Haddad e a corrida eleitoral para conquistar o governo de São Paulo

No dia das eleições, o candidato do Partido dos Trabalhadores disse que irá buscar apoio dos outros candidatos que não passaram para o 2° turno
por
Ana Coelho
Laura Boechat
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05/10/2022 - 12h

Os candidatos Fernando Haddad (PT) e Tarcísio de Freitas (Republicanos) vão disputar o segundo turno para o governo de São Paulo no dia 30 de outubro. O resultado do 1° turno foi divulgado perto das 20h30 do último domingo (02).

Tarcísio de Freitas aparece na frente com 42,32% e Haddad, 35,70%. O atual governador de São Paulo e candidato do PSDB, Rodrigo Garcia, ficou em 3° lugar com 18,40% dos votos. Na véspera das eleições, o instituto Datafolha projetava 41% dos votos válidos para Haddad, 31% para Tarcísio e 22% para Rodrigo Garcia. 

Trata-se de uma derrota para o PSDB, partido que governou o estado de São Paulo desde 1994, quando ganhou a eleição com Mário Covas.

Haddad acompanhou a apuração dos votos do Hotel Braston, localizado na Consolação, região central da capital paulista. Após a confirmação do 2° turno, o candidato realizou uma coletiva com a presença da imprensa, familiares e apoiadores. 

O petista afirmou ter “todo interesse” em dialogar com as forças políticas que apoiam Garcia para sentar à mesa e discutir as pautas que os unem. Além disso, Haddad disse que no 2° turno tem a vantagem de ter maior tempo de TV para apresentar as propostas dele.

"Eu acho que os votos que migraram para o Tarcísio e Bolsonaro do primeiro turno são os votos que migrariam no segundo turno. E os votos que podem migrar pra mim e pro Lula não migraram. Acho que houve uma contenção do voto progressista [...]. Mas o que o Rodrigo perdeu, acho que ele perderia no segundo turno [...]", analisou o ex-prefeito de São Paulo.

Haddad acredita que a migração de voto útil, estratégia amplamente adotada pelas candidaturas da coligação petista nas últimas semanas, ocorreu a favor do bolsonarismo. "Acho que essa migração aconteceu do lado da extrema-direita e a centro-esquerda aguardou os acontecimentos", completou o candidato. 

Apesar da surpresa, o candidato do PT se mostrou otimista para o segundo turno. "Eu estou muito confiante de que se isso aconteceu como eu penso, as chances do Lula aumentar os 2 pontos que faltam para 50,01% é uma tarefa absolutamente exequível, assim como a nossa. Disputar os 18% que a campanha do Rodrigo fez, disputar uma parcela disso, para que a gente possa ser bem sucedido em São Paulo", comentou Haddad.

O petista ainda destacou que é hora de comemorar, já que "o campo progressista foi para o segundo turno''. Isso não acontece há 20 anos", pontuou.


RODRIGO GARCIA PARA O LADO DE BOLSONARO 

O candidato derrotado do PSDB à reeleição ao governo de São Paulo, Rodrigo Garcia, anunciou na última terça-feira (04) apoio a Bolsonaro (PL) e Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Em uma transmissão que contou com a participação de Jair Bolsonaro e Tarcísio de Freitas, o atual governador declarou “apoio incondicional” para que o atual presidente se reeleja, dificultando a estratégia do petista.

A migração de votos de Garcia para o candidato do Republicanos no estado não deve ser direta, porque a decisão de apoio foi individual. Caciques do partido se mostraram surpresos com a decisão. Garcia inclusive perdeu três secretários de governo após o anúncio, entre eles, o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia.