competição.

Desempenho afeta distribuição de vagas para o Major de Budapeste
por
Henrique Baptista
João Pedro Lindolfo
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11/06/2025 - 12h

O MIBR se despediu do BLAST.tv Austin Major 2025 nesta terça-feira (10). A equipe brasileira foi superada pela FaZe Clan por 2 a 0 na série decisiva do Stage 2 e terminou sua campanha com três derrotas e apenas duas vitórias. O revés não só selou a eliminação do time, como também trouxe um impacto significativo para o cenário das Américas: a região perdeu uma das 11 vagas que teria direito para o próximo mundial, em Budapeste, no segundo semestre de 2025.

Com a derrota, o MIBR finaliza sua participação na competição entre os 11 primeiros, faturando uma premiação de US$ 10 mil, equivalente a R$ 55,7 mil. A FaZe, por sua vez, avançou ao Stage 3, a fase principal do torneio, que reúne as oito melhores equipes.

A eliminação veio após uma campanha de altos e baixos. O MIBR chegou ao confronto decisivo embalado pela vitória sobre a Falcons, uma das favoritas ao título e top 4 do ranking mundial, em uma série épica de três mapas e três overtimes

No primeiro mapa, Anubis, a FaZe dominou completamente, vencendo por 13 a 4. O MIBR ainda mostrou resistência em Ancient, levando a disputa para a prorrogação, mas acabou derrotado por 16 a 12, dando adeus ao Major.

 

O ucraniano S1mple comemora vitória sobre a equipe brasileira.
O ucraniano S1mple comemora vitória sobre a equipe brasileira. Foto: Divulgação/Josip Brtan/HLTV

Américas sofrem revés no sistema de classificação

A eliminação do MIBR teve consequências além do desempenho esportivo. Por conta do novo sistema de classificação baseado em desempenho regional, as Américas precisavam colocar ao menos cinco equipes entre as 16 melhores para manter suas 11 vagas no Major de Budapeste.

Com as classificações de FURIA, paiN, Legacy e Liquid, o número ficou em apenas quatro, insuficiente para manter o total. A vaga perdida será realocada para a Ásia, região que teve desempenho histórico em Austin com a Lynn Vision.

Três brasileiros seguem no Major

Apesar da queda do MIBR, o Brasil ainda está representado no BLAST.tv Austin Major por três equipes: FURIA, paiN e Legacy, todas classificadas ao Stage 3. A competição segue nos Estados Unidos até o dia 22 de junho, com premiação total de US$ 1,25 milhão, cerca de R$ 6,95 milhões.
 

Glossário Counter-Strike:

Anubis / Ancient: Mapas do jogo com características táticas distintas. Cada série pode ter até três mapas.

 

Melhor de três mapas (MD3): Formato em que duas equipes disputam até três mapas. Vence quem ganhar dois.

 

Troca de lados: Mudança de função no meio do mapa — quem ataca (TR) passa a defender (CT) e vice-versa.

 

Rating: Índice que mede o desempenho individual dos jogadores. Um rating acima de 1.00 indica performance superior à média.

 

Overtime: Prorrogação. É ativada quando o jogo termina empatado no tempo regular. A disputa segue até que uma equipe abra vantagem.

 

Stage: Etapa do campeonato. O Major é dividido em stages, como o Challengers Stage, Stage 2 (suíço) e Stage 3 (fase principal).

Três equipes brasileiras já estão no Stage 3, enquanto o MIBR sobrevive com vitória histórica
por
Henrique Baptista
João Pedro Lindolfo
|
10/06/2025 - 12h

O Counter-Strike brasileiro vive uma fase de afirmação no BLAST.tv Austin Major 2025. Após o avanço histórico da Legacy, foi a vez de FURIA e paiN confirmarem vaga no Stage 3 do campeonato, última etapa suíça antes dos playoffs. Agora, o Brasil tem três representantes garantidos na próxima fase — e um quarto na luta: o MIBR.

A FURIA conquistou a vaga em uma virada emocionante sobre a B8 nesta segunda-feira (9). Depois de perder o primeiro mapa, Mirage, por 13 a 3, a equipe liderada por “FalleN” respondeu com autoridade em Train (13 a 6) e manteve o embalo na decisão. Em Ancient, a FURIA assumiu o controle do jogo ainda no primeiro half e garantiu a vitória por 13 a 7.

