Estamos em uma era de avanços que vem mudando o mundo qual vivemos, e o principal deles é a inteligência artificial, o que um dia foi um sonho distante de filmes futuristas como o icônico HAL 9000 de “2001 uma odisseia no espaço” agora vem se tornando realidade, e de forma irônica um dos campos qual mais afeta é o da arte, uma das principais formas sendo o cinema.
Como ferramenta a IA vem ganhando um enorme espaço no cinema, desde rejuvenescer o Harisson Ford em “Indiana Jones e o Chamado do Destino” até melhorar o sotaque húngaro de Adrien Brody em “O Brutalista”, e de fato a IA é uma ferramenta extremamente útil e prática, porém seu uso levanta a polemica do porquê não foram usados profissionais formados para tal? Em uma entrevista o diretor de cinema Aarón Fernandez comentou “A IA é uma ferramenta que vai mudar bastante o jogo sendo para o bem ou para o mal”, e de fato, tanto é que em 2023 Hollywood parou devido a isso, atores e roteiristas fizeram uma greve de grandes proporções com objetivo de se blindar contra os avanços da IA, que ainda em seu início era vista como uma ameaça a seus trabalhos. Mas pelo jeito as opiniões mudaram, visto que Adrien Brody levou para casa o Oscar de melhor ator, mesmo tendo utilizado de IA para melhorar sua atuação, trazendo à tona essa discussão. Também deve ser dito que os programas usados nas produções de filmes já vêm com funções que utilizam alguma forma de inteligência artificial "tudo que é usado para produzir um filme já tem IA, então mesmo não querendo usar você está sendo de certa forma obrigado a usar" concluiu Aarón.
Porém o uso de inteligências artificiais para alguns está passando dos limites, devido ao aumento expressivo em seu uso recentemente, com a amazon prime chegando a dublar filmes inteiros usando vozes criadas por IA, o que deixou diversos dubladores e telespectadores frustrados, devido à baixa qualidade, mas para os dubladores isso representa muito mais, pois muitos conseguem imaginar um futuro que seu trabalho se torne obsoleto, afinal os “dons” das maquinas acabam saindo muito mais barato para produtoras do que profissionais da área.
Esse “boom” da inteligência artificial não veio do nada, as IAs são desenvolvidas desde no mínimo 1958, quando Jonh McCarthy publicou o documento “Programs With Common Sense” onde o termo foi utilizado pela primeira vez. Empresas como a IBM progrediram muito com suas IAs, como em 1961 com o IBM 7094, qual foi a primeira máquina a cantar, ou também o Deep Blue que derrotou o campeão mundial de xadrez Garry Kasparov em 1997, assim demonstrando a inteligência e potencial das máquinas. Porém esse avanço nos leva a uma pergunta, com essa capacidade toda, seriam ias capacitadas de fazer arte por si mesmas?
O debate em questão tem diversas camadas e foi abordado por inúmeros filmes e livros ao longo dos anos, mas hoje em dia ele ganhou ênfase em consideração dos avanços da nossa sociedade, pois agora com a nova atualização das IAs, elas conseguem gerar imagens através de um banco de dados gigante, o que por si só já é uma grande polêmica, sendo base de um processo envolvendo o fotografo Robert Kneschke, na qual o alemão processou a desenvolvedora LAION, devido ao uso de fotos dele na base de dados para treinar a Inteligência artificial da empresa, com a corte alemã julgando a favor da empresa. A base da argumentação de quem é contra softwares inteligentes no cinema está aí, as IAs não criam nada do zero, elas precisam de diversas inspirações para fazer sua “arte”.
O campo de animações é um dos que serão mais afetados por essas artes artificiais, pois ela consegue criar animações, por enquanto ainda de baixa qualidade, porém com a evolução constante isso provavelmente irá mudar. Mas para muitos artistas, sejam eles do cinema ou outros meios, as IAs não conseguirão fazer arte por si só, como disse Aarón "a arte é uma coisa especificamente humana, que corresponde a uma vontade humana, e as máquinas não têm vontade".