Briga pelo título, vaga direta na Libertadores e luta contra o rebaixamento aquecem o fim do campeonato nacional
por
Gabriel Alves Dutra
|
05/12/2023 - 12h

Faltando apenas uma rodada para o final do Campeonato Brasileiro, algumas definições ainda estão em aberto em uma das edições mais equilibradas da história do torneio. A briga acirrada pelo título que presenciamos no segundo turno parece estar quase definida, mas a disputa por uma vaga direta na próxima Libertadores e a luta contra o rebaixamento trazem fortes emoções para os jogos finais.

Além do líder, mais dois clubes ainda têm chances matemáticas (mesmo que remotas) de conquistar o campeonato, e três sofrem com algum risco de rebaixamento para a segunda divisão.

As equipes brasileiras classificadas para a próxima edição da Libertadores já estão definidas: Palmeiras, Botafogo, Flamengo, Atlético-MG, Grêmio, Red Bull Bragantino, Fluminense e São Paulo, as duas últimas por terem conquistado os títulos da Libertadores e da Copa do Brasil, respectivamente. Há, no entanto, a disputa por uma vaga direta na fase de grupos, já que apenas os quatro primeiros colocados do Brasileirão se classificam desta maneira, enquanto o 5º e o 6º vão disputar as fases iniciais do torneio continental.

O Palmeiras se aproximou muito do título após o triunfo contra o Fluminense por 1 a 0, no Allianz Parque, mas matematicamente ainda não se consagrou campeão. Isso porque o alviverde alcançou 69 pontos na tabela, e vê atrás Atlético-MG e Flamengo, cada um com 66 pontos. Os concorrentes poderiam chegar à mesma pontuação na rodada final, e teriam que torcer para uma derrota do clube alviverde contra o Cruzeiro, em Belo Horizonte. Mesmo assim, ainda teriam que tirar uma grande diferença no saldo de gols. O Palmeiras tem 31 no quesito, contra 23 e 15, dos clubes mineiro e carioca, respectivamente.

 

Disputa de bola entre Piquerez e Yony González (Foto: Flavio Hopp/Flavio Hopp/Gazeta Press)

 

Ao mesmo tempo em que sonham com a possibilidade de título, Atlético-MG e Flamengo ainda precisam confirmar sua vaga diretamente na próxima Libertadores, pois ainda não têm suas vagas no G-4 garantidas.

Na zona do rebaixamento, três equipes já estão matematicamente rebaixadas: América-MG, Coritiba e Goiás. Resta a definição do último time. Bahia (41 pontos), Vasco (42) e Santos (43) lutam contra a queda na rodada final.

A briga não está acirrada só na tabela de classificação. A disputa pela artilharia do campeonato também segue firme: Paulinho, do Atlético-MG, tem 19 gols na competição, enquanto Tiquinho Soares, do Botafogo, tem 17.

No início do ano, um levantamento da IFFHS (Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol) classificou o Campeonato Brasileiro como a liga mais forte e competitiva do mundo, superando grandes campeonatos como a Premier League (Inglaterra) e a La Liga (Espanha). A edição de 2023 do Brasileirão provou o grande nível de competitividade do torneio, algo que dificilmente vemos em outras ligas do mundo.

A rodada final do torneio acontece nesta quarta (6), com todas as equipes entrando em campo no mesmo horário, às 21h30 (de Brasília).

O brasileiro, ex-campeão dos médios, derrotou Jiri Prochaska e conquistou o cinturão dos meio-pesados.
por
Guilherme Gastaldi
|
23/11/2023 - 12h

Sempre que o MSG (Madison Square Garden) é o palco de um evento do UFC, os fãs já sabem que uma grande noite está por vir, e o UFC 295 não foi diferente, com grandes lutas e histórias, amplificadas pela atmosfera eletrizante da arena. Na luta da noite, realizada em Nova Iorque, EUA, no último sábado (11), o brasileiro Alex Pereira conquistou o cinturão dos pesos meio-pesados (até 93 kg) após derrotar o ex-campeão da divisão Jiri Prochaska. No coevento principal da noite, o inglês Tom Aspinall nocauteou Sergei Pavlovich em apenas 70 segundos para conquistar o cinturão interino dos pesos pesados (até 120 kg). Além disso, ainda no card principal, uma nova onda de lutadores surge, mandando um recado claro para suas respectivas divisões.

 

Alex Pereira comemorando o seu novo cinturão. (Reprodução / Twitter: @ufc)
Alex Pereira comemorando o seu novo cinturão. (Reprodução / Twitter: @ufc) 

 

Fazendo história novamente!

Desde os estilos de luta completamente diferentes até as personalidades intrigantes e comoventes, sem precisar recorrer ao bom e velho trash-talk, venderam a luta com maestria e os fãs do UFC estavam na beira de seus assentos, ansiosos pelo combate. De um lado do octógono o “Samurai Tcheco”, ex-campeão dos pesos meio-pesados, buscando recuperar o cinturão após ter deixado o título por conta de uma lesão. Do outro, “Poatan”, apelido que vem do tupi-guarani, significa “mão dura”, ex-campeão dos médios e em busca de se tornar apenas o nono campeão de duas categorias diferentes do UFC e o segundo brasileiro a realizar o feito (Amanda Nunes, 2018). 

Já dentro da grade, enquanto Bruce Buffer anunciava os seus nomes, pesos e alturas, os lutadores não tiravam os olhos um do outro. Nas palavras do comentarista norte-americano Joe Rogan, “essa é a encarada mais intensa que eu já vi”. O palco estava pronto para dois dos lutadores mais violentos da organização nos proporcionarem um show. No 1º round, ambos se estudaram bastante, na primeira etapa, Alex, com seus chutes baixos, foi minando as pernas de Jiri, inclusive desequilibrando e derrubando o lutador com um chute potente na panturrilha. Na reta final, o theco chegou a marcar uma queda em cima do brasileiro, equilibrando o round, no entanto, não obteve sucesso no ground and pound.

 

Poatan encarando Jiri Prochaska antes de seu confronto no UFC 295. (Foto: Chris Unger | Crédito: Zuffa LLC via Getty Images | Reprodução: @UFC)
Poatan encarando Jiri Prochaska antes de seu confronto no UFC 295. (Foto: Chris Unger | Crédito: Zuffa LLC via Getty Images | Reprodução: @UFC)

 

No embate, chamava atenção a postura dos dois. O brasileiro, muito técnico, sempre preciso e calculando seus ataques, enquanto Prochaska lutava relaxado, com sua guarda completamente baixa. Pereira continuou com seus chutes baixos, que visivelmente surtiam efeito em Jiri, que por sua vez, aproveitava da guarda baixa para desferir golpes inusitados e imprevisíveis, como seu overhand de direita que chegou a conectar no rosto do brasileiro. 

Faltando praticamente um minuto para o final do 2º round, Jiri acertou uma sequência de golpes e acelerou, colocando Poatan contra a grade, no entanto, acabou se afobando e deixou sua defesa exposta. Com essa clara abertura, o brasileiro acertou um cruzado de direita, seguido por um de esquerda que derrubou o tcheco. Em sequência, enquanto seu adversário tentava se segurar em suas pernas, desferiu oito ou mais cotoveladas no lado de sua cabeça, obrigando o árbitro da luta, Marc Goddard a interferir e parar a luta, concretizando a vitória de Alex Pereira.

O ex-campeão duplo de kickboxing pelo Glory (organização de Kickboxing), em apenas 11 lutas no MMA, sendo apenas sete delas no UFC, se tornou campeão de duas categorias diferentes da principal organização de lutas do mundo. Após a luta, dentro do octógono e com o microfone em mãos, desafiou seu rival de longa data Israel Adesanya para subir de categoria e encerrar de uma vez por todas sua rivalidade. Entretanto, ao que tudo indica, os planos de Izzy são de se manter afastado do mundo da luta por um longo período de tempo, com o objetivo de cuidar mais de si mesmo. Sendo assim, o ex-campeão dos pesos meio-médios Jamahal Hill, quando sarado por completo de sua lesão, deve ser o próximo adversário de Poatan.

 

Glover Teixeira carregando Poatan logo após a sua vitória. (Reprodução / Twitter: @ufc)
Glover Teixeira carregando Poatan logo após a sua vitória. (Reprodução / Twitter: @ufc) 

 

Um novo rei nos pesos pesados! (ou quase isso)

No dia 23 de Julho de 2022, em Londres, na Inglaterra, em confronto contra Curtis Blaydes com apenas 15 segundos, Tom Aspinall sofreu uma lesão séria no joelho. Afastado dos octógonos por praticamente um ano completo, voltou em 22 de julho de 2023, novamente em sua terra natal. Na ocasião, derrotou Marcin Tybura em 73 segundos, mandando uma mensagem: ele estava de volta e pronto para ir em busca do cinturão. Após a lesão de Jon Jones ter sido confirmada e seu confronto com Stipe Miocic cancelado, o caminho em busca do seu objetivo final estava aberto, sem obstáculos remanescentes. 

 

Tom Aspinall emocionado recebendo o cinturão interino da divisão dos pesos pesados.. (Reprodução / Instagram: @tomaspinallofficial)
Tom Aspinall emocionado recebendo o cinturão interino da divisão dos pesos pesados. (Reprodução / Instagram: @tomaspinallofficial) 

 

Ao som de “Englishman In New York” do Sting, o inglês fazia sua caminhada até o octógono. Calmo e confiante, o peso pesado tinha a sua frente um tremendo desafio: o russo imparável chamado Sergei Pavlovich. O número 1 do ranking, conhecido por seu poder de nocaute fora da curva, vinha em uma sequência de seis vitórias seguidas, todas por meio de finalização no primeiro round. Era o bicho papão da divisão.

Logo no início do embate se tornou evidente as estratégias de ambos. Enquanto Sergei tentava encurtar a distância para golpear Tom, o inglês usava de sua movimentação exímia dentro do octógono para manter uma distância confortável e esperar por oportunidades de atingir seu adversário. O russo chegou a acertar uma combinação em Aspinall, que sentiu os golpes e recuou, no entanto, quando buscou mais uma sequência de golpes, Tom esquivou, mostrando excelente movimentação de cabeça.

Poucos segundos depois, Aspinall conectou um cruzado de direita que balançou Pavlovich e emendou com mais dois golpes que apagaram completamente o russo, que desabou na lona. Após o confronto, visivelmente emocionado, se jogou no chão, comemorando o triunfo que buscou a vida inteira e dividindo esse lindo momento com seu pai, que sempre acreditou e incentivou seu filho no mundo da luta e que estava no corner do filho durante a luta, lhe orientando. 

Com a grande atuação, se tornou apenas o terceiro inglês campeão na história do UFC e pela primeira vez, a organização possui dois campeões do país simultaneamente (Leon Edwards e Tom Aspinall). Agora, o campeão interino se encontra em uma posição difícil, afinal, ainda é muito incerto o que está por vir. O óbvio seria um confronto contra Jon Jones para unificar ambos os cinturões, entretanto, a teimosia de Dana White somada a falta de interesse do atual campeão, sugere que o confronto entre Jones e Miocic ainda venha a acontecer no ano de 2024. Sendo assim, Tom Aspinall deve defender seu título interino antes de enfrentar o vencedor do confronto válido pelo cinturão peso pesado.

 

Tom Aspinall comemorando aliviado a sua vitória enquanto Sergei Pavlovich recebe atendimento médico após o nocaute. (Foto: Josh Hedges | Crédito: Zuffa LLC via Getty Images | Reprodução: @UFC)
Tom Aspinall comemorando aliviado a sua vitória enquanto Sergei Pavlovich recebe atendimento médico após o nocaute. (Foto: Josh Hedges | Crédito: Zuffa LLC via Getty Images | Reprodução: @UFC)

 

A nova onda de grandes lutadores

Abrindo o card principal, o brasileiro Diego Lopes nocauteou Pat Sabatini logo no 1º round. Após um enrolo entre os dois, Lopes acertou um overhand de direita quando seu adversário estava se levantando, o desequilibriando e seguindo com um ground and pound poderoso, apagando Sabatini no chão. O brasileiro estreou na organização ainda em 2023, quando aceitou enfrentar Movsar Evloev com poucos dias de antecedência e, mesmo perdendo, mostrou garra e vontade, fazendo com que parte do público se tornasse fã. Além disso, o seu estilo de luta e a maneira como se porta - com sua franja característica - também ajudaram a popularizar Diego, que com sua performance no UFC 295, chega a duas vitórias no ano e promete figurar entre os grandes lutadores da divisão atual dos penas.

 

Diego Lopes vibrando sua vitória por nocaute no UFC 295. (Reprodução / Twitter: @Diegolopesmma)
Diego Lopes vibrando sua vitória por nocaute no UFC 295. (Reprodução / Twitter: @Diegolopesmma) 

 

Também no card principal, o francês Benoit Saint-Denis derrotou Matt Frevola por meio de nocaute, com um chute na cabeça primoroso. Em um espaço curto, demonstrou muita técnica e precisão para derrotar seu adversário e acertar o golpe corretamente. Agora, com apenas 27 anos, o lutador francês que vem de quatro vitórias consecutivas adentra o top 15 no ranking dos pesos leves e desafia os principais lutadores da divisão, prometendo entregar ao público lutas emocionantes e cheias de ação. Em seus últimos confrontos, Benoit demonstrou ser extremamente versátil e desponta como um futuro desafiante ao título que hoje está nas mãos de Islam Makhachev.

 

Benoit Saint-Denis após ter nocauteado Matt Frevola com um chute de perna esquerda na cabeça. (Foto: Chris Unger | Crédito: Zuffa LLC via Getty Images | Reprodução: @UFC)
Benoit Saint-Denis após ter nocauteado Matt Frevola com um chute de perna esquerda na cabeça. (Foto: Chris Unger | Crédito: Zuffa LLC via Getty Images | Reprodução: @UFC)

 

TODOS OS RESULTADOS DO UFC 295:

Luta da Noite - Nazim Sadykhov vs. Viacheslav Borshchev

Performance da Noite - Alex Pereira; Tom Aspinall; Benoit Saint-Denis; Jéssica Andrade; Diego Lopes.

*** (Os vencedores recebem uma premiação extra de 50 mil dólares) ***

 

→ Card Principal.

  • Alex Pereira derrotou Jiri Prichaska por Nocaute (socos) no 2º round;
  • ​​​​​​Tom Aspinall derrotou Sergei Pavlovich por Nocaute no 1º round;
  • Jéssica Andrade derrotou Mackenzie Dern por Nocaute Ténico (socos) no 2º round;
  • Benoit Saint-Denis derrotou Matt Frevola por Nocaute (chute) no 1º round;
  • Diego Lopes derrotou Pat Sabatini por Nocaute (socos) no 1º round. 

 

→ Card Preliminar.

  • Steve Erceg derrotou Alessandro Costa por Decisão (unânime) - 29/28, 29/28, 29/28;
  • Lupita Godinez derrotou Tabatha RIcci por Decisão (Dividida) - 27/30, 29/28, 29/28;
  • Mateusz Rebecki derrotou Roosevelt Roberts por Finalização verbal (chave de braço) no 1º round;
  • Nazim Sadykhov vs. Viascheslav Borschchev acabou em Empate (majoritário) - 29/28, 28/28, 28/28.

 

→ Preliminares Iniciais.

  • Jared Gordon derrotou Mark Madsen por Nocaute Técnico (socos) no 1º round;
  • John Castañeda derrotou Kang Kyung-Ho por Decisão (unânime) - 30/27, 30/27, 30/27;
  • Joshua Van derrotou Kevin Borjas por Decisão (unânime) - 29/28, 29/28, 29/28;
  • Jamall Emmers derrotou Denis Buzukja por Nocaute Técnico (socos) no 1º round.
A batalha entre as equipes promete ser o ponto alto da última etapa da temporada
por
Giulia Fontes Dadamo
|
23/11/2023 - 12h
Carros da Mercedes e Ferrari
4 pontos separam a Ferrari de ganhar o segundo lugar de construtores em cima da Mercedes. Imagem: Sky Sports

Bem vindos a última etapa da temporada do GP, em Abu Dhabi. O paddock foi oficialmente montado no Yas Marina Circuit, onde vai acontecer a decisão do segundo lugar do campeonato de construtores. Depois de Las Vegas, com Charles Leclerc em P2 entre os Red Bulls, a Scuderia se anima, ainda mais estando apenas quatro pontos atrás da Mercedes.

Tudo começa na sexta-feira (24), com o TL1 às 06h20, e o TL2 às 09h50. No sábado (25), teremos o TL3 às 07h20 seguido da classificação às 10h30. Já no domingo (26), teremos a corrida padrão prevista para às 09h00, transmitida ao vivo pela Band. Um diferencial dessa semana é que, graças às regras que exigem que cada piloto de corrida deve ceder seu lugar a um novato no TL1 em pelo menos uma ocasião em cada temporada, o primeiro treino livre terá metade do grid substituído.

Com o primeiro lugar do campeonato de corredores e de construtores já decidido por Max Verstappen e a RBR, a maior batalha entre as equipes nessa última fase é pelo segundo lugar no campeonato de construtores. Até o fim das férias de verão, a Mercedes estava confortável com 51 pontos de vantagem sobre a Ferrari e tinha desempenho consistente. Mas desde Monza a diferença diminui para apenas quatro pontos rumo a Abu Dhabi, com Carlos Sainz na pole seguindo com outra pole e vitória em Cingapura – a única vez que a Red Bull foi derrotada este ano, e com Charles Leclerc conquistando a pole position em três das últimas quatro corridas. 

Apesar da boa fase da Scuderia, a Mercedes não vai desistir da posição facilmente, além de ainda possuir a vantagem dos pontos e também carregam o privilégio do recorde de maior número de vitórias (5) e de pole positions (5) na Yas Marina Circuit por Lewis Hamilton. Em coletiva de imprensa, Russell diz: “Será uma luta acirrada com a Ferrari, eles obviamente estão vindo de uma corrida forte, mas definitivamente prefiro estar na posição que estamos do que no lugar deles.”

Leclerc, por sua vez, tem esperança. “Vai ser apertado”, disse ele sobre a batalha. “Temos um bom momento para esta corrida, já que as últimas corridas foram positivas para nós. No entanto, a Mercedes é historicamente muito boa aqui em Abu Dhabi, então teremos que juntar tudo para enfrentá-los e vencê-los no campeonato de construtores, mas este é claramente o objetivo.”

Esmeraldino abriu vantagem, mas Fluminense virou o placar e garantiu goleada
por
Beatriz Barboza
Daniel Delfino
|
23/11/2023 - 12h

Na quarta-feira (25), Fluminense e Goiás se enfrentaram em disputa válida pela 29° rodada do Campeonato Brasileiro, em Volta Redonda, no Rio de Janeiro. O Tricolor levou a melhor e encerrou o jejum de quatro rodadas sem vitórias, o placar final foi de 5 a 3. O resultado é importante para a equipe permanecer no pelotão de frente do Brasileirão e nutre as expectativas dos torcedores para a final da Conmebol Libertadores contra o Boca Juniors no dia 04 de novembro. O Goiás, embora tenha tido sucesso nas finalizações, permanece no Z-4.

O Esmeraldino abriu o placar aos 4 minutos do primeiro tempo com gol de Allano. Minutos depois, Matheus Babi ampliou o placar a favor do Goiás. Aos 16 minutos, o capitão tricolor Felipe Melo aproveitou a cobrança de escanteio de Ganso e balançou a rede adversária com um gol de cabeça. Em disputa de bola com Babi, Felipe sentiu dores na coxa e foi substituído por Lima. Aos 37 minutos, o zagueiro colombiano John Arias marcou o gol de empate após receber um passe de inversão de Keno.

.
Felipe Melo, John Arias e Keno foram os autores dos gols tricolores. (Foto: Marcelo Gonçalves/FFC)

A equipe carioca voltou ao campo com Diogo Barbosa no lugar de Marcelo. Já do lado esmeraldino, Higor Meritão substituiu Guilherme Marques. O gol de desempate pintou no primeiro minuto da segunda etapa. Diogo Barbosa encontrou John Arias na segunda trave, cruzou para o colombiano que dominou e bateu de canhota. 3 a 2 para o Fluminense, de virada.

Em seguida, Morelli derrubou Keno dentro da área e a penalidade foi marcada para o Tricolor. O goleiro Tadeu se deslocou mal e Keno converteu o pênalti no quarto gol do Flu na noite. Aos 16 minutos, Ganso encontrou Keno, que driblou a zaga adversária e aproveitou a saída do goleiro para balançar, novamente, a rede esmeraldina. Em jogada pelo lado direito, Alleson cruzou para Julián Palácios que marcou um golaço a favor do Goiás. Findado o jogo em Volta Redonda, 5 a 3 para o Fluminense.

As equipes retornam ao campo no final de semana para os jogos da 30ª rodada do Brasileirão. O Fluminense visita o Atlético - MG no sábado, dia 28, na Arena MRV, às 21h. O Goiás enfrenta o Vasco no domingo, dia 29, às 16h, no Estádio da Serrinha, em importante disputa para definir as equipes que permanecerão na Zona de Rebaixamento.

Derrota deixa a seleção na 5ª posição da competição, cinco pontos atrás da líder Argentina
por
Gabriel Alves Dutra
|
21/11/2023 - 12h

A seleção brasileira nunca havia perdido dois jogos seguidos na história das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo. Na última quinta (16), no entanto, essa marca foi quebrada. Após revés por 2 a 0 contra a seleção do Uruguai em outubro, o Brasil voltou a sentir o amargo gosto da derrota ao perder por 2 a 1, de virada, para a Colômbia, no Estádio Metropolitano, em Barranquilla.

Com a ausência forçada de jogadores importantes, como Ederson, Neymar, Gabriel Jesus e Casemiro, que estão lesionados, o técnico Fernando Diniz optou por começar a partida com a seguinte escalação:

Alisson; Emerson Royal, Marquinhos, Gabriel Magalhães e Renan Lodi; André, Bruno Guimarães, Raphinha e Gabriel Martinelli; Rodrygo e Vini Junior.

Apesar da maior posse de bola da seleção brasileira na partida (61% x 39%), a Colômbia foi quem levou mais perigo e teve quase o dobro de finalizações: 23 contra 12.

O Brasil começou bem o duelo, pressionando os colombianos com tabelas envolventes e passes curtos, no melhor estilo Fernando Diniz, e abrindo o placar logo aos 4’ de jogo. Gabriel Martinelli tabelou com Vini Jr. e ficou cara a cara com o goleiro Vargas, finalizando rasteiro para o fundo das redes.

Depois disso, a Colômbia mandou no jogo, terminando o primeiro tempo melhor do que o Brasil, apesar de ainda estar atrás no placar. O cenário se manteve no segundo tempo, mas mesmo com muita pressão, os colombianos não conseguiam chegar ao gol.

Foi então que brilhou a estrela do atacante Luis Díaz, que viveu recentemente um pesado drama familiar após seu pai ter sido sequestrado pelo grupo guerrilheiro Exército de Libertação Nacional (ELN), da Colômbia, e mantido em cativeiro por 12 dias.

O jogador do Liverpool marcou dois gols de cabeça em um intervalo de quatro minutos, aos 30’ e 34’ da etapa complementar, decidindo o jogo para os colombianos e estabelecendo uma grande festa em Barranquilla. Afinal, essa foi a primeira vitória da Colômbia contra o Brasil na história das Eliminatórias Sul-Americanas.

 

 

A seleção brasileira volta a campo na próxima terça (21), para enfrentar em sua última partida no ano a atual campeã do mundo Argentina, no Maracanã. O jogo pode ser o último de Lionel Messi em solo brasileiro. Os argentinos lideram a competição, com 12 pontos, mas vêm de uma derrota por 2 a 0 para o Uruguai, em Buenos Aires.