Mais cedo, foi a paiN quem cravou presença no Stage 3. Em uma série sólida contra a Lynn Vision, os brasileiros venceram por 2 a 0, com destaque para o desempenho dominante em Dust2 e Nuke. Mesmo com uma breve reação chinesa no segundo tempo do primeiro mapa, a paiN soube recuperar o controle e fechou o duelo com autoridade.

Já a Legacy havia se tornado a primeira equipe brasileira classificada ainda no domingo (8), ao superar a FaZe, do astro s1mple, por 2 a 0. Com boas execuções táticas e sangue frio nos momentos decisivos, os brasileiros fecharam Mirage por 13 a 7 e viraram Dust2 em um apertado 13 a 11, selando a classificação com campanha invicta no Stage 2.

MIBR sobrevive com vitória heroica

Na luta pela sobrevivência, o MIBR venceu a Falcons, uma das favoritas ao título e atual top 4 do ranking mundial, em uma série emocionante e segue vivo no Major. Após começar o Stage 2 com duas derrotas, a equipe brasileira mostrou força mental para virar a série nesta segunda-feira, garantindo a segunda vitória e ficando a um triunfo de avançar ao Stage 3.

A vitória veio de forma heroica: no terceiro mapa da série, o MIBR precisou de três overtimes para superar a Falcons e manter vivo o sonho de seguir no campeonato.

Se por um lado o Brasil brilha, outros nomes se despedem do torneio. A M80, a TYLOO, OG e a Falcons foram eliminadas nesta rodada e se juntam à lista de equipes que já deixaram o Major, como Imperial, Fluxo e Complexity.

O BLAST.tv Austin Major 2025 segue até o dia 22 de junho, nos Estados Unidos, reunindo as 32 melhores equipes de Counter-Strike do mundo. A premiação total do torneio é de US$ 1,25 milhão, cerca de R$ 6,95 milhões.


Glossário Counter-Strike

Mirage / Dust2 / Train / Ancient / Nuke / Inferno: Mapas do jogo, cada um com estilo e táticas diferentes. As equipes se enfrentam neles durante as séries.

Melhor de três mapas (MD3): Formato em que duas equipes disputam até três mapas. Vence quem conquistar dois mapas primeiro.

Troca de lados: Momento em que as equipes mudam de função: quem estava atacando (TR) passa a defender (CT) e vice-versa, geralmente após a metade do mapa.

Rating: Métrica usada para avaliar o desempenho individual dos jogadores. Um rating de 1.00 é considerado mediano; acima disso indica performance acima da média.

Overtime: Prorrogação. Ocorre quando uma partida empata no tempo regulamentar. São disputados rounds extras até que uma equipe abra a vantagem necessária.

Stage: Etapa do campeonato. O Major é dividido em stages com formatos de disputa diferentes (sistema suíço e playoffs)

Armador do Thunder conquista prêmio pela primeira vez na carreira
por
Enrico Peres
|
09/06/2025 - 12h

 

Com o fim da temporada regular de 2024/25 e a continuidade dos Playoffs da National Basketball Association (NBA), as premiações individuais da liga foram anunciadas. O destaque foi para o prêmio de Most Valuable Player, Jogador Mais Valioso em português, que ficou com Shai Gilgeous-Alexander, armador do Oklahoma City Thunder. O canadense desbancou o sérvio Nikola Jokic, do Denver Nuggets, e o grego Giannis Antetokounmpo, do Milwaukee Bucks, para conquistar o prêmio. Confira outros vencedores:

 

Rookie of The Year – Novato do Ano: Stephon Castle 

O armador de 20 anos do San Antonio Spurs conquistou o prêmio de Novato do Ano, desbancando Zaccharie Risacher, do Atlanta Hawks, e Alex Sarr, do Washington Wizards, primeira e segunda escolhas gerais do draft de 2024 após uma boa temporada com 14.7 pontos de média sendo a terceira opção do time, atrás do veterano Chris Paul e do grande prospecto Victor Wembanyama.

O jogador, que foi escolhido como a quarta escolha geral no draft, aumentou seu desempenho ao longo da temporada e, após lesão de Wemby e mau momento de Chris Paul, chegou a ser o protagonista da equipe, mesmo com os Spurs não brigando por Playoffs.  

