Conheça mais sobre o esporte de luta que é uma das principais forças brasileiras em Paris
por
Pedro Lima
Pedro Paes
Matheus Monteiro
|
24/07/2024 - 12h

Com origens do Egito Antigo, o boxe se tornou um esporte, de fato, no século VII – e introduzido nos Jogos Olímpicos antigos em 668 a.C.. Além de ser um esporte extremamente conhecido e aclamado, o boxe já foi destaque em inúmeras mídias de entretenimento, como os jogos eletrônicos e, principalmente, no cinema. 

Duas edições depois de Atenas 1896 – a primeira edição dos Jogos Olímpicos modernos – o boxe foi introduzido na era moderna das olimpíadas, em 1904, em St. Louis. A chegada do boxe feminino foi apenas na edição de 2012, em Londres, contando com as categorias mosca, leve e meio-pesado. Com o passar dos anos, o esporte sofreu algumas mudanças que facilitaram o processo de pontos e para garantir uma melhor proteção aos atletas com o auxilio do capacete – que hoje, é obrigatório apenas para as boxeadoras. 

Os Estados Unidos foi o primeiro país a conquistar uma medalha de ouro no esporte, detém o melhor aproveitamento do esporte nas Olimpíadas e procura se manter forte e competitivo a cada nova edição.

E como funciona o esporte?

As regras do boxe permitem que apenas amadores participem da competição, o que serve como uma grande porta de entrada para atletas que sonham em desempenhar uma carreira no esporte, para além dos Jogos. Um grande exemplo de lutador que trilhou este caminho foi Muhammad Ali, na época ainda conhecido como Cassius Clay, que venceu o meio-pesado nos Jogos Olímpicos de Roma, em 1960, desencadeando em uma carreira no esporte depois da conquista da medalha de ouro. 

No boxe olímpico masculino, as lutas são disputadas em rounds de três minutos cada; no feminino, eles duram dois minutos. Após as lutas, os juízes somam as pontuações e elegem como vencedor, o atleta que dominou o seu adversário por mais tempo e com base no desempenho do em cada round. 

Nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, toda a primeira fase do torneio e o início do mata-mata serão disputados na Arena Paris Norte, localizada em Seine-Saint-Denis, na região Ile-de-France. Nas semi finais e na tão aguardada final, o local do torneio muda e vai para o famoso Stade Roland-Garros, conhecido por receber partidas de tênis. Durante quase todos os dias das Olímpiadas, o boxe será atração em Paris 2024, com início no dia 27 de julho, e término no dia 09 de agosto.

Time Brasil

O boxe brasileiro é uma das maiores esperanças de medalhas do país nos Jogos Olímpicos de Paris, com sete conquistas nas últimas três edições olímpicas. A equipe deste ano conta com dez atletas confirmados. Confira quem representará o Brasil: 

  • Abner Teixeira (+92kg)

  • Bárbara dos Santos (66kg)

  • Beatriz Ferreira (60kg)

  • Caroline Almeida (50kg)

  • Jucielen Romeu (57kg)

  • Keno Marley (92kg)

  • Luiz Oliveira (57kg)

  • Michael Douglas Trindade (51kg)

  • Tatiana Chagas (54kg)

  • Wanderley Pereira (80kg)

 

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Beatriz Ferreira comemorando uma importante vitória nas Olimpiadas de Tóquio — Foto: REUTERS/Luis Robayo

O Brasil tem mostrado um crescimento significativo no boxe olímpico nas últimas décadas, com vários boxeadores emergindo como destaques. Entre eles, Beatriz Ferreira é uma das principais figuras do boxe brasileiro na atualidade. Ela conquistou a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 e é vista como uma das favoritas para Paris 2024. Outro nome de destaque é Hebert Conceição, que ganhou a medalha de ouro na categoria peso médio, também em Tóquio, com uma performance impressionante. Keno Marley, de 24 anos, também é um talento promissor, tendo conquistado medalhas em competições internacionais e sendo um nome a ser observado nas próximas Olimpíadas.

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Abner Teixeira, que foi bronze em Tóquio em sua categoria, também é um nome brasileiro em destaque. — Foto: AFP

Favoritos em Paris

De maneira geral, vários pugilistas internacionais estão sendo considerados favoritos para conquistar medalhas. Além dos brasileiros, já mencionados, como Beatriz Ferreira e Hebert Conceição, outros nomes a serem observados incluem Andy Cruz, de Cuba, que é campeão olímpico e mundial, e é considerado um dos boxeadores mais talentosos de sua geração, sendo um forte candidato a mais uma medalha de ouro. 

Outro cubano de destaque é Arlen López, campeão olímpico em Tóquio, que continua a ser uma força dominante em sua categoria. Da Austrália, Harry Garside, medalhista de bronze na última edição dos Jogos, tem mostrado uma evolução constante e é um potencial medalhista em Paris. Já Caroline Dubois, da Grã-Bretanha, é uma jovem talentosa que está rapidamente subindo no cenário internacional e pode ser uma surpresa nos Jogos de Paris.

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Andy Cruz conquistando a medalha de ouro na última Olimpíada — Foto: Valdrin Xhemaj, EPA-EFE

Vários países têm se destacado ao longo dos anos, acumulando muitas medalhas e estabelecendo tradições de excelência no esporte. Os Estados Unidos lideram o quadro de medalhas no boxe olímpico com 118 medalhas, sendo 50 de ouro, 27 de prata e 41 de bronze. Cuba é outra potência na modalidade, conquistando 78 medalhas ao todo – 41 de ouro, 19 de prata e 18 de bronze. Na sequência aparece a Grã-Bretanha, com 62 medalhas, sendo 20 de ouro, 15 de prata e 27 de bronze. A Itália com 15 medalhas de ouro, 15 de prata e 18 de bronze, tem ao todo 48 medalhas e é a quarta na lista.

As Olimpíadas de Paris 2024 prometem ser um evento emocionante para o boxe, com uma mistura de veteranos experientes e novos talentos competindo pelo ouro. A expectativa é alta, principalmente por possíveis medalhas brasileiras, e os fãs de boxe ao redor do mundo estão ansiosos para ver quem irá se destacar no ringue.

Conheça o esporte coletivo que mais conquistou medalhas para o Brasil
por
Juliana de Sá
Luciana Zerati
Sophia Dolores
Thomaz Cintra
|
23/07/2024 - 12h

Com as equipes femininas e masculinas classificadas, o vôlei vem como uma das principais modalidades da delegação brasileira. Ambas com potencial de medalha, Bernardinho e Zé Roberto Guimarães comandam os atletas que representarão um dos esportes mais populares para os brasileiros.

Quando a modalidade surgiu

O voleibol foi criado sob a direção de William Morgan, em 1895, nos Estados Unidos. Morgan, que trabalhava na ACM de Holyoke, Massachusetts, tinha como objetivo desenvolver um esporte de equipe sem contato físico entre os adversários, visando minimizar os riscos de lesões. A modalidade rapidamente ganhou popularidade e se espalhou de forma global, levada por soldados norte-americanos durante a Segunda Guerra Mundial, e atualmente é praticada em vários países, abrangendo todos os continentes.

Quando se tornou esporte olímpico

No final da década de 1940, algumas federações nacionais relacionadas ao esporte iniciaram discussões sobre a criação de um órgão internacional que teria a função de coordenar o desenvolvimento do voleibol. Essas ideias acabaram tomando forma e a partir de um congresso foi criada a Federação Internacional de Voleibol (FIVB), em 1947, em Paris. Dois anos mais tarde, foi realizada a primeira edição do Campeonato Mundial de Vôlei, apenas entre homens e, a versão feminina, teve sua estreia em 1952.

Com isso, a FIVB começou a pressionar o Comitê Olímpico Internacional (COI) para que o esporte fosse adicionado aos programas dos Jogos Olímpicos. Assim, em 1957, foi organizado um torneio-exibição durante a 53º sessão do COI, e após o sucesso do evento, o voleibol foi oficialmente introduzido pelo comitê em 1964, nos Jogos de Tóquio, tanto na modalidade masculina quanto na feminina.

Partida no vôlei masculino entre Brasil e Japão nos Jogos de Tóquio, em 1964 — Foto: Keystone/Hulton Archive/Getty Images
Partida no vôlei masculino entre Brasil e Japão nos Jogos de Tóquio, em 1964 (Foto: Keystone/Hulton Archive/Getty Images)

Explicação das regras

O esporte é praticado por duas equipes de 6 atletas separados por uma rede, em quadra, que tem medidas de 18m de comprimento e 9m de largura. As partidas nos Jogos Olímpicos são disputadas em um melhor de cinco sets, ou seja, o primeiro time a fechar três sets vence a disputa. Para vencer um set, é necessário que a equipe marque 25 pontos antes do adversário, com uma diferença mínima de dois pontos necessária. Um ponto é marcado quando a bola cai dentro da quadra rival ou quando o próprio oponente comete erros de jogo. Caso seja preciso, as equipes disputarão um quinto set, o “tie-break”, jogado até 15 pontos, com a mesma margem de dois pontos de diferença.

A única diferença nas competições oficiais entre as categorias feminina e masculina é a altura da rede: 2,24 metros para mulheres e 2,43 metros para homens.

Uma partida de vôlei exige que os atletas tenham grande força física e principalmente reflexos rápidos para que seja possível bloquear ataques rivais ou recuperar a bola antes que ela atinja o chão da quadra do seu time.

Onde serão as disputas

Entre os dias 27 de julho e 10 de agosto, a Arena Paris Sul será o palco das competições de vôlei masculino e feminino. No feminino, as fases de grupo se estenderão até 4 de agosto, enquanto no masculino, até 3 de agosto.

Arena Paris Sul (Foto: Paris 2024)
Arena Paris Sul (Foto: Paris 2024)

Países com mais medalhas

Nas Olimpíadas, intensas disputas têm marcado o desempenho das seleções, especialmente contra potências como os EUA, que, no masculino, acumulam três medalhas de ouro e mais três de bronze, representando uma ameaça ao Brasil. A delegação brasileira lidera o ranking de medalhas na modalidade, com seis medalhas no total, sendo três de ouro e outras três, de prata.

No vôlei feminino, tanto o Brasil quanto os Estados Unidos também dominam o cenário olímpico. As americanas, reconhecidas como uma das potências globais, conquistaram a primeira medalha de ouro apenas nos Jogos de Tóquio, em 2021, – além de outras cinco medalhas, sendo três de prata e duas de bronze até o momento. O Brasil, por sua vez, possui cinco medalhas no total, com duas medalhas de ouro. China e Cuba também se destacaram na história das Olimpíadas, com três medalhas de ouro cada. A União Soviética tem quatro de ouro e duas de prata, liderando o ranking.