Depois disso, o Brasil volta a campo apenas em março do ano que vem, para enfrentar duas potências europeias em jogos amistosos: a Inglaterra no estádio de Wembley, em Londres; e a Espanha, no Santiago Bernabéu, em Madrid. Essas podem ser as duas últimas partidas da seleção sob o comando de Fernando Diniz, já que, nos bastidores, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) dá como certa a vinda do italiano Carlo Ancelotti, técnico do Real Madrid, no meio de 2024.

Termo antes usado de forma pejorativa foi adotado pelo Fluminense como forma de representação da torcida e combate ao preconceito
por
Vinícus Evangelista
|
16/11/2023 - 12h

“A primeira vez que eu olhei pro lado e vi que a maioria das pessoas se pareciam comigo, foi justamente quando eu estava no meio da torcida do pó de arroz.”, revela o jornalista e torcedor tricolor, Fagner Torres. “Eu ia no restaurante, no cinema, no teatro, lugares onde a maioria da galera era branca. Onde a maioria era como eu? Na arquibancada, pô!”, finaliza. O tradicional nevoeiro branco em meio as cadeiras virou símbolo de festa para a torcida do Fluminense. Hoje é comum que cada torcedor tricolor leve um saco do pó de arroz para os jogos no Maracanã, lançando-os ao céu e celebrando antes mesmo da bola rolar. 

Por muitos anos, chamar um torcedor do Fluminense de “pó de arroz” era motivo de ofensa e chacota. Muitos torcedores rivais ainda hoje usam dessa palavra para acusar o clube de ser racista, afirmando que, no passado, o Fluminense obrigava os jogadores pretos a passarem pó de arroz no rosto para jogarem se passando por brancos, “minha vó me conta isso desde que eu tinha cinco anos”, revela Thaissan Passos, ex-treinadora do futebol feminino do Fluminense. 
 
O folclore se espalhou a partir de uma crônica lançada em meados do século XX, se espalhando ao longo do tempo como uma polêmica que até hoje gera controvérsias e discussões. Independentemente da origem, fato é que a torcida tricolor adotou o pó de arroz como um verdadeiro símbolo antirracista, tornando o que antes era usado de forma pejorativa como representação de toda a torcida nas arquibancadas das laranjeiras: “Maior orgulho pra gente é quando saímos do jogo com todo o pó na cabeça. Não é uma maneira de embranquecer a torcida, e sim de dizer que nós vencemos o racismo aqui dentro e que somos um grupo a utilizar um xingamento que seria racista para combatê-lo!”, afirma o antropólogo torcedor do Fluminense, Ernesto Xavier. 

 

A POLÊMICA ORIGEM DO PÓ DE ARROZ 

Foto 1
Carlos Alberto defendeu o Fluminense depois de ter atuado no América-RJ. Foto: Flu-Memória 


Em 13 de Maio de 1914, Carlos Alberto, de 17 anos, se preparava para atuar pelo Fluminense contra o seu ex-clube, América, pelo Campeonato Carioca daquele ano. O jogador, que era o único preto da equipe, foi visto com um pó branco no rosto, que durante a partida começou a se desmanchar em seu suor, abrindo brecha para a torcida Americana provocar o recém-saído da equipe: “Pó de Arroz! Pó de Arroz!”, gritava a torcida. 

“O rapaz veio conosco do América para o Fluminense, ele fazia a barba e, ao invés de deixar com sua cor natural e passar talco, ele colocava uma coisa branca, fazendo um contraste muito grande entre uma parte e outra do rosto, e então os torcedores começaram a chamar o time do Fluminense de ‘pó de arroz’”, explicou, aos 90 anos de idade, Marcos Carneiro de Mendonça, então goleiro da equipe de Carlos Alberto. 

O caso voltou à tona 38 anos depois do jogo contra o América, em uma coluna publicada pelo jornalista Mário Filho no “Jornal dos Sports”, onde o autor alega que Carlos Alberto utilizava pó de arroz para esconder sua etnia, visto que, segundo Mário, o Fluminense era uma equipe elitista da qual apenas brancos eram benquistos: “Valia a pena ser Fluminense, Botafogo, Flamengo, clube de brancos. Se aparecia um mulato, num deles, mesmo disfarçado, o branco pobre, o mulato, o preto da geral, eram os primeiros a reparar. (...) Era o momento que Carlos Alberto mais temia. Preparava-se para ele, por isso mesmo, cuidadosamente, enchendo a cara de pó-de-arroz, ficando quase cinzento, não podia enganar ninguém, chamava até mais atenção. A torcida do Fluminense procurava esquecer de que Carlos Alberto era mulato. Um bom rapaz, muito fino”, finaliza a coluna. 

 

Foto 2
Novela “Lado a Lado”, da Globo, parodiou o caso de 1914, com o personagem Chico, interpretado por César Mello, sendo a representação ficcional de Carlos Alberto. Foto: Blog do Mauricio Stycer / UOL 


O trecho publicado no jornal foi retirado do livro de Mário que teve sua primeira edição publicada em 1947, denominado “O Negro no Foot-Ball Brasileiro”, onde o autor desmistifica as especulações que afirmavam que o Fluminense obrigava Carlos a usar o pó de arroz. Com base no livro, o historiador Athos Vieira explica que o jogador utilizava o produto por causa do racismo imposto pela sociedade, mas que o clube em nenhum momento obrigava Carlos a utilizar pó de arroz. “O racismo não era do Fluminense, e sim da sociedade, das instituições, o Fluminense como tal era um clube racista, de pessoas brancas. Carlos Alberto, um menino tímido, se sentia incomodado com os holofotes e usava o pó de arroz para dissimular a cor de sua pele”, explica. 
 