Na entrega do prêmio, o jogador se juntou com as lendas da franquia David Robinson, Tim Duncan e Wembanyama, que também conquistaram o prêmio pelo time do Texas. 

Duncan, Robinson, e Wemby dando o prêmio de ROTY para Stephon Castle. Foto: Divulgação/X/@KSATMartRom
Duncan, Robinson, e Wemby dando o prêmio de ROTY para Stephon Castle. Foto: Divulgação/X/@KSATMartRom

 

 

Defensive Player of The Year (DPOY) – Defensor do Ano: Evan Mobley 

Sendo, discutivelmente, o prêmio mais aberto para um vencedor até os últimos dias da temporada, o DPOY acabou nas mãos do pivô Evan Mobley, do Cleveland Cavaliers. Desde a lesão de Wembanyama em fevereiro, não se tinha certeza de quem conquistaria o prêmio. A disputa ficou entre o veterano Draymond Green, que chegou a liderar a corrida do prêmio com a arrancada do Golden State Warriors no final da temporada regular, Dyson Daniels, do Atlanta Hawks, e Mobley. A organização decidiu premiar o pivô, que foi um dos protagonistas dos Cavs com médias de 9.3 rebotes e 1.6 tocos, que terminaram a temporada com mais de 60 vitórias. 

 

Evan Mobley segurando o troféu de DPOY. Foto: Divulgação/X/@cavs
Evan Mobley segurando o troféu de DPOY. Foto: Divulgação/X/@cavs

 

 

Most Improved Player – Jogador que Mais Evoluiu: Dyson Daniels 

Com muitas polêmicas, o ala-armador Dyson Daniels, do Atlanta Hawks, foi eleito o jogador que mais evoluiu na temporada. O que gerou discussões foi o jogador do Hawks desbancar Cade Cunningham, que teve uma temporada histórica liderando o Detroit Pistons para os Playoffs, transformando uma franquia que havia perdido 68 jogos na última temporada para uma equipe competitiva.

A comparação de Cade e Daniels e o motivo para o prêmio ter ido para o Guard de Atlanta é a diferente expectativa que os jogadores carregavam quando chegaram na liga. Cunningham foi a primeira escolha geral do draft de 2021 sendo um prospecto altíssimo, a atuação dele nessa temporada foi vista pela liga como apenas seu potencial sendo naturalmente alcançado, não uma evolução inesperada como a de Dyson Daniels, que também brigou pelo título de defensor do ano. 

 

Coach of The Year - Técnico do Ano: Kenny Atkinson 

Em sua primeira temporada como treinador principal de uma equipe, Kenny Atkinson levou o prêmio de melhor técnico da temporada, comandando o Cleveland Cavaliers para 64 vitórias na temporada regular. Kenny já havia se destacado como técnico assistente, com bons trabalhos em Atlanta e em São Francisco com o Warriors, onde foi campeão em 2022. O treinador com o melhor recorde da temporada, Mark Daigneault, do Thunder, não poderia ganhar o prêmio por ter sido eleito melhor técnico na temporada passada. 

 

Clutch Player of The Year – Jogador Mais Decisivo do Ano: Jalen Brunson 

A premiação mais recente da liga, a de jogador mais decisivo do ano, foi conquistada por Jalen Brunson, armador do Knicks. Sendo o jogador que mais fica com a bola no famoso “Clutch Time”, os últimos cinco minutos de um jogo com a diferença sendo de no máximo cinco pontos.  Além disso, Brunson foi o jogador com maior média de pontuação nesse tempo (5.5), com 37 arremessos convertidos e mais de 50% de aproveitamento no arremesso. Os Knicks foram o quinto time com mais vitórias em jogos que alcançaram o “Clutch Time”, com 19 vitórias em 31 jogos. 

 

Six Man of The Year – Sexto Homem do Ano: Payton Prichard 

Com o grande elenco do Boston Celtics, o armador Payton Prichard se consolidou como um grande jogador vindo do banco da franquia para conquistar o prêmio. Especialista na bola tripla, o jogador teve uma evolução progressiva desde que foi selecionado no draft pelo próprio Celtics em 2020, chegando nessa temporada a 14.3 pontos de média, com 40% no perímetro. 

