Uso diário de bicicleta melhora economia e vida de brasileiros

Além de diminuir gastos com gasolina e transporte público, pedalar contribui para a melhora do humor e diminuição do sedentarismo
por
Carolina Raciunas
Vitória Nunes
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22/06/2023 - 12h

Por Carolina Raciunas (texto) e Vitória Nunes (audiovisual)

 

Usar bicicleta como meio de locomoção pode ser a chave para contribuir com a melhora da economia. Além disso, é possível conquistar grandes ganhos pessoais. Para a economia, o impacto começa na cadeia produtiva, como mostra um estudo do Laboratório de Mobilidade Sustentável (LABMOB), ligado à Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro e a Associação Brasileira do Setor de Bicicletas (Aliança Bike).

Em 2015, o Brasil produziu e importou mais de 5,4 milhões de bicicletas. Somando fabricação e importação de peças e acessórios, o País movimentou R$ 902,8 milhões. Ainda de acordo com o estudo, os salários somam, anualmente, R$ 384 milhões.

Para a atendente aeroportuária, Laura Citero, o uso da bicicleta mudou a sua vida. Ela a usa para se locomover há cerca de 2 anos, quatro vezes por semana, se não estiver chovendo forte, e às vezes ainda mais quando vai fazer compras no mercado. A iniciativa para começar a pedalar foi a preocupação com a própria saúde ao levar um estilo de vida sedentário. “Eu precisei sair do sedentarismo por motivos de saúde e fui influenciada por colegas que já usavam suas bikes para ir ao trabalho e se sentiam ótimos”, conta Laura.

Com a economia no uso de combustível e estacionamentos, já que a bicicleta foi uma alternativa ao uso diário de seu carro, Laura conseguiu juntar dinheiro para suprir outras vontades próprias: “Não juntei tanto dinheiro mas me permiti alguns desejos mais tangíveis, um tratamento de cabelos, umas sessões de massagens modeladoras, esse tipo de coisa.”

Esse relato de Laura explica exatamente os dados obtidos através do estudo Impacto Social do Uso da Bicicleta em São Paulo, realizado pelo Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), com patrocínio do banco Itaú. De acordo com ele, ciclistas economizam até 451 reais ao mês, têm 90 minutos livres a mais por semana e são menos estressados.

A estudante de animação Maiara Valadares também pedala no dia a dia. Antes da pandemia ela costumava ir pra faculdade de bicicleta apenas uma ou duas vezes por semana, dependendo do horário que seu estágio fosse começar. Porém, depois de 2021, passou a se locomover quase sempre de bicicleta, mesmo tendo vale transporte da empresa onde trabalha, já que mora perto.

E a escolha também pesa em seu bolso: “Posso guardar o dinheiro do vale transporte para usar em contas e economizar um pouco mais do que pegando trem ou ônibus.” Ela explica ainda que, mesmo às vezes tendo que fazer modificações para melhorias e reparos na bicicleta, devido ao uso muito frequente, ainda não se compara ao custo de ter que pagar gasolina e impostos requeridos quando se tem um carro, ou até mesmo os valores dos meios de transporte público.

Com isso, Maiara conseguiu guardar dinheiro e melhorar de vida: “Consegui pagar algumas dívidas, e também me trouxe um alívio para o lazer. Agora sobra um pouco mais financeiramente para ir ao cinema ou restaurantes com uma frequência maior, além de pequenos luxos como comprar roupas e até trocar meu celular.”