WICKED: Musical da Broadway retorna aos palcos brasileiros

Um dos maiores sucessos do teatro musical mundial ganha nova adaptação oficial em São Paulo e atrai milhares de fãs
por
Julia Naspolini
|
02/04/2025 - 12h

Na sexta-feira, 21 de março, a nova adaptação brasileira de Wicked estreou no teatro Renault em São Paulo. A peça está em cartaz pela terceira vez no Brasil, com versões em 2016 e 2023, e está sob o comando da direção de Ronny Dutra e com a liderança das atrizes Myra Ruiz e Fabi Bang. O musical já vendeu mais de 80 mil ingressos para sua temporada que vai até 8 de junho, e já é sucesso nas redes sociais.

Após, sucesso de bilheteria do filme ano passado, que ganhou até o Oscar (2025) de Melhor Designer de Produção e Melhor Figurino, o espetáculo estreia entre o sucesso do primeiro filme e a espera do segundo - já que foram divididos em ato 1, filme 1 e ato 2, filme 2. Dessa forma, a plateia mistura-se entre fãs antigos da peça, que estreou na Broadway em 2003, e fãs novos, que conheceram através do filme

A montagem conta uma história que antecede o enredo do clássico, Mágico de Oz. E se desenvolve na trama da Elphaba, a Bruxa Má do Oeste, e da Glinda, a Bruxa Boa do Norte. O musical, através de uma trilha sonora premiada, conta como elas se conheceram, e mesmo sendo completamente diferentes, criaram uma amizade verdadeira. Essa nova versão brasileira promete apresentar essa história de forma ainda mais especial para os fãs.

A produção teve 19 milhões de reais em investimento para cenário, profissionais de música, figurino, iluminação e ilusionismo para tornar o espetáculo uma experiência ainda mais imersiva para o público.

Elphaba e Glinda agradecendo o público
Elphaba, Myra Ruiz, a esquerda da foto e Glinda, Fabi Bang, a direita da foto nos agradecimentos após o espetáculo.   Foto: Reprodução/Instagram @wickedbrasil

Receber no país obra oficial desse porte, além de ser um grande presente para os fãs, é um marco para o teatro musical brasileiro e para os artistas do país. Afinal, as personagens já viraram verdadeiros clássicos. Roberto Montezuma, professor de canto e especialista em preparação vocal para teatro musical, é o preparador de Tabatha Almeida, uma das Elphabas escolhidas para compor o elenco desta versão, e conta a emoção do processo. Apesar de também ser cantor lírico, ele confessou que seu maior sonho profissional seria preparar alguém para o papel de Bruxa Má do Oeste. 

“Categorizar uma Elphaba,  gravar uma Elphaba seria talvez a coisa mais importante que eu faria na minha vida, profissionalmente falando. Em verdade, eu perdi a conta de quantas vezes eu já chorei de alegria de lembrar que a Tabatha vai fazer a Elphaba”, alegra-se Montezuma.

Tabatha é aluna de Roberto há alguns anos e eles passaram pelo processo de audição juntos. Ele conta, que sempre disse para ela que um dia faria a Elphaba, mas nem ela acreditava. Ao refletir sobre essa super produção, Roberto comenta como é uma emoção diferente assistir ao vivo essa obra e ver como o teatro emociona. “Você vê ela voando, cara, você tá enxergando um cabo ali e você acha incrível de qualquer forma, maravilhoso de qualquer forma, sabe? É inclusive muito mais impactante do que ver uma tela. Porque é real, é físico, tá ali”, diz. 

Mas, para ele, a melhor consequência de Wicked Brasil 2025, é a valorização do teatro musical no Brasil, o aumento da visibilidade e de fãs para essa área teatral. Assim, tornar uma arte acessível para todos. “Acho que isso talvez seja a maior importância que esse Wicked pode trazer, fomentar uma nova ideia de mercado, porque as pessoas vão ver que tem público. O público é só de Wicked ou o público é de teatro musical? Acho que isso talvez seja o legado mais importante da peça. É muito importante para o cenário como um todo e principalmente é muito importante para fomentar também peças menores”, ressalta Montezuma para AGEMT. 

Elphaba voando no espetáculo
Elphaba desafiando a gravidade.    Foto: Reprodução/Instagram @wickedbrasil

 

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