 

Most Valuable Player – Jogador Mais Valioso: Shai Gilgeous-Alexander 

A disputa de MVP deste ano foi, para grande parte da mídia americana, a mais parelha de toda a história da NBA desde a sua modernização. De um lado, Nikola Jokic, pivô do Denver Nuggets que, mesmo conquistando o prêmio três vezes, chegou em seu auge apenas na última temporada, com médias de triplos-duplos e com atuações nunca vistas na história do basquete. Do outro, Shai Gilgeous-Alexander, armador e protagonista do Oklahoma City Thunder, melhor equipe da temporada. 

A discussão sobre quem deveria sair vencedor se manteve por toda a temporada, levantando um debate na mídia e no meio dos próprios jogadores da liga: “Qual a definição de Valioso na NBA?”. Se o mais valioso é ser um jogador que quebra recordes e carrega sua equipe o ano todo, ou ser o melhor jogador do melhor time? Revolucionar a sua posição e se tornar a referência como um pivô deveria jogar na atualidade ou ter uma das temporadas mais dominantes de um armador no século? Shai acabou levando a melhor na temporada regular e, após os dois times se enfrentarem nos Playoffs da conferência oeste, série em que o canadense também conquistou, a NBA anunciou que o jogador havia sido eleito o MVP.

 Shai com o prêmio de MVP. Foto: Divulgação/X/@okcthunder
 Shai com o prêmio de MVP. Foto: Divulgação/X/@okcthunder

 

João Fonseca, Mirra Andreeva, Jakub Mensik… Conheça os principais talentos estreantes em Roland Garros
por
Felipe Achoa
|
09/06/2025 - 12h

Vivemos tempos de renovação no tênis mundial. O fim da era de Nadal, Federer e Djokovic, o último que segue na ativa em claro fim de carreira. Esses talvez sejam os três maiores tenistas de toda a história. O fim dessas estrelas abre caminho para novas brilharem e pouco a pouco, atletas jovens tomam posições do alto escalão do tênis e desbancam gradativamente uma geração de atletas que já passaram do seu auge. Janick Sinner, Carlos Alcaraz, Ben Shelton, Jack Draper são alguns nomes que compõem essa nova geração. 

No entanto, a recente vitória de Jakub Mensik sobre Novak Djokovic na final do Miami Open e seus bons números no Aberto de Madri, também extraindo bons resultados no Roland Garros, evidenciam um fenômeno ainda mais recente que começa a dar seus primeiros e fundamentais passos na melhor categoria de tênis do planeta. 

Novak Djokovic parabeniza Jakub Mensik após ser derrotado pelo jovem por 7-6 (4), 7-6 (4) na final do Miami Open.  Foto por: The Guardian - Rebecca Blackwell/AP
Novak Djokovic parabeniza Jakub Mensik após ser derrotado pelo jovem por 7-6 (4), 7-6 (4) na final do Miami Open. 
Foto por: The Guardian - Rebecca Blackwell/AP


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Neste contexto surge uma supernova geração do tênis. Uma, ainda muito jovem (sub 20), classe de tenistas do mais alto nível que nem sequer atingiram seu auge, mas que já mergulham no top 100 da ATP e da WTA, as duas principais categorias federativas do Tênis mundial, e dão os primeiros lampejos do que poderemos ver no futuro.

Como primeiro destaque desta supernova geração, o já citado, atual campeão do Master 1000 de Miami, Jakub Mensik. O Tcheco, que tem apenas 19 anos, chocou o mundo recentemente ao vencer o maior campeão da história do torneio americano e um dos melhores tenistas de todos os tempos (Novak Djokovic) por dois sets a zero. 

Mesmo sendo ainda muito jovem, Mensik é o tipo de atleta que tem um jogo mental forte, muito difícil de se desestabilizar. O prematuro campeão de Miami também é tecnicamente apurado, tanto no saque quanto no jogo de fundo de quadra, e é capaz de apresentar performances deslumbrantes, especialmente em superfícies mais rápidas, que são os casos de quadras de grama e de quadras duras. Em entrevista à Agemt o ex-tenista profissional  e ex-comentarista do SporTV, Dácio Campos, explica:  “Mensik é um tenista alto, joga fundo, agressivo, tem bons golpes, um ótimo saque, tenista que promete”. 

