Um olhar para as Quadrilhas juninas de São João

São João, uma festa cultural, conhecida por todo o País, mas não com a mesma relevância
por
Liliane Aparecida Barbosa Gomes
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10/06/2025 - 12h

O investimento feito pelas Quadrilhas Juninas no Nordeste é grande, podendo chegar até 10mil R$ por brincante (nome dado a pessoa que dança pela quadrilha), em São Paulo as Quadrilhas Juninas também têm um gasto exuberante. 

Ambas têm as mesmas ideias de arrecadação para adquirir esse valor, promovendo eventos com uma prévia da apresentação, rifas, jantares temáticos, entre outros. Toda a arrecadação é destinada 100% a quadrilha, serve para pagar figurinos, transporte e até alimentação em alguns casos. O valor que a quadrilha adquire durante o ano, é remetido para o ano seguinte. 

Se tem algo em comum entre as Quadrilhas Juninas de São Paulo e do Nordeste é o amor para espalhar essa arte cultural por todos os lugares. Mas a grande diferença entre eles é que no Nordeste, eles encontram apoio, pois para eles essa arte é importante, coisa que não ver em São Paulo.  

No Nordeste o apoio do governo é um diferencial importante comparado a São Paulo, chegando a um investimento de 24,6 milhões, de acordo com dados publicados no diário de Pernambuco, já que lá o São João é mais tradicional, sendo algo de geração em geração. 

Ainda que essa festa tenha um impacto na vida das pessoas, principalmente os nordestinos que vivem em São Paulo, fazendo com que eles se recordem da terra natal. São Paulo não vê essa festividade com uma grande relevância, deve-se do fato de ser uma metrópole maior, com culturas diferentes, e de ser algo que não tem um retorno financeiro tão considerável, comparado a outras festividades como o Carnaval.        

O São João, pode sim ser algo maior, disse Paulo Ricardo, vice-presidente da quadrilha asa branca e comprador de uma empresa de telecomunicação “Eu acredito que nós temos que levar o São João não da sua forma de espetáculo, mas na forma de construção como cadeia cultural. O São João ele tira pessoas de extrema vulnerabilidade, a gente consegue profissionalizar pessoas com inúmeros talentos e pouco se fala. Vai muito além daquela apresentação que dura por volta de 30 minutos, que por trás disso tem 6 a 8 meses de preparação com muito dinheiro e dedicação das pessoas. Acho que devemos levar para conhecimento do grande público, até do poder público, o que é uma quadrilha junina, que nem dentro do nosso próprio grupo temos a dimensão do conseguimos atingir. Eu com meus 15 anos de São João, ainda me surpreendo com história de pessoas que relatam que saiu da depressão, largou drogas, resgatou o casamento, tudo por causa do São João, são muitas histórias envolvidas, pessoas impactadas. Acredito que precisamos documentar primeiro isso e depois levar para conhecimento do grande público, sendo ou não relacionado a São João, daí pode ser um paralelo de ser rentável também, que é uma das minhas missões de mostrar que o São João pode ser muito bonito e bem vendido, atraindo um grande público e internamente pode ajudar a vida de pessoas e famílias.” 

                                       Quadrilha Asa Branca 

Imagem 3, Imagem                                                                                                                                                        

                                                                             Arquivo: foto do Instagram 

 

 

A arte cultural remetida pelo São João, vai muito além de dançar, é a forma de resgatar a cultura, espalhar amor. Ver os sorrisos nos rostos e até mesmo lágrimas nos olhos de ver esse espetáculo, é o que faz o quadrilheiro continuar, a cultura tem de espalhada a todos os cantos. 

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