Paula Pequeno foi a estrela da medalha de ouro do Brasil em 2008 (Foto: FIVB
Paula Pequeno foi a estrela da medalha de ouro do Brasil em 2008 (Foto: FIVB)

Experiência de juventude no Time Brasil

A equipe olímpica de 2024 inclui uma mistura de veteranos e novatos que se destacaram e estão prontos para entrarem em quadra em Paris. Entre os estreantes, Darlan, Flávio, Adriano e Lukas Bergmann farão suas primeiras aparições nos Jogos Olímpicos. O capitão, Bruninho, por outro lado, se prepara para sua quinta participação em uma Olimpíada, trazendo na bagagem três medalhas, incluindo uma de ouro conquistada aqui no Rio de Janeiro, em 2016. Outro destaque importante para a seleção masculina é também a participação dos irmãos Alan e Darlan, com Alan sendo oito anos mais velho e campeão dos Jogos Pan-Americanos de Santiago em 2023. Darlan expressou seu orgulho e admiração mútua durante uma entrevista e se diz muito orgulhoso de participar dos Jogos Olímpicos lado a lado com o irmão.

A família Bergmann também celebra uma conquista dupla, com Júlia convocada para a seleção feminina e Lukas destacando-se na equipe masculina. Lukas, de apenas 20 anos, brilhou na Liga das Nações (VNL) de 2024 e foi um dos destaques na vitória contra a Alemanha. Entre os veteranos, Lucão se prepara para sua quarta participação olímpica, enquanto Lucarelli está pronto para seu terceiro Jogos.

Irmãos Bergmann foram convocados pela primeira vez aos Jogos Olímpicos (Foto: CBV)
Irmãos Bergmann foram convocados pela primeira vez aos Jogos Olímpicos (Foto: CBV)

Na seleção feminina, seis jogadoras que conquistaram a prata nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 retornam: Ana Cristina, Carol, Gabi, Macris, Roberta e Rosamaria. A capitã Gabi participará pela terceira vez de uma Olimpíada, defendendo a seleção brasileira. Outra atleta de destaque em Paris, é Thaisa, uma das mais experientes e a mais alta da equipe, com 1,96m. A atleta, que possui dois ouros de Beijing 2008 e Londres 2012, retorna às quadras da seleção após se aposentar em 2018, motivada por novas metas, incluindo o ouro em Paris.

Em entrevista ao “Olympics”, Thaisa falou sobre sua volta, destacando sua determinação em alcançar mais uma conquista. Ela é uma das poucas atletas brasileiras com dois ouros olímpicos e é a única do vôlei com a chance de se tornar tri medalhista, caso conquiste o ouro em Paris.

Quais são as seleções favoritas ao ouro olímpico em 2024?

A recente conclusão da Liga das Nações de Vôlei (VNL) trouxe mudanças significativas no ranking mundial e delineou os possíveis favoritos para os Jogos Olímpicos de Paris 2024. A França, sede das Olímpiadas de 2024, venceu o Japão na final e se consolidou como uma potência no vôlei.

O Brasil, apesar de uma campanha regular na VNL, com seis vitórias e sete derrotas, permanece como um dos favoritos ao pódio em Paris 2024. A seleção brasileira segue sob o comando de Bernardinho, e mescla experiência e juventude com jogadores como Bruninho e Darlan se destacando. Enfrentando adversários históricos, como Polônia e Itália no grupo B, o Brasil tem pela frente um caminho desafiador, mas a tradição e a preparação intensa durante o próximo mês fortalecem suas chances de mais uma medalha de ouro.

Além da França e do Brasil, outras seleções se destacam como candidatas ao ouro em Paris 2024. A Itália, com seu recente bom desempenho e a Polônia, sempre competitiva e que eliminou os brasileiros nas quartas de final e conseguiu o terceiro lugar na VNL, são fortes nomes para o pódio em Paris.

No feminino, em Tóquio 2020, os Estados Unidos derrotaram o Brasil na final e conquistaram seu primeiro ouro, com a Sérvia completando o pódio após derrotar a República da Coreia. Desde então, os EUA mantêm sua relevância no cenário do vôlei feminino, embora não tenham alcançado o pódio nas competições mais recentes.

Outras seleções, no entanto, emergiram com força, prometendo uma competição acirrada em Paris 2024.

A Itália, por exemplo, destacou-se ao conquistar o bicampeonato da Liga das Nações em 2024. Com uma equipe liderada pela estrela Paola Egonu, as italianas chegam como uma das principais candidatas ao ouro. Já a Turquia, que figurou no top 4 da VNL em todas as edições até 2023, quando venceu o título. O Brasil, por sua vez, ainda sob o comando de José Roberto Guimarães, continua sendo uma das equipes favoritas na modalidade, com veteranas como Gabi, Carol e Thaísa, além das promissoras Ana Cristina e Júlia Bergmann, que mostram o potencial de levar a equipe novamente a mais um pódio olímpico.

Conheça o esporte e as Leoas que representarão o Brasil nos Jogos Olímpicos de Paris
por
Beatriz Barboza
Maria Fernanda Müller
Pedro Premero
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22/07/2024 - 12h
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As Leoas venceram a Argentina no Mundial Feminino de Handebol de 2023, na Dinamarca. – Foto: Divulgação/IHF

A competição olímpica de handebol se entende do dia 25 de julho a 8 de agosto. As equipes entram em quadra um dia antes da cerimônia de abertura, marcada para a sexta-feira (26), às 14h30, no horário de Brasília. O Brasil será representado somente pelas Leoas, equipe feminina que busca uma medalha olímpica inédita na modalidade.

Comandadas pelo técnico português Cristiano Rocha, a seleção garantiu a vaga nos Jogos Olímpicos de Paris após o ouro conquistado no Pan-Americano do ano passado, em Santiago. As Leoas apresentaram o melhor desempenho em Londres, em 2012, e no Rio, em 2016, quando chegaram nas quartas de final. Na última edição, em Tokyo, a equipe foi eliminada ainda na fase de grupos.

A goleira Gabi Moreschi e a armadora Bruna de Paula são os destaques da seleção. As duas se enfrentaram na final da última edição da Ligas dos Campeões Feminina de Handebol: Gabi defendeu a meta do time romeno CSM București, e Bruna representou a equipe húngara do Győri Audi ETO KC, o vencedor da competição.

O time masculino, embora tenha sido vice-campeão Pan-Americano no ano passado, não conseguiu se classificar após a derrota contra a Espanha no Pré-Olímpico, ainda na fase de grupos. 

Afinal, que esporte é esse?

O handebol foi criado em 1919, pelo professor de educação física alemão Karl Schelenz, em Berlim. Embora existam registros de jogos semelhantes em diversas culturas antigas, a versão moderna começou a ser desenvolvida na Alemanha e na Escandinávia. Inicialmente jogado ao ar livre, foi adaptado para ginásios em uma quadra de 40 por 20 metros, com um gol em cada extremidade, o que possibilitou a prática durante todo o ano, independente das condições climáticas.

A princípio era um jogo exclusivo para mulheres, somente se tornou misto ao ingressar nas Olimpíadas em 1936, nos Jogos de Berlim, ainda em sua versão de campo. Apenas em 1972, nos Jogos de Munique, a modalidade indoor (em ginásio) foi introduzida no programa masculino e a inclusão do torneio feminino aconteceu na edição seguinte, em Montreal-1976. A popularidade do handebol como esporte olímpico aumentou devido à sua dinâmica rápida e à natureza intensa das partidas.

Explicação das regras

O handebol é disputado por duas equipes de sete jogadores cada, incluindo o goleiro. O objetivo é simples: marcar mais gols que o adversário, arremessando a bola. Cada partida é dividida em dois tempos de 30 minutos, com um intervalo de 10 minutos entre eles. No caso de empate, há prorrogação ou até mesmo disputa de pênaltis para definir o vencedor.

Os jogadores podem utilizar qualquer parte do corpo acima dos joelhos para tocar a bola, mas há algumas restrições. Por exemplo, eles não podem dar mais de três passos com a bola nas mãos sem quicá-la no chão ou passá-la para um companheiro. O contato físico é permitido, mas deve ser feito de maneira controlada e sem intenção de machucar o adversário. Excesso de agressividade é penalizado com exclusão temporária ou até mesmo desqualificação.

Os arremessos são uma parte crucial do jogo, exigindo precisão e força. O goleiro, único jogador permitido dentro da área de gol, tem a tarefa árdua de defender os disparos dos atacantes adversários. E, claro, há diversas táticas e formações que as equipes utilizam para abrir espaço na defesa e encontrar a melhor oportunidade de marcar.

Handebol de areia

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Nos anos 2000, a modalidade foi reconhecida pela Federação Europeia de Handebol. Foto: Miriam Jeske/COB

A modalidade, criada na década de 90, foi inspirada no vôlei de praia, e nos anos 2000 foi reconhecida pela Federação Europeia de Handebol. Quatro anos depois, o primeiro torneio mundial foi realizado, e o país sede foi o Egito. Em 2018, marcou presença nos Jogos da Juventude de Buenos Aires.  Em busca de integrar o calendário olímpico oficial, o handebol de areia vai realizar um torneio na capital francesa. O evento será uma colaboração entre a Federação Internacional Handebol e a organização de Paris 2024.  

"O nosso objetivo é ter o handebol de praia no programa dos Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 2028. Já fizemos uma petição formal ao Comitê Olímpico Internacional para incluir a modalidade.", afirma Hristo Boshkoski, diretor da Federação Internacional de Handebol. "Como parte do nosso trabalho, a gente vai ter uma exposição do handebol de praia durante a Olimpíada de Paris, em 2024.", finaliza.

A princípio, o modelo da praia não é tão distante da quadra. A queda na areia é mais suave, por isso a intensidade do toque físico é menor. Uma diferença clara é o número de jogadores em quadra, 10 jogadores podem ser relacionados, mas só 4 são titulares. Além disso, cada tempo tem 10 minutos e um intervalo de cinco, e como foi inspirado no vôlei de praia, cada vitória dentro do tempo soma como um set.

Para ficar de olho!

Países europeus têm dominado historicamente o esporte: França, Dinamarca e Suécia estão entre as nações mais bem-sucedidas, com destaque para os franceses, que são atuais campeões olímpicos nas duas modalidades. Rússia e Noruega também possuem forte tradição no handebol olímpico, especialmente no torneio feminino.

