A Grande Guerra dos Serviços

Mercado até a pouco dominado pela Netflix, o ramo de serviços de streaming, é o novo foco de gigantes de Hollywood
por
Gabriel Lourenço Schiavoni
|
31/03/2022 - 12h

A história sobre a trajetória, explosão e mudança na cultura de consumo de filmes e séries provocadas pela Netflix na última década, já é perceptível no cotidiano de todos nós. Entretanto, muito se engana quem pensa que a expansão do mercado de streaming iria parar por aí, já nos últimos meses começamos a ver a nova etapa dessa história: A Guerra dos Serviços.

Com a voraz adesão do público à Netflix, somado a mudança de comportamento que o serviço causou nos consumidores, trazendo uma enorme variedade de obras disponíveis para acesso com a pouco cliques de distância, tudo sem deixar o conforto de casa, passou a impactar de forma negativa as bilheterias de cinema, que por sua vez já não eram prioridade, e também afetando drasticamente os planos de televisão à cabo que passaram a ser totalmente substituídos em diversas casas por uma assinatura da Netflix. Esses impactos negativos, incentivou em grandes produtoras como HBO, Disney e Paramount, além de gigantes da tecnologia como a Amazon o desejo de criar novos serviços de streaming, que viessem para capitalizar em cima de um publico, que por muito tempo, viu a Nettflix dominar um mercado em crescente expansão.

A resposta das concorrentes à Netflix, passou a vir de forma intensa nos últimos anos, com diversos serviços de streaming exclusivos surgindo, mas também retirando suas obras de demais serviços. Entre os diversos casos, o mais discutido foi o da Disney, que retirou seus sucessos da Netflix, entre eles, filmes da Marvel, conteúdos da saga Star Wars e da Pixar.

Com estes conteúdos ficando cada vez mais espalhados, não somente a Netflix sentiu um grave impacto na perda de seu catálogo, assim como o público se viu refém de decidir quais serviços englobariam melhor sua preferência e orçamento, uma vez que os catálogos de filmes estão cada vez mais separados entre diversos serviços distintos. Lucas (23), escritor em um blog voltado aos filmes da Marvel, entrevistado sobre a maneira como escolhe os serviços de sua preferência disse: “preço e catálogo exclusivo são as prioridades no momento das escolha (…) opto pelo Amazon Prime pelo custo benefício, e também pelos serviços da HBO e Disney por terem as series exclusivas que mais me interessam”. Também questionado sobre a vontade de consumir algum conteúdo que tenha disponibilidade apenas em outros serviços, Lucas afirma que “normalmente tento assistir em casa de amigos quando surge uma oportunidade, mas em momentos no qual a necessidade grita mais alto, acabo recorrendo a pirataria”.

Os impactos dessa concorrência, podem ser visto em dados revelados pela em relatórios financeiros da empresa,  os dados demonstram que ao decorrer de 2021 ocorreu uma queda se 75% na quantidade de novos assinantes quando comparada ao ano de 2020.

Infelizmente, no futuro próximo, essa guerra entre os serviços deve ganhar mais força. Lucas, questionado sobre expectativas para o futuro, diz: “espero que nos próximos meses, os serviços passem a oferecer planos de assinatura conjunta, ou preços mais acessíveis, assim, possibilitando um acesso a uma maior quantidade de assinaturas ao mesmo tempo”.