Expresso Catar - Brasil

É Hexa!!! Com expectativa lá no alto, a maior vencedora da Copa do Mundo chega ao Qatar com umas das favoritas
por
Matheus Monteiro da Luz
José Pedro dos Santos
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17/11/2022 - 12h

 

Brasil. País tropical, abençoado por Deus, bonito por natureza. País do Futebol, Carnaval, Samba, do Cristo Redentor. 214 milhões de habitantes e localizado no continente sul-americano. Tem Brasília como sua capital administrativa, mas é São Paulo a cidade mais populosa e importante economicamente.
 

Quinto maior país em tamanho territorial, dono da maior floresta tropical do mundo, a Floresta Amazônica e graças a ela a maior biodiversidade do mundo.
 

Temos 795 clubes profissionais de futebol. Esse número representa 15% do total de clubes no mundo inteiro. Os últimos 3 títulos mundiais de Sul-Americanos também são pertencentes ao Brasil. O último clube sul-americano a ganhar o Mundial que não era brasileiro, foi o Boca Juniors em 2000.

 

Cafu levantando a Taça do Penta/Edson Silva/ Arquivo/ Gazeta do Povo Leia

A pentacampeã

 

O Brasil é o maior campeão da história das Copas do Mundo com 5 Títulos em 58, 62 ,70, 94 e 2002. Participou de todas as Copas até a edição de 2022. Falar do Brasil em Copas é basicamente como falar de uma Noiva em um casamento, como a Rainha do Xadrez, somos protagonistas de grandes momentos dessa competição.
 

Bellini Levantando a Taça de 1954. Os socos no ar de Pelé na Copa de 70. A atuação de Garrincha na Copa de 62. Quando Bebeto homenageou seu filho numa comemoração em 94. São inúmeros momentos, partidas, gols (ou falta deles, né Pelé ?!), lances e personagens que fazem parte da história da nossa trajetória em Copas.

A Amarelinha é uma camisa pesada. A Copa do Mundo não é o que é hoje, se não fosse a seleção Brasileira. Não somos o país do Futebol por acaso, e Copa do Mundo tem muito o que nos agradecer.

 

Sem sufoco
 

O trabalho de Tite nas eliminatórias para a Copa do Mundo no Catar foi irretocável. Campanha invicta tendo 14 vitórias, 3 empates, 40 gols marcados e apenas 5 sofridos. A consistência brasileira nas eliminatórias fez até se iniciar um debate sobre a discrepância de desempenho sobre as demais seleções.

O antro da discussão foca na questão do Brasil não ter enfrentado adversários qualificados. A seleção foi bem superior e isso por si só é uma demonstração de força. Temos exemplos de Alemanha e França que são consideradas potências europeias mas foram eliminadas precocemente na Nations League. Ou até mesmo a Itália, Tetracampeã fora da Copa, eliminada de forma vexatória em atuação fraca contra a Macedônia do Norte.

Não enfrentar as principais seleções europeias pode cobrar um preço. Porém, o mesmo vale para as seleções europeias, que não jogaram contra nós e a Argentina, outra seleção que fez uma preparação muito forte e chega ao lado do Brasil como grandes favoritas. 

Tite, técnico da Seleção Brasileira de Futebol/Lucas Figueiredo/CBF


Solidez Defensiva


Característica fundamental da carreira de Tite é  montar bons sistemas defensivos, na seleção não é diferente. Apesar de muitos buracos no setor, principalmente nas laterais, Tite construiu um setor forte, com apenas 27 gols sofridos em 76 jogos no comando da Seleção.

Para falarmos de nomes, temos no na dupla da zaga, Marquinhos e Thiago Silva dois dos melhores zagueiros atuando no futebol europeu. Os dois representam duas gerações muito diferentes. Marquinhos está no seu auge aos 28 anos, e deve ter longevidade com a camisa da seleção. Já Thiago, com 39 anos, deve se despedir da seleção nesta Copa.

