A premiação mais importante do cinema mundial fez história em 2021, tanto positiva quanto negativamente. Isso porque, apesar da edição do Oscar deste ano ter sido a que teve a maior diversidade da história, foi também a que obteve o pior índice de audiência, superando a edição do ano passado, que tinha, até então, sido a pior audiência do Oscar. A cerimônia deste ano ocorreu no Teatro Dolby, em Los Angeles, Califórnia, no dia 25 de abril, quase dois meses após o previsto originalmente, devido ao impacto da pandemia de Covid-19 no mundo do cinema.
A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas (Academia responsável pela organização do Oscar) parece, enfim, ter aberto os olhos para a diversidade no prêmio mais importante do cinema. Após ter recebido duras críticas nas últimas edições pela falta de diversidade na premiação, a Academia proporcionou o ano recorde em representatividade no Oscar. Na edição de 2015, por exemplo, nenhuma pessoa negra havia sido indicada nas principais categorias do prêmio. Já em 2021, além de negros, tivemos asiáticos, pessoas com a idade mais avançada e diversas mulheres concorrendo e levando a estatueta em várias categorias.
Como exemplo de vencedores, podemos citar Daniel Kaluuya, que conquistou o prêmio de Melhor Ator Coadjuvante pelo seu papel como Fred Hampton em “Judas e o Messias Negro”, e Chloé Zhao, diretora de “Nomadland”, que se tornou a primeira asiática e a segunda mulher a vencer o Oscar de Melhor Direção. Anthony Hopkins venceu o prêmio de Melhor Ator pelo seu papel como Anthony em “Meu Pai” e se tornou o mais velho vencedor dessa categoria. Além dos ingleses Riz Ahmed e Gary Oldman, disputavam com Hopkins o falecido Chadwick Boseman e o sul-coreano Steven Yeun, que se tornou o primeiro asiático a ser indicado na categoria de Melhor Ator da cobiçada estatueta. Já na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante, Youn Yuh-jung fez história se tornando a primeira coreana a vencer um Oscar. Ela se tornou também a segunda mulher asiática a ganhar o prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante.
Apesar de todas essas informações que trazem alegria e a esperança de um mundo mais justo, nem tudo foi alegria no Oscar 2021. A audiência desta edição foi a pior da história. A premiação foi assistida por 9,85 milhões de espectadores nos Estados Unidos, superando a edição do ano passado, que havia sido assistida por 23,6 milhões e era, até então, a pior audiência da história do Oscar. A queda da audiência da premiação do ano passado para a deste ano foi de cerca de 58,3%. Apesar da baixa, é importante ter em mente que a pandemia do coronavírus contribuiu firmemente para a queda na audiência. Além disso, não foi apenas o Oscar que sofreu com esse problema. O Globo de Ouro, por exemplo, teve uma média de 6,9 milhões de espectadores na edição de 2021, número muito inferior aos 18,3 milhões do ano passado. Vale lembrar que esses dados, tanto do Oscar como do Globo de Ouro, não consideram os espectadores de fora dos Estados Unidos.
A edição de 2021 do Oscar foi diferente de todas as outras. Definitivamente, entrou para a história. Não foi uma edição perfeita, mas muitas coisas boas podem ser vistas nela. A pandemia, de fato, afetou diversos setores, e o mundo do cinema, sem dúvidas, não foi exceção. A premiação do Oscar com menos audiência ter sido durante a pandemia não é nenhuma coincidência. Apesar disso, 2021 foi o ano no qual o Oscar mais abraçou a diversidade, algo que vinha sendo muito exigido pelo público, e isso deve sempre ser recordado.