As três seleções com mais medalhas de ouro são:

  • França - 4 medalhas, 3 no masculino e 1 no feminino;
  • Rússia - 4 medalhas, 2 no masculino e 2 no feminino;
  • Dinamarca - 1 medalha no masculino e 3 no feminino.

França e Noruega são as favoritas para a medalha de ouro na modalidade feminina. As duas seleções protagonizaram as últimas duas finais do mundial de hand, uma vitória para cada. Com base no desempenho no campeonato, as dinamarquesas, bicampeãs mundiais, podem surpreender. Já no masculino o domínio dinamarquês é histórico: são três títulos mundiais consecutivos, que explicam o favoritismo da seleção. Mikkel Hansen, lateral esquerdo da Dinamarca, é o maior artilheiro da história dos Campeonatos Europeus, com 296 gols, e dos Mundiais, com 356 gols. O atleta de 36 anos, foi considerado três vezes o Melhor Jogador do Mundo pela International Handball Federation (IHF) e anunciou sua aposentadoria após os Jogos de Paris.

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Mikkel Hansen, ouro no Rio 2016, anunciou a aposentadoria após a edição dos jogos olímpicos deste ano. – Foto: Daniel-Leal-Olivas/AFP via Getty Images.

Grupos e local dos Jogos

Este ano, foram classificadas 12 equipes, divididas em 2 grupos:

FEMININO:

  • Grupo A: Alemanha, Coreia do Sul, Dinamarca, Eslovênia, Noruega e Suécia
  • Grupo B: Angola, Brasil, Espanha, França, Holanda e Hungria

MASCULINO:

  • Grupo A: Alemanha, Croácia, Eslovênia, Espanha, Japão e Suécia
  • Grupo B: Argentina, Dinamarca, Egito, França, Hungria e Noruega

Os jogos serão disputados em dois estádios diferentes. Durante a fase de grupos, as partidas acontecem na Arena 6 Paris Sul. Nas demais etapas da competição, o Estádio Pierre Mauroy, casa do Lille Olympique SC, será o palco dos jogos.

Saiba mais sobre o esporte da bola laranja que promete muito em Paris.
por
Rafael Rizzo
|
19/07/2024 - 12h

O basquete é uma das principais modalidades dos Jogos Olímpicos. Em 2024, o esporte traz muitas narrativas para a capital francesa e promete ao público grandes emoções: desde o retorno do astro Lebron James ao torneio até a classificação histórica da Seleção Brasileira em cima da Letônia. 

Origem e trajetória olímpica

Dream Team, 1992. Andrew D. Bernstein/ Getty Images.
Dream Team, 1992. Andrew D. Bernstein/ Getty Images.

 

O basquetebol foi criado em 1891, nos Estados Unidos, por James Naismith, um professor de educação física, com o objetivo de manter a forma física de seus alunos durante o inverno. Após alguns anos de evoluções e reformulações, os primeiros campeonatos mundiais foram disputados durante os anos 50. 

O esporte apareceu pela primeira vez nos Jogos Olímpicos como uma modalidade de demonstração, em 1904, em St. Louis. O basquete se tornou um esporte olímpico, de fato, apenas em 1936, nas Olimpíadas de Berlim. Naquela edição, os EUA foram campeões e o próprio James Naismith que jogou a bola ao alto pela primeira vez, e marcou a entrada oficial do basquete nos Jogos Olímpicos. O basquetebol feminino, por sua vez, foi incluído no programa Olímpico nos Jogos de Montreal, somente 40 anos depois, em 1976.

Os criadores do esporte também são os maiores campeões do torneio. Os norte-americanos detém 16, das 20 medalhas de ouro no masculino e nove, das 12, no feminino, além de, combinados, mais duas medalhas de prata e três de bronze. Ademais, até o momento, contam com uma sequência de quatro ouros olímpicos consecutivos no masculino, e sete no feminino. 

Outras seleções tradicionais no torneio são a Rússia (antiga União Soviética), com 12 medalhas no total (4 de ouro, 4 de prata e 4 de bronze); a Espanha, com quatro de prata, todas contra os Estados Unidos, e uma de bronze; a França, com quatro pratas e um bronze, e a Austrália, com três pratas e três bronzes. O Brasil nunca conquistou o ouro olímpico, porém conta com uma medalha de prata e quatro de bronze, entre as equipes masculinas e femininas

Regulamento 

Lebron James e Anthony Edwards durante o amistoso entre USA e Alemanha. Foto: Reproduçao/ Usa Basketball.
Lebron James e Anthony Edwards durante o amistoso entre EUA e Alemanha. Foto: Reprodução/ Usa Basketball.

 

Atualmente, quem rege as regras do esporte nas Olimpíadas é a Federação Internacional de Basquete (FIBA). São dois times, cada um com cinco jogadores. A partida tem uma duração de 40 minutos, dividida em quatro tempos de dez minutos, e se terminar empatada são acrescidos cinco minutos até que se conheça o vencedor. A pontuação no basquete consiste no ato do jogador arremessar a bola em direção ao aro, ou a tabela, suspenso a 3,05 metros do chão e passando-a pela cesta. Vence quem fizer mais pontos, sejam eles de um (lance livre), dois (dentro da linha de três) ou três (fora da linha de três), até o apito final. 

Time Brasil

Para essa edição, a seleção masculina não conseguiu a classificação direta e teve que disputar a vaga no pré-olímpico. Na ocasião, os brasileiros fizeram o torneio de suas vidas e conseguiram a classificação, após chegarem na final e vencerem a Letônia, com 25 pontos de vantagem (94 a 69). Além disso, para coroar ainda mais a campanha dos brasileiros, Bruno Caboclo, pivô da equipe, foi eleito o melhor jogador da competição. 

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Bruno Caboclo recebendo o prêmio de melhor jogador do Pré-Olímpico, depois da classificação do Brasil – Foto: Reprodução/FIBA
 


Em contrapartida, a seleção feminina não conseguiu se classificar. Depois de disputar o Pré-Olímpico em Belém, em fevereiro deste ano, as brasileiras precisavam vencer por oito pontos de vantagem para conseguir a vaga, mas acabaram saindo derrotadas na partida contra a Alemanha. 

Chances brasileiras e os grandes favoritos

Após se classificarem, o Brasil caiu no grupo B, que conta com a Alemanha, atual campeã mundial; França, anfitriã e com o Victor Wembanyama como principal jogador; e a seleção do Japão, com Hashimura e companhia. Para se classificar, o Brasil precisa estar entre os dois primeiros colocados do grupo ou entre os dois melhores terceiros colocados dos grupos gerais. 

As possibilidades de medalha brasileira na competição são difíceis. Bruno Caboclo, Marcelo Huertas, Yago Matheus, Gui Santos e Léo Miendl são as principais nomes que o técnico croata Petrovic tem à sua disposição. Um bronze olímpico já seria uma grande conquista, tendo em vista que a seleção masculina não alcançou tal feito desde 1964.

O grande favorito da competição é os Estados Unidos. Após perderem o mundial de uma maneira surpreendente, Lebron James movimentou suas redes sociais, mexeu alguns pauzinhos e convenceu a comissão técnica a convocar um verdadeiro “time dos sonhos”. Os estadunidenses vem com força total e recheados de estrelas da National Basketball League (NBA), como Stephen Curry e Kevin Durant. Alemanha, França, Sérvia e Canadá são as outras seleções favoritas na disputa de medalhas. Algumas equipes que podem surpreender são a Espanha, que mesmo em uma fase irregular ainda tem muita tradição, a Austrália, pelo mesmo motivo, e o Brasil, por ter montado um time extremamente competitivo. 

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EUA montou um time digno da medalha de ouro, liderado por Lebron James, que disputa sua última Olimpíada da carreira. – Foto: Brian Babineau/NBAE  
 

 

No feminino, a hegemonia das norte-americanas será difícil de ser quebrada. Com um investimento pouco visto em outros países, a seleção feminina dos Estados Unidos é sólida, competitiva, talentosa e superior às adversárias em muitos outros aspectos. A nação sede, conta com um time competitivo e as francesas esperam estar no pódio. A Austrália também é destaque, com um bom time e uma forte tradição no feminino.

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Seleção estadunidense feminina vem de sete ouros consecutivos nos Jogos Olímpicos, sequência que iniciou em Atlanta, em 1996. – Foto: Gregory Shamus/Getty Images
 

Os palcos da modalidade na França serão a Arena Bercy, em Paris, e o Estádio Pierre Mauroy, em Lille. Os jogos começam no dia 27 e o Brasil estreia no mesmo dia, contra a França, 12h15 (horário de Brasília). 

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Arena Bercy, Paris. Foto: Divulgação/ Olympics Paris.


 

 

 

Com predomínio dos asiáticos, modalidade vem ganhando destaque nos Jogos Olímpicos
por
Nathalia de Moura
Octávio Alves
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19/07/2024 - 12h

O tênis de mesa será uma das atrações das Olimpíadas de 2024, em Paris, e promete muitas emoções. O esporte, que ganhou notoriedade nos últimos anos, possui suas particularidades e prende a atenção dos telespectadores, que não podem perder a bola de vista, já que ela pode atingir uma velocidade de 200km/h após o ataque de um atleta. Mesmo com domínio dos asiáticos no cenário atual, a modalidade surgiu na Europa como uma alternativa para o tênis de grama, com o intuito de ser jogado em ambientes fechados, principalmente no inverno.

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Sun Yingsha, da China, número um do ranking mundial de tênis de mesa. – Foto: Reprodução/ITTF World

Atualmente, o tênis de mesa é um dos esportes mais populares do mundo, sendo amplamente praticado em todo o planeta, desde um jogo amistoso, até em disputas profissionais. Muito parecido com o tênis, pode ser disputado individualmente, por duplas mistas (homem e mulher) e por equipes masculinas e femininas.

Conhecido como ping-pong, a modalidade foi inventada pelos britânicos, mais especificamente na época da Inglaterra vitoriana, no século XIX e era jogado pela alta classe da época. O curioso nome “Ping Pong”, foi criado e amplamente divulgado pela fabricante inglesa J. Jaques & Son Ltd. nos anos de 1800. Com a venda dos direitos do título “Ping Pong” para a empresa de brinquedos estadunidense, Parker Brothers, várias associações foram obrigadas a mudarem seus nomes para tênis de mesa. Atualmente, o termo “ping-pong” se refere à prática do esporte de maneira recreativa.