Thiago é um zagueiro mais posicional, enquanto Marquinhos tem características de mais cobertura por ser mais veloz. Visto que o Brasil deve propor um jogo mais ofensivo, principalmente na fase inicial do torneio, a habilidade com os pés de ambos deve ser requerida.

Falar dos goleiros no ciclo, foi chover no molhado. Foi uma decisão unânime, qualquer brasileiro tem motivos para confiar nos 3 convocados. Não há um grande hiato de habilidade entre Weverton, Alisson e Ederson, talvez um seja melhor que o outro em um aspecto específico, mas no geral, todos jogam em alto nível.


Tendão de Aquiles


Vamos do elefante branco na sala: as laterais. Se analisarmos o elenco do Brasil, olhar para as laterais e ver Danilo e Alex Sandro, você talvez desanime um pouco. Estamos acostumados com grandes laterais ao longo de nossa história como Cafu, Roberto Carlos, Carlos Alberto e Djalma Santos. A comparação é até desleal. Porém, o que o torcedor precisa entender é que Danilo e Alex Sandro são laterais mais defensivos, o que não é uma característica dos grandes laterais da seleção.

Entretanto, se formos analisar o esquema de Tite, eles não precisam desse perfil ofensivo. Quem terá a função de proporcionar amplitude e atacar o fundo serão os pontas, que são mais que qualificados para função.


Numa fase com a bola, ambos os laterais terão proposta de construção e controle da posse de bola e não de chegar a linha de fundo. Sem a bola, a dupla da Juventus é impecável. Juventus essa que é a melhor defesa do Campeonato Italiano.

Por mais que as laterais apresentem o ponto de maior fragilidade da seleção, vide a convocação de Daniel Alves que gerou diversas polêmicas, o esquema tático brasileiro foi montado para não exigir tanto dos setores. Na parte ofensiva não possuem grandes obrigações, e esses são jogadores de qualificação para solidez defensiva que Tite tanto prega.

Dupla de laterais, Danilo e Alex Sandro Reprodução/Juventus

Comitê de Ataque
 

Neymar, Vinicius Júnior, Richarlison, Antony, Raphinha, Rodrygo, Pedro, Gabriel Jesus e Martinelli. Esses são os nomes dos atacantes que podem marcar o gol do hexa para o Brasil. Óbvio que o nome de Neymar brilha aos olhos, mas todos os outros tiveram um ano de 2022 de grandes atuações. Pela primeira vez o Brasil levará nove atacantes para uma Copa, podendo utilizar esquemas com dois, três e até quatro deles em campo, um verdadeiro comitê ofensivo.

A dupla do Real Madrid, Vini Jr. e Rodrygo, dispensam apresentações. Campeões da Champions e com gols decisivos. Só esse fato já os credencia para essa Copa. Vinícius Júnior, em especial, fez uma temporada incrível que só não foi mais grandiosa por ter sido ofuscada devido ao fato de jogar ao lado do melhor do mundo, Karim Benzema.

Richarlison é o mais próximo de um 9 clássico que o Brasil não teve no ciclo. Apesar de no Everton e no Tottenham ser um jogador de beirada de campo, no Brasil foi adaptado para suprir a necessidade de um centroavante de área.

Talvez, Pedro aponte uma contradição que o parágrafo anterior possui. O Brasil não  “tinha um no 9 no ciclo”. O atacante do Flamengo chegou e agora podemos falar: "Habemus 9”. A construção de um jogador que seja forte fisicamente, bom cabeceador, saiba fazer pivô e principalmente seja um goleador fatal dentro da área, era uma narrativa que assombrava a seleção desde a aposentadoria de Ronaldo e Adriano, provavelmente os últimos grandes centroavantes que tivemos.

Pedro é esse cara. Talvez não tenha sido testado o suficiente, talvez não tenha muitos minutos, talvez ele faça o gol da classificação na semifinal. É isso que Pedro traz, aquela esperança de um homem que só precisa de um toque, uma casualidade para marcar.