Por outro lado, na WTA, a russa Mirra Andreeva, com dezessete anos, vem em uma das ascensões mais meteóricas já vistas no esporte e é uma das principais atletas do circuito. Ela tem apresentado boas performances em superfícies de saibro ao longo de 2025, tipo de quadra em que a tenista performa bem e já provou que é uma das favoritas, vencendo a última edição do Iasi Open. 

A jovem, que é considerada uma promessa, já ocupa a posição de número 7 no ranking feminino e prova que novos ares contemplam a modalidade, que vive um processo de renovação. “A evolução do tênis sempre gera uma nova classe, não tem entressafra", comenta Dácio. Andreeva é uma exímia sacadora e tem um dos melhores forehands (golpe executado com a mão dominante) da classe feminina atualmente, além de ser uma atleta muito completa no geral. 

Mirra Andreeva é campeã do Iasi Open 2024. Foto por: Iasi Open Facebook
Mirra Andreeva é campeã do Iasi Open 2024.
Foto por: Iasi Open Facebook

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Muitos especialistas alegam que Mirra representa um fenômeno nunca antes visto na história do esporte feminino, um potencial inédito, tamanho, que nem se torna possível usar alguma referência histórica como critério de comparação.

Ainda na divisão feminina, outra atleta com  destaque é Maya Joint, a australiana vem em crescente exponencial. Ela saiu da posição de número 1371 em 2023, para a 78 em 2025. A garota tem conquistado resultados relevantes em eventos da WTA e é uma das grandes promessas da sua geração.

Já os rankings da ATP contam com duas novas estrelas que conquistam os fãs e propagam uma verdadeira revolução no esporte, Learner Tien e João Fonseca. O americano, que completou 19 anos em dezembro do ano passado, é um atleta extremamente inteligente, técnico e tático. Apesar de não contar com um bom saque, a promessa estadunidense tem uma leitura de jogo excelente, antecipa muitas jogadas e explora os pontos fracos do adversário para consolidar seu estilo de jogo. Hoje ocupa a posição de número 68 na categoria masculina. 

Por fim, o brasileiro João Fonseca é o grande destaque esportivo masculino desta supernova geração do tênis. O carioca é o atual campeão do US Open NextGen, evento que catapultou sua imagem pública e o introduziu às grandes competições. 

Para além de muito completo e técnico, João tem um estilo de jogo absurdamente ofensivo, com um poderoso forehand, que mesmo vindo de um garoto de apenas 18 anos, já é verdadeiramente potente para o top 10 da ATP atual. Ao ser perguntado sobre as principais qualidades que o brasileiro apresenta, Dácio diz com entusiasmo: “Ele tem todas. Ele tem um bom saque, ele tem um belíssima direita, um boa esquerda, voleia bem, antecipa bem as jogadas, ele tem umas ferramentas boas pra jogar, né?”. 

João Fonseca em atuação durante o Rio Open 2023.  Foto de: Exame
João Fonseca em atuação durante o Rio Open 2023. 
Foto de: Exame

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonseca ainda vem em uma ascensão meteórica, com um salto da posição 727 em 2023 para a 57 em 2025, após boas performances no Roland Garros. Como se não bastasse a evolução significativa, o brasileiro também conquistou seu primeiro título na ATP (ATP 250) em Buenos Aires, batendo diversos atletas do top 100. 

Por sinal, o cartel do golden-boy já conta com vitórias sobre personagens importantes do ranking atual, dentre eles, Ugo Humbert (20°), Fran Cerundolo (18°), Navonne (89°), Etcheverry (62°), Andrey Rublev (15°), bem como sobre seu rival histórico, Learner Tien (68°). “O moleque é craque, tem uma boa cabeça, humilde, ou seja, ele tem todas as ferramentas” finaliza Dácio Campos. 

O desempenho de vários desses atletas no Roland Garros, um dos quatro Grand Slams do ano, excederam as expectativas, bem como reacenderam o entusiasmo de fãs e profissionais do tênis. Com o decorrer do tempo, novos atletas e novas gerações vêm a surgir e o esporte se renova. Agora, tudo o que resta é acompanhar atentamente e ver esses fenômenos prematuros se tornando realidade pouco a pouco, contemplar a beleza desse processo e o brilho dessas novas estrelas.