Há registros de jogos oficiais em 1901 e é criada a “Ping-Pong Association” – que foi substituída pela “Table Tennis Association”, no ano de 1922. E, enfim, em 1926, deu lugar a Federação Internacional de Tênis de Mesa (ITTF).

Em 1977, o Comitê Olímpico Internacional (COI) reconheceu a modalidade como esporte olímpico. Mas somente em 1988, nas Olimpíadas de Seul, na Coreia do Sul, o tênis de mesa entrou na grade olímpica e começou com o domínio asiático que viria a continuar até os dias de hoje.

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Jing Chen vence o primeiro ouro Olímpico em tênis de mesa, em Seul 1988. – Foto: Divulgação/Olympics

Apesar de ser uma criação europeia, o esporte caiu nas graças dos países da Ásia, principalmente do leste asiático, em especial a China. O próprio Mao Tsé-Tung, fundador da República Popular da China, declarou em 1950 o tênis de mesa como o esporte nacional da China. Foram enviados técnicos por todo país procurando crianças com excelentes reflexos e a partir deste incentivo, a China se transformou na maior potência do mundo neste esporte, ganhando 32 medalhas de ouro, das 37 possíveis, nas edições das Olimpíadas entre 1988 a 2020.

Tênis de mesa e suas regras

Para entendermos melhor a jogabilidade do tênis de mesa, precisamos analisar as regras e os diferentes estilos que a modalidade possui.

O esporte é praticado em uma mesa com 2,74m de comprimento e 1,52m de largura, dividida em duas metades por uma rede de 15,25 cm de altura no centro. As raquetes utilizadas pelos atletas precisam ser de madeira e a superfície que bate na bola é revestida com uma borracha dos dois lados de cor preta e vermelha. A bolinha pesa 2,7g e possui 40 milímetros de diâmetro, sendo obrigatoriamente brancas ou laranjas fosco.

As partidas são disputadas em até sete sets. Para vencê-los, o competidor deve fazer 11 pontos, ou ter uma vantagem de até dois pontos em caso de empate. Através de um sorteio, é decidido o lado da mesa e a dupla ou jogador vencedor pode decidir se começa sacando, recebendo o saque ou escolhendo o lado em que vai jogar. Os pontos acontecem caso um jogador erre um saque, não consiga devolver a bola, toque na mesa com a mão durante a jogada, toque na bola duas vezes seguidas ou deixe a bola tocar duas vezes consecutivas em seu lado da
mesa.

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Hugo Calderano em movimento de saque nas Olimpíadas de Tóquio, em 2020. – Foto: Jung Yeon-je/AFP

Para sacar, o atleta deve lançar a bola numa altura mínima de 16 centímetros, golpeá-la, fazendo-a tocar no seu lado da mesa e após passar a rede, tocar no lado da mesa do receptor. Se o saque tocar a rede e cair na quadra do recebedor, é considerado uma queima e o jogador pode repetir o saque. Se a bola não passar pela rede ou não tocar em uma das quadras, é considerado um erro e o recebedor tem um ponto garantido. Os saques mudam após cada dois pontos marcados.

Durante a partida, os competidores têm direito a um tempo de um minuto entre cada set de um jogo. Ainda, um competidor pode pedir um tempo de até um minuto uma vez durante o confronto.

Os diferentes estilos

O tênis de mesa possui cinco categorias de disputa: simples masculino, simples feminino, equipe masculina, equipe feminina e duplas mistas. Em todas as categorias, os competidores devem fazer 11 pontos para vencer o set e em caso de empate, deverão abrir dois pontos de vantagem para garantir a vitória.

Na disputa simples, o atleta deve ganhar quatro sets dos sete que podem ser jogados para vencer a partida.

Na disputa por equipes, serão quatro jogos de simples e uma partida de duplas, cada uma no formato de cinco sets. As equipes são formadas por três jogadores e os confrontos terminam quando uma equipe vence três partidas.

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Confronto por equipes entre Brasil e Coreia do Sul nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020. – Foto: Luisa Gonzalez/REUTERS

Já na disputa de duplas mistas, o par deve vencer quatro dos sete sets disputados e os jogadores da mesma equipe devem se revezar para acertar a bola. As regras para a disputa por duplas possuem algumas particularidades comparados com as disputas individuais. Ao sacar, a bola deve tocar o lado direito da mesa do sacador e da mesa do receptor em sequência. Isso significa que o saque começa no lado direito de quem saca e deve terminar no lado direito de quem recebe. Além disso, a ordem de saque, o recebimento e os lados são decididos no começo da partida e devem ser mantidos durante todo o confronto. Após cada dois pontos, o saque passa para o atleta seguinte, na sequência. Outra regra importante na disputa por duplas, é que, após cada ponto marcado, os parceiros devem mudar de posição com relação ao recebimento da bola.

Países com mais medalhas

No total, 12 nações alcançaram o pódio e apenas quatro conseguiram a medalha de ouro, sendo elas China, Coreia do Sul, Japão e Suécia.

A maior vencedora é a China com incríveis 60 medalhas, sendo 32 de ouro. É um número impressionante se formos comparar com o segundo colocado, a Coreia do Sul, que possui 18, sendo apenas três dessas, ouros. O Japão possui oito medalhas e a Suécia tem três – ambos têm um ouro cada.

Brasileiros em destaque

Mesmo não tendo uma tradição competitiva neste esporte, o Brasil possui alguns nomes que vão se destacando cada vez mais na modalidade.

No masculino, Hugo Calderano, de 27 anos, é o atual sexto colocado no ranking mundial. O carioca possui uma carreira estrelada com várias conquistas no Pan- Americanos e outras competições regionais no continente americano. Em escala mundial, não se pode esquecer do histórico terceiro lugar na Copa do Mundo de Tênis de Mesa, em Singapura, no ano de 2021.

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Bruna Takahashi se tornou a primeira brasileira a entrar no top 50 mundial, em dezembro de 2019. – Foto: Jonne Roriz/COB

Já no feminino, temos a paulista Bruna Takahashi, de 23 anos, que atualmente ocupa o 20° lugar no ranking mundial. Apesar de jovem, é considerada a melhor atleta feminina brasileira da modalidade. Seus principais feitos foram nos jogos Pan- Americanos de Lima, no Peru, em 2019, conquistando a medalha de prata na disputa por duplas mista e por equipes, e duas de bronze, uma nas duplas feminina e outra na disputa individual, além da medalha de prata no Pan de Santiago, no Chile, em 2023.

Favoritos à medalha em 2024

A expectativa para as Olimpíadas de 2024 é que os asiáticos estejam no pódio em todas as categorias disputadas.

No simples masculino, os favoritos são os chineses Wang Zhuqin e Fan Zhendong, os número um e quatro do ranking mundial, respectivamente. Ainda pela disputa individual, o brasileiro Hugo Calderano vem em ótimo momento e também tem chances de alcançar um lugar no pódio. Os irmãos Alexis e Félix Lebrun, da França, vêm ganhando espaço no tênis de mesa mundial. Félix, o mais novo entre eles, com apenas 17 anos, e atual número cinco do mundo, é um dos cabeças de chave nas Olimpíadas e pode ser uma chance de medalha do seu país.

No simples feminino, as chinesas são as grandes favoritas para subirem ao pódio. A número um do mundo, Sun Yingsha e Chen Meng, a quarta melhor da modalidade, representarão o país. A brasileira Bruna Takahashi corre por fora e tenta bater de frente com as potências asiáticas em sua terceira participação em Olimpíadas.

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Félix Lebrun, o terceiro jogador mais jovem a atingir o top 10 do ranking mundial de tênis de mesa. – Foto: A Mounic/L’Équipe

Na disputa por equipes, o Japão vem forte tanto na categoria feminina, quanto na masculina. Se juntando com Hina Hayata (número cinco do mundo) e Miu Hirano (número 13 do mundo), a jovem Miwa Harimoto, de 16 anos, e número sete do ranking é a promessa em ascensão dos japoneses. Já na equipe masculina, o número nove do ranking, Tomokazu Harimoto tem a missão de liderar a seleção nipônica em busca de um lugar no pódio. A equipe contará ainda com Shunsuke Togami e Hiroto Shinozuka, números 15 e 39 do mundo, respectivamente. Os chineses tentam conquistar o tri campeonato por equipes masculinas e femininas. O experiente Ma Long, que possui duas medalhas de ouro olímpicas, decidiu participar apenas da disputa coletiva e irá liderar a China na edição de 2024.

Os alemães, que na disputa por equipes masculina em 2016 e 2020, conquistaram as medalhas de bronze e prata respectivamente, querem melhorar mais uma vez seu desempenho e irem em busca do ouro em Paris. Já o Brasil, terá a liderança de Calderano, ao lado de Vitor Ishiy e Guilherme Teodoro, estreante nos Jogos Olímpicos. Bruna Takahashi, junto de sua irmã Giulia Takahashi, contarão com a experiência da atleta paralímpica Bruna Alexandre na disputa por equipes. Ela será a primeira brasileira a disputar tanto uma Olimpíada, quanto uma Paralimpíada.

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Disputa por equipes entre Portugal e Alemanha nas Olimpíadas de Tóquio 2020. – Foto: Reuters

Nas duplas mistas, os asiáticos também chegam fortes. Wang Chuqin e Sun Yingsha, que lideram o ranking da categoria, possuem grandes chances de medalha. Hina Hayata e Tomokazu Harimoto, dupla japonesa número dois, tem altas expectativas para subir ao pódio. Já os sul-coreanos Lim Jong-hoon e Shin Yu-bin, que são a terceira melhor dupla do mundo, também devem vir fortes para a disputa.

Onde e quando acontecerão os confrontos?

As competições de tênis de mesa nas Olimpíadas de Paris 2024 acontecerão na Arena Paris Sul, que faz parte do Paris Expo, o centro de convenções e exposições mais visitado da França. Localizada na capital francesa e a 14km de distância da Vila Olímpica, a arena receberá a modalidade entre os dias 27 de julho e 10 de agosto, com a primeira final acontecendo no dia 30 de julho.