Athos chama atenção para o fato de que, no livro, Mário entrevista Carlos Alberto ainda em vida, onde o jogador explica as diferenças entre o América e o Fluminense, ressaltando que ambos eram times de branco, porém, por ser um clube aristocrata, o tricolor promovia bailes e eventos de luxo: “Essa era a diferença entre os times da Zona Sul e Norte, no América as famílias iam ver os jogos e se encontravam uma vez por semana na arquibancada. No Fluminense, eles viviam no clube, todo mundo devia ser igual, mesmo na cor”, afirma, segundo Athos Vieira, Carlos Alberto em entrevista à Mário Filho. 
 
Por outra ótica, o também historiador Felipe Duque, aponta que Carlos Alberto era um adolescente de muitas espinhas no rosto, obrigando-o a utilizar um medicamento para contê-las, esse que por sua vez continha na bula a recomendação de passar pó de arroz no rosto logo após o uso do remédio, com o objetivo de manter a pele protegida e evitar a oleosidade: “o talco é uma coisa só pra aliviar o pós-barba, já o pó de arroz tem a função de proteger. Como que um menino tímido de 17 anos vai ter a noção que quando ele corresse aquilo ia se desmanchar no sol?”, questiona.

Em boa atuação de James Rodríguez, tricolor paulista domina o jogo e respira no campeonato
por
Vinícus Evangelista
Giovanna Stevano
|
16/11/2023 - 12h

O São Paulo ganhou do Grêmio por 3 a 0 no sábado (28), no Estádio do Morumbi pela rodada 28° do Brasileirão. Os gols foram marcados por Michel Araújo, Pablo Maia – ambos com assistência de James Rodríguez – e Luciano, que aproveitou erro do lateral esquerdo Wesley para concluir o placar.

O São Paulo começou melhor o jogo, o primeiro gol saiu aos 21 minutos, após cobrança de escanteio de James, Michel Araújo marcou de cabeça. O Tricolor Paulista percebeu a dificuldade do adversário de criar pelo meio-campo e aproveitou os contra-ataques e o talento de James Rodríguez, protagonista da partida. O São Paulo finalizou 3 vezes no gol de Grando, e Rafael sofreu apenas 1 finalização, o que mostra que o primeiro tempo teve muita intensidade, mas baixas chances de gol.

 

Foto 1
James deu duas assistências e acertou 89% dos passes. Foto: Marcos Ribolli / ge

O Grêmio voltou desorganizado e a equipe paulista não sofreu sustos e teve mais volume de jogo. Em uma jogada de contra-ataque, James serviu Pablo Maia dentro da área, que conseguiu ampliar. No que seria o último lance da partida, o time gremista foi todo para a área, e deixou apenas Wesley, jovem substituto do lateral Reinaldo, na cobertura, porém o garoto falhou e Luciano aproveitou, fechando 3 a 0 no Morumbi.

Durante o jogo destacou-se a solidão de Luis Suárez no campo de ataque. Com os demais atacantes sendo empurrados para o campo defensivo pelo São Paulo, sobrou para o centroavante uruguaio tentar resolver tudo sozinho, cobrando faltas, escanteios, arriscando arremates de fora da área e até batendo boca com a arbitragem, que rendeu o terceiro cartão amarelo para o jogador no campeonato, portanto, o atacante foi suspenso do confronto contra o Flamengo.


Com a vitória e já garantido na próxima Conmebol Libertadores após a conquista inédita da Copa do Brasil, o São Paulo se afastou de qualquer perigo da parte de baixo da tabela, se consolidando na 10ª colocação e tendo o Palmeiras, fora de casa, como próximo adversário (25/10). Enquanto isso, o Grêmio cai para a 6ª posição do Campeonato Brasileiro, tendo que vencer o Flamengo, do técnico Tite, dentro de casa (25/10), para conseguir voltar ao G4 da competição na próxima rodada.

Após dois tropeços em outubro, os comandados de Fernando Diniz buscam se recuperar e voltar à liderança da competição
por
Gabriel Alves Dutra
|
16/11/2023 - 12h

Depois de quase um mês de espera, as Eliminatórias Sul-Americanas para a próxima Copa do Mundo estão de volta, em partidas que marcam a última Data Fifa do ano. A Seleção Brasileira fecha 2023 com dois desafios importantes na busca por uma vaga no Mundial de 2026, que será realizado em três países: Estados Unidos, México e Canadá.

O Brasil enfrenta nesta quinta (16) a seleção da Colômbia, no Estádio Metropolitano Roberto Meléndez, em Barranquilla. Na próxima terça, a seleção recebe a Argentina, atual campeã do mundo, no Maracanã. As expectativas para este jogo são enormes, já que pode ser a última partida de Lionel Messi em solo brasileiro.

O goleiro Ederson, do Manchester City, titular da Seleção em todos os jogos sob o comando de Fernando Diniz, foi cortado da convocação devido a um trauma no pé esquerdo. Veja como ficou a lista final para a Data Fifa de novembro:

 

  • Goleiros: Alisson (Liverpool), Bento (Athletico-PR) e Lucas Perri (Botafogo)

  • Laterais: Carlos Augusto (Inter de Milão), Emerson Royal (Tottenham) e Renan Lodi (Olympique de Marselha)

  • Zagueiros: Bremer (Juventus), Gabriel Magalhães (Arsenal), Marquinhos (PSG) e Nino (Fluminense)

  • Meio-campistas: André (Fluminense), Bruno Guimarães (Newcastle), Douglas Luiz (Aston Villa), Joelinton (Newcastle) e Raphael Veiga (Palmeiras)

  • Atacantes: Endrick (Palmeiras), Gabriel Jesus (Arsenal), Gabriel Martinelli (Arsenal), Paulinho (Atlético-MG), Pepê (Porto), Raphinha (Barcelona), Rodrygo (Real Madrid) e Vini Jr (Real Madrid)

 

A grande novidade da lista fica por conta do atacante Endrick, do Palmeiras, uma das maiores promessas do futebol brasileiro e mundial. O garoto, de apenas 17 anos e quatro meses, se tornou o quarto jogador mais jovem a ser convocado para a Seleção Brasileira, atrás apenas de Pelé (16 anos e 8 meses), Edu (16 anos e 10 meses) e Coutinho (17 anos e 1 mês).

