Conhecido pelos seus grandes shows, mas também pela lama, o Lollapalooza fez jus à sua fama na sexta-feira (28). Mesmo com riscos de raios e pausas por causa do clima - o que levou a atrasos nos shows - a chuva não conseguiu tomar o posto de headliner. O público resistiu até o final da noite para prestigiar os shows de Jão, Rüfüs du Sol e Olivia Rodrigo.
Olivia Rodrigo
As saias brilhantes, os sutiãs vermelhos aparecendo e até mesmo as capas de chuva roxas denunciavam que a maior parte das pessoas estavam ali para ver ela: Olivia Rodrigo. Uma plateia diversa que reuniu de pré-adolescentes até adultos com looks inspirados nos clipes da cantora. Com um outfit inédito da Roberto Cavalli — sexy, jovem e rebelde, assim como seu show —, a artista entoou seus hits para a multidão. Os fãs sabiam letra por letra, até mesmo das músicas menos famosas. Após anos de espera, ela finalmente veio ao Brasil com sua segunda turnê mundial: Guts World Tour.
Os vocais da cantora eram bons em momentos mais lentos, como em “Traitor” e “Happier”, mas, naturalmente, a americana derrapava nas músicas mais agitadas, combinadas a coreografias. Porém, isso não atrapalhou a experiência. Apesar de não ter backing vocals no palco, o público servia como um coral, cobrindo qualquer nota que saísse fora do tom.
Ao tocar seu maior hit, “Driver 's License”, ela admitiu que a plateia do Lolla 25 era a mais alta que já presenciou em toda a carreira. E mais uma vez os brasileiros receberam o elogio de melhor público do mundo, quando o grito de “Olivia eu te amo” de milhares de vozes emocionou a americana de apenas 22 anos.

Girl In Red
Marie Ulven Ringheim, conhecida como Girl In Red, entrou no palco com atraso devido à pausa por risco de raios na região. Mas, foi recebida por um público caloroso que não se incomodou com a chuva no início do show, que logo parou e foi substituída por um lindo arco-íris - digno do pop sáfico da cantora.
A norueguesa arriscou um português para agradecer aos brasileiros por dançarem nas músicas animadas e cantarem toda a letra de seus hits como “I Wanna Be Your Girlfriend”. Já em inglês, ela impactou ao afirmar “God is gay”, Deus é gay, em tradução livre.

Rüfüs du Sol
Após 6 anos do seu último Lolla Brasil, o trio australiano retornou ao festival como headliner do palco Samsung Galaxy. Mesmo com o line-up do dia mais voltado para música pop, Rüfüs du Sol conseguiu animar o público brasileiro com seus hits eletrônicos. Em meio a lama, os brasileiros dançaram ao som de “Music is Better” e fizeram coro com “Inner Bloom”.
Tyrone Lindqvist, vocalista, James Hunt, baterista e Jon George, tecladista, disseram ao longo do show que estavam muito felizes de voltar ao Brasil e agradeceram ao público pela presença.

Empire of the Sun
Empire of the Sun subiu ao palco com estrutura e roupas psicodélicas que, juntamente com as músicas, provocaram uma viagem na imaginação do duo. A audiência se animava ao identificar, nas músicas, os 15 segundos virais do TikTok, mas, eles provaram ser muito mais do que isso. “Walking on a Dream” fez todos levantarem seus celulares e cantarolar o refrão. Para além da cenografia extravagante — com robôs reflexivos dançando —, os vocais de Luke Stelle eram poderosos.

Jão
No último show antes de um prometido hiato, Jão mostrou todo o seu potencial e colocou fogo em tudo. “Eu sou um popstar”, atestou ele. Em um repertório pensado para ser um presente aos fãs, o cantor incluiu “:( (Nota de Voz 8)”, que não cantava há cinco anos, mas retirou grandes hits que um público diversificado do festival pede, como “Vou Morrer Sozinho” ou “Pilantra”, parceria com Anitta.