Saiba tudo sobre a modalidade que fará parte da Olimpíada de Paris
por
João Serradas
|
18/07/2024 - 12h

O Taekwondo, um dos esportes marciais mais emocionantes e dinâmicos, promete ser um dos grandes destaques nas Olimpíadas de Paris em 2024. Esta modalidade, conhecida por suas técnicas de chutes rápidos e precisos, oferece um espetáculo de agilidade e força, desenvolvido como uma forma de defesa pessoal e disciplina física. Esse esporte surgiu no período dos Três Reinos da Coreia, quando os guerreiros da Dinastia Silla deram início aos primeiros trabalhos da modalidade. Já no século 20, o Taekwondo se tornou uma arte marcial dominante na Coreia. Anos mais tarde, ganhou destaque internacional e, em 1973, foi fundada a Federação Mundial de Taekwondo. No mesmo ano, o primeiro torneio foi disputado.

 

Taekwondo como esporte Olímpico 

A primeira aparição Olímpica do taekwondo aconteceu nos Jogos Olímpicos Seul 1988, quando foi disputado como evento de demonstração. Apareceu novamente como esporte de demonstração nos Jogos de Barcelona, em 1992. No entanto, oito anos depois, o taekwondo foi introduzido como esporte de medalhas nos Jogos de Sydney, em 2000, com eventos para homens e mulheres. Desde então, o taekwondo faz parte do programa Olímpico.

Embora as competições de taekwondo fossem anteriormente dominadas por atletas que representavam a República da Coreia, esse não é mais o caso. Algumas nações fizeram história ao ganhar suas primeiras medalhas Olímpicas por meio do taekwondo – como Vietnã em 2000, Afeganistão em 2008, Gabão em 2012, Níger e Jordânia em 2016. Ou suas primeiras medalhas Olímpicas femininas, incluindo a República Islâmica do Irã e Costa do Marfim, também em 2016.

 

Regras do Judô

O objetivo do taekwondo é o atleta chutar e socar o oponente, evitando ser atingido. A marca registrada dessa arte marcial é a combinação de movimentos de chutes e socos em sequência rápida. As lutas são realizadas em um tatame, onde dois competidores se enfrentam usando técnicas de chutes e socos.

As pontuações são baseadas em golpes válidos ao tronco e à cabeça do adversário: os chutes na cabeça possuem a maior pontuação, e valem três pontos; os chutes no tronco, valem dois; por sua vez, os socos no tronco valem apenas um ponto. Além disso, quando os golpes são giratórios, é acrescentado um ponto extra.

Os combates são divididos em três rounds de dois minutos, com um minuto de descanso entre eles. O vencedor é o competidor com a maior pontuação no final dos três rounds ou aquele que nocauteia o adversário.

 

Local das Competições em Paris 2024

As competições de Taekwondo nas Olimpíadas de Paris 2024 irão acontecer na Arena Paris Sud 6, localizada no Parque de Exposições Porte de Versailles. Este local moderno e bem equipado será o palco para os combates entre os melhores atletas do mundo, que irão competir pelo ouro olímpico.

 

Países com Mais Medalhas

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Hwang Kyung-seon comemorando mais uma conquista nas Olimpíadas. – Foto: Reprodução/Korea Herald

 

A Coreia do Sul, berço do Taekwondo, é o país com mais medalhas na história olímpica da modalidade, com um total de 22 medalhas. Outros países com forte tradição incluem a China, os Estados Unidos, o Irã e a Turquia. Esses países têm investido significativamente no desenvolvimento de seus atletas, produzindo campeões de classe mundial.

 

Brasileiros em destaque

O Brasil tem mostrado um crescimento significativo no Taekwondo, com vários atletas se destacando em competições internacionais. Entre os principais destaques que competirão em Paris 2024. Caroline Santos, mais conhecida como Juma, é uma das participantes que chama a atenção para os Jogos. Ela garantiu a vaga para Paris 2024 através da realocação via ranking, anunciada pela Federação Mundial de Taekwondo, no final de janeiro. Juma é uma atleta dedicada e talentosa, com conquistas marcantes em competições mundiais.

Edival Marques (Netinho) é outro grande nome que marcará os Jogos Olímpicos deste ano. Ele venceu duas lutas no Pré-Olímpico das Américas de forma arrasadora, garantindo sua vaga para Paris. Netinho é conhecido por seu estilo agressivo e técnica refinada, sendo uma das grandes esperanças do Brasil para uma medalha olímpica.

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Edival Marques nas Olimpíadas de Tóquio – Foto: REUTERS

 

Outro representante na categoria masculina é Henrique Marques, que se classificou para as Olimpíadas após chegar na final do Pré-Olímpico das Américas, realizado na Costa Rica, em abril. O jovem atleta tem mostrado um excelente desempenho em competições internacionais e está determinado a conquistar uma medalha em Paris.

Por fim, Maria Clara Pacheco, com apenas 20 anos, garantiu sua vaga ao vencer duas lutas no torneio qualificatório continental. Ela é uma das promessas do Taekwondo brasileiro, trazendo energia jovem e talento para as Olimpíadas de 2024.

 

Estilos e Categorias

O Taekwondo é dividido em categorias de peso, tanto para homens quanto para mulheres, permitindo uma competição justa e equilibrada. As categorias variam desde o peso leve até o peso pesado e são divididos em quatro diferentes pesagens: -58kg, -68kg, -80kg e +80kg para o masculino; e -49kg, -57kg, -67kg e +67kg no feminino.

No taekwondo são dadas quatro medalhas por categoria, sendo um ouro, uma prata e dois bronzes.

 

Favoritos à Medalha em 2024

Para Paris 2024, além dos brasileiros, os favoritos ao ouro incluem atletas da Coreia do Sul, como Lee Dae-hoon, e do Irã, como Kimia Alizadeh. Outros fortes competidores vêm da China e dos Estados Unidos, países que têm uma forte tradição no Taekwondo e vêm se destacando em competições internacionais recentes. Entre os brasileiros, Netinho é visto como um dos principais favoritos a conquistar uma medalha, devido ao seu histórico de vitórias e técnica apurada.


SUBTÍTULOS EM TÍTULO 3 NA FORMATAÇÃO

Conheça a modalidade de combate que tem brasileiros destaque e é dominada pelos japoneses
por
João Serradas
Pedro Almeida
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18/07/2024 - 12h

O Judô, uma das modalidades mais aguardadas das Olimpíadas de Paris 2024, é um esporte que combina técnica, força e estratégia. Originado no Japão, a modalidade foi fundada por Jigoro Kano, em 1882, com a criação do primeiro dojo (escola). O educador desenvolveu o esporte a partir de métodos tradicionais de jiu-jitsu, – técnica de combate corpo a corpo dos antigos guerreiros samurais – com o objetivo de criar uma prática que fosse ao mesmo tempo um método de defesa pessoal, e uma forma de educação física e mental. O esporte rapidamente se popularizou na Europa no final do século 20 e, anos mais tarde, ficou conhecido no resto do mundo. Desta maneira, a modalidade se tornou a primeira arte marcial amplamente praticada fora do Japão.

 

Judô como esporte Olímpico

O Judô fez sua estreia nas Olimpíadas nos Jogos de Tóquio, em 1964 e se tornou uma modalidade fixa no torneio a partir dos jogos que aconteceram em Munique, em 1972. A modalidade feminina foi introduzida nos Jogos de Seul, em 1988, como esporte de demostração, e foi oficialmente adicionada ao programa olímpico em Barcelona, nos Jogos de 1972. A inclusão do Judô nas Olimpíadas marcou um reconhecimento global da sua importância e popularidade.

 

Regras do Judô

As lutas são realizadas em um tatame, onde dois judocas se enfrentam tentando derrubar ou imobilizar o adversário. No geral, os duelos duram quatro minutos, se persistir um empate na pontuação, a luta é decidida para quem pontuar primeiro. As pontuações são dadas com base na qualidade dos golpes e técnicas aplicadas.

Um Ippon consiste em derrubar o adversário de costas no chão com força e controle, ou imobilizá-lo por 20 segundos. Um ippon termina a luta.

O Waza-ari é a pontuação dada por uma queda menos perfeita, – com menos velocidade ou força que um ippon, ou porque o adversário não caiu de costas – ou por imobilizar o adversário por 10 a 19 segundos. Dois waza-aris equivalem a um ippon, e o judoca que aplicou o golpe vence a luta imediatamente.

Antes, ainda era utilizado o Yuko, que não está presente nas regras atuais, mas que configurava uma pontuação menos que o Waza-ari.

 

Local das Competições em Paris 2024

As competições de Judô dos Jogos Olímpicos de Paris 2024 ocorrerão no Champ de Mars Arena, localizado próximo à icônica Torre Eiffel. Este local deslumbrante proporcionará um cenário espetacular para os combates, unindo tradição esportiva e beleza arquitetônica.

 

Países com Mais Medalhas

Historicamente, o Japão é o país que domina o Judô nas Olimpíadas, com 96 medalhas conquistadas desde a estreia do esporte torneio. Outros países com desempenho notável incluem a França, com 57 medalhas, e a República da Coreia do Sul, com 46. Esses países têm produzido judocas de classe mundial, aumentando a competitividade do esporte.

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Naohisa Takato comemorando vitória nas Olimpíadas de Tóquio 2020. – Foto: REUTERS/Hannah Mackay

 

Brasileiros Destaque

O Brasil tem se destacado no cenário mundial do Judô. Daniel Cargnin é uma das promessas do Judô brasileiro, Cargnin conquistou a medalha de bronze nas Olimpíadas de Tóquio 2020, e agora vem com a sede pela conquista de seu primeiro ouro. Seu estilo agressivo e técnica apurada o tornam um dos favoritos à medalha em Paris.

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Daniel foi medalha de bronze na última Olimpíada, e agora busca o lugar mais alto do pódio. – Foto: Gaspar Nóbrega/COB

 

Rafael Silva é outro atleta que vem ganhando destaque. Conhecido como Baby, é um dos pesos-pesados mais respeitados do Judô mundial. Ele conquistou duas medalhas de bronze nas Olimpíadas de Londres 2012 e Rio 2016 na categoria. Ele é reconhecido por sua força e habilidade em lutas corpo a corpo, sendo um dos principais competidores brasileiros na busca por mais uma medalha olímpica.

Além deles, Willian Lima, Guilherme Schimidt, Rafael Macedo e Leonardo Gonçalves são os outros convocados do Time Brasil.

Já no feminino, temos Rafaela Silva. Uma das judocas mais inspiradoras do Brasil, conquistou a medalha de ouro nas Olimpíadas do Rio de Janeiro em 2016. Além do ouro, ela vem carregando também outros títulos mundiais e viaja a Paris em busca de escrever um novo capítulo na competição.