 

Endrick se apresenta à Seleção Brasileira (Vítor Silva/ CBF)

 

O Brasil vem de dois resultados decepcionantes nos jogos de outubro realizados pelas Eliminatórias: empate em casa por 1 a 1 contra a Venezuela; e derrota para o Uruguai por 2 a 0 em Montevidéu. O fraco desempenho da Seleção Brasileira ligou um alerta para os dois próximos jogos, que prometem ser ainda mais complicados.

A Argentina lidera a competição, com 12 pontos conquistados em quatro jogos. Uruguai e Brasil fecham o Top-3, com 7 pontos cada. A Celeste está na frente pelo critério de gols marcados. A Seleção Colombiana está em 5º, com uma vitória e três empates nas suas quatro partidas. Sendo assim, o Brasil enfrenta nesta Data Fifa as duas únicas seleções invictas até o momento.

Vale lembrar que o próximo Mundial será o primeiro a ser realizado com 48 equipes. Por isso, o número de vagas pelas Eliminatórias Sul-Americanas também aumenta. Antes, as quatro primeiras equipes se classificavam diretamente para a Copa, e o 5º colocado disputava a repescagem. No novo formato, as seis primeiras  vão direto ao Mundial, e o 7º disputa a partida extra.

Descubra a resposta desse questionamento, conhecendo um pouco mais desses dois times lendários da seleção brasileira.
por
Antônio Valle
Christian Policeno
|
16/11/2023 - 12h

Brasil: 1982

A Seleção Brasileira de 1982, também conhecida como "Seleção de Ouro", ficou marcada por seu futebol ofensivo e vistoso. Apesar de ter encantado o mundo, o Brasil foi eliminado na 2° fase da Copa do Mundo para a pragmática Itália, de Zoff e Paolo Rossi, em um dos maiores jogos da história das Copas do Mundo.

A história desse jogo é recheada de bons enredos. Para a Seleção Brasileira, essa história começa a ser contada em 1979, quando Telê Santana assume o cargo de técnico, e, junto à CBF implementa o que é conhecido como "seleção permanente", isso é, os jogadores passaram a se reunir com mais frequência. Então, para o trabalho realizado em campo, não era mais só momento e a continuidade passou a ser chave.

A Seleção deu show e encantou o mundo em suas expedições internacionais, em preparação à Copa. Em 1981, a "Canarinho" bateu a Inglaterra em Wembley, pela primeira vez, assim como fez com a França no Parque dos Príncipes, e derrotou a Alemanha de virada. É muito devido a essa excursão que, ainda hoje, se discute o "time perfeito" e o que aconteceu na "Tragédia de Sarriá".

Entre o time de 1981, e o da estreia da Copa de 1982, o Brasil tinha apenas 2 modificações. Leandro, lateral-direito, entrou no lugar de Edevaldo, e Serginho Chulapa assumiu a 9 da seleção. Inclusive, achar o centroavante perfeito foi a maior dificuldade de Telê Santana, que testou alguns nomes, como: Roberto Dinamite e César, do Vasco, Nunes, do Flamengo, Roberto, do Sport, Baltazar, do Grêmio, e Reinaldo, do Atlético-MG. Telê escolheu Careca, do Guarani, mas o atacante se lesionou na fase final da preparação para o Mundial, e, então a vaga abriu novamente.

Na estreia da Copa do Mundo, contra a União Soviética, o Brasil entrou com Dirceu, no lugar de Paolo Isidoro. O time não funcionou, foi para o intervalo perdendo de 1x0. Com a volta de Isidoro o time melhorou e buscou a virada. Ainda não foi o suficiente para que ele se mantivesse no time titular. Na segunda partida, Telê achou seu quadrado de meio campo ideal: Cerezo, que havia voltado de suspensão, Falcão, primeiro jogador a atuar fora do país a disputar a Copa do Mundo pelo Brasil, Sócrates e Zico. O que chamava a atenção era a ausência de um ponta-direita.

O meio de campo era encantador: trocava passes e rodava a bola perfeitamente. Mas, às vezes, faltava velocidade. Zico e Sócrates revezavam quem caia pela direita, mas nem sempre conseguiam. Com as subidas de Leandro, e a falta de um ponta, criava-se espaços não compensados pelos zagueiros brasileiros.

A Itália reconheceu os erros brasileiros. E, foi subindo pela esquerda, que Cabrini achou o cruzamento perfeito para Paolo Rossi abrir o placar aos 5 minutos de jogo. Além disso, o a marcação individual italiana limitou o poder de criação dos meias brasileiros.

Ainda assim, o Brasil buscou o empate com Sócrates aos 12". Mas Rossi, em noite mágica ampliou, aos 25 minutos. O jogo foi para o intervalo com 2x1 no placar. No começo do segundo tempo, Falcão empatou, mas logo em seguida Rossi fez o terceiro e acabou com a alegria brasileira.

A Seleção Italiana era talentosa e perfeitamente ajustada defensivamente. Além disso, buscava vingança. Além da goleada, por 4x1, na Copa de 1970, o Brasil bateu a "Azzura" em 1978, na disputa pelo terceiro lugar. E, conseguiu.

"Enzo" Bearzot, técnico italiano de 1982, foi muito criticado ao convocar Paolo Rossi para a Copa, mas sua escolha rendeu uma das melhores revira voltas do futebol. O centroavante da Juventus, voltou da Espanha, com, além do troféu de campeão, o prêmio de melhor jogador e a artilharia do campeonato.

Mas, o que muitos não sabem, é que Rossi foi punido por 2 anos após envolvimento com apostas e manipulação de resultados, no esquema Totonero. Antes do Mundial, ele havia disputado apenas três partidas oficiais.

Para se ver como funciona o esporte. A Itália enfrentava um péssimo momento e seu futebol não convencia. A "Azzura" contou, justamente, com o criticado Paolo Rossi, para ganhar de uma das melhores seleções brasileiras de todos os tempos. O camisa 20 fez três gols, na vitória por 3x2, após um começo de campeonato medíocre do atacante.

 

imagem 1
Seleção Brasileira de 1982. Reprodução: Esquemas táticos.

