"Misery" reestreia no Teatro TUCA

Peça inspirada no livro homônimo, de Stephen King, estreia no TUCA
por
Giovanna Montanhan
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24/05/2023 - 12h

O espetáculo teve sua estreia no Teatro Porto (2022) e aterrissou nos palcos do TUCA em maio/2023, com duração de 120 minutos. O elenco é composto por Mel Lisboa como Annie Wilkes, Marcello Airoldi como Paul Sheldon, e Alexandre Galdino como o xerife Buster. O texto vem do clássico do terror psicológico, adaptado para o cinema em 1990 como "Louca Obsessão", além de ter tido a atriz Kathy Bates e o ator James Caan nos papéis principais. As sessões ocorrem às sextas-feiras às 20:30, aos sábados às 20h e aos domingos às 17h. Os ingressos podem ser adquiridos a partir de R$60,00. Alunos, funcionários e professores da PUC pagam um preço especial de R$20,00. A temporada vai até 30/07. 

A trama gira em torno do escritor Paul Sheldon, interpretado por Marcello que sofre um acidente de carro durante uma tempestade de neve e é resgatado pela enfermeira Annie Wilkes, vivida por Mel. Annie é uma grande fã dos livros de Sheldon e se oferece para cuidar dele em sua casa isolada nas montanhas. Porém, a aparente bondade de Annie se transforma em uma obsessão pelo escritor quando ela descobre o final do último livro de sua saga favorita. 

 

Misery
Foto: Divulgação

Mel Lisboa entrega uma atuação impecável. Ela consegue moldar por meio de trejeitos e atitudes características toda a complexidade da personagem, que alterna entre momentos de amor e agressividade, mostrando toda a sua habilidade como atriz. 

mel
Foto: Divulgação

 

Marcello Airoldi, por sua vez, tem grande destaque na peça. Consegue extrair toda a sensação angustiante e desesperadora, em tom dramático, de estar à mercê da enfermeira psicopata. O ator imprime ao personagem toda a vulnerabilidade e o medo que sente diante da situação de perigo iminente. 

 

marcello
Foto: Divulgação

Alexandre Galindo, também tem uma atuação digna de elogios. Fornece o tom  de mistério e suspense que permanece durante todo o tempo.

 

xerife
Foto: Divulgação

A direção e a cenografia são moldadas por Eric Lenate e representam os pontos altos da produção. Ele é responsável por arrancar o melhor dos atores e criar a atmosfera de tensão e uma sensação de isolamento e solidão para os personagens que prendem a atenção desde terceiro sinal até o momento dos aplausos. O espetáculo oferece uma experiência única e diferenciada em relação a outras peças teatrais, graças à presença do audiovisual que auxilia na composição da história. A utilização de uma tela como parte do cenário permite a exibição de cenas que transportam o espectador para o contexto narrado. 

Além disso, o palco foi adaptado em uma plataforma redonda que se movimenta constantemente para apresentar todos os cenários da casa de Annie, desde o quarto em que Paul Sheldon está, até a sala, cozinha e quintal. 

E, por um lado que a iluminação é um elemento importante na peça e ajuda a criar efeitos que conduzem o clima hostil que permeia o espetáculo, por outro, a presença da trilha sonora intensifica a experiência de estar lá e provoca emoções arrebatadoras no espectador. 

 

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