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Rafaela Silva, judoca experiente, com a medalha de ouro na Rio 2016. – Foto: David Ramos/Getty Images

 

Mayra Aguiar é considerada uma das judocas mais consistentes do Brasil. Ela conquistou duas medalhas de bronze olímpicas, em Londres 2012 e Rio 2016. Além disso, Mayra é bicampeã mundial, com títulos em 2014 e 2017 e que já tem o passaporte carimbado para os jogos olímpicos deste ano.

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Mayra Aguiar nas Olimpíadas de Tóquio, em 2021.  – Foto: Jonne Roriz/COB

 

Larissa Pimentel e Beatriz Souza completam a equipe feminina do Brasil nos Jogos.

Estilos e Categorias

O Judô é dividido em categorias de peso, tanto para homens quanto para mulheres, permitindo uma competição justa e equilibrada. As categorias variam desde o peso leve até o peso pesado, cada uma exigindo diferentes abordagens e estratégias.

As categorias são divididas em sete diferentes pesagens. No masculino são disputados: 60kg, 66kg, 73kg, 81kg, 90kg, 100kg e +100kg. Enquanto isso, as mulheres disputam as seguintes categorias: 48kg, 52kg, 57kg, 63kg, 70kg, 78kg e +78kg.

 

Favoritos à Medalha em 2024

O Judô promete ser uma das grandes atrações dos Jogos Olímpicos, marcando o duelo entre os melhores atletas do mundo. Para Paris 2024, os favoritos ao ouro incluem judocas japoneses como Shohei Ono e Uta Abe, que têm dominado suas categorias nos últimos anos. Outro forte concorrente é o Teddy Riner, da França, um gigante do Judô que busca mais um ouro em casa. Já no Brasil, a brasileira Mayra Aguiar promete brilhar na competição, nos últimos anos a atleta ficou entre as melhores em sua categoria. Daniel Cargnin também chega para abalar as estruturas de Paris, em busca de sua segunda medalha consecutiva.


SUBTÍTULOS EM TÍTULO 3 NA FORMATAÇÃO

Com diferenças para a modalidade tradicional, conheça sobre o esporte que estreou em Tóquio e tem estilo urbano
por
Lucas Tomaz Lopes
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18/07/2024 - 12h

O basquete 3x3, considerado o esporte urbano número um no mundo, tem suas raízes no basquete de rua, uma variação criativa e menos formal do basquete tradicional. Originado nos Estados Unidos, durante os anos 1980, o streetball rapidamente se popularizou de forma global, impulsionado por sua ligação com a cultura hip hop e seu apelo jovem.

Com a crescente da modalidade, a Federação Internacional de Basquetebol (FIBA) decidiu, em 2007, fazer o primeiro teste no Asian Indoor Games, em Macau, na China e, em 2010, levou a novidade para as Olimpíadas da Juventude, em Singapura. Este foi apenas o começo, já que o FIBA​​​​​​ 3×3 World Tour foi criado em 2011 e continua existindo até hoje.

Em 2012, o primeiro Campeonato Mundial foi disputado, em Atenas. O esporte participou das duas edições seguintes das Olimpíadas da Juventude, em 2014 e 2018. Tudo isso fez com que a modalidade crescesse ainda mais, até ser aceita nas Olimpíadas de Tóquio. O Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciou, em 2017, a decisão de incluir o esporte como parte do programa dos Jogos de 2020, onde foram conquistadas as primeiras medalhas olímpicas masculinas e femininas do 3x3.

A inclusão do basquete 3x3 nas Olimpíadas e outros eventos internacionais tem solidificado sua posição no cenário esportivo, oferecendo um espetáculo de dinamismo e velocidade, habilidade e tática que cativa tanto jogadores quanto espectadores. Tudo é um sucesso, não à toa o crescimento exponencial da modalidade reflete seu apelo mundial, com mais de 250 milhões de praticantes em todo o mundo, segundo a FIBA. 

A equipe feminina de 3x3 da França é a atual vice-líder do ranking da FIBA, atrás somente da China. – Foto: Tom Thuillier/Fédération Française de Basketball (FFBB)
A equipe feminina de 3x3 da França é a atual vice-líder do ranking da FIBA, atrás somente da China. – Foto: Tom Thuillier/Fédération Française de Basketball (FFBB)

Formato da disputa

Por ter sido introduzido ao cenário olímpico apenas na última Olimpíada, o retrospecto do esporte na competição é curto. Na primeira fase, oito seleções jogaram entre si no formato de pontos corridos e os dois últimos colocados do grupo único, são eliminados. Depois, a disputa passa a ser em partidas únicas e eliminatórias, que se iniciam nas quartas-de-final, em que os times do 3º ao 6º lugar se enfrentam. As equipes vencedoras dessas partidas, enfrentam o 1º e o 2º lugar da classificação por pontos, que vai direto para as semifinais.

A modalidade, nada mais é, que uma variação do basquete tradicional. Em vez de 5×5, são três contra três, com mais um reserva para cada equipe, A quadra é um pouco menor que a metade da quadra tradicional, tendo os mesmos 15 metros de largura, mas com apenas 11 metros de comprimento, além de somente uma cesta. A grande diferença é na pontuação: arremessos dentro do arco um ponto, enquanto os de fora do arco valem dois. Os lances-livres valem um ponto. A partida tem somente 10 minutos, mas pode acabar antes, já que a primeira equipe a marcar 21 pontos vence. E, tudo isso, é embalado por um DJ, que toca músicas durante a partida, o que reflete a atmosfera urbana e jovem do esporte.

Em caso de empate no tempo limite, ganha quem fizer primeiro dois pontos na prorrogação. Além disso, a bola também é um pouco menor que a tradicional e a duração da posse também é diferente, com apenas 12 segundos, ao invés dos 24 do basquete tradicional. Não existem limites de faltas individuais, no entanto, são permitidas até seis faltas coletivas, a 7ª, 8ª e a 9ª falta coletiva dão dois lances livres pro adversário e, a partir da 10ª, o time ganha também a posse da bola. Cada time tem direito a um tempo técnico e as substituições são feitas sempre na linha de fundo, com os jogadores tocando as mãos.

Especificamente no caso do 3x3, quando a defesa pega a bola em um rebote, roubo ou toco, o atleta precisa sair do arco para arremessar. O mesmo acontece caso o time sofra a cesta, depois que recebe a posse de bola, é necessário sair do arco.

 

Time Brasil fora

O Brasil não será representado no basquete 3x3 das Olimpíadas de Paris. O time masculino – constituído por Branquinho, André Feros, Matheus Parcial e Daniel Von Haydin – perdeu todos os jogos da fase de grupos do classificatório, contra Lituânia, Porto Rico e Holanda, e foi eliminado. A equipe também ficou fora em Tóquio 2020, quando a modalidade estreou.

Já a equipe feminina, – formada por Clarissa dos Santos, Luana Souza, Thayná Silva e Vitória Marcelino – chegou até a semifinal do do Pré-Olímpico disputado no Japão, mas também ficou sem a vaga para os Jogos de Paris.

Na campanha, o Brasil venceu dois jogos da primeira fase, contra Áustria e Japão, mas foi derrotado pela Austrália, em um jogo equilibrado, por 18 a 16. No Pré-Olímpico, oito equipes foram divididas em dois grupos e as duas primeiras de cada chave avançaram para as semifinais. E só a campeã, no caso a própria Austrália, se classificou.

 

Em Paris 2024

Os jogos serão disputados na Place de la Concorde (ou Praça da Concórdia, em português), a maior praça da cidade e a segunda maior de todo o território francês. Ela será a casa dos esportes radicais nos Jogos: além do Basquete 3x3, também receberá o Breaking, o Ciclismo BMX Freestyle e o Skate. Conhecida por seu Obelisco, é um local de grande importância na história da política francesa e atualmente é conhecido por ser um espaço em que a juventude parisiense se encontra. O local promete uma grande conexão do público, com os esportes urbanos que serão praticados.

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Projeto da praça esportiva de esportes urbanos, na Place de La Concorde – Foto: Divulgação/Olympics Paris 2024

Os jogos começarão no dia 30 de julho e as finais, tanto do masculino quanto do feminino, acontecerão no dia 5 de julho. 

 

Quem vai participar? E quem são os favoritos?

No feminino, Alemanha, Austrália, Azerbaijão, Canadá, China, Espanha, Estados Unidos e França são as federações que disputarão, entre si, uma vaga no pódio olímpico. As favoritas para vencerem o torneio são as três mais bem colocadas no ranking mundial da FIBA: China, – medalhista de bronze na última olimpíada – França, – segundo lugar da lista e país-sede – e os EUA –  que busca o bicampeonato, depois da medalha de ouro em Tóquio, em cima do Comitê Olímpico Russo (ROC) na estreia da modalidade.

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As primeiras medalhistas de ouro no Basquete 3x3, na história das Olimpíadas, foram as estadunidenses — Foto: Christian Petersen
 

Já no masculino, os comitês que garantiram a vaga olímpica foram China, Estados Unidos, França, Letônia, Lituânia, Holanda, Polônia e Sérvia. O grande destaque da competição fica com os norte-americanos e chineses. Além disso, é preciso citar também a Letônia e a Sérvia, a final de Tóquio, e os atuais medalhistas de ouro e de prata, respectivamente.

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A final entre Letônia e Sérvia marcou as Olimpíadas de Tóquio, com a primeira final masculina do 3x3 – Foto: Christian Petersen

 

 

Entenda sobre a modalidade esportiva de natação que rendeu medalha de ouro para o Brasil em 2020
por
Kawan Novais
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18/07/2024 - 12h

Diferente das modalidades esportivas de natação tradicionais, que acontecem em piscinas, a maratona aquática ocorre em um ambiente natural, como rios, lagos e oceanos. No circuito olímpico, o percurso tem uma distância de 10km, o que leva quase duas horas para a sua conclusão. Para os competidores, os principais desafios desta modalidade são as diferentes temperaturas climáticas, ambientais e as variações das correntes de água e do ar, o que exige muita resistência e esforço físico e mental.

Provas de maratona aquática aconteceram, pela primeira vez, em 1991, na cidade de Perth, na Austrália, quando a modalidade foi inserida no quadro do Campeonato Mundial de Natação, organizado pela Federação Internacional de Esportes Aquáticos, a World Aquatics. Na ocasião, o percurso da prova foi de 25 km, o que levou cerca de cinco horas para a finalização da etapa.

Nos campeonatos mundiais da World Aquatics, o percurso de 10 km, que foi adotado pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) para os Jogos Olímpicos, estreou em 2001, na edição de Fukuoka, cidade japonesa.