Brasil 1994:

Falando agora sobre a seleção tetracampeã do mundo, será possível observar se um futebol “feio”, também é capaz de trazer resultados. Ou melhor do que bons resultados, TÍTULO!

A seleção brasileira de 1994 era comandada por Carlos Alberto Parreira, mas antes disto, o técnico da seleção era Zagallo, uma lenda na seleção. Porém, como nem tudo são flores, Zagallo acabou sendo um “problema”, para o melhor jogador da “canarinho” de 1994. Isto, por que, o Baixinho não possuía uma boa relação com o treinador, e afirmou na época que não gostaria de ser convocado para a seleção brasileira caso ficasse no banco de reservas.

Com a chegada de Parreira, o baixinho foi bancado pelo treinador, e não decepcionou. Nas eliminatórias, Romário realizou um campeonato muito bom, e na copa do mundo de 1994, não foi diferente. O baixinho foi o artilheiro da seleção com cinco gols marcados, se firmando como um dos maiores centroavantes da história do futebol, e da “amarelinha”.

Falando um pouco sobre a Copa do Mundo, o Brasil chegou na competição com o pé direito, ganhando da Rússia pelo placar de 2X0, com gols de Romário e Raí, no segundo jogo, vitória sobre Camarões, com gols do “Baixinho”, Márcio Santos e Bebeto, e finalizando a fase de grupos, o Brasil tropeçou com a seleção da Suécia, empatando o jogo em 1X1.

Já no mata-mata, o osso começou a roer, e o Brasil ganhou da seleção norte americana por 1X0, em jogo difícil, com gol de Bebeto. Nas quartas de final, um jogo épico, o Brasil ganhou da ótima seleção da Holanda, por 3X2, em um jogo muito parelho, os gols foram marcados por Romário, Bebeto e Branco. Na semifinal, o Brasil enfrentou novamente a seleção da Suécia, e ganhou o jogo com placar mínimo de 1X0, com gol de Romário aos 35 minutos do 2 tempo.

No ultimo e mais decisivo jogo da competição, dois fatores extremamente relevantes estavam em cena, além é claro, de uma final de Copa do Mundo. Menos de dois meses antes da final competição, o maior ídolo do país na época, Ayrton Senna, morreu em um acidente de carro, durante uma corrida da Formula 1, deixando o país inteiro em lagrimas, outra questão, é que o Brasil passara pelo seu maior jejum de títulos de Copa do Mundo na história, sendo 24 anos sem levantar o troféu. Tudo isto trazia uma sensação de ainda mais apreensão, sobre o possível título da seleção.

O jogo foi extremamente nervoso, e terminou no placar de 0X0, levando a disputa para os pênaltis. Nos chutes ao gol, o Brasil sagrou-se campeão, pelo placar de 3X2, com o último pênalti isolado, pelo então melhor jogador do mundo na época, Roberto Baggio.

Jogar de maneira não tão vistosa, mas levantando o caneco, é sem dúvida mais prazeroso que o contrário.

imagem 2
Seleção Brasileira de 1994. Reprodução: "é pênalti".

 

Cada vez mais, as SAFs são a resposta para o drama dos clubes brasileiros. Mas, será que elas têm a solução?
por
Cristian Francisco Buono Costa
Leonardo Caporalini Teodoro
|
13/11/2023 - 12h

A lei 14.193/21, do senador Rodrigo Pacheco e relatoria do senador Carlos Portinho, conhecida como Lei da SAF (Sociedade Anônima do Futebol), aprovada em agosto de 2021, chegou com uma grande expectativa: torcedores de todo o país depositam nas SAFs a esperança de um futuro vitorioso. Para compreender esse assunto, é importante saber que a Lei da SAF é um importante instrumento jurídico, porém, seu sucesso ou fracasso depende basicamente de alguns fatores. Existem muitos modelos possíveis para a construção de uma Sociedade Anônima do Futebol, e saber qual modelo o seu clube deseja é fundamental para a longevidade do processo. Nunca se esqueça que as SAFs podem, em determinado momento, nem existir mais. Portanto, o percentual dos societários, controle patrimonial e modelo de governança são fatores muito relevantes nesse processo.

Quanto mais graves forem os problemas políticos e maiores forem as responsabilidades financeiras, maior será a probabilidade de se chegar a um mau acordo quando um clube implementa uma SAF. Precisamos lembrar que os investidores desejam o retorno do seu investimento. Quando um clube se senta à mesa de negociações e se depara com as condições que mencionamos acima, certamente saberá usar o “poder” do seu dinheiro. Construir uma SAF tem tudo a ver com construir uma aliança. As de casamento, por exemplo, são feitas para durar. Compreender como escolher um parceiro é talvez a decisão mais importante que um clube irá tomar. Uma boa escolha pode ser a diferença entre o sucesso ou o fracasso de uma equipe e até mesmo a sua longevidade.

''

Na Série A temos 9 clubes com o modelo em prática: Bahia, Botafogo, Coritiba, Cruzeiro, Cuiabá, Vasco, Fortaleza, Atlético-MG e América-MG. Cinco dessas equipes, entretanto, lutam atualmente contra o rebaixamento no Campeonato Brasileiro. Isso poderia ser um mau sinal?

A Sociedade Anônima do Futebol pode, de fato, ser uma boa escolha no atual mundo dos clubes. Isto porque em conjunto com parcerias concretas, o drama do passado pode ser amenizado. Contudo, alertamos que esta possibilidade corre o risco de se tornar uma utopia, o que seria um erro grave.

Por outro lado, o debate provocado pela SAF poderá ajudar administradores e profissionais do futebol a encontrar melhores soluções para os problemas administrativos do time. Desta forma, poderá até inspirar cenários econômicos nacionais que exijam soluções mais criativas e menos rígidas. Apesar disso, não devem ser encaradas como solução final: o que real define a situação de um clube, é a sua gestão. O conselho dos times pode parecer irrelevante, mas estabelece o futuro político das agremiações. Essa sim, é a solução para a crise das instituições esportivas: a definição por um cenário político que realmente coloque os interesses do clube acima de tudo, e assim, efetue uma administração de exemplo.