A dupla de Gabrieis do Arsenal, Jesus e Martinelli, são os nomes mais controversos do ataque. Mas foram jogadores que se convocaram. Primeiro temos que olhar para a tabela da Premier League. O time da capital inglesa é o líder do campeonato e esse desempenho passa pelos pés dos dois.

Jesus já é um conhecido do público brasileiro, não é um grande goleador é verdade. Porém, o trabalho tático que ele exerce, muitas vezes invisível, é extremamente eficiente. Martinelli segue na mesma toada, um jogador de amplitude, excelente passador, inteligente atacando os espaços e pode contribuir com minutos vindos do banco se necessário.

Antony, Fred e Casemiro durante treino do Manchester United Ash Donelon/Manchester United

Os Motores



Casemiro e Fred são fundamentais para essa seleção. O Brasil joga praticamente em um 4-3-3, que pode mudar para um 4-2-4, eventualmente. Quando olhamos para um setor com apenas dois jogadores se espera um setor do campo vazio e fragilizado. Não é o caso dessa seleção. A dupla de volantes do Manchester United são onipresentes dentro de campo, extremamentes letais em confrontos 1 contra 1 defensivos, são eficientes também em coberturas por zona.

Casemiro ainda apresenta uma qualidade na construção ofensiva. A qualidade de passe e lançamento do nosso camisa 5, só evidenciam por que ele é um dos grandes volantes do futebol na atualidade.

Neymar/Lance/Galerias


Neymar e o Futebol Brasileiro
 

As recentes frustrações em Copas machucaram muito o brasileiro. A farsa do quadrado mágico, a eliminação para a Holanda, o 7 a 1 e a partida contra a Bélgica foram momentos muito dolorosos para a camisa canarinho.

Foi colocado um asterisco na nossa história. O medo de enfrentar a camisa verde e amarela se foi. Tivemos que ouvir do capitão de Camarões que não nos temem mais.

Por mais que seja clichê, o futebol é o nosso DNA e mais frustração em Copas pode distanciar o torcedor desse símbolo nacional tão representativo. É na Copa do Mundo que deixamos nossas diferenças e nos unimos por uma coisa só.

Nossos jogadores não chegaram no Catar para jogar somente pelo Hexa, mas também por uma filosofia de pensar futebol. O Brasil possui um jeito de jogar futebol diferente de todos os outros países. Uma maneira de jogar alegre, inventiva, libertária. E essa maneira de jogar é visível quando olhamos para jogadores como os nossos, mas é mais latente quando falamos de Neymar.

Ney chega para Copa com diversas perguntas a responder: Será que ele consegue ser um líder vitorioso ? Será que ele vai deixar as polêmicas de lado e jogar Futebol ?

Fato é que Neymar é um dos jogadores mais habilidosos que o Futebol já teve. Só que para ele, há uma pressão maior em trazer essa conquista para casa, e Neymar sabe disso. Parece até que toda a carreira se resume a esse mês no Catar. A narrativa que foi construída em torno do seu nome chegará ao seu capítulo mais importante agora. E nunca, em toda sua carreira, a seleção esteve tão preparada quanto agora para gritar: É Hexa!



Goleiros

  • Alisson - Liverpool

  • Ederson - Manchester City

  • Weverton - Palmeiras

Laterais

  • Danilo - Juventus

  • Alex Sandro - Juventus

  • Daniel Alves - Pumas

  • Alex Telles - Sevilla

Zagueiros

  • Militão - Real Madrid

  • Marquinhos - PSG

  • Thiago Silva - Chelsea

  • Bremer - Juventus

Meio-campistas

  • Bruno Guimarães - Newcastle

  • Casemiro - Manchester United

  • Fabinho - Liverpool

  • Fred - Manchester United

  • Paquetá - West Ham

  • Everton Ribeiro - Flamengo

Atacantes

  • Neymar - PSG

  • Vinicius Júnior - Real Madrid

  • Antony - Manchester United

  • Rodrygo - Real Madrid

  • Raphinha - Barcelona

  • Richarlison - Tottenham

  • Pedro - Flamengo

  • Gabriel Jesus - Arsenal

  • Gabriel Martinelli - Arsenal