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Prova de 10 km na maratona aquática dos jogos Pan-Americanos de 2023. – Foto: Francois-Xavier Marit/AFP via Getty Images.

Nas Olimpíadas, a maratona aquática foi incluída, pela primeira vez, no cronograma dos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008. Desde então, foram distribuídas 24 medalhas – sendo 12 no feminino e 12 no masculino – no recente histórico do esporte.

 

Como funcionará nos Jogos de Paris-2024

A maratona aquática ocorre em apenas uma prova, tanto no masculino quanto no feminino, e vencerá o nadador que tocar primeiro na placa de chegada do percurso, demarcado por boias, de 10 km. Durante o trajeto, há áreas e barcos onde os atletas poderão se alimentar e se hidratar sem que toquem ou se segurem em algum objeto de apoio. Caiaques, salva-vidas e barcos com juízes acompanham os competidores para oferecerem suporte e garantir a segurança dos atletas.

Em Paris-2024, a maratona aquática está prevista para acontecer em agosto, nos dias 08 (feminino) e 09 (masculino) e, ao todo, serão 22 competidores no feminino e masculino, seis vagas a menos comparado aos últimos Jogos Olímpicos, em Tóquio-2020. Cada país representante terá um limite de dois atletas em cada gênero e para medir o tempo de prova, os competidores utilizarão um chip em seus pulsos.

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Ponte Alexandre III, onde será a largada das provas de maratona aquática nos Jogos Olímpicos de Paris-2024. – Foto: Gareth Fuller/PA Images via Getty Images.

Na quinta edição da modalidade,, a largada acontecerá embaixo da Ponte Alexandre III, o coração da cidade francesa que conecta o Grand Palais e o Les Invalides, os locais que receberão outros eventos olímpicos. O percurso da prova será no Rio Sena, que foi definido em abril deste ano, após resultados fiscais indicarem níveis de poluição acima dos autorizados pelo COI.

No dia 13 de julho, a duas semanas do início dos Jogos Olímpicos de Paris, a Ministra do Esporte, Amélie Oudéa-Castéra, com um maiô e touca, mergulhou no Sena para uma demonstração simbólica de que a última análise feita pelas autoridades locais confirmaram que há condições seguras para a realização das provas olímpicas no rio. Nos próximos dias, antes do início dos Jogos, há a expectativa de que Emmanuel Macron, presidente da França, também mergulhe para simbolizar a boa qualidade da água.

 

Preparação brasileira

Nos Jogos de Tóquio, em 2020, Ana Marcela Cunha conquistou a medalha de ouro na maratona aquática feminina. De acordo com o Comitê Olímpico do Brasil (COB), ela é considerada uma das maiores atletas na modalidade de águas abertas da história. Em todas as competições, foram quinze pódios acumulados e sua conquista mais recente foi no Campeonato Mundial de Esportes Aquáticos de 2022, onde Ana venceu a medalha de ouro nas provas de 5 km e 25 km, além do bronze na de 10 km. Ela chegará como uma das favoritas na busca por medalhas.

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Ana Marcela Cunha, a primeira atleta a conquistar um ouro olímpico na história da natação feminina do Brasil após vencer a prova de 10 km nos Jogos em Tóquio-2020. – Foto: Clive Rose/Getty Images.

Para a prova feminina, o Brasil também contará com Viviane Jungblut, atleta que reforçará a busca por mais medalhas brasileiras. O COB, nesta modalidade, soma duas medalhas: O ouro de Ana, em Tóquio-2020 e Poliana Okimoto, que conquistou o bronze, na estreia brasileira na modalidade, nos Jogos do Rio de Janeiro, em 2016.

A princípio, o Brasil não teria representante no masculino, mas o nadador Guilherme Costa, o ‘Cachorrão’, conquistou uma vaga para as águas abertas a partir de uma nova regra da World Aquatics e do COI. Nela, diz que atletas que forem competir nas provas olímpicas de 800m e 1500m livres da natação, também poderão disputar os 10km da maratona aquática, caso não existam representantes de seu país. Classificado nas provas de piscina, Guilherme aproveitou a ocasião e formalizou, junto ao COB, sua inscrição para competir na modalidade.

 

Candidatos ao ouro

Sharon van Rouwendaal (Países Baixos)

Nadadores dos Países Baixos são dominantes na maratona aquática. Foram quatro medalhas, sendo três de ouro e uma de prata. Van Rouwendaal, de 30 anos de idade, conquistou o ouro no Rio-2016 e a prata em Tóquio-2020, além de ser campeã no Campeonato Mundial de 2022.

 

Aurélie Muller (França)

Muller, de 34 anos de idade, não disputou os últimos Jogos em Tóquio-2020 após perder a vaga nas classificatórias, por menos de um segundo, mas a nadadora francesa conquistou prata em Rio-2016 e no Campeonato Mundial de 2022. Em casa, ela estará entre as favoritas pela disputa por medalhas.

 

Florian Wellbrock (Alemanha)

O atual campeão olímpico da modalidade, Florian Wellbrock, de 26 anos de idade, conquistou o ouro nos Jogos em Tóquio-2020. Ainda que com um desempenho ruim no Campeonato Mundial de Esportes Aquáticos de 2024, ficando na 29ª posição na maratona de 10 km, Florian foi campeão nesta modalidade nos campeonatos de 2022 e 2023.

 

Kristóf Rasovszky (Hungria)

Kristóf, de 27 anos de idade, é o atual campeão do Campeonato Mundial de 2024 na disputa em águas abertas de 10 km. O atleta segue em uma sequência de pódios, pois foi prata nos Jogos em Tóquio-2020 e no Mundial de 2023.

 

Gregorio Paltrinieri e Domenico Acerenza (Itália)

Ambos com 29 anos de idade, tentarão a dobradinha italiana em Paris-2024. Gregorio é o principal rival do alemão Florian Wellbrock, foi bronze nos Jogos em Tóquio-2020, ouro nos 10 km do Campeonato Mundial de 2022 e prata nos 5 km dos mundiais de 2022 e 2023. Domenico, junto com o seu companheiro em 2022, foi prata nos 10 km do Mundial.

Ranking global de atletas define brasileiros para as Olimpíadas de 2024
por
Ana Clara Souza
Bruna Parrillo
|
19/07/2024 - 12h

A poucos dias do início dos Jogos Olímpicos de Verão de 2024, a Federação Internacional de Atletismo (IAAF), fechou o ranking global e confirmou a equipe que vai representar o Brasil: com 42 atletas representando o país. As disputas do atletismo estão programadas para começar no dia 01 de agosto, com a prova individual feminina de marcha atlética de 20km, em que as atletas farão a chegada no Trocadéro, com a Torre Eiffel como plano de fundo. 

Surgimento do esporte

A história do atletismo se cruza com a das Olimpíadas. Na primeira edição dos Jogos da Antiguidade, em 776 a.C, na Grécia Antiga, a única prova realizada foi uma corrida de aproximadamente 200m, que consagrou o cozinheiro Coroebus de Elis, como primeiro campeão olímpico. Esse evento estabeleceu a ideia de celebrar o potencial humano em diversas formas de competição esportiva e instituiu o atletismo como uma das principais categorias das Olimpíadas

Além das provas de corridas, havia um pentatlo, que incluía salto em distância, lançamento de disco, lançamento de dardo e luta. O lema dos Jogos Olímpicos da Antiguidade, “Citius, Altius, Fortius” – do latim “mais alto, mais rápido, mais forte” – expressavam a valorização dos gregos à força, agilidade e habilidade. Essas habilidades acompanham as provas desse que é o mais antigo esporte olímpico, até os dias de hoje.

Atleta Ray Ewry realizando um salto
O americano Ray Ewry ganhou oito ouros em Olimpíadas nas provas sem corridas de salto em distância, salto em altura e salto triplo, modalidades que não existem mais no atletismo. – Foto: COI/Divulgação

O formato moderno do atletismo surgiu na Inglaterra, por volta de 1849, e definiu o conjunto de atividades que representam o esporte atualmente. Além das corridas (rasas, com barreiras e com obstáculos) e provas combinadas (decatlo para os homens e heptatlo para as mulheres), as modalidades incluem também a marcha atlética, saltos, provas com revezamentos de atletas, arremessos e lançamentos.

Em 1912, foi criada a Associação Internacional de Federações de Atletismo, com sede em Londres. Atualmente World Athletics, o órgão é responsável por regulamentar as competições de atletismo em nível global, estabelecendo normas e certificando os recordes mundiais alcançados pelos atletas.

Trajetória Olímpica

Nos Jogos Olímpicos da era moderna, o atletismo está presente desde a primeira edição, na cidade de Atenas, em 1896. Desde então, o esporte passou por alterações e recebeu inovações tecnológicas. As corridas ganharam aparelhos que registram o exato momento em que os atletas cruzam a linha de chegada e novos instrumentos – como a vara utilizada nos saltos, que antes eram de madeiras, hoje são feitas de fibra de carbono ou de vidro, o que proporciona a flexibilidade para os atletas irem cada vez mais alto.

Um dos eventos esportivos mais prestigiados pelo mundo dentro do atletismo, é a corrida dos 100m, que consagra o homem mais veloz do mundo. Após o surgimento da IAAF, a marca de 10.60s alcançada por Donald Lippincott, em 6 de julho de 1912, na Saint Moritz 1948, foi registrada como inicial. Nas Olimpíadas de Londres 2012, com o Usain Bolt, esse número caiu para 9.63s e permanece como o recorde da prova.

Mulheres disputando uma corrida nas Olimpíadas em 1928
Estreia do atletismo feminino no programa olímpico aconteceu em Amsterdã 1928, Elizabeth Robinson (no meio) foi a primeira vencedora dos 100m. – Foto: USA Team/Divulgação

O atletismo é o esporte olímpico que mais distribui medalhas. Os Estados Unidos dominam essa competição com 826 conquistas, o que os coloca no topo do ranking. A diferença para o Reino Unido é chamativa, os britânicos vêm atrás, com 209. Em seguida, aparece a União Soviética e suas 192 medalhas. O Brasil é o 36° país que mais subiu ao pódio no atletismo, 19 vezes no total, com cinco ouros, três pratas e onze medalhas de bronze. 

Modalidades do Atletismo

As modalidades do atletismo contam com o mesmo número de provas masculinas e femininas, além de dois eventos mistos, que totalizam 48 disputas por medalhas. São elas:

Provas de pistas

Corridas de 100, 200 e 400 metros rasos;

Corridas de 800, 1.500, 5.000 e 10.000 metros;

Corrida de 100m com barreiras (feminino) e 110m com barreiras (masculino);

Corrida de 400m com barreiras;

Corrida 3.000m com obstáculos;

Revezamento 4x100m;

Revezamento 4x400m (masculino, feminino e misto).

Provas de estrada

Marcha atlética 20km;

Marcha atlética mista de 35km – prova estreante que substitui a marcha masculina de 50 km;

Maratona de 42km.

Provas de campo

Salto em distância;

Salto triplo;

Salto em altura;

Salto com vara;

Arremesso de peso;

Lançamento de disco;

Lançamento de martelo;

Lançamento de dardo.

Provas combinadas

Feminino: heptatlo (saltos em altura e em distância, corridas de 100m, 200m e 800m e arremessos de dardo e de peso);

Masculino: decatlo (salto em altura, salto em distância, salto com vara, arremessos de peso, disco e dardo, e corridas de 100m, 400m, 500m e 110m com barreiras).

Regras

As normas se adequam as diferentes práticas esportivas: as corridas são disputadas em uma pista que tem o formato oval, 400m de comprimento e oito raias, que dividem o espaço para cada competidor realizar o seu tempo de prova. Na pista ocorrem tanto as provas de curta distância, como a de 100m, quanto as mais longas, que chegam até a 10.000m.

Na largada das corridas de curta distância, os atletas precisam estar em uma posição específica de quatro apoios, que consiste em encostar os pés em um bloco de largada e sustentar o tronco do corpo com as mãos no chão.

Nas modalidades com barreiras, os atletas devem saltar por dez travessões durante a prova – de 100m para as mulheres e 110m para os homens – dispostas em diferentes distâncias entre si. Na disputa feminina, as barras tem 83,8 centímetros de altura, e na masculina, tem 1,067 metros. Na prova de 3.000m com obstáculos, os participantes, além das barreiras, – que nessa prova tem uma altura menos – devem passar por fossos de água, que podem chegar a 70 cm de profundidade.

Na marcha atlética, os atletas devem manter o contato contínuo dos pés com o solo. Outra peculiaridade está na perna que avança, que deve permanecer reta desde o primeiro contato com o solo até que esteja na posição vertical. O descumprimento dessas regras são motivos para desqualificação nas provas. 

Na categoria individual, podem ser disputados o circuito de 20 km (feminino e masculino). Neste ano, o percurso de 50 km, que era apenas para homens, foi substituído por uma prova de revezamento misto com a distância total de uma maratona (42,195 km).

Os arremessos a distância possui quatro subcategorias: arremesso de peso, lançamento de disco, lançamento de martelo e lançamento de dardo. O objetivo em comum é atingir a maior distância possível, com seis tentativas para cada esportista. No entanto, só será válido se o implemento cair no setor de queda e se o atleta não ultrapassar a área de lançamento. 

Entre a categoria de saltos, existem quatro principais disciplinas: salto em distância, triplo, altura e com vara. O objetivo em comum é alcançar a maior distância ou altura, combinando força, técnica e precisão durante a execução do salto. Cada disciplina tem suas regras específicas, mas todas elas utilizam a mesma forma de medição, que é feita a partir da marca mais próxima onde qualquer parte do corpo do atleta tocou o solo após o salto.

As provas de revezamento utilizam coordenação e velocidade para completar a corrida com menor tempo possível com trocas de bastão. A zona onde o bastão tem que ser trocado tem 20 metros de comprimento e a equipe é desqualificada se o bastão for derrubado, se houver interferência de outras equipes ou se a troca ocorrer fora da zona de passagem.

Onde acontecem as provas em Paris 2024?

O principal palco das competições de atletismo será o Stade de France, arena poliesportiva e maior estádio do país. Em 2024, a clássica pista avermelhada dará lugar a um chão roxo, feito com um novo material, que promete ser ainda mais rápido que o de Tóquio 2020. Com a inovação, é esperado que recordes sejam batidos nestes Jogos.

Estádio poliesportivo da França
Pista roxa do Stade de France foi feita com recursos sustentáveis na Itália e é projetada para quebrar recordes. – Foto: Olympics/Divulgação

O Trocadéro, famoso ponto turístico que encara a Torre Eiffel, será o primeiro cenário da programação para o atletismo, onde as marchas atléticas iniciam as disputas. Já a  praça na frente do Hôtel de Ville, prefeitura localizada no centro de Paris, recebe a largada da maratona de 42km, os atletas também terão como plano de fundo o jardim da Esplanada des Invalides enquanto percorrem.

O percurso da maratona inclui nove cidades, entre elas, Paris e Versalhes, passando por diversos cartões postais do país. E, pela primeira vez, esse trajeto também poderá ser feito por 20.024 corredores amadores, na noite do dia 10 de agosto, entre a prova masculina e a feminina – que acontecem nas manhãs dos dias 10 e 11, respectivamente.

Time Brasil

Para Paris 2024, o Brasil tem 15 vagas garantidas por meio do índice olímpico, marca mínima estabelecida pela IAAF, que classifica os atletas a disputarem os Jogos. Além dessas, outras 22 foram conquistadas pelo ranking global e cinco são destinadas aos revezamentos masculinos.

Alison dos Santos, conhecido como Piu, entra como um dos favoritos na disputa dos 400 m rasos e 400 m com barreiras, tendo se classificado em julho de 2023, nas etapas de Polônia e Mônaco da Liga Diamante. O atleta, que foi bronze nas Olimpíadas de Tóquio 2020, vai à Paris em busca de mais uma medalha.

Alison dos Santos com a bandeira do Brasil
Campeão mundial dos 400m com barreiras em 2022, Piu é uma das esperanças brasileiras para conquista do ouro em Paris 2024. – Foto: Abbie Parr/Getty Images

Na marcha atlética, Caio Bonfim é um nome com chances de medalha brasileira. Erica Sena e Viviane Lyra também se classificaram para a prova de 20 km. Bonfim e Lyra foram os definidos para disputar a marcha com revezamento misto, prova que estreia no programa dos Jogos Olímpicos de 2024. A dupla foi a responsável por uma medalha de bronze para o Brasil na estreia da prova nos Jogos Pan Americanos de 2023, em Santiago. 

O Troféu Brasil de Atletismo 2024, que foi disputado entre os dias 27 e 30 de junho no Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro (CTPB) em São Paulo, foi a última oportunidade para os brasileiros somarem pontos em busca de uma vaga olímpica. O torneio nacional certificou a ida à Paris de mais dois brasileiros pelo índice olímpico: Luiz Maurício da Silva, venceu a prova do lançamento de dardo e estabeleceu o novo recorde sul-americano (85,57m), e Eduardo de Deus, o Du Trem Bala, para a disputa dos 110m com barreiras.

Luiz Mauricio em prova de lançamento de dardo
Luiz Maurício conquistou o ouro, o recorde sul-americano e a vaga olímpica no Troféu Brasil 2024. – Foto: Wagner Carmo/CBAt

O campeão olímpico – no Rio de Janeiro, em 2016 – de salto com vara, Thiago Braz, que esteve suspenso por doping, conseguiu uma liminar para participar do Troféu Brasil, mas não conseguiu saltar a marca de 5.82m, necessária  para classificação e ficou fora das Olimpíadas.

O doping também tirou um atleta do Time Brasil, que estava previamente classificado para Paris. Daniel Nascimento, ou Danielzinho, foi suspenso pela Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD) pela presença de substâncias ilícitas em seus exames. O atleta foi o responsável por marcar o melhor tempo de um atleta nascido fora do continente africano na Maratona de Seul, em 2h04min51s.

Confira a lista completa dos brasileiros classificados para os eventos do atletismo:

Pelo índice olímpico

Alison dos Santos - 400m com barreiras e revezamento 4x400m masculino;

Almir Júnior - Salto triplo;

Caio Bonfim - Marcha atlética 20km e revezamento misto;

Darlan Romani - Arremesso de peso;

Eduardo de Deus - 110m com barreiras;

Erica Sena - Marcha atlética 20km;

Erik Cardoso - 100m rasos e revezamento 4x100m masculino;

Felipe Bardi - 100m rasos e revezamento 4x100m masculino;

Izabela Silva - Lançamento do disco;

Lucas Carvalho - 400m rasos e revezamento 4x400m masculino;

Luiz Maurício da Silva - Lançamento de dardo;

Matheus Lima - 400m rasos, 400m com barreiras e revezamento 4x400m masculino;

Rafael Pereira - 110m com barreiras;

Viviane Lyra - Marcha atlética 20km e revezamento misto.

Pelo ranking global de atletismo

Ana Carolina Azevedo - 100m rasos e 200m rasos;

Ana Caroline Silva - Arremesso de peso;

Andressa de Morais - Lançamento do disco;

Chayenne da Silva - 400m com barreiras;

Gabriela de Souza - Marcha atlética;

Gabriele Santos - Salto triplo;

Eliane Martins - Salto em distância;

José Fernando 'Baloteli' Santana - Decatlo

Fernando Ferreira - Salto em altura;

Flávia Maria de Lima - 800 metros;

Jucilene Sales de Lima - Lançamento do dardo;

Juliana de Menis Campos - Salto com vara;

Lissandra Campos - Salto em distância;

Lorraine Martins - 200m rasos;

Lucas Marcelino - Salto em distância;

Matheus Correa - Marcha atlética;

Paulo André Camilo - 100m rasos e revezamento 4x100m masculino;

Pedro Nunes - Lançamento do dardo

Renan Gallina - 200m rasos e revezamento 4x100m masculino;

Tatiane Raquel da Silva - 3.000m com obstáculos;

Tiffani Marinho - 400m rasos;

Valdileia Martins - Salto em altura;

Vitória Rosa - 100m rasos;

Wellington 'Maranhão' - Arremesso de peso.

Outros convocados

Douglas Hernandes – revezamento 4x400m masculino

Gabriel Garcia - revezamento 4x100m rasos

Jadson Erick Lima – revezamento 4x400m masculino

Lucas Vilar – revezamento 4x400m masculino

Além desses nomes, Max  Batista (marcha atlética), Livia Avancini (arremesso de peso) e Hygor Soares (revezamento 4x100m masculino), ainda podem aparecer na lista de atletas da delegação brasileira. Os três são elegíveis, mas foram retirados da lista por um caso relacionado a testes anti doping não realizados durante o ciclo olímpico, sendo que a World Athletics estabelece uma quantidade mínima a ser realizada no período.